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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
JUNHO – 2017
PREFEITO MUNICIPAL
Sebastião de Barros Quintão
• Vasconcelos Lagares
Conselho Tutelar
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Estagiários
Realização:
EPTOM – Núcleo de Atendimento e Aprendizagem de Adolescentes e Jovens
www.eptom.webnode.com.br/ eptom.adm@hotmail.com
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Sumário
AGRADECIMENTOS INSTITUCIONAIS 8
Prefácio 9
Apresentação 10
1- Introdução 13
2- Objetivo 13
3- Metodologia 13
4- Desenvolvimento 14
4.1 O município de Ipatinga 14
4.2- Desemprego 17
4.3- Renda 17
4.4- Qualidade de Vida 20
4.5- População 21
4.6- Estrutura Etária 21
4.7- Vulnerabilidade social 22
5- A Família e suas diversas configurações na atualidade 23
5.1- Secretaria de Estado de Segurança Pública divulga dados sobre a violência contra a mulher 26
6- Pesquisa de campo 30
6.1- Pesquisas de campo realizada com os pais e responsáveis pelas crianças e adolescentes do município 30
6.2- Pesquisa de campo realizada com crianças, adolescentes e suas famílias 38
6.3- Pesquisa de campo realizada junto aos adolescentes nas escolas 41
6.4- Pesquisa online realizada com os Professores do município 46
6.5- Pesquisa online realizada com as Creches do município 50
6.6- Pesquisa online realizada com as Unidades Básicas de Saúde do município 53
6.7- Pesquisa on-line realizada com as Entidades do município 55
6.8- Pesquisa on-line realizada com Abrigos 59
6.9- Autoavaliação e Avaliação Coletiva do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e do
Conselho Tutelar de Ipatinga – MG 61
7- Violência Sexual 65
7.1- Dados de Violência sexual em Ipatinga 68
8- Saúde - Estratégia de Promoção da Saúde 70
9- Educação Básica 87
10- Segurança Pública 98
11- Principais violações de direitos e situações preocupantes envolvendo crianças e adolescentes encontradas no
município de Ipatinga 108
11.1 Envolvimento de crianças e adolescentes com Drogas 108
11.2 Cultura da paz 111
11.3 Evasão escolar e falta de acesso à educação 112
11.4- Suicídio e atividades perigosas entre crianças e adolescentes 114
11.5 Trabalho infantil 117
11.6 Maus-tratos 118
11.7 Sexualidade, Gravidez e Aborto 120
11.8 Violência Sexual 123
11.9 Envolvimento de adolescentes em atos infracionais 125
11.10 Uso excessivo de celular, internet e outras tecnologias e seus efeitos. 126
11.11 Políticas Públicas 127
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
AGRADECIMENTOS INSTITUCIONAIS
A vida é feita de desafios e obstáculos que precisamos superar! Muitos deles são necessários
parceiros que acreditem no desafio e na capacidade de sairmos vitoriosos. As contribuições e
aprendizados adquiridos nesta parceria foram de grande importância para conseguir alcançar os
objetivos deste projeto.
A EPTOM está imensamente agradecida pelo apoio recebido dos parceiros, que acreditaram
no sucesso deste importante Diagnóstico, e que não poderia ter sido realizado sem a colaboração
dos diversos atores abaixo:
Conselho Tutelar
Segurança Pública
o Polícia Militar de Ipatinga – 14º Batalhão (Núcleo de Prevenção Ativa – NPA)
o Secretaria Estadual de Segurança Pública – SESP
o Centro de Informações de Defesa Social – CINDS
o Subsecretaria de Política de Prevenção Social à Criminalidade - SUPEC
Universidades
o Faculdade Única de Ipatinga
o Faculdade Pitágoras
o Centro Universitário do Leste de Minas (Unileste)
o Universidade Norte do Paraná (UNOPAR - Ipatinga)
Ressaltamos que sem a participação desses atores não poderíamos realizar a grande tarefa
de CONHECER PARA TRANSFORMAR – DIAGNÓSTICO MUNICIPAL DA REALIDADE DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE IPATINGA.
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Prefácio
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Apresentação
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
1- Introdução
O projeto ―Conhecer para Transformar‖ que visa realizar o diagnóstico da situação da criança
e do adolescente de Ipatinga, foi desenvolvido em conformidade com a Resolução nº 28, de 14 de
setembro de 2015, que ―dispõe sobre as diretrizes para a aplicação de recursos, apresentação,
análise e aprovação de projetos e celebração de convênios com recursos do Fundo Municipal dos
Direitos da Criança e Adolescente, através do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente – CMDCA para os anos de 2015/2016. Em seu Capítulo I, Art. 1º, IX – prevê a
elaboração de diagnósticos, estudos, pesquisas, planos, sistemas de informações, monitoramento e
avaliação das políticas públicas de promoção, proteção, defesa e atendimento dos direitos da
criança e do adolescente‖.
2- Objetivo
3- Metodologia
A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi constituída das seguintes etapas:
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4- Desenvolvimento
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4.2- Desemprego
É importante destacar, ainda segundo o CAGED, que, a partir de 2011, a indústria de
transformação iniciou queda nesse índice, registrando 16.390 desligamentos - uma involução de -
0,25. A partir de então, essas quedas foram se acentuando e chegando a -14,74 em 2014. Sendo
esse o ramo de maior destaque em geração de renda e empregabilidade no município, o aumento do
desemprego nesse setor, aliado a diversos fatores econômicos e políticos vivenciados em nosso
país, refletiram em outros setores gerando quedas acentuadas também no número de empregos nos
ramos de serviços, comércio e construção civil, os maiores geradores de emprego na região. Em
fevereiro de 2017, o CAGED registrou uma variação de - 3,09 na indústria de transformação, -6,41
na construção civil, -4,49 no comércio e -3,11 no ramo serviços, totalizando 19.951 desligamentos
nos últimos 12 meses. No ano de 2015, Ipatinga obteve uma redução de 6.922 postos de trabalho e
figurou como sexta colocada entre as cidades mineiras no ranking dos municípios que mais
perderam vagas.
A evolução nos índices de desemprego nos últimos anos no município vem refletindo
diretamente em outros índices relacionados à qualidade de vida da população, como pôde ser
percebido nas entrevistas realizadas com os moradores de Ipatinga.
4.3- Renda
A renda per capita média de Ipatinga cresceu 106,48% entre 1991 e 2010, passando de R$
417,92 em 1991 para R$ 613,05 em 2000 e para R$ 862,91 em 2010. Isso equivale a uma taxa
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
média anual de crescimento nesse período de 3,89%. A taxa média anual de crescimento foi de
4,35%, entre 1991 e 2000, e 3,48%, entre 2000 e 2010. A proporção de pessoas pobres, ou seja,
com renda domiciliar per capita inferior a R$ 140,00 (a preços de agosto de 2010), passou de
27,56%, em 1991 para 16,39%, em 2000 e para 5,92%, em 2010. A evolução da desigualdade de
renda nesses dois períodos pode ser descrita através do Índice de Gini, que passou de 0,55, em
1991 para 0,55 em 2000 e para 0,52, em 2010. O Índice de Gini é um instrumento usado para medir
o grau de concentração de renda. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e
dos mais ricos. Numericamente, varia de 0 a 1, sendo que 0 representa a situação de total
igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda, e o valor 1 significa completa desigualdade de renda,
ou seja, uma só pessoa detém toda a renda do lugar.
Entre 2000 e 2010, a taxa de atividade da população de 18 anos ou mais (ou seja, o
percentual dessa população que era economicamente ativa) passou de 65,14% em 2000 para
65,23% em 2010. Ao mesmo tempo, sua taxa de desocupação (ou seja, o percentual da população
economicamente ativa que estava desocupada) passou de 17,05% em 2000 para 8,77% em 2010.
Enquanto a taxa de atividade não alterou durante esses dez anos, a taxa de desocupação diminuiu
pela metade no período.
Em 2010, das pessoas ocupadas na faixa etária de 18 anos ou mais do município, 0,75%
trabalhavam no setor agropecuário, 0,39% na indústria extrativa, 21,42% na indústria de
transformação, 8,91% no setor de construção, 1,02% nos setores de utilidade pública, 18,41% no
comércio e 41,89% no setor de serviços.
Embora os dados tenham sido bastante positivos em 2010, o atual cenário político e
econômico do Brasil vem refletindo negativamente nas taxas de desemprego e para a próxima
apuração já é possível prever uma mudança significativa nos números conforme dados divulgados
pela PNAD Contínua, que podem ser verificados abaixo:
A taxa de desocupação no Brasil foi estimada em 7,9% no 1º trimestre de 2015, sendo a
maior taxa verificada desde o 1º trimestre de 2013 (8,0%). Esta estimativa cresceu tanto na
comparação com o 4º trimestre de 2014 (6,5%) quanto com o 1º trimestre de 2014 (7,2%). A
população desocupada (7,934 milhões de pessoas) variou 23,0% frente ao trimestre imediatamente
anterior. Em relação ao 1º trimestre de 2014, o quadro foi de 12,6%. O nível da ocupação (indicador
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que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar) foi
estimado em 56,2% no 1º trimestre de 2015, abaixo dos 56,9% verificados no trimestre anterior e dos
56,8% observados no 1º trimestre do ano passado. A população ocupada foi estimada em 92,023
milhões, refletindo variação de -0,9% na comparação com o trimestre anterior e 0,8% frente ao
mesmo trimestre de 2014. No 1º trimestre de 2015, 78,2% dos empregados no setor privado tinham
carteira de trabalho assinada, apresentando avanço de 0,5 ponto percentual em relação ao igual
trimestre de 2014 (77,7%). Em relação ao trimestre anterior, não houve variação estatisticamente
significativa.
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 1.840. Este resultado foi
0,8% maior que o registrado no trimestre anterior (R$ 1.825) e estável em relação ao obtido no 1º
trimestre de 2014 (R$ 1.840). A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados foi estimada
em R$ 163,8 bilhões, registrando queda (-0,2) em relação ao 4º trimestre de 2014. Na comparação
anual, esta estimativa teve alta de 0,9%.
O Cadastro Único para Programas Sociais reúne informações socioeconômicas das famílias
brasileiras de baixa renda – aquelas com renda mensal de até meio salário mínimo, que permitem ao
governo conhecer as reais condições de vida da população e, a partir dessas informações,
selecionar as famílias para diversos programas sociais.
No município de Ipatinga, o total de famílias inscritas no Cadastro Único até dezembro de
2016 era de 24.744, dentre as quais:
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4.074 com renda per capta familiar entre R$ 85,01 até R$170,00;
7.283 com renda per capta familiar entre R$170,01 e meio salário mínimo;
4.816 com renda per capta acima de meio salário mínimo.
Evolução
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O IDHM passou de 0,684 em 2000 para 0,771 em 2010 - uma taxa de crescimento de
12,72%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do município e o
limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 72,47% entre 2000 e 2010. Nesse período, a
dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,122),
seguida por Longevidade e por Renda.
Data Ipatinga Município de maior IDHM no Município de menor IDHM no IDHM IDHM Minas
Brasil Brasil Brasil Gerais
1.991 0,519 0,697 0,120 0,493 0,478
2.000 0,684 0,820 0,208 0,612 0,624
2.010 0,771 0,862 0,418 0,727 0,731
Em 2010 Ipatinga ocupava a 220ª posição entre os 5.565 municípios brasileiros segundo o
IDHM. Nesse ranking, o maior IDHM é 0,862 (São Caetano do Sul) e o menor é 0,418 (Melgaço).
4.5- População
Entre 2000 e 2010 a população de Ipatinga cresceu a uma taxa média anual de 1,20%,
enquanto no Brasil foi de 1,17% no mesmo período. Nesta década, a taxa de urbanização do
município passou de 99,25% para 98,96%. Em 2010 viviam, no município, 239.468 pessoas.
Entre 1991 e 2000, a população do município cresceu a uma taxa média anual de 1,86%. Na
Unidade Federativa (UF), esta taxa foi de 1,43%, enquanto no Brasil foi de 1,63% no mesmo
período. Na década, a taxa de urbanização do município passou de 99,31% para 99,25%.
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Nas famílias reconstituídas, encontramos a presença de um homem que nem sempre é o pai
biológico de todas as crianças e, algumas vezes, também não é investido de um lugar simbólico de
autoridade frente aos filhos de sua mulher. A nova família não pode mais retroceder ao modelo
hierárquico patriarcal. Parece que, cada vez mais, ela se aproxima do modelo das relações
igualitárias entre gêneros e gerações, no entanto as fronteiras entre esses dois modelos ficaram
abaladas. Dividida entre um ideal imaginário de família nuclear e as várias configurações de família
(famílias monoparentais, famílias reconstituídas, famílias homoparentais), a família contemporânea
sofre um processo contínuo de reinvenção de si mesma, embora persista como o centro de
referência para a delimitação da subjetividade e também como alvo prioritário de cuidado das
políticas públicas.
As transformações sociais que vêm ocorrendo nas últimas décadas trazem, sem dúvida,
consequências relevantes para a estrutura e a dinâmica da família e do casal. Em uma sociedade
onde o valor de referência é derivado do eu, a família é importante na medida em que possibilita a
cada membro, constituir-se como sujeito autônomo. Essa função da família põe em evidência suas
contradições internas, pois ao mesmo tempo em que os laços de dependência são necessários, eles
são negados. Com o aumento das separações, crescem também, em número e em diversidade, as
novas configurações familiares.
Nesse aspecto, a situação nos dias atuais permite uma análise da realidade das famílias. As
circunstâncias indicam que a família não deve ser vista e pensada somente a partir do modelo
nuclear, onde fazem parte somente à mãe, o pai e os filhos. Entretanto, frente às novas demandas,
depara-se com a falta de modelos explicativos do funcionamento da diversidade familiar. A realidade
tem gerado uma demanda crescente de novas alternativas de estabelecimento de regras de
funcionamento familiar e social, que favorecem a estas novas configurações familiares a
continuarem cumprindo com a sua função básica de proteção, cuidado e desenvolvimento dos filhos.
De tal modo, surgem algumas tentativas e propostas de novas definições e formas de relação que
atendem às demandas impostas pela diversidade familiar, que hoje constituem uma das marcas da
contemporaneidade.
A capacidade humana de superar situações difíceis e buscar novamente o equilíbrio
possibilitou o aparecimento de novos arranjos familiares, diferentes do modelo nuclear. O número de
pessoas que volta a investir em uma nova relação conjugal cresceu aceleradamente. O
recasamento, fenômeno que tem sido cada vez mais frequente em nosso contexto, aparece como
uma possibilidade de reconquistar vínculos essenciais de intimidade, afeto e companheirismo. Estas
uniões não só revolucionaram as formas de estar ou ser casado, como também proporcionaram o
aparecimento de novos arranjos familiares. Famílias reconstituídas são cada vez mais frequentes,
como por exemplo, as famílias em que tanto o marido quanto a esposa trazem para a nova união os
filhos de casamentos anteriores. Dessa forma, nem todos os membros da família mosaica são
parentes entre si, mas todos têm um grau de parentesco com a prole resultante da união do casal
reconstituído. A família mosaica é apenas mais um tipo de arranjo familiar e/ou doméstico dentre o
leque de arranjos possíveis em uma sociedade cada vez mais marcada pela pluralidade e por
dinâmicas inovadoras e fora do modelo padrão.
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Cerca de 45% das vítimas de violência doméstica e familiar contra a mulher em Minas Gerais
têm a cor parda e 15% são negras. Brancas representam 33%. A maior incidência ocorre entre as
mulheres que têm ensino fundamental incompleto (23%), as que são apenas alfabetizadas (21%), as
com ensino fundamental completo (9%) e as com ensino médio incompleto (9%).
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
O perfil das vítimas e o tipo de relacionamento com o agressor praticamente não se alteraram entre
2013 e 2015.
O número de vítimas de assassinatos em Minas Gerais se manteve praticamente estável na
comparação entre os primeiros semestres de 2013, 2014 e de 2015 (288, 284 e 283). Também no
Estado, nos primeiros seis meses de 2015, frente ao mesmo intervalo de 2014, houve leve queda na
taxa de homicídios de mulheres no ambiente doméstico e familiar por 100 mil habitantes (1,35 contra
1,36). No primeiro semestre de 2013, a taxa foi de 1,39.
Já a soma dos registros que englobam várias modalidades de violência tipificadas na Lei Maria da
Penha teve alta de 3,4% em 2015 em relação ao mesmo período de 2014, embora tenha sido
levemente menor do que a do primeiro semestre de 2013.
No ambiente doméstico e familiar, o tipo criminal contra a mulher que prevalece no estado é a
violência física, que reúne lesão corporal, homicídio e vias de fato/ agressão, respondendo por 46%
dos casos. Em seguida, aparece a violência psicológica, que representa mais de 40% dos registros.
Estão enquadrados nessa categoria, segundo a Lei Maria da Penha, abandono material, atrito
verbal, constrangimento ilegal, maus tratos, perturbação do trabalho ou do sossego alheio, sequestro
e cárcere privado e violação de domicílio.
As demais naturezas têm baixa representatividade sobre o total. Por exemplo, a violência sexual,
que compreende assédio, estupro, estupro de vulnerável, importunação ofensiva ao pudor e outras
infrações contra a dignidade sexual da família têm uma participação de 1% nos registros de violência
familiar e doméstica contra a mulher.
Essas participações praticamente se repetiram nos primeiros semestres de 2013, 2014 e de 2015.
Foram, respectivamente, para violência física, 46%, 47% e 47%; violência doméstica, 40%, 42% e
43%, e violência sexual, 1%, 1% e 1%.
Em números absolutos, a Região Integrada de Segurança Pública 1 (Risp1), formada
exclusivamente pelo município de Belo Horizonte, lidera a violência doméstica e familiar contra a
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mulher em Minas Gerais. A capital respondeu por 13% dos registros em 2013, 12% em 2014 e
novamente 12% no primeiro semestre de 2015.
A Risp2, sediada em Contagem, apresentou uma queda na participação, de 10% dos registros em
2013 para 9% em 2014 e 8% no primeiro semestre de 2015. Já a Risp4, cujo núcleo é Juiz de Fora,
manteve a representatividade de 9% nos três períodos. Já a Risp12, com sede em Ipatinga, teve
aumento na participação sobre o total de registros no Estado: 6% em 2013, 7% em 2014 e
aproximadamente 8% no primeiro semestre de 2015.
Quando é observada a proporcionalidade em relação à população, a ordem das Risps por incidência
de violência doméstica e familiar contra a mulher se altera consideravelmente. No primeiro semestre
de 2015, por exemplo, as maiores taxas por 100 mil habitantes foram registradas nas Risps sediadas
em Uberaba (397,02), em Patos de Minas (370,97), em Vespasiano (341,52), em Curvelo (336,54) e
em Governador Valadares (334,1). A taxa da Risp1 (BH) foi de 291,61, da Risp2 (Contagem), de
258,86, da Risp4 (Juiz de Fora), de 332,47, e da Risp12 (Ipatinga), de 270,59.
Graças ao cálculo de uma média geral de registros de violência doméstica e familiar contra a
mulher, é possível consultar no diagnóstico para cada um dos 853 municípios se a incidência está
acima, dentro ou abaixo da média do estado nos anos completos de 2013 e de 2014 e nos primeiros
semestres de 2013, 2014 e de 2015.
Até o primeiro semestre de 2012, foram feitos 47.555 registros de atendimento na Central de
Atendimento à Mulher. Durante todo o ano de 2011, foram 74.984 registros, bem inferior aos 108.491
de 2010. O tipo de registro que aparece em maior número é para relatar violência física contra a
mulher que pode variar de lesão corporal leve, grave ou gravíssima, tentativa de homicídio e
homicídio consumado. Foram 63.838 em 2010, 45.953 em 2011 e 26.939 até julho de 2012.
Casos de violência sexual como estupro, exploração sexual e assédio no trabalho aparecem em 5º
lugar com 2.318 casos em 2010, 1.298 em 2011 e 915 este ano.
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Número Total de notificações de violência contra mulheres na faixa etária de 18 a 59 anos, por 10 mil
mulheres nessa faixa etária.
Fórmula: Número Total de notificações de violência contra mulheres na faixa etária de 18 a 59
anos ÷ População de mulheres na faixa etária de 18 a 59 anos × 10000
Série Histórica de Ipatinga
Período Número Total de notificações de violência contra População de mulheres na faixa Valor da
mulheres na faixa etária de 18 a 59 anos etária de 18 a 59 anos Fórmula
2010 9 79.075 1,1382
2011 23 79.823 2,8814
2012 20 80.484 2,485
2013 85 83.639 10,1627
2014 273 84.350 32,3651
2015 318 66.343 47,9327
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
6- Pesquisa de campo
Ocupação do imóvel
A respeito do regime de ocupação do imóvel, 50% declararam residir em casa própria, 31%
alugada e 10% moram em imóvel cedido.
