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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

DIAGNÓSTICO DA ATUAL SITUAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NO


MUNICÍPIO DE IPATINGA-MG

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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

JUNHO – 2017

DIAGNÓSTICO DA ATUAL SITUAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NO MUNICÍPIO DE


IPATINGA – MG

PREFEITO MUNICIPAL
Sebastião de Barros Quintão

SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTENCIA SOCIAL


José Osmir de Castro

PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


Leonardo Oliveira Rodrigues

COMISSÃO INTERSETORIAL DE ELABORAÇÃO DO DIAGNÓSTICO

EPTOM - Núcleo de Atendimento e Aprendizagem de Adolescentes e Jovens

• Adriana Alves Ferreira


• Claudia de Oliveira
• Cleoneide Oliveira
• Isabela Blank Campos
• Karina Cândida Martins
• Lílian Vasconcelos Félix

Secretaria Municipal de Assistência Social

• Vasconcelos Lagares

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente

• Leonardo Oliveira Rodrigues

Conselho Tutelar

• Rejânia do Carmo Ferreira Cavalcante


• Tatiane Cristian Arruda Santana

Representante da Sociedade Civil

• Ione de Moraes Tofanelli

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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Estagiários

 Abner Cristian Alves de Oliveira


 Alexssandra Luiza Pereira Rodrigues
 Ananda Noronha Nascimento Lima
 Camila Silva Almeida
 Cristiane Helena Santos
 Cristilane Santos Barreto
 Daniel Martins Medeiros Neves
 Danielle Joane Silva Martins de Jesus
 Estefânia Fernandes Mariano
 Gelisa Silva Carvalho
 Jéssica Auriana Silva Oliveira
 Laís Avelar Raspante
 Lara Almeida Lopes
 Mylene Késsia Silva Romão
 Nathália Almeida Santos
 Phamela Candida Santos Barbosa Schimidt
 Raphaela Rodrigues Gonzaga
 Rosiane Malaquias Pereira Santana
 Suzan Araújo dos Santos
 Taylla Juanda Santos de Almeida

Realização:
EPTOM – Núcleo de Atendimento e Aprendizagem de Adolescentes e Jovens
www.eptom.webnode.com.br/ eptom.adm@hotmail.com

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados


CINDS – Centro Integrado de Informações de Defesa Social
CMDCA – Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
CRAS – Centro de Referência de Assistência Social
CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social
CSE – Centro Sócio educativo
CT – Conselho Tutelar
DAE - Departamento Administrativo Escolar
DEPEG - Departamento Pedagógico - DEPEG
ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente
EPTOM – Escola Profissionalizante Tenente Oswaldo Machado
FIA – Fundo para Infância e Adolescência
IBGE – Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia
IDM – Índice de Desenvolvimento Humano
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
NPA – Núcleo de Prevenção Ativa
ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
OMS – Organização Mundial da Saúde
ONU – Organização das nações Unidas
OSC – Organizações da Sociedade Civil
PM – Polícia Militar
PC – Policia Civil
PMI – Prefeitura Municipal de Ipatinga
PAEFI – Programa Especializado às Famílias e Indivíduos
PBF – Programa Bolsa Família
PROERD – Programa Educacional de Resistência às Drogas
PSE – Programa Saúde na Escola
PSF – Programa de Saúde da Família
REDS – Registro de Eventos de Defesa Social
SESP – Secretaria de Segurança Pública
SEVEP – Seção de Vigilância Epidemiológica
SGDCA – Sistema de Garantia de Direitos da Criança e Adolescente
SIPIA – Sistema de Informações para Infância e Adolescência
SJ – Sistema de Justiça
SMAS – Secretária Municipal de Assistência Social
SES – Secretária Estadual de Saúde
SUPEC – Subsecretaria de Política de Prevenção Social à Criminalidade
UNESCO – Organização das Nações unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

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Sumário

AGRADECIMENTOS INSTITUCIONAIS 8
Prefácio 9
Apresentação 10
1- Introdução 13
2- Objetivo 13
3- Metodologia 13
4- Desenvolvimento 14
4.1 O município de Ipatinga 14
4.2- Desemprego 17
4.3- Renda 17
4.4- Qualidade de Vida 20
4.5- População 21
4.6- Estrutura Etária 21
4.7- Vulnerabilidade social 22
5- A Família e suas diversas configurações na atualidade 23
5.1- Secretaria de Estado de Segurança Pública divulga dados sobre a violência contra a mulher 26
6- Pesquisa de campo 30
6.1- Pesquisas de campo realizada com os pais e responsáveis pelas crianças e adolescentes do município 30
6.2- Pesquisa de campo realizada com crianças, adolescentes e suas famílias 38
6.3- Pesquisa de campo realizada junto aos adolescentes nas escolas 41
6.4- Pesquisa online realizada com os Professores do município 46
6.5- Pesquisa online realizada com as Creches do município 50
6.6- Pesquisa online realizada com as Unidades Básicas de Saúde do município 53
6.7- Pesquisa on-line realizada com as Entidades do município 55
6.8- Pesquisa on-line realizada com Abrigos 59
6.9- Autoavaliação e Avaliação Coletiva do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e do
Conselho Tutelar de Ipatinga – MG 61
7- Violência Sexual 65
7.1- Dados de Violência sexual em Ipatinga 68
8- Saúde - Estratégia de Promoção da Saúde 70
9- Educação Básica 87
10- Segurança Pública 98
11- Principais violações de direitos e situações preocupantes envolvendo crianças e adolescentes encontradas no
município de Ipatinga 108
11.1 Envolvimento de crianças e adolescentes com Drogas 108
11.2 Cultura da paz 111
11.3 Evasão escolar e falta de acesso à educação 112
11.4- Suicídio e atividades perigosas entre crianças e adolescentes 114
11.5 Trabalho infantil 117
11.6 Maus-tratos 118
11.7 Sexualidade, Gravidez e Aborto 120
11.8 Violência Sexual 123
11.9 Envolvimento de adolescentes em atos infracionais 125
11.10 Uso excessivo de celular, internet e outras tecnologias e seus efeitos. 126
11.11 Políticas Públicas 127
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12- Considerações 128


13- Conclusão 129
14- Recomendações 132
15- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 134
Anexos 135
Quadro 1 - População de crianças por bairro 135
Questionário - Individual por família 136
Questionário - Individual por criança/adolescente 139
Questionário Individual por adolescente aplicado nas escolas/instituições 142
Questionário para entrevista com Conselheiros Tutelares 145
Questionário para as entrevistas com Creches/Educação Infantil 147
Questionário para as entrevistas com Professores no município 149
Questionário para as entrevistas nas Unidades Básicas de Saúde – UBS / Aplicar um em cada UBS 151
TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA PARTICIPAÇÃO DE DIAGNÓSTICO MUNICIPAL 153

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AGRADECIMENTOS INSTITUCIONAIS

A vida é feita de desafios e obstáculos que precisamos superar! Muitos deles são necessários
parceiros que acreditem no desafio e na capacidade de sairmos vitoriosos. As contribuições e
aprendizados adquiridos nesta parceria foram de grande importância para conseguir alcançar os
objetivos deste projeto.

A EPTOM está imensamente agradecida pelo apoio recebido dos parceiros, que acreditaram
no sucesso deste importante Diagnóstico, e que não poderia ter sido realizado sem a colaboração
dos diversos atores abaixo:

 Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente

 Conselho Tutelar

 Secretaria Municipal de Assistência Social


o Centro Sócio Educativo – CSE
o Bolsa Família
o Organizações da Sociedade Civil – OSC para Crianças e Adolescentes
o Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS

 Secretaria Municipal de Saúde


o Seção de Vigilância Epidemiológica - SEVEP
o Departamento de Atenção Básica
o Departamento de Atenção Especializada

 Secretaria Municipal de Educação


o Escolas municipais
o Creches municipais e conveniadas
o Departamento Administrativo Escolar – DAE
o Departamento Pedagógico - DEPEG

 Secretaria Municipal de Dados


o DATASUS/ SANITAS – levantamento de crianças e adolescentes por regional
o Geoprocessamento do município

 Segurança Pública
o Polícia Militar de Ipatinga – 14º Batalhão (Núcleo de Prevenção Ativa – NPA)
o Secretaria Estadual de Segurança Pública – SESP
o Centro de Informações de Defesa Social – CINDS
o Subsecretaria de Política de Prevenção Social à Criminalidade - SUPEC

 Universidades
o Faculdade Única de Ipatinga
o Faculdade Pitágoras
o Centro Universitário do Leste de Minas (Unileste)
o Universidade Norte do Paraná (UNOPAR - Ipatinga)

Ressaltamos que sem a participação desses atores não poderíamos realizar a grande tarefa
de CONHECER PARA TRANSFORMAR – DIAGNÓSTICO MUNICIPAL DA REALIDADE DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE IPATINGA.

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Prefácio

Diagnóstico da Infância e Adolescência: Um norte para as políticas públicas


Garantir a primazia do atendimento à criança e ao adolescente pelas políticas públicas sociais
conforme determina a Carta Maior de nosso país, a Constituição Federal de 1988, exige avaliar a
efetividade dos serviços prestados a esse público. A partir da criação do Estatuto da Criança e do
Adolescente, Lei Nº 8.069, de 13 de julho de 1990, o Brasil passou a pautar-se por uma legislação
desafiadora, que impulsiona o poder público e a sociedade civil a encontrar soluções cada vez mais
eficientes para assegurar, de fato, os direitos da infância e da adolescência brasileiras. Signatário de
diversos pactos internacionais referentes a essa causa, o país responsabiliza-se também por cumprir
a Declaração Universal dos Direitos das Crianças, aprovado em 1959, e, em nível continental, o
Pacto de São José da Costa Rica, celebrado em 1969, que estabelece, em seu artigo 19, que ―toda
criança tem direito às medidas de proteção que sua condição de menor requer por parte da família,
da sociedade e do Estado”.
Em 2006, testemunhamos a realização do diagnóstico para dar transparência à realidade de
nossas crianças e adolescentes em Ipatinga. Hoje, damos mais um importante passo na
consolidação dos avanços ao apresentarmos à sociedade a edição renovada deste importante
documento. O Diagnóstico da Situação da Infância e Adolescência no Município de Ipatinga,
idealizado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA, em parceria
com a EPTOM, traz uma compreensão sobre a rede de atenção a nossas crianças e adolescentes e
aponta as diversas realidades e situações vivenciadas por esse público. O presente documento
detalha o contexto de avanços e desafios em que nos encontramos perante esta temática,
constituindo-se como mais uma ferramenta de informações para a elaboração e o planejamento das
ações do município destinadas à infância e adolescência.
As estatísticas e os dados revelados nesta pesquisa contribuem para a construção de
políticas públicas mais eficientes, para a criação de metas e objetivos norteadores da aplicação de
recursos públicos, bem como expõem os avanços na oferta de serviços, programas e projetos a essa
prioritária parcela da população. No que tange às políticas sociais, o Diagnóstico também contribuirá
para o enfrentamento de violações de direitos, combatendo vulnerabilidades sociais em que vivem
muitas de nossas crianças e adolescentes. A partir dele, será possível agir com maior assertividade
na busca de soluções para a promoção social, ponto fundamental da atuação do Estado, o que
renova o nosso compromisso de garantir um futuro promissor para as novas gerações.

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Apresentação

O Diagnóstico da Situação da Criança e do Adolescente de Ipatinga, é um processo de


construção de uma prática que busca estabelecer parâmetros para formulação, implementação e
controle social sobre as Políticas Públicas para a infância e a adolescência em Ipatinga, através de
uma reunião de dados, da análise conjunta dos problemas e das potencialidades do nosso
município.
O contexto em que se coloca este diagnóstico é também parte do processo e com ele
aprendemos muito, pois trata-se de uma prática inovadora. Políticas públicas reorientadas no
contexto das reformas democráticas constituíram um avanço dos direitos civis e a consolidação da
política social como fundamento do Estado de direito.
No Brasil, o processo de consolidação da cidadania social tem suas especificidades dadas
pela ausência da relação entre direitos civis e políticos com a implementação de políticas públicas
que efetivem estes direitos. A permanente disputa entre interesses individuais e privados com os
direitos coletivos e comuns interfere na distribuição de recursos e definição de prioridades. As
políticas sociais, por si só, certamente não dariam conta de todas as mazelas sociais, mas podem
contribuir muito para impedir que as desigualdades se reproduzam.
O Diagnóstico da Situação da Criança e do Adolescente tem o papel fundamental de orientar,
formular, deliberar e exercer o controle social sobre as políticas públicas voltadas para o atendimento
à criança e ao adolescente. Entretanto, para exercer estas funções com responsabilidade e
competência e para que possamos assumir essa atribuição que o Estatuto da Criança e do
Adolescente nos determina, é preciso que os conselhos de direitos produzam conhecimento a
respeito da realidade social das crianças e adolescentes em seu município. Para isso, a forma mais
coerente de se fazer um retrato desta realidade é através da produção de um diagnóstico. Conhecer
a realidade da infância e da adolescência do município é fundamental para o fortalecimento do
Sistema de Garantia de Direitos e para elaboração de políticas públicas mais eficazes.
Um diagnóstico pode nos oferecer conhecimento sobre os principais problemas que atingem
as crianças e os adolescentes, pode apontar ações prioritárias para a garantia desses direitos e,
principalmente orientar melhor as escolhas de alocação de recursos nos orçamentos para a
implementação dessas ações. O CONANDA emitiu em 2010 uma resolução, a de número 137, que
definiu parâmetros para essa gestão de políticas dirigidas à infância e à adolescência. Essa
resolução diz que é preciso haver um diagnóstico que oriente a formulação de planos de ação nos
municípios. Além disso, os conselhos municipais poderão se fortalecer na medida em que se
apropriarem da ideia de que, para deliberar e formular políticas, precisam empreender bons
diagnósticos da situação da criança e do adolescente – diagnósticos permanentes que se traduzam,
como parte do processo de deliberação sobre as Políticas para a infância e para a Adolescência.
Esperamos que este processo de diagnóstico se torne uma prática permanente, que as
questões apontadas por este documento referenciem a elaboração de programas e projetos
governamentais e não governamentais para crianças e adolescentes. Ademais, a nossa expectativa
é de que possamos produzir o fortalecimento de uma efetiva rede de defesa da infância e
adolescência e que principalmente, possamos contribuir para a construção de políticas públicas

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comprometidas com a consolidação da cidadania e a efetivação dos direitos de crianças e


adolescentes no âmbito municipal. Esperamos também que esta ―noção da realidade local‖ faça
despertar desejos de mudanças, pois é no município que se articula a proteção integral da criança e
do adolescente e para onde deve convergir o diálogo entre todas as instâncias governamentais e
não governamentais voltadas para esse propósito. É nas cidades que as redes de atendimento e de
garantia dos direitos se fortalecem, para que esse esforço se traduza na definição de políticas
públicas eficazes e num atendimento de qualidade, objetivando uma justiça social maior.
Vale lembrar apenas que este Diagnóstico não pretende ser o final de uma etapa, mas sim, o
início de uma nova cultura: a de coleta e de sistematização permanentes de dados, a de sucessivos
diagnósticos que permitam a releitura da realidade e propostas de ação coerentes a ela e,
principalmente, a da implementação de um verdadeiro sistema de garantia de direitos à infância e
adolescência, onde a cada ano possa se verificar a diminuição real e efetiva da demanda que dele
necessita, em virtude do aprimoramento de sua qualidade. Que esta seja a realidade futura não
apenas de Ipatinga, mas de todo o Brasil.

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“Uma política de proteção e


desenvolvimento integral de nossas
crianças e adolescentes abrange uma
multiplicidade de ações
específicas na área das políticas
sociais; dos serviços de prevenção
ou compensatórios; de proteção
jurídico-social e de defesa dos
direitos”. (BRANT DE CARVALHO,
1993:30).

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1- Introdução

O projeto ―Conhecer para Transformar‖ que visa realizar o diagnóstico da situação da criança
e do adolescente de Ipatinga, foi desenvolvido em conformidade com a Resolução nº 28, de 14 de
setembro de 2015, que ―dispõe sobre as diretrizes para a aplicação de recursos, apresentação,
análise e aprovação de projetos e celebração de convênios com recursos do Fundo Municipal dos
Direitos da Criança e Adolescente, através do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente – CMDCA para os anos de 2015/2016. Em seu Capítulo I, Art. 1º, IX – prevê a
elaboração de diagnósticos, estudos, pesquisas, planos, sistemas de informações, monitoramento e
avaliação das políticas públicas de promoção, proteção, defesa e atendimento dos direitos da
criança e do adolescente‖.

2- Objetivo

O presente trabalho tem como objetivo a identificação da realidade da criança e do


adolescente no município de Ipatinga, por meio de pesquisa participativa com à população, rede de
atendimento e Sistema de Garantia de Direitos da Criança e Adolescente (SGDCA). A finalidade
deste trabalho está em fornecer informações que venham a subsidiar as ações e tomadas de
decisões do Conselho Municipal de Direitos da Criança e Adolescente (CMDCA), referenciar a
elaboração de programas e projetos governamentais e não governamentais, contribuindo assim para
o fortalecimento de uma efetiva rede de defesa da infância e adolescência, bem como para a
construção de políticas públicas comprometidas com a consolidação da cidadania e a efetivação dos
direitos de crianças e adolescentes no âmbito municipal, prevenindo ainda a reincidência de
violações. Assim, este diagnóstico pretende conhecer para transformar a realidade das crianças e
adolescentes do município de Ipatinga.

3- Metodologia

A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi constituída das seguintes etapas:

Formação de uma comissão composta por representantes do Conselho Tutelar, Secretaria


Municipal de Assistência Social, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, além da equipe técnica do Núcleo de Atendimento e Aprendizagem de
Adolescentes e Jovens – EPTOM para acompanhar as discussões e avaliações do processo
de diagnóstico municipal;
Seleção e treinamento de estagiários dos cursos de psicologia e serviço social para realização da
pesquisa de campo;
Mapeamento da população infanto-juvenil no município e sua respectiva divisão territorial para
direcionamento das pesquisas de campo;
Elaboração dos questionários para aplicação das pesquisas com famílias, adolescentes,
profissionais da rede de atendimento e SGDCA;

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Realização de pesquisa de campo com famílias em domicílios e nas Unidades de Saúde;


Contatos e reuniões com representantes da rede de atendimento e SGDCA para obter
informações dos processos de trabalho e para a participação destes no diagnóstico;
Aplicação de questionários aos profissionais da rede de atendimento e SGDCA (Autoavaliação);
Mapeamento das políticas públicas executadas no município voltadas ao atendimento dos
direitos das crianças e dos adolescentes;
Mapeamento do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente;
Identificação da rede de atendimento existente no município - dirigida a esse segmento
populacional, segundo capacidade e tipo de atendimento, verificando aspectos de
intersetorialidade, cobertura, financiamento e controle social;
Tabulação, sistematização e análise dos dados;
Identificação das principais violações de direitos das crianças e adolescentes do município em
conformidade com o ECA;
Apontamento das condições gerais no atendimento, os principais problemas, limites e
possibilidades dos serviços que compõem a rede de atendimento, ou seja, suas
potencialidades, avanços, desafios e demandas;
Identificação de eventuais sobreposições e os vazios institucionais e operacionais dos serviços
ofertados, através da relação entre a demanda demográfica e socioeconômica da rede de
atendimento da infância e adolescência.

4- Desenvolvimento

4.1 O município de Ipatinga


O município de Ipatinga faz parte da Região Metropolitana do Vale do Aço, sendo formado
pela sede e pelo distrito de Barra Alegre. Sua população contava com 239.468 habitantes no último
Censo (2010) o que o coloca na posição dos 10 municípios dentre os 853 do mesmo Estado. Em
comparação com outros municípios do Brasil, fica na posição 107º dentre 5.570 municípios
brasileiros. Para 2016 o IBGE estimou uma população de 259.324 habitantes. Além das quatro
principais cidades (Ipatinga, Coronel Fabriciano, Santana do Paraíso e Timóteo), outras 22 cidades
compõem o Colar Metropolitano (Açucena, Antônio Dias, Belo Oriente, Bom Jesus do Galho,
Braúnas, Bugre, Córrego Novo, Dionísio, Dom Cavati, Entre Folhas, Iapu, Ipaba, Jaguaraçu,
Joanésia, Marliéria, Mesquita, Naque, Periquito, Pingo-d'Água, São João do Oriente, São José do
Goiabal, Sobrália).
O nome do município é derivado da língua tupi e significa "Pouso de Água Limpa", pois
conforme a história, a região era habitada por indígenas, os quais teriam dado origem ao nome.
O município está localizado no exato local onde o Rio Piracicaba encontra-se com o Rio Doce,
tendo a sub-bacia do Ribeirão Ipanema um papel importante em sua configuração. O clima de
Ipatinga é tropical, podendo apresentar características típicas de clima tropical de altitude. Segundo
a Organização das Nações Unidas (ONU), a cidade apresenta dez vezes mais área verde do que o
recomendado para a qualidade de vida da população.

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Ipatinga possui a estação ferroviária Intendente Câmara, localizada à beira da BR-381,


inaugurada em 18 de junho de 1960. A estação é uma das maiores da Estrada de Ferro Vitória a
Minas, sendo importante para a economia municipal. Tem como alternativa o escoamento da
produção da Usiminas e o recebimento de matéria-prima destinada à empresa.
O município possui acesso às BRs 458, 381 e 116, que liga a Belo Horizonte, ao Espírito
Santo, Rio de Janeiro e estados no nordeste brasileiro. De acordo com dados da Prefeitura, o
sistema de transporte coletivo de Ipatinga é composto por 64 linhas com extensão de
aproximadamente 670 km, utilizando uma frota de 117 veículos que transportam em média cerca de
1.286.000 milhões de passageiros por mês.
A cidade de Ipatinga destaca-se também em seu turismo. Atualmente, o município já é o
terceiro maior de todo estado de Minas Gerais nesse setor turístico, ficando atrás de Uberlândia e
Juiz de Fora. Quanto ao lazer, o município possui ainda diversas atrações turísticas em seu território,
sendo em área rural ou urbana de Ipatinga.
O Parque Ipanema é uma das maiores áreas verdes do país situadas dentro de um perímetro
urbano. Com mais de 1 milhão de metros quadrados, cerca de 12 mil árvores plantadas e localizado
bem no Centro da cidade, é uma área aberta à toda a população. O complexo de lazer foi uma das
últimas "obras de arte" do paisagista Roberto Burle Marx. O Parque conta com quadras
poliesportivas, campos de futebol, lago, pista de cooper e ciclovia, anfiteatro, Farmácia Verde, Horto
Municipal, Centro Esportivo e Cultural 7 de Outubro, Ginásio Poliesportivo Eli Amâncio, playground,
auditório, Parque da Ciência, Estação Meteorológica e biblioteca ecológica (Ecoteca).
A indústria atualmente é o setor mais relevante para a economia Ipatinguense. A produção
industrial do município é liderada pela Usiminas e pela sua subsidiária Usiminas Mecânica.
Entretanto, dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) demonstram
papel relevante na atividade econômica municipal de outros ramos de serviços e comércio, havendo
um destaque ainda maior para o ramo de construção civil que, segundo a mesma fonte, (dados de
Fevereiro de 2011), nos últimos 12 meses havia contribuído para a geração de 15.414 vagas de
emprego com uma evolução de 46,55%. No mesmo período o ramo de serviços teve uma evolução
de 9,22% (11.693 vagas) e o comércio 5,37% (10.908 vagas).

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4.2- Desemprego
É importante destacar, ainda segundo o CAGED, que, a partir de 2011, a indústria de
transformação iniciou queda nesse índice, registrando 16.390 desligamentos - uma involução de -
0,25. A partir de então, essas quedas foram se acentuando e chegando a -14,74 em 2014. Sendo
esse o ramo de maior destaque em geração de renda e empregabilidade no município, o aumento do
desemprego nesse setor, aliado a diversos fatores econômicos e políticos vivenciados em nosso
país, refletiram em outros setores gerando quedas acentuadas também no número de empregos nos
ramos de serviços, comércio e construção civil, os maiores geradores de emprego na região. Em
fevereiro de 2017, o CAGED registrou uma variação de - 3,09 na indústria de transformação, -6,41
na construção civil, -4,49 no comércio e -3,11 no ramo serviços, totalizando 19.951 desligamentos
nos últimos 12 meses. No ano de 2015, Ipatinga obteve uma redução de 6.922 postos de trabalho e
figurou como sexta colocada entre as cidades mineiras no ranking dos municípios que mais
perderam vagas.
A evolução nos índices de desemprego nos últimos anos no município vem refletindo
diretamente em outros índices relacionados à qualidade de vida da população, como pôde ser
percebido nas entrevistas realizadas com os moradores de Ipatinga.

4.3- Renda
A renda per capita média de Ipatinga cresceu 106,48% entre 1991 e 2010, passando de R$
417,92 em 1991 para R$ 613,05 em 2000 e para R$ 862,91 em 2010. Isso equivale a uma taxa

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média anual de crescimento nesse período de 3,89%. A taxa média anual de crescimento foi de
4,35%, entre 1991 e 2000, e 3,48%, entre 2000 e 2010. A proporção de pessoas pobres, ou seja,
com renda domiciliar per capita inferior a R$ 140,00 (a preços de agosto de 2010), passou de
27,56%, em 1991 para 16,39%, em 2000 e para 5,92%, em 2010. A evolução da desigualdade de
renda nesses dois períodos pode ser descrita através do Índice de Gini, que passou de 0,55, em
1991 para 0,55 em 2000 e para 0,52, em 2010. O Índice de Gini é um instrumento usado para medir
o grau de concentração de renda. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e
dos mais ricos. Numericamente, varia de 0 a 1, sendo que 0 representa a situação de total
igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda, e o valor 1 significa completa desigualdade de renda,
ou seja, uma só pessoa detém toda a renda do lugar.

Renda, Pobreza e Desigualdade


1991 2000 2010
Renda per capita (em R$) 417,92 613,05 862,91
% de extremamente pobres 9,26 4,82 1,13
% de pobres 27,56 16,39 5,92
Índice de Gini 0,55 0,55 0,52

Entre 2000 e 2010, a taxa de atividade da população de 18 anos ou mais (ou seja, o
percentual dessa população que era economicamente ativa) passou de 65,14% em 2000 para
65,23% em 2010. Ao mesmo tempo, sua taxa de desocupação (ou seja, o percentual da população
economicamente ativa que estava desocupada) passou de 17,05% em 2000 para 8,77% em 2010.
Enquanto a taxa de atividade não alterou durante esses dez anos, a taxa de desocupação diminuiu
pela metade no período.

Ocupação da população de 18 anos ou mais


2000 2010
Taxa de atividade - 18 anos ou mais 65,14 65,23
Taxa de desocupação - 18 anos ou mais 17,05 8,77
Grau de formalização dos ocupados - 18 anos ou mais 65,52 73,45
Nível educacional dos ocupados
% dos ocupados com fundamental completo - 18 anos ou mais 55,85 72,05
% dos ocupados com médio completo - 18 anos ou mais 35,14 51,30
Rendimento médio
% dos ocupados com rendimento de até 1s.m. - 18 anos ou mais 42,57 9,75
% dos ocupados com rendimento de até 2s.m. - 18 anos ou mais 70,42 64,43
% dos ocupados com rendimento de até 5s.m. - 18 anos ou mais 89,17 89,16

Em 2010, das pessoas ocupadas na faixa etária de 18 anos ou mais do município, 0,75%
trabalhavam no setor agropecuário, 0,39% na indústria extrativa, 21,42% na indústria de
transformação, 8,91% no setor de construção, 1,02% nos setores de utilidade pública, 18,41% no
comércio e 41,89% no setor de serviços.
Embora os dados tenham sido bastante positivos em 2010, o atual cenário político e
econômico do Brasil vem refletindo negativamente nas taxas de desemprego e para a próxima
apuração já é possível prever uma mudança significativa nos números conforme dados divulgados
pela PNAD Contínua, que podem ser verificados abaixo:
A taxa de desocupação no Brasil foi estimada em 7,9% no 1º trimestre de 2015, sendo a
maior taxa verificada desde o 1º trimestre de 2013 (8,0%). Esta estimativa cresceu tanto na
comparação com o 4º trimestre de 2014 (6,5%) quanto com o 1º trimestre de 2014 (7,2%). A
população desocupada (7,934 milhões de pessoas) variou 23,0% frente ao trimestre imediatamente
anterior. Em relação ao 1º trimestre de 2014, o quadro foi de 12,6%. O nível da ocupação (indicador

18
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar) foi
estimado em 56,2% no 1º trimestre de 2015, abaixo dos 56,9% verificados no trimestre anterior e dos
56,8% observados no 1º trimestre do ano passado. A população ocupada foi estimada em 92,023
milhões, refletindo variação de -0,9% na comparação com o trimestre anterior e 0,8% frente ao
mesmo trimestre de 2014. No 1º trimestre de 2015, 78,2% dos empregados no setor privado tinham
carteira de trabalho assinada, apresentando avanço de 0,5 ponto percentual em relação ao igual
trimestre de 2014 (77,7%). Em relação ao trimestre anterior, não houve variação estatisticamente
significativa.
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 1.840. Este resultado foi
0,8% maior que o registrado no trimestre anterior (R$ 1.825) e estável em relação ao obtido no 1º
trimestre de 2014 (R$ 1.840). A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados foi estimada
em R$ 163,8 bilhões, registrando queda (-0,2) em relação ao 4º trimestre de 2014. Na comparação
anual, esta estimativa teve alta de 0,9%.

O Cadastro Único para Programas Sociais reúne informações socioeconômicas das famílias
brasileiras de baixa renda – aquelas com renda mensal de até meio salário mínimo, que permitem ao
governo conhecer as reais condições de vida da população e, a partir dessas informações,
selecionar as famílias para diversos programas sociais.
No município de Ipatinga, o total de famílias inscritas no Cadastro Único até dezembro de
2016 era de 24.744, dentre as quais:

8.571 com renda per capta familiar de até R$ 85,00;

19
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

4.074 com renda per capta familiar entre R$ 85,01 até R$170,00;
7.283 com renda per capta familiar entre R$170,01 e meio salário mínimo;
4.816 com renda per capta acima de meio salário mínimo.

O total de pessoas cadastradas foi de 73.548, enquanto o total de famílias de presos no


sistema carcerário cadastradas são 45 famílias, até esta data.
O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa social que prevê a transferência
condicionada de renda para famílias pobres e extremamente pobres inscritas no Cadastro Único,
que beneficiou, a exemplo do mês de março de 2017, 11.399 famílias, representando uma cobertura
de 112,7% de famílias pobres no município de Ipatinga.
Vale destacar que outros benefícios como o Benefício Variável Jovem (BVJ), Benefício
Variável Nutriz (BVN), Benefício Variável Gestante (BVG) e Benefício de Superação da Extrema
Pobreza (BSP) somada à Bolsa Família, totalizam o valor pago pelo governo federal em
R$1.937.408,00. Esses repasses são mensais e variam de acordo com o número de famílias
inscritas no Cadastro Único.

Faixa de renda total da família (por faixa etária) em 2016:


Faixa etária Até 1 S.M. Entre 1 e 2 Entre 2 e 3 Acima de 3 S.M. Total
S. M. S. M.
Entre 0 e 4 3.930 638 101 16 4.685
Entre 5 a 6 2.552 442 70 14 3.078
Entre 7 a 15 8.660 1.815 258 44 10.777
Entre 16 a 17 2.551 593 86 15 3.245
Entre 18 a 24 5.668 1.438 276 54 7.436
Entre 25 a 34 6.549 1.416 263 65 8.293
Entre 35 a 39 4.093 1.030 180 37 5.340
Entre 40 a 44 3.486 1.013 195 37 4.731
Entre 45 a 49 2.673 907 158 36 3.774
Entre 50 a 54 2.152 693 159 42 3.046
Entre 55 a 59 1.735 586 123 29 2.473
Entre 60 a 64 1.471 501 144 50 2.166
Maior que 65 2.033 1.120 320 124 3.597
Total Geral 47.553 12.192 2.333 563 62.641

4.4- Qualidade de Vida


Em 2010 o Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) de Ipatinga era 0,771, o que situa o
município na faixa de Desenvolvimento Humano Alto (IDHM entre 0,700 e 0,799). A dimensão que
mais contribui para o IDHM do município é a Longevidade, com índice de 0,864, seguida de Renda,
com índice de 0,752, e de Educação, com índice de 0,705.

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e seus componentes


IDHM e componentes 1991 2000 2010
IDHM Educação 0,312 0,583 0,705
% de 18 anos ou mais com fundamental completo 31,68 47,17 62,54
% de 5 a 6 anos na escola 46,65 80,80 91,71
% de 11 a 13 anos nos anos finais do fundamental REGULAR SERIADO ou com 48,05 82,81 89,42
fundamental completo
% de 15 a 17 anos com fundamental completo 17,63 64,68 67,38
% de 18 a 20 anos com médio completo 11,22 30,74 50,81
IDHM Longevidade 0,706 0,787 0,864
Esperança de vida ao nascer 67,37 72,24 76,85
IDHM Renda 0,636 0,697 0,752
Renda per capita (em R$) 417,92 613,05 862,91

Evolução

Entre 2000 e 2010

20
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

O IDHM passou de 0,684 em 2000 para 0,771 em 2010 - uma taxa de crescimento de
12,72%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do município e o
limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 72,47% entre 2000 e 2010. Nesse período, a
dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,122),
seguida por Longevidade e por Renda.

Entre 1991 e 2000


O IDHM passou de 0,519 em 1991 para 0,684 em 2000 - uma taxa de crescimento de
31,79%. O hiato de desenvolvimento humano foi reduzido em 65,70% entre 1991 e 2000. Nesse
período, a dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento
de 0,271), seguida por Longevidade e por Renda.

Entre 1991 e 2010


De 1991 a 2010, o IDHM do município passou de 0,519, em 1991, para 0,771, em 2010,
enquanto o IDHM da Unidade Federativa (UF) passou de 0,493 para 0,727. Isso implica em uma
taxa de crescimento de 48,55% para o município e 47% para a UF; e em uma taxa de redução do
hiato de desenvolvimento humano de 47,61% para o município e 53,85% para a UF. No município, a
dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,393),
seguida por Longevidade e por Renda. Na UF, por sua vez, a dimensão cujo índice mais cresceu em
termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,358), seguida por Longevidade e por Renda.

Data Ipatinga Município de maior IDHM no Município de menor IDHM no IDHM IDHM Minas
Brasil Brasil Brasil Gerais
1.991 0,519 0,697 0,120 0,493 0,478
2.000 0,684 0,820 0,208 0,612 0,624
2.010 0,771 0,862 0,418 0,727 0,731

Em 2010 Ipatinga ocupava a 220ª posição entre os 5.565 municípios brasileiros segundo o
IDHM. Nesse ranking, o maior IDHM é 0,862 (São Caetano do Sul) e o menor é 0,418 (Melgaço).

4.5- População
Entre 2000 e 2010 a população de Ipatinga cresceu a uma taxa média anual de 1,20%,
enquanto no Brasil foi de 1,17% no mesmo período. Nesta década, a taxa de urbanização do
município passou de 99,25% para 98,96%. Em 2010 viviam, no município, 239.468 pessoas.
Entre 1991 e 2000, a população do município cresceu a uma taxa média anual de 1,86%. Na
Unidade Federativa (UF), esta taxa foi de 1,43%, enquanto no Brasil foi de 1,63% no mesmo
período. Na década, a taxa de urbanização do município passou de 99,31% para 99,25%.

População Total, por Gênero, Rural/Urbana


População População % do Total População % do Total População % do Total
(1991) (1991) (2000) (2000) (2010) (2010)
População total 180.069 100,00 212.496 100,00 239.468 100,00
População residente 88.435 49,11 104.089 48,98 116.209 48,53
masculina
População residente 91.634 50,89 108.407 51,02 123.259 51,47
feminina
População urbana 178.830 99,31 210.895 99,25 236.968 98,96
População rural 1.239 0,69 1.601 0,75 2.500 1,04

4.6- Estrutura Etária


Entre 2000 e 2010, a razão de dependência no município passou de 45,70% para 38,85% e a
taxa de envelhecimento, de 3,90% para 6,26%. Em 1991 esses dois indicadores eram,
21
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

respectivamente, 62,32% e 2,56%. Já na UF, a razão de dependência passou de 65,43% em 1991,


para 54,94% em 2000 e 45,92% em 2010; enquanto a taxa de envelhecimento passou de 4,83%
para 5,83% e para 7,36%, respectivamente. A razão de dependência corresponde ao percentual da
população de menos de 15 anos e da população de 65 anos ou mais (população dependente) em
relação à população de 15 a 64 anos (população potencialmente ativa). E a taxa de envelhecimento
é a razão entre a população de 65 anos ou mais de idade em relação à população total.

Estrutura Etária da População


Estrutura Etária População % do Total População % do Total População % do Total
(1991) (1991) (2000) (2000) (2010) (2010)
Menos de 15 anos 64.521 35,83 58.373 27,47 52.326 21,85
15 a 64 anos 110.933 61,61 145.827 68,63 172.151 71,89
População de 65 anos 4.615 2,56 8.296 3,90 14.991 6,26
ou mais
Razão de dependência 62,32 - 45,70 - 38,85 -
Taxa de 2,56 - 3,90 - 6,26 -
envelhecimento

4.7- Vulnerabilidade social


Vulnerabilidade Social
Crianças e Jovens 1991 2000 2010
Mortalidade infantil 31,24 22,30 13,22
% de crianças de 0 a 5 anos fora da escola - 76,23 59,00
% de crianças de 6 a 14 fora da escola 10,25 2,80 2,15
% de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam, não trabalham e são vulneráveis, na - 12,19 6,66
população dessa faixa
% de mulheres de 10 a 17 anos que tiveram filhos 0,77 1,63 1,24
Taxa de atividade - 10 a 14 anos - 6,91 3,00
Família
% de mães chefes de família sem fundamental e com filho menor, no total de mães chefes 13,85 12,99 10,52
de família
% de vulneráveis e dependentes de idosos 1,44 1,50 1,40
% de crianças extremamente pobres 13,41 8,83 2,27
Trabalho e Renda
% de vulneráveis à pobreza 53,92 37,46 19,79
% de pessoas de 18 anos ou mais sem fundamental completo e em ocupação informal - 39,91 27,51
Condição de Moradia
% da população em domicílios com banheiro e água encanada 87,44 94,92 98,72

Como foram anteriormente explicitados, diversos setores da economia municipal sofreram


queda nos índices de emprego e tais índices influenciam diretamente a renda da população, o que
também pôde ser verificado nas pesquisas realizadas com as famílias e em dados fornecidos por
diversos órgãos municipais a serem apresentados a seguir neste trabalho, é possível notar que estes
dados já não refletem a realidade do município e ainda, inferir que na próxima apuração a ser
realizada em 2020, pelo IBGE, será possível observar um impacto e consequente redução desses
índices. Na pesquisa de campo abaixo observou-se, pode observar, por exemplo, nas questões
relativas à renda familiar, composição e participação na renda, que muitas famílias estão
sobrevivendo com renda de até 1SM (salário mínimo), através de auxílios do governo (bolsa família)
e participação dos avós na renda familiar (INSS e benefícios).

22
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

5- A Família e suas diversas configurações na atualidade

A família pode ser considerada como um sistema dinâmico, submetido a um processo de


estabelecimento de regras e marcada pela busca de um acordo entre seus membros. Assim, pode-
se pensar que a dinâmica do sistema familiar se caracteriza pela maneira como a família se
movimenta frente às diferentes situações as quais se coloca ou é colocada. Existe uma estrutura
interna inerente ao sistema que permite aos seus membros se comunicarem de acordo com as
regras estabelecidas de maneira implícita ou explícita.
A organização familiar é pautada pelos acordos que permeiam a convivência em diferentes
níveis. Esta organização se estrutura a partir dos subsistemas, os quais configuram a forma como os
membros de uma família se organizam, considerando o tipo de relação e vinculação estabelecida
entre eles. Em meio às diversas transformações sofridas pelo casamento e pela família ao longo da
história, várias configurações familiares convivem na contemporaneidade. Desse modo, a família
tradicional cede lugar a diversas novas configurações familiares que se tornam mais visíveis,
exigindo maior legitimidade e maior aceitação por parte da sociedade.
A família é um sistema aberto e encontra-se em constante transformação devido à troca de
informações que realiza com os sistemas extrafamiliares. As ações de cada um de seus membros
são orientadas de acordo com as características presentes no sistema familiar e podem sofrer
influências e mudar diante das necessidades e das preocupações externas. Complementando a
ideia, desde que haja amor, afeto e relação, estas diferentes composições humanas merecem ser
chamadas de família, tendo o respeito efetivo aos bens e direitos fundamentais de qualquer ser
humano. A família existe e perdura através de transformações profundas, e não há sinais
convincentes de sua extinção num futuro próximo. Homens e mulheres se unem em casamento e da
relação pessoal, que fundamenta a família, nascem os filhos. Assim, apesar das crises, até hoje a
família manifesta grande capacidade de sobrevivência e adaptação, podendo subsistir sob múltiplas
formas.
Entre tantos marcadores da história das transformações da família, encontramos o advento e
a difusão da pílula anticoncepcional feminina. Esse avanço tecnológico contribuiu para produzir a
dissociação entre a vida sexual ativa e a reprodução. Além disso, o maior nível de escolaridade das
mulheres e sua inserção no trabalho, também foram marcos importante da história. A mudança de
lugar das mulheres no espaço doméstico trouxe alguns conflitos, entre eles a complicada engenharia
de conciliação entre os papéis de trabalhadora, esposa e mãe, a reivindicação por maior
comprometimento por parte dos homens com as tarefas domésticas e o cuidado com os filhos.
Quando os conflitos se tornaram intransponíveis, o casal buscou a separação, que, só nos finais da
década de 1970, tornou-se amparado legalmente pela lei do divórcio brasileira. E assim o índice de
divórcios aumentou bem como o número de famílias reconstituídas e de casais que se formam de
modo consensual. Desde a Constituição de 1988, esse modo consensual passou a ser nomeado
como união estável.
As famílias recompostas têm sido cada vez mais frequentes, e essas novas configurações
têm trazido importantes questionamentos sobre o subsistema fraterno e as relações entre pais
separados e seus filhos.

23
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Nas famílias reconstituídas, encontramos a presença de um homem que nem sempre é o pai
biológico de todas as crianças e, algumas vezes, também não é investido de um lugar simbólico de
autoridade frente aos filhos de sua mulher. A nova família não pode mais retroceder ao modelo
hierárquico patriarcal. Parece que, cada vez mais, ela se aproxima do modelo das relações
igualitárias entre gêneros e gerações, no entanto as fronteiras entre esses dois modelos ficaram
abaladas. Dividida entre um ideal imaginário de família nuclear e as várias configurações de família
(famílias monoparentais, famílias reconstituídas, famílias homoparentais), a família contemporânea
sofre um processo contínuo de reinvenção de si mesma, embora persista como o centro de
referência para a delimitação da subjetividade e também como alvo prioritário de cuidado das
políticas públicas.
As transformações sociais que vêm ocorrendo nas últimas décadas trazem, sem dúvida,
consequências relevantes para a estrutura e a dinâmica da família e do casal. Em uma sociedade
onde o valor de referência é derivado do eu, a família é importante na medida em que possibilita a
cada membro, constituir-se como sujeito autônomo. Essa função da família põe em evidência suas
contradições internas, pois ao mesmo tempo em que os laços de dependência são necessários, eles
são negados. Com o aumento das separações, crescem também, em número e em diversidade, as
novas configurações familiares.
Nesse aspecto, a situação nos dias atuais permite uma análise da realidade das famílias. As
circunstâncias indicam que a família não deve ser vista e pensada somente a partir do modelo
nuclear, onde fazem parte somente à mãe, o pai e os filhos. Entretanto, frente às novas demandas,
depara-se com a falta de modelos explicativos do funcionamento da diversidade familiar. A realidade
tem gerado uma demanda crescente de novas alternativas de estabelecimento de regras de
funcionamento familiar e social, que favorecem a estas novas configurações familiares a
continuarem cumprindo com a sua função básica de proteção, cuidado e desenvolvimento dos filhos.
De tal modo, surgem algumas tentativas e propostas de novas definições e formas de relação que
atendem às demandas impostas pela diversidade familiar, que hoje constituem uma das marcas da
contemporaneidade.
A capacidade humana de superar situações difíceis e buscar novamente o equilíbrio
possibilitou o aparecimento de novos arranjos familiares, diferentes do modelo nuclear. O número de
pessoas que volta a investir em uma nova relação conjugal cresceu aceleradamente. O
recasamento, fenômeno que tem sido cada vez mais frequente em nosso contexto, aparece como
uma possibilidade de reconquistar vínculos essenciais de intimidade, afeto e companheirismo. Estas
uniões não só revolucionaram as formas de estar ou ser casado, como também proporcionaram o
aparecimento de novos arranjos familiares. Famílias reconstituídas são cada vez mais frequentes,
como por exemplo, as famílias em que tanto o marido quanto a esposa trazem para a nova união os
filhos de casamentos anteriores. Dessa forma, nem todos os membros da família mosaica são
parentes entre si, mas todos têm um grau de parentesco com a prole resultante da união do casal
reconstituído. A família mosaica é apenas mais um tipo de arranjo familiar e/ou doméstico dentre o
leque de arranjos possíveis em uma sociedade cada vez mais marcada pela pluralidade e por
dinâmicas inovadoras e fora do modelo padrão.

