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ALGUMAS SUGESTÕES

DEFINIÇÃO DE ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA


• Alfabetizar não é apenas repetir, copiar, escrever, alfabetizado é aquele que se apropria do
símbolo e o utiliza para fazer as suas criações, a sua cultura.

• Estar alfabetizado na geografia é, segundo CASTROGIOVANNI (1998), relacionar espaço com


natureza, natureza com sociedade, é perceber a interação entre os aspectos sociais, econômicos,
políticos, culturais.

• Quando se fala em alfabetizar entende-se a interpretação e domínio de símbolos que possam ser
utilizados em outras dimensões.

• A alfabetização cartográfica refere-se ao processo de domínio e aprendizagem de uma linguagem


constituída de símbolos, de uma linguagem gráfica (a cartografia possui códigos e símbolos
definidos – convenções cartográficas).
• No entanto, não basta à criança desvendar o universo simbólico dos mapas; é necessário criar
condições para que o aluno seja leitor crítico de mapas ou um mapeador consciente.

O processo de alfabetização cartográfica compõe essa apropriação e interpretação


dos símbolos cartográficos, que podem oportunizar ao aluno a aplicabilidade
posterior em leituras de mapas e contextos espaços-temporais.
Segundo as frases descritas acima, podemos
entender que um professor, que propõe ao
aluno interpretar um mapa sem o ter
alfabetizado para tal, é semelhante ao professor
que propõe ao aluno interpretar um texto sem
que o mesmo tenha sido alfabetizado na língua
em que este texto foi escrito.
Assim, o primeiro passo a se trabalhar com
leitura de interpretação de mapas, seria
alfabetizar o aluno, se ainda não tenha sido
feito. Isso serve tanto para os alunos do 1º ao
5º, quanto para os do 6º ao 9º ano.
Comparando as alfabetizações

Linguagem Alfabética Linguagem Gráfica


(Português)
Alfabeto/palavras Símbolos, cores
Leitura das palavras Leitura dos símbolos e cores
Texto: constituído por palavras, Mapa: constituído pelos
frases, pontuações, parágrafos, elementos - título, escala,
etc. legenda, números e orientação.
Escrever palavras, frases e Representar e laborar mapas
textos.
A partir do 1º ano A partir do 1º ano (preparação)
(preparação)
Alfabetização cartográfica do 1º ao 5º ano

• Seguem algumas páginas com as


possibilidades de alfabetização nesta fase do
ensino fundamental. Cabe ao professor
verificar, dentro da realidade de sua turma, o
que é possível desenvolver.
Alfabetização cartográfica – 1º ano

• Observação de paisagens;
• Desenvolver a observação explorando os
diferentes pontos de vistas;
• Lateralidade – esquerda/direita;
• Orientação – direção;
• Escala – proporção;
• Diferenciar cores;
• Representação objetos por meio de símbolos;
• Identificar símbolos em um mapa simples.
Alfabetização cartográfica – 2º ano

• Noções de redução nas representações;


• Espacialidade e lateralidade com ou sem
espelhamento;
• Diferentes ângulos de visão de objetos;
• Moradias e trecho de um bairro;
• Noções de proporção e disposição;
• Representações da sala de aula e outras
dependências da escola;
• Noções de localização e legenda para leitura de
plantas.
Alfabetização cartográfica – 3º ano

• Uso de pontos de referência para orientação em um trecho


do bairro;
• Uso dos pontos cardeais para orientação;
• Redução proporcional;
• Noções de esfericidade da Terra;
• Diferentes maneiras de medir uma mesma dependência
(palmos e centímetros);
• Legenda em mapa de previsão do tempo;
• Relação entre tabela e gráfico;
• Visão oblíqua e visão vertical de uma mesma paisagem;
• Planta de trecho urbano;
• Representações do espaço urbano e espaço rural.
Alfabetização cartográfica – 4º ano