Ao serem questionados sobre o tipo de construção, 99% declararam residir em imóvel de
alvenaria/tijolo e 1% restante se dividiu entre as respostas madeira/taco, taipa e pau-a-pique. Sobre
a fonte de abastecimento de água, 93% declararam receber a água da Copasa e os outros 7% de
poços e cisternas. Ao serem arguidos sobre qual tratamento é dado à água de beber, 89%
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
declararam usar filtro, os demais 3% usam fervura ou cloração e os 8% declararam consumir água
sem nenhum tratamento adicional.
Perfil familiar
Quanto ao número de pessoas residentes no domicílio, 82% das famílias tem entre 3 e 5
moradores e 12% possuem famílias entre 6 e 9 pessoas.
A constituição familiar é formada por pai, mãe e filhos em 61% dos casos e mãe e filhos em
12%. Nas demais definições pode-se perceber pai e filhos (1%); mãe, padrasto e filhos (3%); pai,
mãe, filhos ou avós e tios em 4% dos entrevistados. Outro modelo familiar que não foi especificado
correspondeu a 19% das respostas, sendo que a presença de pelo menos um dos avós corresponde
a mais de 60% das configurações familiares apresentadas.
Constituição familiar
1%
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Em relação à contribuição para renda familiar, 38% das famílias é somente o pai ou padrasto
o provedor, sendo 16% somente a mãe ou madrasta. Já em 25% das famílias a mãe em conjunto
com o pai contribuem para a renda e em 12% dos casos, além dos pais, participam também da
renda familiar os filhos e os avós. Em aproximadamente 10% das famílias entrevistadas os avós são
os principais responsáveis pela renda familiar, sendo que em 7% delas estes são os únicos que
possuem rendimentos.
Religião
Quanto às questões religiosas, 35% dos entrevistados se declararam católicos, 60%
protestantes, 1% espírita e 3% se declararam ateus ou sem religião.
Bens de Consumo
Na tabela a seguir estão destacados alguns campos relacionados aos bens de consumo da
população. É possível perceber que mais da metade da população não possui carro ou moto, e que
59% possuem pelo menos uma bicicleta em casa. A maioria das casas possuem os
eletrodomésticos básicos como fogão, geladeira, máquina de lavar, tanquinho, fogão a gás e
ventilador. Em mais da metade das casas há internet banda larga (56%), 96% das famílias possuem
aparelho celular e 44% da população utiliza internet no aparelho. Em 11% das famílias há pelo
menos uma criança com celular e o número aumenta para 27% quando se trata dos adolescentes.
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
possuem o ensino médio completo, seguido de 24% com ensino fundamental incompleto. A
escolaridade dos pais em 22% dos casos é de ensino médio completo. Com relação ao ensino
superior incompleto, nota-se que a mãe corresponde a 5% e o pai a 2% dos entrevistados, enquanto
o ensino superior completo mãe e pai correspondem a 7% e 4%, respectivamente.
Trabalho e emprego
Quando perguntados a respeito de trabalho/emprego, foi verificado que 18% das mães e 30%
dos pais entrevistados possuem carteira assinada, sendo que 20% das mães declararam ser donas
de casa e o número de desempregados entre mães e pais é de 17% e 9%, respectivamente.
Foram observadas algumas particularidades dos responsáveis com o envolvimento com a
criminalidade e uso de drogas. Ao serem perguntados se algum dos responsáveis já cumpriu pena,
5% dos entrevistados responderam que sim, sendo que em 69% dos casos o responsável em
questão era pai/padrasto, 11% tratava-se da mãe/madrasta e 13% era referente a outro responsável
não identificado. Destes, 50% cumpriram pena em regime fechado e 34% em regime aberto ou
semiaberto. Houve também incidência de cumprimento de pena alternativa com o pagamento de
cestas básicas.
Doenças
Quando questionados se algum dos responsáveis possuíam certos tipos de patologia, 5%
responderam que tinham depressão, e dentre estes também foi citado esquizofrenia e transtornos de
ansiedade associados à depressão. Em 3% dos casos os responsáveis responderam possuir
esquizofrenia, transtornos de ansiedade e outros transtornos mentais, enquanto 18% responderam
possuir câncer, doenças cardíacas e outras patologias como: problemas respiratórios, alergias,
hipertensão, colesterol alto, diabetes e problemas de coluna.
Drogas
Sobre o uso de drogas, ao serem perguntados se algum dos adultos faz uso de alguma
substância como álcool, cigarro, maconha, crack e LSD, 74% responderam que não, mas 10% e
11% fazem uso de álcool e cigarro respectivamente. Nos casos em que foi declarado o uso de
maconha, o uso de álcool e cigarro estavam associados. Quanto à quantidade de pessoas na família
que fazem uso das substâncias citadas, 72% responderam que apenas uma pessoa da família faz o
uso e 24% responderam que entre duas e três pessoas usam drogas. O início do uso da substância
se dá na maioria das vezes na própria residência (27%) ou em festas (22%). Apenas 1% dos
entrevistados declarou haver algum usuário em tratamento contra a dependência química.
Eletrônicos e Internet
A pesquisa buscou identificar e quantificar o uso de eletrônicos e a navegação na internet
pelas crianças e adolescentes, bem como o envolvimento dos responsáveis na segurança das
informações acessada pelos menores. Quando perguntados sobre o acesso à internet por crianças e
adolescentes, 64% dos entrevistados responderam que elas acessam as redes sociais.
Quanto ao conteúdo acessado, 65% afirmaram navegar somente em sites de entretenimento,
jogos e redes sociais. Além destes acessos, 30% dos entrevistados afirmaram também fazer
pesquisas escolares e 5% informaram acessar outro tipo de conteúdo que não foi especificado. Do
33
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
período de navegação, 60% dos entrevistados afirmaram que acessam a internet todos os dias, 27%
acessam entre duas a seis vezes por semana e 11% ao menos uma vez por semana.
Sobre o tempo em que as crianças e os adolescentes ficam conectados à internet, 36%
afirmaram ficar até três horas por dia, 15% até cinco horas e 7% ficam mais de cinco horas por dia
conectados. Em comparação ao uso de eletrônicos, 51% afirmaram ficar até três horas por dia, 23%
até cinco horas e 9% ficam mais de cinco horas por dia usando equipamentos eletrônicos. Dos
entrevistados, 67% afirmaram que verificam os acessos das crianças e dos adolescentes. Destes,
54% dos entrevistados verificam todos os acessos, 27% verificam uma vez por semana, 21%
verificam aleatoriamente ou uma vez por semana e 5% afirmaram nunca verificar o acesso das
crianças e adolescentes.
Quando perguntados aos responsáveis se os adolescentes acessam salas de bate papo ou
conversam com pessoas desconhecidas na internet, 6% confirmaram que sim, 93% responderam
que não e 10% não sabem.
Cuidados e disciplina
Aos pais ou responsáveis quando perguntados sobre como é realizada a educação/disciplina
da criança ou adolescente na residência, 63% declararam diálogo/correção verbal, 23% disseram
que dão castigo e 10% punem fisicamente enquanto 3% dos entrevistados declararam não aplicar
nenhum tipo de educação/disciplina aos filhos.
A pesquisa apontou que 27% de crianças e adolescente são filhos de pais separados. A
frequência do contato deles com o genitor que reside em outra casa é de visita livre ou guarda
compartilhada em 53% dos casos, 12% encontram os pais aos finais de semana, 8% encontram uma
ou duas vezes por mês e 27% não possuem nenhum contato ou nunca conheceram seu genitor.
34
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Sexualidade/gravidez e drogas
Na pesquisa foram realizados questionamentos a respeito de sexualidade e gravidez, o uso
de drogas e acesso à informação a respeito destes assuntos.
Quando perguntados aos pais ou responsáveis se conversam abertamente sobre
sexualidade, drogas e violência com os filhos, os entrevistados responderam conforme demonstrado
na tabela abaixo:
Sim Não
Sexualidade 58% 42%
Drogas 72% 27%
Violência 75% 25%
Quando questionado aos entrevistados se eles conheciam casos de gravidez com crianças ou
adolescentes, 9% dos entrevistados responderam que sim. Destes, 17% disseram que a criança ou
adolescente tinha entre oito e doze anos quando ficou grávida, 12% tinham entre treze e quatorze
anos, 42% tinham entre quinze e dezesseis e 29% com dezessete anos de idade.
Gravidez precoce
17%
29%
12% De 08 a 12
De 13 a 14
De 15 a 16
42% 17 anos
35
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
3%
Sofrem algum tipo de violência 91%
sexual
4%
4% Não sabe
Sofreram aborto induzido 93% Não
3%
Sim
3%
Têm problemas com drogas 49%
48%
Saúde
Em relação aos atendimentos realizados por uma Unidade Básica de Saúde (UBS), 85% dos
entrevistados responderam que utilizam os serviços da rede pública de saúde.
A mortalidade infantil
Em relação à mortalidade infantil, 9% dos entrevistados disseram ter ocorrido morte de
crianças ou adolescentes na família. Destes, 29% ocorreram nos últimos três anos e em 29% dos
casos ocorreram entre os três e dez últimos anos. A causa da morte foi natural em 50% dos casos,
em 16% as causas foram acidentes de trânsito ou doméstico, 11% foram homicídios e acidentes
com armas de fogo e 27% das mortes foram em consequências de doenças como meningite,
infecções e outros motivos não informados.
Investimentos
36
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Poder Público
Quando perguntados sobre como anda a ―Atuação do Poder Público Municipal no
enfrentamento dos problemas relacionados às crianças ou adolescentes‖ também se percebe um
número elevado (92%) de respostas, considerando a atuação regular a péssimo.
6%
Ótima
32%
Boa
35% Regular
Ruim
Péssima
26%
37
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Conhecem o SGDCA
100% 12%
36%
80%
63%
60% Não
87% Sim
40% 64%
20% 36%
0%
ECA CMDCA Conselho Tutelar
Aprendiz
Em relação ao trabalho como aprendiz, 71% dos entrevistados responderam que sabiam que
o jovem poderia trabalhar legalmente como aprendiz, 18% responderam que sabiam que poderiam
trabalhar em qualquer função com carteira assinada e 10% responderam que não sabiam que o
jovem poderia trabalhar legalmente.
Ao serem questionados sobre o que consideram importante no trabalho do aprendiz, 70% dos
entrevistados consideraram a ajuda financeira dada à família, a independência financeira do jovem e
sua experiência profissional. A facilidade de ingressar no mercado de trabalho correspondeu a 46%
das respostas e em 2% dos casos foram apontados outros fatores importantes como: adquirir
responsabilidade, maturidade e ocupação do tempo, além da retirada de jovens das ruas e a
valorização da convivência social.
Identificação
A pesquisa realizou a identificação das crianças e adolescentes no município, destacando a
faixa etária, cor e sexo, dentre outros fatores considerados importantes. Desta forma, dos 4.267
entrevistados, sem ocorrer intencionalmente, foram entrevistados 50% de crianças e adolescentes
de cada sexo. Na data da entrevista, 22% tinham até três anos de idade, 22% tinham entre quatro e
sete anos, 24% estavam na faixa etária de oito a onze anos, 22% entre doze e quinze anos e 10%
tinham de dezesseis a 18 anos incompletos.
Como pode ser identificado na pesquisa, a grande maioria dos entrevistados (ou
responsáveis) se declarou na cor parda.
38
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Relação familiar
Quando perguntados sobre a relação familiar, 92% declararam ser filhos legítimos, 2% filhos
adotivos ou enteados e 5% declararam pertencer a outra colocação familiar não especificado.
Quanto à naturalidade, 85% dos entrevistados são de Ipatinga, 7% são de cidades da RMVA e 7%
são naturais de outros municípios de Minas Gerais e Brasil.
Altura e Peso
Foram inseridas questões para saber altura e peso das crianças e adolescentes, a fim de
determinar suas taxas de obesidade e/ou baixo peso. Porém, estas questões não puderam ser
analisadas porque os responsáveis e os adolescentes não souberam dar essas informações.
Trabalho
Apenas 6% dos jovens entrevistados declararam que trabalham. Destes, 15% trabalham com
carteira assinada e na condição de aprendiz. O restante (63%) declarou trabalhar em casa (serviços
domésticos) e/ou cuida dos irmãos (mais de 4 horas/dia), 6% trabalham em serviços domésticos fora
de casa, 2% trabalham com serviços na rua (vendem picolé, bala,..), 10% trabalham na indústria ou
comércio e 6% dos entrevistados responderam trabalhar em outro local que não foi especificado.
Quando perguntados sobre ―com quem ficam quando estão fora da escola ou de atividades
culturais e desportivas‖, 57% responderam que ficam com a mãe/madrasta, 18% com os pais ou
responsáveis legais, 12% com os avós e 9% ficam com o pai/padrasto, irmão(s), empregados
domésticos, vizinhos ou amigos. Na pesquisa, 85% declararam ficar na casa dos pais ou
responsáveis legais.
Comportamento
39
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Saúde
Dos entrevistados, 71% declararam que não possuem plano de saúde, mas 17% possuem
USISAÚDE e 5% UNIMED, sendo que 6% dos entrevistados declararam possuir outro plano de
saúde. Entre os planos de saúde citados os que mais se repetiram foram: Associação dos
Aposentados de Ipatinga (AAPI), Bradesco Saúde, Brasil Med, Cartão de Todos, Cenibra, Clínica de
Todos, Convaço, Convênio Sankyu, Correios, IPSEMG, Mais Saúde, PróMed e Vitales.
Na gestação de 98% dos entrevistados, a mãe fez pré-natal e este mesmo número afirmou
estar com a vacinação em dia, sendo que 76% têm o hábito de ir regularmente ao médico. Destes,
17% vão mensalmente, 32% semestralmente, 29% anualmente e 3% a cada dois anos ou mais.
Quanto à frequência ao dentista, 55% declararam ir regularmente, 31% anualmente, 18%
semestralmente e 6% declararam ir mais de duas vezes ao ano. Na maioria dos casos, trata-se de
adolescentes que usam aparelho ortodôntico e vão mensalmente para manutenção do mesmo.
Sobre as doenças, 12% declararam ter alergia, 6% bronquite, asma ou diabetes e 77%
declararam não possuir doença alguma. No último ano 6% dos entrevistados declararam haver
contraído o vírus da dengue, 3% o zika vírus e 1% chikungunya.
Dos adolescentes entrevistados, 9% declararam fazer uso contínuo de medicação. Destes,
53% responderam que conseguem a medicação pela rede pública, 42% compram o medicamento e
5% declararam que adquirem através da rede pública e privada.
Somente 2% dos entrevistados são portadores de necessidades especiais, sendo as mais
citadas a mudez, transtornos mentais e deficiências físicas. Outras necessidades especiais também
foram mencionadas pelos entrevistados (nesse caso foram os responsáveis que responderam), e
entre elas estão: autismo e déficit de atenção.
Quando perguntados se já sofreram algum acidente grave, 12% de todos os entrevistados
responderam que já sofreram acidente de trânsito, acidente doméstico com eletricidade, acidente
doméstico com fogo, queda/tombo, acidente doméstico com substâncias químicas, acidente com
animais e afogamento. Destes, a maioria (61%) alegou ter sofrido queda/tombo, 23% sofreram
acidente de trânsito e um menor número (8%) sofreu acidente doméstico com fogo, enquanto 11%
dos entrevistados que já tiveram algum acidente relataram ter ficado com sequelas.
40
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
colegas de sala (76%), outros 6% responderam professor, algum familiar ou colega próximo como
autor e 3% responderam outro autor não especificado. O tipo de bullying sofrido pelos adolescentes
é verbal em 75% dos casos, físico ou intimidação em 13%.
Em relação às situações de abuso sexual, 99% dos entrevistados responderam que não
sofreram abuso, mas menos de 1% relatou sofrer exibicionismo sexual e não foi indicado o autor dos
abusos. Dessa forma, não há indicadores para denúncia deste abuso.
Sobre a idade em que se deu a iniciação sexual, 98% responderam que esta pergunta não se
aplica, mas 2% iniciaram a partir dos onze anos, sendo 1% entre 15 e 16 anos. Um total de 13
adolescentes (menos de 1%) responderam que têm filhos sendo que, quatro delas engravidaram
com 10 anos, duas aos 14, quatro aos 15, duas com 16 e uma com 17anos. Sobre as circunstâncias
da gravidez, nove responderam que foi por falta de prevenção e as outras quatro não responderam.
Onze delas fizeram acompanhamento pré-natal mas somente oito receberam apoio familiar. Em dez
destes casos, o pai da criança participa da rotina do filho.
Sobre o trabalho como aprendiz, 95% dos entrevistados responderam que, caso tenham
oportunidades, gostariam de trabalhar como aprendizes, sendo que 1% já foi aprendiz.
Idade e Raça/Cor
Dos adolescentes que participaram da entrevista, 89% são das escolas públicas municipais,
4% da rede particular de ensino e 7% de entidades profissionalizantes, sendo 63% do sexo feminino
e 37% do sexo masculino. Do total de participantes, 21% tinham entre 12 e 13 anos, 54% tinham a
idade de 14 anos, 13% a idade de 15 anos e 12% entre 16 e 17 anos de idade na data da entrevista.
A cor declarada pelos participantes foram a maioria parda, seguida de branca e depois
negra/preta.
Escolaridade
Dos entrevistados, 91% frequentam o ano final do ensino fundamental, 5% frequentam o
ensino médio e 1% está cursando o ensino superior, enquanto 3% dos entrevistados não estão
estudando mas alegaram que concluíram o ensino médio. Destes, mesmo estando estudando, 2%
disseram que ―Não gosta, não quer estudar (Evasão)‖, dando a entender que não são frequentes,
mas estudam.
41
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Transporte
Quanto ao meio de transporte utilizado para ir à escola, 61% dos alunos responderam que
vão a pé, 14% vão em van escolar, 5% vão de ônibus público ou transporte gratuito, 6% vão de
bicicleta, carro ou moto e 3% declararam ir de carona ou outro meio não informado.
5%
4%
23% 6%
9%
10%
17%
11%
15%
Quando perguntados sobre a prática de esportes, 55% responderam que não praticam
esporte, 22% jogam futebol, 10% responderam que fazem natação, ginástica, vôlei, basquete ou
artes marciais e 3% disseram praticar duas ou mais das atividades citadas.
Em relação à prática de atividades culturais, 75% dos alunos responderam não participar,
12% responderam que fazem aulas de música, 3% dança, 2% teatro e 7% responderam que
participam de mais de uma atividade simultaneamente e, além das já citadas, incluem também
artesanato e outra não especificada.
Religião
Declararam frequentar alguma igreja ou comunidade religiosa 86% dos entrevistados.
Aprendiz
De acordo com os alunos, 88% deles se tivessem oportunidades gostariam de trabalhar como
aprendiz, 63% tem conhecimento de que o jovem pode trabalhar legalmente, 10% dos jovens
responderam que já trabalham ou trabalharam como aprendiz e 30% responderam que sabe que o
jovem pode trabalhar em qualquer função com carteira assinada. Quando perguntados sobre o que
consideram mais importante no trabalho do aprendiz, 36% responderam que é a experiência
42
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
profissional, 20% acreditam que o trabalho ajudaria financeiramente a família, 19% dos jovens
consideram importante a independência financeira assim como a facilidade para ingressar no
mercado de trabalho e 6% dos entrevistados não conhecem o trabalho de aprendiz.
Trabalho
Atualmente 86% dos adolescentes responderam que não trabalham e dos 14% que
trabalham, 55% tem carteira assinada como aprendiz. Os demais responderam que trabalham em
serviços domésticos e/ou cuidam dos irmãos (mais de 4 horas/dia), ou trabalham com serviços
domésticos fora de casa, ou serviço na rua (vendem picolé, bala,..), indústria ou comércio e ainda
outros que não foram especificados.
Comportamento
Quando perguntados se passaram por alguma situação ou acontecimento especial que os
poderiam estar prejudicando de alguma maneira, 20% dos adolescentes responderam que os
problemas financeiros da família os afetam diretamente,18% declararam a morte de pessoa próxima,
10% pontuaram a mudança de escola ou mudança de domicílio e 18% declararam mais de uma
dessas opções simultaneamente, como a separação dos pais e envolvimento com drogas. Desses
adolescentes, 24% responderam que essa situação ou acontecimento estão prejudicando-os, sendo
que em 43% dos casos têm causando tristeza ou angústia, 37% têm perda ou aumento do
sono/apetite, 31% ficam sem motivação para estudar ou para qualquer atividade e 22% têm
dificuldades de adaptação e em fazer novas amizades.
Medida socioeducativa
No total de adolescentes entrevistados nas escolas, 10% declararam que cumprem medida
socioeducativa decorrente de ato infracional, sendo que 48% destes adolescentes levaram
advertência, 19% por obrigação de reparar o dano, 5% prestam serviços à comunidade e os demais
não responderam.
Saúde
No que diz respeito à aquisição de um plano de saúde, 51% dos adolescentes responderam
que a família possui um plano de saúde e 91% declararam estar com todas as vacinas em dia.
Quando perguntados se fazem uso contínuo de algum tipo de medicação, 17% responderam
que sim. Destes, 61% responderam que conseguem a medicação através da rede pública e o
restante adquirem comprando diretamente ou não adquirem o remédio. Nenhum dos entrevistados
responderam possuir algum tipo de necessidade especial.