24
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

As mudanças familiares se expressam não somente na composição da mesma, mas também


nos papéis desempenhados pelos seus membros. A família está sofrendo uma crise, porém não
deve ser entendida como um momento que marca um fim, e sim um período de readaptação e
reestruturação de papéis, assim como as diversas crises do ciclo evolutivo vital que atravessa a
família ao longo de sua existência.
Outro exemplo bastante comum nos dias atuais são as avós, as quais experimentam
sentimentos ambivalentes em relação à situação de cuidar dos netos enquanto suas filhas trabalham
fora do lar. Por um lado, sentem-se sobrecarregadas ao se verem na contingência de levar os netos
às diversas atividades desenvolvidas por eles, como o inglês, balé, judô e etc. Tudo isso em uma
idade em que o desejo maior dessas senhoras seria usufruir um pouco de descanso e ausência de
obrigações. Por outro lado, estar perto dos netos também as revigora e lhes dota de uma nova força
interior para a vida. É possível observar ainda arranjos familiares onde os avós assumem o papel de
provedores em função de desemprego ou baixa renda dos responsáveis pelas crianças, que também
se tornam ―dependentes‖ do idoso.
Outra nova demanda de parentalidade são os casais homossexuais. No início dos anos 90
passou-se a entender como fundamental o movimento de homens e mulheres estarem assumindo
para si publicamente a linguagem do afeto e da preocupação sentimental em suas parcerias com
outras do mesmo sexo. Tal situação possibilita estabelecer relações conjugais estáveis e fazer
escolhas amorosas que valorizam atributos como companheirismo, integridade e carinho. Os casais
homossexuais conquistaram recentemente direitos legais de normatizarem suas relações e
continuam em suas buscas incessantes para serem aceitos seus direitos e minimizarem os impactos
negativos do preconceito e da discriminação. Hoje, essas famílias homoafetivas continuam suas
lutas pela igualdade de direitos, o que tem refletido sobre a história da homossexualidade e da
família. Pensando na diversidade da configuração familiar, ainda pode-se pensar em família
monoparental, ou seja, famílias cujos lares são compostos por genitor solteiro, viúvo, separado ou
divorciado e seus filhos.
Apesar de saber que alguns homens tendem a buscar efetivar sua função paterna, ainda
predomina na sociedade a ideia de que a criança ou o adolescente permanece melhor com a mãe, o
que significa dizer que a maioria das famílias monoparentais consecutivas ao divórcio ou separação
judicial são formadas por ―mulheres chefes de família‖. Contudo, essa realidade vem se
transformando ao longo dos anos e já podemos observar um crescimento no número de homens que
exercem o papel de cuidadores dos filhos.
E assim, a coexistência de diferentes arranjos familiares num mesmo contexto tem
modificado, paulatinamente, o conceito de família e provocado um processo de assimilação e
construção de novos valores. Apesar do incremento da complexidade das relações familiares, o
processo de reestruturação da família não será necessariamente desencadeador de conflitos. A
plasticidade das relações no núcleo familiar pode gerar uma infinidade de recursos promotores de
saúde.
Desse modo, as dificuldades de funcionamento familiar não estão, necessariamente,
associadas à sua composição, mas sim às relações que se estabelecem entre os seus membros.
Sendo assim, a competência ou saúde da família independe desta ser fruto de um primeiro
25
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

casamento, de um recasamento, de uma adoção, de uma relação homoafetiva ou outra forma de


composição familiar e sim, de fatores como o desempenho de papéis específicos, o modo de se
relacionar e a delimitação do papel de autoridade nas figuras parentais, que se tornam fundamentais
para um funcionamento familiar saudável e bem-estar de seus membros.

5.1- Secretaria de Estado de Segurança Pública divulga dados sobre a violência


contra a mulher

Cerca de 45% das vítimas de violência doméstica e familiar contra a mulher em Minas Gerais
têm a cor parda e 15% são negras. Brancas representam 33%. A maior incidência ocorre entre as
mulheres que têm ensino fundamental incompleto (23%), as que são apenas alfabetizadas (21%), as
com ensino fundamental completo (9%) e as com ensino médio incompleto (9%).

A violência atinge principalmente mulheres na faixa etária de 25 a 34 anos (30%), e de 35 a 44 anos


(23%). Vítimas de 18 a 24 anos de idade são 20% do total.

Os agressores são majoritariamente cônjuges/companheiros (40%) e ex-cônjuges/ ex-companheiros


(30%). Em seguida vêm filhos/enteados (9%), irmão (8%), pais/responsável legal (7%) e namorado
(a)s (6%).

26
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

O perfil das vítimas e o tipo de relacionamento com o agressor praticamente não se alteraram entre
2013 e 2015.
O número de vítimas de assassinatos em Minas Gerais se manteve praticamente estável na
comparação entre os primeiros semestres de 2013, 2014 e de 2015 (288, 284 e 283). Também no
Estado, nos primeiros seis meses de 2015, frente ao mesmo intervalo de 2014, houve leve queda na
taxa de homicídios de mulheres no ambiente doméstico e familiar por 100 mil habitantes (1,35 contra
1,36). No primeiro semestre de 2013, a taxa foi de 1,39.
Já a soma dos registros que englobam várias modalidades de violência tipificadas na Lei Maria da
Penha teve alta de 3,4% em 2015 em relação ao mesmo período de 2014, embora tenha sido
levemente menor do que a do primeiro semestre de 2013.
No ambiente doméstico e familiar, o tipo criminal contra a mulher que prevalece no estado é a
violência física, que reúne lesão corporal, homicídio e vias de fato/ agressão, respondendo por 46%
dos casos. Em seguida, aparece a violência psicológica, que representa mais de 40% dos registros.
Estão enquadrados nessa categoria, segundo a Lei Maria da Penha, abandono material, atrito
verbal, constrangimento ilegal, maus tratos, perturbação do trabalho ou do sossego alheio, sequestro
e cárcere privado e violação de domicílio.

As demais naturezas têm baixa representatividade sobre o total. Por exemplo, a violência sexual,
que compreende assédio, estupro, estupro de vulnerável, importunação ofensiva ao pudor e outras
infrações contra a dignidade sexual da família têm uma participação de 1% nos registros de violência
familiar e doméstica contra a mulher.
Essas participações praticamente se repetiram nos primeiros semestres de 2013, 2014 e de 2015.
Foram, respectivamente, para violência física, 46%, 47% e 47%; violência doméstica, 40%, 42% e
43%, e violência sexual, 1%, 1% e 1%.
Em números absolutos, a Região Integrada de Segurança Pública 1 (Risp1), formada
exclusivamente pelo município de Belo Horizonte, lidera a violência doméstica e familiar contra a

27
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

mulher em Minas Gerais. A capital respondeu por 13% dos registros em 2013, 12% em 2014 e
novamente 12% no primeiro semestre de 2015.

A Risp2, sediada em Contagem, apresentou uma queda na participação, de 10% dos registros em
2013 para 9% em 2014 e 8% no primeiro semestre de 2015. Já a Risp4, cujo núcleo é Juiz de Fora,
manteve a representatividade de 9% nos três períodos. Já a Risp12, com sede em Ipatinga, teve
aumento na participação sobre o total de registros no Estado: 6% em 2013, 7% em 2014 e
aproximadamente 8% no primeiro semestre de 2015.
Quando é observada a proporcionalidade em relação à população, a ordem das Risps por incidência
de violência doméstica e familiar contra a mulher se altera consideravelmente. No primeiro semestre
de 2015, por exemplo, as maiores taxas por 100 mil habitantes foram registradas nas Risps sediadas
em Uberaba (397,02), em Patos de Minas (370,97), em Vespasiano (341,52), em Curvelo (336,54) e
em Governador Valadares (334,1). A taxa da Risp1 (BH) foi de 291,61, da Risp2 (Contagem), de
258,86, da Risp4 (Juiz de Fora), de 332,47, e da Risp12 (Ipatinga), de 270,59.
Graças ao cálculo de uma média geral de registros de violência doméstica e familiar contra a
mulher, é possível consultar no diagnóstico para cada um dos 853 municípios se a incidência está
acima, dentro ou abaixo da média do estado nos anos completos de 2013 e de 2014 e nos primeiros
semestres de 2013, 2014 e de 2015.
Até o primeiro semestre de 2012, foram feitos 47.555 registros de atendimento na Central de
Atendimento à Mulher. Durante todo o ano de 2011, foram 74.984 registros, bem inferior aos 108.491
de 2010. O tipo de registro que aparece em maior número é para relatar violência física contra a
mulher que pode variar de lesão corporal leve, grave ou gravíssima, tentativa de homicídio e
homicídio consumado. Foram 63.838 em 2010, 45.953 em 2011 e 26.939 até julho de 2012.
Casos de violência sexual como estupro, exploração sexual e assédio no trabalho aparecem em 5º
lugar com 2.318 casos em 2010, 1.298 em 2011 e 915 este ano.

28
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Violência contra a Mulher

Número Total de notificações de violência contra mulheres na faixa etária de 18 a 59 anos, por 10 mil
mulheres nessa faixa etária.
Fórmula: Número Total de notificações de violência contra mulheres na faixa etária de 18 a 59
anos ÷ População de mulheres na faixa etária de 18 a 59 anos × 10000
Série Histórica de Ipatinga

Período Número Total de notificações de violência contra População de mulheres na faixa Valor da
mulheres na faixa etária de 18 a 59 anos etária de 18 a 59 anos Fórmula
2010 9 79.075 1,1382
2011 23 79.823 2,8814
2012 20 80.484 2,485
2013 85 83.639 10,1627
2014 273 84.350 32,3651
2015 318 66.343 47,9327

A tendência é um gradativo aumento do número de casos notificados devido à crescente


sensibilidade dos profissionais para a identificação dos casos de violência, assim como as
campanhas de conscientização em torno do tema.
A violência contra a mulher constitui uma triste realidade com impactos diretos nas famílias,
uma vez que, como os dados mostram, a maior parte dos delitos são cometidos por companheiros
da vítima. Nesse sentido, entendeu-se neste trabalho que tal realidade reflete diretamente no
ambiente e nas condições físicas e psicológicas das crianças e adolescentes diretamente ligadas às
mulheres agredidas. Muitos destes menores são provenientes de estupro, outros são expectadores
ou até sofrem agressão em conjunto com as mães. Dessa forma, observou-se a necessidade de
estender o olhar para além da mulher vítima de violência, ou ainda do autor da agressão, alcançando
também as crianças e adolescentes envolvidas, a fim de se resguardar os direitos dos mesmos à
inviolabilidade da sua integridade física, psíquica e moral conforme prevê o ECA (Cap. 2, Art.17).

29
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

6- Pesquisa de campo

Para a realização da pesquisa de campo foram selecionados 16 estagiários dos cursos de


psicologia e serviço social das Faculdades Única, Pitágoras, Unileste e Unopar. Os estagiários
receberam capacitação para tornarem-se aptos à tarefa de entrevistadores.
Foram entrevistadas 2.438 (duas mil e quatrocentas e trinta e oito) famílias, selecionadas
aleatoriamente nos domicílios ou Unidades de Saúde, tendo sido distribuído o percentual de
questionários em cada regional de acordo com o percentual de crianças e adolescentes residentes
por bairro em relação ao número de crianças do município, respeitando os critérios de
proporcionalidade. A distribuição percentual dos questionários aplicados por bairro é apresentada no
Quadro 1 - População de crianças por bairro. As pesquisas foram realizadas no período de 1º de
outubro de 2016 a 31 de janeiro de 2017, entre 07h e 18h.
Em todos os questionários foram registrados fielmente o que o entrevistado respondeu, sem
interferência do entrevistador. Deste número de famílias, foi entrevistado um total de 4.267 (quatro
mil duzentas e sessenta e sete) crianças e adolescentes cujos registros também não tiveram
interferência do entrevistador, sendo que os adolescentes maiores de 12 anos responderam por si
sós/mesmos.
Para maior esclarecimento e brevidade das informações, serão tratados neste relatório
valores percentuais, e não os valores reais tabulados neste trabalho, uma vez que os valores totais
já foram informados previamente.

6.1- Pesquisas de campo realizada com os pais e responsáveis pelas crianças e


adolescentes do município
As perguntas deste questionário foram elaboradas a fim de traçar o perfil das famílias
residentes no município com crianças e adolescentes com idade entre 0 e 17 anos. Os questionários
foram contemplados com 103 questões que eram relacionadas ao perfil de moradia, perfil
socioeconômico e cultural da família, grau de parentesco e relação entre os residentes na casa,
conhecimento dos responsáveis em relação aos serviços públicos a que têm direito, saúde e
mortalidade infantil, uso de eletrônicos e a navegação na internet pelas crianças e adolescentes,
bem como o envolvimento dos responsáveis na segurança das informações acessadas pelos
menores, formas de disciplina e cuidados, além de informação sobre drogas, sexualidade e gravidez.

Perfil de moradia do entrevistado


Quando questionados em que tipo de imóvel a família residia, 80% responderam que residiam
em casa, 20% restantes declararam residir em apartamentos, cômodos, quitinetes e barracos.

Ocupação do imóvel
A respeito do regime de ocupação do imóvel, 50% declararam residir em casa própria, 31%
alugada e 10% moram em imóvel cedido.
Ao serem questionados sobre o tipo de construção, 99% declararam residir em imóvel de
alvenaria/tijolo e 1% restante se dividiu entre as respostas madeira/taco, taipa e pau-a-pique. Sobre
a fonte de abastecimento de água, 93% declararam receber a água da Copasa e os outros 7% de
poços e cisternas. Ao serem arguidos sobre qual tratamento é dado à água de beber, 89%

30
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

declararam usar filtro, os demais 3% usam fervura ou cloração e os 8% declararam consumir água
sem nenhum tratamento adicional.

Coleta de lixo, esgoto e segurança pública


A coleta pública do lixo é o destino dado por 99% das famílias e este mesmo número declarou
utilizar a rede de esgoto da Copasa. Quando perguntados sobre a segurança pública em seu bairro,
36% declararam considerar ruim ou péssimo, 41% regular e apenas 24% declararam ser ótima ou
boa.

Perfil familiar
Quanto ao número de pessoas residentes no domicílio, 82% das famílias tem entre 3 e 5
moradores e 12% possuem famílias entre 6 e 9 pessoas.
A constituição familiar é formada por pai, mãe e filhos em 61% dos casos e mãe e filhos em
12%. Nas demais definições pode-se perceber pai e filhos (1%); mãe, padrasto e filhos (3%); pai,
mãe, filhos ou avós e tios em 4% dos entrevistados. Outro modelo familiar que não foi especificado
correspondeu a 19% das respostas, sendo que a presença de pelo menos um dos avós corresponde
a mais de 60% das configurações familiares apresentadas.

Constituição familiar

Pai, mãe e filho(s)


4% 19%
Pai e filho(s)
3%
Mãe e filho(s)
12% 61%
Mãe, Padrasto e filho(s)
Pai, mãe, filho(s) e avós, tios
1% Outro

Quem contribui para a renda familiar?


Somente o Pai/Padrasto Somente a Mãe/Madrasta
Somente os Filhos Mãe/Madrasta e Pai/Padrasto
Mãe, Pai e Filho(s) Pais e Avós
Avós Tia/o(s)
Outro
7% 1% 8%
3%
1%
38%
25%
16%

1%

Perfil socioeconômico e educacional das famílias


Em 37% dos casos, os entrevistados declararam ter renda familiar de até um salário mínimo
(SM). Este mesmo percentual declarou ter renda familiar de um até dois SM, 16% declararam ter
renda de dois a três SM e 10% entre três e dez SM.

31
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Em relação à contribuição para renda familiar, 38% das famílias é somente o pai ou padrasto
o provedor, sendo 16% somente a mãe ou madrasta. Já em 25% das famílias a mãe em conjunto
com o pai contribuem para a renda e em 12% dos casos, além dos pais, participam também da
renda familiar os filhos e os avós. Em aproximadamente 10% das famílias entrevistadas os avós são
os principais responsáveis pela renda familiar, sendo que em 7% delas estes são os únicos que
possuem rendimentos.

Religião
Quanto às questões religiosas, 35% dos entrevistados se declararam católicos, 60%
protestantes, 1% espírita e 3% se declararam ateus ou sem religião.

Bens de Consumo
Na tabela a seguir estão destacados alguns campos relacionados aos bens de consumo da
população. É possível perceber que mais da metade da população não possui carro ou moto, e que
59% possuem pelo menos uma bicicleta em casa. A maioria das casas possuem os
eletrodomésticos básicos como fogão, geladeira, máquina de lavar, tanquinho, fogão a gás e
ventilador. Em mais da metade das casas há internet banda larga (56%), 96% das famílias possuem
aparelho celular e 44% da população utiliza internet no aparelho. Em 11% das famílias há pelo
menos uma criança com celular e o número aumenta para 27% quando se trata dos adolescentes.

Bens de consumo 0 (zero) 1 2 3 Mais de 3


Carro 58% 39% 3% 0% 0%
Moto 80% 19% 0% 0% 0%
Bicicleta 42% 40% 14% 4% 1%
Máquina de lavar 34% 65% 1% 0% 0%
Tanquinho 25% 74% 0% 0% 0%
Geladeira 2% 96% 2% 0% 0%
Lava louças 99% 1% 0% 0% 0%
Microondas 52% 48% 0% 0% 0%
Fogão a gás 2% 97% 1% 0% 0%
DVD 44% 54% 2% 0% 0%
TV 3% 78% 16% 3% 1%
Antena parabólica/ TV a cabo 27% 71% 2% 0% 0%
Internet Banda larga 43% 56% 0% 0% 0%
Internet no celular 40% 44% 9% 5% 2%
Computador 65% 34% 1% 0% 0%
Notebook 68% 30% 2% 0% 0%
Tablet 77% 21% 2% 0% 0%
Som 61% 38% 0% 0% 0%
Telefone fixo 68% 30% 2% 0% 0%
Telefone celular 4% 16% 42% 24% 13%
Telefone celular com criança – até 12 anos incompletos 89% 10% 1% 0% 0%
Telefone celular com adolescente – a partir de 12 até 18 anos incompletos 73% 23% 4% 0% 0%
Ventilador 9% 41% 31% 13% 5%
Ar condicionado 88% 9% 1% 1% 0%

Escolaridade dos pais ou responsáveis


Ao serem questionados quanto ao grau de escolaridade dos pais ou responsáveis, pôde-se
perceber que o índice de analfabetismo é de 2% entre os entrevistados. Percebeu-se também que
entre os responsáveis legais o maior nível de escolaridade é o das mães que em 31% dos casos

32
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

possuem o ensino médio completo, seguido de 24% com ensino fundamental incompleto. A
escolaridade dos pais em 22% dos casos é de ensino médio completo. Com relação ao ensino
superior incompleto, nota-se que a mãe corresponde a 5% e o pai a 2% dos entrevistados, enquanto
o ensino superior completo mãe e pai correspondem a 7% e 4%, respectivamente.

Trabalho e emprego
Quando perguntados a respeito de trabalho/emprego, foi verificado que 18% das mães e 30%
dos pais entrevistados possuem carteira assinada, sendo que 20% das mães declararam ser donas
de casa e o número de desempregados entre mães e pais é de 17% e 9%, respectivamente.
Foram observadas algumas particularidades dos responsáveis com o envolvimento com a
criminalidade e uso de drogas. Ao serem perguntados se algum dos responsáveis já cumpriu pena,
5% dos entrevistados responderam que sim, sendo que em 69% dos casos o responsável em
questão era pai/padrasto, 11% tratava-se da mãe/madrasta e 13% era referente a outro responsável
não identificado. Destes, 50% cumpriram pena em regime fechado e 34% em regime aberto ou
semiaberto. Houve também incidência de cumprimento de pena alternativa com o pagamento de
cestas básicas.

Doenças
Quando questionados se algum dos responsáveis possuíam certos tipos de patologia, 5%
responderam que tinham depressão, e dentre estes também foi citado esquizofrenia e transtornos de
ansiedade associados à depressão. Em 3% dos casos os responsáveis responderam possuir
esquizofrenia, transtornos de ansiedade e outros transtornos mentais, enquanto 18% responderam
possuir câncer, doenças cardíacas e outras patologias como: problemas respiratórios, alergias,
hipertensão, colesterol alto, diabetes e problemas de coluna.

Drogas
Sobre o uso de drogas, ao serem perguntados se algum dos adultos faz uso de alguma
substância como álcool, cigarro, maconha, crack e LSD, 74% responderam que não, mas 10% e
11% fazem uso de álcool e cigarro respectivamente. Nos casos em que foi declarado o uso de
maconha, o uso de álcool e cigarro estavam associados. Quanto à quantidade de pessoas na família
que fazem uso das substâncias citadas, 72% responderam que apenas uma pessoa da família faz o
uso e 24% responderam que entre duas e três pessoas usam drogas. O início do uso da substância
se dá na maioria das vezes na própria residência (27%) ou em festas (22%). Apenas 1% dos
entrevistados declarou haver algum usuário em tratamento contra a dependência química.

Eletrônicos e Internet
A pesquisa buscou identificar e quantificar o uso de eletrônicos e a navegação na internet
pelas crianças e adolescentes, bem como o envolvimento dos responsáveis na segurança das
informações acessada pelos menores. Quando perguntados sobre o acesso à internet por crianças e
adolescentes, 64% dos entrevistados responderam que elas acessam as redes sociais.
Quanto ao conteúdo acessado, 65% afirmaram navegar somente em sites de entretenimento,
jogos e redes sociais. Além destes acessos, 30% dos entrevistados afirmaram também fazer
pesquisas escolares e 5% informaram acessar outro tipo de conteúdo que não foi especificado. Do

33
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

período de navegação, 60% dos entrevistados afirmaram que acessam a internet todos os dias, 27%
acessam entre duas a seis vezes por semana e 11% ao menos uma vez por semana.
Sobre o tempo em que as crianças e os adolescentes ficam conectados à internet, 36%
afirmaram ficar até três horas por dia, 15% até cinco horas e 7% ficam mais de cinco horas por dia
conectados. Em comparação ao uso de eletrônicos, 51% afirmaram ficar até três horas por dia, 23%
até cinco horas e 9% ficam mais de cinco horas por dia usando equipamentos eletrônicos. Dos
entrevistados, 67% afirmaram que verificam os acessos das crianças e dos adolescentes. Destes,
54% dos entrevistados verificam todos os acessos, 27% verificam uma vez por semana, 21%
verificam aleatoriamente ou uma vez por semana e 5% afirmaram nunca verificar o acesso das
crianças e adolescentes.
Quando perguntados aos responsáveis se os adolescentes acessam salas de bate papo ou
conversam com pessoas desconhecidas na internet, 6% confirmaram que sim, 93% responderam
que não e 10% não sabem.

Período de permanência com pais ou responsáveis


Quando questionado aos pais ou responsáveis quantas horas do dia as crianças e
adolescentes ficam sozinhas em casa, foi respondido que 84% destes não ficam sozinhos, 12%
ficam sozinhos por até três horas e 4% mais de três horas.
Em relação às horas do dia que as crianças e adolescentes passam efetivamente com o
pai/padrasto, foi respondido que 14% destes não passam nenhuma ou até no máximo uma hora por
dia com ele, 17% ficam por até três horas, 23% de três a cinco horas e 32% mais de cinco horas.
Quanto às horas do dia que as crianças e adolescentes passam efetivamente com a
mãe/madrasta, foi respondido que apenas em 7% destes não passam nenhuma ou até no máximo
três horas com ela, 15% de três a cinco horas e 75% mais de cinco horas.
Ao serem perguntados sobre quantas horas do dia as crianças ou adolescentes passam
efetivamente com outro responsável, foi respondido que em 22% dos casos estes não ficam
nenhuma hora, em 23% ficam mais de cinco horas e 18% ficam de uma até três horas.

Cuidados e disciplina
Aos pais ou responsáveis quando perguntados sobre como é realizada a educação/disciplina
da criança ou adolescente na residência, 63% declararam diálogo/correção verbal, 23% disseram
que dão castigo e 10% punem fisicamente enquanto 3% dos entrevistados declararam não aplicar
nenhum tipo de educação/disciplina aos filhos.
A pesquisa apontou que 27% de crianças e adolescente são filhos de pais separados. A
frequência do contato deles com o genitor que reside em outra casa é de visita livre ou guarda
compartilhada em 53% dos casos, 12% encontram os pais aos finais de semana, 8% encontram uma
ou duas vezes por mês e 27% não possuem nenhum contato ou nunca conheceram seu genitor.

34
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Sexualidade/gravidez e drogas
Na pesquisa foram realizados questionamentos a respeito de sexualidade e gravidez, o uso
de drogas e acesso à informação a respeito destes assuntos.
Quando perguntados aos pais ou responsáveis se conversam abertamente sobre
sexualidade, drogas e violência com os filhos, os entrevistados responderam conforme demonstrado
na tabela abaixo:

Sim Não
Sexualidade 58% 42%
Drogas 72% 27%
Violência 75% 25%

Quando questionado aos entrevistados se eles conheciam casos de gravidez com crianças ou
adolescentes, 9% dos entrevistados responderam que sim. Destes, 17% disseram que a criança ou
adolescente tinha entre oito e doze anos quando ficou grávida, 12% tinham entre treze e quatorze
anos, 42% tinham entre quinze e dezesseis e 29% com dezessete anos de idade.

Gravidez precoce

17%
29%
12% De 08 a 12
De 13 a 14
De 15 a 16
42% 17 anos

Foram elaboradas questões para saber se o entrevistado conhecia crianças ou adolescente


em sua rua ou próximo de sua residência que têm problemas com uso de drogas, sofreram aborto
induzido e que sofreram/sofrem algum tipo de violência sexual. Como pode ser observado no gráfico
a seguir, o maior problema que o responsável tem conhecimento é relacionado ao uso de drogas. E
apenas um pequeno percentual, entre 3% e 4% não sabem a respeito desses questionamentos.

35
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

3%
Sofrem algum tipo de violência 91%
sexual
4%

4% Não sabe
Sofreram aborto induzido 93% Não
3%
Sim

3%
Têm problemas com drogas 49%
48%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Programas e Serviços Públicos


Em parte do questionário havia questões relacionadas ao acesso a serviços públicos que
poderiam ser utilizados pelos entrevistados ou seus familiares. O gráfico a seguir demonstra a
proporção das respostas, sendo que o programa bolsa família é o que teve maior número de
respostas positivas. Todos os demais programas apresentados a minoria da população utiliza.

Programas e Serviços públicos


utilizados
120% 97% 98% 98%
95% 96%
100%
80% 63%
60%
37%
40%
20% 3% 1% 5% 2% 4% Sim
0%
Não

Saúde
Em relação aos atendimentos realizados por uma Unidade Básica de Saúde (UBS), 85% dos
entrevistados responderam que utilizam os serviços da rede pública de saúde.

A mortalidade infantil
Em relação à mortalidade infantil, 9% dos entrevistados disseram ter ocorrido morte de
crianças ou adolescentes na família. Destes, 29% ocorreram nos últimos três anos e em 29% dos
casos ocorreram entre os três e dez últimos anos. A causa da morte foi natural em 50% dos casos,
em 16% as causas foram acidentes de trânsito ou doméstico, 11% foram homicídios e acidentes
com armas de fogo e 27% das mortes foram em consequências de doenças como meningite,
infecções e outros motivos não informados.

Investimentos
36
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

A respeito da ampliação dos investimentos em programas de prevenção, proteção e


tratamento contra violência doméstica, maus tratos, violência sexual de crianças e adolescentes ou
da intensificação de campanhas de informação e sensibilização sobre drogas e sexualidade e na
sequência a ampliação de oportunidades de esporte, lazer e cultura para crianças e adolescentes, a
resposta de 98% dos entrevistados foi de que há necessidade de investimentos nas ações, a fim de
potencializar a política de atendimento às crianças e adolescentes no município.
Sobre como está a situação da criança e do adolescente no município, a grande maioria
considerou de regular a péssima (90% no total).

Poder Público
Quando perguntados sobre como anda a ―Atuação do Poder Público Municipal no
enfrentamento dos problemas relacionados às crianças ou adolescentes‖ também se percebe um
número elevado (92%) de respostas, considerando a atuação regular a péssimo.

Atuação do Poder Público


Municipal no enfrentamento dos
problemas
1%

6%
Ótima
32%
Boa
35% Regular
Ruim
Péssima
26%

Ao serem questionados se conheciam o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o


Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) ou o Conselho Tutelar (CT),
pôde-se perceber que o ECA e o CT são de conhecimento da maioria da população enquanto o
CMDCA ainda é desconhecido. Dos entrevistados,19% já acessaram o CT pelo menos uma vez,
como demonstrado no gráfico.

37
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Conhecem o SGDCA

100% 12%
36%
80%
63%
60% Não
87% Sim
40% 64%

20% 36%

0%
ECA CMDCA Conselho Tutelar

Aprendiz
Em relação ao trabalho como aprendiz, 71% dos entrevistados responderam que sabiam que
o jovem poderia trabalhar legalmente como aprendiz, 18% responderam que sabiam que poderiam
trabalhar em qualquer função com carteira assinada e 10% responderam que não sabiam que o
jovem poderia trabalhar legalmente.
Ao serem questionados sobre o que consideram importante no trabalho do aprendiz, 70% dos
entrevistados consideraram a ajuda financeira dada à família, a independência financeira do jovem e
sua experiência profissional. A facilidade de ingressar no mercado de trabalho correspondeu a 46%
das respostas e em 2% dos casos foram apontados outros fatores importantes como: adquirir
responsabilidade, maturidade e ocupação do tempo, além da retirada de jovens das ruas e a
valorização da convivência social.

6.2- Pesquisa de campo realizada com crianças, adolescentes e suas famílias


As perguntas deste questionário foram elaboradas a fim de traçar o perfil de crianças e
adolescentes residentes no município. Todo o cuidado foi tomado para não causar constrangimentos
e omissões de dados relacionados à violência e abusos sexuais que são alvos da pesquisa.
Os questionários foram contemplados com 54 questões relacionadas ao perfil das crianças e
adolescentes bem como seus acessos à educação, esporte, cultura, lazer e saúde, além de
perguntas associadas ao trabalho infantil, aprendiz, bullying, drogas, sexualidade e gravidez. O
adolescente a partir dos 12 anos de idade pôde responder às perguntas, sendo permitido as
respostas por parte dele ou do responsável entrevistado.

Identificação
A pesquisa realizou a identificação das crianças e adolescentes no município, destacando a
faixa etária, cor e sexo, dentre outros fatores considerados importantes. Desta forma, dos 4.267
entrevistados, sem ocorrer intencionalmente, foram entrevistados 50% de crianças e adolescentes
de cada sexo. Na data da entrevista, 22% tinham até três anos de idade, 22% tinham entre quatro e
sete anos, 24% estavam na faixa etária de oito a onze anos, 22% entre doze e quinze anos e 10%
tinham de dezesseis a 18 anos incompletos.
Como pode ser identificado na pesquisa, a grande maioria dos entrevistados (ou
responsáveis) se declarou na cor parda.

38
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Relação familiar
Quando perguntados sobre a relação familiar, 92% declararam ser filhos legítimos, 2% filhos
adotivos ou enteados e 5% declararam pertencer a outra colocação familiar não especificado.
Quanto à naturalidade, 85% dos entrevistados são de Ipatinga, 7% são de cidades da RMVA e 7%
são naturais de outros municípios de Minas Gerais e Brasil.

Altura e Peso
Foram inseridas questões para saber altura e peso das crianças e adolescentes, a fim de
determinar suas taxas de obesidade e/ou baixo peso. Porém, estas questões não puderam ser
analisadas porque os responsáveis e os adolescentes não souberam dar essas informações.

Educação, cultura, esporte e lazer


Quanto à educação, cultura, esporte, lazer e convivência, ressalta-se que em relação ao nível
de ensino, 14% dos entrevistados estavam frequentando a educação infantil, 57% estavam no
ensino fundamental e 8% no ensino médio, sendo que 21% dos entrevistados declararam não
frequentar a escola. Para estes entrevistados, perguntou-se em qual nível de ensino haviam parado
e 8% declararam ter parado antes do 4º ano do ensino fundamental e 12% estudaram até o 9º ano
do ensino fundamental. Dos entrevistados que não frequentam a escola, 4% disseram que é por
motivo de trabalho, gravidez/filho ou porque não gostam de estudar.
Quanto à distância de casa até a escola, 63% dos alunos disseram que moram até 3 Km de
distância da escola e 15% estudam a mais de três quilômetros de casa. O meio de transporte usado
para ir à escola é a bicicleta em 5% dos casos, carro ou moto em 6%, van escolar ou ônibus público
em 18% dos casos, sendo que 49% dos entrevistados declararam ir apenas de ônibus.
A principal atividade de lazer em 75% dos casos é brincar, assistir TV, celular/tablet e acessar
a internet. Quando perguntados sobre a prática de esportes, 14% dos entrevistados declararam que
jogam futebol ou fazem natação, 5% declararam fazer esportes como ginástica, vôlei, basquete,
capoeira e artes marciais, enquanto 80% dos entrevistados não praticam nenhum esporte. Quanto à
prática de atividades culturais, 8% responderam que gostam de música, teatro e dança e 91% não
têm prática cultural. Em 52% dos casos o entrevistado afirmou participar de algum grupo ou
comunidade religiosa enquanto 47% não participam.

Trabalho
Apenas 6% dos jovens entrevistados declararam que trabalham. Destes, 15% trabalham com
carteira assinada e na condição de aprendiz. O restante (63%) declarou trabalhar em casa (serviços
domésticos) e/ou cuida dos irmãos (mais de 4 horas/dia), 6% trabalham em serviços domésticos fora
de casa, 2% trabalham com serviços na rua (vendem picolé, bala,..), 10% trabalham na indústria ou
comércio e 6% dos entrevistados responderam trabalhar em outro local que não foi especificado.
Quando perguntados sobre ―com quem ficam quando estão fora da escola ou de atividades
culturais e desportivas‖, 57% responderam que ficam com a mãe/madrasta, 18% com os pais ou
responsáveis legais, 12% com os avós e 9% ficam com o pai/padrasto, irmão(s), empregados
domésticos, vizinhos ou amigos. Na pesquisa, 85% declararam ficar na casa dos pais ou
responsáveis legais.

Comportamento
39
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Menos de 1% dos entrevistados declarou que cumpre medida socioeducativa decorrente de


ato infracional, sendo que as medidas socioeducativas aplicadas são advertência ou obrigação de
reparar o dano.
Em 6% dos casos os adolescentes declararam ter ocorrido mudanças drásticas do
comportamento recentemente. Os motivos para tais mudanças foram devido à separação dos pais
ou à mudança de escola/domicílio. Outros motivos citados de maneira redundante são: abandono,
abuso sexual, ciúmes de irmão mais novo, violência policial ou porque se tornou agressivo/violento
após a prisão de um dos pais ou responsável.

Saúde
Dos entrevistados, 71% declararam que não possuem plano de saúde, mas 17% possuem
USISAÚDE e 5% UNIMED, sendo que 6% dos entrevistados declararam possuir outro plano de
saúde. Entre os planos de saúde citados os que mais se repetiram foram: Associação dos
Aposentados de Ipatinga (AAPI), Bradesco Saúde, Brasil Med, Cartão de Todos, Cenibra, Clínica de
Todos, Convaço, Convênio Sankyu, Correios, IPSEMG, Mais Saúde, PróMed e Vitales.
Na gestação de 98% dos entrevistados, a mãe fez pré-natal e este mesmo número afirmou
estar com a vacinação em dia, sendo que 76% têm o hábito de ir regularmente ao médico. Destes,
17% vão mensalmente, 32% semestralmente, 29% anualmente e 3% a cada dois anos ou mais.
Quanto à frequência ao dentista, 55% declararam ir regularmente, 31% anualmente, 18%
semestralmente e 6% declararam ir mais de duas vezes ao ano. Na maioria dos casos, trata-se de
adolescentes que usam aparelho ortodôntico e vão mensalmente para manutenção do mesmo.
Sobre as doenças, 12% declararam ter alergia, 6% bronquite, asma ou diabetes e 77%
declararam não possuir doença alguma. No último ano 6% dos entrevistados declararam haver
contraído o vírus da dengue, 3% o zika vírus e 1% chikungunya.
Dos adolescentes entrevistados, 9% declararam fazer uso contínuo de medicação. Destes,
53% responderam que conseguem a medicação pela rede pública, 42% compram o medicamento e
5% declararam que adquirem através da rede pública e privada.
Somente 2% dos entrevistados são portadores de necessidades especiais, sendo as mais
citadas a mudez, transtornos mentais e deficiências físicas. Outras necessidades especiais também
foram mencionadas pelos entrevistados (nesse caso foram os responsáveis que responderam), e
entre elas estão: autismo e déficit de atenção.
Quando perguntados se já sofreram algum acidente grave, 12% de todos os entrevistados
responderam que já sofreram acidente de trânsito, acidente doméstico com eletricidade, acidente
doméstico com fogo, queda/tombo, acidente doméstico com substâncias químicas, acidente com
animais e afogamento. Destes, a maioria (61%) alegou ter sofrido queda/tombo, 23% sofreram
acidente de trânsito e um menor número (8%) sofreu acidente doméstico com fogo, enquanto 11%
dos entrevistados que já tiveram algum acidente relataram ter ficado com sequelas.

Bullying, sexualidade, gravidez e aprendizagem


Quando questionado se a criança ou adolescente sofre bullying em algum local ou por
alguém, 10% dos entrevistados declararam sofrer bullying, destes, 82% sofrem bullying na escola,
7% na família ou em outro local não especificado. Os principais autores que praticam o bullying são

40
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

colegas de sala (76%), outros 6% responderam professor, algum familiar ou colega próximo como
autor e 3% responderam outro autor não especificado. O tipo de bullying sofrido pelos adolescentes
é verbal em 75% dos casos, físico ou intimidação em 13%.
Em relação às situações de abuso sexual, 99% dos entrevistados responderam que não
sofreram abuso, mas menos de 1% relatou sofrer exibicionismo sexual e não foi indicado o autor dos
abusos. Dessa forma, não há indicadores para denúncia deste abuso.
Sobre a idade em que se deu a iniciação sexual, 98% responderam que esta pergunta não se
aplica, mas 2% iniciaram a partir dos onze anos, sendo 1% entre 15 e 16 anos. Um total de 13
adolescentes (menos de 1%) responderam que têm filhos sendo que, quatro delas engravidaram
com 10 anos, duas aos 14, quatro aos 15, duas com 16 e uma com 17anos. Sobre as circunstâncias
da gravidez, nove responderam que foi por falta de prevenção e as outras quatro não responderam.
Onze delas fizeram acompanhamento pré-natal mas somente oito receberam apoio familiar. Em dez
destes casos, o pai da criança participa da rotina do filho.
Sobre o trabalho como aprendiz, 95% dos entrevistados responderam que, caso tenham
oportunidades, gostariam de trabalhar como aprendizes, sendo que 1% já foi aprendiz.

6.3- Pesquisa de campo realizada junto aos adolescentes nas escolas


Esta pesquisa foi realizada em escolas de Ipatinga diretamente com os alunos do 9º ano do
ensino fundamental. O total de escolas participantes foram dezesseis municipais, uma particular e a
EPTOM, sendo ao todo aplicados os questionários para 216 (duzentos e dezesseis) adolescentes.
Antes de responderem ao questionário, eles levaram para casa uma autorização que foi preenchida
e assinada pelo responsável, concordando a participarem da pesquisa. Os questionários foram
aplicados no início do primeiro semestre letivo de 2017 por funcionário da EPTOM, usando o espaço
da escola. Nessa pesquisa os próprios adolescentes liam os questionários e respondiam
individualmente às questões em gabarito apropriado de modo anônimo, não havendo interferência
do aplicador para as respostas.

Idade e Raça/Cor
Dos adolescentes que participaram da entrevista, 89% são das escolas públicas municipais,
4% da rede particular de ensino e 7% de entidades profissionalizantes, sendo 63% do sexo feminino
e 37% do sexo masculino. Do total de participantes, 21% tinham entre 12 e 13 anos, 54% tinham a
idade de 14 anos, 13% a idade de 15 anos e 12% entre 16 e 17 anos de idade na data da entrevista.
A cor declarada pelos participantes foram a maioria parda, seguida de branca e depois
negra/preta.

Escolaridade
Dos entrevistados, 91% frequentam o ano final do ensino fundamental, 5% frequentam o
ensino médio e 1% está cursando o ensino superior, enquanto 3% dos entrevistados não estão
estudando mas alegaram que concluíram o ensino médio. Destes, mesmo estando estudando, 2%
disseram que ―Não gosta, não quer estudar (Evasão)‖, dando a entender que não são frequentes,
mas estudam.

41
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Transporte
Quanto ao meio de transporte utilizado para ir à escola, 61% dos alunos responderam que
vão a pé, 14% vão em van escolar, 5% vão de ônibus público ou transporte gratuito, 6% vão de
bicicleta, carro ou moto e 3% declararam ir de carona ou outro meio não informado.

Lazer, esporte e cultura


A principal atividade de lazer indicada pela maioria dos adolescentes entrevistados é acessar
a internet, sendo que as outras duas atividades mais escolhidos são celular/tablet e ouvir músicas,
todas opções de diversão individuais. As demais atividades de lazer estão descritas no gráfico que
segue:

Principais atividades de lazer


Shopping/Outra Brincar Assistir TV Vídeo game Leitura
Sair com amigos Ouvir música Celular / Tablet Acessar internet

5%
4%
23% 6%
9%

10%
17%
11%
15%

Quando perguntados sobre a prática de esportes, 55% responderam que não praticam
esporte, 22% jogam futebol, 10% responderam que fazem natação, ginástica, vôlei, basquete ou
artes marciais e 3% disseram praticar duas ou mais das atividades citadas.
Em relação à prática de atividades culturais, 75% dos alunos responderam não participar,
12% responderam que fazem aulas de música, 3% dança, 2% teatro e 7% responderam que
participam de mais de uma atividade simultaneamente e, além das já citadas, incluem também
artesanato e outra não especificada.

Religião
Declararam frequentar alguma igreja ou comunidade religiosa 86% dos entrevistados.

Aprendiz
De acordo com os alunos, 88% deles se tivessem oportunidades gostariam de trabalhar como
aprendiz, 63% tem conhecimento de que o jovem pode trabalhar legalmente, 10% dos jovens
responderam que já trabalham ou trabalharam como aprendiz e 30% responderam que sabe que o
jovem pode trabalhar em qualquer função com carteira assinada. Quando perguntados sobre o que
consideram mais importante no trabalho do aprendiz, 36% responderam que é a experiência
42
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

profissional, 20% acreditam que o trabalho ajudaria financeiramente a família, 19% dos jovens
consideram importante a independência financeira assim como a facilidade para ingressar no
mercado de trabalho e 6% dos entrevistados não conhecem o trabalho de aprendiz.

Trabalho
Atualmente 86% dos adolescentes responderam que não trabalham e dos 14% que
trabalham, 55% tem carteira assinada como aprendiz. Os demais responderam que trabalham em
serviços domésticos e/ou cuidam dos irmãos (mais de 4 horas/dia), ou trabalham com serviços
domésticos fora de casa, ou serviço na rua (vendem picolé, bala,..), indústria ou comércio e ainda
outros que não foram especificados.

Comportamento
Quando perguntados se passaram por alguma situação ou acontecimento especial que os
poderiam estar prejudicando de alguma maneira, 20% dos adolescentes responderam que os
problemas financeiros da família os afetam diretamente,18% declararam a morte de pessoa próxima,
10% pontuaram a mudança de escola ou mudança de domicílio e 18% declararam mais de uma
dessas opções simultaneamente, como a separação dos pais e envolvimento com drogas. Desses
adolescentes, 24% responderam que essa situação ou acontecimento estão prejudicando-os, sendo
que em 43% dos casos têm causando tristeza ou angústia, 37% têm perda ou aumento do
sono/apetite, 31% ficam sem motivação para estudar ou para qualquer atividade e 22% têm
dificuldades de adaptação e em fazer novas amizades.

Medida socioeducativa
No total de adolescentes entrevistados nas escolas, 10% declararam que cumprem medida
socioeducativa decorrente de ato infracional, sendo que 48% destes adolescentes levaram
advertência, 19% por obrigação de reparar o dano, 5% prestam serviços à comunidade e os demais
não responderam.

Saúde
No que diz respeito à aquisição de um plano de saúde, 51% dos adolescentes responderam
que a família possui um plano de saúde e 91% declararam estar com todas as vacinas em dia.
Quando perguntados se fazem uso contínuo de algum tipo de medicação, 17% responderam
que sim. Destes, 61% responderam que conseguem a medicação através da rede pública e o
restante adquirem comprando diretamente ou não adquirem o remédio. Nenhum dos entrevistados
responderam possuir algum tipo de necessidade especial.

43
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Frequência que vai ao


Médico
2% 1%
Somente quando
passa mal
6%
6% Duas vezes por ano
7%
Todo mês

Uma vez por ano


77%

A cada dois anos

Frequência que vai ao


Dentista
4% 2%
Mais de duas vezes
por ano
6%
Somente quando
6% 32% sente dor de dente
Quando a escola
encaminha
22%
Uma vez por ano

26% Duas vezes por ano

Acidentes
O gráfico a seguir demonstra os acidentes graves sofridos pelos adolescentes. Em 9% dos
casos houveram sequelas, mas estas não foram identificadas.

Acidentes graves

Afogamento 4

Acidente doméstico com fogo 6

Acidente com animais 9


Outro 10
Trânsito
21
Queda / Tombo
32
0
5
10
15
20
25
30
35

Bullying

44
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Quanto às perguntas relacionadas ao bullying, 18% dos alunos responderam que sofrem na
escola e no grupo de amigos, 5% já sofreram bullying no ambiente familiar e os principais autores
desse bullying são algum amigo ou colega próximo ou colega de sala (16%). Na maioria dos casos,
19% trata-se de bullying verbal e 6% de alienação social, bullying físico, bullying indireto,
cyberbullying ou intimidação.

Abuso sexual
Quando questionados sobre o abuso sexual, 6% responderam sofrer exibicionismo e abuso
verbal, 3% relataram que já sofreram observação sem consentimento (voyeurismo) e abuso virtual
(conversas online de foro íntimo e/ou conteúdo sexual texto/imagem). Entre estes abusos, o autor é
desconhecido em 24% das respostas e primos aparecem em 24%. A mãe, colegas de sala e outro
não especificado correspondem a 12% cada, enquanto pai e amigos próximos aparecem em 16%
dos casos. Foi feito denúncia em 71% dos casos.
Ainda falando sobre sexualidade, a principal fonte de informação sobre esse assunto,
conforme acham 50% dos entrevistados, é conversando com pessoas da família, seguido por
conversas com amigos (17%), pesquisa na internet (14%), 10% se informam de outra maneira que
não foi especificada e 9% conversam sobre sexualidade na escola.

