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A imaginação sociológica (Mills)

1- O que Mills entende por “armadilha da vida privada”?

Mills chama de “armadilhas da vida privada” a sensação que o homem tem de sua
impotência perante os mecanismos sociais de sua vida diária. Tudo que o homem
faz está limitado à esfera social a que o mesmo pertence. Este homem só consegue
visualizar a sociedade que o cerca e, dificilmente, percebe que há além toda uma
estrutura social formada por pessoas de diferentes posições sociais e que também
se encontram tão limitadas quanto ele.

2- Como Mills coloca a questão da articulação entre vida privada e estrutura?

A vida privada depende enormemente da estrutura. Mills cita diversos exemplos em


que ocorre uma mudança na estrutura e a vida privada tem de se adaptar a ela. Nos
mostra também que a estrutura baseia-se em relações sociais, conferindo poder às
pessoas e gerando as chamadas armadilhas individuais. De acordo com ele, o
indivíduo e a sociedade só podem ser compreendidos se relacionarmos esses dois
fatores.

3-Quais as características da “imaginação sociológica”?

“Imaginação sociológica” é uma percepção apurada do funcionamento das


instituições das quais a sociedade participa. Tem como característica uma
sensibilidade intelectual para entender as relações e interferências da estrutura na
vida privada. Para Mills essa imaginação permite ao homem uma maior atuação nas
questões públicas e influências no futuro. Ela nos permite observar a sociedade
através de uma estrutura maior e não apenas a esfera a qual estamos fadados.

4- Quais os problemas que podem ser analisados a partir da “imaginação


sociológica”?

A partir da “imaginação sociológica” podemos analisar diversos problemas da


sociedade, sejam eles os mais intimamente ligados ao indivíduo ou aqueles que
envolvem um país ou o mundo inteiro. A “imaginação sociológica”, de acordo com
Mills é essa capacidade de se mover entre as diferentes perspectivas sociais e
reconhecer, assim, as manifestações e o papel histórico-social do indivíduo na
sociedade.
Uma questão econômica ou valores sociais, por exemplo, que geram problemas
individuais em muitas pessoas (mal estar público), pode ser analisado através da
“imaginação sociológica”, isso implica no rumo que a sociedade deverá tomar.

5- Como distinguir as perturbações pessoais de questões públicas?

Perturbações pessoais surgem no ambiente onde o indivíduo se relaciona


diretamente e são possíveis de serem resolvidas por ele dentro dessa esfera. As
questões públicas resultam da estrutura que o indivíduo não domina, portanto, não
estão na sua possibilidade de solucionar e não afetam apenas ele ou uma minoria.

Sociologia (Giddens)

1- Como é possível conciliar os textos de Mills e Giddens: o que mais os


aproxima?

Tanto Mills como Giddens defendem a idéia de que a “imaginação sociológica” é


essencial para analisarmos os fatos sociais e atuarmos sobre esses fatos e, assim,
influenciarmos o futuro. Defendem que o pensamento sociológico nos liberta das
perspectivas puramente individuais e nos possibilita enxergar toda a estrutura social
à qual estamos ligados.

2- Giddens usa o exemplo do café pra desenvolver suas idéias: Escolha outro
tema e faça o mesmo tipo de análise.

Tema: Maconha (Cannabis Sativa)


Escolhemos esse tema pela sua relação com todas as esferas da sociedade.
Ao contrário do café, a maconha não é uma droga aceitável na nossa sociedade,
embora seja em outras.
O uso da maconha está ligado à interação social, tendo em vista que na maioria das
vezes seu consumo se dá em grupos e festividades, ou simplesmente em uma
interação entre poucas pessoas.
Tem-se que a primeira evidência do uso de maconha se deu por volta do terceiro
milênio a.C pelos hindus, devido seu efeito alucinógeno considerado um estimulante
sagrado. Foi utilizada depois por vários povos que descobriram seus efeitos
psicoativos.
A proibição da maconha envolve vários fatores sociais, entre eles: interesse
econômico de indústrias poderosas de tecidos sintéticos e papel do século 20;
preconceito racial contra árabes, chineses, mexicanos e africanos que eram seus
maiores consumidores; moralismo judaico-cristão e protestante-puritano que não
concebem a idéia do prazer sem merecimento.
No Brasil a maconha era considerada “coisa de negro”. A primeira lei brasileira
proibindo o uso da maconha data-se de 1830 e previa uma multa de 20.000 réis
para os traficantes (em sua maioria branca de classe média) e três dias de prisão
para usuários (em sua maioria negros escravos). Como essa lei não foi levada muito
a sério, a proibição definitiva se deu em 1920. Sua legalização é muito debatida no
país e seu consumo, de acordo com uma pesquisa da ONU em 2008, aumentou
160%. Os brasileiros também se envolvem com tráfico fora do país. Em Portugal,
por exemplo, no ano de 2006, 13% dos estrangeiros detidos pelo crime eram
brasileiros.
A plantação, preparação, transportação, comercialização e consumo da maconha
envolve milhões de pessoas no mundo todo. Proibir seu uso não diminui seu
consumo, como foi visto. Legalizar também não. Ela está cada dia mais presente em
todas as classes sociais e seu consumo só tende a ser mais comum.

3-Como a sociologia pode nos ajudar na vida cotidiana?

A sociologia nos mostra mais de uma perspectiva sobre o que nos é oferecido pela
sociedade e como a mesma atua sobre nós, mudando assim nossa forma de decidir
sobre tal, nos tirando da passividade.
4- Elabore um parágrafo para cada um dos autores citados por Giddens e diga
se é possível afirmar que eles usam a “imaginação sociológica” em suas
obras.

-Auguste Comte: Ao perceber como a Revolução Francesa e a Industrialização


afetaram o modo de vida dos franceses, Comte buscou explicar a existência de leis
sociais paralelas às leis naturais. Ele acreditava que as descobertas em torno disso
permitiriam projetar o bem estar da sociedade.

-Émile Durkhein: Durkhein dizia haver explicações sociológicas para os atos mais
pessoais, como demonstrou no seu estudo sobre suicídio. Para esse autor era
importante excluir ideologias ou idéias preconcebidas do estudo de fatos sociais e
ele tinha interesse em integrar a sociedade para que ela não ruísse.

-Karl Marx : Marx inspirou idéias de buscar uma maior proximidade da igualdade
social pois previa a derrubada do sistema capitalista. Ao contrário do que Durkhein
propunha, Marx usou de uma perspectiva ideológica nos seus estudos, mas
podemos dizer que ele usou da imaginação sociológica, pois atentou para as
mudanças trazidas pela Revolução Industrial e estudou essas mudanças em sua
obra.

-Max Weber : Suas obras estudavam o progresso do capitalismo e como ele


tornava a sociedade moderna diferente das anteriores. Falava sobre uma sociedade
diferente da tradicional, onde a atividade econômica substituía a religião e tradição
que antes definia os valores do povo, chamando esse processo de racionalização.

Podemos dizer que todos os autores citados usaram da “imaginação sociológica”


em suas obras.

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