43
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Acidentes
O gráfico a seguir demonstra os acidentes graves sofridos pelos adolescentes. Em 9% dos
casos houveram sequelas, mas estas não foram identificadas.
Acidentes graves
Afogamento 4
Bullying
44
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Quanto às perguntas relacionadas ao bullying, 18% dos alunos responderam que sofrem na
escola e no grupo de amigos, 5% já sofreram bullying no ambiente familiar e os principais autores
desse bullying são algum amigo ou colega próximo ou colega de sala (16%). Na maioria dos casos,
19% trata-se de bullying verbal e 6% de alienação social, bullying físico, bullying indireto,
cyberbullying ou intimidação.
Abuso sexual
Quando questionados sobre o abuso sexual, 6% responderam sofrer exibicionismo e abuso
verbal, 3% relataram que já sofreram observação sem consentimento (voyeurismo) e abuso virtual
(conversas online de foro íntimo e/ou conteúdo sexual texto/imagem). Entre estes abusos, o autor é
desconhecido em 24% das respostas e primos aparecem em 24%. A mãe, colegas de sala e outro
não especificado correspondem a 12% cada, enquanto pai e amigos próximos aparecem em 16%
dos casos. Foi feito denúncia em 71% dos casos.
Ainda falando sobre sexualidade, a principal fonte de informação sobre esse assunto,
conforme acham 50% dos entrevistados, é conversando com pessoas da família, seguido por
conversas com amigos (17%), pesquisa na internet (14%), 10% se informam de outra maneira que
não foi especificada e 9% conversam sobre sexualidade na escola.
Iniciação sexual
Dentre as perguntas do questionário, a de iniciação sexual foi a que mais foi ―polemizada‖
mas ao mesmo tempo foi vista com ―muitas reservas‖ pelos alunos durante a pesquisa, pois 89%
deles não havia iniciado sua vida sexual, 2% iniciaram até os 10 anos, 5% iniciaram entre 11 e 14
anos e 4% entre 15 e 17 anos de idade. Destes adolescentes, 2% informaram que já têm filhos. Em
50% desses casos, a gravidez ocorreu a partir de um casamento e os outros 50% foram em
decorrência da falta de prevenção ou violência sexual/estupro. A idade em que o adolescente disse
ter tido filhos foi entre 10 e 12 anos. Em relação ao aborto, este não foi provocado por nenhuma
adolescente, conforme apontou a pesquisa com as alunas.
Pôde-se notar que apenas adolescentes do sexo masculino, participantes da pesquisa, já têm
filhos, e apenas 50% assumiram a paternidade e participam da rotina da criança.
Drogas
O tema drogas é discutido entre 55% dos alunos que disseram se informar sobre o assunto
conversando com pessoas da família, mas 13% conversam sobre drogas na escola e 12% assistindo
a programas relacionados ao assunto. Pesquisas na internet e conversas com os amigos foram
respostas de 11% e 9% respectivamente.
Dentre os tipos de drogas/substâncias que algum dos pais ou responsáveis poderiam usar,
41% responderam que ninguém na família faz uso, 49% responderam que usam álcool e cigarro e
8% responderam que há uso de outras drogas associadas ao álcool e cigarro (maconha, crack, loló e
LSD) enquanto 2% fazem uso apenas de maconha. Destes, o pai, a mãe ou responsável legal é o
adulto usuário das drogas/substâncias em 58% das respostas e associados a estes responsáveis, há
também irmão (ã), amigos ou outros parentes que fazem uso em 19% dos casos, enquanto 9% dos
alunos entrevistados responderam usar algum tipo de droga. Destes 9%, todos responderam fazer
uso de álcool e 32% associam o uso do álcool ao cigarro e/ou à maconha. Houve também casos em
45
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
que os adolescentes disseram usar crack, loló, LSD, êxtase, haxixe, santo daime (ayahuasca) e
heroína.
Quanto ao local, 42% dos adolescentes começaram a usar drogas em festas, 21% na própria
residência, 16% na casa de amigos e 21% no bairro ou outro local não especificado.
Internet
De acordo com os entrevistados, apenas 5% não têm acesso à internet, mas os 95% dos
adolescentes que têm acesso à internet a fazem para jogos, redes sociais e sites de entretenimento.
Destes, 17% acessam também pesquisas escolares e 2% acessam conteúdo adulto relacionado à
violência e sexualidade, exclusivamente. Quanto ao período de acesso, 74% acessam a internet
todos os dias, 8% de quatro a seis vezes por semana e 3% apenas uma vez por semana. Em
relação ao número de horas que ficam conectados por dia, 17% ficam até uma hora, 28% entre uma
e três horas, 29% ficam de três a oito horas conectados e 26% mais de oito horas conectados ao dia.
Mais da metade dos entrevistados (56%) responderam que um adulto verifica a navegação e
10% declararam não saber. Sobre a frequência dessa verificação, 19% responderam que é feita
diariamente, 11% ela é verificada em todos os acessos, 15% responderam que os pais verificam
aleatoriamente e 8% responderam que se verificam uma vez por semana ou uma vez por mês. De
acordo com a pesquisa, 28% dos entrevistados declararam participar de salas de bate-papo com
desconhecidos e 30% já se encontraram com pessoas que conheceram pela internet.
Rotina
Ao serem perguntados sobre o que fazem ―quando não estão na escola ou realizando
atividades culturais e de esporte‖, 83% dos entrevistados responderam que ficam na casa dos pais
ou responsável legal, 8% ficam na casa de amigos ou sozinhos em casa, 4% disseram ficar na rua e
este mesmo percentual na casa dos avós, parentes ou vizinhos. E quando questionados ―com quem
ficam quando estão fora da escola ou de atividades culturais e esportivas‖, 30% disseram que ficam
com os pais ou responsável legal, 19% com a mãe/madrasta, 25% com irmãos ou amigos, 18%
ficam sozinhos e 8% com vizinhos ou outros parentes.
Disciplina
No que diz respeito à disciplina aplicada pelos pais em casa, 71% dos alunos responderam
que são educados com diálogo e correção verbal, 17% responderam que recebem castigo ou
correção física e 12% disseram que nenhuma das opções era correspondente.
Dos entrevistados, 39% têm pais separados e 30% não se encontram com o genitor que mora
em outra casa, 27% o encontra diariamente, 20% nos finais de semana e 10% encontra com o pai ao
menos uma vez por mês, sendo que a guarda compartilhada corresponde a 7% dos casos.
46
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Do total de entrevistados, apenas 25,9% foram capacitados para trabalharem com pessoas
portadoras de necessidades especiais, sendo que 79,5% disseram que existe atendimento
adequado para esse público específico, mas 59,3% responderam que não existe acessibilidade.
Ainda existe uma demanda reprimida quanto ao número de vagas nas escolas, conforme
37,0% dos entrevistados confirmaram.
18%
Classe C
Classe D
78% Classe E
Violência Sexual
No que diz respeito à violência sexual com alunos das escolas públicas envolvidas na
pesquisa, 31,5% dos entrevistados responderam que existem alunos que sofrem exploração sexual;
38,9% responderam que existem alunos que sofrem abuso sexual e 57,4% informaram que na
escola existem alunos que sofrem assédio sexual. Constatou-se também que 63,0% dos docentes
disseram haver alunas que tiveram gravidez precoce.
47
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Violência Sexual
35%
Tiveram gravidez precoce
63%
57%
Sofrem assédio sexual
37%
57%
Sofrem abuso sexual
39%
65%
Sofrem exploração sexual
31%
Não Sim
Violência Doméstica
Em relação à violência doméstica, 64% dos professores entrevistados responderam que
existem alunos vítimas de violência doméstica enquanto 90,7% responderam que os alunos sofrem
conflitos familiares.
Violência Doméstica
91%
100%
90%
80% 65%
70%
60% Sim
50% 33% Não
40%
30% 7%
20%
10%
0%
Sofrem violência doméstica Sofrem com conflitos familiares
No total dos entrevistados, 81,5% disseram que os profissionais não são treinados para
desenvolver a capacidade de reconhecer indícios de abusos e violências contra crianças e
adolescentes, mas 83,3% dos profissionais da escola percebem indícios de violência quando o
fenômeno é mais acentuado e 63,0% afirmam que esse assunto já foi discutido na escola com o
corpo docente. As escolas já fizeram ou fazem notificações de ocorrências de violências às
autoridades, conforme responderam 79,6% dos entrevistados.
Criminalidade
No total dos entrevistados, 75,9% responderam que existem alunos envolvidos com a
criminalidade. O gráfico a seguir demonstra o percentual de envolvimento de alunos com gangues,
roubos e drogas.
48
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Criminalidade na escola
76%
59%
67%
80%
33%
60% 41% Sim
24%
40% Não
Não
20%
Sim
0%
Tráfico/uso de Roubo ou venda de Conflitos entre
drogas produtos roubados grupos/gangues
Na escola, 66,7% dos entrevistados responderam que não existem atividades permanentes
para discussões sobre sexualidade e 64,8% responderam que também não existem atividades
permanentes para discussões sobre drogas com os alunos, enquanto 50,0% disseram que existem
orientações aos alunos sobre riscos virtuais.
Em 90,7% dos docentes entrevistados verificou-se a necessidade de ampliar os investimentos
em programas de prevenção e proteção contra violência doméstica, maus tratos, abuso sexual e
exploração sexual de crianças e adolescentes, enquanto em 98,1% dos professores também foi
confirmada a necessidade de intensificar campanhas de informação e sensibilização sobre drogas e
sexualidade. Em relação à importância de ampliar oportunidades de esporte, cultura e lazer para
crianças e adolescentes, 100% dos entrevistados responderam positivamente ao fato.
Trabalho Infantil
De acordo com o público entrevistado, 37% responderam que existem alunos vítimas de
exploração do trabalho infantil e apenas 33,3% trabalham com carteira assinada.
49
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Trabalho Infantil
100%
90%
80%
63% 67%
70%
60% Não
50% Sim
40%
30%
37% 33%
20%
10%
0%
Vítimas da exploração do Trabalham com carteira
“trabalho infanto-juvenil” assinada
Alunos Portadores de
Deficiência Física
14 7 de 20 a 60
4
6 de 100 a 350
de 500 a 650
de 700 a 1000
Alunos Portadores de
Deficiência Visual
14% 7%
Nenhum
22%
Entre 01 e 10
57% Entre 50 e 70
Entre 100 e 130
50
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
creches responderam ao questionário. Esta análise será apresentada em valores percentuais a partir
deste total.
Equipe técnica
Conforme os dados coletados em relação à composição da equipe técnica, 19% informaram
ter diretores, coordenadores, professores, 14% informaram ter auxiliares de serviços gerais e 29%
disseram que a instituição tem pedagogos.
Recursos financeiros
Quando questionados sobre a origem de verbas recebidas, 100% informaram que têm
convênios com o Governo Municipal e 14% informaram receber verba do Governo Federal.
Portanto,52% afirmaram que este recurso não é suficiente para manter o funcionamento regular da
instituição, pois 90% das creches pesquisadas não recebem mensalidades e nenhum tipo de
contribuição, somente 5% recebem um valor acima de um salário mínimo e 5% recebem até meio
salário mínimo.
Tipo de Estabelecimento
No que diz respeito ao estabelecimento, 10% das creches entrevistadas informaram que o
estabelecimento é próprio, 29% disseram que é alugado, 14% informaram que o espaço utilizado é
público e 48% informaram que o estabelecimento é cedido. Os resultados mostram que em 29% das
creches entrevistadas é preciso melhorar a infraestrutura física e as questões relacionadas ao setor
de recursos humanos, enquanto 24% disseram que é preciso investir mais em capacitações
profissionais, 14% disseram que não é necessário melhorar nada e apenas 5% informaram que é
preciso melhorar outras coisas na instituição, mas não especificaram.
Tempo de funcionamento
No que diz respeito ao tempo de funcionamento das entidades, 85% informaram que as
creches estão ativas há mais de 10 anos, 10% possuem entre 05 e 10 anos de funcionamento e 5%
estão em funcionamento há menos de 05 anos.
5%
14%
De 11 a 50
5%
De 51 a 100
38% De 101 a 150
De 151 a 200
Acima de 200
38%
51
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Legislações
As legislações que regulamentam o funcionamento das creches serão representadas no
gráfico a seguir:
ESTRUTURA FISICA
100% 95% 95%
90%
90%
80%
70%
60% 52% 48% 48% 52%
50% 43%
40%
30% 24%
19%
20% 9%
10%
0%
Voluntariado
Em 71% das creches entrevistadas existem trabalhos voluntários e destas, 38% responderam
haver dependência do voluntariado. O trabalho voluntário desenvolvido nas entidades é realizado
muitas vezes por pedagogos, assistentes sociais, psicólogos e integrantes da diretoria e do conselho
fiscal, além de voluntários que lidam com a limpeza, pequenos reparos, serviços de pedreiro, esporte
e cultura.
Doações
O maior percentual de doações destinadas às creches no município é em dinheiro (23,8%),
seguido das doações em brinquedos (19%). As doações não ocorrem com frequência e muitas delas
são doações espontâneas e a maioria é realizada pelos próprios pais de alunos.
Violação de Direitos
No quadro abaixo será apresentado os casos de violações de direitos e problemas
enfrentados pelas crianças atendidas nas creches.
52
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
SIM NÃO
Composição técnica
Em relação à composição técnica das UBS, apenas 7% informaram ter assistentes sociais e
psicólogos inseridos nos processos de trabalho, 64% disseram ter enfermeiros e 21% exercem outro
cargo na Unidade. Destes, 29% têm entre um a dez anos de trabalho e 14% disseram que trabalham
a menos de um ano em UBS.
53
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Número de atendimentos
No que diz respeito às crianças e adolescentes atendidas pelo serviço de saúde no mês, 43%
informaram atender menos de cem, 36% atendem entre cem a duzentas e 21% atendem entre
duzentas a trezentas crianças e adolescentes.
Atendimentos
Quanto à classificação dos atendimentos, 71% responderam que o atendimento está bom,
14% informaram ser ótimo e esse mesmo percentual declarou que o atendimento é regular.
Em relação aos atendimentos direcionados aos usuários, 64% afirmaram que os
atendimentos são bons, 21% disseram estar ótimo e 14% responderam que está regular. Verificou-
se que a insatisfação no atendimento está relacionado à demora no atendimento, a falta de
medicamentos, insuficiência de profissionais disponíveis na UBS e por ter poucas vagas de
consultas e exames.
Quanto ao atendimento prioritário e acompanhamento profissional específico para as
demandas apresentadas por crianças e adolescentes e suas famílias, 57% responderam que
existem e 71% informaram que existe acompanhamento profissional ―específico‖ para as demandas
do público infanto-juvenil. Ressalta-se que 64% dos entrevistados também informaram que existem
programas específicos para atendimento de crianças e adolescentes, sendo eles: Programas
Respirar, Saúde na Escola e Puericultura. Os que responderam não haver programas específicos
citaram que a falta de recursos tecnológicos disponibilizados pela rede é o maior obstáculo.
Em relação ao atendimento integral à saúde e à garantia do acesso universal igualitário às
ações e serviços assegurados às crianças e adolescentes pelo SUS, 64% dos entrevistados
responderam que o atendimento integral e o atendimento especializado aos portadores de
necessidades especiais ocorrem parcialmente.
De acordo com o que influencia negativamente a qualidade do atendimento das demandas
nas UBS, os entrevistados responderam que a falta de capacitação, a infraestrutura física, o alto
número de atendimentos por demanda espontânea, a falta de material didático, a insuficiência de
vagas para exames e consultas especializadas em tempo hábil, a localização, o número de famílias
superior ao preconizado por equipe do Programa Saúde da Família, o número excedente da
população por equipe, as demandas prioritárias elevadas para o número de equipes existentes na
UBS, as vagas de exames e consultas especializadas e médicos que não cumprem o horário e não
atendem de maneira satisfatória, a defasagem de recursos humanos, a má administração e pela falta
de intersetorialidade por parte dos profissionais do PSF são os maiores problemas enfrentados nos
atendimentos das UBS.
Capacitação Profissional
Em relação à capacitação profissional e educação permanente dos profissionais da saúde
para trabalhar com crianças e adolescentes, 21% dos entrevistados responderam que as
capacitações ocorrem anualmente. Destes, 66% disseram que a discussão e o entendimento da
legislação do ECA permitem melhor atender o público infanto-juvenil e consideram relevante o tema
nas capacitações.
54
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Poder Público
Ao serem questionados se o poder público fornece gratuitamente os medicamentos, próteses
e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação, 79% dos entrevistados
responderam que o poder público os fornece parcialmente.
Encaminhamentos
Em relação aos encaminhamentos de suspeita ou confirmação de maus-tratos ou violência
contra crianças ou adolescentes que chegam às UBS, os entrevistados responderam que 71% dos
casos são encaminhados para o Conselho Tutelar, 21% para a UPA e 7% são encaminhados para o
hospital.
Investimentos
Verifica-se que 100% dos profissionais entrevistados nas UBS de Ipatinga concordam que é
necessário ampliar os investimentos em programas de prevenção e proteção contra violência
doméstica, maus tratos, negligência, abandono e violência sexual de crianças e adolescentes, além
de intensificar campanhas de informação e sensibilização sobre drogas e sexualidade, ampliando
também oportunidades de esporte, lazer e cultura.
Documentos
Ressalta-se que 46,2% das entidades pesquisadas possuem Alvará de Localização, Alvará
Sanitário e Laudo de Corpo de Bombeiros, enquanto 15,4% possuem apenas Alvará de Localização
e 7,7% possuem Alvará de Localização e Alvará Sanitário.
Destaca-se que 100% das entidades possuem Plano Pedagógico e Estatuto próprio, porém,
15,4% destas ainda não realizaram as alterações no Estatuto previstas na Lei nº 13.019/2014 do
Marco Regulatório. Quanto ao Regimento Interno, apenas 7,7% das entidades não o possuem.
Estabelecimento
Quanto à situação do estabelecimento, destaca-se que 61,5% do espaço é cedido para o
funcionamento das entidades e 15,4% do espaço é alugado ou próprio, sendo que 69,2% das
entidades existem a mais de 10 anos e 23,1% existem entre 03 e 05 anos. O horário de
funcionamento varia entre 08 e 12 horas em 76,9% das entidades e 23,1% funcionam 24 horas.
55
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Fonte Financiadora
Sobre a fonte financiadora dos serviços institucionais, 69% recebem recursos do Governo
Municipal; destes, 38% recebem também do Governo Estadual, Governo Federal, iniciativa privada,
recursos próprios, CMDCA/FIA e outro não especificado. Destaca-se que apenas 8% dos recursos
são provenientes da iniciativa privada e recursos próprios, 15% são recursos próprios e 8% não
foram especificados.
Acessibilidade e Segurança
A maioria das entidades, ou seja, 76,9% possuem acessibilidade e a segurança do local onde
cada uma foi instalada é considerada adequada.
8% 15%
23%
De 0 A 20
15%
De 21 A 50
De 51 A 100
De 101 A 150
39% Acima de 150
56
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Feminino Masculino
Medida socioeducativa
Em 92,3% das entidades existem cumprimento de medida sócio
educativa por adolescentes que cometeram atos infracionais, mas
23,1% das entidades responderam que falta infraestrutura institucional
para este cumprimento e 7,7% alegaram que falta pessoal para
acompanhar a medida.
Voluntariado
O trabalho voluntário, como o próprio nome diz, é um trabalho sem remuneração onde o
voluntariado dedica seu talento e tempo para ajudar outras pessoas. É uma ação que não necessita
de um determinado grau de escolaridade ou idade, importa apenas ter boa vontade, dedicação e
responsabilidade com a área de interesse. Na pesquisa verificou-se que 69,2% das entidades
trabalham com voluntários e acham que eles são relevantes para o bom funcionamento institucional.
Capacitação Profissional
É previsto que 76,9% das entidades também realizam capacitações para os profissionais que
nelas trabalham, sendo que 46,2% das entidades as fazem mensalmente, enquanto 30,8% das
entidades realizam anualmente ou semestralmente. Os temas mais abordados em 46,2% das
entidades são: Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Atribuições do cuidador e/ou orientador
social e Violência contra crianças e adolescentes.
Criminalidade
A pesquisa apontou que em 23,1% das entidades há casos de usuários envolvidos com a
criminalidade e em 15,4% existem casos de dependência química entre crianças e adolescentes.
Em relação à violação de direitos contra crianças e adolescentes, o gráfico abaixo aponta o
percentual de casos que ocorrem nas entidades que foram entrevistadas:
57
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Violações de Direitos
35%
31% 31%
30%
5%
0%0% 0% 0% 0%0%
0%
1 2 3 4 5 mais de 6
A violência doméstica ocorre em 61,5% das entidades entrevistadas, sendo que em 30,8%
das entidades ocorreram mais de 06 casos, enquanto a violência sexual ocorre em 61,5% das
entidades, sendo que em 23,1% ocorreram 03 casos e em 7,7% das entidades foram constatados
mais de 06 casos. Em relação à exploração sexual não houve nenhuma informação sobre casos
específicos, mas a gravidez precoce ocorreu em 7,7% das entidades.