Iniciação sexual
Dentre as perguntas do questionário, a de iniciação sexual foi a que mais foi ―polemizada‖
mas ao mesmo tempo foi vista com ―muitas reservas‖ pelos alunos durante a pesquisa, pois 89%
deles não havia iniciado sua vida sexual, 2% iniciaram até os 10 anos, 5% iniciaram entre 11 e 14
anos e 4% entre 15 e 17 anos de idade. Destes adolescentes, 2% informaram que já têm filhos. Em
50% desses casos, a gravidez ocorreu a partir de um casamento e os outros 50% foram em
decorrência da falta de prevenção ou violência sexual/estupro. A idade em que o adolescente disse
ter tido filhos foi entre 10 e 12 anos. Em relação ao aborto, este não foi provocado por nenhuma
adolescente, conforme apontou a pesquisa com as alunas.
Pôde-se notar que apenas adolescentes do sexo masculino, participantes da pesquisa, já têm
filhos, e apenas 50% assumiram a paternidade e participam da rotina da criança.

Drogas
O tema drogas é discutido entre 55% dos alunos que disseram se informar sobre o assunto
conversando com pessoas da família, mas 13% conversam sobre drogas na escola e 12% assistindo
a programas relacionados ao assunto. Pesquisas na internet e conversas com os amigos foram
respostas de 11% e 9% respectivamente.
Dentre os tipos de drogas/substâncias que algum dos pais ou responsáveis poderiam usar,
41% responderam que ninguém na família faz uso, 49% responderam que usam álcool e cigarro e
8% responderam que há uso de outras drogas associadas ao álcool e cigarro (maconha, crack, loló e
LSD) enquanto 2% fazem uso apenas de maconha. Destes, o pai, a mãe ou responsável legal é o
adulto usuário das drogas/substâncias em 58% das respostas e associados a estes responsáveis, há
também irmão (ã), amigos ou outros parentes que fazem uso em 19% dos casos, enquanto 9% dos
alunos entrevistados responderam usar algum tipo de droga. Destes 9%, todos responderam fazer
uso de álcool e 32% associam o uso do álcool ao cigarro e/ou à maconha. Houve também casos em

45
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

que os adolescentes disseram usar crack, loló, LSD, êxtase, haxixe, santo daime (ayahuasca) e
heroína.
Quanto ao local, 42% dos adolescentes começaram a usar drogas em festas, 21% na própria
residência, 16% na casa de amigos e 21% no bairro ou outro local não especificado.

Internet
De acordo com os entrevistados, apenas 5% não têm acesso à internet, mas os 95% dos
adolescentes que têm acesso à internet a fazem para jogos, redes sociais e sites de entretenimento.
Destes, 17% acessam também pesquisas escolares e 2% acessam conteúdo adulto relacionado à
violência e sexualidade, exclusivamente. Quanto ao período de acesso, 74% acessam a internet
todos os dias, 8% de quatro a seis vezes por semana e 3% apenas uma vez por semana. Em
relação ao número de horas que ficam conectados por dia, 17% ficam até uma hora, 28% entre uma
e três horas, 29% ficam de três a oito horas conectados e 26% mais de oito horas conectados ao dia.
Mais da metade dos entrevistados (56%) responderam que um adulto verifica a navegação e
10% declararam não saber. Sobre a frequência dessa verificação, 19% responderam que é feita
diariamente, 11% ela é verificada em todos os acessos, 15% responderam que os pais verificam
aleatoriamente e 8% responderam que se verificam uma vez por semana ou uma vez por mês. De
acordo com a pesquisa, 28% dos entrevistados declararam participar de salas de bate-papo com
desconhecidos e 30% já se encontraram com pessoas que conheceram pela internet.

Rotina
Ao serem perguntados sobre o que fazem ―quando não estão na escola ou realizando
atividades culturais e de esporte‖, 83% dos entrevistados responderam que ficam na casa dos pais
ou responsável legal, 8% ficam na casa de amigos ou sozinhos em casa, 4% disseram ficar na rua e
este mesmo percentual na casa dos avós, parentes ou vizinhos. E quando questionados ―com quem
ficam quando estão fora da escola ou de atividades culturais e esportivas‖, 30% disseram que ficam
com os pais ou responsável legal, 19% com a mãe/madrasta, 25% com irmãos ou amigos, 18%
ficam sozinhos e 8% com vizinhos ou outros parentes.

Disciplina
No que diz respeito à disciplina aplicada pelos pais em casa, 71% dos alunos responderam
que são educados com diálogo e correção verbal, 17% responderam que recebem castigo ou
correção física e 12% disseram que nenhuma das opções era correspondente.
Dos entrevistados, 39% têm pais separados e 30% não se encontram com o genitor que mora
em outra casa, 27% o encontra diariamente, 20% nos finais de semana e 10% encontra com o pai ao
menos uma vez por mês, sendo que a guarda compartilhada corresponde a 7% dos casos.

6.4- Pesquisa online realizada com os Professores do município


Nas entrevistas realizadas com os professores da rede pública de ensino, 96,3% são
docentes de escolas públicas municipais e 3,07% de escolas estaduais. Observou-se que dos 54
entrevistados, 92,6% dão aulas no ensino fundamental e 7,4% no ensino fundamental e médio,
sendo que 38,9% deles trabalham em escolas há menos de um ano e 14,8% trabalham há mais de
10 anos.

46
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Do total de entrevistados, apenas 25,9% foram capacitados para trabalharem com pessoas
portadoras de necessidades especiais, sendo que 79,5% disseram que existe atendimento
adequado para esse público específico, mas 59,3% responderam que não existe acessibilidade.
Ainda existe uma demanda reprimida quanto ao número de vagas nas escolas, conforme
37,0% dos entrevistados confirmaram.

Participação dos pais


Em relação à rotina dos filhos, 33,3% dos professores entrevistados responderam que os pais
participam sempre do cotidiano dos filhos na escola, 61,1% responderam que os pais raramente
participam e apenas 5,6% responderam que os pais não participam ou não têm interesse nas
atividades dos filhos na escola.

Perfil sócio econômico


Sobre o perfil socioeconômico das famílias de alunos das escolas públicas, 77,8% dos
entrevistados responderam que as famílias recebem até 02 salários mínimos; 18,5% responderam
que recebem de 02 a 04 salários mínimos enquanto apenas 3,7% responderam que as famílias
recebem de 4 a 10 salários mínimos.

Perfil socioeconômico das famílias


4%

18%

Classe C
Classe D
78% Classe E

Atividades escolares complementares


Dentre as atividades complementares, destacam-se o judô, xadrez, percussão, natação,
oficinas de letramento e português com jogos, sendo estas oficinas e modalidades esportivas do
Programa Mais Educação.

Violência Sexual
No que diz respeito à violência sexual com alunos das escolas públicas envolvidas na
pesquisa, 31,5% dos entrevistados responderam que existem alunos que sofrem exploração sexual;
38,9% responderam que existem alunos que sofrem abuso sexual e 57,4% informaram que na
escola existem alunos que sofrem assédio sexual. Constatou-se também que 63,0% dos docentes
disseram haver alunas que tiveram gravidez precoce.

47
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Violência Sexual
35%
Tiveram gravidez precoce
63%

57%
Sofrem assédio sexual
37%

57%
Sofrem abuso sexual
39%

65%
Sofrem exploração sexual
31%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Não Sim

Violência Doméstica
Em relação à violência doméstica, 64% dos professores entrevistados responderam que
existem alunos vítimas de violência doméstica enquanto 90,7% responderam que os alunos sofrem
conflitos familiares.

Violência Doméstica
91%
100%
90%
80% 65%
70%
60% Sim
50% 33% Não
40%
30% 7%
20%
10%
0%
Sofrem violência doméstica Sofrem com conflitos familiares

No total dos entrevistados, 81,5% disseram que os profissionais não são treinados para
desenvolver a capacidade de reconhecer indícios de abusos e violências contra crianças e
adolescentes, mas 83,3% dos profissionais da escola percebem indícios de violência quando o
fenômeno é mais acentuado e 63,0% afirmam que esse assunto já foi discutido na escola com o
corpo docente. As escolas já fizeram ou fazem notificações de ocorrências de violências às
autoridades, conforme responderam 79,6% dos entrevistados.

Criminalidade
No total dos entrevistados, 75,9% responderam que existem alunos envolvidos com a
criminalidade. O gráfico a seguir demonstra o percentual de envolvimento de alunos com gangues,
roubos e drogas.

48
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Criminalidade na escola

76%
59%
67%
80%
33%
60% 41% Sim
24%
40% Não
Não
20%
Sim
0%
Tráfico/uso de Roubo ou venda de Conflitos entre
drogas produtos roubados grupos/gangues

Na escola, 66,7% dos entrevistados responderam que não existem atividades permanentes
para discussões sobre sexualidade e 64,8% responderam que também não existem atividades
permanentes para discussões sobre drogas com os alunos, enquanto 50,0% disseram que existem
orientações aos alunos sobre riscos virtuais.
Em 90,7% dos docentes entrevistados verificou-se a necessidade de ampliar os investimentos
em programas de prevenção e proteção contra violência doméstica, maus tratos, abuso sexual e
exploração sexual de crianças e adolescentes, enquanto em 98,1% dos professores também foi
confirmada a necessidade de intensificar campanhas de informação e sensibilização sobre drogas e
sexualidade. Em relação à importância de ampliar oportunidades de esporte, cultura e lazer para
crianças e adolescentes, 100% dos entrevistados responderam positivamente ao fato.

Trabalho Infantil
De acordo com o público entrevistado, 37% responderam que existem alunos vítimas de
exploração do trabalho infantil e apenas 33,3% trabalham com carteira assinada.

49
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Trabalho Infantil

100%
90%
80%
63% 67%
70%
60% Não
50% Sim
40%
30%
37% 33%
20%
10%
0%
Vítimas da exploração do Trabalham com carteira
“trabalho infanto-juvenil” assinada

Em conformidade com o número de professores das escolas envolvidos na pesquisa, os


gráficos abaixo demonstram o número de alunos portadores de deficiência física e visual.

Alunos Portadores de
Deficiência Física

14 7 de 20 a 60
4
6 de 100 a 350
de 500 a 650
de 700 a 1000

Alunos Portadores de
Deficiência Visual

14% 7%
Nenhum
22%
Entre 01 e 10
57% Entre 50 e 70
Entre 100 e 130

6.5- Pesquisa online realizada com as Creches do município


A entrevista em creches e entidades do município de Ipatinga foi realizada através da
aplicação de questionários on-line. Foi enviado e-mail com breve explicação e link para os
representantes de todas as 38 creches conveniadas com o município de Ipatinga, sendo apenas
cinco creches municipais. Durante o período de aplicação da pesquisa, 21 representantes das

50
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

creches responderam ao questionário. Esta análise será apresentada em valores percentuais a partir
deste total.

Equipe técnica
Conforme os dados coletados em relação à composição da equipe técnica, 19% informaram
ter diretores, coordenadores, professores, 14% informaram ter auxiliares de serviços gerais e 29%
disseram que a instituição tem pedagogos.

Recursos financeiros
Quando questionados sobre a origem de verbas recebidas, 100% informaram que têm
convênios com o Governo Municipal e 14% informaram receber verba do Governo Federal.
Portanto,52% afirmaram que este recurso não é suficiente para manter o funcionamento regular da
instituição, pois 90% das creches pesquisadas não recebem mensalidades e nenhum tipo de
contribuição, somente 5% recebem um valor acima de um salário mínimo e 5% recebem até meio
salário mínimo.

Tipo de Estabelecimento
No que diz respeito ao estabelecimento, 10% das creches entrevistadas informaram que o
estabelecimento é próprio, 29% disseram que é alugado, 14% informaram que o espaço utilizado é
público e 48% informaram que o estabelecimento é cedido. Os resultados mostram que em 29% das
creches entrevistadas é preciso melhorar a infraestrutura física e as questões relacionadas ao setor
de recursos humanos, enquanto 24% disseram que é preciso investir mais em capacitações
profissionais, 14% disseram que não é necessário melhorar nada e apenas 5% informaram que é
preciso melhorar outras coisas na instituição, mas não especificaram.

Tempo de funcionamento
No que diz respeito ao tempo de funcionamento das entidades, 85% informaram que as
creches estão ativas há mais de 10 anos, 10% possuem entre 05 e 10 anos de funcionamento e 5%
estão em funcionamento há menos de 05 anos.

Número de crianças atendidas


O número de crianças atendidas nas creches está representado no gráfico a seguir:

Número de crianças atendidas

5%
14%
De 11 a 50
5%
De 51 a 100
38% De 101 a 150
De 151 a 200
Acima de 200
38%

51
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Quando questionados se há alguma demanda reprimida nas creches, os entrevistados


responderam que a demanda reprimida é um fator que requer atenção da educação infantil, tendo
em vista que há uma grande procura por matrículas no maternal I, II, III, além de casos de crianças
transferidas de outros bairros e cidades. Conforme responderam 71% dos entrevistados, as vagas
ofertadas pelo município são insuficientes para atender a população.

Legislações
As legislações que regulamentam o funcionamento das creches serão representadas no
gráfico a seguir:

ESTRUTURA FISICA
100% 95% 95%
90%
90%
80%
70%
60% 52% 48% 48% 52%
50% 43%
40%
30% 24%
19%
20% 9%
10%
0%

Voluntariado
Em 71% das creches entrevistadas existem trabalhos voluntários e destas, 38% responderam
haver dependência do voluntariado. O trabalho voluntário desenvolvido nas entidades é realizado
muitas vezes por pedagogos, assistentes sociais, psicólogos e integrantes da diretoria e do conselho
fiscal, além de voluntários que lidam com a limpeza, pequenos reparos, serviços de pedreiro, esporte
e cultura.

Doações
O maior percentual de doações destinadas às creches no município é em dinheiro (23,8%),
seguido das doações em brinquedos (19%). As doações não ocorrem com frequência e muitas delas
são doações espontâneas e a maioria é realizada pelos próprios pais de alunos.

Violação de Direitos
No quadro abaixo será apresentado os casos de violações de direitos e problemas
enfrentados pelas crianças atendidas nas creches.

52
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Violações de direitos e problemas enfrentados


100%
90% 90%
90% 86%
81%
80% 71%
70% 62%
60%
50%
38%
40%
29%
30%
19%
20% 14%
10% 10%
10%
0%
Violência Sexual Maus Tratos Negligência Conflitos Desnutrição Pais presos
e Doméstica Familiares

SIM NÃO

Condição física e intelectual das crianças


Quanto à condição física e intelectual das crianças atendidas, 90% dos entrevistados
informaram que as crianças não possuem nenhum tipo de deficiência física, 10% disseram que
atendem crianças com deficiência física e 52% atendem crianças com deficiência intelectual. A
pesquisa revelou que apenas 33% dos profissionais que trabalham nas creches estão preparados
para atender as crianças que possuem algum tipo de deficiência.

Participação dos pais ou responsáveis


No que diz respeito à participação dos pais ou responsáveis na rotina escolar das crianças,
48% dos entrevistados responderam que estes sempre participam da rotina escolar dos filhos, 43%
raramente participam e apenas 10% disseram que não participam.

6.6- Pesquisa online realizada com as Unidades Básicas de Saúde do município


No total das 21 Unidades Básicas de Saúde de Ipatinga que receberam por e-mail o link do
questionário direcionado para 05 técnicos e/ou gerentes de cada UBS responderem, apenas 21
pessoas prestaram as informações, sendo elas trabalhadoras das Unidades dos bairros Cidade
Nobre, Esperança I, Limoeiro, Iguaçu, Canãa, Vila Celeste, Bethânia, Veneza e Vale do Sol.

Composição técnica
Em relação à composição técnica das UBS, apenas 7% informaram ter assistentes sociais e
psicólogos inseridos nos processos de trabalho, 64% disseram ter enfermeiros e 21% exercem outro
cargo na Unidade. Destes, 29% têm entre um a dez anos de trabalho e 14% disseram que trabalham
a menos de um ano em UBS.

53
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Número de atendimentos
No que diz respeito às crianças e adolescentes atendidas pelo serviço de saúde no mês, 43%
informaram atender menos de cem, 36% atendem entre cem a duzentas e 21% atendem entre
duzentas a trezentas crianças e adolescentes.

Atendimentos
Quanto à classificação dos atendimentos, 71% responderam que o atendimento está bom,
14% informaram ser ótimo e esse mesmo percentual declarou que o atendimento é regular.
Em relação aos atendimentos direcionados aos usuários, 64% afirmaram que os
atendimentos são bons, 21% disseram estar ótimo e 14% responderam que está regular. Verificou-
se que a insatisfação no atendimento está relacionado à demora no atendimento, a falta de
medicamentos, insuficiência de profissionais disponíveis na UBS e por ter poucas vagas de
consultas e exames.
Quanto ao atendimento prioritário e acompanhamento profissional específico para as
demandas apresentadas por crianças e adolescentes e suas famílias, 57% responderam que
existem e 71% informaram que existe acompanhamento profissional ―específico‖ para as demandas
do público infanto-juvenil. Ressalta-se que 64% dos entrevistados também informaram que existem
programas específicos para atendimento de crianças e adolescentes, sendo eles: Programas
Respirar, Saúde na Escola e Puericultura. Os que responderam não haver programas específicos
citaram que a falta de recursos tecnológicos disponibilizados pela rede é o maior obstáculo.
Em relação ao atendimento integral à saúde e à garantia do acesso universal igualitário às
ações e serviços assegurados às crianças e adolescentes pelo SUS, 64% dos entrevistados
responderam que o atendimento integral e o atendimento especializado aos portadores de
necessidades especiais ocorrem parcialmente.
De acordo com o que influencia negativamente a qualidade do atendimento das demandas
nas UBS, os entrevistados responderam que a falta de capacitação, a infraestrutura física, o alto
número de atendimentos por demanda espontânea, a falta de material didático, a insuficiência de
vagas para exames e consultas especializadas em tempo hábil, a localização, o número de famílias
superior ao preconizado por equipe do Programa Saúde da Família, o número excedente da
população por equipe, as demandas prioritárias elevadas para o número de equipes existentes na
UBS, as vagas de exames e consultas especializadas e médicos que não cumprem o horário e não
atendem de maneira satisfatória, a defasagem de recursos humanos, a má administração e pela falta
de intersetorialidade por parte dos profissionais do PSF são os maiores problemas enfrentados nos
atendimentos das UBS.

Capacitação Profissional
Em relação à capacitação profissional e educação permanente dos profissionais da saúde
para trabalhar com crianças e adolescentes, 21% dos entrevistados responderam que as
capacitações ocorrem anualmente. Destes, 66% disseram que a discussão e o entendimento da
legislação do ECA permitem melhor atender o público infanto-juvenil e consideram relevante o tema
nas capacitações.

54
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Programa de Saúde da Família (PSF)


No que se refere aos trabalhos realizados pelos profissionais do PSF com crianças e
adolescentes em relação à prevenção, os entrevistados responderam que realizam o
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças, puericultura para crianças até os
dois anos de idade, grupos operativos, vacinação, consulta individual, oficinas, atendimento clínico
individual, acolhimento e orientações familiares com portas abertas e matriciamentos em escolas e
reuniões.

Poder Público
Ao serem questionados se o poder público fornece gratuitamente os medicamentos, próteses
e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação, 79% dos entrevistados
responderam que o poder público os fornece parcialmente.

Encaminhamentos
Em relação aos encaminhamentos de suspeita ou confirmação de maus-tratos ou violência
contra crianças ou adolescentes que chegam às UBS, os entrevistados responderam que 71% dos
casos são encaminhados para o Conselho Tutelar, 21% para a UPA e 7% são encaminhados para o
hospital.

Investimentos
Verifica-se que 100% dos profissionais entrevistados nas UBS de Ipatinga concordam que é
necessário ampliar os investimentos em programas de prevenção e proteção contra violência
doméstica, maus tratos, negligência, abandono e violência sexual de crianças e adolescentes, além
de intensificar campanhas de informação e sensibilização sobre drogas e sexualidade, ampliando
também oportunidades de esporte, lazer e cultura.

6.7- Pesquisa on-line realizada com as Entidades do município


Em relação às entidades de atendimento à criança e adolescente do município, ressaltamos
que 13 delas participaram da pesquisa, onde 53,8% dessas têm atuação direta na área da
assistência social, 30,8% na área de educação e 7,7% na área de educação e assistência social ao
mesmo tempo ou outra área afim.

Documentos
Ressalta-se que 46,2% das entidades pesquisadas possuem Alvará de Localização, Alvará
Sanitário e Laudo de Corpo de Bombeiros, enquanto 15,4% possuem apenas Alvará de Localização
e 7,7% possuem Alvará de Localização e Alvará Sanitário.
Destaca-se que 100% das entidades possuem Plano Pedagógico e Estatuto próprio, porém,
15,4% destas ainda não realizaram as alterações no Estatuto previstas na Lei nº 13.019/2014 do
Marco Regulatório. Quanto ao Regimento Interno, apenas 7,7% das entidades não o possuem.

Estabelecimento
Quanto à situação do estabelecimento, destaca-se que 61,5% do espaço é cedido para o
funcionamento das entidades e 15,4% do espaço é alugado ou próprio, sendo que 69,2% das
entidades existem a mais de 10 anos e 23,1% existem entre 03 e 05 anos. O horário de
funcionamento varia entre 08 e 12 horas em 76,9% das entidades e 23,1% funcionam 24 horas.

55
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Fonte Financiadora
Sobre a fonte financiadora dos serviços institucionais, 69% recebem recursos do Governo
Municipal; destes, 38% recebem também do Governo Estadual, Governo Federal, iniciativa privada,
recursos próprios, CMDCA/FIA e outro não especificado. Destaca-se que apenas 8% dos recursos
são provenientes da iniciativa privada e recursos próprios, 15% são recursos próprios e 8% não
foram especificados.

Acessibilidade e Segurança
A maioria das entidades, ou seja, 76,9% possuem acessibilidade e a segurança do local onde
cada uma foi instalada é considerada adequada.

Faixa etária e número de atendidos


Em relação à faixa etária do público atendido, destaca-se que 54,8% possuem entre 0 e 06
anos de idade, 30,8% possuem entre 06 a 11 anos e apenas 15,4% possuem entre 12 e18 anos.
Quanto ao número de usuários atendidos pelas entidades, observa-se que a maioria recebe
entre 50 a 100 pessoas (38,5%) e apenas 7,7% recebem acima de 150 usuários, conforme se
verifica no gráfico abaixo:

Número de usuários atendidos pela


instituição

8% 15%
23%
De 0 A 20
15%
De 21 A 50
De 51 A 100
De 101 A 150
39% Acima de 150

As refeições diárias são ofertadas aos usuários em 92,3% das entidades.


Os gráficos a seguir demonstram o número de crianças e adolescentes do sexo feminino e
masculino que utilizam os serviços das entidades:

56
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Atendidos por sexo


5
5
4,5 4
4
3,5 3 3
3
2,5 2 2 2
2
1,5 1 1 1 1 1
1
0,5
0
De 0 A 5 De 5 A 10 De 10 A 20 De 20 A 30 De 30 A 40 Acima de 40

Feminino Masculino

Medida socioeducativa
Em 92,3% das entidades existem cumprimento de medida sócio
educativa por adolescentes que cometeram atos infracionais, mas
23,1% das entidades responderam que falta infraestrutura institucional
para este cumprimento e 7,7% alegaram que falta pessoal para
acompanhar a medida.

Voluntariado
O trabalho voluntário, como o próprio nome diz, é um trabalho sem remuneração onde o
voluntariado dedica seu talento e tempo para ajudar outras pessoas. É uma ação que não necessita
de um determinado grau de escolaridade ou idade, importa apenas ter boa vontade, dedicação e
responsabilidade com a área de interesse. Na pesquisa verificou-se que 69,2% das entidades
trabalham com voluntários e acham que eles são relevantes para o bom funcionamento institucional.

Participação dos pais ou responsáveis


Em relação à participação dos pais ou representante legal nas atividades e/ou compromissos
institucionais, verificou-se que 46,2% deles sempre estão presentes; 38,5% raramente estão
presentes e 15,4% não participam do cotidiano do(s) filho(s) nas entidades.

Capacitação Profissional
É previsto que 76,9% das entidades também realizam capacitações para os profissionais que
nelas trabalham, sendo que 46,2% das entidades as fazem mensalmente, enquanto 30,8% das
entidades realizam anualmente ou semestralmente. Os temas mais abordados em 46,2% das
entidades são: Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Atribuições do cuidador e/ou orientador
social e Violência contra crianças e adolescentes.

Criminalidade
A pesquisa apontou que em 23,1% das entidades há casos de usuários envolvidos com a
criminalidade e em 15,4% existem casos de dependência química entre crianças e adolescentes.
Em relação à violação de direitos contra crianças e adolescentes, o gráfico abaixo aponta o
percentual de casos que ocorrem nas entidades que foram entrevistadas:

57
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Violações de Direitos
35%
31% 31%
30%

25% 23% 23%

20% Violência doméstica


15% Exploração sexual
15%
Abuso sexual
10% 8% 8% 8% 8% 8% 8%8%

5%
0%0% 0% 0% 0%0%
0%
1 2 3 4 5 mais de 6

A violência doméstica ocorre em 61,5% das entidades entrevistadas, sendo que em 30,8%
das entidades ocorreram mais de 06 casos, enquanto a violência sexual ocorre em 61,5% das
entidades, sendo que em 23,1% ocorreram 03 casos e em 7,7% das entidades foram constatados
mais de 06 casos. Em relação à exploração sexual não houve nenhuma informação sobre casos
específicos, mas a gravidez precoce ocorreu em 7,7% das entidades.
No total das entidades entrevistadas, 76,9% responderam que é realizada orientação sexual
aos adolescentes e 69,2% falam sobre o uso de álcool e drogas e suas consequências com os
usuários.

Portadores de necessidades especiais


Nos aspectos relacionados a crianças e adolescentes portadores de necessidades especiais,
verificou-se que 61,5% das entidades não possuem esse público específico, e em apenas 38,5% das
entidades existem profissionais capacitados para o atendimento/acompanhamento destes.

Desafios e dificuldades
No que diz respeito aos principais desafios e dificuldades encontradas atualmente nas
entidades para execução de suas atividades, a pesquisa apontou que em 23,1% delas o maior
problema encontra-se na realização de convênios, enquanto 15,4% das entidades responderam que
além dos convênios, os recursos humanos e recursos materiais também são agravantes para o bom
funcionamento institucional. Logo, 76,9% das entidades avaliam como ―suficiente‖ o resultado dos
serviços ofertados pelas entidades ao município.

ECA
A Lei 8.069/90 (ECA) é de conhecimento de 100% dos trabalhadores das entidades de
atendimento à criança e do adolescente, conforme apontou a pesquisa. No entanto, quando
questionados sobre o que deveria melhorar para que o ECA fosse efetivamente cumprido, algumas
entidades responderam que a morosidade da justiça, a falta de investimento em capacitações e nas
políticas públicas de atendimento à criança e ao adolescente, repasses atrasados dos convênios e a
deficiência no atendimento da rede de saúde são algumas das atribuições que dificultam a
efetivação do ECA.

58
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

6.8- Pesquisa on-line realizada com Abrigos


Ipatinga atualmente é contemplada com os abrigos Educandário Família de Nazaré (EFAN),
Instituição de Acolhimento Atalaia e Unidade de Acolhimento SOS Família.
O Educandário Família de Nazaré presta serviço de acolhimento e também funciona como
creche; logo, sua área de atuação é na assistência social e na educação e seu funcionamento existe
há mais de 10 anos.
As três entidades possuem o Plano Pedagógico, Regimento Interno e Estatuto próprio, sendo
que todas elas já realizaram a adequação do Estatuto à Lei nº 13.019/2014 do Marco Regulatório.
Em relação ao Alvará de Localização, Alvará Sanitário e Laudo do Corpo de Bombeiros, a
Unidade de Acolhimento SOS Família é a única entidade que possui no momento apenas o Alvará
de Localização.
O Governo Municipal é a fonte financiadora comum às três entidades, sendo que o SOS
Família recebe também recursos do Governo Federal e o EFAN complementa a sua receita com
recurso próprio do CMDCA/FIA.
As três entidades funcionam em regime de 24 horas e as refeições diárias são realizadas no
espaço institucional. Todas consideram adequada a segurança do local, além de possuírem
acessibilidade às pessoas portadoras de necessidades especiais. O espaço do Atalaia é alugado e
das demais entidades é cedido.
Sobre a participação dos pais ou representante legal nas atividades e/ou compromissos
institucionais, o EFAN respondeu que não há participação; o Atalaia informou que sempre houve a
participação dos responsáveis e no SOS Família a participação se dá raramente.
Os profissionais que trabalham nos abrigos mensalmente são capacitados e as temáticas
mais abordadas são: Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA); Atribuições do
cuidador/orientador social e Violência contra criança e adolescente, conforme apontou a pesquisa.
O trabalho voluntário faz-se presente no EFAN e no SOS Família e as entidades consideram
de grande relevância; mas já existiu, além da Diretoria, voluntariado no Atalaia.
Até a data da pesquisa, os abrigos contavam com os números de crianças e adolescentes
institucionalizadas, conforme apontados no gráfico abaixo:

59
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Número de Crianças Institucionalizadas

12
11
10

8 8
5 5
6 EFAN

5 SOS
4
2
Atalaia
2
0

Feminino

Masculino

O EFAN possui uma média anual de 120 atendimentos de crianças e adolescentes na


entidade (creche e abrigo).
Em relação aos Recursos Humanos, as entidades possuem:
EFAN – Diretor, Coordenador, Psicólogo, Assistente Social, Cuidador Social, Serviços Gerais,
Auxiliar Administrativo e Pedagogo.
SOS Família - Diretor, Coordenador, Psicólogo, Assistente Social, Cuidador Social, Serviços
Gerais e Auxiliar Administrativo.
Atalaia - Coordenador, Psicólogo, Assistente Social, Cuidador Social e Serviços Gerais.
Em relação aos Recursos Materiais, as três entidades possuem: computadores, DVDs, jogos
lúdicos, material escolar, brinquedos pedagógicos, mas somente o Atalaia não possui som, data
show e materiais esportivos. Apenas o SOS Família possui veículo próprio.
Sobre o Espaço Físico, as três entidades têm área de recreação, brinquedoteca, refeitório,
sala de coordenação, espaço de atendimento, banheiro para funcionários e banheiros para usuários
do sexo feminino e masculino. Somente o SOS Família não tem cantina, mas possui quadra
esportiva. O EFAN possui sala de multimídia e fraldário e o Atalaia não possui despensa.
No que diz respeito às doações, as três entidades recebem alimentos, roupas e agasalhos,
calçados, brinquedos, material escolar e material de limpeza. As doações de cama/mesa e banho o
SOS Família não recebe e as doações em dinheiro somente o Atalaia não recebe.
Em se tratando de entidades de alta complexidade, demonstraremos no gráfico abaixo os
dados quantitativos sobre violação de direitos com crianças e adolescentes abrigados no período:

60
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Violações de Direitos
7
6 6
6
5
5
4
Quantidade

4 EFAN
3 3 3 Atalaia
3
SOS
2
1
1
0
0
Violência doméstica Exploração Sexual Abuso sexual

A gravidez precoce, a dependência química e o envolvimento com a criminalidade são


indicadores que não apareceram no público institucional, mas as três entidades disseram realizar
orientações às crianças e aos adolescentes sobre sexualidade, álcool e drogas.
Nas entidades não existia, até o momento da pesquisa, nenhuma pessoa portadora de
necessidades especiais, mas no EFAN existe o profissional capacitado para lidar com esse público
específico.
A pesquisa revelou que os recursos financeiros, especificamente os convênios, são as
maiores dificuldades encontradas nessas entidades, enquanto os recursos materiais são problemas
comuns para o Atalaia e SOS Família. Embora todas elas consideram ―suficiente‖ o resultado dos
serviços ofertados, o Atalaia ainda tem dificuldades com a falta de recursos humanos e o SOS
Família com a infraestrutura.
Em relação à Lei nº 8.069/90 que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, os
três abrigos, assim como as demais entidades de atendimento às crianças e adolescentes, tiveram o
mesmo posicionamento quanto às melhorias para a efetivação do ECA.

6.9- Autoavaliação e Avaliação Coletiva do Conselho Municipal dos Direitos da Criança


e do Adolescente e do Conselho Tutelar de Ipatinga – MG
O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e o Conselho Tutelar são
órgãos com atribuições próprias, são autônomos e independentes, mas devem funcionar de forma
integrada para que possam promover a gestão e o funcionamento da política de proteção integral à
criança e ao adolescente. A autoavaliação dos Conselhos é exercida a partir das vivências,
experiências e conhecimento dos próprios conselheiros no exercício de suas atribuições, onde se
explica suas forças e fragilidades a partir de suas estruturas e funcionamento.

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - CMDCA

Na autoavaliação individual e coletiva realizada com 14 conselheiros municipais dos direitos


da criança e do adolescente, foram observadas as ―potencialidades e fragilidades" encontradas no
CMDCA, conforme demonstrado na pesquisa.

61
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Autoavaliação individual

Potencialidades
Existência e adequação do Regimento Interno do CMDCA;
Legitimidade e orientação democrática do processo de escolha dos conselheiros da sociedade
civil;
Representatividade dos conselheiros da sociedade civil em relação à diversidade de
organizações, entidades e associações existentes nesse segmento local;
Disponibilidade e adequação de espaço, equipamentos e materiais para a realização do trabalho
do CMDCA;
Conhecimento do ECA e das leis, normas e principais resoluções (nos níveis federal, estadual e
municipal) que regulam o funcionamento do CMDCA;
Distribuição equitativa e coerente das tarefas e responsabilidades inerentes ao funcionamento do
CMDCA entre o conjunto de conselheiros;
Existência de relações colaborativas entre o CMDCA e o Ministério Público;
Existência de relações colaborativas entre o CMDCA e o Poder Judiciário;
Existência de relações colaborativas entre o CMDCA e o CT.

Fragilidades
Adequação e atualização da lei e da regulamentação sobre o Fundo dos Direitos da Criança e do
Adolescente;
Desvinculação dos conselheiros da sociedade civil em relação a cargos nos Poderes Executivos
e Legislativos municipais e no Poder Judiciário;
Poder de comunicação e influência dos conselheiros governamentais junto aos órgãos gestores
de suas respectivas áreas de políticas setoriais;
Adequação do tempo destinado pelos conselheiros para execução das tarefas e participação nas
reuniões de trabalho e/ou comissões eventualmente existentes no CMDCA;
Existência de dados e informações organizadas e arquivadas sobre o histórico de atuação do
CMDCA (resoluções, atas, planos elaborados no passado, etc.);
Existência e adequação das normas e procedimentos para o registro das entidades não
governamentais e dos programas de atendimento das entidades governamentais e não
governamentais;
Existência de registro atualizado e qualificado das entidades não governamentais e dos
programas de atendimento das entidades governamentais e não governamentais;
Comunicação atualizada ao Conselho Tutelar, Ministério Público e Poder Judiciário sobre a
existência e o registro das entidades não governamentais e de seus programas de
atendimento, e dos programas de atendimento governamentais;
Existência de relações colaborativas entre o CMDCA e os órgãos de segurança instalados no
município;
Existência de relações colaborativas entre o CMDCA e os gestores das políticas setoriais
(assistência, educação, saúde, etc.);
Existência de registros circunstanciados dos casos de ameaças ou violações de direitos

62
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

atendidos nos últimos 12 meses;


Existência de registros circunstanciados dos casos atendidos em sistema informatizado (SIPIA ou
similar) nos últimos 12 meses;
Existência de registros e de controle da execução das medidas protetivas aplicadas pelo CT a
crianças, adolescentes, pais ou responsáveis, nos últimos 12 meses;
Existência de registros de encaminhamentos e representações ao Ministério Público e à
autoridade judiciária.

Resultado da análise da autoavaliação do CMDCA

Observa-se que na autoavaliação do CMDCA alguns indicadores são comuns, mas


considerar-se-ão as potencialidades ou fragilidades do Conselho.
Na autoavaliação individual e coletiva simultaneamente foi considerado que a existência de
relações colaborativas entre o CMDCA e o Ministério Público é um indicador satisfatório e
plenamente estruturado, uma vez que a interação com os processos de trabalho torna-se
potencialmente forte o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente.
Verifica-se que no contexto das ―fragilidades‖ apontadas individualmente e coletivamente, os
indicadores comuns são:

Adequação do tempo destinado pelos conselheiros para execução das tarefas e participação nas
reuniões de trabalho e/ou comissões eventualmente existentes no CMDCA;
Existência de registros circunstanciados dos casos de ameaças ou violações de direitos
atendidos nos últimos 12 meses;
Existência de registros circunstanciados dos casos atendidos em sistema informatizado (SIPIA ou
similar) nos últimos 12 meses;
Existência de registros e de controle da execução das medidas protetivas aplicadas pelo CT a
crianças, adolescentes, pais ou responsáveis, nos últimos 12 meses;
Existência de registros de encaminhamentos e representações ao Ministério Público e à
autoridade judiciária.

Apenas a ―distribuição equitativa e coerente das tarefas e responsabilidades inerentes ao


funcionamento do CMDCA entre o conjunto de conselheiros‖ foi considerado um indicador frágil na
análise coletiva, enquanto individualmente alguns conselheiros apreciaram o indicador como
satisfatório.

Conselho Tutelar – CT

O Conselho Tutelar de Ipatinga é composto por 10 Conselheiros Tutelares, dividido em duas


regionais, sendo estas compostas pelos bairros atendidos da cidade:
Regional I – Mutirão-1º de Maio, Bairro das Águas, Barra Alegre, Bela Vista, Bom Jardim, Bom
Retiro, Caçula, Caravelas, Cariru, Castelo, Cidade Nobre, Córrego Novo, Esperança, Ferroviários,
Horto, Ideal, Imbaúbas, Ipaneminha, Jardim Panorama, Limoeiro, Nova Esperança, Pedra Branca,
Recanto Verde, Santa Mônica, Tribuna, Vila da Paz, Vila Formosa e Vila Ipanema.
Regional II – Bethânia, Canaã, Canaãzinho, Centro, Chácaras Madalena, Forquilha, Granjas
Vagalume, Iguaçu, Morro do Cruzeiro, Morro Monte Sinai, Morro Santa Mônica, Morro São

63
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Francisco, Novo Cruzeiro, Parque das Águas, Parque Ipanema, Planalto II, Taúbas, Tiradentes, Vale
do Sol, Veneza I, Veneza II, Vila Celeste, Vila Militar e Vista Alegre.
Na autoavaliação individual e coletiva realizada com os 10 conselheiros tutelares, foram
observadas as ―potencialidades e fragilidades‖ encontradas no órgão, conforme apontado na
pesquisa.

Autoavaliação individual

Potencialidades
Adequação do processo vigente no município para escolha dos membros do Conselho Tutelar;
Existência de registro atualizado e qualificado das entidades não governamentais e dos
programas de atendimento das entidades governamentais e não governamentais.

Fragilidades
Existência e adequação do Regimento Interno do CT;
Disponibilidade e adequação de espaço, equipamentos e materiais para a realização do trabalho
do CT;
Disponibilidade de pessoal técnico para assessoria ou apoio às atividades do CT;
Distribuição equitativa e coerente das tarefas e responsabilidades inerentes ao funcionamento do
CT entre o conjunto de conselheiros;
Existência de dados e informações organizadas e arquivadas sobre o histórico de atuação do CT
(resoluções, atas, planos elaborados no passado, etc.);
Comunicação atualizada ao CMDCA, Ministério Público e Poder Judiciário sobre a existência e o
registro das entidades não governamentais e de seus programas de atendimento, e dos
programas de atendimento governamentais;
Existência de registros circunstanciados dos casos de ameaças ou violações de direitos
atendidos nos últimos 12 meses;
Existência de registros circunstanciados dos casos atendidos em sistema informatizado (SIPIA ou
similar) nos últimos 12 meses;
Existência de registros e de controle da execução das medidas protetivas aplicadas pelo CT a
crianças, adolescentes, pais ou responsáveis, nos últimos 12 meses;
Existência de registros de encaminhamentos e representações ao Ministério Público e à
autoridade judiciária.

Resultado da análise do Conselho Tutelar

Destaca-se que na autoavaliação individual e coletiva do CT aparecem indicadores comuns


que confirmam as “potencialidades e fragilidades‖ do órgão frente à atuação na política de proteção
integral à criança e ao adolescente.
Em relação aos pontos fortes da avaliação individual e coletiva destaca-se que a ―adequação
do processo vigente no município para escolha dos membros do Conselho Tutelar‖ assim como ―a
existência de registro atualizado e qualificado das entidades não governamentais e dos programas
de atendimento das entidades governamentais e não governamentais‖ são indicadores comuns
considerados na pesquisa.

64
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Quanto aos indicadores encontradas no Conselho Tutelar, foi ―unânime‖ a resposta dos
conselheiros quando apontam que as maiores fragilidades encontradas estão relacionadas à
―inexistência de registros circunstanciados dos casos atendidos em sistema informatizado (SIPIA ou
similar) nos últimos 12 meses e da falta de comunicação atualizada ao CMDCA, Ministério Público e
Poder Judiciário sobre a existência e o registro das entidades não governamentais e de seus
programas de atendimento e dos programas de atendimento governamentais‖.

Análise do questionário individual dos conselheiros tutelares

No total de dez conselheiros tutelares de Ipatinga, dois trabalham há menos de um ano no


órgão, a metade trabalha entre 1 e 3 anos e três conselheiros estão na função há mais de 3 anos.
Todos foram capacitados para trabalharem de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA).
Em relação ao que deveria melhorar para que se cumprisse o ECA, foram unânimes as
respostas: campanhas de conscientização e divulgação do CT, infraestrutura e recursos humanos.
As capacitações também foram apontadas por 60% dos conselheiros como relevante ao bom
desempenho da função.
Para que o número de ocorrências ou tipos de ocorrências atendidas pudessem ser
informadas, o Conselho Tutelar considera que o SIPIA – Sistema de Informações para Infância e
Adolescência - poderia trazer a ―fidedignidade dos dados‖ sobre a realidade de crianças e
adolescentes do município. Os conselheiros tutelares ressaltam ainda que há necessidade de
intensificar campanhas sobre drogas e sexualidade, ampliar investimentos em programas de
prevenção para todo tipo de violência contra crianças e adolescentes, assim como também criar
mais oportunidades de inclusão no esporte, cultura e lazer para o público infanto-juvenil.
O Conselho Tutelar faz interface direta com o Poder Judiciário, Ministério Público e CMDCA,
órgãos que atuam na Política de Atendimento da Criança e do Adolescente.

7- Violência Sexual

Em matéria de legislações de direitos de crianças e adolescentes vigentes em nosso país cita-


se: CF/1988; ECA – Lei 8.069/90; Declaração Universal dos Direito Humanos; a Convenção sobre os
Direitos da Criança – Decreto nº 99.710/90 e o Código Penal Brasileiro, onde no seu artigo nº 217
―ter conjunção carnal ou praticar ato libidinoso com menor de 14 anos, não importando se a vítima
consentiu, é considerado estupro de vulnerável‖.
As crianças e adolescentes são prioridades absolutas no que se refere à salvaguarda de seus
direitos fundamentais (à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária), estando a
salvos de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. É
dever do Estado garantir a defesa destes direitos com absoluta prioridade, mas não somente ao
Estado, pois também é dever da família e de toda a sociedade assegurar à criança e ao adolescente
o respeito aos seus direitos garantidos por lei.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de Ipatinga - Seção de Vigilância
Epidemiológica (SEVEP), a frequência absoluta e relativa de notificações de violências (sexual e
65
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

doméstica) distribuídas por faixa etária entre crianças e adolescentes no período de 2010 a 2013
podem ser observadas através dos seguintes valores:

Crianças menores de 01 ano = 15 (3%);


Crianças entre 01 e 04 anos = 28 (6%);
Crianças entre 05 e 0 9 anos = 44 (10%) e
Crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos = 136 (31%).

O principal local de ocorrência das violências notificadas foram as residências urbanas,


seguido de via pública, habitação coletiva e escolas. A violência sexual e doméstica predominou,
quanto ao sexo, entre as mulheres, com destaque à idade mínima de 10 anos.
No período de 2011 a 2015 a SEVEP notificou casos de violência sexual, doméstica e/ou
outras violências entre crianças e adolescentes por idade detalhada, conforme demonstrado no
quadro a seguir:

Violência doméstica, sexual e/ ou outras violências por ano da notificação segundo idade detalhada
2011 2012 2013 2014 2015 Total
Menor de 01 ano 4 2 8 3 7 24
01 ano 2 2 3 2 4 13
02 anos 0 2 5 1 10 18
03 anos 3 2 4 3 5 17
04 anos 2 2 1 4 7 16
05 anos 0 2 8 8 5 23
06 anos 2 1 2 7 7 19
07 anos 3 3 3 4 7 20
08 anos 0 0 2 8 11 21
09 anos 3 2 7 8 6 26
10 anos 0 1 3 5 10 19
11 anos 2 2 8 5 12 29
12 anos 4 2 3 5 9 23
13 anos 4 4 7 8 19 42
14 anos 1 4 9 9 22 45
15 anos 3 3 9 16 22 53
16 anos 5 2 11 15 23 56
17 anos 1 3 10 18 25 57
18 anos 3 4 14 10 15 46
Total 42 43 117 139 226 567

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP), através do Centro Integrado de


Informações de Defesa Social (CINDS), apontou que em Minas Gerais mais de 80% das crianças e
adolescentes vítimas de estupro têm até 14 anos de idade. Esses casos, contra vulneráveis,
chegaram a 4.496 entre janeiro de 2015 e setembro de 2016. Esse total é 313% maior que a
quantidade de ocorrências registradas na faixa etária de 15 a 17 anos, que em igual período
totalizaram 1.088 casos. Destaca-se que esse público de até 14 anos também representa a maioria
das vítimas nos registros gerais de violência sexual – que inclui, por exemplo, assédio, ato obsceno
e estupro.
Entre as vítimas de violência sexual no período, 82% são mulheres, sendo que 58% são
pardas e negras. Os dados mostram ainda que apenas 15% dos autores de violência sexual contra o
público infanto-juvenil são desconhecidos das vítimas.

66
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Dados da violência sexual no Estado de Minas Gerais

Os dez crimes mais contabilizados


Ano 2015 Ano 2016
Estupro de vulnerável (até 14 anos) 2.638 1.858
Estupro 647 441
Ato obsceno 176 112
Corrupção de menores 134 78
Assédio sexual 113 97
Favorecer prostituição e exploração sexual de vulnerável 10 10
Favorecimento da prostituição 11 11
Praticar na presença de menor de 14 anos, conjunção carnal ou outro ato libidinoso 21 16
Induzir o menor a satisfazer sexualmente outra pessoa 3 3
Rufianismo (obter lucro com a prostituição) 1 2
Total geral 3.754 2.628

Notadamente percebe-se que o ato de denunciar torna a impunidade cada vez menor.