• Conceituação de mapa;
• Os limites de um território no mapa;
• Diferenças entre mapas e planta;
• Leitura de mapa e importância da legenda e do título;
• O mapa como instrumento de comunicação;
• O aperfeiçoamento do mapa ao longo do tempo;
• Noções de escalas;
• O guia de ruas e a planta da cidade;
• Leitura e interpretação de tabela;
• Leitura e interpretação de mapa;
• Leitura de gráficos.
Alfabetização cartográfica – 5º ano

• Paralelos, meridianos e coordenadas geográficas;


• O movimento de translação e consequências para a
luminosidade do planeta;
• O uso da escala em mapas;
• Compreensão de legendas mais complexas;
• A representação de mapa físico;
• Os elementos do mapa;
• Representação tridimensional e bidimensional de uma
forma de relevo;
• Leitura e interpretação de mapa temático;
• Leitura de imagens de satélite.
Atividades sobre alfabetização cartográfica

• Seguem algumas páginas com sugestões de


atividades sobre alfabetização cartográfica.
Considerando o ano em que leciona, o
professor poderá escolher aquela que é
possível desenvolver com seus alunos.
Atividades sobre noção do espaço e direção

• Essa atividade consiste basicamente em achar um


tesouro a partir de um trajeto previamente
estabelecido. Na construção das relações espaciais, é
importante trabalhar com as diferentes características
visuais e com a discriminação visual – tamanho, cor,
forma, espessura. A busca ao tesouro trabalha com
essas diferentes relações espaciais. O importante é
variar os elementos espaciais que servem de
referencias para a orientação do aluno na busca do
objeto (tesouro). As dificuldades devem estar de
acordo com as necessidades e dificuldades
manifestadas pelas crianças.
Exemplos de pistas que demarcam o trajeto:
a) Da porta da sala caminhei até a segunda janela no sentido
do portão; a seguir, caminhe para o lado oposto.
b) A partir da porta da sala de número X, caminhe no sentido
da menor árvore do pátio, após passe por entre os dois
pneus no pátio, olhe para sua direita, há uma árvore,
caminhe até ela e, no sentido da sua esquerda, olhe a sua
frente.
c) Ande para frente até a segunda árvore, vire à direita e a
seguir ande mais três passos, a seguir caminhe no sentido
da porta em arco, chegando junto a ela, olhe à esquerda.
A mesma atividade também pode ser realizada a partir de
cenários construídos na própria sala de aula, no pátio da escola,
em uma praça, ou em trabalhos de campo (visitas orientadas).
Num segundo momento, podem ser feitos mapas (plantas
baixas) do trajeto e do local onde está escondido o tesouro.
Representação de trajetos
• A construção e a conservação de símbolos
(introdução à legenda) e o trabalho com as
relações espaciais devem ser iniciadas ainda na
educação infantil e continuados nos primeiros
ciclos. Segundo Passini (1994), o trabalho será
operatório para a construção das relações
topológicas, projetistas, euclidianas e o
desenvolvimento da função simbólica se a criança
observar e classificar o conteúdo para
representação, quer da sala de aula, quer da
escola ou do trajeto casa-escola.
Como desenvolver a atividade
• Programe uma caminhada com as crianças pela escola. Após construa com ela
símbolos que representam cada uma das dependências ou mobiliários da escola.
• Reproduza várias vezes essas figuras criadas pelas crianças, de modo que cada
uma recorte esse material e tenha pelo menos duas séries.
• Crie um problema do tipo: qual é o trajeto que fizemos para irmos da sala de aula
até o portão de entrada? Os alunos devem colar as figuras em ordem (ordenação
espacial/sequencia). Trabalhe com as ideias de vizinhança e intervalos.
• Num segundo momento, solicite que construam o caminho inverso: do portão à
sala de aula. Discuta as diferenças, empregando as relações topológicas. As
crianças também podem ser as criadoras dos símbolos que representam os
elementos observados no trajeto.
• Em outras faixas etárias, trabalhe com lateralidade e o croqui do lugar. Antes da
caminhada, forneça uma folha para registrar os elementos “fixos” observados.
Trabalhe com a orientação registrando os elementos observados à direta e à
esquerda no sentido do trajeto.
• Forneça também uma planta baixa do trajeto. Após solicite a construção de
símbolos representativos dos elementos registrados. Discuta a melhor
proximidade representativa com o real. Realça o trajeto, agora preenchendo a
planta baixa com aos símbolos construídos. Discuta as relações de grandezas
(razão/proporção)
Planta Baixa é o nome que se dá ao desenho de uma construção feito, em geral, a
partir do corte horizontal à altura de 1,5m a partir da base.
A construção da lateralidade e o mapa corporal

