Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
JOINT VENTURE
I N D I C E
1– A GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA
14 - CONCLUSÃO
JOINT VENTURE
1 – A GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA
Dentre essas várias formas, o número de joint ventures revela que elas
tiveram utilização frequente e variada, em uma multiformidade que as torna aptas a
atender à dinâmica dos negócios.
*
- Advogado Sócio Diretor de TAVOLARO E TAVOLARO - ADVOGADOS – Campinas - São
Paulo.
- Ex-Membro do Comitê Permanente Científico da IFA - INTERNATIONAL FISCAL
ASSOCIATION – Amsterdam – Holanda.
- Ex-Presidente da ABDF - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DIREITO FINANCEIRO – Atual
Vice-Presidente – Rio de Janeiro – Brasil.
- Acadêmico da Cadeira nº 14 da ABDT - ACADEMIA BRASILEIRA DE DIREITO
TRIBUTÁRIO – Vice-Presidente – São Paulo – Brasil.
- Professor de Direito Comercial na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica
de Campinas - São Paulo – Brasil.
- Membro do C.E.S.T.E.C. – Centre for European Studies on Taxation and Electronic-
Commerce – Rimini – Itália.
Não tão nova essa utilização, pois já em 1981 ANDREA ASTOLFI escreveu
ser suficiente percorrer a imprensa econômica , não obstante a imprecisão no
emprego do termo joint venture, e a mais recente literatura (de então)
juscomercialista para verificar a freqüência com que a locução aparece como
fórmula usal de ilustração de cooperação industrial não melhor precisada de outra
forma1 .
1
ASTOLFI, Andrea. II CONTRATO DI JOINT VENTURE. Milão : Giuffrè, 1981, p. 1.
2
Black’s Law Dictionary – St. Paul. Minn : West Publishing Co., 6ª Ed. 1990 : “Joint
Adventure – Any association of persons to carry out a single business enterprise for profit,
for which purpose they combine their property, money, effects, skill, and knowledge. A “joint
venture” exists where there is a special combination of two or more persons jointly seeking to
profit in some specific venture without actual partnership or corporate designation; it is na
association of persons to carry out a single business enterprise for profit, for which purpose
they combine their property, money, effects, skill, and knowledge. Fulton v. Fulton, Mo.App.,
528 S.W.2d 146, 155. See also Community of interest; Joint enterprise; Joint venture.”
3
Black’s Law Dictionary, id. : “A legal entity in the nature of a partnership engaged in the
joint undertaking of a particular transaction for mutual profit. Tex-Co Grain Co. v. Happy
Wheat Growers, Inc., Tex.Civ.App., 542 S.W.2d 934, 936. An association of persons or
companies jointly undertaking some commercial enterprise; generally all contribute assets
and share risks. It requires a community of interest in the performance of the subject matter,
a right to direct and govern the policy in connection therewith, and duty, which may be
altered by agreement, to share both in profit and losses. Russell v. Klein, 33 III.App.3d 1005,
339 N.E.2d 510, 512.” A one-time grouping of two or more persons in a business
undertaking. Unlike a partnership, a joint venture does not entail a continuing relationship
among the parties. A joint venture is treated like a partnership for Federal income tax
purposes. I.R.C. § 7701 (a).”
4
Black’s Law Dictionary, St. Paul, Minn. : West Group, 7ª Ed., 1999 : “A business
undertaking by two or more persons engaged in a single defined project. The necessary
elements are: (1) an express or implied agreement; (2) a common purpose that the group
intends to carry out; (3) shared profits and losses; and (4) each member’s equal voice in
controlling the project – Also termed joint adventure; joint enterprise.”
5
Barron’s Law Dictionary, N. York : Barron’s, 1984. “A business undertaking by two or more
parties in which profits, losses, and control are shared. See 447 P. 2d 609. Usually connots
an enterprise of a more limited scope and duration than a partnership, although the terms are
often considered synonymous and both indicate similar types of joint liability for debts and
torts. See 27 N.Y.S. 785.”