Vítimas por sexo

2015
Feminino Masculino Não Informado
0%

17%

83%

2016
Feminino Masculino Não informado

1%

19%

80%

Relação entre vítima e autor (os dez tipos mais citados)


Ano 2015 Ano 2016
Amigo, conhecido 720 481
Filho, enteado 783 572
Sem relacionamento 710 467
67
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Outro parentesco 493 297


Ignorado 474 385
Outros 335 248
Vizinho 326 229
Namorado 148 126
Netos, bisnetos, tataranetos 82 67
Irmão 76 45
Total geral 4147 2917

Vítimas por cor da pele

2500
2038
2000

1358
1500
2015
2016
1000
607 572
516
296
500

0
Negra Ignorada Parda

Houve mais vinte vítimas de cor de pele amarela e quatro vítimas albinas nos anos de 2015 e
2016.

Vítimas por idade


1800
1556
1600

1400

1200 1081
1000
825 2015
760
800
2016
577 547 571
600
413 386
400 330

200 107 77
0
0 a 2 anos 3 a 5 anos 6 a 8 anos 9 a 11 anos 12 a 14 anos15 a 17 anos

7.1- Dados de Violência sexual em Ipatinga


No período de 2013 a 2016, os dados mostraram que o estupro de vulnerável incide sobre os
demais crimes contra a dignidade sexual, de acordo com o quadro demonstrativo abaixo:

Quantitativo de autores, coautores e suspeitos de infrações contra a dignidade sexual e a


família (consumadas) na faixa etária de 0 a 17 anos no Município de Ipatinga – MG.

Naturezas contra a dignidade sexual 2013 2014 2015 2016 TOTAL PERCENTUAL

Estupro de vulnerável 5 15 6 6 32 55,17%


Estupro 0 12 1 1 14 24,14%
Outras infrações contra dignidade sexual e a família 1 0 4 1 6 10,34%
Corrupção de menores 2 1 3 0 6 10,34%
68
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Prostituição/exploração sexual de menor de idade 0 0 0 0 0 0,00%


Favorece prostituição/exploração sexual vulnerável 0 0 0 0 0 0,00%
Assédio sexual 0 0 0 0 0 0,00%
Total 8 28 14 8 58 100,00%

A Polícia Militar de Ipatinga, em seus registros realizados no período de 2011 a 2016


destacou os casos de crianças e adolescentes apontados como autores de atos infracionais em
crimes contra a dignidade sexual, a saber:

Ano Estupro Atos Obscenos Outros crimes sexuais


2011 06 01 00
2012 04 - 01
2013 05 01 03
2014 27 - -
2015 13 - 04
2016 06 - 02
Total 61 02 10
Observa-se que os ―outros crimes sexuais‖ da tabela acima podem estar diretamente
condicionados aos demais crimes sexuais como: exibicionismo sexual, abuso verbal, registros de
imagens, voyeurismo (observação sem consentimento), abuso virtual/ligações telefônicas, atentado
ao pudor, pedofilia, etc.
O Serviço de Proteção e Atendimento Especializado às Famílias e Indivíduos (PAEFI)
ofertado no CREAS (Unidade Pública/Estatal da Proteção Social Especial de Média Complexidade),
recebeu 286 famílias com crianças e adolescentes que vivenciaram violação de direitos por
ocorrência de violência entre os anos de 2013 a 2016, conforme descrito abaixo:

Ano 2013 - 66 famílias com crianças e adolescentes vítimas de violência;


Ano 2014 - 50 famílias com crianças e adolescentes vítimas de violência;
Ano 2015 - 81 famílias com crianças e adolescentes vítimas de violência;
Ano 2016 - 89 famílias com crianças e adolescentes vítimas de violência.

Salienta-se que a maior parte dessas crianças e adolescentes inseridas em acompanhamento


no serviço durante estes anos foi devido à ocorrência de violência sexual, principalmente na forma
de abuso sexual.
Vale considerar que nem toda situação de violência com crianças e adolescentes do
município chegam ao CREAS. Logo, os dados apresentados não contemplam toda realidade de
Ipatinga no período.
O Conselho Tutelar - Regionais I e II destacou que entre o período de janeiro a novembro de
2016, 51 crimes sexuais foram notificados no Órgão, a saber:

Abuso sexual: 31
Suspeita de abuso sexual: 05
Ofensa sexual: 05
Exploração sexual: 06
Incesto: 01
Adolescente parturiente: 03

69
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

De acordo com a pesquisa realizada em 2.438 domicílios de Ipatinga, as vítimas de violência


que predominaram foram mulheres, o que confirma a vulnerabilidade do sexo feminino no tocante à
violência sexual. Verificou-se que 35 casos de gravidez precoce ocorreram com meninas entre 08 e
14 anos, enquanto 188 casos ocorreram com meninas entre 15 a 17 anos.
O abuso sexual é um fator desconcertante que assola nossa sociedade e que atinge
diretamente a infância e a juventude. As principais vítimas são as meninas, embora meninos também
sejam atingidos. Segundo um estudo realizado em 1994 pela Organização Pan-Americana de Saúde
e a Organização Mundial de Saúde, apenas 2% dos casos de abuso sexual de criança que ocorrem
dentro da família são denunciados, possibilitando a existência de um ciclo de violência. Seja nas
ruas ou no seio familiar, o abuso sexual atinge todas as classes sociais e grupos na sociedade, e,
indubitavelmente, provoca danos biopsicossociais irreparáveis, restando à vítima carregar suas
desastrosas consequências ao longo de toda a sua existência; um quadro aviltante, configurado não
só pelos agressores diretos, mas também por aqueles que, apesar de terem conhecimento de tais
fatos criminosos, se eximem da responsabilidade de registrar a denúncia às autoridades
competentes, fazendo de suas omissões importante contribuição para a impunidade e para a
continuidade das atividades de abusos sexuais de crianças e adolescentes.
Apenas recentemente a violência sexual passou a receber destaque e visibilidade por parte
de órgãos governamentais, entidades civis, movimentos feministas e organizações não
governamentais.

8- Saúde - Estratégia de Promoção da Saúde

A estratégia de promoção da saúde no SUS traz aspectos que determinam o processo saúde
doença e as possibilidades de potencializar formas mais amplas de intervir em saúde.
O Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) atua de forma integrada às equipes de Saúde
da Família, Consultório na Rua e Programa Academia da Saúde, na proposta de promover a saúde
na atenção básica, onde vários projetos e atividades foram desenvolvidos com crianças e
adolescentes no ano de 2015, a saber:

Oficina do Brincar: 813 crianças e adolescentes;


Espaço família: 204 crianças e adolescentes;
Adolescer: 117 crianças e adolescentes;
Crescer: 42 crianças e adolescentes e,
Falo Certo: 136 crianças e adolescentes.

No total, 1.312 crianças e adolescentes tiveram acesso aos ―grupos operativos‖ desenvolvidos
em Unidades de Saúde do município.

Programa Saúde na Escola

O Programa Saúde na Escola (PSE), instituído por Decreto Presidencial nº 628, de 05 de


Dezembro de 2001 e lançado em Setembro de 2008, é resultado de uma parceria entre o Ministério
70
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

da Saúde e da Educação que tem como objetivo reforçar a prevenção da saúde dos alunos
brasileiros e construir uma cultura de paz nas escolas.
O PSE, numa integração e articulação permanente da educação e da saúde, visa às práticas
de promoção à saúde e prevenção de doenças e agravos na comunidade escolar, assim como
propicia enfrentamento de vulnerabilidades que comprometem o desenvolvimento de crianças e
jovens.
O município de Ipatinga fez adesão ao programa em Julho de 2013 através da parceria entre
as Secretarias de Educação e Saúde, visando práticas que vão desde o atendimento clínico dos
educandos, atendimento nutricional, atualização do calendário vacinal, saúde bucal e saúde ocular,
até a inclusão de atividades de educação em saúde – palestras educativas para alunos, pais e
professores, inclusive capacitação permanente aos profissionais das respectivas áreas.
A gestão do programa é centrada em ações compartilhadas e corresponsáveis, desenvolvidas
por meio dos Grupos de Trabalho Intersetoriais – GTIs (Secretarias de Saúde e de Educação) que
visam planejar e executar as ações realizadas coletivamente, de forma a atender às necessidades e
demandas locais.
Em Ipatinga o PSE alcançou bons resultados, mas também encontrou fatores dificultadores
no período de sua implementação – Julho de 2013 à Julho de 2015.
No período correspondente aos anos de sua execução, foram obtidos os seguintes
resultados:

PSE 2013/2014

Número de ações realizadas com educandos: 08, entre Chamada Nutricional (peso e altura e
Teste de Snellen) e Palestras (Cultura de Paz, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sexualidade e
Prevenção a DST e AIDS, Prevençaõ do Álcool e outras Drogas, Promoção da Alimentação
Saudável, etc)
Número de ações realizadas com educadores: 03 capacitações (Sexualidade, DST e AIDS,
Álcool e Drogas, Nutrição)

Número de educadores capacitados: 110 professores


Número de escolas realizadas: 53 escolas municipais, estaduais e creches
Número de alunos avaliados: 29.275 alunos
Número de equipes participantes: 41 equipes

PSE 2014/2015

Número de ações realizadas com educandos: 08, entre Chamada Nutricional (peso e altura e
Teste de Snellen) e Palestras (Cultura de Paz, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sexualidade e
Prevenção a DST e AIDS, Prevenção do Álcool e outras Drogas, Promoção da Alimentação
Saudável, etc)

Número de ações realizadas com educadores: 03 capacitações (Sexualidade, DST e AIDS,


Álcool e Drogas, Nutrição)
Número de educadores capacitados: 104 professores
Número de escolas realizadas: 57 escolas municipais, estaduais e creches

71
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Número de alunos avaliados: 28.243 alunos


Número de equipes participantes: 46 equipes

Dentre os fatores dificultadores do PSE, destacam-se: número insuficiente de profissionais


para atender a grande demanda de alunos; falta de espaço adequado para a realização das ações
nas escolas; falta de transporte para deslocar com as equipes e resistência de alguns profissionais
da educação.
No entanto, observa-se que a realização das ações do PSE foi fundamental para a promoção
e atenção à saúde, mas principalmente para a prevenção de doenças. O trabalho intersetorial com
as políticas de saúde e educação tornaram-se imprescindíveis para o alcance dos resultados obtidos
pelo PSE, finalizado em meados de 2015.
Até a presente data aguarda-se uma nova contratualização do Ministério da Saúde, uma vez
que as escolas pactuadas são indicadas pelo próprio Ministério.

Saúde Bucal
A Seção de Saúde Bucal (SESB) é o setor responsável pela prestação de atendimento
odontológico à população de Ipatinga. Através do Programa de Atenção à Saúde Bucal são
realizadas ações de promoção, proteção e recuperação da saúde bucal dos usuários.
A atenção básica, primeiro nível de atenção à saúde bucal, é ofertada pelas equipes de saúde
bucal na Estratégia de Saúde da Família (ESF) e pelas equipes convencionais. As equipes estão
inseridas em 15 Unidades de Saúde (UBS), dentre essas se inclui a Clínica do Bebê, 02 Clínicas
Integradas e 07 Escolas Públicas.
No Programa Saúde na Escola (PSE), as ações de Saúde Bucal realizadas são escovação
dental supervisionada com palestras educativas e avaliação da saúde bucal dos escolares. Esta
ação reflete o acesso à orientação para prevenção de doenças bucais, especificamente,
especificamente cáries e doença periodontal.
O gráfico abaixo demonstra a ampliação da ação de escovação dental supervisionada no ano
de 2015.

Números de Procedimentos de Escovação dental supervisionada por quadrimestre

Escovações
1º Quadrimestre 2º Quadrimestre 3º Quadrimestre

7%
50%
43%

Observa-se também a ampliação do indicador de escovação dental supervisionada


comparativamente aos anos anteriores:

Números de Procedimentos de Escovação dental supervisionada por ano, Ipatinga


72
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

100000 94134

90000
80000
70000
60000 54318

50000 Escovações
36017 Ano
40000
30000
20000 12762
10000 2012 2013 2014 2015
0
1 2 3 4

No ano de 2015, foram avaliados 26.495 alunos e encontrado apenas 23,2% de alterações
bucais, com necessidade de tratamento odontológico.

Avaliação de saúde bucal dos escolares de Ipatinga


Quadrimestre Acumulado
Período
1º 2º 3º 2015
Total de Exames 17.647 8.848 - 26.495
Total de alterações 4.257 1.895 - 6.152
% 24% 21,4% - 23%

Após a avaliação de saúde bucal, os escolares são convocados para realizarem o tratamento
odontológico na Unidade de Saúde ou Consultório da Escola de referência, sendo sete Escolas
Públicas que realizam o tratamento odontológico exclusivo para a população escolar.

Clínica do Bebê
O atendimento odontológico na Clínica do Bebê tem como finalidade a atenção à saúde bucal
de crianças de 0 a 3 anos e 11 meses. Crianças com idade até 5 anos e 11 meses não matriculadas
em escolas públicas ou creches também são atendidas na Clínica do Bebê. A busca ativa dos
pacientes para tratamento dá-se por triagens em creches cadastradas e cadastro na fila da Clínica
do Bebê.

O quadro abaixo demonstra o aumento do número de crianças cadastradas na Clínica do


Bebê no ano de 2015.

Ano 2011 2012 2015


Total de crianças cadastradas 494 523 975
Vigilância em Saúde
Vigilância em saúde segundo a Portaria nº 1.378/2013 deve ser compreendida como ―um
processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação e disseminação de dados sobre eventos
relacionados à saúde, visando o planejamento e a implementação de medidas de saúde pública para
a proteção da saúde da população, a prevenção e controle de riscos, agravos e doenças, bem como
para a promoção da saúde‖.

Seção de Vigilância Epidemiológica (SEVEP)

73
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

A Vigilância Epidemiológica é responsável por acompanhar o comportamento das doenças e


agravos na sociedade, objetivando conhecer, detectar ou prever qualquer mudança que possa
ocorrer nos fatores condicionantes e determinantes do processo saúde-doença, bem como identificar
a gravidade de novas doenças à saúde da população. Deverá ainda, dentre outros, propor a adoção
de medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos, avaliarem a eficácia e efetividade das
medidas adotadas e divulgar as informações pertinentes.

Imunização
A imunização é um conjunto de métodos terapêuticos com o objetivo de conferir resistência ao
organismo, ou seja, imunidade contra determinadas doenças.
O ano de 2015 caracterizou-se por um desabastecimento nacional de várias vacinas e soros
antivenenos, a saber: Hepatite A, Febre Amarela, Tetraviral, Tríplice bactéria (DTP), Hepatite B,
Vacina Antirrábica, Imunoglobulina Anti-Hepatite B e BCG.

Doenças, agravos e eventos de saúde pública de notificação compulsória nos serviços de


saúde públicos e privados

Nos quadros abaixo, são apresentados as notificações de doenças, agravos e eventos


compulsórios recebidos no município no período de 2011 a 2016, ocorridos na faixa etária de 0 a 18
anos. Esses eventos são compulsórios pela importância de seu conhecimento precoce, para que
medidas de prevenção, controle e tratamento sejam tomadas em tempo hábil.

AIDS
A AIDS é uma doença infecto parasitária causada pelo vírus da imunodeficiência humana
(HIV), que pode ser transmitido através de relações sexuais sem o uso de preservativos (inclusive
pelo sexo oral e anal), por transfusões de sangue contaminado, agulhas hipodérmicas e de mãe para
filho durante a gestação, parto ou amamentação. Ainda que não exista a cura ou vacina para a
doença, o tratamento antirretroviral pode retardar a propagação da doença e aumentar a expectativa
de vida da pessoa contaminada pelo vírus.

Aids criança por ano de notificação segundo


idade detalhada
Idade detalhada 2011 2015 Total
Menor de 01 ano 0 1 1
02 anos 1 0 1
10 anos 1 0 1
Total 2 1 3

AIDS por ano de notificação segundo idade detalhada


Idade detalhada 2011 2014 2015 Total
16 anos 0 0 1 1
17 anos 0 1 0 1
18 anos 1 1 1 3
Total 1 2 2 5
Hepatites Virais
As hepatites virais são doenças causadas por diferentes agentes etiológicos, de distribuição
universal, que têm em comum o hepatotropismo. Possuem semelhanças do ponto de vista clínico-
laboratorial, mas apresentam importantes diferenças epidemiológicas e quanto à sua evolução.
74
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

No Brasil, a heterogeneidade socioeconômica, a distribuição irregular dos serviços de saúde,


a incorporação desigual de tecnologia avançada para diagnóstico e tratamento de enfermidades são
elementos importantes que devem ser considerados na avaliação do processo endemoepidêmico
das hepatites virais.
A melhoria das condições de higiene e de saneamento das populações, a vacinação contra a
Hepatite B e as novas técnicas moleculares de diagnóstico do vírus da Hepatite C são avanços
importantes.
Entretanto, enfrentar o importante problema de saúde pública que constituem, no Brasil, as
doenças transmissíveis endêmico-epidêmicas, continua sendo um grande desafio.

Hepatites virais por ano de notificação segundo idade detalhada


Idade detalhada 2012 2013 2014 2015 Total
03 anos 0 0 0 1 1
17 anos 0 0 2 0 2
18 anos 2 1 2 0 5
Total 2 1 4 1 8
Sífilis
A sífilis, infecção causada pelo Treponema pallidum, é uma doença de transmissão sexual
com distribuição mundial, sendo ainda um importante problema de saúde pública. É uma doença
multifacetada, com sérias implicações para a mulher grávida e seu concepto. Quando adquirida
durante a gravidez, pode levar a abortamento espontâneo, morte fetal e neonatal, prematuridade e
danos à saúde do recém-nascido com repercussões psicológicas e sociais.
Levando-se em conta que a meta da OMS de 2012 era a erradicação da sífilis congênita em
2015, podemos dizer que não foi possível seu cumprimento, visto que no Brasil, desde 2011, vem se
registrando aumento do número de casos. Em Ipatinga, no ano de 2015, foram notificados 29 casos
em residentes, o que reforça a necessidade de melhoria no pré-natal, busca ativa das gestantes e
parceiros para realização do teste rápido para sífilis (oferecido pelas UBS) e tratamento precoce.

Sífilis congênita por ano de notificação segundo idade detalhada


Idade detalhada 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Menor de 01 ano 2 8 9 12 29 60
Total 2 8 9 12 29 60
A tabela a seguir demonstra que, em 2015, os casos de notificações de sífilis entre gestantes
adolescentes aumentaram, e a prevenção secundária e a interrupção da cadeia de transmissão
ficaram prejudicadas em virtude da falta da ―penicilina‖ em todo o Brasil desde dezembro de 2014.

75
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Sífilis em gestantes por ano de notificação segundo idade


detalhada

Idade detalhada 2011 2013 2014 2015 Total


14 anos 0 0 1 2 3
15 anos 0 0 1 3 4
16 anos 1 0 1 0 2
17 anos 0 1 2 3 6
18 anos 1 0 0 4 5
Total 2 1 5 12 20
No decorrer de 2015, a ―penicilina‖ voltou a ser distribuída, porém, em alguns meses ficou
restrita para gestantes e nos demais meses foi distribuída em maior quantidade, sendo dispensada
para casos de sífilis adquirida.

Tuberculose
O Programa Municipal de Controle da Tuberculose tem como principais objetivos o
acompanhamento e tratamento dos pacientes com tuberculose de todas as formas, com
implementação das recomendações nacionais para o controle da doença.
Em 2015 nota-se uma redução no número de casos novos se comparados com o ano de
2014. A continuidade do processo de descentralização do atendimento deste agravo nas Unidades
de Saúde propicia o diagnóstico precoce da doença e a busca e investigação dos contatos.

Tuberculose por ano de notificação segundo idade detalhada


Idade detalhada 2011 2012 2013 2014 2015 Total
01 ano 0 0 0 1 0 1
06 anos 0 1 0 0 0 1
08 anos 0 0 1 1 0 2
13 anos 1 0 0 1 0 2
14 anos 0 0 0 1 0 1
15 anos 1 0 1 0 0 2
16 anos 0 0 0 1 1 2
17 anos 0 0 0 0 1 1
18 anos 1 0 1 0 0 2
Total 3 1 3 5 2 14
Hanseníase
O objetivo do Programa Municipal de Controle da Hanseníase é reduzir o número de casos
através de ações de prevenção, diagnosticar precocemente a doença e oferecer tratamento para os
casos identificados.
Na tabela abaixo se observa que apenas em 2011 e 2012 houve casos de notificações entre
adolescentes. A elevação do número de notificações evidencia uma melhoria no diagnóstico da
doença, fruto do aprendizado, aprimoramento e sensibilidade dos profissionais de saúde para o
diagnóstico precoce.

Hanseníase por ano de notificação segundo


idade detalhada
Idade detalhada 2011 2012 Total
14 anos 0 1 1
16 anos 1 0 1
Total 1 1 2

A Dengue e a febre pelo ZikaVírus tornaram-se um dos problemas de saúde pública no


mundo, sendo esta última considerada como Epidemia Mundial (Pandemia).
76
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Diversos fatores dificultam a erradicação dos vetores (Aedes aegypti e Aedes albopictus) que
transmitem a dengue, febre pelo Zika Vírus e a febre de Chikungunya: o crescimento desordenado
dos centros urbanos, a irregularidade do abastecimento de água, a coleta e o destino inadequado
dos resíduos sólidos, a acelerada expansão da indústria de materiais não biodegradáveis assim
como as condições climáticas agravadas pelo aquecimento global.
A globalização e facilidade em viajar pelo mundo e dentro do próprio Brasil também
contribuem para a e disseminação dos agentes etiológicos de várias doenças. Infere-se que a febre
pelo Zika Vírus foi introduzida no Brasil na ocasião da copa mundial de futebol em 2014, sediada
pelo Brasil. Essa situação impõe modelos de vigilância focados na identificação e gestão de riscos,
no diagnóstico e no tratamento precoce, principalmente em anos epidêmicos, de modo a evitar
mortes e sequelas.
Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), segue a distribuição
de casos residentes por faixa etária, no período de 2011 à 2016:

Casos notificados no município de Ipatinga - Zika Vírus


Ano da Notificação menor de 01 ano 01 ano 02 anos 03 anos 04 anos 05 anos 06 anos 07 anos 08 anos
2016 39 25 19 20 23 22 19 22 20

Casos notificados no município de Ipatinga - Zika Vírus


Ano da Notificação 09 anos 10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos Total
2016 23 21 20 19 21 23 31 53 49 469

Observa-se que em 2016 foram notificados no município 469 casos de Zica Vírus em
crianças e adolescentes.
Em Ipatinga não houve casos de Chikungunyia na faixa etária de 0 a 17 anos em 2016 e nem
nos anos anteriores.
A Febre Amarela é uma doença infecciosa causada por um vírus e transmitida por mosquitos.
A infecção pode ser categorizada de duas formas: febre amarela urbana, quando é transmitida
pelo Aedes aegypti; ou febre amarela silvestre, quando transmitida pelo Haemagogus e Sabethe. Em
2017 apenas uma criança de 10 anos foi notificada com febre amarela.

Doenças Exantemáticas

Doenças exantemáticas: Rubeola/sarampo por ano de notificação


segundo idade detalhada
Idade detalhada 2011 2012 2013 2014 Total
Menor de 01 ano 0 2 0 1 3
01 ano 1 0 1 1 3
03 anos 1 1 0 0 2
04 anos 0 1 0 0 1
Total 2 4 1 2 9
Em 2012 ocorreu o maior número de registros de notificações em crianças menores de 04
anos. Viabiliza-se a necessidade de manutenção da vigilância permanente dos casos suspeitos,
principalmente pelo risco da reintrodução do sarampo no Brasil.

77
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Acidente de trabalho com exposição a material biológico e acidentes de trabalho grave

Acidente de trabalho com exposição a material biológico por ano


da notificação segundo Idade detalhada
Idade detalhada 2011 2012 2013 2015 Total
Menor de 01 ano 0 2 0 0 2
08 anos 0 0 0 1 1
14 anos 0 0 0 1 1
16 anos 1 0 0 0 1
18 anos 0 1 2 0 3
Total 1 3 2 2 8

Acidentes de trabalho: grave, fatal e em crianças e


adolescentes por ano da notificação segundo Idade
detalhada
2012 2013 2014 2015
Menor de 01 ano 2 1 2 0
16 anos 0 0 1 0
17 anos 0 0 3 2
18 anos 0 0 0 2
Nota-se que esses tipos de acidentes são frequentes com crianças que possuem menos de
01 ano de idade ou com adolescentes a partir de 17 anos. O Centro de Referência Regional em
Saúde do Trabalhador (CEREST) e a Seção de Vigilância Epidemiológica (SEVEP) junto aos
colaboradores da saúde buscam identificar e notificar os casos, pois é sabido que ainda existem
subnotificações, principalmente nos serviços privados.

Acidentes por Animais Peçonhentos e Atendimento Antirrábico

Atendimento antirrábico por ano de notificação


Idade 2011 2012 2013 2014 2015 Total
De zero a 03 anos 23 32 28 23 25 131
Entre 04 e 07 anos 26 30 24 44 34 158
Entre 08 e 11 anos 29 25 38 35 22 149
Entre 12 e 15 anos 22 22 16 25 21 106
Entre 16 e 18 anos 10 11 16 12 9 58
Total 110 120 122 139 111 602
Os casos de atendimento antirrábico reduziram em 2015. Essa queda pode estar associada à
falha no processo de notificação à SEVEP e/ou alteração na condução dos casos de agressão por
animais, devido ao desabastecimento nacional de vacina e soro antirrábico no período.

Coqueluche
Coqueluche por ano de notificação
Idade 2011 2012 2013 2014 2015 Total
De zero a 03 anos 1 12 18 10 1 42
Entre 04 e 07 anos 0 2 2 3 0 7
Entre 08 e 11 anos 0 0 2 3 0 5
Entre 12 e 15 anos 1 0 0 0 0 1
Entre 16 e 18 anos 0 1 0 0 0 1
Total 2 15 22 16 1 56
Ocorreu uma queda significativa do número de casos de 16 em 2014 para apenas 01 em
2015. Acredita-se que as alterações ocorridas no calendário vacinal, introduzindo a vacina DTPa

78
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

para grávidas, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, seja uma das ações responsáveis
pela queda principalmente em crianças abaixo de 2 meses.

Leptospirose
É uma doença infecciosa febril de início abrupto, podendo variar desde um processo
inaparente até formas graves, com alta letalidade. A fase precoce da doença quando leve, é
frequentemente diagnosticada como ―síndrome gripal‖. É causada pela bactéria do gênero
Leptospira, do qual se conhecem 14 espécies patogênicas, transmitida pela urina dos ratos.
A transmissão resulta da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, onde
ocorre a penetração do microorganismo através da pele com presença de lesões, ou da pele íntegra
imersa por longos períodos em água contaminada ou através de mucosas. O período de incubação
varia de 1 a 30 dias (média entre 5 e 14 dias).

Leptospirose por ano de notificação segundo idade


detalhada
Idade detalhada 2011 2012 2014 Total
02 anos 0 0 1 1
12 anos 1 0 0 1
17 anos 0 1 0 1
Total 1 1 1 3
Febre Maculosa
Febre maculosa (americana), tifo exantemático, febre do carrapato (Brasil), ou febre da
carraça (Portugal), é uma doença incomum causada pela bactéria Rickettsia e transmitida pela
picada de carrapatos ou fezes de piolhos. No Brasil, a maior parte dos casos é encontrada na região
sudeste e transmitidas por Amblyommas (carrapatos amarelos).

Febre maculosa por ano de notificação


Idade 2011 2012 2013 2014 2015 Total
De zero a 03 anos 0 2 1 1 0 4
Entre 04 e 07 anos 0 0 1 0 1 2
08 anos 1 0 0 0 0 1
16 anos 1 0 0 1 0 2
Total 2 2 2 2 1 9

Neste período não houve casos notificados de Febre Amarela e Malária.

Leishmaniose Visceral Humana (LVH)


A Leishmaniose Visceral é uma doença causada por protozoários do gênero Leishmania e
nas Américas, pela espécie Leishmania Chagasi. A forma de transmissão é por meio da picada de
fêmeas de insetos Flebotomíneos infectados (mosquito palha), principalmente, por Lutzomyia
Longipalpis.
Inicialmente caracterizada como doença eminentemente rural, mais recentemente vem se
expandindo para áreas urbanas de médio e grande porte e se tornou crescente problema de saúde
pública no país, sendo uma endemia em franca expansão geográfica.
Na área urbana, o cão é a principal fonte de infecção e no ambiente silvestre, os reservatórios
são as raposas e outros animais. A transmissão ocorre enquanto houver parasitismo na pele ou no
sangue periférico do hospedeiro.

79
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

De um modo geral, os Flebotomíneos vivem em lugares úmidos, ricos em matéria orgânica e


vem adaptando-se perfeitamente ao ambiente doméstico urbano, sendo encontrado dentro das
residências.

Leishmaniosse visceral por ano de notificação


Idade 2012 2013 2014 2015 Total
De zero a 03 anos 1 8 30 32 71
Entre 04 e 07 anos 0 1 10 11 22
Entre 08 e 11 anos 1 0 1 4 6
Entre 12 e 15 anos 0 1 3 3 7
Entre 16 e 18 anos 0 0 1 3 4
Total 2 10 45 53 110

Houve um aumento contínuo no número de casos confirmados de LVH no período acima,


principalmente em crianças menores de 01 ano. Considera-se que a manifestação da forma grave da
doença não só vem atingindo crianças, mas também idosos e imunossuprimidos, grupos
considerados mais susceptíveis em adoecer e falecer quando doente por qualquer causa.

Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA)


A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) apresenta-se em fase de expansão geográfica.
Inicialmente considerada zoonose de animais silvestres, que acometia ocasionalmente pessoas em
contato com florestas, a LTA já expandiu inicialmente para as zonas rurais e depois para regiões
urbanas, sendo fortemente associada às alterações ambientais e comportamento humano.
A LTA é endêmica no município e sofre oscilações no número de casos explicado pela própria
sazonalidade da doença, que geralmente eleva-se a cada 3 ou 4 anos e depois declina, tornando a
subir posteriormente.

Leishmaniose tegumentar por ano de


notificação segundo idade detalhada
Idade detalhada 2012 2015 Total
06 anos 1 0 1
11 anos 1 0 1
17 anos 1 1 2
18 anos 0 2 2
Total 3 3 6
Intoxicação Exógena
A intoxicação exógena é uma consequência clínica e/ou bioquímica da exposição a
substâncias químicas que podem penetrar por qualquer via, sendo as mais comuns: a digestiva,
respiratória e cutânea.
As intoxicações são na sua maioria, acidentais, mas resultam também de tentativas de
autoextermínio.

Intoxicação exógena (por substancias químicas, incluindoagrotóxico ,


gases tóxicos e metais pesados) por ano de notificação
Idade 2011 2012 2013 2014 2015 Total
De zero a 03 anos 33 63 31 64 45 236
Entre 04 e 07 anos 10 18 14 17 17 76
Entre 08 e 11 anos 3 8 3 6 4 24
Entre 12 e 15 anos 11 30 15 24 20 100
Entre 16 e 18 anos 24 56 32 47 41 200
Total 81 175 95 158 127 636

80
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Nos anos de 2012 e 2014 houve um aumento de aproximadamente 50% do número de


notificações em relação aos anos de 2011 e 2013, enquanto no ano de 2015 este número diminuiu
em relação ao ano anterior. Percebe-se que a intoxicação exógena predomina entre crianças entre
01 a 02 anos e adolescentes de 17 a 18 anos. Esta avaliação atribui-se à melhoria das notificações
dos casos.

Meningite
Inflamação das membranas de recobrimento do encéfalo e/ou medula espinal constituída por
pia-máter, aracnoide e dura-máter. Infecções virais, bacterianas e fúngicas são as causas mais
comuns desta afecção, porém, hemorragia subaracnóidea, irritação química (meningite química),
afecções granulomatosas, afecções neoplásicas (MENINGITE CARCINOMATOSA) e outras
afecções inflamatórias podem produzir esta síndrome.

Meningite por ano de notificação


Idade 2011 2012 2013 2014 2015 Total
De zero a 03 anos 8 7 14 14 5 48
Entre 04 e 07 anos 4 5 8 6 1 24
Entre 08 e 11 anos 1 1 4 1 0 7
Entre 12 e 15 anos 5 2 2 0 1 10
Entre 16 e 18 anos 0 3 2 0 1 6
Total 18 18 30 21 8 95
O maior número de casos notificados no período ocorreu entre 2013 e 2014, considerando
que a maior incidência da meningite foi em crianças de 01 ano e menores de 01 ano.

Esquistossomose
A esquistossomose, doença do caramujo, xistose, barriga d'água ou bilharzíase é uma doença
crônica causada por platelmintos parasitas e multicelulares do gênero Schistosoma.
São muitos os fatores envolvidos na determinação da emergência e reemergência de doenças
infecciosas. No caso da esquistossomose destacam-se os fatores biológicos como os relacionados
ao habitat, às mutações e adaptações de microrganismos e hospedeiros, à resposta imunológica do
hospedeiro e às adaptações bioecológicas de hospedeiros intermediários. Somam-se a esses, os
não menos importantes fatores relacionados à gestão política, ocupação do ambiente e alocação de
recursos financeiros. O Brasil reúne hoje importantes condições ecoepidemiológicas para a
reemergência da esquistossomose e aumento da prevalência de algumas formas graves como
mielorradiculopatia esquistossomótica, principalmente em áreas de baixa endemicidade. A expansão
de suas fronteiras atinge os meios urbanos e rurais, destinados ao trabalho ou ao lazer, com
comprometimento inclusive de setores de renda como o ecoturismo.

Esquistossomose por ano de notificação segundo idade detalhada


Idade 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Até 03 anos 0 0 0 1 1 2
Entre 04 e 07 anos 0 0 3 2 5 10
Entre 08 e 11 anos 1 1 6 2 15 25
Entre 12 e 15 anos 0 0 3 4 8 15
Entre 16 e 18 anos 0 1 4 1 5 11
Total 1 2 16 10 34 63
Destaca-se que o ano de 2015 foi o ano de maior notificação de casos se comparados aos
anos anteriores.
81
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no período


correspondente aos anos de 2011 a 2015, não foram registrados casos de doenças e agravos de
notificação compulsória em crianças e adolescentes como: Botulismo, Cólera, Difteria, Doença de
Chagas Aguda, Febre Amarela, Febre Tifóide, Hantavirose, Malária, Peste, Raiva, Rubéola
Congênita,Tétano Neonatal e Tétano Acidental.

Saúde Mental
A Política de Saúde Mental, numa posição de corresponsabilidade, visa articular e dar apoio
no acompanhamento dos casos de Saúde Mental através de discussão e construção dos casos
clínicos, esclarecimentos de dúvidas quanto à medicação psiquiátrica, debate de questões práticas e
teóricas referentes à saúde mental, visando à criação de novas possibilidades de intervenções para
casos que se agravam ou se complicam.
A Política de Saúde Mental visa articular e dar apoio no acompanhamento dos casos de
Saúde Mental através de discussão e construção dos casos clínicos, esclarecimentos de dúvidas
quanto à medicação psiquiátrica, debate de questões práticas e teóricas referentes à saúde mental,
visando à criação de novas possibilidades de intervenções para casos que se agravam ou se
complicam.
Com o objetivo de garantir o acesso dos usuários ao serviço de saúde mental do município,
propõe-se uma reformulação da assistência na atenção primária à saúde, que articulada com a
atenção secundária e atenção terciária, garante os princípios da universalidade, integralidade e
equidade dos usuários.

População Prioritária
O público prioritário do Programa de Saúde Mental de Ipatinga são indivíduos considerados
acometidos por transtorno mental reconhecido e diagnosticado, onde haja intervenções terapêuticas
eficazes e reconhecidas pelas entidades e órgãos de classe, assim como garantidos pela
Constituição Federal e incluídos em protocolos terapêuticos, farmacológicos e não farmacológicos.
No que diz respeito à infância e adolescência, este público terá um programa de
acompanhamento especifico pela equipe do CAPS I, a saber:
Grupo prioritário

Transtorno relacionado ao desenvolvimento cerebral incompleto, como retardo mental;


Autismo.
Grupo de trabalho multidisciplinar e abordagem intersetorial
Transtornos do aprendizado e outros fatores invasivos da infância;
Uso e abuso de substâncias psicoativas na infância e/ou adolescência.

Núcleo de Atenção em Saúde Mental à Criança e ao Adolescente


Atualmente, o acesso de crianças e adolescentes ao Programa de Saúde Mental se dá
através do acolhimento na Atenção Básica pelo Técnico de Referência de Saúde Mental (TRSM),
Estratégia da Saúde da Família (ESF) ou Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) e do
matriciamento na rede intersetorial.
As demandas que chegam ao Núcleo referem-se a casos de neuroses graves, psicoses,
autismo, crianças e adolescentes acometidos pelo abuso de drogas e envolvimento com o tráfico.
82
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

São casos que se encontram em situação de múltiplas vulnerabilidades, que demandam prioridade
absoluta de atendimento, exigem diagnóstico precoce e intervenções multiprofissionais e
intersetoriais, a fim de impedir que se agravem.
No terceiro quadrimestre de 2015 foi possível incrementar o atendimento do Núcleo de
Atenção em Saúde Mental da Criança e do Adolescente por meio da instrumentalização dos
profissionais da rede intersetorial, ampliação da equipe multidisciplinar e definição de um espaço
físico de trabalho exclusivo para o Núcleo, expandindo as possibilidades de intervenção como
grupos, oficinas terapêuticas, permanência dia, dentre outros.

Produção do Núcleo de Atenção em Saúde Mental à Criança e ao Adolescente


Anual Quadrimestre 2015 Acumulado
Procedimento 2013 2014 1º 2º 3º 2015
Consultas Psiquiatra 608 736 254 276 182 712
Visitas Domiciliares 2 1 0 0 5 5
Matriciamento 93 87 15 29 25 69
Consultas Psicólogo 178 223 89 154 88 331
Atendimento Serviço Social 181 45 0 0 10 10
Centro Controle de Doenças Infecto Parasitárias (CCDIP)
O Centro de Controle de Doenças Infecto–Parasitárias, conhecido como CCDIP, está inserido
no Departamento de Atenção Especializada e é responsável pelo tratamento e acompanhamento de
pacientes acometidos de Tuberculose, Hanseníase, Hepatites Virais, HIV/AIDS, Leishmaniose
Tegumentar, Leishmaniose Visceral, vítimas de violência sexual e vítimas de acidente com
Biomaterial, além de realizar testes rápidos para HIV, Hepatites Virais e Sífilis.
No CCDIP são ofertados o Programa de DST/AIDS e Hepatites Virais, o Programa de
Controle da Tuberculose e o Programa de Controle da Hanseníase.
O Programa Municipal de DST/AIDS e Hepatites Virais é composto pelos seguintes serviços:
1) CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento): tem como objetivo a prevenção e a
ampliação do acesso da população à testagem gratuita de HIV, sífilis e hepatites B e C.
2) SAE (Serviço de Atendimento Especializado): consiste no atendimento especializado ao
paciente com HIV/AIDS e Hepatites Virais, onde o paciente é acompanhado de forma sistemática
pela equipe multiprofissional. Em 2015 foram realizadas 209 consultas pediátricas HIV/AIDS.
3) UDM (Unidade Dispensadora de Medicação): são estabelecimentos que entre seus
objetivos e atribuições estão a realização de ações voltadas para a assistência farmacêutica,
inclusive dispensação de medicamentos antirretrovirais para o atendimento dos usuários sob terapia
antirretroviral (TARV), bem como seu acompanhamento e monitoramento. Distribui também os
insumos de prevenção (preservativos masculinos e femininos, gel lubrificante e kit para redução de
danos).
O CCDIP é referência secundária para os pacientes residentes no município e para pacientes
da área de abrangência da Microrregião de Ipatinga e de Caratinga.
Vale destacar que a equipe do Consultório na Rua tem um papel fundamental para o
tratamento e redução de riscos à saúde junto à população em situação de rua.

Óbitos
O Ministério da Saúde implantou, a partir de 1976, um modelo único de Declaração de Óbito –
DO para ser utilizado em todo território nacional, como documento base do Sistema de Informações
83
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

sobre Mortalidade – SIM. Este documento além de ter uma função legal também serve de estatística
para estudos sobre a mortalidade, através da tabulação de dados digitados no sistema SIM. A partir
dos dados do SIM, pode-se analisar e planejar ações preventivas com base nas principais causas de
mortalidade.
O preenchimento da DO, segundo a legislação do país é ato exclusivo do profissional médico.
A tabela abaixo demonstra as principais causas de óbitos na faixa etária de 0 a 18 anos
residente em Ipatinga, no período de 2011 a 2015:

Óbito de 0 a 18 anos - 2011 a 2015


Residente em Ipatinga/MG
Causa (Cap CID10) 2011 2012 2013 2014 2015 Total
Algumas doenças infecciosas e parasitárias 3 6 6 4 3 22
Neoplasias (tumores) 3 4 3 2 2 14
Doenças sangue órgãos hemat e transtimunitár 0 0 1 2 1 4
Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 1 0 1 0 1 3
Transtornos mentais e comportamentais 0 0 0 1 0 1
Doenças do sistema nervoso 4 3 4 1 3 15
Doenças do olho e anexos 0 0 0 0 0 0
Doenças do ouvido e da apófise mastóide 0 0 0 0 0 0
Doenças do aparelho circulatório 2 4 3 0 1 10
Doenças do aparelho respiratório 0 2 2 4 4 12
Doenças do aparelho digestivo 0 0 0 2 1 3
Doenças da pele e do tecido subcutâneo 0 0 1 0 0 1
Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 0 0 0 1 1 2
Doenças do aparelho geniturinário 0 1 1 0 1 3
Gravidez parto e puerpério 0 0 0 0 0 0
Algumas afec originadas no período perinatal 24 19 18 17 18 96
Malfcongdeformid e anomalias cromossômicas 11 6 7 9 12 45
Sint sinais e achadanormexclín e laborat 0 1 0 1 0 2
Lesões enven e alg out conseq causas externas 0 0 0 0 0 0
Causas externas de morbidade e mortalidade 18 28 16 15 18 95
Contatos com serviços de saúde 0 0 0 0 0 0
Total 66 74 63 59 66 328

Em relação aos óbitos fetais e infantis, observa-se no período de 2014 e 2015 o seguinte:

40

30

20
2014
10 2015
0
2015
Óbitos
fetais Óbitos
infantis Neonatal 2014
precoce Neonatal
Tardio Pós
Neonatal

84
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

De 2015 (27óbitos) para 2014 (36 óbitos) houve uma queda acentuada de óbitos fetais. Em
relação aos óbitos infantis, em 2015 verifica-se o aumento de 2 óbitos em comparação a 2014.
Observa-se que 72,22% dos óbitos infantis aconteceram em neonatos de 0 a 27 dias e 27,78% em
crianças de 28 a 364 dias. A taxa de mortalidade infantil atingiu 10,73% em 2015 e 10,19% em 2014.
De acordo com Rouquayrol e Almeida Filho (2003, p.70, Epidemiologia & saúde. 6. ed. Rio de
Janeiro: MEDSI).

(....) Quanto melhor é o nível de saúde, tanto menor é a proporção de óbitos pós
neonatais, mais sensíveis às condições socioeconômico-ambientais, (....) a tendência segue na
direção do aumento progressivo de proporção de óbitos neonatais, cujas causas são de
controle mais difícil e complexo. Entre os óbitos neonatais citam-se causas perinatais,
anomalias congênitas ou de origem genética e outro. As doenças infecciosas são as causas
mais comuns de óbitos pós-neonatais... Estando seu controle mais associado à melhoria das
condições gerais de vida das populações do que os neonatais.
Em Ipatinga o Comitê Municipal de Prevenção de Óbito Materno-Infantil investiga, discute e
analisa os óbitos infantis, na perspectiva de trabalhar para a sua diminuição, mesmo sabendo do
desafio que é diminuir as taxas de óbitos neonatais.

Nascidos Vivos por faixa etária da mãe

Menos de 14 anos

8 8
2011
10
14 2012
5 2013
2014
2015

De 15 a 19 anos

345 378

2011

331 2012
353 2013
2014
377 2015

Programa Mais Viver

85
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

O Programa Mais Viver surgiu em 2001 com o propósito de garantir acompanhamento e


assistência aos nascidos vivos do Hospital Márcio Cunha (HMC), residentes em Ipatinga, até que
completem um ano de vida. O Programa tem como finalidade a detecção rápida para fatores de risco
como baixo peso ou qualquer outra doença que coloque em risco o desenvolvimento da criança. O
acompanhamento é realizado pela atenção básica, investindo assim, na promoção e educação para
saúde, prevenção de agravos, detecção e tratamento precoce de doenças.

Desnutrição infantil
Percentual de crianças menores de 5 anos desnutridas em relação ao total de crianças nesta
faixa etária.

Série Histórica de Ipatinga


Número total de crianças menores de 5 anos População de crianças menores que 5
Período
desnutridas anos
2008 116 18.766

2009 73 18.428

2010 122 15.900

2011 76 16.038

2012 155 16.171

2013 115 16.805

2014 326 16.948

2015 374 16.077

SUÍCIDIOS
Segundo o instrutivo de Violência Interpessoal/Autoprovocada, considera lesão
autoprovocada ocorrida em ambos os sexos e em todas as idades, exceto em crianças menores de
10 anos.