• As noções, relações e coordenações espaciais são


construídas inicialmente através da tomada de
consciência do corpo (objeto referencial) pelo indivíduo
(sujeito). É a construção do mapa corporal. A
representação do mapa corporal pelo indivíduo permite
transposições para ouros espaços, portanto a operações
em outros mapas (representações).para que uma criança
se oriente no espaço, é necessário que se oriente no seu
próprio corpo.
• A lateralidade consiste na representação dos hemisférios
corporais e a sua consequente projeção. É as construção
da noções de direita, esquerda, frente, atrás, através do
deslocamento mental direto e reversível.
Atividade sobre lateralidade e o mapa corporal

• O banho de papel.
• A atividade consiste em representar o próprio corpo a partir de
ações que simulam um banho. Para as crianças que não possuem
ainda as noções de direita e esquerda corporais, é recomendável
trabalhar com a ideia espacial de “lado do coração” e lado “oposto
ao coração”, pois o órgão coração é facilmente auscultado,
portanto, situado em seu próprio corpo. Com o auxílio de um
objeto como sendo um sabonete a criança passa a lavar o corpo
com o trabalho orientado pelo professor, através de solicitações do
tipo: lavar a testa suavemente; lavar o braço, lado oposto ao
coração (direito); lavar a perna situada no lado do coração, de cima
para baixo; da direita para a esquerda, só a parte de trás, etc. a
atividade emprega noções espaciais, como, por exemplo: lado
direito, lado esquerdo, centro, acima. Embaixo e temporais como:
antes, depois, rapidamente, suavemente, etc.
Exemplo de Exercício
Lavando o corpo hemisferizado – o Equador
Corporal
• Inicialmente devem ser trabalhados com a criança os
seus hemisférios corporais. Com o auxílio de dois
metros de cordão (barbante), ela representa o
Equador Corporal em seu corpo, considerando-se
como o Planeta Terra e passando um cordão à volta
da cintura.
Como desenvolver a atividade:
• Interrogue a criança sobre o quê o cordão estabeleceu. É importante já ter
trabalhado as noções de “acima” e “embaixo” com o auxílio de objetos e de uma
mesa.
• Discuta o que deve ser entendido como “em cima de” e “embaixo de”,
considerando o corpo apoiado pelos membros inferiores sobre o chão. Solicite à
criança que deite sobre o chão, questionando-a sobre que parte do seu corpo está
agora para baixo e qual está para cima. Discuta a ideia de que, estar “acima de” ou
“embaixo de”, depende do ponto de apoio/ponto de vista, portanto, é
relativamente a uma situação.
• Trabalhe com o globo terrestre, mostrando que a Terra está “solta” no espaço e,
portanto, não existe “acima de” e “embaixo de” quando se trata de representações
do planisfério (mapas), pois a Terra não está sobre alguma coisa.
• Com o cordão em torno da cintura (Equador Corporal), crie um novo roteiro para o
“banho”, agora considerando o nome dos hemisférios corporais atribuídos pelo
grupo. É fundamental manter presente um globo e fazer a associação:
globo/Equador, criação de dois hemisférios terrestres – Norte e Sul, com o
corpo/cintura, criação de dois hemisférios corporais.
N N
N