No total das entidades entrevistadas, 76,9% responderam que é realizada orientação sexual
aos adolescentes e 69,2% falam sobre o uso de álcool e drogas e suas consequências com os
usuários.
Desafios e dificuldades
No que diz respeito aos principais desafios e dificuldades encontradas atualmente nas
entidades para execução de suas atividades, a pesquisa apontou que em 23,1% delas o maior
problema encontra-se na realização de convênios, enquanto 15,4% das entidades responderam que
além dos convênios, os recursos humanos e recursos materiais também são agravantes para o bom
funcionamento institucional. Logo, 76,9% das entidades avaliam como ―suficiente‖ o resultado dos
serviços ofertados pelas entidades ao município.
ECA
A Lei 8.069/90 (ECA) é de conhecimento de 100% dos trabalhadores das entidades de
atendimento à criança e do adolescente, conforme apontou a pesquisa. No entanto, quando
questionados sobre o que deveria melhorar para que o ECA fosse efetivamente cumprido, algumas
entidades responderam que a morosidade da justiça, a falta de investimento em capacitações e nas
políticas públicas de atendimento à criança e ao adolescente, repasses atrasados dos convênios e a
deficiência no atendimento da rede de saúde são algumas das atribuições que dificultam a
efetivação do ECA.
58
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
59
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
12
11
10
8 8
5 5
6 EFAN
5 SOS
4
2
Atalaia
2
0
Feminino
Masculino
60
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Violações de Direitos
7
6 6
6
5
5
4
Quantidade
4 EFAN
3 3 3 Atalaia
3
SOS
2
1
1
0
0
Violência doméstica Exploração Sexual Abuso sexual
61
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Autoavaliação individual
Potencialidades
Existência e adequação do Regimento Interno do CMDCA;
Legitimidade e orientação democrática do processo de escolha dos conselheiros da sociedade
civil;
Representatividade dos conselheiros da sociedade civil em relação à diversidade de
organizações, entidades e associações existentes nesse segmento local;
Disponibilidade e adequação de espaço, equipamentos e materiais para a realização do trabalho
do CMDCA;
Conhecimento do ECA e das leis, normas e principais resoluções (nos níveis federal, estadual e
municipal) que regulam o funcionamento do CMDCA;
Distribuição equitativa e coerente das tarefas e responsabilidades inerentes ao funcionamento do
CMDCA entre o conjunto de conselheiros;
Existência de relações colaborativas entre o CMDCA e o Ministério Público;
Existência de relações colaborativas entre o CMDCA e o Poder Judiciário;
Existência de relações colaborativas entre o CMDCA e o CT.
Fragilidades
Adequação e atualização da lei e da regulamentação sobre o Fundo dos Direitos da Criança e do
Adolescente;
Desvinculação dos conselheiros da sociedade civil em relação a cargos nos Poderes Executivos
e Legislativos municipais e no Poder Judiciário;
Poder de comunicação e influência dos conselheiros governamentais junto aos órgãos gestores
de suas respectivas áreas de políticas setoriais;
Adequação do tempo destinado pelos conselheiros para execução das tarefas e participação nas
reuniões de trabalho e/ou comissões eventualmente existentes no CMDCA;
Existência de dados e informações organizadas e arquivadas sobre o histórico de atuação do
CMDCA (resoluções, atas, planos elaborados no passado, etc.);
Existência e adequação das normas e procedimentos para o registro das entidades não
governamentais e dos programas de atendimento das entidades governamentais e não
governamentais;
Existência de registro atualizado e qualificado das entidades não governamentais e dos
programas de atendimento das entidades governamentais e não governamentais;
Comunicação atualizada ao Conselho Tutelar, Ministério Público e Poder Judiciário sobre a
existência e o registro das entidades não governamentais e de seus programas de
atendimento, e dos programas de atendimento governamentais;
Existência de relações colaborativas entre o CMDCA e os órgãos de segurança instalados no
município;
Existência de relações colaborativas entre o CMDCA e os gestores das políticas setoriais
(assistência, educação, saúde, etc.);
Existência de registros circunstanciados dos casos de ameaças ou violações de direitos
62
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Adequação do tempo destinado pelos conselheiros para execução das tarefas e participação nas
reuniões de trabalho e/ou comissões eventualmente existentes no CMDCA;
Existência de registros circunstanciados dos casos de ameaças ou violações de direitos
atendidos nos últimos 12 meses;
Existência de registros circunstanciados dos casos atendidos em sistema informatizado (SIPIA ou
similar) nos últimos 12 meses;
Existência de registros e de controle da execução das medidas protetivas aplicadas pelo CT a
crianças, adolescentes, pais ou responsáveis, nos últimos 12 meses;
Existência de registros de encaminhamentos e representações ao Ministério Público e à
autoridade judiciária.
Conselho Tutelar – CT
63
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Francisco, Novo Cruzeiro, Parque das Águas, Parque Ipanema, Planalto II, Taúbas, Tiradentes, Vale
do Sol, Veneza I, Veneza II, Vila Celeste, Vila Militar e Vista Alegre.
Na autoavaliação individual e coletiva realizada com os 10 conselheiros tutelares, foram
observadas as ―potencialidades e fragilidades‖ encontradas no órgão, conforme apontado na
pesquisa.
Autoavaliação individual
Potencialidades
Adequação do processo vigente no município para escolha dos membros do Conselho Tutelar;
Existência de registro atualizado e qualificado das entidades não governamentais e dos
programas de atendimento das entidades governamentais e não governamentais.
Fragilidades
Existência e adequação do Regimento Interno do CT;
Disponibilidade e adequação de espaço, equipamentos e materiais para a realização do trabalho
do CT;
Disponibilidade de pessoal técnico para assessoria ou apoio às atividades do CT;
Distribuição equitativa e coerente das tarefas e responsabilidades inerentes ao funcionamento do
CT entre o conjunto de conselheiros;
Existência de dados e informações organizadas e arquivadas sobre o histórico de atuação do CT
(resoluções, atas, planos elaborados no passado, etc.);
Comunicação atualizada ao CMDCA, Ministério Público e Poder Judiciário sobre a existência e o
registro das entidades não governamentais e de seus programas de atendimento, e dos
programas de atendimento governamentais;
Existência de registros circunstanciados dos casos de ameaças ou violações de direitos
atendidos nos últimos 12 meses;
Existência de registros circunstanciados dos casos atendidos em sistema informatizado (SIPIA ou
similar) nos últimos 12 meses;
Existência de registros e de controle da execução das medidas protetivas aplicadas pelo CT a
crianças, adolescentes, pais ou responsáveis, nos últimos 12 meses;
Existência de registros de encaminhamentos e representações ao Ministério Público e à
autoridade judiciária.
64
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Quanto aos indicadores encontradas no Conselho Tutelar, foi ―unânime‖ a resposta dos
conselheiros quando apontam que as maiores fragilidades encontradas estão relacionadas à
―inexistência de registros circunstanciados dos casos atendidos em sistema informatizado (SIPIA ou
similar) nos últimos 12 meses e da falta de comunicação atualizada ao CMDCA, Ministério Público e
Poder Judiciário sobre a existência e o registro das entidades não governamentais e de seus
programas de atendimento e dos programas de atendimento governamentais‖.
7- Violência Sexual
doméstica) distribuídas por faixa etária entre crianças e adolescentes no período de 2010 a 2013
podem ser observadas através dos seguintes valores:
Violência doméstica, sexual e/ ou outras violências por ano da notificação segundo idade detalhada
2011 2012 2013 2014 2015 Total
Menor de 01 ano 4 2 8 3 7 24
01 ano 2 2 3 2 4 13
02 anos 0 2 5 1 10 18
03 anos 3 2 4 3 5 17
04 anos 2 2 1 4 7 16
05 anos 0 2 8 8 5 23
06 anos 2 1 2 7 7 19
07 anos 3 3 3 4 7 20
08 anos 0 0 2 8 11 21
09 anos 3 2 7 8 6 26
10 anos 0 1 3 5 10 19
11 anos 2 2 8 5 12 29
12 anos 4 2 3 5 9 23
13 anos 4 4 7 8 19 42
14 anos 1 4 9 9 22 45
15 anos 3 3 9 16 22 53
16 anos 5 2 11 15 23 56
17 anos 1 3 10 18 25 57
18 anos 3 4 14 10 15 46
Total 42 43 117 139 226 567
66
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Notadamente percebe-se que o ato de denunciar torna a impunidade cada vez menor.
2015
Feminino Masculino Não Informado
0%
17%
83%
2016
Feminino Masculino Não informado
1%
19%
80%
2500
2038
2000
1358
1500
2015
2016
1000
607 572
516
296
500
0
Negra Ignorada Parda
Houve mais vinte vítimas de cor de pele amarela e quatro vítimas albinas nos anos de 2015 e
2016.
1400
1200 1081
1000
825 2015
760
800
2016
577 547 571
600
413 386
400 330
200 107 77
0
0 a 2 anos 3 a 5 anos 6 a 8 anos 9 a 11 anos 12 a 14 anos15 a 17 anos
Naturezas contra a dignidade sexual 2013 2014 2015 2016 TOTAL PERCENTUAL
Abuso sexual: 31
Suspeita de abuso sexual: 05
Ofensa sexual: 05
Exploração sexual: 06
Incesto: 01
Adolescente parturiente: 03
69
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
A estratégia de promoção da saúde no SUS traz aspectos que determinam o processo saúde
doença e as possibilidades de potencializar formas mais amplas de intervir em saúde.
O Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) atua de forma integrada às equipes de Saúde
da Família, Consultório na Rua e Programa Academia da Saúde, na proposta de promover a saúde
na atenção básica, onde vários projetos e atividades foram desenvolvidos com crianças e
adolescentes no ano de 2015, a saber:
No total, 1.312 crianças e adolescentes tiveram acesso aos ―grupos operativos‖ desenvolvidos
em Unidades de Saúde do município.
da Saúde e da Educação que tem como objetivo reforçar a prevenção da saúde dos alunos
brasileiros e construir uma cultura de paz nas escolas.
O PSE, numa integração e articulação permanente da educação e da saúde, visa às práticas
de promoção à saúde e prevenção de doenças e agravos na comunidade escolar, assim como
propicia enfrentamento de vulnerabilidades que comprometem o desenvolvimento de crianças e
jovens.
O município de Ipatinga fez adesão ao programa em Julho de 2013 através da parceria entre
as Secretarias de Educação e Saúde, visando práticas que vão desde o atendimento clínico dos
educandos, atendimento nutricional, atualização do calendário vacinal, saúde bucal e saúde ocular,
até a inclusão de atividades de educação em saúde – palestras educativas para alunos, pais e
professores, inclusive capacitação permanente aos profissionais das respectivas áreas.
A gestão do programa é centrada em ações compartilhadas e corresponsáveis, desenvolvidas
por meio dos Grupos de Trabalho Intersetoriais – GTIs (Secretarias de Saúde e de Educação) que
visam planejar e executar as ações realizadas coletivamente, de forma a atender às necessidades e
demandas locais.
Em Ipatinga o PSE alcançou bons resultados, mas também encontrou fatores dificultadores
no período de sua implementação – Julho de 2013 à Julho de 2015.
No período correspondente aos anos de sua execução, foram obtidos os seguintes
resultados:
PSE 2013/2014
Número de ações realizadas com educandos: 08, entre Chamada Nutricional (peso e altura e
Teste de Snellen) e Palestras (Cultura de Paz, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sexualidade e
Prevenção a DST e AIDS, Prevençaõ do Álcool e outras Drogas, Promoção da Alimentação
Saudável, etc)
Número de ações realizadas com educadores: 03 capacitações (Sexualidade, DST e AIDS,
Álcool e Drogas, Nutrição)
PSE 2014/2015
Número de ações realizadas com educandos: 08, entre Chamada Nutricional (peso e altura e
Teste de Snellen) e Palestras (Cultura de Paz, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sexualidade e
Prevenção a DST e AIDS, Prevenção do Álcool e outras Drogas, Promoção da Alimentação
Saudável, etc)
71
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Saúde Bucal
A Seção de Saúde Bucal (SESB) é o setor responsável pela prestação de atendimento
odontológico à população de Ipatinga. Através do Programa de Atenção à Saúde Bucal são
realizadas ações de promoção, proteção e recuperação da saúde bucal dos usuários.
A atenção básica, primeiro nível de atenção à saúde bucal, é ofertada pelas equipes de saúde
bucal na Estratégia de Saúde da Família (ESF) e pelas equipes convencionais. As equipes estão
inseridas em 15 Unidades de Saúde (UBS), dentre essas se inclui a Clínica do Bebê, 02 Clínicas
Integradas e 07 Escolas Públicas.
No Programa Saúde na Escola (PSE), as ações de Saúde Bucal realizadas são escovação
dental supervisionada com palestras educativas e avaliação da saúde bucal dos escolares. Esta
ação reflete o acesso à orientação para prevenção de doenças bucais, especificamente,
especificamente cáries e doença periodontal.
O gráfico abaixo demonstra a ampliação da ação de escovação dental supervisionada no ano
de 2015.
Escovações
1º Quadrimestre 2º Quadrimestre 3º Quadrimestre
7%
50%
43%
100000 94134
90000
80000
70000
60000 54318
50000 Escovações
36017 Ano
40000
30000
20000 12762
10000 2012 2013 2014 2015
0
1 2 3 4
No ano de 2015, foram avaliados 26.495 alunos e encontrado apenas 23,2% de alterações
bucais, com necessidade de tratamento odontológico.
Após a avaliação de saúde bucal, os escolares são convocados para realizarem o tratamento
odontológico na Unidade de Saúde ou Consultório da Escola de referência, sendo sete Escolas
Públicas que realizam o tratamento odontológico exclusivo para a população escolar.
Clínica do Bebê
O atendimento odontológico na Clínica do Bebê tem como finalidade a atenção à saúde bucal
de crianças de 0 a 3 anos e 11 meses. Crianças com idade até 5 anos e 11 meses não matriculadas
em escolas públicas ou creches também são atendidas na Clínica do Bebê. A busca ativa dos
pacientes para tratamento dá-se por triagens em creches cadastradas e cadastro na fila da Clínica
do Bebê.
73
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Imunização
A imunização é um conjunto de métodos terapêuticos com o objetivo de conferir resistência ao
organismo, ou seja, imunidade contra determinadas doenças.
O ano de 2015 caracterizou-se por um desabastecimento nacional de várias vacinas e soros
antivenenos, a saber: Hepatite A, Febre Amarela, Tetraviral, Tríplice bactéria (DTP), Hepatite B,
Vacina Antirrábica, Imunoglobulina Anti-Hepatite B e BCG.
AIDS
A AIDS é uma doença infecto parasitária causada pelo vírus da imunodeficiência humana
(HIV), que pode ser transmitido através de relações sexuais sem o uso de preservativos (inclusive
pelo sexo oral e anal), por transfusões de sangue contaminado, agulhas hipodérmicas e de mãe para
filho durante a gestação, parto ou amamentação. Ainda que não exista a cura ou vacina para a
doença, o tratamento antirretroviral pode retardar a propagação da doença e aumentar a expectativa
de vida da pessoa contaminada pelo vírus.
75
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Tuberculose
O Programa Municipal de Controle da Tuberculose tem como principais objetivos o
acompanhamento e tratamento dos pacientes com tuberculose de todas as formas, com
implementação das recomendações nacionais para o controle da doença.
Em 2015 nota-se uma redução no número de casos novos se comparados com o ano de
2014. A continuidade do processo de descentralização do atendimento deste agravo nas Unidades
de Saúde propicia o diagnóstico precoce da doença e a busca e investigação dos contatos.
Diversos fatores dificultam a erradicação dos vetores (Aedes aegypti e Aedes albopictus) que
transmitem a dengue, febre pelo Zika Vírus e a febre de Chikungunya: o crescimento desordenado
dos centros urbanos, a irregularidade do abastecimento de água, a coleta e o destino inadequado
dos resíduos sólidos, a acelerada expansão da indústria de materiais não biodegradáveis assim
como as condições climáticas agravadas pelo aquecimento global.
A globalização e facilidade em viajar pelo mundo e dentro do próprio Brasil também
contribuem para a e disseminação dos agentes etiológicos de várias doenças. Infere-se que a febre
pelo Zika Vírus foi introduzida no Brasil na ocasião da copa mundial de futebol em 2014, sediada
pelo Brasil. Essa situação impõe modelos de vigilância focados na identificação e gestão de riscos,
no diagnóstico e no tratamento precoce, principalmente em anos epidêmicos, de modo a evitar
mortes e sequelas.
Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), segue a distribuição
de casos residentes por faixa etária, no período de 2011 à 2016:
Observa-se que em 2016 foram notificados no município 469 casos de Zica Vírus em
crianças e adolescentes.
Em Ipatinga não houve casos de Chikungunyia na faixa etária de 0 a 17 anos em 2016 e nem
nos anos anteriores.
A Febre Amarela é uma doença infecciosa causada por um vírus e transmitida por mosquitos.
A infecção pode ser categorizada de duas formas: febre amarela urbana, quando é transmitida
pelo Aedes aegypti; ou febre amarela silvestre, quando transmitida pelo Haemagogus e Sabethe. Em
2017 apenas uma criança de 10 anos foi notificada com febre amarela.
Doenças Exantemáticas
77
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Coqueluche
Coqueluche por ano de notificação
Idade 2011 2012 2013 2014 2015 Total
De zero a 03 anos 1 12 18 10 1 42
Entre 04 e 07 anos 0 2 2 3 0 7
Entre 08 e 11 anos 0 0 2 3 0 5
Entre 12 e 15 anos 1 0 0 0 0 1
Entre 16 e 18 anos 0 1 0 0 0 1
Total 2 15 22 16 1 56
Ocorreu uma queda significativa do número de casos de 16 em 2014 para apenas 01 em
2015. Acredita-se que as alterações ocorridas no calendário vacinal, introduzindo a vacina DTPa
78
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
para grávidas, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, seja uma das ações responsáveis
pela queda principalmente em crianças abaixo de 2 meses.
Leptospirose
É uma doença infecciosa febril de início abrupto, podendo variar desde um processo
inaparente até formas graves, com alta letalidade. A fase precoce da doença quando leve, é
frequentemente diagnosticada como ―síndrome gripal‖. É causada pela bactéria do gênero
Leptospira, do qual se conhecem 14 espécies patogênicas, transmitida pela urina dos ratos.
A transmissão resulta da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, onde
ocorre a penetração do microorganismo através da pele com presença de lesões, ou da pele íntegra
imersa por longos períodos em água contaminada ou através de mucosas. O período de incubação
varia de 1 a 30 dias (média entre 5 e 14 dias).
79
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
80
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Meningite
Inflamação das membranas de recobrimento do encéfalo e/ou medula espinal constituída por
pia-máter, aracnoide e dura-máter. Infecções virais, bacterianas e fúngicas são as causas mais
comuns desta afecção, porém, hemorragia subaracnóidea, irritação química (meningite química),
afecções granulomatosas, afecções neoplásicas (MENINGITE CARCINOMATOSA) e outras
afecções inflamatórias podem produzir esta síndrome.
Esquistossomose
A esquistossomose, doença do caramujo, xistose, barriga d'água ou bilharzíase é uma doença
crônica causada por platelmintos parasitas e multicelulares do gênero Schistosoma.
São muitos os fatores envolvidos na determinação da emergência e reemergência de doenças
infecciosas. No caso da esquistossomose destacam-se os fatores biológicos como os relacionados
ao habitat, às mutações e adaptações de microrganismos e hospedeiros, à resposta imunológica do
hospedeiro e às adaptações bioecológicas de hospedeiros intermediários. Somam-se a esses, os
não menos importantes fatores relacionados à gestão política, ocupação do ambiente e alocação de
recursos financeiros. O Brasil reúne hoje importantes condições ecoepidemiológicas para a
reemergência da esquistossomose e aumento da prevalência de algumas formas graves como
mielorradiculopatia esquistossomótica, principalmente em áreas de baixa endemicidade. A expansão
de suas fronteiras atinge os meios urbanos e rurais, destinados ao trabalho ou ao lazer, com
comprometimento inclusive de setores de renda como o ecoturismo.
Saúde Mental
A Política de Saúde Mental, numa posição de corresponsabilidade, visa articular e dar apoio
no acompanhamento dos casos de Saúde Mental através de discussão e construção dos casos
clínicos, esclarecimentos de dúvidas quanto à medicação psiquiátrica, debate de questões práticas e
teóricas referentes à saúde mental, visando à criação de novas possibilidades de intervenções para
casos que se agravam ou se complicam.
A Política de Saúde Mental visa articular e dar apoio no acompanhamento dos casos de
Saúde Mental através de discussão e construção dos casos clínicos, esclarecimentos de dúvidas
quanto à medicação psiquiátrica, debate de questões práticas e teóricas referentes à saúde mental,
visando à criação de novas possibilidades de intervenções para casos que se agravam ou se
complicam.