IDADE: 10 A 19 ANOS

2010 01
2011 02

2012 05

2013 31

2014 71
2015 59

2016 89

2017 35
TOTAL 293

86
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

9- Educação Básica

A Educação Básica, a partir da Lei de Diretrizes e


Bases da Educação (LDB - 9.394/96), passou a ser
estruturada por etapas e modalidades de ensino,
englobando a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o
Ensino Médio.
A Constituição Federal de 1988, no capítulo próprio
da educação, criou as condições para que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
assumisse esse conceito já no § único do art. 11 ao assinalar a possibilidade de o Estado e os
municípios se constituírem como um sistema único de educação básica. Mas a educação básica é
um conceito, definido no art. 21 como um nível da educação nacional e que congrega,
articuladamente, as três etapas que estão sob esse conceito.
O art. 22 estabelece os fins da educação básica: ―( )... A educação básica tem por finalidade
desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da
cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.‖
Trata-se, pois, de um conceito novo, original e amplo em nossa legislação educacional, fruto
de muita luta e de muito esforço por parte de educadores que se esmeraram para que determinados
anseios se formalizassem em lei. A ideia de desenvolvimento do educando nestas etapas que
formam um conjunto orgânico e sequencial é o do reconhecimento da importância da educação
escolar para os diferentes momentos destas fases da vida e da sua intencionalidade maior já posta
no art. 205 da Constituição Federal: ―A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.‖
Mas o art. 22 da LDB, a fim de evitar uma interpretação dualista entre cidadania e trabalho e
para evitar o tradicional caminho no Brasil de tomar a qualificação do trabalho como uma sala sem
janelas que não a do mercado, acrescenta como próprios de uma educação cidadã tanto o trabalho
quanto o prosseguimento em estudos posteriores.

9.1- Educação Básica no Brasil - Ano 2015

Rede Pública – Zona Urbana e Rural

Ensino Infantil Regular


Total de Escolas de Educação Básica: 84.589 escolas
No total de escolas públicas do Ensino Infantil com acessibilidade aos portadores de
deficiência, 17% (14.756) possuem dependências acessíveis e 23% (19.424) possuem sanitários
acessíveis.

Total de Matrículas:
Creches: 1.936.335
Pré-escolas: 3.686.785

87
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

No total de escolas públicas do Ensino Infantil com acessibilidade aos portadores de


deficiência, 17% (14.756) possuem dependências acessíveis e 23% (19.424) possuem sanitários
acessíveis.

Ensino Fundamental Regular


Total de Escolas de Educação Básica: 112.393 escolas
No total de escolas públicas do Ensino Fundamental com acessibilidade aos portadores de
deficiência, 24% (27.052) dependências acessíveis e 31% (34.997) possuem sanitários acessíveis.

Total de Matrículas:
Anos iniciais (1º ao 5º ano): 12.789.969
Anos finais (6º ao 9º ano): 10.570.965

Ensino Médio Regular


Total de Escolas de Educação Básica: 19.857 escolas
No total de escolas públicas do Ensino Médio com acessibilidade aos portadores de
deficiência, 43% (8.501) dependências acessíveis e 54% (10.649) possuem sanitários acessíveis.

Total de Matrículas:
Ensino médio (1º ao 3º ano): 7.025.847

Rede Privada– Zona Urbana e Rural

Ensino Infantil Regular


Total de Escolas de Educação Básica: 31.414 escolas

Total de Matrículas:
Creches: 1.112.737 estudantes
Pré-escolas: 1.236.373 estudantes

Ensino Fundamental Regular


Total de Escolas de Educação Básica: 23.546 escolas

Total de Matrículas:
Anos iniciais (1º ao 5º ano): 2.772.434 estudantes
Anos finais (6º ao 9º ano): 1.797.842 estudantes

Ensino Médio Regular


Total de Escolas de Educação Básica: 8.168 escolas

Total de Matrículas:
Ensino médio (1º ao 3º ano): 1.050.303 estudantes

Distorção Idade – Série

Quando o aluno reprova ou abandona os estudos por dois anos ou mais durante a trajetória
de escolarização, ele acaba repetindo uma mesma série. Na rede pública de ensino os índices de
distorção ainda são bem maiores do que na rede privada.

88
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Proporção de alunos com atraso escolar de 02 anos ou mais

Rede Pública
Anos Iniciais (1º ao 5º ano): 9 %
Anos finais (6º ao 9º ano): 21%
Ensino médio (1º ao 3º ano): 21%

Rede Privada
Anos Iniciais (1º ao 5º ano): 2 %
Anos finais (6º ao 9º ano): 3%
Ensino médio (1º ao 3º ano): 5%

Taxas de Rendimento
A quantidade de alunos que se encontram em cada uma das etapas escolares constitui a taxa
de rendimentos. Ao final de um ano letivo, alunos matriculados em escolas brasileiras podem ser
aprovados, reprovados ou abandonar os estudos.

Proporção de alunos com reprovação ou abandono

Rede Pública
O ensino médio contou com 11,9% de reprovações e 6,3% de abandonos, enquanto os anos
finais tiveram 9,1% de reprovações e 1,3% de abandonos, sendo considerados índices altos se
comparados com os anos iniciais de reprovação (2,5%) e de abandono (0,2%). Os índices de
aprovação entre o ensino médio e os anos finais tiveram uma variação de 81,8% a 89,6%.

Rede Privada
Nos anos iniciais, o índice de reprovação foi de 0,4%, enquanto nos anos finais e ensino
médio ficou entre 4,0% e 4,8%; sendo assim, o índice de aprovação foi de 95% a 99,5% em todas as
etapas escolares. O índice de abandono (0,2%) ocorreu apenas no ensino médio.

Programa Cidades Sustentáveis

O objetivo do Programa Cidades Sustentáveis é sensibilizar e mobilizar as cidades brasileiras


para que se desenvolvam de forma econômica, social e ambientalmente sustentável uma agenda
completa de sustentabilidade urbana, um conjunto de indicadores associados a esta agenda e um
banco de práticas com casos exemplares nacionais e internacionais como referências a serem
perseguidas pelos municípios.
Segundo dados das Organizações das Nações Unidas (ONU), entre 2007 e 2050 o número
de habitantes nas cidades do planeta terá um aumento de 3,1 bilhões de pessoas. Essa migração
trará consigo uma carga cada vez maior sobre a infraestrutura, os serviços governamentais, os
recursos naturais, o clima e muitos outros aspectos fundamentais para a qualidade de vida nas áreas
urbanas.
Em setembro de 2015 a ONU aprovou um conjunto de metas que vinham sendo elaboradas
desde 2012 no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,
contendo 17 objetivos globais e 169 metas para promover a inclusão social, o desenvolvimento
sustentável e a governança democrática em todo o mundo entre 2016 e 2030. Essas metas serão
acompanhadas por um conjunto de indicadores para que governos, sociedade civil e empresas
89
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

revejam suas ações e prioridades em favor de um novo modelo de desenvolvimento capaz de


recolocar a humanidade no planeta e o planeta na humanidade.
Em conformidade com os novos parâmetros de desenvolvimento da ONU, alguns eixos do
Programa Cidades Sustentáveis dialogam com os ‖Objetivos de Desenvolvimento Sustentável‖
(ODS).
O eixo ―Educação para Sustentabilidade e Qualidade de vida‖ do Programa Cidades
Sustentáveis, no qual Ipatinga está inserida, aponta a série histórica de indicadores de
Desenvolvimento da Educação Básica no município.

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB)- Ipatinga

Meta ODS: até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino primário e
secundário livre, equitativo e de qualidade, que conduza a resultados de aprendizagem relevantes e
eficazes.
Série Histórica de Ipatinga

Período Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) - anos iniciais

2009 5,1

2011 5,4

2013 5,6

Rede Municipal do Ensino Fundamental - 9º ano

Meta ODS: até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino primário e
secundário livre, equitativo e de qualidade, que conduza a resultados de aprendizagem relevantes e
eficazes.
Série Histórica de Ipatinga

Período Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) - anos finais

2009 4,3

2011 4,6

2013 4,5

2015 5,1

Crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola

Meta ODS: até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino primário e
secundário livre, equitativo e de qualidade, que conduza a resultados de aprendizagem relevantes e
eficazes.

90
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Série Histórica de Ipatinga

Ano População na faixa etária de 4 a 17 anos Total de indivíduos de 4 a 17 anos na escola


2008 52226 49268
2009 55136 49466
2010 51573 49191
2011 51807 49132
2012 52236 48478
2013 54284 47629
2014 54745 47426
2015 52864 46268

Crianças plenamente alfabetizadas até os 8 anos de idade

Meta ODS: até 2030, garantir que todos os meninos e meninas tenham acesso a um
desenvolvimento de qualidade na primeira infância, cuidados e educação pré-escolar, de modo que
eles estejam prontos para o ensino primário.
Série Histórica de Ipatinga
Demanda atendida em creches
Matrículas efetuadas em creches sobre o total de inscritos (matrículas + demanda não
atendida).
Meta ODS: até 2030, garantir que todos os meninos e meninas tenham acesso a um
desenvolvimento de qualidade na primeira infância, cuidados e educação pré-escolar, de modo que
eles estejam prontos para o ensino primário.
Série Histórica de Ipatinga

12000

10000

8000
População na faixa etária de 5 a 8
6000
anos de idade
4000 Total de indivíduos de 5 até 8 anos
2000 (inclusive) plenamente alfabetizados

0
2010
2011
2012
2013
2014

Demanda atendida em creches

Meta ODS: até 2030, garantir que todos os meninos e meninas tenham acesso a um
desenvolvimento de qualidade na primeira infância, cuidados e educação pré-escolar, de modo que
eles estejam prontos para o ensino primário.

91
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Série Histórica de Ipatinga

Período Número de matrículas efetuadas em creches Número total de inscritos em creches (matrículas efetuadas + vagas
municipais solicitadas)

2008 1.614 3.620

2009 1.649 3.665

2010 1.722 3.730

2011 2.969 6.017

2012 3.079 5.866

2013 2.388 4.401

2014 2.456 4.516

2015 2.555 4.947

Jovens com ensino médio concluído até os 19 anos de idade

Meta ODS: até 2030, aumentar substancialmente o número de jovens e adultos que tenham
habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego, trabalho
decente e empreendedorismo.
Série Histórica de Ipatinga

72.726
80.000
70.000
População até 19 anos
60.000
50.000
40.000 Total de indivíduos até 19
30.000 anos com ensino médio
4.648
concluído
20.000
10.000
0
2010

Acesso à internet nas escolas dos ensinos fundamental e médio

Meta ODS até 2030: garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades
necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da
educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos,
igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não-violência, cidadania global, e
valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável.

Série Histórica de Ipatinga

Período Número de escolas públicas de ensino fundamental Número total de escolas


e médio com acesso à internet públicas no município
2008 57 61
2009 57 61
2010 57 61
2011 58 61
92
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

2012 58 61
2013 58 61
2014 58 61
2015 64 65
Escolas públicas com esporte educacional no turno obrigatório

Meta ODS: Sem vínculo com metas dos ODS.


Série Histórica de Ipatinga
Nos anos de 2008 a 2014 as 61 escolas públicas do município tiveram adesão ao ―esporte
educacional‖ no turno obrigatório.

Evasão Escolar
A evasão escolar é um grande desafio para as escolas, os pais e para o sistema educacional.
As causas possíveis da evasão escolar no Brasil são variadas, podendo depender das condições
socioeconômicas, culturais, geográficas ou mesmo questões referentes aos encaminhamentos
didático-pedagógicos e a baixa qualidade do ensino nas escolas.
Em 2016 a Secretaria Municipal de Educação de Ipatinga apresentou os índices de evasão
escolar da rede municipal de ensino, conforme demonstram os gráficos.

Alunos da rede municipal do ensino fundamental da rede municipal - 2010 a 2016

Evasão Escolar

Quantidade de Alunos - 5° e 9ºano


Quantidades de alunos 5º Ano Quantidades de alunos 9º Ano

2175 2153 2065 2048


1745 1738
16411650 1652
1446
1278 1351 1322
1259

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

93
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Alunos Evadidos – 5º e 9° ano


45 41
40
35
30
30
25
20 Alunos Evadidos 5º ano
20 18 18
14 Alunos evadidos 9º Ano2
15
8 9
10 6 6
4
5 2
0 1
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Evasão e transferência

Alunos da rede municipal de ensino de 0 a 18 anos – 2010 a 2016


2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Idade
0a5 1268 1117 1088 2 1903 1615 2488
6 a 14 17487 17086 16494 16135 16138 15772 15180
12 a 18 1975 2117 2214 2229 2170 2170 2000
Alunos da rede conveniada de ensino de 0 a 14 anos - 2016

2016
Idade
0a5 3299
6 a 14 181
Os números dos alunos evadidos e transferidos de 2016 são parciais, até a data 30 de
setembro de 2016.

Matrículas

As matrículas realizadas em Ipatinga no ano de 2015 relacionadas à Educação Infantil, Ensino


Fundamental e Ensino Médio serão destacadas pela localização, sexo/raça e cor, faixa etária, tempo
integral e parcial e anos (iniciais e finais), do Ensino Fundamental.

Número de matrículas na Educação Infantil

Creche – Ensino Regular


Localização
Rede Municipal: 201
Rede Privada: 3.256
Total – 3.457 matrículas

Sexo/Raça e Cor
Sexo Feminino: 1.598 matrículas Sexo Masculino: 1.869 matrículas
Não Declarada: 611 Não Declarada: 735
Branca: 447 Branca: 490
Preta: 67 Preta: 86
Parda: 460 Parda: 554
Amarela: 02 Amarela: 03
Indígena: 01 Indígena: 01
Total Geral: 3.457 matrículas

94
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Faixa Etária
Até 03 anos – 3.093
De 04 a 05 anos – 361
A partir de 06 anos – 02
Total Geral: 3.457 matrículas

Tempo Integral e Parcial

Tempo Integral Tempo Parcial

Escolas Municipais – 201 Escolas Municipais – 0


Escolas Privadas – 2.390 Escolas Privadas – 866
Total: 2.591 matrículas Total: 866 matrículas
Total Geral: 3.457 matrículas

Pré- Escola – Ensino Regular

Localização

Zona Urbana Zona Rural

Rede Municipal – 2.171 Rede Municipal – 39


Rede Privada – 2.745 Total: 39 matrículas
Total: 4.916 matrículas Total: 78 matrículas
Total Geral: 4.994 matrículas

Sexo/Raça e Cor

Sexo Feminino: 2.414 matrículas Sexo Masculino: 2.541 matrículas

Não Declarada: 674 Não Declarada: 736


Branca: 755 Branca: 746
Preta: 89 Preta: 92
Parda: 893 Parda: 958
Amarela: 02 Amarela: 08
Indígena: 01 Indígena: 01
Total Geral: 4.955 matrículas

Faixa Etária

Até 03 anos – 78 matrículas


De 04 a 05 anos – 4.833
A partir de 06 anos – 44
Total Geral: 4.955 matrículas

Tempo Integral e Parcial


Tempo Parcial
Tempo Integral
Escolas Municipais – 55 Escolas Municipais – 2.155
Escolas Privadas – 108 Escolas Privadas – 2.637
Total: 163 matrículas Total: 4.792 matrículas
Total Geral: 4.955 matrículas

95
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Número de matrículas no Ensino Fundamental – Ipatinga – 2015

Ensino Fundamental – Ensino Regular – Anos Iniciais

1º Ano ao 5º Ano Total: 3.498


Rede Estadual – 4.823
Rede Municipal – 9.602
Rede Privada – 3.201
Total Geral: 17.626 matrículas
Destaca-se que das 9.602 matrículas realizadas na rede municipal, 180 matrículas são na
zona rural.

Sexo/Raça e Cor
Sexo Masculino: 9.219 matrículas
Sexo Feminino: 8.407 matrículas
Não Declarada: 2.169 Não Declarada: 2.436
Branca: 2.281 Branca: 2.497
Preta: 263 Preta: 262
Parda: 3.675 Parda: 4.004
Amarela: 19 Amarela: 17
Indígena: 0 Indígena: 03
Total Geral: 17. 626 matrículas

Faixa Etária

Até 05 anos – 228


De 06 a 10 anos – 16.398
De 11 a 14 anos – 969
De 15 a 17 anos – 25
De 18 a 19 anos – 06
Total Geral – 17.626 matrículas

Tempo Integral e Parcial

Tempo Integral Tempo Parcial

Escolas Municipais – 4.038 Escolas Municipais – 5.564


Escolas Estaduais- 298 Escolas Estaduais – 4.525
Escolas Privadas – 79 Escolas Privadas – 3.122
Total: 4.415 matrículas Total: 13.211 matrículas
Total Geral: 17.626 matrículas

Ensino Fundamental – Ensino Regular – Anos Finais

6º Ano ao 9º Ano
Rede Municipal – 5.792
Rede Estadual – 6.640
Rede Privada – 2.145
Total: 14.577 matrículas

96
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Sexo/Raça e Cor

Feminino: 7.204 matrículas Masculino: 7.373 matrículas

Não Declarada: 1.341 Não Declarada: 1.475


Branca: 2.051 Branca: 1.966
Preta: 268 Preta: 271
Parda: 3.537 Parda: 3.653
Amarela: 06 Amarela: 08
Indígena: 01 Indígena: 0
Total Geral: 14.577 matrículas

Faixa Etária
Até 10 anos – 243
De 11 a 14 anos – 12.863
De 15 a 17 anos – 1.438
De 18 a 19 anos - 33
Total Geral – 14.577 matrículas

Tempo Integral e Parcial


Tempo Integral
Escolas Municipais – 1.318
Escolas Estaduais- 232
Escolas Privadas – 17
Total: 1.567 matrículas

Tempo Parcial
Escolas Municipais – 4.474
Escolas Estaduais – 6.408
Escolas Privadas – 2.128
Total: 13.010 matrículas
Total Geral: 14.577 matrículas

Número de matrículas no Ensino Médio

Ensino Médio – Ensino Regular


Localização
Zona Urbana
Rede Estadual – 7.738
Rede Privada – 1.773
Total Geral: 9.511 matrículas

Faixa Etária
Até 14 anos – 296
De 15 a 17 anos – 8.377
De 18 a 19 anos - 838
Total Geral – 9.511 matrículas

97
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Sexo/Raça e Cor
Sexo Feminino: 5.056 matrículas

Feminino: 5.056 matrículas Masculino: 4.455 matrículas

Não Declarada: 1.071 Não Declarada: 960


Branca: 1.205 Branca: 1.060
Preta: 161 Preta: 152
Parda: 2.615 Parda: 2.279
Amarela: 04 Amarela: 04
Total Geral: 9.511 matrículas

Não foi matriculado nenhum adolescente indígena no ensino médio.

Tempo Integral e Parcial

Tempo Integral Tempo Parcial

Escolas Municipais – 03 Escolas Estaduais – 7.738


Escolas Privadas – 1.773
Total: 03 matrículas Total: 9.508 matrículas
Total Geral: 9.511 matrículas

Notas:
Em todos os ciclos de ensino infantil, fundamental e médio o mesmo aluno pode ter mais de uma
matrícula, mas não inclui matrículas em turmas de Atendimento Complementar e Atendimento
Educacional Especializado – AEE;
O total dos anos iniciais do Ensino Fundamental inclui matrículas em turmas de 1ª a 4ª série de 8
anos e do 1º ao 5º ano de 9 anos do Ensino Regular;
Nas turmas do ensino médio inclui matrículas no Ensino Médio Propedêutico, Normal/Magistério
e Curso Técnico Integrado (Ensino Médio Integrado) de Ensino Regular;
A faixa etária é calculada considerando a idade do aluno na data de referência do Censo Escolar.
Considera-se tempo integral os alunos que estão em turmas presenciais com 7 ou mais horas de
duração e os que estão em turmas presenciais;
Considera-se tempo parcial os alunos que não estão em turmas presenciais com 7 ou mais horas
de duração e/ou os alunos de turmas à distância (EAD).

De acordo com o levantamento do Conselho Tutelar, Regionais I e II, no período de janeiro a


novembro de 2016, foram atendidas as seguintes requisições com demandas em serviços públicos:

Vagas em creches: 666


Vagas em escolas: 55

10- Segurança Pública

A Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais, por meio do Centro Integrado
de Informações de Defesa Social (CINDS), apresentou quantitativos de Registros de Eventos de
Defesa Social (REDS) de autores, coautores e suspeitos, na faixa etária de 0 a 17 anos, de infrações
ocorridas em Ipatinga entre janeiro de 2013 a dezembro de 2016.

98
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Os dados foram extraídos do Armazém de Dados do Sistema Integrado de Defesa Social, em


seu módulo do REDS, e por isso estão condicionados à notificação do fato a Polícia Militar ou Polícia
Civil de Minas Gerais.
Os gráficos demonstram a distribuição mensal e anual do número de autores, coautores e
suspeitos de infrações consumadas e tentadas, consumadas e tentadas.

Infrações consumadas e tentadas

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL VARIAÇÃO
ANUAL
2013 94 83 154 176 114 130 142 128 147 152 144 134 1598 -
2014 174 157 166 141 113 125 135 171 159 138 203 169 1851 -13,67%
2015 133 147 181 188 145 124 121 149 212 188 159 152 1899 -2,53%
2016 176 180 187 198 148 207 185 167 186 111 143 136 2024 -6,18%

Notas: (1) 20,8% de todos os registros de Ipatinga tiveram autores identificados; (2) 99,41%
dos registros com autores identificados tiveram idade informada.

Infrações Consumadas

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL VARIAÇÃO
ANUAL
2013 81 70 134 139 121 91 135 118 133 138 133 120 1413 -
2014 152 145 137 122 99 103 103 144 144 125 173 140 1587 -10,96%
2015 122 131 164 165 125 114 109 145 191 164 145 147 1722 -7,84%
2016 164 169 172 172 140 199 174 149 177 101 135 122 1874 -8,11%

Notas: (1) 21,9% de todos os registros de infrações consumadas de Ipatinga tiveram autores
identificados; (2) 99,36% dos registros de infrações consumadas com autores identificados tiveram
idade informada.

Infrações tentadas

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL VARIAÇÃO
ANUAL
2013 13 13 20 37 23 9 7 10 14 14 11 14 185 -
2014 22 12 29 19 14 22 32 27 15 13 30 29 264 -29,92%
2015 11 16 17 23 20 10 12 4 21 24 14 5 177 49,15%
2016 12 11 15 26 8 8 11 18 9 10 8 14 150 18,00%

Notas: (1) 54% de todos os registros de infrações tentadas de Ipatinga tiveram autores
identificados; (2) 100,0% dos registros de infrações tentadas com autores identificados tiveram idade
informada.
A tabela a seguir aponta a distribuição anual de 25 infrações consumadas em Ipatinga, com
maior número de autores, coautores e suspeitos.

99
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

SUBCLASSE NATUREZA PRINCIPAL 2013 2014 2015 2016 TOTAL


Tráfico ilícito de drogas 310 378 359 336 1383
Furto 122 144 168 221 655
Lesão corporal 113 141 145 156 555
Uso e consumo de drogas 105 95 170 178 548
Vias de fato / agressão 102 134 115 144 495
Roubo 103 91 99 121 414
Ameaça 72 85 88 117 362
Dano 52 44 50 89 235
Receptação 46 54 43 44 187
Porte ilegal arma de fogo/acessório/munição de uso restrito 40 54 31 48 173
Desobediência 25 18 43 54 140
Desacato 22 21 24 27 94
Porte ilegal de arma branca 17 21 27 18 83
Posse ilegal arma de fogo/acessório/munição de uso restrito 14 11 14 13 52
Outra infração referente a sub. Entorpecente 9 9 13 12 43
Outras infrações contra o patrimônio 12 9 16 5 42
Perturbação do trabalho ou do sossego alheios 1 14 8 14 37
Atrito verbal 4 4 22 10 40
Estupro de vulnerável 5 15 6 6 32
Outras infrações c/a incolumidade/paz pública 9 8 10 0 27
Dirige veic. S/permissão/CNH/cassada perigo/dano 8 8 6 3 25
Disparo de arma de fogo/acionamento de munição 16 3 0 3 22
Homicídio 12 3 3 3 21
Violação de domicílio 8 0 3 4 15
Pichar, grafitar ou conspurcar edif/monumento urbano 0 1 11 2 14
Demais naturezas 183 222 248 246 899
Total 3423 3601 3737 3890 14651

Notas: (1) 21,9% de todos os registros de infrações consumadas de Ipatinga tiveram autores
identificados; (2) 99,36% dos registros de infrações consumadas com autores identificados tiveram
idade informada.
Observa-se que o tráfico de drogas está cada vez mais aliciando crianças e adolescentes
para o crime, como também o consumo de drogas é crescente entre o público infanto-juvenil.

Tráfico ilícito de drogas


400
378 359
336
300 310

200 Tráfico ilícito de


drogas
100

0
2013 2014 2015 2016

100
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Uso e consumo de drogas


200
180 178
170
160
140
120
100 105
95 Uso e consumo de
drogas
80
60
40
20
0
2013 2014 2015 2016

A Polícia Militar de Minas Gerais, através do 14º BPM de Ipatinga apresentou os registros de
ocorrências DE ATOS INFRACIONAIS do período de 2011 a 2016, com a distribuição de casos de
crianças e adolescentes de 0 a 17 anos apontados como autores, segundo sua evolução mensal,
faixa etária, sexo e tipos de atos infracionais.

Evolução Mensal

No referido período, os meses de março, abril e novembro foram os que mais registraram atos
infracionais, sendo que o mês de março se destacou com o maior número de atos infracionais
cometidos no período.

2011 2012 2013 2014 2015 2016


Jan 107 120 106 188 150 174
Fev 102 131 93 178 155 192
Mar 148 150 174 164 198 205
Abr 129 132 179 168 197 208
Mai 141 147 127 133 153 146
Jun 117 140 148 134 125 206
Jul 148 116 142 143 120 186
Ago 141 107 131 178 161 173
Set 157 155 155 169 216 178
Out 138 134 157 140 193 111
Nov 133 112 150 207 171 163
Dez 127 119 138 178 152

Faixa etária e sexo

No período de 2014 a 2016, o número de atos infracionais praticados por crianças até 11 anos
cresceu em relação aos três anos anteriores, sendo que em 2015 houve o maior número de
ocorrências entre meninos. Quanto às meninas, o ano de 2016, apresentou o menor índice de
prática de atos em relação aos períodos anteriores.

101
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Até 11 anos – meninos e meninas


1
2016 47
15
2015 52
3
2014 45 Feminino
5
2013 21 Masculino
8
2012 29
7
2011 37

0 10 20 30 40 50 60

Em relação aos meninos e meninas de 12 a 14 anos, a Polícia Militar registrou, em 2014, o


maior número de atos infracionais com adolescentes do sexo masculino. Em 2011, as adolescentes
cometeram o maior número de atos infracionais, diminuindo as ocorrências nos quatro anos
seguintes e aumentando, novamente, em 2016.

De 12 a 14 anos – meninos e meninas

2016 75
256

2015 67
303

2014 63
346 Feminino
2013 74
240 Masculino

2012 70
283

2011 83
278

0 50 100 150 200 250 300 350

Sobre os adolescentes do sexo masculino de 15 a 17 anos, desde o ano de 2011 a 2015 o


número de atos infracionais cresceu progressivamente, com diminuição relativa em 2016 sobre
2015. Em 2011 o número de atos infracionais foi o maior no período entre adolescentes do sexo
feminino. Em 2016 o número de ocorrências ainda foi menor do que em 2011 entre meninas dessa
faixa etária.

102
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

De 15 a 17 anos – meninos e meninas

2016

2015

2014
Feminino
2013 Masculino

2012

2011

0 500 1000 1500

Tipo de ato infracional

No período de 2011 a 2016 verificaram-se os tipos de atos infracionais cometidos por


tipificações, a saber:

1. Crime contra o patrimônio: envolve roubo, furto, receptação e dano. Destaca-se que no ano
de 2016 todos eles tiveram um aumento em suas ocorrências em relação aos períodos
anteriores, com exceção do furto, que em 2011 foi o ano com maior número de casos registrados.
Outros crimes dessa natureza somaram 94 no período.
2. Crimes contra a pessoa: destaca-se o homicídio, lesão corporal e ameaça. O homicídio teve
um crescimento contínuo de 2011 a 2014, ano este com maior número de registros, quando se
verifica uma redução abrupta de ocorrências em 2015 e 2016. Em 2011 e 2012 a Polícia Militar
registrou o maior número de crimes de lesão corporal e em 2016 o crime de ameaça alcançou o
seu maior número de registros. Outros crimes dessa natureza somaram 761 no período.
3. Crime contra a honra: somaram 22 crimes de calúnia, difamação e injúria, sendo o crime de
injúria com maior número de ocorrências no período.
4. Crimes contra a saúde pública: é considerado nas ocorrências da Polícia Militar o tráfico de
entorpecentes e o porte de entorpecentes para uso próprio. O tráfico de entorpecentes, em 2014,
teve o maior número de registros, com razoável queda do número de ocorrências em 2015 e
2016, mas que ainda ultrapassou os registros dos anos de 2011 a 2013. Quanto ao porte de
entorpecentes para o uso próprio, verifica-se que em 2015 ocorreu o maior número de registros.
Outros crimes dessa natureza somaram-se 55 no período.
5. Outros crimes: Os crimes de porte ilegal de armas de fogo/acessório/munição de uso
somaram 231 crimes e posse ilegal de armas de fogo/acessório/munição de uso somaram 75
ocorrências no período, enquanto o porte ilegal de arma branca somou 12 ocorrências apenas no
ano de 2012. Os crimes de desacato tiveram registros a partir de 2014, com evolução nos dois
anos seguintes, sendo que os crimes de desobediência foram registrados apenas em 2014 e
2016, num total de 89 ocorrências. Os demais crimes dessa natureza somaram 1.857 no período
equivalente entre 2011 a 2016.

Ocorrências por bairro

103
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

A Polícia Militar de Ipatinga apontou os 10 bairros com maior número de ocorrências de atos
infracionais no período de 2011 a 2016, onde o Centro foi o bairro com o maior número de registros
em todos os anos, ficando atrás do Canaã apenas em 2012.

Nº Ocorrências

Iguaçu 448
Esperança 527
Bom Jardim 550
Jardim Panorama 576
Cidade Nobre 599
670 Nº Ocorrências
Veneza
Vila Celeste 757
Bethânia 861
Canaã 1176
Centro 1456

0 500 1000 1500

Fica vivo!

O ―Programa Fica Vivo! – Controle de homicídios entre jovens de 12 a 24 anos‖ compõe a


Política Estadual de Prevenção Social à Criminalidade de Minas Gerais, executada pela Secretaria
de Estado de Segurança Pública, que controla e previne a ocorrência de homicídios dolosos em
áreas que registram altos índices de violência no Estado. Em 2005, o Programa foi implantado em
Ipatinga no bairro Bethânia, onde desde então os homicídios foram reduzidos a partir da realização
de um trabalho em conjunto com os eixos de Proteção Social (rede sócio assistencial) e Intervenção
Estratégica (SJ, SGDCA, PM, PC e Fica Vivo).
O Programa busca fortalecer a rede de proteção social pautando a discussão sobre a
letalidade juvenil nos espaços institucionais e comunitários, qualificando as intervenções realizadas
pela equipe técnica do Programa e pelos oficineiros, no atendimento oferecido aos adolescentes e
jovens.
As ações realizadas pelo Programa seguem as seguintes diretrizes: oficinas de esporte,
cultura e arte; projetos locais, de circulação e interinstitucionais, além de atendimentos individuais.
Atualmente o Programa Fica Vivo está com 17 oficinas em funcionamento nos diversos locais
do bairro, sendo elas: Cultura e Identidade, Comunicação e Mobilização Social, Musicalização,
Percussão, Grafite, Teatro, Capoeira, Axé, Jazz, Hip Hop e Futsal Masculino e Feminino.

104
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Dados Históricos

Média do nº de jovens atendidos pelo Programa Fica Vivo!


2012 623

2013 620

2014 519

2015 441

2016 273

Número de atendimentos em oficinas


2012 8.740

2013 8.481

2014 6.721

2015 5.604

2016 3.500

Bairro Bethânia
Ressaltamos que, desde a implantação do Programa no município, o número de homicídios
no bairro tem reduzido em razão das ações de Proteção Social e Intervenção Estratégica em
parceria com as Políticas Públicas, Sistema de Justiça e Defesa do município.

Homicídios Betânia - Total CPC


Ano Fato Total Geral
2012 6
2013 2
2014 3
2015 3
2016 3

Desafios encontrados pelo Programa:

Intensidade dos conflitos na região do Bethânia;


Necessidade de realização de ações em parcerias;
Retomada do Grupo de Intervenção Estratégica.

PROERD

O Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD) consiste num esforço


cooperativo estabelecido entre a Polícia Militar, a Escola e a Família, devendo ser aplicado nas
escolas com maior índice de vulnerabilidade social, tanto na rede pública quanto na rede particular,
onde sua abrangência dependerá do número de escolas no município e da capacidade de
atendimento pelos instrutores da Polícia Militar.
Os objetivos específicos do programa incluem:

Desenvolver nos jovens estudantes habilidades que lhes permitam evitar influências negativas
em questões afetas às drogas e violência, promovendo os fatores de proteção.
Estabelecer relações positivas entre alunos e policiais militares, professores, pais, responsáveis
legais e outros líderes da comunidade escolar.
105
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Permitir aos estudantes enxergarem os policiais militares como servidores, transcendendo a


atividade de policiamento tradicional e estabelecendo um relacionamento fundamentado na
confiança e humanização.
Estabelecer uma linha de comunicação entre a Polícia Militar e os jovens estudantes.
Abrir um diálogo permanente entre a "Escola, a Polícia Militar e a Família", para discutir questões
correlatas à formação cidadã de crianças e adolescentes.

O PROERD trabalha com 04 currículos, sendo: Educação Infantil (pré-escolar ao 4º ano: base
introdutória do Programa); 5º ano (foco principal); 7º ano (complementação do currículo do 5º ano) e
Pais (trabalho de orientação aos pais sobre as consequências e como lidar com a situação das
drogas e da violência). Com exceção do Currículo Infantil, os alunos são auxiliados por uma cartilha
durante os encontros semanais e, ao final do Programa, os participantes recebem o certificado de
participação.
Os efeitos do Programa se manifestam a médio e longo prazo.
A Polícia Militar ainda não possui instrumentos para mensurar a eficácia do PROERD, mas a
participação e a aceitação dos alunos assim como o retorno dos pais e educandários foram
considerados positivos.
Foram contemplados no ano de 2016 com o PROERD 63 escolas dos municípios de Ipatinga,
Santana do Paraíso, Bugre, Ipaba, Iapu, Mesquita, Joanésia e Belo Oriente.

Conselho Tutelar

O Conselho Tutelar, regional I e II, no período de janeiro a novembro de 2016, teve 620
registros de violações de direitos e 711 requisições em serviços públicos, conforme apresenta tabela
a abaixo:

Nº Violações
Infrequência escolar 127 Abandono 6
Negligência 81 Abandono de incapaz 5
Conflitos familiares 77 Trabalho Infantil 5
Outros 73 Situação de rua 5
Violência física e psicológica 64 Abandono intelectual 4
Uso de entorpecentes 35 Espancamento 3
Maus tratos 15 Adolescente em trânsito 3
Institucionalização 13 Parturiente em situação de rua 2
Tráfico de drogas/ameaças 12 Risco de vida 2
Rompimento e fragilização de vínculos 11 Suspeita de envenenamento 1

Centro Socioeducativo (CSE)

O Centro Socioeducativo de Ipatinga, unidade integrante da Subsecretaria de Atendimento às


Medidas Socioeducativas, da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais, foi
inaugurado em Ipatinga em 09 de Julho de 2014, antes funcionando temporariamente no município
de Açucena, a 100 Km de distância deste município.
A atual unidade possui capacidade para 40 adolescentes, mas preenchem 60 vagas em
regime de internação e internação provisória. O cumprimento da medida socioeducativa constrói-se
a partir do desenvolvimento de grandes eixos, a saber: escolarização; saúde; cultura, esporte e
lazer; convivência familiar e formação profissional, sendo que, para isso, diversas atividades são

106
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

distribuídas, compondo a ―rotina institucional‖, a qual prevê ações dentro e fora do espaço físico da
unidade.
No atual universo de 60 adolescentes do sexo masculino acautelados no CSE, 80% possuem
entre 15 e 18 anos, sendo 20% os que possuem entre 14 e 15 anos. A procedência de 70% dos
adolescentes e jovens acautelados são de Ipatinga, 15 % de Coronel Fabriciano e os 15% restantes
pertencem a maioria à Timóteo e Itabira, mas o serviço atende a todo o Colar Metropolitano.
Em relação aos bairros de procedência dos adolescentes, a maior incidência está no
Bethânia, Veneza, Caravelas, Bom Jardim, Limoeiro e Vila Celeste. Em 2015, 63% das famílias dos
adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa tinham renda entre 01 e 03 salários
mínimos e apenas 13% das famílias tinham renda de 04 salários mínimos ou mais.
Quanto à escolaridade, há adolescentes desde o 3º ano do Ensino Fundamental até o 1º ano
do Ensino Médio, e as maiores turmas são do 6º, 7º, 8º e 9º ano. Alguns adolescentes e jovens
possuem a defasagem idade/série de forma mais acentuada, sendo necessário um trabalho mais
minucioso e individual para atendê-los. A grande maioria dos adolescentes, quando chegam ao CSE,
estão fora da escola por não conseguirem permanecer ou vincular-se à instituição, e não pela oferta
de vagas.
No que diz respeito à saúde, o CSE busca fortalecer e garantir parcerias com a rede de
atendimento, realizando grupos operativos e discutindo temas sobre a sexualidade, DST e/ou outras
orientações. Garantir assistência em saúde para os adolescentes (minimizando a espera de
consultas especializadas e procedimentos) e fazer busca ativa para prevenção de problemas
odontológicos também são demandas que o CSE vem fomentando com a rede pública de saúde do
município.
Em 2016, o Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo de Ipatinga apontou
que, no campo da profissionalização, as áreas de interesse dos adolescentes tanto na oferta de
vagas quanto nos cursos de profissionalização podem não encontrar um alinhamento, uma atração
ou equilíbrio, uma vez que grande parte dos cursos não apresenta conteúdo e linguagem
pedagógicos capazes de atrair ou motivar os adolescentes, principalmente quando a oferta carrega
uma penalização. Contudo, esse anseio por ofertas de trabalho mais qualificadas esbarra na
precária escolarização do adolescente e impõe barreiras nas seleções e entrevistas de emprego,
não atendendo aos critérios exigidos pelas empresas.
Segundo o CSE, não é realizado o acompanhamento após o cumprimento da medida
socioeducativa com os adolescentes, contudo, consideram ―necessário‖ o acompanhamento
contínuo dos adolescentes desligados.
Percebe-se que uma das maiores dificuldades encontradas pelo serviço é a atuação da rede
socioassistencial na doutrina da proteção integral e especial à criança e adolescente, já que ela se
apresenta frágil e com pouca capacidade de resposta à promoção e inclusão do adolescente que
cumpriu medida socioeducativa. Mas é possível refletir também que as famílias dos adolescentes, na
sua maioria, em situação de vulnerabilidade social, apresentam dificuldades e pouco instrumental
para lidar com os problemas e conflitos trazidos pelos filhos e, portanto, não conseguem exercer a
sua função protetiva necessária para apoiar o adolescente durante o cumprimento da medida.

107
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Desafios encontrados

Realização dos atendimentos médicos nos territórios onde moram os adolescentes;


Dificuldades com o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente;
Ausência do profissional de Serviço Social na Unidade;
Pouca participação dos familiares nos eventos do CSE;
Demanda reprimida de adolescentes para cumprimento de medida socioeducativa em regime de
internação.

11- Principais violações de direitos e situações preocupantes envolvendo


crianças e adolescentes encontradas no município de Ipatinga

11.1 Envolvimento de crianças e adolescentes com Drogas


As crianças e adolescentes passam por diversas transformações durante o seu
desenvolvimento. Essas alterações físicas, cognitivas e a estruturação da personalidade surgem
influenciadas por fatores hereditários, ambientais, nutricionais e psicológicos.
Dentre as fases da vida do ser humano, a adolescência se caracteriza por ser o período de
transição entre a infância e a vida adulta, em que o indivíduo abandona a dependência e assume a
autonomia da vida e o autocontrole, sendo assim uma das fases mais importantes. É um período
crítico no qual o jovem faz descobertas sobre a vida, o mundo, as pessoas, sua personalidade e seu
jeito de ser. Quando tudo transcorre bem, o jovem atinge a vida adulta com integridade de todos os
seus potenciais: orgânico, afetivo, emocional e cognitivo para se desenvolver. Porém, se nesse
período ocorrer uma falha nos fatores intrínsecos (biológicos, genéticos e emocionais) e/ou
extrínsecos (família, escola, amigos e a comunidade), a transformação poderá ser interrompida em
diferentes níveis e graus de complexidade.
O consumo e a dependência de substâncias químicas lícitas ou ilícitas envolvem dimensões
biológicas, psicológicas e sociais. A dependência química pode ser definida como uma forma
impulsiva e repetitiva de consumo de determinada substância que, temporariamente, ajuda a pessoa
a lidar com seus conflitos internos e com tensões da vida social, contudo, o bem-estar, o alívio ou o
prazer alcançado em um primeiro momento, transformam-se em sensações desconfortáveis de
ansiedade, angústia, incapacidade e medo, que induzem à retomada do consumo e resultam em
dependência física e psíquica. Outras consequências são a perda de limites e o surgimento de
diferentes formas de desvio ou transgressão social. O envolvimento de crianças e adolescentes com
substâncias químicas lícitas ou ilícitas é gerado por fatores pessoais, familiares e socioeconômicos,
que se apresentam quase sempre de forma estreitamente inter-relacionada.
A ocorrência de determinados fatos na vida de uma criança ou adolescente pode aumentar a
probabilidade de que ele venha a desenvolver comportamentos que o deixam mais vulnerável ao
risco de uso de drogas. O jovem fica exposto a um modelo de vida até então desconhecido para ele
e de certa forma vulnerável, fazendo com que sinta necessidade de experimentar comportamentos
nocivos a sua saúde. Ao mesmo tempo, o jovem tenta estabelecer padrões comportamentais que
são definidos em um ambiente que envolve a família, os pares, a escola, o social, dentre outros,
onde ele sofre influências para a sua formação e construção da personalidade de um futuro adulto.

108
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

É importante destacar que a adolescência é uma etapa da vida crucial para o uso de drogas,
seja por curiosidade, seja como uso ocasional, indevido ou abusivo. Neste processo, existem dois
fatores: um que converge para a construção das circunstâncias de uso abusivo, que são os fatores
de risco e outros que colaboram para que o indivíduo, mesmo tendo contato com as drogas, tem
condições de se proteger. Os fatores de proteção podem diminuir a probabilidade de que o
adolescente possa vir a se envolver com o uso de drogas. Cabe ressaltar que nenhum dos dois
fatores determina o aparecimento de mudança de comportamento ou patologia, e sim, interfere no
aumento ou diminuição da probabilidade de ocorrência do fato. Quanto mais cedo e maior o tempo
de exposição dos menores aos fatores de risco, maior a probabilidade do uso de drogas. Da mesma
forma, quanto mais precoce a criança ou adolescente inicia o uso de uma determinada substância,
maior a propensão de tornar-se dependente dela. As drogas estimulam a ação dopaminérgica no
cérebro, levando a prejuízos cognitivos e de aprendizagem, além de poderem desenvolver distúrbios
psiquiátricos aumentados.
Por outro lado, os fatores de proteção são reconhecidos como capazes de prevenir e afastar o
jovem desse contexto e, como exemplo, pode-se dizer que a pressão que os grupos de pares
exercem sobre o jovem deve ser equilibrada com adequado vínculo entre pais e filhos. Sabe-se que
um ambiente familiar harmônico e funcional aproxima as pessoas, tornando os relacionamentos mais
saudáveis, tendo implicações positivas na saúde física e psicológica dos membros. Como fatores
protetores temos o bom relacionamento e vínculo familiar, envolvimento em atividades acadêmicas,
culturais, esportes, práticas religiosas, facilidade de acesso a serviços de saúde, orientação e
ambiente favorável ao autoconhecimento e expressão dos sentimentos, contrários aos fatores de
risco.
Os fatores de risco são divididos em dois grupos: os endógenos, referentes à genética, à
personalidade, psicopatologias, baixa autoestima, falta de estímulo de vida e a procura por
sensações de prazer e curiosidade. E existem os fatores influenciados pelo meio social do indivíduo
como fácil acesso às drogas, ambiente violento, baixas condições socioeconômicas, falta de vínculo
familiar e baixa adesão a atividades religiosas e escolares.
O uso de drogas desempenha um papel crucial junto à criminalidade, à violência doméstica,
gravidez na adolescência, prostituição e evasão escolar, índices que têm se mostrado crescentes e
alarmantes no município de Ipatinga.
Como fatores socioeconômicos e culturais que contribuem para o uso de drogas temos: a
pobreza, o desemprego, o subemprego, o trabalho em condições precárias ou situações de
isolamento social, podendo ocorrer em comunidades e famílias. Esses fatores podem favorecer o
envolvimento de adultos, crianças e adolescentes com as drogas.
Durante o processo de diagnóstico no município de Ipatinga, a pesquisa identificou um
número elevado e crescente de famílias vivendo em situações de extrema pobreza, desempregadas
e sem perspectivas de trabalho, vivendo de auxílios e programas sociais de assistência.
Outra situação verificada é que muitos adolescentes não encontram oportunidades ou não
reúnem condições financeiras para exercitar seu protagonismo e canalizar sua energia para realizar
projetos nas comunidades em que vivem. Este é um período da vida muito importante para o
ingresso do jovem no mundo adulto, definindo suas características de personalidade, preferências,
109
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

seus projetos de futuro pessoal e profissional. Porém ao se ver sem perspectivas de futuro e sem
possibilidades de realizações, as substâncias químicas podem surgir, então, como formas de baixo
custo e fácil acesso para a afirmação da identidade pessoal e superação de tensões internas e
externas.
Além disso, os modelos de comportamento e identidade propagados pela mídia reforçam a
cultura da aparência, do prazer e do consumo como formas de ser bem-sucedidas. O adolescente é
estimulado a agir como todo mundo: beber socialmente ou usar drogas para relaxar, perder a timidez
ou fugir do sofrimento. O uso do álcool é muitas vezes tolerado pelas famílias e seu risco
minimizado, apesar das pesquisas o apontarem como porta de entrada para outras drogas, uma vez
que seu uso é descriminalizado e rotineiro em muitas famílias e contextos sociais. Muitos rituais,
baladas e festas em casas noturnas se transformam em ambientes de liberação momentânea das
regras societárias e criam, inadvertida ou propositadamente, espaços para o envolvimento de
adolescentes no consumo e tráfico de drogas.
Dentre os fatores pessoais e familiares verificamos que o adolescente quer ter a liberdade
para tomar decisões, ser aceito, ter sucesso e popularidade entre seus pares. Nessa fase, é comum
o gosto pela aventura e o prazer de satisfazer curiosidades, correr riscos e transgredir. Substâncias
químicas podem se tornar elementos que favorecem o enfrentamento dos riscos e tensões inerentes
à realização desses desejos. Além disso, envolvimentos afetivos frustrados (rompimentos de
amizades, decepções amorosas, etc.) podem gerar baixa autoestima e favorecer o consumo de
drogas. Os transtornos de cunho psiquiátrico como depressão, bulimia, variações de atenção e
humor também podem predispor ao consumo de drogas.
Muitas crianças e adolescentes convivem ainda com um histórico familiar de uso e abuso de
álcool ou de substâncias psicoativas, que podem gerar predisposição para o consumo. Um fator que
torna complexa a influência do álcool na dinâmica familiar e dificulta o controle e a prevenção dos
seus efeitos negativos é o caráter lícito dessa substância, que está integrada no dia a dia das
famílias (em festas, momentos de diversão e lazer, etc.) de forma naturalizada. É muito comum, em
nossa cultura, o uso de bebidas após um dia cansativo de trabalho como forma de aliviar tensões,
como acontecem em reuniões, confraternizações, comemorações, entre outros, e assim o
adolescente cresce num ambiente onde esse consumo se torna normal. Este fato aliado à
curiosidade e a falta de limites característicos da idade se transformam em gatilho para o abuso da
substância e da busca por novas experiências induzindo à dependência química.
Os traumas e sequelas derivadas de violência doméstica ou abuso físico e sexual sofridos
podem gerar baixa autoestima e favorecer o consumo de drogas, assim como situações de
desagregação ou conflitos nas famílias. Dessa forma, o tipo de formação familiar não é visto como
fator de risco, mas a maneira de se relacionar da família. A falta de diálogo e a convivência saudável
com os familiares ou responsáveis é um importante componente do conjunto de fatores que
favorecem a ocorrência do fenômeno. O uso de drogas pode ser desencadeado pela ausência de
vínculos afetivos (inicialmente na família e depois também na sociedade) que ajudam as crianças e
os adolescentes a adquirirem confiança para se expressarem, se sentirem reconhecidas em suas
peculiaridades e aprenderem a respeitar seus limites.