S S
S
Lavando o corpo hemisferizado – meridiano
corporal e lateralidade
• Empregando mais dois metros de cordão, o professor propõe que a criança agora o
passe pelo seu corpo no sentido vertical. A linha “traçada verticalmente” passa na
frente, sobre o nariz e o umbigo, e nas costas, sobre o centro da coluna,
estabelecendo dois hemisférios, o direito e o esquerdo.
• O professor chama a atenção da criança para a simetria corporal: tudo que temos
duplo está “um de cada lado”, por exemplo, os braços, as orelhas, já o que é
apenas unidade está no “centro”, por exemplo, o nariz.
• O coração está no centro voltado suavemente para a esquerda. Temos no corpo
dois hemisférios, o esquerdo (lado do coração) e o direito 9º outro lado). Na
lateralidade, a criança projeta um dos hemisférios no estabelecimento das
relações projetivas.
• O professo orienta o banho considerando os dois hemisférios verticais. Após, ainda
com o cordão na cintura das crianças, também os horizontais, ou seja, os quatros
hemisférios, mas sempre relacionando o corpo da criança com o Planeta Terra
(Globo Terrestre).
• A ideia é de que a criança transponha as representações de seu próprio corpo para
outras referências espaciais, no caso o Planeta Terra, favorecendo a descentração.
O L

O L

O L
Construindo os limites do mapa corporal: o
nosso corpo em planta baixa refletindo o outro
• Sabemos que a imagem do corpo nunca está
isolada, está sempre cercada socialmente pelas
construções de imagens do corpo dos outros. A
descentração consiste em compreender a posição
e o movimento dos objetos exteriores não mais
em relação a si próprio (observador), mas com
relação a outros objetos. O importante é manter
o “mapa corporal” de frente para quem ele
representa, dessa forma o sujeito vai construindo
a sua projetividade. O fato de “ver-se” auxilia no
processo da reversão e descentração espacial.
Como desenvolver esta atividade

• Com o auxílio de dois metros de papel, com no mínimo 80


centímetros de largura, uma tesoura, uma caneta ou giz, solicite
que a criança deite sobre o papel. Um colega contorna os limites do
corpo, e a seguir auxilia no recorte do desenho. Cada aluno deve
construir o seu “boneco”.
• Estabeleça com os alunos o “Equador Corporal” nos “bonecos” e
proponha a atividade “banho orientado” nos bonecos (“planta
baixa corporal”), ou seja, cada aluno projetar-se-á no seu boneco,
descentrando-se. Proponha que as crianças troquem entre si os
seus bonecos, com isso o banho orientado será no outro. Após
estabeleça com elas os hemisférios verticais e, assim, vá
problematizando a atividade.
• Trabalhe com o estabelecimento dos hemisférios corporais através
de uma legenda. Por exemplo: colorir o hemisfério direito de
vermelho e o esquerdo de azul, já os superiores (da cabeça) com
listras pretas.
A compreensão das legendas: leitura da
linguagem cartográfica
• Os mapas oferecem visão da síntese das relações espaciais e da
distribuição dos diferentes elementos que compõem o espaço. Tal visão
está baseada no uso de símbolos. Estes devem se aproximar o máximo
possível da imagem real, serem exatos no que diz respeito às convenções,
assim como se apresentam uniformes em toda a representação.
• Os símbolos e signos são geralmente convenções e sinais gráficos: as cores
são empregadas conforme determinadas áreas: planimítricas, quando
representam aspectos localizados na superfície terrestre, e altimétricas,
quando indicam a altitude ou a profundidade de uma área.
• A categoria símbolos, signos e legendas é responsável pela leitura da
linguagem cartográfica. Todo leitor necessita buscar informações
adicionais além da possíveis leituras feitas através da ligação entre o
significante e o significado, que são os dois componentes do signo mapa.
• O significante é o traço, o desenho, a representação cartográfica.
• O significado é o conteúdo do desenho. No caso do mapa, o conteúdo é o
espaço.
Significante: as cores
indicam as regiões