Com o objetivo de garantir o acesso dos usuários ao serviço de saúde mental do município,
propõe-se uma reformulação da assistência na atenção primária à saúde, que articulada com a
atenção secundária e atenção terciária, garante os princípios da universalidade, integralidade e
equidade dos usuários.
População Prioritária
O público prioritário do Programa de Saúde Mental de Ipatinga são indivíduos considerados
acometidos por transtorno mental reconhecido e diagnosticado, onde haja intervenções terapêuticas
eficazes e reconhecidas pelas entidades e órgãos de classe, assim como garantidos pela
Constituição Federal e incluídos em protocolos terapêuticos, farmacológicos e não farmacológicos.
No que diz respeito à infância e adolescência, este público terá um programa de
acompanhamento especifico pela equipe do CAPS I, a saber:
Grupo prioritário
São casos que se encontram em situação de múltiplas vulnerabilidades, que demandam prioridade
absoluta de atendimento, exigem diagnóstico precoce e intervenções multiprofissionais e
intersetoriais, a fim de impedir que se agravem.
No terceiro quadrimestre de 2015 foi possível incrementar o atendimento do Núcleo de
Atenção em Saúde Mental da Criança e do Adolescente por meio da instrumentalização dos
profissionais da rede intersetorial, ampliação da equipe multidisciplinar e definição de um espaço
físico de trabalho exclusivo para o Núcleo, expandindo as possibilidades de intervenção como
grupos, oficinas terapêuticas, permanência dia, dentre outros.
Óbitos
O Ministério da Saúde implantou, a partir de 1976, um modelo único de Declaração de Óbito –
DO para ser utilizado em todo território nacional, como documento base do Sistema de Informações
83
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
sobre Mortalidade – SIM. Este documento além de ter uma função legal também serve de estatística
para estudos sobre a mortalidade, através da tabulação de dados digitados no sistema SIM. A partir
dos dados do SIM, pode-se analisar e planejar ações preventivas com base nas principais causas de
mortalidade.
O preenchimento da DO, segundo a legislação do país é ato exclusivo do profissional médico.
A tabela abaixo demonstra as principais causas de óbitos na faixa etária de 0 a 18 anos
residente em Ipatinga, no período de 2011 a 2015:
Em relação aos óbitos fetais e infantis, observa-se no período de 2014 e 2015 o seguinte:
40
30
20
2014
10 2015
0
2015
Óbitos
fetais Óbitos
infantis Neonatal 2014
precoce Neonatal
Tardio Pós
Neonatal
84
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
De 2015 (27óbitos) para 2014 (36 óbitos) houve uma queda acentuada de óbitos fetais. Em
relação aos óbitos infantis, em 2015 verifica-se o aumento de 2 óbitos em comparação a 2014.
Observa-se que 72,22% dos óbitos infantis aconteceram em neonatos de 0 a 27 dias e 27,78% em
crianças de 28 a 364 dias. A taxa de mortalidade infantil atingiu 10,73% em 2015 e 10,19% em 2014.
De acordo com Rouquayrol e Almeida Filho (2003, p.70, Epidemiologia & saúde. 6. ed. Rio de
Janeiro: MEDSI).
(....) Quanto melhor é o nível de saúde, tanto menor é a proporção de óbitos pós
neonatais, mais sensíveis às condições socioeconômico-ambientais, (....) a tendência segue na
direção do aumento progressivo de proporção de óbitos neonatais, cujas causas são de
controle mais difícil e complexo. Entre os óbitos neonatais citam-se causas perinatais,
anomalias congênitas ou de origem genética e outro. As doenças infecciosas são as causas
mais comuns de óbitos pós-neonatais... Estando seu controle mais associado à melhoria das
condições gerais de vida das populações do que os neonatais.
Em Ipatinga o Comitê Municipal de Prevenção de Óbito Materno-Infantil investiga, discute e
analisa os óbitos infantis, na perspectiva de trabalhar para a sua diminuição, mesmo sabendo do
desafio que é diminuir as taxas de óbitos neonatais.
Menos de 14 anos
8 8
2011
10
14 2012
5 2013
2014
2015
De 15 a 19 anos
345 378
2011
331 2012
353 2013
2014
377 2015
85
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Desnutrição infantil
Percentual de crianças menores de 5 anos desnutridas em relação ao total de crianças nesta
faixa etária.
2009 73 18.428
2011 76 16.038
SUÍCIDIOS
Segundo o instrutivo de Violência Interpessoal/Autoprovocada, considera lesão
autoprovocada ocorrida em ambos os sexos e em todas as idades, exceto em crianças menores de
10 anos.
IDADE: 10 A 19 ANOS
2010 01
2011 02
2012 05
2013 31
2014 71
2015 59
2016 89
2017 35
TOTAL 293
86
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9- Educação Básica
Total de Matrículas:
Creches: 1.936.335
Pré-escolas: 3.686.785
87
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Total de Matrículas:
Anos iniciais (1º ao 5º ano): 12.789.969
Anos finais (6º ao 9º ano): 10.570.965
Total de Matrículas:
Ensino médio (1º ao 3º ano): 7.025.847
Total de Matrículas:
Creches: 1.112.737 estudantes
Pré-escolas: 1.236.373 estudantes
Total de Matrículas:
Anos iniciais (1º ao 5º ano): 2.772.434 estudantes
Anos finais (6º ao 9º ano): 1.797.842 estudantes
Total de Matrículas:
Ensino médio (1º ao 3º ano): 1.050.303 estudantes
Quando o aluno reprova ou abandona os estudos por dois anos ou mais durante a trajetória
de escolarização, ele acaba repetindo uma mesma série. Na rede pública de ensino os índices de
distorção ainda são bem maiores do que na rede privada.
88
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Rede Pública
Anos Iniciais (1º ao 5º ano): 9 %
Anos finais (6º ao 9º ano): 21%
Ensino médio (1º ao 3º ano): 21%
Rede Privada
Anos Iniciais (1º ao 5º ano): 2 %
Anos finais (6º ao 9º ano): 3%
Ensino médio (1º ao 3º ano): 5%
Taxas de Rendimento
A quantidade de alunos que se encontram em cada uma das etapas escolares constitui a taxa
de rendimentos. Ao final de um ano letivo, alunos matriculados em escolas brasileiras podem ser
aprovados, reprovados ou abandonar os estudos.
Rede Pública
O ensino médio contou com 11,9% de reprovações e 6,3% de abandonos, enquanto os anos
finais tiveram 9,1% de reprovações e 1,3% de abandonos, sendo considerados índices altos se
comparados com os anos iniciais de reprovação (2,5%) e de abandono (0,2%). Os índices de
aprovação entre o ensino médio e os anos finais tiveram uma variação de 81,8% a 89,6%.
Rede Privada
Nos anos iniciais, o índice de reprovação foi de 0,4%, enquanto nos anos finais e ensino
médio ficou entre 4,0% e 4,8%; sendo assim, o índice de aprovação foi de 95% a 99,5% em todas as
etapas escolares. O índice de abandono (0,2%) ocorreu apenas no ensino médio.
Meta ODS: até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino primário e
secundário livre, equitativo e de qualidade, que conduza a resultados de aprendizagem relevantes e
eficazes.
Série Histórica de Ipatinga
2009 5,1
2011 5,4
2013 5,6
Meta ODS: até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino primário e
secundário livre, equitativo e de qualidade, que conduza a resultados de aprendizagem relevantes e
eficazes.
Série Histórica de Ipatinga
2009 4,3
2011 4,6
2013 4,5
2015 5,1
Meta ODS: até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino primário e
secundário livre, equitativo e de qualidade, que conduza a resultados de aprendizagem relevantes e
eficazes.
90
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Meta ODS: até 2030, garantir que todos os meninos e meninas tenham acesso a um
desenvolvimento de qualidade na primeira infância, cuidados e educação pré-escolar, de modo que
eles estejam prontos para o ensino primário.
Série Histórica de Ipatinga
Demanda atendida em creches
Matrículas efetuadas em creches sobre o total de inscritos (matrículas + demanda não
atendida).
Meta ODS: até 2030, garantir que todos os meninos e meninas tenham acesso a um
desenvolvimento de qualidade na primeira infância, cuidados e educação pré-escolar, de modo que
eles estejam prontos para o ensino primário.
Série Histórica de Ipatinga
12000
10000
8000
População na faixa etária de 5 a 8
6000
anos de idade
4000 Total de indivíduos de 5 até 8 anos
2000 (inclusive) plenamente alfabetizados
0
2010
2011
2012
2013
2014
Meta ODS: até 2030, garantir que todos os meninos e meninas tenham acesso a um
desenvolvimento de qualidade na primeira infância, cuidados e educação pré-escolar, de modo que
eles estejam prontos para o ensino primário.
91
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Período Número de matrículas efetuadas em creches Número total de inscritos em creches (matrículas efetuadas + vagas
municipais solicitadas)
Meta ODS: até 2030, aumentar substancialmente o número de jovens e adultos que tenham
habilidades relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego, trabalho
decente e empreendedorismo.
Série Histórica de Ipatinga
72.726
80.000
70.000
População até 19 anos
60.000
50.000
40.000 Total de indivíduos até 19
30.000 anos com ensino médio
4.648
concluído
20.000
10.000
0
2010
Meta ODS até 2030: garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades
necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da
educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos,
igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e não-violência, cidadania global, e
valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável.
2012 58 61
2013 58 61
2014 58 61
2015 64 65
Escolas públicas com esporte educacional no turno obrigatório
Evasão Escolar
A evasão escolar é um grande desafio para as escolas, os pais e para o sistema educacional.
As causas possíveis da evasão escolar no Brasil são variadas, podendo depender das condições
socioeconômicas, culturais, geográficas ou mesmo questões referentes aos encaminhamentos
didático-pedagógicos e a baixa qualidade do ensino nas escolas.
Em 2016 a Secretaria Municipal de Educação de Ipatinga apresentou os índices de evasão
escolar da rede municipal de ensino, conforme demonstram os gráficos.
Evasão Escolar
93
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Evasão e transferência
2016
Idade
0a5 3299
6 a 14 181
Os números dos alunos evadidos e transferidos de 2016 são parciais, até a data 30 de
setembro de 2016.
Matrículas
Sexo/Raça e Cor
Sexo Feminino: 1.598 matrículas Sexo Masculino: 1.869 matrículas
Não Declarada: 611 Não Declarada: 735
Branca: 447 Branca: 490
Preta: 67 Preta: 86
Parda: 460 Parda: 554
Amarela: 02 Amarela: 03
Indígena: 01 Indígena: 01
Total Geral: 3.457 matrículas
94
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Faixa Etária
Até 03 anos – 3.093
De 04 a 05 anos – 361
A partir de 06 anos – 02
Total Geral: 3.457 matrículas
Localização
Sexo/Raça e Cor
Faixa Etária
95
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Sexo/Raça e Cor
Sexo Masculino: 9.219 matrículas
Sexo Feminino: 8.407 matrículas
Não Declarada: 2.169 Não Declarada: 2.436
Branca: 2.281 Branca: 2.497
Preta: 263 Preta: 262
Parda: 3.675 Parda: 4.004
Amarela: 19 Amarela: 17
Indígena: 0 Indígena: 03
Total Geral: 17. 626 matrículas
Faixa Etária
6º Ano ao 9º Ano
Rede Municipal – 5.792
Rede Estadual – 6.640
Rede Privada – 2.145
Total: 14.577 matrículas
96
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Sexo/Raça e Cor
Faixa Etária
Até 10 anos – 243
De 11 a 14 anos – 12.863
De 15 a 17 anos – 1.438
De 18 a 19 anos - 33
Total Geral – 14.577 matrículas
Tempo Parcial
Escolas Municipais – 4.474
Escolas Estaduais – 6.408
Escolas Privadas – 2.128
Total: 13.010 matrículas
Total Geral: 14.577 matrículas
Faixa Etária
Até 14 anos – 296
De 15 a 17 anos – 8.377
De 18 a 19 anos - 838
Total Geral – 9.511 matrículas
97
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Sexo/Raça e Cor
Sexo Feminino: 5.056 matrículas
Notas:
Em todos os ciclos de ensino infantil, fundamental e médio o mesmo aluno pode ter mais de uma
matrícula, mas não inclui matrículas em turmas de Atendimento Complementar e Atendimento
Educacional Especializado – AEE;
O total dos anos iniciais do Ensino Fundamental inclui matrículas em turmas de 1ª a 4ª série de 8
anos e do 1º ao 5º ano de 9 anos do Ensino Regular;
Nas turmas do ensino médio inclui matrículas no Ensino Médio Propedêutico, Normal/Magistério
e Curso Técnico Integrado (Ensino Médio Integrado) de Ensino Regular;
A faixa etária é calculada considerando a idade do aluno na data de referência do Censo Escolar.
Considera-se tempo integral os alunos que estão em turmas presenciais com 7 ou mais horas de
duração e os que estão em turmas presenciais;
Considera-se tempo parcial os alunos que não estão em turmas presenciais com 7 ou mais horas
de duração e/ou os alunos de turmas à distância (EAD).
A Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais, por meio do Centro Integrado
de Informações de Defesa Social (CINDS), apresentou quantitativos de Registros de Eventos de
Defesa Social (REDS) de autores, coautores e suspeitos, na faixa etária de 0 a 17 anos, de infrações
ocorridas em Ipatinga entre janeiro de 2013 a dezembro de 2016.
98
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL VARIAÇÃO
ANUAL
2013 94 83 154 176 114 130 142 128 147 152 144 134 1598 -
2014 174 157 166 141 113 125 135 171 159 138 203 169 1851 -13,67%
2015 133 147 181 188 145 124 121 149 212 188 159 152 1899 -2,53%
2016 176 180 187 198 148 207 185 167 186 111 143 136 2024 -6,18%
Notas: (1) 20,8% de todos os registros de Ipatinga tiveram autores identificados; (2) 99,41%
dos registros com autores identificados tiveram idade informada.
Infrações Consumadas
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL VARIAÇÃO
ANUAL
2013 81 70 134 139 121 91 135 118 133 138 133 120 1413 -
2014 152 145 137 122 99 103 103 144 144 125 173 140 1587 -10,96%
2015 122 131 164 165 125 114 109 145 191 164 145 147 1722 -7,84%
2016 164 169 172 172 140 199 174 149 177 101 135 122 1874 -8,11%
Notas: (1) 21,9% de todos os registros de infrações consumadas de Ipatinga tiveram autores
identificados; (2) 99,36% dos registros de infrações consumadas com autores identificados tiveram
idade informada.
Infrações tentadas
ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL VARIAÇÃO
ANUAL
2013 13 13 20 37 23 9 7 10 14 14 11 14 185 -
2014 22 12 29 19 14 22 32 27 15 13 30 29 264 -29,92%
2015 11 16 17 23 20 10 12 4 21 24 14 5 177 49,15%
2016 12 11 15 26 8 8 11 18 9 10 8 14 150 18,00%
Notas: (1) 54% de todos os registros de infrações tentadas de Ipatinga tiveram autores
identificados; (2) 100,0% dos registros de infrações tentadas com autores identificados tiveram idade
informada.
A tabela a seguir aponta a distribuição anual de 25 infrações consumadas em Ipatinga, com
maior número de autores, coautores e suspeitos.
99
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Notas: (1) 21,9% de todos os registros de infrações consumadas de Ipatinga tiveram autores
identificados; (2) 99,36% dos registros de infrações consumadas com autores identificados tiveram
idade informada.
Observa-se que o tráfico de drogas está cada vez mais aliciando crianças e adolescentes
para o crime, como também o consumo de drogas é crescente entre o público infanto-juvenil.
0
2013 2014 2015 2016
100
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
A Polícia Militar de Minas Gerais, através do 14º BPM de Ipatinga apresentou os registros de
ocorrências DE ATOS INFRACIONAIS do período de 2011 a 2016, com a distribuição de casos de
crianças e adolescentes de 0 a 17 anos apontados como autores, segundo sua evolução mensal,
faixa etária, sexo e tipos de atos infracionais.
Evolução Mensal
No referido período, os meses de março, abril e novembro foram os que mais registraram atos
infracionais, sendo que o mês de março se destacou com o maior número de atos infracionais
cometidos no período.
No período de 2014 a 2016, o número de atos infracionais praticados por crianças até 11 anos
cresceu em relação aos três anos anteriores, sendo que em 2015 houve o maior número de
ocorrências entre meninos. Quanto às meninas, o ano de 2016, apresentou o menor índice de
prática de atos em relação aos períodos anteriores.
101
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
0 10 20 30 40 50 60
2016 75
256
2015 67
303
2014 63
346 Feminino
2013 74
240 Masculino
2012 70
283
2011 83
278
102
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
2016
2015
2014
Feminino
2013 Masculino
2012
2011
1. Crime contra o patrimônio: envolve roubo, furto, receptação e dano. Destaca-se que no ano
de 2016 todos eles tiveram um aumento em suas ocorrências em relação aos períodos
anteriores, com exceção do furto, que em 2011 foi o ano com maior número de casos registrados.
Outros crimes dessa natureza somaram 94 no período.
2. Crimes contra a pessoa: destaca-se o homicídio, lesão corporal e ameaça. O homicídio teve
um crescimento contínuo de 2011 a 2014, ano este com maior número de registros, quando se
verifica uma redução abrupta de ocorrências em 2015 e 2016. Em 2011 e 2012 a Polícia Militar
registrou o maior número de crimes de lesão corporal e em 2016 o crime de ameaça alcançou o
seu maior número de registros. Outros crimes dessa natureza somaram 761 no período.
3. Crime contra a honra: somaram 22 crimes de calúnia, difamação e injúria, sendo o crime de
injúria com maior número de ocorrências no período.
4. Crimes contra a saúde pública: é considerado nas ocorrências da Polícia Militar o tráfico de
entorpecentes e o porte de entorpecentes para uso próprio. O tráfico de entorpecentes, em 2014,
teve o maior número de registros, com razoável queda do número de ocorrências em 2015 e
2016, mas que ainda ultrapassou os registros dos anos de 2011 a 2013. Quanto ao porte de
entorpecentes para o uso próprio, verifica-se que em 2015 ocorreu o maior número de registros.
Outros crimes dessa natureza somaram-se 55 no período.
5. Outros crimes: Os crimes de porte ilegal de armas de fogo/acessório/munição de uso
somaram 231 crimes e posse ilegal de armas de fogo/acessório/munição de uso somaram 75
ocorrências no período, enquanto o porte ilegal de arma branca somou 12 ocorrências apenas no
ano de 2012. Os crimes de desacato tiveram registros a partir de 2014, com evolução nos dois
anos seguintes, sendo que os crimes de desobediência foram registrados apenas em 2014 e
2016, num total de 89 ocorrências. Os demais crimes dessa natureza somaram 1.857 no período
equivalente entre 2011 a 2016.
103
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
A Polícia Militar de Ipatinga apontou os 10 bairros com maior número de ocorrências de atos
infracionais no período de 2011 a 2016, onde o Centro foi o bairro com o maior número de registros
em todos os anos, ficando atrás do Canaã apenas em 2012.
Nº Ocorrências
Iguaçu 448
Esperança 527
Bom Jardim 550
Jardim Panorama 576
Cidade Nobre 599
670 Nº Ocorrências
Veneza
Vila Celeste 757
Bethânia 861
Canaã 1176
Centro 1456
Fica vivo!
104
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Dados Históricos
2013 620
2014 519
2015 441
2016 273
2013 8.481
2014 6.721
2015 5.604
2016 3.500
Bairro Bethânia
Ressaltamos que, desde a implantação do Programa no município, o número de homicídios
no bairro tem reduzido em razão das ações de Proteção Social e Intervenção Estratégica em
parceria com as Políticas Públicas, Sistema de Justiça e Defesa do município.
PROERD
Desenvolver nos jovens estudantes habilidades que lhes permitam evitar influências negativas
em questões afetas às drogas e violência, promovendo os fatores de proteção.
Estabelecer relações positivas entre alunos e policiais militares, professores, pais, responsáveis
legais e outros líderes da comunidade escolar.
105
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
O PROERD trabalha com 04 currículos, sendo: Educação Infantil (pré-escolar ao 4º ano: base
introdutória do Programa); 5º ano (foco principal); 7º ano (complementação do currículo do 5º ano) e
Pais (trabalho de orientação aos pais sobre as consequências e como lidar com a situação das
drogas e da violência). Com exceção do Currículo Infantil, os alunos são auxiliados por uma cartilha
durante os encontros semanais e, ao final do Programa, os participantes recebem o certificado de
participação.
Os efeitos do Programa se manifestam a médio e longo prazo.
A Polícia Militar ainda não possui instrumentos para mensurar a eficácia do PROERD, mas a
participação e a aceitação dos alunos assim como o retorno dos pais e educandários foram
considerados positivos.
Foram contemplados no ano de 2016 com o PROERD 63 escolas dos municípios de Ipatinga,
Santana do Paraíso, Bugre, Ipaba, Iapu, Mesquita, Joanésia e Belo Oriente.