6
International Tax Glossary, Amsterdam : International Bureau of Fiscal Documentation,
1988. “Although the term “joint venture” as such is rather vague and can imply almost every
form of cooperation between business enterprises, the concept is usually referred to as
investment in an existing or newly established enterprise, whether or not incorporated, in the
capital of which two or more legally and economically independent enterprises or other
economic subjects from one or more countries have a controlling participation according to a
mutual cooperation agreement which provides for an obligation to make specific
Cabe aqui apontar que a motivação para se constituir joint venture varia de caso a
caso e de país a país , podendo se dizer de um modo geral que as entabuladas entre
empresas dos países desenvolvidos tem por fim a realização de concentração de empresas
por coordenação, enquanto que as efetuadas entre empresas de países desenvolvidos e
entre empresas de países em vias de desenvolvimento, ou ainda entre estas e aquelas e
empresas de países subdesenvolvidos tem for finalidade, de um lado, assegurar a abertura
ou ampliação da presença em um determinado mercado e assegurar-se do fornecimento a
matérias primas, e de outro , das empresas de países em desenvolvimento ou
subdesenvolvidos, a participação na exploração dos recursos naturais, assegurando-se
também de fatia do mercado, ao mesmo tempo em que beneficiando-se de transferência de
conhecimentos tecnológicos. Não escapam ainda às finalidades das joint ventures o
estabelecimento de centrais de compras e de serviços, como aponta MARISTELLA BASSO
10
, o contorno às restrições ao capital estrangeiro em um determinado país ou a facilidade
de obtenção de financiamentos por organizações de fomento.
9
ASTOLFI, Andrea. II CONTRATO DI JOINT VENTURE. Milão : 1981, p. 4, que, na nota
de rodapé (5) detalha : “La dotrina è concorde nel ritenere di origine giurisprudenziale la
nozione di joint venture, “judicial legislation by classification”, in accordo al pensiero di Miller,
The Joint Venture : Problem Child of Partnership, in 38 Cal. L. Ver., 860 (1950), seguito, tra
gli altri, da BLAKE WEST, The Business Joint Venture in Luisiana, in 25 Tul. L. Ver., 382
(1951) e W. Jaeger, Joint Ventures: Origin, Nature and Development, in 9 Amer. Un. L. Ver.,
2 (1960). È vero però che le prime formulazioni della nozione di joint venture o, meglio, le
prime descrizioni come joint ventures di contratti di collaborazione tra diversi soggetti, si
rinvengono nella giurisprudenza inglese della fine del settecento.”
10
BASSO, Maristela. JOINT VENTURE. P. Alegre : Livraria do Advogado, 3ª Ed., 2002, p.
43.
11
RASMUSSEN, U.W. HOLDINGS E JOINT VENTURES. S.Paulo : Aduaneiras, 1988.
Em economia , lembra com propriedade LUIZ OLAVO BAPTISTA (op. cit. 54),
já se fez clássica a distinção entre o equity capital , ou seja, o capital de risco,
investimento direto e o non equity investment, investimento indireto ou empréstimo,
sem participação nos resultados do empreendimento, assegurado o direito de
credito do investidor.
Destarte, uma equity joint venture é aquela em que existe investimento direto
de capital, que se sujeita assim aos azares do negócio, colocado assim em risco de
perder , caso os negócios tenham insucesso, ou auferir lucros, na eventualidade de
sucesso do empreendimento.
12
BUCHHEIT, L.C. IS SYNDICATED LENDING A JOINT-VENTURE? “In” International
Financial Law Reviwe, nº 8/12.
No Brasil vimos assistindo, como prática usual, a opção pela corporate joint
venture, adotando-se uma das formas societárias que a lei brasileira faculta,
principalmente a sociedade por ações e a sociedade por quotas de
responsabilidade limitada, sendo ainda conhecida a utilização dos consórcios qual
disciplinada pela lei das sociedades por ações em seu artigo 278.
13
CARLO, C. e SPINA, F.M. Le partnership joint ventures e le convenzioni contro le
doppie impozioni secondo I’OCSE. “In” Diritto e Pratica Tributaria Interenazionale, Padova
: Cedam, 2001, vol. 1, nº 1/88.
14
RIBEIRO, Marilda Rosado de Sá. As Joint Ventures na Indústria do Petróleo. Rio de
Janeiro : Renovar, 1997, p. 96.
Podem as joint ventures estabelecer sua duração limitada no tempo, seja por
prazo determinado , seja por prazo determinável, qual, por exemplo, a execução de
um projeto de construção de uma barragem ou de uma fábrica, ou ao contrário
serem estipuladas por prazo indeterminado.