Significado: conteúdo, a
divisão política do Brasil em
regiões

legenda
Atividade sobre leitura cartográfica
a) Inicialmente traga para a sala de aula diferentes mapas, cartas e plantas e
trabalhe com os símbolos convencionais. Proponha aos alunos “decodificarem” a
legenda de cada representação, avalizando se tais símbolos aproximam-se do
real.
b) Num segundo momento, proponha um trabalho de campo em uma área próxima
à escola, pode ser em uma quadra, um quarteirão, uma propriedade rural, ou
um parque de diversões. Solicite que, durante o trajeto, anotem todos os
elementos fixos que observarem em uma folha de papel previamente orientada
(direita e esquerda).
c) Retornando à sala, os alunos devem imaginar que contarão o que viram a um
correspondente, que não entende o idioma português. Discuta com os alunos as
possibilidades de enviar tais informações.
d) Escreva no quadro-verde todos os elementos vistos, seguindo a orientação.
Proponha aos alunos que construam uma simbologia para cada elemento.
Deverão criar critérios para avaliar os símbolos que serão enviados e escolher
quais os símbolos que serão empregados na mensagem que será enviada ao
correspondente.
e) Realize novamente o trajeto, agora com uma planta baixa muda ( plana com o
traçado dos caminhos percorridos) fornecida aos alunos. Eles deverão ir
preenchendo a planta com os símbolos escolhidos e construir abaixo da planta
uma legenda com os códigos empregados. Discuta a necessidade em manter as
relações de proporção em todos os elementos representados.
Exemplo

Legenda:

vegetação
residências

praças
A noção escala
• A escala é uma relação de proporção entre o tamanho de uma representação e o real. Dependendo
da escala utilizada, as representações recebem uma nomenclatura distinta.
• Quando os mapas representam todos o globo terrestre, temos o planisférios, e a sua escala é
pequena. Quando a escala é média, o mapa representa um continente, um país ou um estado. A
carta representa um trecho de um estado ou país, sendo delimitada pelas coordenadas geográficas.
Quando a escala é grande, a planta pode representar uma cidade, um prédio, uma propriedade
rural e outros elementos com muito detalhe. Conforme a finalidade a que se destina, podemos
escolher uma outra escala. E, conforme a escala, encontraremos uma quantidade maior ou menor
de detalhes, isto é, de informações que podemos ler nos mapas.
• Portanto, no exemplo de uma planta onde a escala é 1:100, 1cm no mapa equivale a 100cm na
realidade, ou seja, a planta é 100 vezes menor que o real.
• A unidade de medida, quando não expressa, é convencionalmente o centímetro: entretanto, pode
aparecer explicitada em milímetros, metros, etc.
• A forma de expressar a escala em uma representação pode ser:
• Escala numérica – quando a relação é expressa em números, como 1:50.000. o número 1 sempre
indica a unidade de medida do mapa, enquanto o segundo números (que podem ser mais diversos)
indica a redução e a correspondência com o tamanho real;
• Escala gráfica – é representada por um gráfico, geralmente uma linha dividida em vários
segmentos, que indicam a relação entre o tamanho do segmento e o tamanho real. Por exemplo,
• 0 100 cm