Conselho Tutelar
O Conselho Tutelar, regional I e II, no período de janeiro a novembro de 2016, teve 620
registros de violações de direitos e 711 requisições em serviços públicos, conforme apresenta tabela
a abaixo:
Nº Violações
Infrequência escolar 127 Abandono 6
Negligência 81 Abandono de incapaz 5
Conflitos familiares 77 Trabalho Infantil 5
Outros 73 Situação de rua 5
Violência física e psicológica 64 Abandono intelectual 4
Uso de entorpecentes 35 Espancamento 3
Maus tratos 15 Adolescente em trânsito 3
Institucionalização 13 Parturiente em situação de rua 2
Tráfico de drogas/ameaças 12 Risco de vida 2
Rompimento e fragilização de vínculos 11 Suspeita de envenenamento 1
106
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
distribuídas, compondo a ―rotina institucional‖, a qual prevê ações dentro e fora do espaço físico da
unidade.
No atual universo de 60 adolescentes do sexo masculino acautelados no CSE, 80% possuem
entre 15 e 18 anos, sendo 20% os que possuem entre 14 e 15 anos. A procedência de 70% dos
adolescentes e jovens acautelados são de Ipatinga, 15 % de Coronel Fabriciano e os 15% restantes
pertencem a maioria à Timóteo e Itabira, mas o serviço atende a todo o Colar Metropolitano.
Em relação aos bairros de procedência dos adolescentes, a maior incidência está no
Bethânia, Veneza, Caravelas, Bom Jardim, Limoeiro e Vila Celeste. Em 2015, 63% das famílias dos
adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa tinham renda entre 01 e 03 salários
mínimos e apenas 13% das famílias tinham renda de 04 salários mínimos ou mais.
Quanto à escolaridade, há adolescentes desde o 3º ano do Ensino Fundamental até o 1º ano
do Ensino Médio, e as maiores turmas são do 6º, 7º, 8º e 9º ano. Alguns adolescentes e jovens
possuem a defasagem idade/série de forma mais acentuada, sendo necessário um trabalho mais
minucioso e individual para atendê-los. A grande maioria dos adolescentes, quando chegam ao CSE,
estão fora da escola por não conseguirem permanecer ou vincular-se à instituição, e não pela oferta
de vagas.
No que diz respeito à saúde, o CSE busca fortalecer e garantir parcerias com a rede de
atendimento, realizando grupos operativos e discutindo temas sobre a sexualidade, DST e/ou outras
orientações. Garantir assistência em saúde para os adolescentes (minimizando a espera de
consultas especializadas e procedimentos) e fazer busca ativa para prevenção de problemas
odontológicos também são demandas que o CSE vem fomentando com a rede pública de saúde do
município.
Em 2016, o Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo de Ipatinga apontou
que, no campo da profissionalização, as áreas de interesse dos adolescentes tanto na oferta de
vagas quanto nos cursos de profissionalização podem não encontrar um alinhamento, uma atração
ou equilíbrio, uma vez que grande parte dos cursos não apresenta conteúdo e linguagem
pedagógicos capazes de atrair ou motivar os adolescentes, principalmente quando a oferta carrega
uma penalização. Contudo, esse anseio por ofertas de trabalho mais qualificadas esbarra na
precária escolarização do adolescente e impõe barreiras nas seleções e entrevistas de emprego,
não atendendo aos critérios exigidos pelas empresas.
Segundo o CSE, não é realizado o acompanhamento após o cumprimento da medida
socioeducativa com os adolescentes, contudo, consideram ―necessário‖ o acompanhamento
contínuo dos adolescentes desligados.
Percebe-se que uma das maiores dificuldades encontradas pelo serviço é a atuação da rede
socioassistencial na doutrina da proteção integral e especial à criança e adolescente, já que ela se
apresenta frágil e com pouca capacidade de resposta à promoção e inclusão do adolescente que
cumpriu medida socioeducativa. Mas é possível refletir também que as famílias dos adolescentes, na
sua maioria, em situação de vulnerabilidade social, apresentam dificuldades e pouco instrumental
para lidar com os problemas e conflitos trazidos pelos filhos e, portanto, não conseguem exercer a
sua função protetiva necessária para apoiar o adolescente durante o cumprimento da medida.
107
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Desafios encontrados
108
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
É importante destacar que a adolescência é uma etapa da vida crucial para o uso de drogas,
seja por curiosidade, seja como uso ocasional, indevido ou abusivo. Neste processo, existem dois
fatores: um que converge para a construção das circunstâncias de uso abusivo, que são os fatores
de risco e outros que colaboram para que o indivíduo, mesmo tendo contato com as drogas, tem
condições de se proteger. Os fatores de proteção podem diminuir a probabilidade de que o
adolescente possa vir a se envolver com o uso de drogas. Cabe ressaltar que nenhum dos dois
fatores determina o aparecimento de mudança de comportamento ou patologia, e sim, interfere no
aumento ou diminuição da probabilidade de ocorrência do fato. Quanto mais cedo e maior o tempo
de exposição dos menores aos fatores de risco, maior a probabilidade do uso de drogas. Da mesma
forma, quanto mais precoce a criança ou adolescente inicia o uso de uma determinada substância,
maior a propensão de tornar-se dependente dela. As drogas estimulam a ação dopaminérgica no
cérebro, levando a prejuízos cognitivos e de aprendizagem, além de poderem desenvolver distúrbios
psiquiátricos aumentados.
Por outro lado, os fatores de proteção são reconhecidos como capazes de prevenir e afastar o
jovem desse contexto e, como exemplo, pode-se dizer que a pressão que os grupos de pares
exercem sobre o jovem deve ser equilibrada com adequado vínculo entre pais e filhos. Sabe-se que
um ambiente familiar harmônico e funcional aproxima as pessoas, tornando os relacionamentos mais
saudáveis, tendo implicações positivas na saúde física e psicológica dos membros. Como fatores
protetores temos o bom relacionamento e vínculo familiar, envolvimento em atividades acadêmicas,
culturais, esportes, práticas religiosas, facilidade de acesso a serviços de saúde, orientação e
ambiente favorável ao autoconhecimento e expressão dos sentimentos, contrários aos fatores de
risco.
Os fatores de risco são divididos em dois grupos: os endógenos, referentes à genética, à
personalidade, psicopatologias, baixa autoestima, falta de estímulo de vida e a procura por
sensações de prazer e curiosidade. E existem os fatores influenciados pelo meio social do indivíduo
como fácil acesso às drogas, ambiente violento, baixas condições socioeconômicas, falta de vínculo
familiar e baixa adesão a atividades religiosas e escolares.
O uso de drogas desempenha um papel crucial junto à criminalidade, à violência doméstica,
gravidez na adolescência, prostituição e evasão escolar, índices que têm se mostrado crescentes e
alarmantes no município de Ipatinga.
Como fatores socioeconômicos e culturais que contribuem para o uso de drogas temos: a
pobreza, o desemprego, o subemprego, o trabalho em condições precárias ou situações de
isolamento social, podendo ocorrer em comunidades e famílias. Esses fatores podem favorecer o
envolvimento de adultos, crianças e adolescentes com as drogas.
Durante o processo de diagnóstico no município de Ipatinga, a pesquisa identificou um
número elevado e crescente de famílias vivendo em situações de extrema pobreza, desempregadas
e sem perspectivas de trabalho, vivendo de auxílios e programas sociais de assistência.
Outra situação verificada é que muitos adolescentes não encontram oportunidades ou não
reúnem condições financeiras para exercitar seu protagonismo e canalizar sua energia para realizar
projetos nas comunidades em que vivem. Este é um período da vida muito importante para o
ingresso do jovem no mundo adulto, definindo suas características de personalidade, preferências,
109
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
seus projetos de futuro pessoal e profissional. Porém ao se ver sem perspectivas de futuro e sem
possibilidades de realizações, as substâncias químicas podem surgir, então, como formas de baixo
custo e fácil acesso para a afirmação da identidade pessoal e superação de tensões internas e
externas.
Além disso, os modelos de comportamento e identidade propagados pela mídia reforçam a
cultura da aparência, do prazer e do consumo como formas de ser bem-sucedidas. O adolescente é
estimulado a agir como todo mundo: beber socialmente ou usar drogas para relaxar, perder a timidez
ou fugir do sofrimento. O uso do álcool é muitas vezes tolerado pelas famílias e seu risco
minimizado, apesar das pesquisas o apontarem como porta de entrada para outras drogas, uma vez
que seu uso é descriminalizado e rotineiro em muitas famílias e contextos sociais. Muitos rituais,
baladas e festas em casas noturnas se transformam em ambientes de liberação momentânea das
regras societárias e criam, inadvertida ou propositadamente, espaços para o envolvimento de
adolescentes no consumo e tráfico de drogas.
Dentre os fatores pessoais e familiares verificamos que o adolescente quer ter a liberdade
para tomar decisões, ser aceito, ter sucesso e popularidade entre seus pares. Nessa fase, é comum
o gosto pela aventura e o prazer de satisfazer curiosidades, correr riscos e transgredir. Substâncias
químicas podem se tornar elementos que favorecem o enfrentamento dos riscos e tensões inerentes
à realização desses desejos. Além disso, envolvimentos afetivos frustrados (rompimentos de
amizades, decepções amorosas, etc.) podem gerar baixa autoestima e favorecer o consumo de
drogas. Os transtornos de cunho psiquiátrico como depressão, bulimia, variações de atenção e
humor também podem predispor ao consumo de drogas.
Muitas crianças e adolescentes convivem ainda com um histórico familiar de uso e abuso de
álcool ou de substâncias psicoativas, que podem gerar predisposição para o consumo. Um fator que
torna complexa a influência do álcool na dinâmica familiar e dificulta o controle e a prevenção dos
seus efeitos negativos é o caráter lícito dessa substância, que está integrada no dia a dia das
famílias (em festas, momentos de diversão e lazer, etc.) de forma naturalizada. É muito comum, em
nossa cultura, o uso de bebidas após um dia cansativo de trabalho como forma de aliviar tensões,
como acontecem em reuniões, confraternizações, comemorações, entre outros, e assim o
adolescente cresce num ambiente onde esse consumo se torna normal. Este fato aliado à
curiosidade e a falta de limites característicos da idade se transformam em gatilho para o abuso da
substância e da busca por novas experiências induzindo à dependência química.
Os traumas e sequelas derivadas de violência doméstica ou abuso físico e sexual sofridos
podem gerar baixa autoestima e favorecer o consumo de drogas, assim como situações de
desagregação ou conflitos nas famílias. Dessa forma, o tipo de formação familiar não é visto como
fator de risco, mas a maneira de se relacionar da família. A falta de diálogo e a convivência saudável
com os familiares ou responsáveis é um importante componente do conjunto de fatores que
favorecem a ocorrência do fenômeno. O uso de drogas pode ser desencadeado pela ausência de
vínculos afetivos (inicialmente na família e depois também na sociedade) que ajudam as crianças e
os adolescentes a adquirirem confiança para se expressarem, se sentirem reconhecidas em suas
peculiaridades e aprenderem a respeitar seus limites.
110
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Além dos fatores já citados, percebeu-se alguns fatores ligados à fragilidade ou à falta de
integração das políticas públicas como: a ausência ou despreparo de profissionais dos sistemas de
saúde, assistência, segurança e justiça com conhecimentos básicos ou especializados sobre o
problema, reduzindo as chances de enfrentamento bem-sucedido e a prevenção. Experiências de
frustrações, fracassos ou humilhações sofridos na escola também podem favorecer o envolvimento
com álcool e drogas. A ausência ou fragilidade de programas escolares voltados à promoção da paz,
evitando a prática do bullying e cyberbullying muito difundida e praticada nos dias atuais e à
prevenção do consumo de drogas é parte importante do problema.
O desconhecimento dos efeitos nocivos do uso de drogas é um fator agravante. Embora a
simples divulgação de informações tenha pouca capacidade de conter o problema, programas
preventivos necessitam do apoio de campanhas de informação cada vez mais qualificadas, levando-
os a refletir sobre os fatores que levam ao ingresso neste universo e suas consequências.
A fragilidade dos aparatos de segurança e justiça para controlar o consumo, combater o
tráfico de drogas e distinguir o usuário do traficante agrava o problema. Muitas instituições da rede
de proteção especial não estão adequadamente preparadas para identificar sinais de consumo,
realizar abordagem técnica e afetiva competente, acolher, escutar e promover a adesão de crianças
e adolescentes envolvidos com drogas nos programas de atendimento.
A maioria das escolas e programas sociais não está adequadamente capacitada para ajudar o
adolescente a definir objetivos, construir projetos de vida, lidar com dificuldades e aproveitar
oportunidades para exercitar seu protagonismo de forma saudável e criativa assim como para
desenvolver a cultura da paz.
112
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
aprimoramento qualitativo da educação básica pública para acolher e oferecer ensino de qualidade a
essa população.
Uma causa frequente de evasão escolar tem sido o desinteresse dos alunos pela escola e
isso pôde ser observado nas pesquisas com os adolescentes do município. A disposição para o
aprendizado depende da mobilização intelectual e afetiva do aluno e da existência de condições
pedagógicas que a promovam. O mergulho na atividade de aprendizagem precisa ser animado por
um desejo. Para que queiram permanecer e consigam aprender na escola, as crianças e os
adolescentes precisam conferir sentido ao processo educacional. Escolas sem estrutura e
profissionais sem formação adequada; e, suficientemente satisfeitos com o trabalho, não
conseguirão tornar o ambiente atrativo e agradável para motivar os alunos. Alguns educadores e
profissionais que atuam na educação escolar tendem a buscar as causas do fracasso escolar no
meio socioeconômico externo à escola ou em fragilidades dos próprios alunos e suas famílias,
subestimando a influência das próprias práticas escolares na geração do fracasso ou do sucesso
escolar. A culpabilização das crianças/adolescentes ou suas famílias pela evasão ou fracasso
escolar impede que se busquem mudanças na forma de atuação dos educadores e das escolas.
Modos de conduta ou padrões internos de relacionamento estigmatizantes ou geradores de
discriminação (bullying) podem fazer com que os alunos desenvolvam resistência à aprendizagem
como mecanismo de autodefesa e preservação de identidade. A recusa a aprender acontece quando
a pessoa é rotulada como incapaz, quando é muito grande o medo de fracassar ou quando a criança
ou adolescente não consegue compreender que certo grau de fracasso é sempre inerente ao
processo de aprendizagem. Além disso, o bullying pode ser realizado de diversas formas e com
vários conteúdos, dentre eles os apelidos sobre características físicas, comportamentos específicos,
exposição da intimidade da vítima, entre outros. Atitudes como estas vêm sendo cada vez mais
frequentes nas escolas, contribuindo assim para o aumento da evasão escolar.
Na pesquisa realizada com adolescentes nas escolas e nas famílias, verificou-se que muitos
relataram sofrer com essas práticas vindas de colegas de classe, amigos, professores e até diretores
de escola. Cabe ainda ressaltar que esse tipo de prática traz grande sofrimento à vítima, podendo
acarretar transtornos psicológicos como a ansiedade e depressão, aumentando ainda outro índice
preocupante: o de suicídio de crianças e adolescentes.
113
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
barreiras na notificação serão mais acentuadas na medida em que os atos autodestrutivos serão
negados ou até escondidos pela família, devido a sentimentos de culpa e/ou vergonha. Muitas vezes
os próprios órgãos desconsideram a hipótese para crianças abaixo de 10 anos de idade, embora
psiquiatras e psicólogos atualmente afirmem que crianças de aproximadamente 8 anos já seriam
capazes de entender suas emoções, compreender a morte e assim, atentar contra a própria vida.
Cada sujeito é único e possui particularidades no seu processo de desenvolvimento, portanto, esta
avaliação deve ser feita de maneira criteriosa considerando todos os aspectos envolvidos no
processo.
As crianças de hoje estão sobrecarregadas de atividades e informações. Existe uma cobrança
social muito grande para que elas sejam bem-sucedidas. Nossa cultura capitalista leva a um
consumo desenfreado, constante e competitivo e desde muito cedo as crianças são expostas a esse
padrão. Atualmente a exposição da vida privada nas mídias sociais também contribui para uma
necessidade de se apresentar sempre bons resultados, boa aparência, conquistas e padrões ideais
a serem seguidos em todos os aspectos - pessoais, profissionais e comportamentais. Quando não
correspondem às expectativas impostas sobre elas ou às suas próprias, estas crianças e
adolescentes sentem-se frustradas, fracassadas e deprimidas. O problema se agrava dia a dia até
chegar ao insuportável. O sofrimento fica tão intenso que a vida perde o sentido. A criança e o
adolescente têm uma visão imediatista das coisas e, portanto, se algo não vai bem, muitas vezes
eles não conseguem, por si sós, ter paciência de suportar a dificuldade nem aguardar a mudança de
cenário. Essa é uma atitude aprendida e este aprendizado deve ser estimulado no público infanto-
juvenil. Este público precisa aprender a se frustrar e entender que esse é um processo natural da
vida, que novas oportunidades virão e que algumas vezes é necessário uma mudança de atitude
para se obter diferentes resultados sendo que outras coisas não dependerão dele, pois nem tudo
está sob seu controle.
Apesar disso, esse fator social/cultural não é o único a influenciar comportamentos suicidas. O
suicídio é um fenômeno de causa múltipla e está totalmente ligado às doenças mentais. Cerca de
90% dos casos tem associação com transtornos psiquiátricos. Depressão e transtorno bipolar do
humor são os quadros mais associados às tentativas de suicídio. Nesse público, a impulsividade e o
acesso aos meios favorecem o comportamento suicida. O suicídio pode também ser desencadeado
devido às dificuldades que as crianças e adolescentes têm em lidarem com algumas situações
específicas como o bullying, a perda de uma pessoa querida, os problemas de aceitação pelos
grupos sociais, a rejeição por parte dos pais ou amigos, as dificuldades no aprendizado escolar e até
a separação dos pais podem trazer consequências emocionais graves que resultem nesse tipo de
comportamento.
O comportamento suicida se apresenta em três fases. A primeira é a ideação, quando a
pessoa começa a pensar na ideia de colocar um fim no sofrimento. A segunda é o planejamento,
quando ela realmente pensa em como pode fazer como pular de um lugar alto, por exemplo, e a
terceira é a idealização, o ato propriamente dito. Durante estas etapas, a pessoa geralmente diz ou
deixa pistas. A pessoa pode falar que quer morrer, que não quer sair mais da cama, que deseja não
acordar mais ou expressar este sentimento por meio de um desenho. É por isso que se torna
necessário e urgente acabar com o mito de que alguém que fala que vai se matar não se mata. Esse
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
já é um pedido de socorro. Se os pais ou a pessoa a quem ela fez o pedido não percebem e não
tentam ajudá-la, o autoextermínio se concretiza.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, 90% dos casos de suicídio poderiam ser evitados,
portanto, é importante prevenir. O primeiro passo seria acabar com o tabu que ainda envolve o tema.
As pessoas têm dificuldade em falar sobre isso e a informação não circula, não chega a quem
precisa. Precisamos conscientizar a população sobre a realidade do suicídio. Depois, é necessário o
acolhimento para entender o sofrimento da criança ou adolescente, observando seu estado
emocional e tentando ajudá-la. Caso as mudanças no comportamento persistam, o ideal é levar a
criança ou adolescente a um especialista.
De acordo com o exposto, na adolescência observam-se comportamentos de risco que se
originam da necessidade de experimentar o novo e desafiar o perigo. Impulsionado pelo mito da
indestrutibilidade, o jovem pode acreditar que nenhum mal lhe acontecerá e que dará conta de
controlar tudo. Nesse contexto, surgem as ―brincadeiras‖, ―jogos‖ e ―desafios‖ perigosos. Essas
atividades perigosas, consideradas brincadeiras ―arriscadas‖ sempre existiram, e fazem parte da
natureza da criança descobrir-se, descobrir o mundo e seus limites e, para tanto, elas criam formas
de testá-los e colocá-los à prova. Há muitos anos existem crianças e adolescentes que ―pegam
carona‖ em trens ou ônibus, colocando suas vidas em risco. Sobem e penduram-se em galhos de
árvores extremamente altos, descem ladeiras com carrinhos de rolimã, skate ou bicicletas, correndo
o risco de acidentar gravemente. Com o advento da modernidade, com o uso das tecnologias e a
globalização, esses comportamentos de risco tomaram novos aspectos como também sofrem
influências de outras culturas.
Atualmente temos visto relatos e reportagens acerca de diversos ―jogos‖ praticados por
crianças e adolescentes que colocam suas vidas em risco e que vêm sendo disseminados
principalmente nas escolas e redes sociais. Dentre estes podemos destacar: ―jogo da asfixia ou
desmaio‖, ―desafio da canela‖, ―desafio da cerveja ou outra bebida alcóolica‖, ―desafio do spray‖ e o
―jogo da baleia azul‖. Apesar de se apresentarem sob a sombra do aspecto lúdico e natural de
―brincadeiras‖, não podemos deixar de observar que são práticas violentas que podem causar
dependência e constituir perigo real, sendo potencialmente fatais. Portanto, as denominações ―jogos‖
e ―brincadeiras‖ sequer deveriam ser utilizadas para designar esses comportamentos uma vez que
minimiza seus riscos. Tais ―desafios‖ vêm sendo realizados inclusive em ambientes virtuais onde são
formados grupos para se executar as ―tarefas‖, que por sua vez são transmitidas online ou filmadas e
compartilhadas posteriormente.