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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Além dos fatores já citados, percebeu-se alguns fatores ligados à fragilidade ou à falta de
integração das políticas públicas como: a ausência ou despreparo de profissionais dos sistemas de
saúde, assistência, segurança e justiça com conhecimentos básicos ou especializados sobre o
problema, reduzindo as chances de enfrentamento bem-sucedido e a prevenção. Experiências de
frustrações, fracassos ou humilhações sofridos na escola também podem favorecer o envolvimento
com álcool e drogas. A ausência ou fragilidade de programas escolares voltados à promoção da paz,
evitando a prática do bullying e cyberbullying muito difundida e praticada nos dias atuais e à
prevenção do consumo de drogas é parte importante do problema.
O desconhecimento dos efeitos nocivos do uso de drogas é um fator agravante. Embora a
simples divulgação de informações tenha pouca capacidade de conter o problema, programas
preventivos necessitam do apoio de campanhas de informação cada vez mais qualificadas, levando-
os a refletir sobre os fatores que levam ao ingresso neste universo e suas consequências.
A fragilidade dos aparatos de segurança e justiça para controlar o consumo, combater o
tráfico de drogas e distinguir o usuário do traficante agrava o problema. Muitas instituições da rede
de proteção especial não estão adequadamente preparadas para identificar sinais de consumo,
realizar abordagem técnica e afetiva competente, acolher, escutar e promover a adesão de crianças
e adolescentes envolvidos com drogas nos programas de atendimento.
A maioria das escolas e programas sociais não está adequadamente capacitada para ajudar o
adolescente a definir objetivos, construir projetos de vida, lidar com dificuldades e aproveitar
oportunidades para exercitar seu protagonismo de forma saudável e criativa assim como para
desenvolver a cultura da paz.

11.2 Cultura da paz


Na visão da construção de uma nova ordem mundial, a educação torna-se um fator
fundamental; e é nesta perspectiva que a UNESCO tem procurado estabelecer os fundamentos para
uma nova educação que ajude na construção de uma cultura da paz mediante o respeito à
diversidade criadora. O Relatório de Delors (2001) e a obra de Morin (2000) mostram a necessidade
do aprender a conviver e insistem na importância de ensinar a compreensão, baseada na
necessidade do estudo e seus efeitos na sociedade, enfocando as causas do racismo, da xenofobia,
da homofobia e do desprezo ao outro.
A cultura da paz está intrinsicamente relacionada à prevenção e à solução não violenta dos
conflitos. Ela é uma cultura baseada em tolerância (de classe, raça e gênero), solidariedade e
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

compartilhamento em base cotidiana, que respeita todos os direitos individuais – o princípio do


pluralismo, que assegura e sustenta a liberdade de opinião. É uma cultura que se empenha também
em prevenir conflitos, resolvendo-os em suas origens, as quais englobam novas ameaças não-
militares para a paz e para a segurança, tais como exclusão, pobreza e degradação ambiental.
A substituição de uma cultura de guerra por uma cultura da paz é um processo contínuo, uma
iniciativa a longo prazo que deve levar em conta os contextos histórico, político, econômico, social e
cultural de cada ser humano.
A elaboração e o estabelecimento dessa cultura da paz requerem profunda
participação de todos, mas cabe aos cidadãos se organizarem e assumirem sua parcela de
responsabilidade, pressupondo uma educação que ensine às pessoas a viverem juntas, onde
possam ser desconstruídos a discriminação e o preconceito em torno delas.
Na escola, a violência não é vivida, muitas vezes, como um ato de agressividade, e sim como
o modo habitual e cotidiano de ser tratado e de tratar o outro. O fenômeno passa a ser
institucionalizado, comum e banalizado como qualquer violência que entra no nosso cotidiano.
Os estudos sobre violência escolar buscam explicações tanto fora quanto dentro da escola.
Entende-se por violência externa a que invade a escola (tráfico de drogas ou gangues, por exemplo),
os diversos tipos de exclusões sociais, raciais e de gênero, a redução dos espaços de sociabilidade
e o aumento da violência juvenil.
Assim sendo, a educação deve fundamentar o caminho em direção a uma cultura da paz, já
que esta somente existe quando há respeito e justiça na sociedade. A escola deve reconhecer a
diversidade, deve ter um papel mais ativo no combate às assimetrias e preconceitos que se aliam à
―lei do silêncio‖.
A cultura da paz procura resolver os problemas por meio do diálogo, da negociação e da
mediação, de forma a tornar inviáveis a guerra e a violência.

11.3 Evasão escolar e falta de acesso à educação


No município de Ipatinga, o acesso à educação infantil ainda é bastante precário na faixa de 4
a 5 anos (pré-escola) e muito reduzido na faixa etária de 0 a 3 anos (creche).
O país tem avançado na universalização do Ensino Fundamental, existindo variações
significativas nesse aspecto entre certas regiões e localidades. Por outro lado, as taxas de evasão
escolar no Ensino Médio ainda são acentuadas, fazendo com que muitos adolescentes não deem
continuidade aos estudos.
Embora a pobreza não gere automaticamente a evasão ou o fracasso escolar, muitos alunos
não acessam a escola, não estudam o suficiente ou evadem porque são pobres e têm outras
demandas e preocupações na esfera da luta pela sobrevivência e sustento da família.
A ausência ou a fragilidade da participação das famílias na escola e na educação escolar dos
filhos ampliam as chances de evasão e fracasso escolar. Quando os pais encontram os professores,
valorizam a escola e o que ela ensina, dialogam sobre isso com os filhos e as chances de
permanência e sucesso das crianças e adolescentes na escola aumentam.
Nas últimas décadas, ocorreu a inserção de amplas parcelas das camadas populares na
escola, configurando uma democratização quantitativa da oferta que não foi acompanhada de

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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

aprimoramento qualitativo da educação básica pública para acolher e oferecer ensino de qualidade a
essa população.
Uma causa frequente de evasão escolar tem sido o desinteresse dos alunos pela escola e
isso pôde ser observado nas pesquisas com os adolescentes do município. A disposição para o
aprendizado depende da mobilização intelectual e afetiva do aluno e da existência de condições
pedagógicas que a promovam. O mergulho na atividade de aprendizagem precisa ser animado por
um desejo. Para que queiram permanecer e consigam aprender na escola, as crianças e os
adolescentes precisam conferir sentido ao processo educacional. Escolas sem estrutura e
profissionais sem formação adequada; e, suficientemente satisfeitos com o trabalho, não
conseguirão tornar o ambiente atrativo e agradável para motivar os alunos. Alguns educadores e
profissionais que atuam na educação escolar tendem a buscar as causas do fracasso escolar no
meio socioeconômico externo à escola ou em fragilidades dos próprios alunos e suas famílias,
subestimando a influência das próprias práticas escolares na geração do fracasso ou do sucesso
escolar. A culpabilização das crianças/adolescentes ou suas famílias pela evasão ou fracasso
escolar impede que se busquem mudanças na forma de atuação dos educadores e das escolas.
Modos de conduta ou padrões internos de relacionamento estigmatizantes ou geradores de
discriminação (bullying) podem fazer com que os alunos desenvolvam resistência à aprendizagem
como mecanismo de autodefesa e preservação de identidade. A recusa a aprender acontece quando
a pessoa é rotulada como incapaz, quando é muito grande o medo de fracassar ou quando a criança
ou adolescente não consegue compreender que certo grau de fracasso é sempre inerente ao
processo de aprendizagem. Além disso, o bullying pode ser realizado de diversas formas e com
vários conteúdos, dentre eles os apelidos sobre características físicas, comportamentos específicos,
exposição da intimidade da vítima, entre outros. Atitudes como estas vêm sendo cada vez mais
frequentes nas escolas, contribuindo assim para o aumento da evasão escolar.
Na pesquisa realizada com adolescentes nas escolas e nas famílias, verificou-se que muitos
relataram sofrer com essas práticas vindas de colegas de classe, amigos, professores e até diretores
de escola. Cabe ainda ressaltar que esse tipo de prática traz grande sofrimento à vítima, podendo
acarretar transtornos psicológicos como a ansiedade e depressão, aumentando ainda outro índice
preocupante: o de suicídio de crianças e adolescentes.

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11.4- Suicídio e atividades perigosas entre crianças e adolescentes


Entende-se como comportamento suicida os atos pelos quais um indivíduo causa lesão a si
mesmo, qualquer que seja o grau de intenção letal e de conhecimento do verdadeiro motivo desse
ato. O comportamento suicida é um processo que se inicia com pensamentos de autodestruição,
passando das ameaças e gestos às tentativas de suicídio e finalmente, à consumação do ato. Em
grande parte do mundo, o suicídio é estigmatizado e rodeado de tabus, tornando-se um assunto
evitado ou proibido. De modo geral, a população tende a negar essa atitude tão séria e grave contra
o fluxo natural da vida, especialmente quando ocorre com adolescentes e/ou crianças. Apesar disso,
atualmente sabe-se que os adolescentes são especialmente vulneráveis a reagirem com atitudes
suicidas em resposta a sérios conflitos que estejam passando.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o suicídio está entre as dez principais
causas de óbito para todas as pessoas maiores de cinco anos de idade. Em todos os países onde há
informações fidedignas sobre a mortalidade, esse evento encontra-se entre as três principais causas
de morte para as pessoas de ambos os sexos com idade entre 15 e 34 anos.
Na adolescência, existem vários componentes físicos e psicossociais neste processo de
transformação. Dentre eles destacam-se a busca de si mesmo e da identidade; a separação
progressiva dos pais; a vinculação ao grupo; a evolução da sexualidade; atitude social
reivindicatória, variações frequentes do humor e contradições sucessivas. Além destes, há os
comportamentos de risco que se originam da necessidade de experimentar o novo e desafiar o
perigo. Impulsionado pelo mito da indestrutibilidade, o jovem pode acreditar que nenhum mal lhe
acontecerá e que dará conta de controlar tudo. Essa tendência a agir impulsivamente como forma de
solucionar a crise instaurada, poderá levar esse jovem a fazer escolhas sem considerar a
possibilidade de causar danos, no presente ou no futuro, a si mesmo e/ou a outras pessoas.
A OMS considera que o suicídio é um importante problema de saúde pública. Os dados
mundiais relativos ao ano de 2000 mostram que aproximadamente um milhão de pessoas cometeu
suicídio - a cada 40 segundos uma pessoa morre por essa causa e a cada 3 segundos uma pessoa
atenta contra a própria vida. Para cada suicídio, existem pelo menos dez tentativas suficientemente
sérias a ponto de exigir atenção médica, e para cada tentativa registrada, ocorrem outras quatro
desconhecidas e cada suicídio tem um sério impacto em pelo menos em outras seis pessoas,
gerando um impacto psicológico, social e financeiro em uma família e comunidade de forma
imensurável.
A análise da situação de saúde em Minas Gerais, realizada pela Superintendência de
Epidemiologia/SES-MG, mostrou um aumento nas taxas de mortalidade por suicídio entre os jovens
de 15 a 29 anos, de 47,5% entre 2000 e 2004, sendo que, neste último ano, passou a ser o segundo
grupo etário de maior risco de morte por essa causa.
Faz-se necessário tomar alguns cuidados ao se analisar dados sobre suicídio, pois existem
algumas questões que interferem no real dimensionamento deste problema, podendo citar:
tendência à subnotificação de dados, falhas nos registros, taxas oficiais precárias e a imprecisão na
fonte de produção (Polícias, Institutos de Medicina Legal – IML, etc.). Além disso, há um estigma que
cerca este tipo de morte, o uso de conceitos e definições diversas do ato suicida - a dificuldade em
saber se o episódio foi acidental ou intencional. Em se tratando de crianças e adolescentes, essas
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barreiras na notificação serão mais acentuadas na medida em que os atos autodestrutivos serão
negados ou até escondidos pela família, devido a sentimentos de culpa e/ou vergonha. Muitas vezes
os próprios órgãos desconsideram a hipótese para crianças abaixo de 10 anos de idade, embora
psiquiatras e psicólogos atualmente afirmem que crianças de aproximadamente 8 anos já seriam
capazes de entender suas emoções, compreender a morte e assim, atentar contra a própria vida.
Cada sujeito é único e possui particularidades no seu processo de desenvolvimento, portanto, esta
avaliação deve ser feita de maneira criteriosa considerando todos os aspectos envolvidos no
processo.
As crianças de hoje estão sobrecarregadas de atividades e informações. Existe uma cobrança
social muito grande para que elas sejam bem-sucedidas. Nossa cultura capitalista leva a um
consumo desenfreado, constante e competitivo e desde muito cedo as crianças são expostas a esse
padrão. Atualmente a exposição da vida privada nas mídias sociais também contribui para uma
necessidade de se apresentar sempre bons resultados, boa aparência, conquistas e padrões ideais
a serem seguidos em todos os aspectos - pessoais, profissionais e comportamentais. Quando não
correspondem às expectativas impostas sobre elas ou às suas próprias, estas crianças e
adolescentes sentem-se frustradas, fracassadas e deprimidas. O problema se agrava dia a dia até
chegar ao insuportável. O sofrimento fica tão intenso que a vida perde o sentido. A criança e o
adolescente têm uma visão imediatista das coisas e, portanto, se algo não vai bem, muitas vezes
eles não conseguem, por si sós, ter paciência de suportar a dificuldade nem aguardar a mudança de
cenário. Essa é uma atitude aprendida e este aprendizado deve ser estimulado no público infanto-
juvenil. Este público precisa aprender a se frustrar e entender que esse é um processo natural da
vida, que novas oportunidades virão e que algumas vezes é necessário uma mudança de atitude
para se obter diferentes resultados sendo que outras coisas não dependerão dele, pois nem tudo
está sob seu controle.
Apesar disso, esse fator social/cultural não é o único a influenciar comportamentos suicidas. O
suicídio é um fenômeno de causa múltipla e está totalmente ligado às doenças mentais. Cerca de
90% dos casos tem associação com transtornos psiquiátricos. Depressão e transtorno bipolar do
humor são os quadros mais associados às tentativas de suicídio. Nesse público, a impulsividade e o
acesso aos meios favorecem o comportamento suicida. O suicídio pode também ser desencadeado
devido às dificuldades que as crianças e adolescentes têm em lidarem com algumas situações
específicas como o bullying, a perda de uma pessoa querida, os problemas de aceitação pelos
grupos sociais, a rejeição por parte dos pais ou amigos, as dificuldades no aprendizado escolar e até
a separação dos pais podem trazer consequências emocionais graves que resultem nesse tipo de
comportamento.
O comportamento suicida se apresenta em três fases. A primeira é a ideação, quando a
pessoa começa a pensar na ideia de colocar um fim no sofrimento. A segunda é o planejamento,
quando ela realmente pensa em como pode fazer como pular de um lugar alto, por exemplo, e a
terceira é a idealização, o ato propriamente dito. Durante estas etapas, a pessoa geralmente diz ou
deixa pistas. A pessoa pode falar que quer morrer, que não quer sair mais da cama, que deseja não
acordar mais ou expressar este sentimento por meio de um desenho. É por isso que se torna
necessário e urgente acabar com o mito de que alguém que fala que vai se matar não se mata. Esse
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já é um pedido de socorro. Se os pais ou a pessoa a quem ela fez o pedido não percebem e não
tentam ajudá-la, o autoextermínio se concretiza.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, 90% dos casos de suicídio poderiam ser evitados,
portanto, é importante prevenir. O primeiro passo seria acabar com o tabu que ainda envolve o tema.
As pessoas têm dificuldade em falar sobre isso e a informação não circula, não chega a quem
precisa. Precisamos conscientizar a população sobre a realidade do suicídio. Depois, é necessário o
acolhimento para entender o sofrimento da criança ou adolescente, observando seu estado
emocional e tentando ajudá-la. Caso as mudanças no comportamento persistam, o ideal é levar a
criança ou adolescente a um especialista.
De acordo com o exposto, na adolescência observam-se comportamentos de risco que se
originam da necessidade de experimentar o novo e desafiar o perigo. Impulsionado pelo mito da
indestrutibilidade, o jovem pode acreditar que nenhum mal lhe acontecerá e que dará conta de
controlar tudo. Nesse contexto, surgem as ―brincadeiras‖, ―jogos‖ e ―desafios‖ perigosos. Essas
atividades perigosas, consideradas brincadeiras ―arriscadas‖ sempre existiram, e fazem parte da
natureza da criança descobrir-se, descobrir o mundo e seus limites e, para tanto, elas criam formas
de testá-los e colocá-los à prova. Há muitos anos existem crianças e adolescentes que ―pegam
carona‖ em trens ou ônibus, colocando suas vidas em risco. Sobem e penduram-se em galhos de
árvores extremamente altos, descem ladeiras com carrinhos de rolimã, skate ou bicicletas, correndo
o risco de acidentar gravemente. Com o advento da modernidade, com o uso das tecnologias e a
globalização, esses comportamentos de risco tomaram novos aspectos como também sofrem
influências de outras culturas.
Atualmente temos visto relatos e reportagens acerca de diversos ―jogos‖ praticados por
crianças e adolescentes que colocam suas vidas em risco e que vêm sendo disseminados
principalmente nas escolas e redes sociais. Dentre estes podemos destacar: ―jogo da asfixia ou
desmaio‖, ―desafio da canela‖, ―desafio da cerveja ou outra bebida alcóolica‖, ―desafio do spray‖ e o
―jogo da baleia azul‖. Apesar de se apresentarem sob a sombra do aspecto lúdico e natural de
―brincadeiras‖, não podemos deixar de observar que são práticas violentas que podem causar
dependência e constituir perigo real, sendo potencialmente fatais. Portanto, as denominações ―jogos‖
e ―brincadeiras‖ sequer deveriam ser utilizadas para designar esses comportamentos uma vez que
minimiza seus riscos. Tais ―desafios‖ vêm sendo realizados inclusive em ambientes virtuais onde são
formados grupos para se executar as ―tarefas‖, que por sua vez são transmitidas online ou filmadas e
compartilhadas posteriormente.
Dentro desse contexto, atualmente o chamado ―jogo da baleia azul‖ consiste numa série de
―desafios‖ que são propostos aos jovens participantes. A cada etapa o jovem deve realizar uma
tarefa autolesiva, danosa a si ou a outras pessoas, seguindo ordens de um ―tutor ou curador‖. Ao
final, a última tarefa seria o autoextermínio. Já foram divulgados diversos casos de suicídio no Brasil,
cuja relação com o ―jogo baleia azul‖ ainda está sendo investigada. Embora não se tenha
conhecimento de casos registrados em Ipatinga no período deste diagnóstico, o fato de ser um
fenômeno que está acontecendo em vários Estados com envolvimento de muitos adolescentes sob o
risco iminente de suicídios em massa, requer uma atenção especial. Os pais devem estar
especialmente atentos a sinais de isolamento dos filhos, à falta de prazer na realização de atividades
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

que anteriormente gostavam de praticar, ter conhecimento das pessoas com quem eles se
relacionam, mesmo que pela internet, e procurar manter computadores em áreas comuns da casa,
evitando o acesso a conteúdos inapropriados e comportamentos de risco.
Uma vez que ainda são muito tímidos os trabalhos desempenhados pelo município em torno
desse tema, inclusive em nível de pesquisas qualitativas e quantitativas, é emergente a necessidade
de realizar ações com a finalidade de identificar situações e grupos de risco a fim de realizar
intervenções preventivas, desmistificando o tema suicídio e levando ao conhecimento do público os
riscos e formas de prevenção do autoextermínio e envolvimento de crianças e adolescentes com
atividades perigosas.

11.5 Trabalho infantil


O trabalho infanto-juvenil se define como a realização
de atividades produtivas e de sobrevivência, remuneradas ou
não, realizadas por crianças ou adolescentes com menos de
dezesseis anos, exceto na condição de aprendiz, que é
realizado sob condições protegidas por adolescentes entre 14
e 16 anos. Trata-se de fenômeno social cuja origem remonta
ao processo de formação da sociedade brasileira, sendo
constante em nossa história desde o período colonial até os
tempos atuais. O trabalho infanto-juvenil pode acarretar
prejuízos ao bem-estar físico, psicológico, moral e
educacional da criança e do adolescente. Não deve ser confundido, portanto, com situações de
trabalho educativo, previstas no ECA, nas quais o caráter eminentemente pedagógico das atividades
deve concorrer favoravelmente para o desenvolvimento integral de adolescentes.
Em muitos contextos, a incidência do trabalho infantil está fortemente ligada à pobreza das
famílias e à necessidade dos grupos mais vulneráveis de desenvolver estratégias de sobrevivência.
Esse fator contribui para a permanência do trabalho infantil em diferentes segmentos produtivos e
também do trabalho infantil doméstico, das crianças e adolescentes que fazem malabarismo,
limpeza de vidros e venda de produtos nos faróis, pequenos ―bicos‖ ou mendicância nas ruas.
Refletindo traços de uma mentalidade constituída historicamente na sociedade brasileira,
muitas famílias aceitam o trabalho infantil como fato natural ou elemento capaz de prevenir a
marginalidade, sem considerar os riscos a que estes adolescentes estão expostos (violência de
todas as formas, inclusive sexual, acesso às drogas, prostituição e conteúdos inapropriados à idade,
situações de risco físico e danos à saúde, entre outros). Muitas famílias não dispõem de recursos
financeiros para o investimento adequado na educação dos filhos, o que se caracteriza como o ponto
mais importante e decisivo para o futuro deles.
Como exemplo, no município de Ipatinga existem os trabalhos realizados por instituições de
formação e inserção de menores aprendizes no mercado de trabalho, contribuindo para o
desenvolvimento do jovem, facilitando o acesso desses à novas oportunidades de aprendizado,
permitindo o protagonismo almejado nessa faixa etária e o amadurecimento. Especialmente os
jovens de famílias de baixa renda encontram no trabalho de aprendiz uma oportunidade legal e

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segura de realizar uma prática remunerada que lhes possibilitem o acesso a cursos extracurriculares
e de formação técnica ou superior, ampliando suas perspectivas de futuro e evitando trabalhos
ilegais em atividades que os coloquem em risco.
O histórico das instituições da cidade aponta melhora no nível de formação dos jovens
atendidos, com menor envolvimento com drogas, baixos índices de gravidez na adolescência,
amadurecimento e desenvolvimento de postura profissional, fazendo com que muitos sejam
efetivados nas empresas ao término dos contratos. Dessa forma, o trabalho como aprendiz constitui
uma importante ferramenta de socorro imediato aos jovens de populações vulneráveis, afastando-os
de fatores de riscos como o uso de drogas, criminalidade e gravidez precoce, aumentando assim as
suas perspectivas de futuro.
De acordo com o IPEA, 23% da PEA juvenil (16 a 29 anos) não completaram o Ensino
Fundamental. Em publicação do IBGE 2013, 20% dos jovens entre 15 e 29 anos não estavam
estudando nem trabalhando em 2012. O contrato de aprendizagem é, sem dúvida, uma forma de
retenção na escola ou de volta aos estudos, mesmo que seja pela modalidade de Educação de
Jovens e Adultos (EJA) para os que demonstram defasagem em razão da idade. Portanto,
proporcionar aos estudantes contratos de trabalho de aprendizagem, a partir dos 14 anos, contribui
para evitar a evasão precoce e muitas vezes irreversível, promovendo as condições para uma
transição entre a escola e o mundo do trabalho, com o início de um itinerário formativo desde o
contato com os processos produtivos das organizações empresariais. Trata-se de inserção protegida
e qualificada, via emprego formal, com carteira de trabalho assinada e direitos trabalhistas e
previdenciários, promovendo uma solução a mais para a erradicação do trabalho infantil e para o
combate à precarização e ao grande índice de rotatividade de determinados segmentos do mercado.
O município pode resolver redesenhar suas estratégias, promovendo formas concretas de
prevenir o trabalho infantil a partir do ambiente de aprendizagem. Seria uma das formas de dar fim à
perversidade que é a informalidade e a exploração a que estão sujeitos os adolescentes que são
submetidos ao trabalho em feiras, sinaleiros, manuseio agrícola e outras atividades ainda mais
prejudiciais à saúde.

11.6 Maus-tratos
A Lei nº 13.010, de 26 de Junho de 2014(Lei da Palmada), altera a Lei nº 8.069, de 13 de
Julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), para estabelecer o direito da criança e do
adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel ou
degradante.

Art. 1o - A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 passa a vigorar acrescida dos seguintes Arts.
18-A, 18-B e 70-A:
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de
castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina,
educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos
responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física
sobre a criança ou o adolescente que resulte em:
a) sofrimento físico; ou
b) lesão;
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II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança
ou ao adolescente que:
a) humilhe; ou
b) ameace gravemente; ou
c) ridicularize.
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos
executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças
e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou
tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer
outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas,
que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso:
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;
V - advertência.
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar,
sem prejuízo de outras providências legais.
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de forma
articulada na elaboração de políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir o
uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não violentas de
educação de crianças e de adolescentes.
Nesta pesquisa identificou-se um elevado número de responsáveis que declararam utilizar de
castigos físicos como método de correção/disciplina/punição. Para além dos casos que foram
declarados, os entrevistadores puderam observar casos nos quais o responsável declarava outra
forma de disciplina como correção verbal, contudo ameaçava, humilhava ou agredia a criança na
presença dos entrevistadores. E ainda havia casos em que vizinhos relataram que as crianças
sofriam maus-tratos enquanto a família declarava não utilizar de castigos físicos. Observou-se que
muitos pais ainda utilizam a agressão física como método de correção, apesar de alguns possuírem
conhecimento da Lei que proíbe esse tipo de educação violenta, devido ao desconhecimento de
outras formas mais seguras e eficazes de educação não violenta ou por influência cultural, além do
desconhecimento acerca dos danos que esse tipo de tratamento pode trazer à pessoa humana.
Os maus-tratos (violência física ou psicológica, negligência ou abandono) acontecem
geralmente em ambiente domiciliar ou familiar. Expressam uma desestruturação ou transgressão do
poder disciplinador, que transforma a diferença de idade em desigualdade, nega a liberdade e
submete a criança ou adolescente aos caprichos e à vontade dos adultos. Podem resultar da
coerção e/ou omissão dos pais ou responsáveis que deixam de exercitar seu poder e seu dever de
proteção. Muitas vezes, refletem o fenômeno da transmissão intergeracional de condições de
vulnerabilidade e opressão a que os próprios pais ou responsáveis foram submetidos.
Alguns fatores socioeconômicos e culturais podem influenciar nesse tipo de comportamento
por parte dos responsáveis. Os efeitos negativos da pobreza, as condições precárias de trabalho e
de cansaço dos pais, em particular das mães, podem dificultar, limitar ou eliminar a convivência
harmoniosa com as crianças e adolescentes. Em certas configurações familiares, por exemplo, a
mãe pobre assume sozinha a responsabilidade pela prole e proteção dos filhos pode ser
severamente impactada. Em muitos contextos ainda predomina a cultura machista, que potencializa
a figura paterna como detentora do poder de dominar, julgar e castigar os membros da família. Essa
cultura discrimina a mulher e a considera como propriedade do homem. Muitas mulheres, para
garantir o sustento dos filhos ou por dependência afetiva, submetem-se a essa situação, deixando de
assumir uma postura proativa e responsável diante de maus-tratos praticados pelos homens. As
diferenças culturais podem acentuar as dificuldades de convivência intergeracional como também

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podem estar associadas a conflitos que se desdobram como maus-tratos. Pais que foram criados em
contextos culturais tradicionais podem ter grande dificuldade para aceitar padrões de comportamento
de seus filhos, nascidos ou socializados em ambientes urbanos modernos.
Como fatores pessoais e familiares, podemos observar que a convivência entre pais e filhos,
quando marcada pela intolerância, preconceitos, incompreensões e uso de palavras agressivas, cria
um ambiente familiar favorável aos maus-tratos. O desinteresse ou descompromisso dos pais e
responsáveis em relação à vida dos filhos pode se desdobrar em negligência ou abandono.
Para se desenvolverem, a criança e o adolescente precisam passar necessariamente por
momentos de confronto e superação positiva de conflitos com os pais e autoridades externas.
Padrões de convivência familiar que promovam uma evolução positiva desse processo são
fundamentais para o desenvolvimento infanto-juvenil saudável. No entanto, muitas famílias não estão
adequadamente preparadas para exercitar esse tipo de relacionamento. O alcoolismo e outras
formas de dependência química existentes nas famílias também estão frequentemente associados à
ocorrência de maus-tratos.

11.7 Sexualidade, Gravidez e Aborto


A iniciação sexual e a capacidade reprodutiva na adolescência vêm ocorrendo em idades
cada vez mais precoces, enquanto a atividade sexual regular faz parte de uma parcela significativa
da população adolescente. Essas mudanças no comportamento sexual são resultados de
transformações nos valores que tiveram no início nos anos 60 e trouxeram consequências
importantes para a área da sexualidade humana. O advento da pílula anticoncepcional permitiu a
desvinculação do ato sexual da função reprodutiva. Essa desvinculação ocorreu de tal forma que
hoje é difícil para o adolescente associar o sexo com a possibilidade de procriação e assim adotar
um comportamento contraceptivo eficaz.
A ―liberdade sexual‖ não foi necessariamente acompanhada por uma discussão de valores
associados ao corpo, à sexualidade e aos papéis sexuais e de gênero presentes em nossa
sociedade. Pelo contrário, a mídia em geral fornece informações que estimulam e, por vezes, até
induzem a prática sexual. Cabe ressaltar que os padrões sexuais impostos para meninos e meninas
120
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

são diferentes. Essa contradição nos valores é experienciada pelos adolescentes com sentimentos
de ambivalência: o querer versus o não poder. Por um lado, a família reprime a sexualidade do
adolescente; por outro, o grupo de pares pressiona tanto meninos como meninas a expressarem e
experimentarem suas sexualidades. Essa ambiguidade pode ser percebida tanto nas expectativas
como nos comportamentos considerados apropriados para cada sexo. Espera-se da mulher um
comportamento passivo, enquanto do homem é esperado um comportamento ativo. Assim, o
despreparo apresentado por muitas adolescentes em sua primeira relação confirmaria essa atitude
passiva. Iniciar uma relação sexual com a adoção de um comportamento contraceptivo adequado
implica em uma postura ativa da mulher que pode ser interpretada como experiência sexual ou
―vontade de‖. Esses comportamentos considerados ativos colocariam em cheque a moralidade
feminina. Assim, a vivência da sexualidade na mulher é considerada moralmente correta se ocorrer
de forma inocente, sem premeditação, movida pela paixão. Essa produção da ―inocência‖ na jovem
sexualmente ativa substitui o valor que a virgindade possuía em momentos anteriores em relação à
regulação da sexualidade feminina. Tal atitude passiva, por parte das adolescentes, pode levar a
relações sexuais desprotegidas e por consequência a gestações indesejadas.
Por outro lado, os adolescentes homens não são educados para também se
responsabilizarem pelos cuidados anticoncepcionais, deixando tais cuidados muitas vezes apenas
para as meninas. O não uso de anticoncepcionais, portanto, não parece ser a falta de informação
sobre a necessidade de se utilizar métodos contraceptivos nas relações sexuais. Algumas pesquisas
mostram que, entre adolescentes que engravidaram, muitas sabiam que corriam e que poderiam ter
usado algum contraceptivo para evitar a gravidez. O que ocorre é que a informação não se traduz
em comportamento efetivo. Um motivo é que a informação que os adolescentes possuem refere-se à
necessidade de uso de contraceptivos, mas não significa que eles possuam conhecimento suficiente
para implementar um comportamento contraceptivo adequado.
Há estudos mostrando que os conhecimentos sobre métodos de contracepção entre
adolescentes são muitas vezes insuficientes para uma efetiva implementação. Além disso, outros
fatores de ordem cognitiva e afetiva podem estar associados a esse tipo de comportamento. Estes
estudos apontam que as principais razões citadas por adolescentes para o não uso dos métodos
contraceptivos são as atividades sexuais não planejadas e o desejo pela maternidade. Com relação
à falta de conhecimento ou de acesso a métodos contraceptivos e/ou parceiros que se recusam a
usar algum método contraceptivo, os estudos demonstram que esse número é bem menor e não
atingem 20% do total de adolescentes que engravidam.
Do ponto de vista cognitivo, sabe-se que os adolescentes, particularmente os mais jovens,
têm dificuldade em avaliar a extensão e o impacto das consequências do próprio comportamento. Os
adolescentes podem se sentir invulneráveis, não acreditando que a gravidez possa acontecer
consigo, apesar de ocorrer com outros jovens. Essas crenças estão associadas a não adoção de um
comportamento contraceptivo adequado. De fato, a capacidade cognitiva de avaliar consequências
adequadamente e de trabalhar com hipóteses pode não estar bem estabelecida na adolescência.
Já em termos afetivos, a gestação adolescente pode ser associada a características da
própria adolescência como: dificuldades no controle dos impulsos, na separação dos pais e na
constituição da própria identidade. De acordo com esta perspectiva, a gravidez na adolescência seria
121
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

resultado de um processo inconsciente no qual a jovem, impossibilitada de assumir sua autonomia


emocional e sua identidade por não conseguir separar-se psicologicamente da mãe, tentaria manter-
se em um estado emocional, transferindo esta dependência de vínculo à figura do filho ou filha.
Deutsch (1974) considera que uma quebra precoce na relação de apego da filha com a mãe geraria,
além de um sentimento desesperado de solidão, um intenso desejo de união - a jovem buscaria
reviver o vínculo mãe-filha através da maternidade. Para a autora, a gestação na adolescência seria
um ―ato compulsivo‖, no qual seriam reforçados os laços de dependência. Vale lembrar que, muitas
vezes, esses laços de identificação e vinculação podem ser intensificados. Isso pode ocorrer tanto
na situação em que a própria mãe da adolescente foi gestante adolescente como naquela na qual a
jovem ―doa‖ seu filho para a mãe criá-lo, reservando para si o papel de irmã mais velha.
Alguns estudos demonstram que a gestação na adolescência pode ser desejada e
considerada uma experiência gratificante, apesar dos inúmeros problemas descritos na literatura
sobre o tema. A gravidez nesse período pode representar a busca por reconhecimento e
concretização de um projeto de vida viável para algumas adolescentes, especialmente aquelas de
nível socioeconômico menos favorecido. Assim, a gestação na adolescência se apresenta como um
projeto viável e valorizado, em um contexto em que não existem muitas alternativas possíveis de
implementação de outros projetos de vida.
Outro fator a se observar nos casos de gravidez precoce são os casos de complicações e
abortamentos. As complicações maternas médico-obstétricas da gravidez na adolescência
frequentemente incluem o aborto espontâneo ou provocado, além da anemia, distocias de parto e a
hipertensão gestacional. Dessas, sem dúvida, a complicação que mais se associa a danos físicos e
psicológico é o aborto. Além disso, as complicações da gravidez, parto e puerpério constituem a 10ª
causa de óbitos entre adolescentes brasileiras.
Estudos apontam que dentre as adolescentes que abortam, em sua maioria encontram-se
sem atividade remunerada, declaram-se sem condições para manter o filho, têm companheiro fixo
menos frequentemente ou um relacionamento não-estável, estão grávidas pela primeira vez e
interrompem a gravidez por não se acharem preparadas para assumirem a maternidade.
Se a adolescente que engravida é aquela que na maioria das vezes não está inserida no
mercado de trabalho e não está usando método anticoncepcional, parece lógico pensar que falta
orientação sobre o planejamento familiar para esta jovem. No entanto, o enfoque não é tão simples,
pois fornecer orientações sobre métodos anticoncepcionais para adolescentes envolve a
participação de múltiplos profissionais, sensibilização e necessidade de discussão sobre suas
oportunidades, evitando assim intervenções e programas não eficientes.
Para diminuir o impacto físico, psicológico e social da gestação, assim como o abortamento
induzido sem assistência médica e da parturição entre as adolescentes, é necessária a melhoria no
acesso ao planejamento familiar para elas e seus parceiros, na qualidade da assistência hospitalar e
na discussão mais ampla sobre o planejamento e a interrupção da gestação também.
A maternidade, para uma grande parcela das jovens, é desejada e se configura como um dos
únicos projetos possíveis de reconhecimento social, além de representar, em alguns casos, um
modo de conceber a concretização da identidade feminina.

122
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

11.8 Violência Sexual


São muitos os problemas enfrentados pelas crianças e adolescentes no Brasil em relação a
violência sexual, onde esses não estão limitados a uma determinada classe social, raça ou religião,
ou qualquer outro fator pré-concebido. Estas dificuldades e ameaças podem ser provenientes de
qualquer lugar: dos meios de comunicação, de um processo irracional de globalização, de uma
precária condição socioeconômica, da negligência do Poder Público e principalmente do seio
familiar.
Em levantamento feito com base em dados dos Conselhos Tutelares de todo o país, observa-
se que pais e mães são responsáveis por metade dos casos de violações aos direitos de crianças e
adolescentes, tais quais: maus-tratos, agressões, abandono e negligência. Os números retirados do
Sistema de Informações para a Infância e Juventude do Governo Federal, apontam 229.508 casos
registrados desde 2009, sendo que em 119.002 deles, os autores foram os próprios pais (45.610) e
mães (73.392). O levantamento baseado em informações de 83% dos Conselhos Tutelares
brasileiros mostra que os responsáveis legais foram autores de 4.403 casos, padrastos tiveram
autoria em 5.224 casos e madrastas foram responsáveis em 991 casos.
Em 2002, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu a violência sexual como todo ato
sexual não desejado, ou ações de comercialização e/ou utilização da sexualidade de uma pessoa
mediante qualquer tipo de coerção (Krug et al, 2002).
A violência sexual vem sendo crescentemente abordada na área da saúde, considerando os
agravos ao bem-estar da mulher. É amplamente conhecido que este tipo de violência pode levar a
lesões, gravidez indesejada, disfunção sexual, e/ou doenças sexualmente transmissíveis (como o
HIV), tendo também um grande impacto sobre o estado psicológico da vítima. Entre os danos
causados à saúde mental, podem considerar a ansiedade, a depressão e até o suicídio.

Fatores socioeconômicos e culturais:

A exploração sexual está associada a um complexo sistema lucrativo, que envolve empresas e
consumidores. O campo das empresas envolve bares, motéis, boates, transportadoras e
outros serviços que oferecem a infraestrutura para o turismo sexual e para outras
modalidades de exploração;
Migrantes que buscam melhores condições de vida nos grandes centros podem se tornar presas
fáceis de aliciadores;
Obras ou construções de médio ou grande porte, como abertura de estradas, exploração de
minérios, construções de usinas, etc. que empregam trabalhadores contratados ou
terceirizados, em geral não residentes nas comunidades atingidas, tendem a favorecer, ainda
que indiretamente e em associação com outras causas, o crescimento do abuso e da
exploração sexual de crianças e adolescentes;
Algumas redes de entretenimento escamoteiam procedimentos de exploração sexual comercial,
apresentando-se como prestadoras de serviço de moda, agências de casamento, agências de
artistas e modelos, agências de turismo ou telessexo;
Redes mundiais de pornografia, pedofilia e exploração sexual que estão alojadas na internet são
facilmente acessadas por crianças, adolescentes ou adultos em lanhouses ou outros

123
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

terminais;
Existem rotas nacionais e internacionais de tráfico de mulheres, crianças e adolescentes para fins
sexuais;
Uma parcela significativa da mídia e da propaganda comercial de produtos e serviços para
crianças e adolescentes valoriza, consciente ou inconscientemente, a erotização infantil;
Em algumas comunidades há certa tolerância cultural com práticas que vão desde a erotização
da infância até a exploração sexual comercial;
Em certos contextos ainda é comum a proteção de abusadores ou exploradores, seja em razão
de relações locais de poder, seja mediante a obtenção de benefícios;
A ausência de práticas educativas que favoreçam a internalização autônoma de valores e
princípios éticos ou religiosos pode favorecer a desproteção das crianças e adolescentes em
relação às violências sexuais.

Fatores pessoais e familiares:

Desequilíbrios do exercício do poder na convivência familiar e novas configurações familiares


geram mudanças nos padrões de relação entre adultos e crianças/adolescentes, o que pode
favorecer a desproteção em relação às violências sexuais;
Em algumas famílias desenvolve-se um pacto de silêncio ou conivência em relação às situações
de abuso sexual;
Em certos contextos e em associação a outros fatores, a pobreza que atinge as famílias pode
favorecer a ocorrência de exploração sexual.

Fatores ligados à fragilidade ou à falta de integração das políticas públicas

A maioria das instituições da rede de proteção especial não está adequadamente preparada para
identificar, acolher e atender as crianças e adolescentes que sofreram abuso e/ou exploração
sexual;
Em muitas instituições de atendimento ainda prevalecem atitudes ou práticas de culpabilização
das crianças, adolescentes e famílias, rotuladas como ―desestruturadas‖, pela ocorrência da
violência sexual. Em geral, esse tipo de atitude é sinal da fragilidade teórica e prática das
instituições para realizar um trabalho consistente de fortalecimento das famílias,
especialmente aquelas que estão em situação de vulnerabilidade;
As instituições do SGDCA nem sempre operam de forma integrada e articulada com agentes
externos, como a Polícia Federal, para o combate desse fenômeno complexo.

A violência sexual contra crianças e adolescentes pode se expressar de diferentes formas,


dentre as quais as principais são a violência sexual doméstica - praticada por parentes ou
responsáveis, o abuso sexual extrafamiliar - praticado por conhecidos ou pessoas da comunidade
próxima e a exploração sexual comercial. Esta última pode se manifestar como prostituição
tradicional, tráfico para fins sexuais, turismo sexual e pornografia convencional ou via Internet. A
pedofilia pode se expressar em quaisquer das formas citadas. O abuso sexual ocorre no interior da
família por distúrbios afetivos e disfunções nas relações de papéis e a exploração sexual comercial
envolve aspectos financeiros.

124
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Conforme apontam os dados pesquisados, verifica-se que o abuso sexual é o crime sexual
em maior destaque.

11.9 Envolvimento de adolescentes em atos infracionais


O ECA considera como ato infracional a conduta
descrita como crime ou contravenção penal praticada
por criança ou adolescente. Pode envolver homicídio,
furto, assalto, porte de armas, tráfico de drogas, estupro,
dano ao patrimônio público, entre outras manifestações.
Para o acompanhamento desses casos, o ECA
estabeleceu uma abordagem inovadora que prevê uma
série de garantias dos direitos do adolescente em
conflito com a lei e a aplicação de medidas
socioeducativas. Essas medidas não têm apenas
natureza sancionatória (aplicação de punição em face de uma transgressão da lei), ou seja, devem
se revestir de caráter pedagógico e oferecer apoio para que os adolescentes possam construir ou
reconstruir seus projetos de vida e se integrar de forma saudável nas comunidades em que vivem.

Fatores socioeconômicos e culturais

Em locais marcados pela pobreza e/ou onde a presença do Estado é precária, o crime
organizado tem facilidade para aliciar crianças e adolescentes a atividades ligadas ao tráfico de
drogas.
Parte do conteúdo que circula nos meios de comunicação contém imagens de violência e
aborda fatos violentos de forma meramente factual, chegando às vezes a contribuir para a aceitação
ou exaltação de pessoas ou personagens que praticam atos violentos ou corruptos. Circula na
sociedade uma sensação de impunidade e de que os processos de responsabilização de atos ilegais
são precários e têm baixa resolutividade. Em contrapartida, processos formativos que promovam
uma atitude reflexiva sobre a violência, a corrupção e suas causas são reduzidos ou estão
praticamente ausentes das ofertas culturais e educacionais de uma parcela amplamente majoritária
dos municípios.