• 1 cm
• Entretanto, dentre estas duas forma de referenciar a escala, a gráfica é a que mais facilmente pode
ser entendida pelos alunos, pois materializa a relação entre o real e a representação.
Atividades sobre a noção de escala
• Planta da sala de aula:
• O professor pode construir com os alunos uma
planta de sala de aula, utilizando as medidas reais
( ex.: comprimento = 10m e largura = 8m e
representá-la numa folha de papel utilizando a
proporção:
• 8m de sala equivale a 8cm do papel, ou seja,
800cm de sala = 8cm do papel, 1000cm de sala =
10cm do papel, então a indicação numérica da
escala será 1:100.
Outra maneira: construindo uma planta da sala de
aula
• Material necessário: Um rolo de barbante, uma folha de papel sulfite lápis, régua, tesoura
e cola.
• Como fazer: é preciso medir as paredes, para que a planta de fato represente a sala. Como em uma
sala retangular as paredes opostas são iguais, você só precisa medir duas paredes: uma das paredes
maiores e uma das menores.
• Para medir o comprimento da parede maior:
a) Segurar a ponta do barbantes bem junto ao chão em um canto, cortando-o de maneira que tenha
exatamente a mesma medida da parede;
b) Dobrar o barbante ao meio várias vezes até que ele caiba no lado maior no papel;
c) Traçar uma reta no papel do mesmo tamanho do pedaço do barbante dobrado.
Antes de tirar outras medidas, é preciso anotar quantas vezes o comprimento do barbante foi reduzido,
isto é, contar em quantos pedaços o barbante foi dobrado.
Para medir o comprimento da outra parede da sala:
a) Usar outro barbante procedendo da mesma forma, dobrando-o o mesmo número de vezes que o
barbante usado na parede maior;
b) Traçar no mesmo papel o lado menor da sala, completando o desenho das paredes.
Para representar os móveis ou outros objetos da sala (carteiras, mesa do professor etc.), usar outros
pedaços de barbante, do mesmo modo. Dobrá-los em números de vezes que o barbante usado na
parede maior.
a) Nesse caso, traçar o contorno dos objetos em outra folha de papel;
b) Recortar cada um e em seguida colar na planta, respeitando as posições;
c) Fazer símbolos para identificar os elementos representados e uma legenda.
Construindo uma maquete da sala de aula

• As medidas adquiridas para construir a planta


da sala de aula podem ser utilizadas na
construção da maquete.
Outras informações
Observar e representar
• Uma das formas possíveis de ler o espaço é por meio dos mapas, que são
a representação cartográfica de um determinado espaço. Estudiosos do
ensino/aprendizagem da cartografia consideram que, para o sujeito ser
capaz de ler de forma crítica o espaço, é necessário tanto que ele saiba
fazer a leitura do espaço real/concreto como que ele seja capaz de fazer a
leitura de sua representação, o mapa. É, inclusive, de comum
entendimento que terá melhores condições para ler o mapa aquele que
sabe fazer o mapa. Desenhar trajetos, percursos, plantas da sala de aula,
da casa, do pátio da escola pode ser o início do trabalho do aluno com as
formas de representação do espaço. São atividades que, de um modo
geral, as crianças dos anos iniciais da escolarização realizam, mas nunca é
demais lembrar que o interessante é que as façam apoiadas nos dados
concretos e reais e não imaginando/fantasiando. Quer dizer, tentar
representar o que existe de fato.
• Assim, não basta saber ler o espaço. É importante também saber
representá-lo, o que exige determinadas regras. Para fazer um mapa, por
mais simples que ele seja, a criança poderá realizar atividades de
observação e de representação. Ao fazer um desenho de um lugar que lhe
seja conhecido ou mesmo muito familiar, ela estará fazendo escolhas e
tornando mais rigorosa a sua observação.
Habilidades para ler o mundo
• Essas habilidades são adquiridas a partir da exercitação
continuada em desenvolver a lateralidade, a
orientação, o sentido de referência em relação a si
próprio e em relação aos outros, além do significado
de distância e de tamanhos. Aprender a observar,
descrever, comparar, estabelecer relações e
correlações, tirar conclusões, fazer sínteses são
habilidades necessárias para a vida cotidiana. Por
intermédio da geografia, que encaminhe a estudar,
conhecer e representar os espaços vividos, essas
habilidades poderão ser desencadeadas. Mas sempre
como caminhos, como instrumentos para dar conta de
algo maior.
REFERÊNCIA

• ALMEIDA, Rosangela de R. Do desenho ao mapa: iniciação


cartográfica na escola. 4ª ed. São Paulo: Contexto, 2006.
• CASTROGIOVANNI, Antonio C. (org) Ensino de Geografia. 7ª
ed. Porto Alegre: Ed. Mediação, 2009.

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