Dentro desse contexto, atualmente o chamado ―jogo da baleia azul‖ consiste numa série de
―desafios‖ que são propostos aos jovens participantes. A cada etapa o jovem deve realizar uma
tarefa autolesiva, danosa a si ou a outras pessoas, seguindo ordens de um ―tutor ou curador‖. Ao
final, a última tarefa seria o autoextermínio. Já foram divulgados diversos casos de suicídio no Brasil,
cuja relação com o ―jogo baleia azul‖ ainda está sendo investigada. Embora não se tenha
conhecimento de casos registrados em Ipatinga no período deste diagnóstico, o fato de ser um
fenômeno que está acontecendo em vários Estados com envolvimento de muitos adolescentes sob o
risco iminente de suicídios em massa, requer uma atenção especial. Os pais devem estar
especialmente atentos a sinais de isolamento dos filhos, à falta de prazer na realização de atividades
116
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
que anteriormente gostavam de praticar, ter conhecimento das pessoas com quem eles se
relacionam, mesmo que pela internet, e procurar manter computadores em áreas comuns da casa,
evitando o acesso a conteúdos inapropriados e comportamentos de risco.
Uma vez que ainda são muito tímidos os trabalhos desempenhados pelo município em torno
desse tema, inclusive em nível de pesquisas qualitativas e quantitativas, é emergente a necessidade
de realizar ações com a finalidade de identificar situações e grupos de risco a fim de realizar
intervenções preventivas, desmistificando o tema suicídio e levando ao conhecimento do público os
riscos e formas de prevenção do autoextermínio e envolvimento de crianças e adolescentes com
atividades perigosas.
117
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
segura de realizar uma prática remunerada que lhes possibilitem o acesso a cursos extracurriculares
e de formação técnica ou superior, ampliando suas perspectivas de futuro e evitando trabalhos
ilegais em atividades que os coloquem em risco.
O histórico das instituições da cidade aponta melhora no nível de formação dos jovens
atendidos, com menor envolvimento com drogas, baixos índices de gravidez na adolescência,
amadurecimento e desenvolvimento de postura profissional, fazendo com que muitos sejam
efetivados nas empresas ao término dos contratos. Dessa forma, o trabalho como aprendiz constitui
uma importante ferramenta de socorro imediato aos jovens de populações vulneráveis, afastando-os
de fatores de riscos como o uso de drogas, criminalidade e gravidez precoce, aumentando assim as
suas perspectivas de futuro.
De acordo com o IPEA, 23% da PEA juvenil (16 a 29 anos) não completaram o Ensino
Fundamental. Em publicação do IBGE 2013, 20% dos jovens entre 15 e 29 anos não estavam
estudando nem trabalhando em 2012. O contrato de aprendizagem é, sem dúvida, uma forma de
retenção na escola ou de volta aos estudos, mesmo que seja pela modalidade de Educação de
Jovens e Adultos (EJA) para os que demonstram defasagem em razão da idade. Portanto,
proporcionar aos estudantes contratos de trabalho de aprendizagem, a partir dos 14 anos, contribui
para evitar a evasão precoce e muitas vezes irreversível, promovendo as condições para uma
transição entre a escola e o mundo do trabalho, com o início de um itinerário formativo desde o
contato com os processos produtivos das organizações empresariais. Trata-se de inserção protegida
e qualificada, via emprego formal, com carteira de trabalho assinada e direitos trabalhistas e
previdenciários, promovendo uma solução a mais para a erradicação do trabalho infantil e para o
combate à precarização e ao grande índice de rotatividade de determinados segmentos do mercado.
O município pode resolver redesenhar suas estratégias, promovendo formas concretas de
prevenir o trabalho infantil a partir do ambiente de aprendizagem. Seria uma das formas de dar fim à
perversidade que é a informalidade e a exploração a que estão sujeitos os adolescentes que são
submetidos ao trabalho em feiras, sinaleiros, manuseio agrícola e outras atividades ainda mais
prejudiciais à saúde.
11.6 Maus-tratos
A Lei nº 13.010, de 26 de Junho de 2014(Lei da Palmada), altera a Lei nº 8.069, de 13 de
Julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), para estabelecer o direito da criança e do
adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel ou
degradante.
Art. 1o - A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 passa a vigorar acrescida dos seguintes Arts.
18-A, 18-B e 70-A:
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de
castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina,
educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos
responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física
sobre a criança ou o adolescente que resulte em:
a) sofrimento físico; ou
b) lesão;
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II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança
ou ao adolescente que:
a) humilhe; ou
b) ameace gravemente; ou
c) ridicularize.
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos
executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças
e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou
tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer
outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas,
que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso:
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;
V - advertência.
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar,
sem prejuízo de outras providências legais.
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de forma
articulada na elaboração de políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir o
uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não violentas de
educação de crianças e de adolescentes.
Nesta pesquisa identificou-se um elevado número de responsáveis que declararam utilizar de
castigos físicos como método de correção/disciplina/punição. Para além dos casos que foram
declarados, os entrevistadores puderam observar casos nos quais o responsável declarava outra
forma de disciplina como correção verbal, contudo ameaçava, humilhava ou agredia a criança na
presença dos entrevistadores. E ainda havia casos em que vizinhos relataram que as crianças
sofriam maus-tratos enquanto a família declarava não utilizar de castigos físicos. Observou-se que
muitos pais ainda utilizam a agressão física como método de correção, apesar de alguns possuírem
conhecimento da Lei que proíbe esse tipo de educação violenta, devido ao desconhecimento de
outras formas mais seguras e eficazes de educação não violenta ou por influência cultural, além do
desconhecimento acerca dos danos que esse tipo de tratamento pode trazer à pessoa humana.
Os maus-tratos (violência física ou psicológica, negligência ou abandono) acontecem
geralmente em ambiente domiciliar ou familiar. Expressam uma desestruturação ou transgressão do
poder disciplinador, que transforma a diferença de idade em desigualdade, nega a liberdade e
submete a criança ou adolescente aos caprichos e à vontade dos adultos. Podem resultar da
coerção e/ou omissão dos pais ou responsáveis que deixam de exercitar seu poder e seu dever de
proteção. Muitas vezes, refletem o fenômeno da transmissão intergeracional de condições de
vulnerabilidade e opressão a que os próprios pais ou responsáveis foram submetidos.
Alguns fatores socioeconômicos e culturais podem influenciar nesse tipo de comportamento
por parte dos responsáveis. Os efeitos negativos da pobreza, as condições precárias de trabalho e
de cansaço dos pais, em particular das mães, podem dificultar, limitar ou eliminar a convivência
harmoniosa com as crianças e adolescentes. Em certas configurações familiares, por exemplo, a
mãe pobre assume sozinha a responsabilidade pela prole e proteção dos filhos pode ser
severamente impactada. Em muitos contextos ainda predomina a cultura machista, que potencializa
a figura paterna como detentora do poder de dominar, julgar e castigar os membros da família. Essa
cultura discrimina a mulher e a considera como propriedade do homem. Muitas mulheres, para
garantir o sustento dos filhos ou por dependência afetiva, submetem-se a essa situação, deixando de
assumir uma postura proativa e responsável diante de maus-tratos praticados pelos homens. As
diferenças culturais podem acentuar as dificuldades de convivência intergeracional como também
119
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
podem estar associadas a conflitos que se desdobram como maus-tratos. Pais que foram criados em
contextos culturais tradicionais podem ter grande dificuldade para aceitar padrões de comportamento
de seus filhos, nascidos ou socializados em ambientes urbanos modernos.
Como fatores pessoais e familiares, podemos observar que a convivência entre pais e filhos,
quando marcada pela intolerância, preconceitos, incompreensões e uso de palavras agressivas, cria
um ambiente familiar favorável aos maus-tratos. O desinteresse ou descompromisso dos pais e
responsáveis em relação à vida dos filhos pode se desdobrar em negligência ou abandono.
Para se desenvolverem, a criança e o adolescente precisam passar necessariamente por
momentos de confronto e superação positiva de conflitos com os pais e autoridades externas.
Padrões de convivência familiar que promovam uma evolução positiva desse processo são
fundamentais para o desenvolvimento infanto-juvenil saudável. No entanto, muitas famílias não estão
adequadamente preparadas para exercitar esse tipo de relacionamento. O alcoolismo e outras
formas de dependência química existentes nas famílias também estão frequentemente associados à
ocorrência de maus-tratos.
são diferentes. Essa contradição nos valores é experienciada pelos adolescentes com sentimentos
de ambivalência: o querer versus o não poder. Por um lado, a família reprime a sexualidade do
adolescente; por outro, o grupo de pares pressiona tanto meninos como meninas a expressarem e
experimentarem suas sexualidades. Essa ambiguidade pode ser percebida tanto nas expectativas
como nos comportamentos considerados apropriados para cada sexo. Espera-se da mulher um
comportamento passivo, enquanto do homem é esperado um comportamento ativo. Assim, o
despreparo apresentado por muitas adolescentes em sua primeira relação confirmaria essa atitude
passiva. Iniciar uma relação sexual com a adoção de um comportamento contraceptivo adequado
implica em uma postura ativa da mulher que pode ser interpretada como experiência sexual ou
―vontade de‖. Esses comportamentos considerados ativos colocariam em cheque a moralidade
feminina. Assim, a vivência da sexualidade na mulher é considerada moralmente correta se ocorrer
de forma inocente, sem premeditação, movida pela paixão. Essa produção da ―inocência‖ na jovem
sexualmente ativa substitui o valor que a virgindade possuía em momentos anteriores em relação à
regulação da sexualidade feminina. Tal atitude passiva, por parte das adolescentes, pode levar a
relações sexuais desprotegidas e por consequência a gestações indesejadas.
Por outro lado, os adolescentes homens não são educados para também se
responsabilizarem pelos cuidados anticoncepcionais, deixando tais cuidados muitas vezes apenas
para as meninas. O não uso de anticoncepcionais, portanto, não parece ser a falta de informação
sobre a necessidade de se utilizar métodos contraceptivos nas relações sexuais. Algumas pesquisas
mostram que, entre adolescentes que engravidaram, muitas sabiam que corriam e que poderiam ter
usado algum contraceptivo para evitar a gravidez. O que ocorre é que a informação não se traduz
em comportamento efetivo. Um motivo é que a informação que os adolescentes possuem refere-se à
necessidade de uso de contraceptivos, mas não significa que eles possuam conhecimento suficiente
para implementar um comportamento contraceptivo adequado.
Há estudos mostrando que os conhecimentos sobre métodos de contracepção entre
adolescentes são muitas vezes insuficientes para uma efetiva implementação. Além disso, outros
fatores de ordem cognitiva e afetiva podem estar associados a esse tipo de comportamento. Estes
estudos apontam que as principais razões citadas por adolescentes para o não uso dos métodos
contraceptivos são as atividades sexuais não planejadas e o desejo pela maternidade. Com relação
à falta de conhecimento ou de acesso a métodos contraceptivos e/ou parceiros que se recusam a
usar algum método contraceptivo, os estudos demonstram que esse número é bem menor e não
atingem 20% do total de adolescentes que engravidam.
Do ponto de vista cognitivo, sabe-se que os adolescentes, particularmente os mais jovens,
têm dificuldade em avaliar a extensão e o impacto das consequências do próprio comportamento. Os
adolescentes podem se sentir invulneráveis, não acreditando que a gravidez possa acontecer
consigo, apesar de ocorrer com outros jovens. Essas crenças estão associadas a não adoção de um
comportamento contraceptivo adequado. De fato, a capacidade cognitiva de avaliar consequências
adequadamente e de trabalhar com hipóteses pode não estar bem estabelecida na adolescência.
Já em termos afetivos, a gestação adolescente pode ser associada a características da
própria adolescência como: dificuldades no controle dos impulsos, na separação dos pais e na
constituição da própria identidade. De acordo com esta perspectiva, a gravidez na adolescência seria
121
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
122
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
A exploração sexual está associada a um complexo sistema lucrativo, que envolve empresas e
consumidores. O campo das empresas envolve bares, motéis, boates, transportadoras e
outros serviços que oferecem a infraestrutura para o turismo sexual e para outras
modalidades de exploração;
Migrantes que buscam melhores condições de vida nos grandes centros podem se tornar presas
fáceis de aliciadores;
Obras ou construções de médio ou grande porte, como abertura de estradas, exploração de
minérios, construções de usinas, etc. que empregam trabalhadores contratados ou
terceirizados, em geral não residentes nas comunidades atingidas, tendem a favorecer, ainda
que indiretamente e em associação com outras causas, o crescimento do abuso e da
exploração sexual de crianças e adolescentes;
Algumas redes de entretenimento escamoteiam procedimentos de exploração sexual comercial,
apresentando-se como prestadoras de serviço de moda, agências de casamento, agências de
artistas e modelos, agências de turismo ou telessexo;
Redes mundiais de pornografia, pedofilia e exploração sexual que estão alojadas na internet são
facilmente acessadas por crianças, adolescentes ou adultos em lanhouses ou outros
123
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
terminais;
Existem rotas nacionais e internacionais de tráfico de mulheres, crianças e adolescentes para fins
sexuais;
Uma parcela significativa da mídia e da propaganda comercial de produtos e serviços para
crianças e adolescentes valoriza, consciente ou inconscientemente, a erotização infantil;
Em algumas comunidades há certa tolerância cultural com práticas que vão desde a erotização
da infância até a exploração sexual comercial;
Em certos contextos ainda é comum a proteção de abusadores ou exploradores, seja em razão
de relações locais de poder, seja mediante a obtenção de benefícios;
A ausência de práticas educativas que favoreçam a internalização autônoma de valores e
princípios éticos ou religiosos pode favorecer a desproteção das crianças e adolescentes em
relação às violências sexuais.
A maioria das instituições da rede de proteção especial não está adequadamente preparada para
identificar, acolher e atender as crianças e adolescentes que sofreram abuso e/ou exploração
sexual;
Em muitas instituições de atendimento ainda prevalecem atitudes ou práticas de culpabilização
das crianças, adolescentes e famílias, rotuladas como ―desestruturadas‖, pela ocorrência da
violência sexual. Em geral, esse tipo de atitude é sinal da fragilidade teórica e prática das
instituições para realizar um trabalho consistente de fortalecimento das famílias,
especialmente aquelas que estão em situação de vulnerabilidade;
As instituições do SGDCA nem sempre operam de forma integrada e articulada com agentes
externos, como a Polícia Federal, para o combate desse fenômeno complexo.
124
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Conforme apontam os dados pesquisados, verifica-se que o abuso sexual é o crime sexual
em maior destaque.
Em locais marcados pela pobreza e/ou onde a presença do Estado é precária, o crime
organizado tem facilidade para aliciar crianças e adolescentes a atividades ligadas ao tráfico de
drogas.
Parte do conteúdo que circula nos meios de comunicação contém imagens de violência e
aborda fatos violentos de forma meramente factual, chegando às vezes a contribuir para a aceitação
ou exaltação de pessoas ou personagens que praticam atos violentos ou corruptos. Circula na
sociedade uma sensação de impunidade e de que os processos de responsabilização de atos ilegais
são precários e têm baixa resolutividade. Em contrapartida, processos formativos que promovam
uma atitude reflexiva sobre a violência, a corrupção e suas causas são reduzidos ou estão
praticamente ausentes das ofertas culturais e educacionais de uma parcela amplamente majoritária
dos municípios.
125
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
dos programas de atendimento para prover referências e suportes que ajudem o adolescente a criar
projetos próprios, que satisfaçam de forma socialmente construtiva seu desejo natural de imprimir
uma marca pessoal na sociedade.
A existência de alcoolismo e drogadição no espaço domiciliar, a ocorrência de maus-tratos ou
a presença de parentes envolvidos com violências podem favorecer a reprodução de padrões de
conduta infracional pelos adolescentes.
Muitos adolescentes que cometem atos infracionais, possuem histórico de evasão ou fracasso
escolar, o que, em alguma medida, aponta para a fragilidade do sistema educacional em reter e
atender de forma diferenciada os adolescentes cujas vulnerabilidades, conflitos ou condutas tornam
provável a ocorrência de atos infracionais. A grande maioria das escolas não dispõe de mecanismos
efetivos de prevenção da violência e promoção da cultura da paz junto aos alunos e à comunidade.
Em algumas localidades, a ausência de integração operacional efetiva entre os agentes do
SGDCA faz com que o fluxo que envolve a apuração e o julgamento dos atos infracionais e a
aplicação e o acompanhamento das medidas socioeducativas se estendam por longos períodos,
reduzindo as chances de eficácia do atendimento e em muitos casos, favorecendo a reincidência da
conduta infracional.
Embora programas de acompanhamento de medidas socioeducativas estejam
adequadamente preparadas para criar condições psicossociais, éticas e pedagógicas favoráveis ao
fortalecimento subjetivo e à reintegração social dos adolescentes, ainda há grandes desafios a
serem enfrentados no que diz respeito ao acompanhamento do adolescente após o cumprimento de
medida socioeducativa, ou seja, após o seu desligamento.
Outros estudos apontam a Dependência de Internet (DI) como um novo transtorno psiquiátrico
do século XXI. A DI é o termo mais frequentemente proposto para designar a inabilidade do indivíduo
em controlar o uso da internet, bem como o crescente envolvimento com as atividades virtuais,
levando a um progressivo desconforto emocional e significativos prejuízos funcionais de jovens e
adultos. Os pais ou responsáveis por adolescentes relatam com frequência a influência do uso
excessivo da internet por seus filhos, bem como os déficits de comportamentos manifestados em
suas rotinas, refletindo-se nas áreas familiar, acadêmica/profissional, social e na saúde física.
Acrescenta-se a essas dificuldades a labilidade de humor, comportamento depressivo e reações
emocionais impulsivas quando são restringidos no uso da rede mundial.
Diante esse cenário, faz-se necessário compreender a função educativa e recreativa da
tecnologia, limitando seu uso para estimular as crianças e adolescentes a assumirem
responsabilidades no manuseio dos aparelhos eletrônicos, uma vez que essa condição favorece os
jovens a diferenciar o uso destinado às atividades lúdicas das atividades nas quais envolvem o
cumprimento das tarefas escolares, para assim promover seu desenvolvimento afetivo, cognitivo e
social.
Na pesquisa realizada junto às famílias, observou-se a utilização por parte de crianças e
adolescentes de celulares, computadores, tablets e eletrônicos em geral. Esse acesso é realizado
diariamente por mais de 3 horas e muitas vezes sem um devido acompanhamento sobre os
conteúdos acessados, bem como das informações obtidas, fornecidas e compartilhadas nas redes
sociais. Alguns dos vínculos e relações que se estabelecem com o uso da internet colocam em risco
a saúde e a integridade física e psicológica dos jovens. Além do fato desses eletrônicos estarem
diminuindo o tempo de envolvimento das crianças em atividades físicas, lúdicas, pedagógicas,
culturais e esportivas, entre outras, contribuem também para o isolamento e distanciamento entre as
pessoas.
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
12- Considerações
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
13- Conclusão
O Brasil é um estado democrático com base na soberania popular, sendo uma democracia
participativa consolidada com a Constituição de 1988.
O Estado Democrático de Direito é um conceito que designa qualquer Estado que se aplica a
garantir o respeito das liberdades civis, ou seja, o respeito pelos direitos humanos e pelas garantias
fundamentais, por meio do estabelecimento de uma proteção jurídica. Nele, o poder vem do povo,
visto que é a população quem escolhe seus representantes para criarem as leis.
Atualmente, a percepção de insegurança que percorre nossa sociedade se remete à
qualidade das relações interpessoais, aos elos sociais pré concebidos bem como à insegurança
vivida e sentida. Isso diz respeito às manifestações de violência que tomam a forma de incivilidades.
As incivilidades têm caráter essencialmente público e são, portanto, da ordem das relações entre o
espaço público e os indivíduos. (Roché, 2002)
O atual cenário político e econômico do Brasil vêm refletindo negativamente nas taxas de
desemprego e para a próxima apuração (Senso 2020) já é possível prever uma mudança
significativa nos números de desocupação.
A evolução dos índices de desemprego nos últimos anos no município de Ipatinga vem
refletindo diretamente em outros índices relacionados à qualidade de vida da população, impactando
nos padrões socioeconômicos e culturais das famílias e sustentando o aumento dos fatores de risco.
Muitas famílias estão sobrevivendo com renda de até 1SM (salário mínimo), outras que
contam o bolsa família como única renda e aquelas que têm participação exclusiva dos avós na
renda familiar.