Fatores pessoais e familiares

Muitas famílias têm dificuldades para estimular o desenvolvimento da conduta autônoma e


responsável dos adolescentes em relação à convivência com limites, normas disciplinares,
frustrações e decepções inerentes à vida. Atitudes antissociais dos adolescentes se tornam mais
frequentes quando os valores do contexto sociofamiliar, independentemente do extrato ou classe
social das famílias, são tolerantes com transgressões.
A insatisfação do adolescente com privações e condições precárias da vida comunitária e
familiar, associada à sua necessidade de afirmação da identidade pessoal e ao seu desejo de
acessar padrões estabelecidos pela sociedade de consumo, pode impulsioná-lo a transgredir ou a se
unir a grupos que praticam a delinquência ou o crime organizado. A ocorrência da conduta
antissocial ou do ato infracional será tanto mais provável quanto maior a dificuldade das famílias e

125
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

dos programas de atendimento para prover referências e suportes que ajudem o adolescente a criar
projetos próprios, que satisfaçam de forma socialmente construtiva seu desejo natural de imprimir
uma marca pessoal na sociedade.
A existência de alcoolismo e drogadição no espaço domiciliar, a ocorrência de maus-tratos ou
a presença de parentes envolvidos com violências podem favorecer a reprodução de padrões de
conduta infracional pelos adolescentes.

Fatores ligados à fragilidade ou à falta de integração das políticas públicas

Muitos adolescentes que cometem atos infracionais, possuem histórico de evasão ou fracasso
escolar, o que, em alguma medida, aponta para a fragilidade do sistema educacional em reter e
atender de forma diferenciada os adolescentes cujas vulnerabilidades, conflitos ou condutas tornam
provável a ocorrência de atos infracionais. A grande maioria das escolas não dispõe de mecanismos
efetivos de prevenção da violência e promoção da cultura da paz junto aos alunos e à comunidade.
Em algumas localidades, a ausência de integração operacional efetiva entre os agentes do
SGDCA faz com que o fluxo que envolve a apuração e o julgamento dos atos infracionais e a
aplicação e o acompanhamento das medidas socioeducativas se estendam por longos períodos,
reduzindo as chances de eficácia do atendimento e em muitos casos, favorecendo a reincidência da
conduta infracional.
Embora programas de acompanhamento de medidas socioeducativas estejam
adequadamente preparadas para criar condições psicossociais, éticas e pedagógicas favoráveis ao
fortalecimento subjetivo e à reintegração social dos adolescentes, ainda há grandes desafios a
serem enfrentados no que diz respeito ao acompanhamento do adolescente após o cumprimento de
medida socioeducativa, ou seja, após o seu desligamento.

11.10 Uso excessivo de celular, internet e outras tecnologias e seus efeitos.


De acordo com os dados de uma pesquisa realizada pela Secretaria Executiva da Rede
Nacional Primeira Infância (2014) sobre o tema ―O exagero de tecnologia deixa crianças e
adolescentes desconectados do mundo real‖, foi evidenciado nos depoimentos dos pais e das
crianças/adolescentes na pesquisa que o uso excessivo dos aparelhos eletrônicos quando são
utilizados de forma indiscriminada trazem grandes riscos para a saúde física, mental e social destas.
Percebeu-se que a ansiedade e agressividade está presente tanto no que se refere à abstinência ao
uso da tecnologia como na utilização frequente dos dispositivos eletrônicos que substituem
gradativamente as atividades lúdicas tradicionais, nas quais tem a capacidade de favorecer o
aspecto interpessoal, afetividade e disciplina, uma vez que o contato físico promove a ampliação das
habilidades cinestésicas.
Conforme os resultados obtidos, sugere-se que os dispositivos eletrônicos sejam utilizados de
acordo com as regras e os horários estabelecidos pelo arranjo consensual entre as
crianças/adolescentes e os pais, pois a ansiedade e agressividade são geradas pela falta de limites
na utilização dos aparelhos eletrônicos que, muitas vezes, comprometem o desempenho escolar,
desestruturam os relacionamentos interpessoais e debilitam a saúde física e psicológica da
criança/adolescente ao longo do seu desenvolvimento, além de influenciar na sua vida pessoal,
social e futuro profissional.
126
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Outros estudos apontam a Dependência de Internet (DI) como um novo transtorno psiquiátrico
do século XXI. A DI é o termo mais frequentemente proposto para designar a inabilidade do indivíduo
em controlar o uso da internet, bem como o crescente envolvimento com as atividades virtuais,
levando a um progressivo desconforto emocional e significativos prejuízos funcionais de jovens e
adultos. Os pais ou responsáveis por adolescentes relatam com frequência a influência do uso
excessivo da internet por seus filhos, bem como os déficits de comportamentos manifestados em
suas rotinas, refletindo-se nas áreas familiar, acadêmica/profissional, social e na saúde física.
Acrescenta-se a essas dificuldades a labilidade de humor, comportamento depressivo e reações
emocionais impulsivas quando são restringidos no uso da rede mundial.
Diante esse cenário, faz-se necessário compreender a função educativa e recreativa da
tecnologia, limitando seu uso para estimular as crianças e adolescentes a assumirem
responsabilidades no manuseio dos aparelhos eletrônicos, uma vez que essa condição favorece os
jovens a diferenciar o uso destinado às atividades lúdicas das atividades nas quais envolvem o
cumprimento das tarefas escolares, para assim promover seu desenvolvimento afetivo, cognitivo e
social.
Na pesquisa realizada junto às famílias, observou-se a utilização por parte de crianças e
adolescentes de celulares, computadores, tablets e eletrônicos em geral. Esse acesso é realizado
diariamente por mais de 3 horas e muitas vezes sem um devido acompanhamento sobre os
conteúdos acessados, bem como das informações obtidas, fornecidas e compartilhadas nas redes
sociais. Alguns dos vínculos e relações que se estabelecem com o uso da internet colocam em risco
a saúde e a integridade física e psicológica dos jovens. Além do fato desses eletrônicos estarem
diminuindo o tempo de envolvimento das crianças em atividades físicas, lúdicas, pedagógicas,
culturais e esportivas, entre outras, contribuem também para o isolamento e distanciamento entre as
pessoas.

11.11 Políticas Públicas


Em relação às políticas públicas, podemos destacar a necessidade de se trabalhar com as
famílias - sobretudo aquelas que se encontram em situação de vulnerabilidade, propondo realizar
uma escuta qualificada, vinculando e compartilhando os problemas e alternativas para intervir nas
causas geradoras dos maus-tratos, fortalecendo a convivência familiar e promovendo o regresso das
crianças às famílias de origem nos casos em que conflitos ou violências tenham acarretado medidas
de afastamento e acolhimento institucional. Muitos programas de acolhimento institucional ainda

127
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

operam precariamente e não estão articulados a programas bem estruturados de acolhimento


familiar que atuem para promover a restauração do direito à convivência das crianças e
adolescentes com suas famílias de origem ou, se necessário, para buscar a colocação em famílias
acolhedoras ou substitutas.
O grande desafio das políticas públicas é reorganizar o modo de operação do SGDCA para
que as diversas áreas setoriais da administração pública atuem de forma articulada e orientada para
o fortalecimento das famílias e para a consequente redução dos maus-tratos e outras violações.
Essas têm como uma de suas causas geradoras fundamentais a vulnerabilidade familiar.
A maioria dos municípios ainda pratica uma política de
abrigamento não alinhada com as diretrizes do ECA e da nova Lei do
Direito à Convivência Familiar (Lei nº 12.010/2009).

12- Considerações

A importância da realização de um Diagnóstico transcende os


limites das políticas setoriais. Diagnósticos que aprimorem e ampliem
a capacidade de garantir os direitos das crianças e adolescentes são
componentes indispensáveis para a promoção do desenvolvimento sustentável. Países como o
Brasil, que apresentam altos índices de pobreza e desigualdade só conseguirão alcançar um padrão
mais avançado e equitativo de organização social se adotarem políticas capazes de promover a
inclusão social sustentável das camadas mais vulneráveis da população. A situação das crianças e
adolescentes será sempre um dos termômetros mais importantes para a avaliação do alcance desse
objetivo.
Algumas dificuldades foram encontradas, ao longo do percurso, para a execução do
Diagnóstico, que foram:
 Mudança da administração pública, com alteração na gestão dos diversos órgãos,
gerando consequentemente demora no repasse de dados solicitados;
 Greve nas escolas estaduais, e algumas municipais, impossibilitando pesquisa entre os
alunos e professores;
 Dificuldades na pesquisa de campo, para acessar determinados territórios de
vulnerabilidades, onde os pesquisadores foram impedidos de continuar;
 Dificuldades do acesso aos registros do Conselho Tutelar, Ministério Público e Vara da
Infância, por não possuírem dados ou por não terem repassado;
 Questionários enviados via on-line à rede sócioassistencial não foram respondidos
dentro do prazo estabelecido, sendo necessárias reiteradas solicitações.
Entretanto, apesar das dificuldades listadas, o Diagnóstico apresentado foi baseado em
informações precisas, extraídas de fontes qualificadas, respaldadas em ampla discussão. Desta
forma, as propostas emergentes poderão se consolidar como políticas públicas municipais, como
respaldo orçamentário.

128
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

O Diagnóstico é um processo contínuo de descoberta da realidade. É um trabalho desafiador,


cujo sucesso dependeu, em grande medida, da energia e da dedicação de cada ente envolvido, mas
também da capacidade de ação conjunta.

13- Conclusão

O Brasil é um estado democrático com base na soberania popular, sendo uma democracia
participativa consolidada com a Constituição de 1988.
O Estado Democrático de Direito é um conceito que designa qualquer Estado que se aplica a
garantir o respeito das liberdades civis, ou seja, o respeito pelos direitos humanos e pelas garantias
fundamentais, por meio do estabelecimento de uma proteção jurídica. Nele, o poder vem do povo,
visto que é a população quem escolhe seus representantes para criarem as leis.
Atualmente, a percepção de insegurança que percorre nossa sociedade se remete à
qualidade das relações interpessoais, aos elos sociais pré concebidos bem como à insegurança
vivida e sentida. Isso diz respeito às manifestações de violência que tomam a forma de incivilidades.
As incivilidades têm caráter essencialmente público e são, portanto, da ordem das relações entre o
espaço público e os indivíduos. (Roché, 2002)
O atual cenário político e econômico do Brasil vêm refletindo negativamente nas taxas de
desemprego e para a próxima apuração (Senso 2020) já é possível prever uma mudança
significativa nos números de desocupação.
A evolução dos índices de desemprego nos últimos anos no município de Ipatinga vem
refletindo diretamente em outros índices relacionados à qualidade de vida da população, impactando
nos padrões socioeconômicos e culturais das famílias e sustentando o aumento dos fatores de risco.
Muitas famílias estão sobrevivendo com renda de até 1SM (salário mínimo), outras que
contam o bolsa família como única renda e aquelas que têm participação exclusiva dos avós na
renda familiar.
Conforme a pesquisa nos domicílios apontou, a presença do pai cuidando dos filhos se deve
ao fato dos homens estarem fora do mercado de trabalho. Essa inversão de papéis na família tem
contribuído para aumentar o uso de drogas, álcool e consequentemente a violência doméstica.
As ações de cada um de seus membros são orientadas de acordo com as características
presentes no sistema familiar e podem sofrer influências e mudar diante das necessidades e das
preocupações externas. A escolaridade dos pais é um fator decisivo que amplia as oportunidades de
inserção no mercado de trabalho.
Dados da pesquisa mostraram que existe um número significativo de crianças e adolescente
fora da escola. O trabalho, a gravidez precoce ou o não gostar de estudar foram os motivos mais
alegados. No entanto, a evasão escolar está diretamente ligada ao consumo de drogas, prostituição
e ao número de pessoas em situação de rua, provocando o aumento da criminalidade.
O combate à evasão escolar pode ser mais bem planejado a partir de ações que tornem a
escola mais atrativa aos alunos, além de oportunizar o trabalho de aprendiz para ampliar as
perspectivas de futuro dos jovens e consequentemente reduzir os índices de criminalidade, o uso de
drogas, gravidez precoce, violências, trabalho infantil, entre outros. Esse tipo de ação poderá

129
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

detectar diferentes manifestações do fenômeno em diferentes subgrupos de adolescentes e ampliar


a eficácia das ações para esse enfrentamento.
A incidência do trabalho infantil ora constatado na pesquisa está fortemente ligada à pobreza
das famílias e à necessidade dos grupos mais vulneráveis de desenvolver estratégias de
sobrevivência - fator este que contribui para a permanência do trabalho infantil em diferentes
segmentos produtivos e também no trabalho infantil doméstico.
O tráfico de drogas está cada vez mais aliciando as crianças e os adolescentes para o crime,
em especial aquelas que estão fora da escola. Geralmente o envolvimento de crianças e
adolescentes com substâncias químicas lícitas ou ilícitas é gerado por fatores pessoais, familiares e
socioeconômicos que se apresentam quase sempre de forma estreitamente inter-relacionada.
As notificações de casos de violência sexual, doméstica e/ou outras violências entre crianças
e adolescentes foi verificada sua maior incidência no público de 13 a 18 anos, conforme apontou a
Seção de Vigilância Epidemiológica. Contudo, os registros da Polícia Militar de Ipatinga mostraram
que o estupro de vulnerável incide sobre os demais crimes contra a dignidade sexual de crianças e
adolescentes no município.
Os crimes sexuais contra crianças e adolescentes não estão limitados a uma determinada
classe social, raça ou religião, ou qualquer outro fator pré-concebido. Estas dificuldades e ameaças
podem ser provenientes de qualquer lugar: dos meios de comunicação, de um processo irracional de
globalização, de uma precária condição socioeconômica, da negligência do poder público e da
família. Em muitos casos a violência sexual poderá gerar sérios agravos à saúde da mulher como
lesões, gravidez indesejada, disfunção sexual e/ou doenças sexualmente transmissíveis (como o
HIV), tendo também um grande impacto sobre o estado psicológico da vítima. Entre os danos
causados à saúde mental, pode-se considerar a ansiedade, a depressão e até o suicídio.
Os representantes de entidades e os profissionais da saúde consideram necessária a
ampliação dos investimentos em programas de prevenção, proteção e tratamento contra todo tipo de
violência. A intensificação de campanhas de informação e sensibilização sobre drogas e sexualidade
e a ampliação de oportunidades de esporte, lazer e cultura são ações que potencializam a política de
atendimento às crianças e adolescentes no município. Nas escolas as discussões sobre sexualidade
e drogas são assuntos que precisam melhorar a abordagem pelo corpo docente, ao contrário dos
riscos virtuais, que de maneira mais frequente as orientações são realizadas.
A internet é a principal atividade de lazer entre os adolescentes na atualidade, mas o uso
excessivo dos aparelhos eletrônicos traz grandes riscos para a saúde física, mental e social quando
utilizados de forma indiscriminada.
A ansiedade e a agressividade são geradas pela falta de limites na utilização desses
aparelhos eletrônicos. Tal fato se deve quando os pais não conhecem ou não acompanham o
conteúdo acessado pelos filhos. Logo, torna-se necessário que os dispositivos eletrônicos sejam
utilizados de acordo com as regras e os horários estabelecidos pelo arranjo consensual entre as
crianças/adolescentes e os pais.
No que tange as creches do município, a demanda reprimida é um fator que requer atenção
da educação infantil. Existe uma grande procura por matrículas no maternal I, II, III, além de casos

130
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

de crianças transferidas de outros bairros e cidades. As vagas ofertadas são insuficientes para
atender as crianças do município.
Conforme os dados informados na pesquisa, foram apontadas falhas no sistema público de
saúde quanto a qualidade do atendimento das demandas nas Unidades Básicas de Saúde. As
dificuldades encontradas estão relacionadas à capacitação de profissionais, infra-estrutura física,
recursos humanos, número de atendimentos, material didático, exames e consultas especializadas,
médicos e a falta de intersetorialidade.
Quanto às entidades de atendimento do público infanto-juvenil, verifica-se que os maiores
problemas estão relacionados à realização dos convênios, aos recursos humanos e materiais, sendo
que o trabalho ofertado é considerado ―suficiente‖. A morosidade dos trâmites legais pelo poder
público assim como os documentos necessários à realização dos convênios por parte das entidades
não colabora para a eficácia e eficiência do processo de conveniamento.
No que tange as entidades de alta complexidade, percebe-se que alguns programas de
acolhimento institucional ainda operam precariamente e não estão articulados a programas
estruturados de acolhimento familiar. Possui dificuldade em atuar na promoção e restauração do
direito à convivência das crianças e adolescentes com suas famílias de origem ou famílias
acolhedoras/substitutas. O exemplo desta afirmação são as mulheres usuárias de álcool e/ou drogas
em situação de rua que podem se envolver em ações ilícitas, sendo assim ―consideradas incapazes‖
de cuidarem de seus filhos. Contudo, faz-se necessário um trabalho institucional efetivo intersetorial
com essa(s) mãe(s) e sua(s) família(s) para que sejam restabelecidos os vínculos afetivos.
Para que melhor seja garantido o acesso dos usuários a política de saúde mental praticada no
município, está sendo proposta uma reformulação da assistência na atenção primária à saúde, que
articulada com a atenção secundária e atenção terciária, promovam os princípios da universalidade,
integralidade e equidade dos usuários. Tal proposta é dar acesso ao público infanto-juvenil ao CAPS
I no que diz respeito ao transtorno relacionado ao desenvolvimento cerebral incompleto e, ao
autismo.
O grupo de trabalho multidisciplinar e a abordagem intersetorial também têm como proposta
dar enfoque aos transtornos do aprendizado e outros fatores invasivos da infância como o uso e
abuso de substâncias psicoativas. As intervenções terapêuticas eficazes e reconhecidas pelas
entidades e órgãos de classe são consideradas importantes, visto o número de casos de saúde
mental que ficaram sem cobertura médica no município.
No processo Diagnóstico foi realizada a auto-avaliação individual e coletiva do CMDCA e do
Conselho Tutelar, onde foram apontadas as fragilidades e potencialidades de cada órgão, para que
ações efetivas possam ser previstas.
No que se refere às políticas públicas, destaca-se a necessidade de se trabalhar com as
famílias - sobretudo aquelas que estão em situação de vulnerabilidade, buscando promover uma
escuta qualificada, vinculando e compartilhando os problemas e alternativas para intervir nas causas
geradoras dos maus-tratos, negligência e todo tipo de violências.
Durante este Diagnóstico pôde-se verificar certa fragilidade em relação à política de
atendimento às crianças e adolescentes no município. Portanto, é imprescindível o olhar diferenciado
do Poder Público Municipal como também do Sistema de Garantia de Direitos, Sistema de Justiça e
131
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

toda rede socioassistencial sobre os riscos e vulnerabilidades a que estão sujeitos o público infanto-
juvenil.
Nesta conclusão, faz-se necessário direcionar a atenção sobre as Políticas Públicas quanto à
sua eficácia na implementação de serviços, programas e projetos para a população, em especial
para as crianças e os adolescentes munícipes de Ipatinga.

14- Recomendações

Após trilhar um caminho cuidadoso de levantamento e análise de diversas informações, chega


agora a uma etapa decisiva: a formulação das primeiras proposições que emergirão do processo de
diagnóstico. Pode-se dizer que, neste momento, inicia-se o trabalho de planejamento de propostas
fundamentadas nas indicações do diagnóstico.
A análise das causas das violações dos direitos das crianças e adolescentes é uma atividade
que deve constar da agenda permanente do CMDCA. Amparada em um trabalho estruturado de
monitoramento dos resultados dos programas de atendimento, fará com que novos ciclos anuais de
diagnóstico e planejamento possam gerar propostas crescentemente aprimoradas em sua
capacidade de transformar a realidade para melhor.
De posse dos dados foi possível delinear propostas de ação para o aprimoramento da rede de
proteção no município, que seguem abaixo:

Criação, realocação ou ampliação de programas para atender públicos com direitos violados, em
territórios em que tais ações inexistem ou são insuficientes.
Ampliação da cobertura das ações em territórios nos quais o volume de atendimento é pequeno
ou há demanda reprimida.
Criação ou aprimoramento de meios de acesso e procedimentos de encaminhamento que
viabilizem ou ampliem o atendimento em determinados territórios ou para determinado
segmentos de crianças e adolescentes.
Integração entre instituições e programas da rede de proteção e do SGDCA para a execução de
ações conjuntas ou otimização do atendimento.
Capacitação das instituições e programas de proteção para aprimoramento ou inovação das
práticas e metodologias de alcance do público, mobilização, acolhimento, atendimento,
prevenção, etc.
Otimização do Fluxo da Rede de Atendimento às Crianças e Adolescentes vítimas de violência
doméstica e outras violências.
Elaboração de Plano de ação que contemple as demandas levantadas.
Inclusão do Plano de ação no orçamento municipal.
Realização de novo ciclo de diagnóstico a cada quatro anos.
Planejamento do diálogo entre as políticas básicas.

O quadro a seguir mostra um exemplo de afinidade entre propostas de proteção e políticas


básicas.

Violações de direitos Exemplos de propostas de Proteção Políticas básicas relacionadas


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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Evasão escolar Programa de busca ativa de crianças e Educação
adolescentes evadidos e orientação às famílias Saúde
Falta de acesso à Oferta de creche como medida de proteção para
creche segmentos da população e territórios vulneráveis
Envolvimento com Qualificação da rede de proteção para identificação Saúde
álcool e drogas de sinais, acolhimento e encaminhamento de Assistência Social
adolescentes envolvidos com substâncias químicas. Educação
Maus-tratos (violência Qualificação da rede de proteção para acolhimento
doméstica) e atendimento de crianças e adolescentes vítimas
de violências.
Gravidez na Qualificação da rede de proteção para acolhimentos,
adolescência orientação e prevenção de DST e gravidez/
paternidade precoce.
Abuso sexual Qualificação da rede de proteção para identificação
de sinais, acolhimento e encaminhamento de
crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual.
Maus-tratos Programa de acolhimento institucional. Assistência social
(negligência e Saúde
abandono infantil) Educação
Trabalho infantil Programa de Erradicação do Trabalho Infantil.
Programa de apoio à inserção e à permanência na
escola.
Adolescentes autores Programa de Medidas Socioeducativas em Meio
de ato infracional Aberto
Exploração Sexual Programa de qualificação da rede de proteção para
identificação de sinais, acolhimento e
encaminhamento de crianças e adolescentes
vítimas de abuso sexual.
Falta de Ampliação da oferta de atividades culturais e Cultura, Lazer e Esporte
oportunidades de estímulo ao protagonismo juvenil pede rede de Educação
acesso a atividades proteção
de cultura, esporte e
lazer

Diagnósticos periodicamente renovados e aprofundados geram ações progressivamente mais


bem delineadas de proteção e combate às violações de direitos. Ao mesmo tempo, políticas básicas
de promoção (nas áreas de educação, saúde, assistência às famílias, cultura, esporte e lazer), cujas
ações sejam constantemente aprimoradas, poderão criar melhores condições para a prevenção da
reincidência de violações e para a promoção de direitos.
Em suma, o resultado esperado é uma transformação qualitativa no processo de
planejamento e gestão das políticas públicas para as crianças e adolescentes no município.

133
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

15- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Artigo ―A esquistossomose mansoni no contexto da política de saúde brasileira‖ Sandra Helena


Cerrato Tibiriçá, Frederico Baêta Guimarães, Maria Teresa Bustamente Teixeira; Ciênc. saúde
coletiva vol.16 supl.1 Rio de Janeiro, 2011.
Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG
Conhecer para transformar : guia para diagnóstico e planejamento da política municipal de
proteção integral das crianças e adolescentes / [organizador Fábio Ribas Junior... et al.]. — São
Paulo : Fundação Telefônica, 2011.
Conselho Tutelar de Ipatinga/Regionais I e II, 2016
CREAS/DEPSOE/SMAS, 2017.
DATASUS/IBGE;MEC/Inep/Deed/CSI; IBGE - Censo Demográfico 2010; Secretaria Municipal de
Planejamento; Educacenso
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
http://indicadores.cidadessustentaveis.org.br/br/MG/ipatinga/acesso-a-internet-nas-escolas-dos-
ensinos-fundamental-e-medio
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http://inepdata.inep.gov.br
http://teen.ibge.gov.br/noticias-teen/2822-violencia-contra-mulher
In: Cimerman, Sérgio; Cimerman, Benjamin. Medicina tropical. São Paulo, Atheneu, 2003. p.321-
329, ilus, tab, graf.
INEP 2015
Instituto brasileiro de estatísticas e geografia – Censo demográfico. 2010
Instituto de Geociências Aplicadas - IGA
Instituto de pesquisa econômica aplicada (IPEA)
Jornal ―O Tempo‖, 16/10/16.
PMI/SMS/CCDIP- Relatório de Gestão do 3º Quadrimestre de 2015.
PMI/SMS/DAB/Relatório de Atividades do PSE, 2016
PMI/SMS/DAE - Saúde Mental
PMI/SMS/Relatório de Gestão - 3º Quadrimestre de 2015
PNUD, Ipea e FJP
Polícia Militar de Minas Gerais (Diretoria de Apoio Operacional / Coordenação Estadual do
PROERD) 14ºBPM/Núcleo de Prevenção Ativa (NPA), 2016;
Resumo: Hepatites virais: aspectos da epidemiologia e da prevenção - Cristina Targa Ferreira,
Serviço de Pediatria - Hospital de Clínicas de Porto Alegre/RS; Themis Reverbel da Silveira,
Professora Adjunta da Faculdade de Medicina da UFRGS.
Rodrigues CS, Guimarães MDC, Grupo Nacional de Estudo sobre Sífilis Congênita. Positividade
para sífilis em puérperas: ainda um desafio para o Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2004.
Senso Escolar/INEP 2015
SIMADE/ Superintendência Regional de Ensino (SRE) e Secretária Municipal de Educação
(SME)
SINAN-NET/SEVEP/SMS/PMI, 2015.
Violência sexual no Brasil: perspectivas e desafios/IPEA Brasil/Secretaria Especial de Políticas
para Mulheres-Brasília, 2005.

134
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Anexos

Quadro 1 - População de crianças por bairro


Bairro Quant Regional % Quantidade de questionário por
Bairro das aguas 123 1 0,187% regional
Cariru 844 1 1,283% 2,181 Regional % Questionários
Castelo 60 1 0,091% 1 2,181 44
Vila ipanema 408 1 0,620% 2 4,107 82
Bela vista 643 2 0,977% 3 14,58 292
Bom retiro 827 2 1,257% 4,107 4 20,035 401
Horto 435 2 0,661% 5 19,17 383
Imbaubas 795 2 1,208% 6 16 320
Usipa 2 2 0,003% 7 16 320
Cidade nobre 2896 3 4,402% 8 7,337 147
Ferroviario 435 3 0,661% 14,58 9 0,579 12
Ideal 2.297 3 3,491% Total 2000
Iguacu 3.964 3 6,025%
Ayrton senna 78 4 0,119%
Caravelas 3.001 4 4,561% 20,035
Centro 741 4 1,126%
Jardim panorama 2.580 4 3,922%
Novo cruzeiro 453 4 0,689%
Parque das aguas 816 4 1,240%
Planalto 2 4 0,003%
Planalto 2 1 4 0,002%
Planalto ii 808 4 1,228%
Veneza 4.701 4 7,145%
Canaa 6.569 5 9,985% 19,17
Chacaras oliveira 684 5 1,040%
Tiradentes 478 5 0,727%
Vale do sol 1.944 5 2,955%
Vila celeste 2.937 5 4,464%
Bethania 10.030 6 15,245% 16
Taubas 9 6 0,014%
Vagalume 491 6 0,746%
Bom jardim 5.553 7 8,440% 16
Esperanca 4.977 7 7,565%
Barra alegre 670 8 1,018% 7,337
Chacarasmadalena 655 8 0,996%
Limoeiro 2.615 8 3,975%
Recanto 301 8 0,458%
Tribuna 58 8 0,088%
Vila formosa 528 8 0,803%
Ipaneminha 115 9 0,175% 0,579
Pedra branca 266 9 0,404%

Total 65.790 100,000%

135
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Questionário - Individual por família


Perfil da moradia 8. Como o/a Sr/a avalia a qualidade da segurança 06- Pais e Avós 02- Ensino Fundamental Incompleto
1. Tipo do Imóvel: pública no seu bairro? 07- Avós 03- Ensino Fundamental Completo
01- Casa 01- Ótima 08- Tia/o(s) 04- Ensino Médio Incompleto
02- Apartamento 02- Boa 09- Outro: questão aberta 05- Ensino Médio Completo
03- Cômodos, Quitinete, Barraco 03- Regular 13. Possui uma religião ou crença? 06- Ensino Superior Incompleto
04- Outro 07- Ensino Superior Completo
04- Ruim 01- Católico
08- Outro questão aberta
2. Regime de Ocupação do Imóvel: Perfil da família 02- Protestante
99- NSA (para famílias sem este responsável)
01- Própria 9. Número de pessoas residentes no domicílio: 03- Espírita
39. Madrasta
02- Alugada 01- 1 04- Afrodescendente
01- Analfabeto
03- Cedido 02- 2 05- Ateu 02- Ensino Fundamental Incompleto
04- Outro 03- 3 06- Outro questão aberta 03- Ensino Fundamental Completo
3. Tipo de construção 04- 4 Bens de consumo 04- Ensino Médio Incompleto
01- Alvenaria/Tijolo 05- 5 Resposta para as questões de 14 até 37 05- Ensino Médio Completo
02- Madeira/Taco 06- 6 0 (zero) 06- Ensino Superior Incompleto
03- Taipa 07- 7 01 07- Ensino Superior Completo
04- Pau-a-pique 08- 8 02 08- Outro questão aberta
05- Aproveitado 09- 9 03 99- NSA (para famílias sem este responsável)
06- Outro 10- 10 Mais de 3 (+) 40. Pai
4. Fonte de abastecimento de água: 11- 11 14. Carro 01- Analfabeto
01- Rede geral/ Copasa 12- 12 15. Moto 02- Ensino Fundamental Incompleto
13- + de 12 16. Bicicleta 03- Ensino Fundamental Completo
02- Poço
17. Máquina de lavar 04- Ensino Médio Incompleto
03- Cisterna 10. Constituição familiar
18. Tanquinho 05- Ensino Médio Completo
04- Nascente/Mina 01- Pai, mãe e filho(s)
19. Geladeira 06- Ensino Superior Incompleto
05- Rio/Córrego/Lagoa 02- Pai e filho(s) 07- Ensino Superior Completo
20. Lava louças
06- Outro 03- Mãe e filho(s) 08- Outro questão aberta
21. Microondas
5. Tratamento de água para beber: 04- Mãe, Padrasto e filho(s) 22. Fogão a gás 99- NSA (para famílias sem este responsável)
01- Filtro 05- Pai, Madrasta e filho(s) 23. DVD 41. Padrasto
02- Fervura 06- Pai, mãe, filho(s) e avós, tios 24. TV 01- Analfabeto
03- Cloração 07- Mãe, Madrasta e filho(s) 25. Antena parabólica/ TV a cabo 02- Ensino Fundamental Incompleto
04- Sem Tratamento 08- Pai, Padrasto e filho(s) 26. Internet Banda larga 03- Ensino Fundamental Completo
05- Outro 09- Outro: questão aberta 27. Internet no celular 04- Ensino Médio Incompleto
6. Coleta de esgoto sanitário 11. Qual é aproximadamente a renda total de sua 28. Computador 05- Ensino Médio Completo
01- Rede geral/ Copasa família por mês? 29. Notebook 06- Ensino Superior Incompleto
01- Até 1 SM 30. Tablet 07- Ensino Superior Completo
02- Fossa rudimentar
02- + de 1 a 2 SM 31. Som 08- Outro questão aberta
03- Fossa séptica
03- + de 2 a 3 SM 32. Telefone fixo 99- NSA (para famílias sem este responsável)
04- Lançamento direto em curso d'água / Vala 33. Telefone celular
04- + de 3 a 5 SM 42. Outro responsável:
05- Canalizado para o fundo do quintal 34. Telefone celular com criança – até 12
05- + de 5 a 10 SM 01- Analfabeto
06- Lançado a céu aberto anos incompletos
06- + de 10 SM 02- Ensino Fundamental Incompleto
7. Destino do lixo 35. Telefone celular com adolescente – a 03- Ensino Fundamental Completo
01- Coleta pública 12. Quem contribui para a renda familiar? partir de 12 até 18 anos incompletos 04- Ensino Médio Incompleto
02- Queimado 01- Somente o Pai/Padrasto 36. Ventilador 05- Ensino Médio Completo
03- Enterrado 02- Somente a Mãe/Madrasta 37. Ar condicionado 06- Ensino Superior Incompleto
04- Lançado no fundo do quintal 03- Somente os Filhos Sobre os Pais/Responsáveis Escolaridade 07- Ensino Superior Completo
05- Lançado em terreno baldio 04- Mãe/Madrasta e Pai/Padrasto 38. Mãe 08- Outro questão aberta
06- Lançado em curso d’água 05- Mãe, Pai e Filho(s) 01- Analfabeto 99- NSA (para famílias sem esta situação)
136
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Quanto à situação ocupacional 13- Diarista 01- Mãe/Madrasta 55. Algum usuário está em tratamento contra
14- Estudante 02- Pai/Padrasto a dependência química?
43. Mãe 99- NSA (para famílias sem este responsável) 03- Irmão 01- Sim
01- Autônoma 04- Outro: questão aberta 02- Não
02- Profissional Liberal 46. Padrasto 99- NSA 99- NSA
03- Empresária 01- Autônomo
02- Profissional Liberal
51. Algum dos responsáveis possui alguma Crianças e adolescentes
04- Com carteira assinada das doenças? 56. Tem acesso à internet? (Celular, Tablet,
05- Sem carteira assinada 03- Empresário 01- Depressão Computador)
06- Funcionária pública efetiva 04- Com carteira assinada 02- Esquizofrenia 01- Sim
07- Funcionária pública contratada 05- Sem carteira assinada 03- Transtornos de ansiedade 02- Não
08- Aposentada 06- Funcionário público efetivo 04- Outros Transtornos Mentais questão aberta
09- Pensionista 07- Funcionário público contratado 57. Que tipo de conteúdo elas acessam?
05- Câncer
10- Dona de Casa 08- Aposentado 01- Sites de Entretenimento
06- DST/AIDS
11- Nunca trabalhou 09- Pensionista 07- Doenças cardíacas 02- Redes sociais
12- Desempregada 10- Dono de Casa 08- Paralisia 03- Jogos
13- Diarista 11- Nunca trabalhou 09- Outro questão aberta 04- Pesquisa Escolar
14- Estudante 12- Desempregado 05- Outro
10- Não
99- NSA (para famílias sem este responsável) 13- Diarista 06- Não sabe
14- Estudante
Quanto ao uso de drogas 99- NSA
44. Madrasta 99- NSA (para famílias sem este responsável) 52. Algum dos adultos faz uso das
substâncias a seguir? 58. Com que frequência elas acessam a
01- Autônoma 47. Outro responsável: questão aberta
01- Álcool internet?
02- Profissional Liberal 01- Autônomo/a
02- Cigarro 01- Nunca
03- Empresária 02- Profissional Liberal
03- Maconha 02- Uma vez por semana
04- Com carteira assinada 03- Empresário/a
05- Sem carteira assinada 04- Crack 03- Até 3 vezes por semana
04- Com carteira assinada 04- De 4 a 6 vezes por semana
06- Funcionária pública efetiva 05- Cocaína
05- Sem carteira assinada 05- Todos os dias
07- Funcionária pública contratada 06- Êxtase
06- Funcionária/o pública/o efetivo 06- Não sabe
08- Aposentada 07- Cola de sapateiro/ Loló
07- Funcionária/o pública/o contratado/a 99- NSA
09- Pensionista 08- Haxixe
08- Aposentado/a
10- Dona de Casa 09- Santo Daime (ayahuasca) 59. Quantas horas por dia elas ficam na
09- Pensionista
11- Nunca trabalhou 10- LSD internet?
10- Dona(o) de Casa
12- Desempregada 11- Heroína 01- Até 1 hora
11- Nunca trabalhou
13- Diarista 12- Outro 02- De 1 a 3 horas
12- Desempregado/a
14- Estudante 13- Não 03- De 3 a 5 horas
13- Diarista
99- NSA (para famílias sem este responsável) 14- Estudante 53. Quantos (adultos)? 04- Mais de 5 horas
99- NSA (para famílias sem esta situação) 01- 01 05- Não sabe
45. Pai 02- De 02 a 03 99- NSA
01- Autônomo 48. Algum dos responsáveis já cumpriu pena
judicial? 03- Mais de 03 60. Quantas horas por dia elas utilizam
02- Profissional Liberal 99- NSA
03- Empresário 01- Sim eletrônicos?
04- Com carteira assinada 02- Não 01- Até 1 hora
05- Sem carteira assinada 49. Em qual regime? 54. Onde iniciou o uso dessa substância? 02- De 1 a 3 horas
06- Funcionário público efetivo 01- Reclusão/ Fechado 01- Escola 03- De 3 a 5 horas
07- Funcionário público contratado 02- Aberto 02- Festa 04- Mais de 5 horas
08- Aposentado 03- Semiaberto 03- Na própria residência 05- Não sabe
09- Pensionista 04- Provisório 04- Casa de amigos 99- NSA
10- Dono de Casa 05- Outro: questão aberta 05- Bairro 61. Algum responsável verifica os acessos?
11- Nunca trabalhou 99- NSA 06- Outro 01- Sim
12- Desempregado 50. Qual responsável? 99- NSA
137
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
02- Não 67. Passam efetivamente com Outro 73. Sexualidade? 84. Minha casa minha vida
99- NSA Responsável 01- Sim 01- Sim
62. Com que frequência? 01-Nenhuma 02- Não 02- Não
01- Em todos os acessos 02-Menos de 1 hora 74. Drogas? 85. Prouni
02- Diariamente 03- De 1 a 3 horas 01- Sim 01- Sim
03- Uma vez por semana 04- De 3 a 5 horas 02- Não 02- Não
04- Uma vez por mês 05- Mais de 5 horas 75. Violência 86. Fies
05- Aleatoriamente 99- NSA 01- Sim 01- Sim
06- Nunca 68. Como é realizada a educação/disciplina 02- Não 02- Não
99- NSA da criança/adolescente na residência? Na sua rua você conhece 87. Outro
63. Eles frequentam salas de bate papo ou 01- Diálogo / Correção Verbal Crianças/Adolescentes que: (76 a 79) 01- Qual? questão aberta
conversam com pessoas desconhecidas 02- Castigo 99- NSA
76. Têm problemas com drogas?
pela internet? 03- Castigo físico
01- Sim
Quanto ao atendimento público de saúde
01- Sim 04- Nenhum 88. A família é atendida por uma equipe da
02- Não
02- Não 05- Outro UBS?
03- Não sabe
03- Não sabe 69. Se os pais são separados, qual a 77. Sofreram aborto induzido? 01- Sim
99- NSA frequência do contato da criança ou 01- Sim 02- Não
adolescente com o(a) genitor(a) que está 02- Não 89. Houve morte de criança ou adolescente
Quantas HORAS do dia as morando em outra casa? 03- Não sabe na família?
Crianças/Adolescentes: (questões 55 a 58) 01- Visita Livre 78. Sofreram/sofrem algum tipo de violência 01- Sim
02- Nos finais de semana sexual? 02- Não
64. Ficam sozinhas em casa? 03- Finais de semana alternados
01- Nenhuma 01- Sim 90. Quando?
04- Uma vez por mês 02- Não 01- Há menos de 1 ano
02- Menos de 1 hora 05- Guarda compartilhada (Decisão Judicial)
03- De 1 a 3 horas 03- Não sabe 02- De 1 a 3 anos
06- Nenhuma 03- De 3 a 5 anos
04- De 3 a 5 horas 79. Realiza algum tipo de trabalho infanto-
07- Nenhuma, nunca conheceu o(a) genitor(a) 04- De 5 a 10 anos
05- Mais de 5 horas juvenil?
99- NSA 05- Mais de 10 anos
01- Sim
70. Há caso de gravidez em 02- Não 99- NSA
65. Passam efetivamente com o criança/adolescente na família? 03- Não sabe 91. Causa morte?
Pai/Padrasto?
01-Nenhuma
01- Sim A sua família ou membros dela - participa 01- Natural
02- Não de algum desses programas 02- Acidente de trânsito
02-Menos de 1 hora 71. Se sim, qual foi a idade da
03- De 1 a 3 horas governamentais? 03- Acidente doméstico
criança/adolescente grávida na época? 04- Acidente com armas de fogo
04- De 3 a 5 horas 80. Bolsa Família
01- de 8 a 10 05- Homicídio
05- Mais de 5 horas 01- Sim
02- de 11 a 12 06- Outro questão aberta
99- NSA 02- Não
03- de 13 a 14 99- NSA
04- de 15 a 16 81. Serviço de Convivência e Fortalecimento
de Vínculos No município de Ipatinga é preciso:
66. Passam efetivamente com a 05- 17 anos
Mãe/Madrasta? 99- NSA 01- Sim 92. Ampliar os investimentos em programas
01-Nenhuma 02- Não de prevenção, proteção e tratamento
72. Já recebeu alguma informação de que a 82. Brasil sem fronteiras contra violência doméstica, maus tratos,
02-Menos de 1 hora criança/ adolescente estava fazendo algo
03- De 1 a 3 horas 01- Sim violência sexual de Crianças e
que colocava sua vida em risco? 02- Não Adolescentes?
04- De 3 a 5 horas
01- Sim. Qual questão aberta 01- Sim
05- Mais de 5 horas 83. PRONATEC
02- Não 02- Não
99- NSA 01- Sim
Na sua casa você conversa abertamente 02- Não
com as Crianças/Adolescentes sobre
138
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
93. Intensificar campanhas de informação e 99. O Conselho Tutelar? 102. Conhece o serviço prestado por alguma
sensibilização sobre Drogas e 96. Atuação do Poder Público Municipal no 01-Sim das empresas a seguir?
Sexualidade focando Crianças e enfrentamento dos problemas 02-Não 01- EPTOM
Adolescentes? relacionados às Crianças/Adolescentes? 02- SENAI
01-Sim 01- Ótima 100. Já acessou alguma vez o Conselho 03- SENAC
02-Não 02- Boa Tutelar? 04- SEST/SENAT
03- Regular 05- ESPRO
01-Sim
94. Ampliar oportunidades de Esporte, Lazer 04- Ruim 06- SERTEP
02-Não
e Cultura para Crianças e Adolescentes? 06- Péssima 07- Rede Cidadã
01-Sim Você conhece? Trabalho / Aprendizagem 103. O que você considera importante no
02-Não trabalho do aprendiz?
97. Estatuto da Criança e do Adolescente? 101. Tem conhecimento de que o jovem pode
Como você avalia em Ipatinga: 01- Ajuda financeira à família
01-Sim trabalhar legalmente? 02- Independência financeira do jovem
95. Situação da Criança e Adolescente? 02-Não 01- Não 03- Experiência profissional
01- Ótima 98. Conselho Municipal dos Direitos da 02- Sim, em qualquer função com carteira 04- Maior facilidade de ingresso no mercado de
02- Boa Criança e do Adolescente - CMDCA? assinada trabalho
03- Regular 01-Sim 03- Sim, como aprendiz 05- Outros questão aberta
04- Ruim 02-Não
05- Péssima

Questionário - Individual por criança/adolescente


Perfil adolescente 3. Cor declarada 8. Frequenta qual Nível de Ensino? 10. Se não frequenta, motivo por não
1. Sexo 01- Branca 01- Educação Infantil frequentar escola
01- Feminino 02- Negra/Preta 02- Fundamental Municipal 01- Não frequenta por ser menor de 3 anos
02- Masculino 03- Parda 03- Fundamental Estadual (bebê)
04- Amarela 04- Fundamental Particular 02- Concluiu ensino médio
2. Idade 05- Médio Estadual 03- Não frequenta por problemas de saúde /
05- Indígena
0 - Menos de 1 ano 06- Médio Particular Necessidade especial
4. Altura questão aberta
1 ano 07- Superior Particular 04- Não frequenta por estar trabalhando
2 anos 5. Peso questão aberta 05- Não frequenta por causa de gravidez/filho
08- EJA
3 anos 6. Colocação familiar 09- Não frequenta 06- Não gosta, não quer estudar (Evasão)
4 anos 01- Filho/a natural 10- Outro 07- Outro questão aberta
5 anos 02- Enteado/a 9. Se não frequenta, em qual nível de 99- NSA
6 anos 03- Filho/a adotivo/a ensino parou? 11. Distância casa x escola?
7 anos 04- Filho/a sob tutela 01- Antes do 4º ano do ensino fundamental 01- Menos de 1 Km
8 anos 05- Filho/a em família substituta 02- 5º ano do ensino fundamental 02- De 1 a 3 KM
9 anos 06- Filho/a sob guarda 03- 6º ano do ensino fundamental 03- De 3,1 a 6 KM
10 anos 07- Outro 04- Mais de 6 KM
04- 7º ano do ensino fundamental
11 anos 7. Naturalidade 05- 8º ano do ensino fundamental 99- NSA
12 anos 01- Ipatinga 06- 9º ano do ensino fundamental 12. Meio de transporte para escola?
13 anos 02- Cidades da RMVA 07- 1º ano do ensino médio 01- A pé
14 anos 03- Outros municípios MG 08- 2º ano do ensino médio 02- Bicicleta
15 anos 04- Outros municípios brasileiros 09- 3º ano do ensino médio 03- Carro/Moto
16 anos 05- Outros 99- NSA 04- Táxi
17 anos (18 incompleto) Educação 05- Van Escolar