15
COMPARATO, Fábio Konder. Nacionalidade de sociedades privadas e aquisição de
imóveis rurais no país. “In” Direito Empresarial, S. Paulo : Saraiva, 1990, p. 60.
QUADRO V
Tendo em vista a diversidade existente entre o direito dos países que tem
como fonte de seu direito o direito romano e aqueles que tem como a common law,
e o fato de a tributação variar de um a outro país, quando em um se aplica lei
decorrente do direito romano, tributando-se a pessoa jurídica, enquanto que no outro
se aplica a common law , tributando-se a pessoa dos sócios, vê-se que a dupla
tributação internacional pode ocorrer com freqüência.
16
Cahiers de Droit Fiscal International – Vol. LXXXa – The Hague : Kluwer.
17
OECD – The Application of the OECD Model Tax Convention to Partnerships, Issues in
International Taxation nº 6 (Paris: OECD, 1999), as incorporated into the April 2000 update
of the OECD Model Tax Convention and Commentary.
18
JONES, John F. Avery. Characterization of Other States Partnerships for Income Tax.
Bulletin for International Fiscal Documentation – Vol. 56 – nº 7 p. 288.
QUADRO VI
Ao proceder ao estudo das joint ventures, devemos nos lembrar que a mesma
tem sido assemelhada, com justiça, a um casamento.
19
São membros da OECD – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
29 (vinte e nove) países, a saber: Austria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, França, Alemanha,
Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda,,Noruega, Portugal, Espanha, Suécia, Suíça,
Turquia, Inglaterra, Estados Unidos, Japão, Finlândia, Austrália, Nova Zelândia, México,
República Tcheca, Hungria, Coréia.
Já referidas no item 5.1 acima as diferentes razões que podem levar a uma
joint venture, cumpre-nos apontar as vantagens e desvantagens que pode oferecer
uma joint venture, no quadro comparativo a seguir:
VANTAGENS DESVANTAGENS
1. Você ganha acesso aos 1. As outras partes da Joint Venture ganham
conhecimentos recursos e tecnologia acesso aos seus conhecimentos recursos e
das outras partes da Joint Venture tecnologia.
2. Joint Venture resulta em economia de 2. Joint Venture apresenta ineficiências
escala e eficiência. operacionais:
a) Necessidade de mais tempo e recursos
para iniciar;
b) Mais tempo e recursos para administrar;
c) Prováveis conflitos interesse em contratos
de vendas, compras, distribuição,
serviços, licenças, etc.
d) Necessidade de ajustamento de cultura
nacionais e de negócios das partes.
3. Joint Venture reduz as perdas em 3. Maior risco de fracasso da operação.
caso de fracasso, operação, pela
repartição do risco entre as partes.
4. Dono da empresa deseja a Joint 4. Se a exigência do vendedor é a única razão
Venture como condição de venda de para fazer a Joint Venture isto pode indicar
suas quotas ou ações. que o mesmo não vai trazer recursos para a
Joint Venture.
5. País hospedeiro exige que o 5. Exigência de Joint Venture pelo país
investimento seja feito através de Joint hospedeiro pode significar um mau ambiente
Venture de negócios e políticas xenófobas.
6. Decisões de negócios tomadas em 6. Redução de flexibilidade das decisões.
alto nível.
7. Aberturas de mercados no exterior. 7. Dificuldade de abertura de mercados por
compromissos dos co-venturesrs.
20
FENSTERMAKER, Scott T. “Why do fools fall in love? “ Artigo no site
www.demarest.com.br em 27.08.2002.
21
LAMY FILHO , Alfredo e PEDREIRA, José Bulhões. A lei das S/A. Rio de Janeiro :
Renovar, 1992, p. 34.
22
) BASSO, Maristela. Op. cit. p. 195
O advento do novo código civil, com sua entrada em vigor prevista para o dia
10 de janeiro de 2002 , traz em seu bojo preocupações que nos incumbe apontar,
como, por exemplo, a da aplicação subsidiária às sociedades por quotas das
normas das sociedades simples, prevista no art.1053, o que conduz a que, nos
empates, se aplique a regra do art. 1010, § 2o, no sentido da prevalência da decisão
sufragada pelo maior número de sócios.
Releva ainda apontar que o artigo 1055 veda, nas sociedades limitadas, a
contribuição que consista em prestação de serviços, cabendo aqui trazer à baila a
questão de transferência da tecnologia que não se consubstancie em patente.
14 – CONCLUSÃO
cs372