139
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
06- Ônibus público 19. Onde trabalha? 99- NSA 99- NSA
07- Transporte gratuito 01- Serviço doméstico em casa e/ou cuida dos Saúde e bem-estar 32. Vacinação em dia
08- Outros irmãos (mais de 4 horas/dia) 24. Houve alguma mudança drástica de 01- Sim
99- NSA 02- Serviço doméstico fora de casa comportamento recentemente? 02- Não, Por que? questão aberta
Cultura, esporte e lazer 03- Serviço na rua (vender picolé, bala,..) 01- Sim
13. Principal atividade de lazer? 04- Trabalho profissionalizante (aprendiz) 02- Não 33. Possui alguma das doenças a seguir?
01- Brincar 05- Trabalho na indústria ou comércio 25. A que você atribui a mudança? 01- Alergias
02- Ouvir música 06- Outro 01- Mudança de escola/ domicílio 02- Bronquite
03- Video game 99- NSA 02- Morte de pessoa próxima 03- Asma
04- Celular / Tablet Convivência 03- Separação dos pais 04- Diabetes
05- Acessar internet 20. Com quem fica quando está fora da 04- Problemas financeiros da família 05- Transtornos Mentais
06- Assistir TV escola ou de atividades culturais e 05- Envolvimento com gangues/drogas 06- Câncer
07- Shopping esporte? 06- Gravidez precoce 07- DST/AIDS
08- Sair com amigos 01- Com o pai/ padrasto 07- Bulling e ciberbulling 08- Doenças cardíacas
09- Leitura
02- Com a mãe/madrasta 08- Doença 09- Hepatite
10- Outra questão aberta
03- Com o(s) irmão(s) 09- Outro questão aberta 10- Doenças Respiratórias
14. Pratica Esporte? 04- Com os pais ou Responsáveis Legais 99- NSA 11- Leshimaniose
01- Futebol 05- Com os avós 26. Possui Plano de Saúde? 12- Leptospirose
02- Natação 06- Empregados domésticos 01- Não 13- Meningite
03- Ginástica 07- Vizinhos 02- Usisaúde 14- Paralisia Infantil
04- Vôlei 08- Amigos 15- Toxoplasmose
03- Unimed
05- Basquete 09- Ninguém 16- Outra questão aberta
04- Outro questão aberta
06- Capoeira 10- Outros 17- Não
27. Na gestação deste filho/a, foi feito pré-
07- Artes marciais 21. Onde fica quando não está na escola 34. Contraiu, no último ano, algum dos
natal?
08- Outro questão aberta ou realizando atividades culturais e de vírus a seguir?
09- Não 01- Sim
esporte? 02- Não 01- Dengue
15. Pratica Atividade Cultural? 01- Casa dos pais ou responsáveis legais 02- Zica vírus
01- Música 28. Consulta regularmente o médico?
02- Fica sozinho na rua / casa 03- Chikungunya
02- Teatro 03- Casa de amigos/as 01- Sim
04- Não
03- Dança 04- Creche/hotel 02- Não
35. Faz uso contínuo de algum tipo de
04- Artesanato 05- Caso dos avós e/ou outros parentes 29. Com que frequência? medicação?
05- Outra questão aberta 06- Casa dos vizinhos 01- Mensalmente 01- Sim
06- Não 07- Outro 02- Semestralmente 02- Não
16. Participa de algum grupo ou Comportamento 03- Anualmente 36. Como você consegue adquirir o
comunidade religiosa? 04- A cada dois anos
22. Cumpre medida socioeducativa medicamento?
01- Sim decorrente de ato infracional? 05- Três anos ou mais 01- Através da rede pública
02- Não 99- NSA
01- Sim 02- Comprando
03- Não sabe
02- Não 30. Consulta regularmente o dentista? 03- Doação
Trabalho 23. Qual medida socioeducativa decorrente 04- Não consegue adquirir
01- Sim
17. Trabalha? 05- Outro questão aberta
de ato infracional recebe? 02- Não
01- Sim 99- NSA
01- Advertência 31. Com que frequência?
02- Não
02- Obrigação de reparar o dano 01- Anualmente 37. Possui algum tipo de necessidade
18. Se sim, trabalha com carteira 03- Prestação de serviço à comunidade especial listada a seguir?
02- Semestralmente
assinada? 04- Liberdade assistida 01- Cegueira
03- Mais de duas vezes por ano
01- Sim 05- Semiliberdade 02- Mudez
04- A cada três anos
02- Não 06- Internação 03- Surdez
05- Mais de três anos
99- NSA 07- Outra: questão aberta
140
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
04- Mental 42. Que tipo? 45.1 Se sim, onde ou a quem? questão 50. A criança/adolescente (mãe) recebeu
05- Física 01- Bullying físico aberta acompanhamento médico e pré-natal?
06- Outro questão aberta 02- Bullying verbal 46. Com que idade se deu, a iniciação 01- Sim
07- Não 03- Bullying indireta sexual da criança/adolescente? 02- Não
38. Já sofreu algum acidente dos listados a 04- Alienação social 01- Antes de 8 anos 99- NSA
seguir? 05- Intimidação 02- de 8 a 10 anos 51. Em média, quantas consultas foram
01- Acidente de trânsito 06- Cyberbullying 03- de 11 a 12 anos realizadas no acompanhamento médico
02- Acidente doméstico com fogo 99- NSA 04- de 13 a 14 anos e pré-natal?
03- Acidente doméstico substâncias químicas 43. A criança/adolescente sofre com 05- de 15 a 16 anos 01- Nenhuma
04- Acidente doméstico com eletricidade alguma das situações de abuso a 06- de 17 a 18 anos incompletos 02- de 1 a 3
05- Acidente com animais seguir? 99- NSA
03- de 4 a 6
06- Afogamento 47. A criança/adolescente tem filho(os)?
01- Exibicionismo sexual 04- de 7 a 9
07- Queda / Tombo 02- Abuso verbal 01- Sim 05- acima de 9
08- Outro questão aberta 03- Observação sem consentimento 02- Não 99- NSA
09- Não (voyeurismo) 99- NSA
39. Houve alguma sequela? 04- Registro da imagem (é fotografado ou
01- Sim 48. Com que idade a criança/adolescente 52. A criança/adolescente recebeu apoio
filmado sem roupa) teve filho(os)? familiar?
02- Não 05- Abuso virtual (conversas online de foro
99- NSA 01- Antes dos 10 anos 01- Sim
íntimo e/ou conteúdo sexual - 02- Não
texto/imagem) 02- 10 anos
40. A criança/adolescente sofre/sofreu 99- NSA
bullying em algum dos locais a seguir? 06- Não 03- 11 anos
01- Escola 44. Quem é o autor desse assédio? 04- 12 anos
02- Grupo de amigos 01- Pai / Mãe 05- 13 anos 53. O criança/adolescente (pai) assumiu a
03- Família 02- Avô / Avó 06- 14 anos paternidade do filho?
04- Internet 03- Primos / Tios 01- Sim, participa da rotina do filho.
07- 15 anos
05- Espaços públicos 04- Irmão (ã) 02- Sim, assumiu responsabilidade
08- 16 anos judicialmente, participa da rotina do filho.
06- Outro 05- Colegas de sala
09- 17 anos 03- Sim, assumiu responsabilidade
07- Não 06- Professores
07- Amigos e colegas próximos 99- NSA judicialmente, não participa da rotina do filho.
41. Quem é/foi o autor do bullying contra a
criança/adolescente? 08- Desconhecido 04- Não
01- Professores 09- Outro questão aberta 49. Em que circunstancias se deu esta 99- NSA
02- Colegas de sala 99- NSA gravidez?
03- Amigos e colegas próximos 45. Foi feita alguma denúncia a respeito 01- Casamento 54. Se tiver a oportunidade, optaria por ser
04- Algum familiar desse assédio? 02- Falta de prevenção aprendiz?
05- Anônimos através da internet 01- Sim 03- Violência Sexual / Estupro 01- Sim
06- Outro questão aberta 02- Não 04- Outra questão aberta 02- Sim, já sou/fui aprendiz
99- NSA 99- NSA 99- NSA 03- Não

141
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Questionário Individual por adolescente aplicado nas escolas/instituições
1. Nome da instituição (QuestãoAberta) 05- Van Escolar 01- Sim, em qualquer função com carteira 06- Gravidez precoce
2. Tipo de instituição 06- Ônibus público assinada 07- Outro
01- Municipal 07- Transporte gratuito 02- Sim, como aprendiz 08- Não
02- Particular 08- Outros 03- Não 22. Essa situação/acontecimento está te
03- Filantrópica 99- NSA 16. O que você considera mais importante prejudicando de alguma maneira?
3. Sexo 10. Principal atividade de lazer? no trabalho do aprendiz? 01- Sim
01- Feminino 01- Brincar 01- Não conheço este tipo de trabalho. 02- Não
02- Masculino 02- Ouvir música 02- Ajuda financeira à família 03- NSA
4. Idade 03- Video game 03- Independência financeira do jovem 23. Se sim, por qual dificuldade você está
01- 12 anos 04- Celular / Tablet 04- Experiência profissional passando?
02- 13 anos 05- Acessar internet 05- Maior facilidade de ingresso no mercado 01- Falta de motivação para estudar
03- 14 anos 06- Assistir TV de trabalho Com o pai/ padrasto 02- Falta de motivação para qualquer
04- 15 anos 07- Shopping 17. Conhece o serviço prestado por atividade
05- 16 anos 08- Sair com amigos alguma das empresas a seguir? 03- Dificuldade em fazer novas amizades
06- 17 anos 09- Outra 01- EPTOM 04- Tristeza ou angústia profunda
5. Cor declarada 11. Pratica Esporte? 02- SENAI 05- Dificuldade de adaptação
01- Branca 01- Futebol 03- SENAC 06- Perda ou aumento de sono ou apetite
02- Negra/Preta 02- Natação 04- SEST/SENAT 07- Outros
03- Parda 03- Ginástica 05- ESPRO 08- NSA
04- Amarela 04- Vôlei 06- SERTEP Comportamento
05- Indígena 05- Basquete 07- Rede Cidadã 24. Cumpre medida socioeducativa
Educação 06- Capoeira 08- Não decorrente de ato infracional?
07- Outro 18. Trabalha atualmente? 01- Não
6. Frequenta qual Nível de Ensino?
08- Não 01- Sim 02- Sim
01- Fundamental
12. Pratica Atividade Cultural? 02- Não 25. Qual medida socioeducativa decorrente
02- Médio
03- Superior 01- Música 19. Está com carteira assinada? de ato infracional recebe?
04- Não frequenta 02- Teatro 01- Sim 01- Advertência
03- Dança 02- Não 02- Obrigação de reparar o dano
7. Em qual nível de ensino parou?
04- Artesanato 03- NSA 03- Prestação de serviço à comunidade
01- NSA
05- Outra 20. Onde trabalha? 04- Liberdade assistida
02- 9º ano do ensino fundamental
06- Não 01- Serviço doméstico em casa e/ou cuida dos 05- Semiliberdade
03- 2º ano do ensino médio
04- Concluiu 3º ano do ensino médio 13. Frequenta alguma igreja ou irmãos (mais de 4 horas/dia) 53 06- Internação
comunidade religiosa? 02- Serviço doméstico fora de casa 07- Outra
8. Qual é o motivo de não frequentar a
(a) Sim 03- Serviço na rua (vender picolé, bala,..) 08- NSA
escola?
(b) Não 04- Trabalho profissionalizante (aprendiz) Saúde e bem estar
01- NSA Trabalho 05- Trabalho na indústria ou comércio 26. Possui Plano de Saúde?
02- Concluiu ensino médio
14. Se tiver oportunidade, gostaria de 06- Outro 01- Não
03- Por problemas de saúde / Necessidade
trabalhar como aprendiz? 07- NSA 02- Usisaúde
especial
04- Por estar trabalhando 01- Sim, em qualquer função com carteira Convivência 03- Unimed
05- Por causa de gravidez/filho assinada 21. Você passou por alguma das opções a 04- Outro
06- Não gosta ou não quer estudar 02- Sim, já sou seguir no último ano? 27. Com que frequência você costuma ir ao
03- Sim, já fui aprendiz 01- Mudança de escola/ domicílio médico?
9. Meio de transporte para escola?
04- Não 02- Morte de pessoa próxima 01- Somente quando passa mal
01- A pé
15. Tem conhecimento de que o jovem 03- Separação dos pais 02- Todo mês
02- Bicicleta
03- Carro/Moto pode trabalhar legalmente? 04- Problemas financeiros da família 03- Duas vezes por ano
04- Táxi 05- Envolvimento com gangues/drogas 04- Uma vez por ano

142
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
05- A cada dois anos 03- Surdez 03- Observação sem consentimento 45. Se sim, quantos? Questão aberta
06- Três anos ou mais 04- Mental (voyeurismo) 46. Em que circunstancias se deu esta
28. Com que frequência você costuma ir ao 05- Física 04- Registro de imagem (é fotografado ou gravidez?
dentista? 06- Outra filmado sem roupa) a) NÃO SE APLICA
01- Somente quando sente dor de dente 07- Não 05- Abuso virtual (conversas online de foro b) Casamento
02- Quando a escola encaminha 34. Já sofreu algum acidente grave dos íntimo e/ou conteúdo sexual c) Falta de prevenção
03- Uma vez por ano listados a sequir? texto/imagem) d) Violência Sexual / Estupro
04- Duas vezes por ano 01- Trânsito 06- Não 47. Já sofreu ou provocou algum aborto?
05- Mais de duas vezes por ano 02- Acidente doméstico com fogo 40. 40.Quem é o autor desse assédio? a) NSA
06- A cada três anos 03- Acidente doméstico com eletricidade a) NÃO SE APLICA b) Sim
07- Mais de três anos 04- Acidente com animais b) Pai c) Não
29. Sua vacinação está em dia? 05- Afogamento c) Mãe 48. Com que idade teve filho(os)?"
01- Sim 06- Queda / Tombo d) Avô (a) NSA
02- Não 07- Outro e) Avó (b) Antes dos 10 anos
03- Não sei 08- Não f) Primos (as) (c) 10 anos
30. Você possui alguma das doenças 35. Houve alguma sequela? g) Tios (as) (d) 11 anos
abaixo? 01- Sim h) Irmão (ã) (e) 12 anos
01- Alergia 02- Não i) Colegas de sala (f) 13 anos
02- Bronquite 03- NSA j) Professores (g) 14 anos
03- Asma 36. Você sofre bullying em algum dos k) Amigos e colegas próximos (h) 15 anos
04- Diabetes locais a seguir? l) Desconhecido (i) 16 anos
05- Transtornos Mentais a) Escola m) Outro (j) 17 anos
06- Câncer b) Grupo de amigos 41. Foi feita alguma denúncia a respeito 49. Somente para as MENINAS: Você
07- DST/AIDS c) Família desse assédio? recebeu acompanhamento médico e
08- Doenças cardíacas d) Internet, a) Sim pré-natal?
09- Hepatite e) Espaços públicos b) Não (a) NSA
10- Doenças Respiratórias f) Outro c) NÃO SE APLICA (b) Sim
11- Leishimaniose g) Não Sexualidade (c) Não
12- Leptospirose 37. Quem é o autor do bullying? 42. Como você tira suas dúvidas sobre 50. Somente para as MENINAS: Em média,
13- Meningite a) NÃO SE APLICA sexualidade? quantas consultas foram realizadas no
14- Paralisia Infantil b) Professores a) Conversando com pessoas da família acompanhamento médico e pré-natal?
15- Toxoplasmose c) Colegas de sala b) Conversando com amigos (a) NSA
16- Não sabe d) Amigos e colegas próximos c) Na escola (b) Nenhuma
17- Não e) Algum familiar d) Pesquisando na internet (c) de 1 a 3
31. Faz uso de algum tipo de medicação de f) Anônimos através da internet e) Assistindo programas relacionados ao (d) de 4 a 6
uso contínuo? g) Outro assunto (e) de 7 a 9
01- Sim 38. 38.Que tipo de bullying? f) Outro (f) acima de 9
02- Não 01- Alienação social 43. Com que idade se deu, sua primeira
51. Somente para os MENINOS: Assumiu a
02- Bullying físico relação sexual?
32. Como consegue adquirir essa paternidade do filho?
03- Bullying indireto (a) Não iniciou ainda
medicação? (a) NSA
04- Bullying verbal (b) Antes dos 8 anos
01- NSA (b) Sim, participa da rotina do filho.
05- Cyberbullying (c) De 8 a 10 anos
02- Através da rede pública (c) Sim, assumiu responsabilidade
06- Intimidação (d) De 11 a 12 anos
03- Comprando judicialmente, participa da rotina do filho.
07- NÃO SE APLICA (e) De 13 a 14 anos
04- Não consegue adquirir (d) Sim, assumiu responsabilidade
39. .Você sofre com alguma das situações (f) De 15 a 16 anos
33. Possui algum tipo de necessidade judicialmente, não participa da rotina do
de abuso sexual a seguir? (g) Aos 17 anos
especial listada a seguir? filho.
01- Exibicionismo sexual 44. Você tem filho(os)? (e) Não
01- Cegueira
02- Abuso verbal 01- Sim Drogas
02- Mudez
02- Não
143
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
52. Como você se informa sobre drogas? (a) NSA (b) Não g) Empregados domésticos
(a) Conversando em casa (b) Escola (c) Não sei h) Vizinhos
(b) Conversando com amigos (c) Festa 63. Com que frequência? i) Amigos
(c) Na escola (d) Na própria residência (a) Em todos os acessos 69. Como é realizada a sua disciplina na
(d) Pesquisando na internet (e) Casa de amigos (b) Diariamente sua casa?
(e) Assistindo programas relacionados (f) Bairro (c) Uma vez por semana a) Diálogo / Correção Verbal
(f) Outro: questão aberta (g) Outro (d) Uma vez por mês b) Castigo
53. Alguém em sua casa faz uso de alguma Quanto ao uso da internet (e) Aleatoriamente c) Castigo físico
das substâncias a seguir? Pode marcar 57. Você tem acesso à internet? (Celular, (f) Nunca d) Nenhuma das opções
mais de uma Tablet, Computador) (g) Não sei Só responda a próxima questão se os
(a) Álcool (a) Sim 64. Você tem o costume de frequentar pais são separados
(b) Cigarro (b) Não salas de bate papo ou conversar com 70. Com que frequência você se encontra
(c) Maconha 58. Que tipo de conteúdo normalmente pessoas desconhecidas pela internet? com o pai/mãe que está morando em
(d) Crack você acessa? (a) Sim outra casa?"
(e) Cocaína (a) Não tenho acesso (b) Não a) NÃO SE APLICA
(f) Êxtase (b) Sites de Entretenimento / Diversão 65. Já se encontrou com pessoas que b) Diariamente
(g) Cola de sapateiro/ Loló (c) Redes sociais (Facebook, Twitter, conheceu pela internet? c) Nos finais de semana
(h) Haxixe Instagram, SnapChat, WhatsApp, outros) (a) Sim d) Duas vezes por mês
(i) Santo Daime (ayahuasca) (d) Conteúdo adulto (Sexualidade) (b) Não e) Uma vez por mês.
(j) LSD (e) Conteúdo adulto (Violência) (c) Nunca conheci ninguém pela internet f) Guarda compartilhada
(k) Heroína (f) Jogos 66. Você conhece alguém que já se g) Nenhuma
(l) Outro (g) Pesquisa Escolar encontrou com pessoas que conheceu
(m) Não 59. Com que frequência você acessa a pela internet?
54. Quem? Marque todas que se aplicam internet? (a) Sim
(a) Pai (a) Nunca (b) Não
(b) Mãe (b) Uma vez por semana Quantas horas do dia você:
(c) Irmão (ã) (c) Até 3 vezes por semana 67. Onde fica quando não está na escola
(d) Responsável legal (d) De 4 a 6 vezes por semana ou realizando atividades culturais e de
(e) Outros Parentes (e) Todos os dias esporte?
(f) Amigo(a) 60. Quantas horas por dia você navega na (a) Casa dos pais
(g) NSA internet? (b) Casa dos responsáveis legais
55. E você, faz uso de alguma das (a) Nenhuma (c) Sozinho em casa
substâncias a seguir? (b) Até 1 hora (d) Na rua
(a) Álcool (c) De 1 a 3 horas (e) Casa de amigos (as)
(b) Cigarro (d) De 3 a 5 horas (f) Escola
(c) Maconha (e) De 5 a 8 horas (g) Caso dos avós
(d) Crack (f) Mais de 8 horas (h) Casa de parentes
(e) Cocaína 61. Quantas horas por dia você utiliza (i) Casa dos vizinhos
(f) Êxtase eletrônicos (Celular, Tablet, outros)? (j) Nesta Instituição
(g) Cola de sapateiro/ Loló (a) Nenhuma 68. Com quem fica quando está fora da
(h) Haxixe (b) Até 1 hora escola ou de atividades culturais e
(i) Santo Daime (ayahuasca) (c) De 1 a 3 horas esportivas?
(j) LSD (d) De 3 a 5 horas a) Sozinho
(k) Heroína (e) De 5 a 8 horas b) Com o pai/padrasto
(l) Outro (f) Mais de 8 horas c) Com a mãe/madrasta
(m) Não 62. Algum responsável verifica sua d) Com o(s) irmão(s)
56. Onde você iniciou o uso desta(s) navegação na internet? e) Com os pais ou Responsável Legal
substância(s)? (a) Sim f) Com os avós

144
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

Questionário para entrevista com Conselheiros Tutelares


Questionário Individual - CT

1. Há quanto tempo trabalha no 05- Nada 28. Impacto / Queda adolescentes não podem frequentar,
Conselho Tutelar? 06- Outros ___________________ 29. Entorpecentes existe fiscalização permanente do CT?
01- Há menos de um ano 7. Quando uma criança, adolescente 30. Acidente de trânsito 41. Hospedarias (motel, drive-in, casa de
02- De 1 a 3 anos comete uma infração, o CT comunica 31. Acidente doméstico (fogo, prostituição).
03- Mais de 3 anos primeiramente a quem? eletricidade, produtos químicos, 01- Sim
2. Você foi capacitado para trabalhar 01- Aos pais e responsáveis remédios) 02- Não
de acordo com o ECA? 02- À Polícia Militar 32. Afogamento
01- Sim 03- Ao Judiciário Sobre os produtos que não podem ser
33. Violência doméstica (maus
02- Não 04- Ao Ministério Público vendidos a Crianças e Adolescentes,
tratos, negligência, abuso físico e/ou
3. Como se deu a capacitação? 05- Outro existe permanente fiscalização do CT aos
sexual)
01- Treinamento presencial Quantas das ocorrências atendidas estão estabelecimentos que os comercializam?
02- Treinamento on-line relacionadas a: 42. Armas, munições e explosivos.
03- Material impresso para estudo autônomo Dos locais a seguir, onde as crianças e
8. Quantas ocorrências são atendidas 01- Sim
04- Outro em média por mês? adolescentes não podem frequentar
desacompanhados dos pais ou 02- Não
99- NSA 9. Evasão escolar 43. Bebidas Alcoólicas.
4. Com que frequência se dá essa 10. Uso de drogas responsáveis, existe fiscalização
01- Sim
capacitação/formação? 11. Tráfico de drogas permanente do CT?
02- Não
01- Não há 12. Brigas entre gangues 34. Estádio, ginásio ou campo desportivo.
44. Cigarro.
02- Anualmente 01- Sim
13. Violência doméstica 01- Sim
03- Semestralmente 02- Não
14. Homicídio 02- Não
04- Trimestralmente 35. Bailes, boates e promoções dançantes.
15. Suicídio 45. Produtos que podem causar
05- Outro 01- Sim
16. Atentado violento ao pudor dependência química.
99- NSA 02- Não
17. Badernas 01- Sim
5. Existe um projeto específico do CT 36. Shows.
18. Maus Tratos 02- Não
para garantir a segurança da Criança e 01- Sim
19. Abuso Sexual 46. Fogos de estampido ou artifício.
Adolescente? 02- Não
20. Exploração Sexual 01- Sim
01- Sim. 37. Casas de diversões eletrônicas.
21. Estupro 02- Não
02- Não 01- Sim
47. Revistas, Vídeos pornográficos.
Se sim, detalhe o projeto: 22. Trabalho infanto-juvenil 02- Não
01- Sim
23. Furtos e roubos 38. Estúdio cinematográfico.
02- Não
24. Sequestro 01- Sim
48. Bilhete lotérico.
25. Abandono 02- Não
01- Sim
Quantidade de ocorrências em que 39. Autorização para viajar
02- Não
Crianças e Adolescentes morreram nos desacompanhado.
6. O que deveria melhorar no CT para
Dos órgãos que atuam diretamente com
últimos 12 meses:Quantas das 01- Sim
que se cumpra o ECA? 02- Não Crianças e Adolescentes a seguir, o CT faz
ocorrências em que Crianças e interface?
01- Infraestrutura Adolescentes morreram nos últimos 12 40. Hospedarias (hotel, pousada).
02- Recursos Humanos 01- Sim 49. Judiciário
meses estão relacionadas: 01- Sim
03- Campanhas de conscientização e 02- Não
26. Armas de fogo 02- Não
divulgação das ações do CT
04- Capacitação
27. Material cortante 50. CMDCA
Dos locais a seguir, onde as crianças e
145
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
01- Sim 01- Sim 02- Não 59. Ampliar campanhas de informação e
02- Não 02- Não 57. Intensificar campanhas de informação orientação aos pais ou responsáveis
51. Ministério Público 55. Outro? Qual? e sensibilização sobre Drogas e sobre o ECA com o objetivo de
01- Sim Sexualidade focando Crianças e direcioná-los nos cuidados com as
02- Não Adolescentes? crianças e adolescentes?
52. CRAS Há a necessidade de: 01- Sim 01- Sim
01- Sim 56. Ampliar os investimentos em 02- Não 02- Não
02- Não Programas de prevenção e tratamento 58. Ampliar oportunidades de Esporte,
53. CREAS contra violência doméstica, maus Lazer e Cultura para Crianças e
01- Sim tratos, abuso sexual e exploração Adolescentes?
02- Não sexual de Crianças e Adolescentes? 01- Sim
54. Órgãos de segurança pública. 01- Sim 02- Não

Questionário Autoavaliação com Conselheiros Tutelares


Questionário Individual / Coletivo
De início, cada conselheiro deve fazer sua avaliação pessoal e atribuir um valor para cada indicador, conforme a escala abaixo:
0 Inexistente / Totalmente desestruturado
1 Insatisfatório / Pouco estruturado
2 Relativamente satisfatório / Razoavelmente estruturado
3 Bastante satisfatório / Plenamente estruturado
Posteriormente repetir a mesma avaliação em caráter coletivo.
AVALIAÇÃO (0/1/2/3)
DIMENSÃO INDICADORES
Pessoal Coletiva
1.1. Adequação e atualização da lei municipal que criou o CT
1.2. Existência e adequação do Regimento Interno do CT
1. LEGISLAÇÃO E NORMAS LOCAIS
1.3. Adequação do processo vigente no município para escolha dos membros do Conselho
Tutelar
2.1. Disponibilidade de espaço físico e adequação em termos de localização, tamanho,
conservação e privacidade
2.2. Disponibilidade e adequação de equipamentos e materiais necessários ao trabalho do
CT (transporte, telefonia, computador, internet, etc.)
2. INFRAESTRUTURA
2.3. Disponibilidade de (ou possibilidade de requisitar, quando necessário) assessoria
técnica (jurídica, psicológica, social, etc.)
2.4. Disponibilidade de (ou possibilidade de requisitar, quando necessário) pessoal de
apoio ao seu trabalho (auxiliar administrativo, secretária, motorista, etc.)
3.1. Conhecimento do ECA e das leis, normas e principais resoluções (nos níveis federal,
estadual e municipal) que regulam o exercício das atribuições dos conselheiros e o
3. CAPACITAÇÃO DOS CONSELHEIROS funcionamento do CT
3.2. Capacitação para reconhecer e registrar as violações de direitos que atingem as
crianças e adolescentes
4. ORGANIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DO TRABALHO ENTRE OS 4.1. Existência de normas de organização do trabalho do CT que permitam o atendimento
CONSELHEIROS da população durante as 24 horas de todos os dias da semana

146
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
4.2. Distribuição equitativa e coerente das tarefas e responsabilidades inerentes ao
funcionamento do CT entre o conjunto de conselheiros
4.3. Existência de mecanismo de compartilhamento de experiências entre os conselheiros
e deliberação colegiada sobre os casos atendidos
5.1. Eficiência dos procedimentos empregados pelo CT para fiscalização das entidades
governamentais e não governamentais de atendimento
5. EFICIÊNCIA DE PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS 5.2. Eficiência dos procedimentos de encaminhamento e representação ao Ministério
Público e à autoridade judiciária, em face de ocorrências de violações dos direitos das
crianças e adolescentes
5.3. Existência, no CT, de um cadastro atualizado dos programas mantidos por órgãos
governamentais e entidades não governamentais de atendimento, que possibilite o
encaminhamento das medidas protetivas aplicadas pelo Conselho
6.1. Existência de relações colaborativas entre o CT e o CMDCA
6. RELACIONAMENTO
6.2. Existência de relações colaborativas entre o CT e os órgãos de segurança instalados no
COM O SISTEMA DE
município
PROMOÇÃO E DEFESA
6.3. Existência de relações colaborativas entre o CT e o Ministério Público
DE DIREITOS
6.4. Existência de relações colaborativas entre o CT e o Poder Judiciário
7.1. Existência de registros circunstanciados dos casos de ameaças ou violações de
direitos atendidos nos últimos 12 meses
7.2. Existência de registros circunstanciados dos casos atendidos em sistema
7. CONDIÇÕES QUE FAVORECEM O DIAGNÓSTICO E A informatizado (SIPIA ou similar) nos últimos 12 meses
ELABORAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO MUNICIPAL 7.3. Existência de registros e de controle da execução das medidas protetivas aplicadas
pelo CT a crianças, adolescentes, pais ou responsáveis, nos últimos 12 meses
7.4. Existência de registros de encaminhamentos e representações ao Ministério
Público e à autoridade judiciária

Questionário para as entrevistas com Creches/Educação Infantil


Participação no Diagnóstico Municipal da Criança e Adolescente Ipatinga/2016
1) Nome da Creche: Questão aberta e) Outro a) Sim, valor é até meio Salário Mínimo h) Material de limpeza
2) Bairro onde se encontra: Questão 5) A creche recebe verba do/de: (SM) 9) A creche recebe alguma outra doação?
aberta a) Governo Federal b) Sim, valor é entre meio SM e 1 SM Questão aberta
3) Qual função desenvolve na creche? b) Governo Estadual c) Sim, acima de 1 SM 10) Há quanto tempo funciona a creche?
a) Representante Legal c) Governo Municipal d) Não a) Menos de 1 ano
b) Coordenador (a) Pedagógico (a) d) Empresas 8) A creche recebe algum tipo de doação? b) De 1 a 5 anos
c) Coordenador (a) Administrativo (a) e) Outros a) Alimentos c) De 5 a 10 anos
d) Outra 6) Esta verba é suficiente para manter o b) Roupa, Agasalhos d) Acima de 10 anos
4) Mantenedor (a) da Creche funcionamento regular? c) Roupa (cama mesa, banho) 11) Número de crianças atendidas pela
a) ONG a) Sim d) Calçados creche:
b) Particular b) Não e) Brinquedos a) Até 10
c) Comunitária 7) Há pagamento de mensalidade ou f) Dinheiro b) De 11 a 50
d) Municipal contribuição destinada à creche? g) Material Escolar c) De 51 a 100
147
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
d) De 101 a 150 b) 1 c) 2 a) Sim
e) De 151 a 200 c) 2 d) Mais de 2 b) Não
f) Acima de 200 d) Mais de 2 29) Possui acessibilidade para deficientes? i) Se há dependência do
12) A creche é cadastrada no Conselho 21) Brinquedoteca a) Sim voluntariado, qual tipo de
Municipal de Educação – CME? a) 0 – não possui b) Não trabalho voluntário é
a) Sim b) 1 30) Possui laudo do corpo de bombeiros? desenvolvido? Questão aberta
b) Não c) 2 a) Sim 39) Qual a atual situação do
Qual a quantidade de: d) Mais de 2 b) Não estabelecimento:
13) Salas de Aula 22) Fraldário 31) Possui alvará da vigilância sanitária? a) Próprio
a) 0 – não possui a) 0 – não possui a) Sim b) Alugado
b) De 1 a 3 b) 1 b) Não c) Público
c) De 4 a 6 c) 2 32) Possui quais dos equipamentos a d) Cedido
d) Mais de 6 d) Mais de 2 seguir: Há crianças na creche que:
14) Sala da Secretaria 23) Parque Infantil a) Data Show 40) Têm algum tipo de deficiência física?
a) 0 – não possui a) 0 – não possui b) Computador para administrativo a) Sim
b) 1 b) 1 c) Computador para Educadores Sociais b) Não
c) Mais de uma c) 2 d) Computador para Alunos / Sala de 41) Têm algum tipo de deficiência
15) Sala de Educadores Sociais d) Mais de 2 informática intelectual?
a) 0 – não possui 24) Quadra Coberta e) Aparelho de Som a) Sim
b) 1 a) 0 – não possui f) Aparelho de DVD b) Não
c) De 2 a 5 b) 1 g) Jogos Lúdicos 42) Sofrem ou sofreram violência Sexual?
d) Mais de 5 c) 2 33) A creche possui em seu quadro de a) Sim
16) Sala da Diretoria d) Mais de 2 funcionários: b) Não
a) 0 – não possui 25) Cantina a) Diretor 43) Sofrem Violência doméstica?
b) 1 a) 0 – não possui b) Coordenador a) Sim
c) Mais de uma b) 1 c) Professor b) Não
17) Banheiros para Educadores Sociais c) 2 d) Secretária 44) Têm problemas de conflitos familiares?
a) 0 – não possui d) Mais de 2 e) Vigia a) Sim
b) 1 26) Refeitório f) Serviços Gerais b) Não
c) 2 a) 0 – não possui g) Pedagogo(a) 45) Têm problemas com maus tratos?
d) Mais de 2 b) 1 34) Há algum outro funcionário? Questão a) Sim
18) Banheiro para os alunos c) 2 aberta b) Não
a) 0 – não possui d) Mais de 2 Estrutura 46) Têm problemas com negligência?
b) 1 27) Lactário 35) As vagas da creche são suficientes? a) Sim
c) 2 a) 0 – não possui a) Sim b) Não
d) Mais de 2 b) 1 b) Não 47) Há caso de crianças desnutridas?
19) Área de Recreação c) 2 36) Qual é a demanda reprimida da creche? a) Sim
a) 0 – não possui d) Mais de 2 Questão aberta b) Não
b) 1 37) Existe algum trabalho voluntário? Capacitação dos Profissionais
c) 2 a) Sim 48) Há nesta creche profissionais
d) Mais de 2 28) Sala de Vídeo b) Não capacitados para trabalhar com
20) Despensa a) 0 – não possui 38) Para o funcionamento da creche, há portadores de algum tipo de
a) 0 – não possui b) 1 dependência do voluntariado? deficiência?

148
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
a) Sim 53) Esse assunto já foi discutido na creche a) Sim, sempre. 62) O que deveria melhorar na creche para
b) Não com o corpo docente? b) Sim, raramente que se cumpra efetivamente o Estatuto
49) Há nesta creche profissionais a) Sim c) Não da Criança e do Adolescente?
capacitados para trabalhar o tema b) Não No município de Ipatinga é preciso: a) Infraestrutura física
violência sexual? 54) Os educadores percebem indícios de 59) Ampliar os investimentos em b) Recursos Humanos
a) Sim violência quando a incidência do Programas de prevenção e proteção c) Capacitação profissional
b) Não fenômeno é mais acentuada? contra violência doméstica, maus tratos, d) Nada
50) O tema violência sexual é abordado com a) Sim violência sexual de Crianças e e) Outro
os alunos? b) Não Adolescentes? Qual é o total nessa creche de:
a) Sim Há crianças cujas famílias: a) Sim 63) Alunos: Questão aberta
b) Não 55) Têm problemas relacionados com b) Não 64) Alunos portadores de Deficiência Física:
51) Existem profissionais treinados para entorpecentes? 60) Intensificar campanhas de informação e Questão aberta
desenvolver a capacidade de a) Sim sensibilização sobre Drogas e 65) Alunos portadores de Déficit
reconhecer indícios de abusos e b) Não Sexualidade focando Crianças e Intelectual: Questão aberta
violências contra Crianças e 56) Têm Problemas relacionados com o Adolescentes? 66) Alunos vítimas de violência sexual:
Adolescentes? alcoolismo? a) Sim Questão aberta
a) Sim a) Sim b) Não 67) Alunos vítimas de maus tratos: Questão
b) Não b) Não 61) Ampliar oportunidades de Esporte, aberta
52) A creche já fez ou faz notificação de 57) Têm algum dos responsáveis preso? Lazer e Cultura para Crianças e 68) Alunos vítimas de negligência: Questão
ocorrências de violências às a) Sim Adolescentes? aberta
autoridades competentes? b) Não a) Sim
a) Sim 58) Há participação efetiva dos pais ou b) Não
b) Não responsáveis na rotina escolar das
crianças?

Questionário para as entrevistas com Professores no município


Participação no Diagnóstico Municipal da Criança e Adolescente Ipatinga/2016
Perfil
1. Rede de Ensino * 4. Na escola há alunos que têm algum 7. Há atendimento adequado para 10. O número de vagas da escola atende a
a. Pública Municipal tipo de deficiência física? * portadores de deficiência intelectual? demanda? *
b. Pública Estadual a. Sim * a. Sim
c. Particular b. Não a. Sim b. Não
2. Modalidade de Ensino * 5. Há acessibilidade para portadores de b. Não 11. Há participação/interesse dos pais no
a. Ensino Fundamental deficiência física? * 8. Existem na escola profissionais cotidiano da escola? *
b. Ensino Médio a. Sim capacitados para trabalhar com a. Sim, sempre.
c. Ensino Fundamental e Médio b. Não portadores de deficiência? * b. Sim, raramente.
3. Há quanto tempo trabalha na escola 6. Na escola há alunos que têm algum a. Sim c. Não.
onde leciona atualmente? * tipo de deficiência intelectual? * b. Não 12. Qual o PRINCIPAL perfil
a. Há menos de um ano a. Sim 9. Você foi capacitado(a) para trabalhar socioeconômico da família dos seus
b. De 1 a 5 anos b. Não com portadores de deficiência? * alunos? *
c. De 5 a 10 anos a. Sim a. Renda Zero
d. Mais de 10 anos b. Não
149
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

b. Classe E – até 2 Salários Mínimos 22. Existem alunos que sofrem exploração b. Não reconhecer indícios de abusos e
(SM) sexual? * 33. Atividades permanentes para violências contra Crianças e
c. Classe D – de 2 a 4 SM a. Sim discussão sobre sexualidade? * Adolescentes?
d. Classe C – de 4 a 10 SM b. Não a. Sim a. Sim
e. Classe B – de 10 a 20 SM 23. Existem alunos que sofrem abuso b. Não b. Não
f. Classe A – Acima de 20 SM sexual? * 34. Atividades permanentes para 43. As escolas já fizeram ou fazem
13. Qual a qualidade da merenda escolar? a. Sim discussão sobre drogas? * notificação de ocorrências de
* b. Não a. Sim violências às autoridades
a. Ótima 24. Existem alunos que sofrem assédio b. Não competentes?
b. Boa sexual? * 35. Acompanhamento efetivo dos alunos a. Sim
c. Regular a. Sim por parte do orientador escolar? * b. Não
d. Ruim b. Não a. Sim 44. Esse assunto já foi discutido na escola
Atividade de complementação escolar: 25. Existem alunos que Tiveram gravidez b. Não com o corpo docente?
14. Artesanato * precoce? * 36. Acompanhamento efetivo dos alunos a. Sim
a. Sim a. Sim por dentista? * b. Não
b. Não b. Não a. Sim 45. Os educadores percebem indícios de
15. Dança * 26. Existem alunos que Sofrem com b. Não violência quando a incidência do
a. Sim conflitos familiares? * 37. Acompanhamento efetivo dos alunos fenômeno é mais acentuada?
b. Não a. Sim por nutricionista? * a. Sim
16. Música * b. Não a. Sim b. Não
a. Sim 27. Existem alunos vítimas da exploração b. Não
b. Não do “trabalho infanto-juvenil”? * 38. Acompanhamento efetivo dos alunos Sobre ECA
17. Esporte * a. Sim por assistente social? * 46. Há a necessidade de ampliar os
a. Sim b. Não a. Sim investimentos em programas de
b. Não 28. Existem alunos que trabalham com b. Não prevenção e proteção contra violência
18. Aula de reforço * carteira assinada? * 39. Acompanhamento efetivo dos alunos doméstica, maus tratos, abuso sexual
a. Sim a. Sim por psicólogo? * e exploração sexual de Crianças e
b. Não b. Não a. Sim Adolescentes? *
19. Há outra(s) atividade(s) de Na sua escola ocorre: b. Não a. Sim
complementação escolar?. * Questão 29. Tráfico/uso de drogas? * 40. Existe na escola projeto específico b. Não
aberta a. Sim para a segurança da Criança e 47. Há a necessidade de intensificar
Sobre os seus atuais alunos responda: b. Não Adolescente? * campanhas de informação e
20. Existem alunos envolvidos com 30. Abuso sexual? * a. Sim sensibilização sobre Drogas e
criminalidade? * a. Sim b. Não Sexualidade focando Crianças e
a. Sim b. Não 41. Existe orientação aos alunos sobre Adolescentes? *
b. Não 31. Roubo ou venda de produtos riscos virtuais? * a. Sim
21. Existem alunos que sofrem violência roubados? * a. Sim b. Não
doméstica? * a. Sim b. Não 48. Há a necessidade de ampliar
a. Sim b. Não Capacitação oportunidades de Esporte, Lazer e
b. Não 32. Conflitos entre grupos/gangues? * 42. Existem profissionais treinados para Cultura para Crianças e Adolescentes?
a. Sim desenvolver a capacidade de *

150
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

a. Sim Estatuto da Criança e do Adolescente? d. Nada 51. Alunos portadores de deficiência


b. Não * e. Outro física: Questão aberta
49. O que deveria melhorar na instituição a. Infraestrutura física 52. Alunos portadores de déficit
para que se cumpra efetivamente o b. Recursos Humanos Total de: Intelectual: Questão aberta
c. Capacitação profissional 50. Alunos: Questão aberta
53.

Questionário para as entrevistas nas Unidades Básicas de Saúde – UBS / Aplicar um em cada UBS
1. Função que o/a Sr (a) desenvolve na 5.2 Conselho Municipal de Educação Quantidade 01- Sim
UBS? - CME 7. Câncer 02- Não
01- Médico 01- Sim 8. DST/Aids 24.1 A que se deve a
02- Enfermeira/o 02- Não 9. Doenças cardíacas insatisfação na demanda?
03- Assistente Social 03- NS/NR 10. Doenças respiratórias 01- NSA
04- Administrativo 5.3 Conselho Municipal de Saúde - 11. Transtornos mentais 02- Demora no atendimento
05- Psicólogo CMS 12. Hepatite 03- Falta de material
06- Outros 01- Sim 13. Leximaniose 04- Falta de medicamento
2. Há quanto tempo trabalha na UBS? 02- Não 14. Leptospirose 05- Poucas vagas de consultas e exames
01- Há menos de um ano 03- NS/NR 15. Meningite 06- Poucos profissionais disponíveis na UBS
02- De 1 a 5 anos 5.4 Conselho Municipal de 16. Paralisia Infantil 25. Existem Programas ou Projetos
03- De 5 a 10 anos Assistência Social - CMAS 17. Toxoplasmose específicos para atendimento de
04- Mais de 10 anos 01- Sim 18. Verminoses Crianças e Adolescentes?
3. Mantenedor da UBS 02- Não 19. Abuso Sexual 01- Sim
01- Poder Público Municipal 03- NS/NR 20. Violência doméstica 02- Não
02- Poder Público Estadual 5.5 Conselho Municipal de Vigilância 21. Problemas com drogas 26. Os Programas específicos para
03- Poder Público Federal Sanitária – CMVS 22. Problemas com Crianças e Adolescentes atendem a
04- Comunitária 01- Sim alcoolismo demanda?
05- Particular 02- Não Total de crianças 01- Sim
80- NS/NR 03- NS/NR 23. Principal problema crônico de saúde 02- Não
4. Tempo de funcionamento da UBS? 6. Média de crianças/adolescentes das crianças e adolescentes 27. Existe transporte gratuito para
01- Há menos de um ano atendidas/dia: diagnosticado pela UBS: encaminhamento de Crianças e
02- De 1 a 5 anos 01- Menos de 10 01- Alergias Adolescentes com necessidade em
03- Mais de 5 a 10 anos 02- 11 a 50 02- Bronquites atendimento de alta complexidade
04- Mais de 10 anos 03- 51 a 100 03- Asma para outras cidades?
80- NS/NR 04- 101 a 150 04- Diabetes 01- Sim
5. A UBS é cadastrada: 05- 151 a 200 09- Outro. Qual? __________ 02- Não
5.1 Conselho Municipal do Direito da 06- 201 a 250 80- NS/NR 28. Há permanente capacitação
Criança/Adolescente – CMDCA 07- Mais de 250 99- NSA profissional para preparar o corpo
01- Sim 80- NS/ NR técnico e administrativo para
02- Não Quantas das crianças atendidas 24. A UBS atende satisfatoriamente a trabalhar com Crianças e
03- NS/NR apresentam as doenças a seguir: demanda? Adolescentes?

151
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

01- Sim 03- Recursos Humanos abuso sexual e exploração sexual de Crianças e 08- Ampliar oportunidades de Esporte, Lazer
02- Não 04- Administração Adolescentes e Cultura para Crianças e Adolescentes
29. O que deveria melhorar na UBS? 05- Capacitação para quadro de profissionais 07- Intensificar campanhas de informação 09- Outro: Qual
01- Infraestrutura física 06- Ampliar os investimentos em Programas sobre Drogas e Sexualidade focando Crianças e
02- Material de trabalho de prevenção contra violência doméstica, adolescentes

152
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA PARTICIPAÇÃO DE DIAGNÓSTICO MUNICIPAL

(Nome do Adolescente) _______________________________________________________, representada/o por (Nome do


responsável) _______________________________________, portador (a) da Cédula de Identidade RG nº _____________________,
inscrito (a) no CPF/MF sob nº _____________ ___________ , residente e domiciliado (a) no Endereço ________________________
____________________________________________________________________________________.

AUTORIZO ao NÚCLEO DE ATENDIMENTO E APRENDIZAGEM DE ADOLESCENTES E JOVENS - EPTOM,


entidade civil de direito privado, sem fins lucrativos, com sede na Rua Edgard Boy Rossi, 170, Centro, Ipatinga, MG,
inscrita no CNPJ/MF sob o no 21.221.296/0001-40, de forma irrevogável e irretratável, realizar pesquisa para
diagnóstico sobre a situação da criança e do adolescente no município neste ano de 2016. As informações
prestadas são sigilosas e de uso confidencial da instituição, não sendo citado o nome do responsável pelas
respostas.

Ipatinga,_____/_______/2017.

_______________________________________
ASSINATURA DO REPRESENTANTE LEGAL

153
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente

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