Conforme a pesquisa nos domicílios apontou, a presença do pai cuidando dos filhos se deve
ao fato dos homens estarem fora do mercado de trabalho. Essa inversão de papéis na família tem
contribuído para aumentar o uso de drogas, álcool e consequentemente a violência doméstica.
As ações de cada um de seus membros são orientadas de acordo com as características
presentes no sistema familiar e podem sofrer influências e mudar diante das necessidades e das
preocupações externas. A escolaridade dos pais é um fator decisivo que amplia as oportunidades de
inserção no mercado de trabalho.
Dados da pesquisa mostraram que existe um número significativo de crianças e adolescente
fora da escola. O trabalho, a gravidez precoce ou o não gostar de estudar foram os motivos mais
alegados. No entanto, a evasão escolar está diretamente ligada ao consumo de drogas, prostituição
e ao número de pessoas em situação de rua, provocando o aumento da criminalidade.
O combate à evasão escolar pode ser mais bem planejado a partir de ações que tornem a
escola mais atrativa aos alunos, além de oportunizar o trabalho de aprendiz para ampliar as
perspectivas de futuro dos jovens e consequentemente reduzir os índices de criminalidade, o uso de
drogas, gravidez precoce, violências, trabalho infantil, entre outros. Esse tipo de ação poderá
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
de crianças transferidas de outros bairros e cidades. As vagas ofertadas são insuficientes para
atender as crianças do município.
Conforme os dados informados na pesquisa, foram apontadas falhas no sistema público de
saúde quanto a qualidade do atendimento das demandas nas Unidades Básicas de Saúde. As
dificuldades encontradas estão relacionadas à capacitação de profissionais, infra-estrutura física,
recursos humanos, número de atendimentos, material didático, exames e consultas especializadas,
médicos e a falta de intersetorialidade.
Quanto às entidades de atendimento do público infanto-juvenil, verifica-se que os maiores
problemas estão relacionados à realização dos convênios, aos recursos humanos e materiais, sendo
que o trabalho ofertado é considerado ―suficiente‖. A morosidade dos trâmites legais pelo poder
público assim como os documentos necessários à realização dos convênios por parte das entidades
não colabora para a eficácia e eficiência do processo de conveniamento.
No que tange as entidades de alta complexidade, percebe-se que alguns programas de
acolhimento institucional ainda operam precariamente e não estão articulados a programas
estruturados de acolhimento familiar. Possui dificuldade em atuar na promoção e restauração do
direito à convivência das crianças e adolescentes com suas famílias de origem ou famílias
acolhedoras/substitutas. O exemplo desta afirmação são as mulheres usuárias de álcool e/ou drogas
em situação de rua que podem se envolver em ações ilícitas, sendo assim ―consideradas incapazes‖
de cuidarem de seus filhos. Contudo, faz-se necessário um trabalho institucional efetivo intersetorial
com essa(s) mãe(s) e sua(s) família(s) para que sejam restabelecidos os vínculos afetivos.
Para que melhor seja garantido o acesso dos usuários a política de saúde mental praticada no
município, está sendo proposta uma reformulação da assistência na atenção primária à saúde, que
articulada com a atenção secundária e atenção terciária, promovam os princípios da universalidade,
integralidade e equidade dos usuários. Tal proposta é dar acesso ao público infanto-juvenil ao CAPS
I no que diz respeito ao transtorno relacionado ao desenvolvimento cerebral incompleto e, ao
autismo.
O grupo de trabalho multidisciplinar e a abordagem intersetorial também têm como proposta
dar enfoque aos transtornos do aprendizado e outros fatores invasivos da infância como o uso e
abuso de substâncias psicoativas. As intervenções terapêuticas eficazes e reconhecidas pelas
entidades e órgãos de classe são consideradas importantes, visto o número de casos de saúde
mental que ficaram sem cobertura médica no município.
No processo Diagnóstico foi realizada a auto-avaliação individual e coletiva do CMDCA e do
Conselho Tutelar, onde foram apontadas as fragilidades e potencialidades de cada órgão, para que
ações efetivas possam ser previstas.
No que se refere às políticas públicas, destaca-se a necessidade de se trabalhar com as
famílias - sobretudo aquelas que estão em situação de vulnerabilidade, buscando promover uma
escuta qualificada, vinculando e compartilhando os problemas e alternativas para intervir nas causas
geradoras dos maus-tratos, negligência e todo tipo de violências.
Durante este Diagnóstico pôde-se verificar certa fragilidade em relação à política de
atendimento às crianças e adolescentes no município. Portanto, é imprescindível o olhar diferenciado
do Poder Público Municipal como também do Sistema de Garantia de Direitos, Sistema de Justiça e
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
toda rede socioassistencial sobre os riscos e vulnerabilidades a que estão sujeitos o público infanto-
juvenil.
Nesta conclusão, faz-se necessário direcionar a atenção sobre as Políticas Públicas quanto à
sua eficácia na implementação de serviços, programas e projetos para a população, em especial
para as crianças e os adolescentes munícipes de Ipatinga.
14- Recomendações
Criação, realocação ou ampliação de programas para atender públicos com direitos violados, em
territórios em que tais ações inexistem ou são insuficientes.
Ampliação da cobertura das ações em territórios nos quais o volume de atendimento é pequeno
ou há demanda reprimida.
Criação ou aprimoramento de meios de acesso e procedimentos de encaminhamento que
viabilizem ou ampliem o atendimento em determinados territórios ou para determinado
segmentos de crianças e adolescentes.
Integração entre instituições e programas da rede de proteção e do SGDCA para a execução de
ações conjuntas ou otimização do atendimento.
Capacitação das instituições e programas de proteção para aprimoramento ou inovação das
práticas e metodologias de alcance do público, mobilização, acolhimento, atendimento,
prevenção, etc.
Otimização do Fluxo da Rede de Atendimento às Crianças e Adolescentes vítimas de violência
doméstica e outras violências.
Elaboração de Plano de ação que contemple as demandas levantadas.
Inclusão do Plano de ação no orçamento municipal.
Realização de novo ciclo de diagnóstico a cada quatro anos.
Planejamento do diálogo entre as políticas básicas.
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Anexos
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
06- Ônibus público 19. Onde trabalha? 99- NSA 99- NSA
07- Transporte gratuito 01- Serviço doméstico em casa e/ou cuida dos Saúde e bem-estar 32. Vacinação em dia
08- Outros irmãos (mais de 4 horas/dia) 24. Houve alguma mudança drástica de 01- Sim
99- NSA 02- Serviço doméstico fora de casa comportamento recentemente? 02- Não, Por que? questão aberta
Cultura, esporte e lazer 03- Serviço na rua (vender picolé, bala,..) 01- Sim
13. Principal atividade de lazer? 04- Trabalho profissionalizante (aprendiz) 02- Não 33. Possui alguma das doenças a seguir?
01- Brincar 05- Trabalho na indústria ou comércio 25. A que você atribui a mudança? 01- Alergias
02- Ouvir música 06- Outro 01- Mudança de escola/ domicílio 02- Bronquite
03- Video game 99- NSA 02- Morte de pessoa próxima 03- Asma
04- Celular / Tablet Convivência 03- Separação dos pais 04- Diabetes
05- Acessar internet 20. Com quem fica quando está fora da 04- Problemas financeiros da família 05- Transtornos Mentais
06- Assistir TV escola ou de atividades culturais e 05- Envolvimento com gangues/drogas 06- Câncer
07- Shopping esporte? 06- Gravidez precoce 07- DST/AIDS
08- Sair com amigos 01- Com o pai/ padrasto 07- Bulling e ciberbulling 08- Doenças cardíacas
09- Leitura
02- Com a mãe/madrasta 08- Doença 09- Hepatite
10- Outra questão aberta
03- Com o(s) irmão(s) 09- Outro questão aberta 10- Doenças Respiratórias
14. Pratica Esporte? 04- Com os pais ou Responsáveis Legais 99- NSA 11- Leshimaniose
01- Futebol 05- Com os avós 26. Possui Plano de Saúde? 12- Leptospirose
02- Natação 06- Empregados domésticos 01- Não 13- Meningite
03- Ginástica 07- Vizinhos 02- Usisaúde 14- Paralisia Infantil
04- Vôlei 08- Amigos 15- Toxoplasmose
03- Unimed
05- Basquete 09- Ninguém 16- Outra questão aberta
04- Outro questão aberta
06- Capoeira 10- Outros 17- Não
27. Na gestação deste filho/a, foi feito pré-
07- Artes marciais 21. Onde fica quando não está na escola 34. Contraiu, no último ano, algum dos
natal?
08- Outro questão aberta ou realizando atividades culturais e de vírus a seguir?
09- Não 01- Sim
esporte? 02- Não 01- Dengue
15. Pratica Atividade Cultural? 01- Casa dos pais ou responsáveis legais 02- Zica vírus
01- Música 28. Consulta regularmente o médico?
02- Fica sozinho na rua / casa 03- Chikungunya
02- Teatro 03- Casa de amigos/as 01- Sim
04- Não
03- Dança 04- Creche/hotel 02- Não
35. Faz uso contínuo de algum tipo de
04- Artesanato 05- Caso dos avós e/ou outros parentes 29. Com que frequência? medicação?
05- Outra questão aberta 06- Casa dos vizinhos 01- Mensalmente 01- Sim
06- Não 07- Outro 02- Semestralmente 02- Não
16. Participa de algum grupo ou Comportamento 03- Anualmente 36. Como você consegue adquirir o
comunidade religiosa? 04- A cada dois anos
22. Cumpre medida socioeducativa medicamento?
01- Sim decorrente de ato infracional? 05- Três anos ou mais 01- Através da rede pública
02- Não 99- NSA
01- Sim 02- Comprando
03- Não sabe
02- Não 30. Consulta regularmente o dentista? 03- Doação
Trabalho 23. Qual medida socioeducativa decorrente 04- Não consegue adquirir
01- Sim
17. Trabalha? 05- Outro questão aberta
de ato infracional recebe? 02- Não
01- Sim 99- NSA
01- Advertência 31. Com que frequência?
02- Não
02- Obrigação de reparar o dano 01- Anualmente 37. Possui algum tipo de necessidade
18. Se sim, trabalha com carteira 03- Prestação de serviço à comunidade especial listada a seguir?
02- Semestralmente
assinada? 04- Liberdade assistida 01- Cegueira
03- Mais de duas vezes por ano
01- Sim 05- Semiliberdade 02- Mudez
04- A cada três anos
02- Não 06- Internação 03- Surdez
05- Mais de três anos
99- NSA 07- Outra: questão aberta
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
04- Mental 42. Que tipo? 45.1 Se sim, onde ou a quem? questão 50. A criança/adolescente (mãe) recebeu
05- Física 01- Bullying físico aberta acompanhamento médico e pré-natal?
06- Outro questão aberta 02- Bullying verbal 46. Com que idade se deu, a iniciação 01- Sim
07- Não 03- Bullying indireta sexual da criança/adolescente? 02- Não
38. Já sofreu algum acidente dos listados a 04- Alienação social 01- Antes de 8 anos 99- NSA
seguir? 05- Intimidação 02- de 8 a 10 anos 51. Em média, quantas consultas foram
01- Acidente de trânsito 06- Cyberbullying 03- de 11 a 12 anos realizadas no acompanhamento médico
02- Acidente doméstico com fogo 99- NSA 04- de 13 a 14 anos e pré-natal?
03- Acidente doméstico substâncias químicas 43. A criança/adolescente sofre com 05- de 15 a 16 anos 01- Nenhuma
04- Acidente doméstico com eletricidade alguma das situações de abuso a 06- de 17 a 18 anos incompletos 02- de 1 a 3
05- Acidente com animais seguir? 99- NSA
03- de 4 a 6
06- Afogamento 47. A criança/adolescente tem filho(os)?
01- Exibicionismo sexual 04- de 7 a 9
07- Queda / Tombo 02- Abuso verbal 01- Sim 05- acima de 9
08- Outro questão aberta 03- Observação sem consentimento 02- Não 99- NSA
09- Não (voyeurismo) 99- NSA
39. Houve alguma sequela? 04- Registro da imagem (é fotografado ou
01- Sim 48. Com que idade a criança/adolescente 52. A criança/adolescente recebeu apoio
filmado sem roupa) teve filho(os)? familiar?
02- Não 05- Abuso virtual (conversas online de foro
99- NSA 01- Antes dos 10 anos 01- Sim
íntimo e/ou conteúdo sexual - 02- Não
texto/imagem) 02- 10 anos
40. A criança/adolescente sofre/sofreu 99- NSA
bullying em algum dos locais a seguir? 06- Não 03- 11 anos
01- Escola 44. Quem é o autor desse assédio? 04- 12 anos
02- Grupo de amigos 01- Pai / Mãe 05- 13 anos 53. O criança/adolescente (pai) assumiu a
03- Família 02- Avô / Avó 06- 14 anos paternidade do filho?
04- Internet 03- Primos / Tios 01- Sim, participa da rotina do filho.
07- 15 anos
05- Espaços públicos 04- Irmão (ã) 02- Sim, assumiu responsabilidade
08- 16 anos judicialmente, participa da rotina do filho.
06- Outro 05- Colegas de sala
09- 17 anos 03- Sim, assumiu responsabilidade
07- Não 06- Professores
07- Amigos e colegas próximos 99- NSA judicialmente, não participa da rotina do filho.
41. Quem é/foi o autor do bullying contra a
criança/adolescente? 08- Desconhecido 04- Não
01- Professores 09- Outro questão aberta 49. Em que circunstancias se deu esta 99- NSA
02- Colegas de sala 99- NSA gravidez?
03- Amigos e colegas próximos 45. Foi feita alguma denúncia a respeito 01- Casamento 54. Se tiver a oportunidade, optaria por ser
04- Algum familiar desse assédio? 02- Falta de prevenção aprendiz?
05- Anônimos através da internet 01- Sim 03- Violência Sexual / Estupro 01- Sim
06- Outro questão aberta 02- Não 04- Outra questão aberta 02- Sim, já sou/fui aprendiz
99- NSA 99- NSA 99- NSA 03- Não
141
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Questionário Individual por adolescente aplicado nas escolas/instituições
1. Nome da instituição (QuestãoAberta) 05- Van Escolar 01- Sim, em qualquer função com carteira 06- Gravidez precoce
2. Tipo de instituição 06- Ônibus público assinada 07- Outro
01- Municipal 07- Transporte gratuito 02- Sim, como aprendiz 08- Não
02- Particular 08- Outros 03- Não 22. Essa situação/acontecimento está te
03- Filantrópica 99- NSA 16. O que você considera mais importante prejudicando de alguma maneira?
3. Sexo 10. Principal atividade de lazer? no trabalho do aprendiz? 01- Sim
01- Feminino 01- Brincar 01- Não conheço este tipo de trabalho. 02- Não
02- Masculino 02- Ouvir música 02- Ajuda financeira à família 03- NSA
4. Idade 03- Video game 03- Independência financeira do jovem 23. Se sim, por qual dificuldade você está
01- 12 anos 04- Celular / Tablet 04- Experiência profissional passando?
02- 13 anos 05- Acessar internet 05- Maior facilidade de ingresso no mercado 01- Falta de motivação para estudar
03- 14 anos 06- Assistir TV de trabalho Com o pai/ padrasto 02- Falta de motivação para qualquer
04- 15 anos 07- Shopping 17. Conhece o serviço prestado por atividade
05- 16 anos 08- Sair com amigos alguma das empresas a seguir? 03- Dificuldade em fazer novas amizades
06- 17 anos 09- Outra 01- EPTOM 04- Tristeza ou angústia profunda
5. Cor declarada 11. Pratica Esporte? 02- SENAI 05- Dificuldade de adaptação
01- Branca 01- Futebol 03- SENAC 06- Perda ou aumento de sono ou apetite
02- Negra/Preta 02- Natação 04- SEST/SENAT 07- Outros
03- Parda 03- Ginástica 05- ESPRO 08- NSA
04- Amarela 04- Vôlei 06- SERTEP Comportamento
05- Indígena 05- Basquete 07- Rede Cidadã 24. Cumpre medida socioeducativa
Educação 06- Capoeira 08- Não decorrente de ato infracional?
07- Outro 18. Trabalha atualmente? 01- Não
6. Frequenta qual Nível de Ensino?
08- Não 01- Sim 02- Sim
01- Fundamental
12. Pratica Atividade Cultural? 02- Não 25. Qual medida socioeducativa decorrente
02- Médio
03- Superior 01- Música 19. Está com carteira assinada? de ato infracional recebe?
04- Não frequenta 02- Teatro 01- Sim 01- Advertência
03- Dança 02- Não 02- Obrigação de reparar o dano
7. Em qual nível de ensino parou?
04- Artesanato 03- NSA 03- Prestação de serviço à comunidade
01- NSA
05- Outra 20. Onde trabalha? 04- Liberdade assistida
02- 9º ano do ensino fundamental
06- Não 01- Serviço doméstico em casa e/ou cuida dos 05- Semiliberdade
03- 2º ano do ensino médio
04- Concluiu 3º ano do ensino médio 13. Frequenta alguma igreja ou irmãos (mais de 4 horas/dia) 53 06- Internação
comunidade religiosa? 02- Serviço doméstico fora de casa 07- Outra
8. Qual é o motivo de não frequentar a
(a) Sim 03- Serviço na rua (vender picolé, bala,..) 08- NSA
escola?
(b) Não 04- Trabalho profissionalizante (aprendiz) Saúde e bem estar
01- NSA Trabalho 05- Trabalho na indústria ou comércio 26. Possui Plano de Saúde?
02- Concluiu ensino médio
14. Se tiver oportunidade, gostaria de 06- Outro 01- Não
03- Por problemas de saúde / Necessidade
trabalhar como aprendiz? 07- NSA 02- Usisaúde
especial
04- Por estar trabalhando 01- Sim, em qualquer função com carteira Convivência 03- Unimed
05- Por causa de gravidez/filho assinada 21. Você passou por alguma das opções a 04- Outro
06- Não gosta ou não quer estudar 02- Sim, já sou seguir no último ano? 27. Com que frequência você costuma ir ao
03- Sim, já fui aprendiz 01- Mudança de escola/ domicílio médico?
9. Meio de transporte para escola?
04- Não 02- Morte de pessoa próxima 01- Somente quando passa mal
01- A pé
15. Tem conhecimento de que o jovem 03- Separação dos pais 02- Todo mês
02- Bicicleta
03- Carro/Moto pode trabalhar legalmente? 04- Problemas financeiros da família 03- Duas vezes por ano
04- Táxi 05- Envolvimento com gangues/drogas 04- Uma vez por ano
142
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
05- A cada dois anos 03- Surdez 03- Observação sem consentimento 45. Se sim, quantos? Questão aberta
06- Três anos ou mais 04- Mental (voyeurismo) 46. Em que circunstancias se deu esta
28. Com que frequência você costuma ir ao 05- Física 04- Registro de imagem (é fotografado ou gravidez?
dentista? 06- Outra filmado sem roupa) a) NÃO SE APLICA
01- Somente quando sente dor de dente 07- Não 05- Abuso virtual (conversas online de foro b) Casamento
02- Quando a escola encaminha 34. Já sofreu algum acidente grave dos íntimo e/ou conteúdo sexual c) Falta de prevenção
03- Uma vez por ano listados a sequir? texto/imagem) d) Violência Sexual / Estupro
04- Duas vezes por ano 01- Trânsito 06- Não 47. Já sofreu ou provocou algum aborto?
05- Mais de duas vezes por ano 02- Acidente doméstico com fogo 40. 40.Quem é o autor desse assédio? a) NSA
06- A cada três anos 03- Acidente doméstico com eletricidade a) NÃO SE APLICA b) Sim
07- Mais de três anos 04- Acidente com animais b) Pai c) Não
29. Sua vacinação está em dia? 05- Afogamento c) Mãe 48. Com que idade teve filho(os)?"
01- Sim 06- Queda / Tombo d) Avô (a) NSA
02- Não 07- Outro e) Avó (b) Antes dos 10 anos
03- Não sei 08- Não f) Primos (as) (c) 10 anos
30. Você possui alguma das doenças 35. Houve alguma sequela? g) Tios (as) (d) 11 anos
abaixo? 01- Sim h) Irmão (ã) (e) 12 anos
01- Alergia 02- Não i) Colegas de sala (f) 13 anos
02- Bronquite 03- NSA j) Professores (g) 14 anos
03- Asma 36. Você sofre bullying em algum dos k) Amigos e colegas próximos (h) 15 anos
04- Diabetes locais a seguir? l) Desconhecido (i) 16 anos
05- Transtornos Mentais a) Escola m) Outro (j) 17 anos
06- Câncer b) Grupo de amigos 41. Foi feita alguma denúncia a respeito 49. Somente para as MENINAS: Você
07- DST/AIDS c) Família desse assédio? recebeu acompanhamento médico e
08- Doenças cardíacas d) Internet, a) Sim pré-natal?
09- Hepatite e) Espaços públicos b) Não (a) NSA
10- Doenças Respiratórias f) Outro c) NÃO SE APLICA (b) Sim
11- Leishimaniose g) Não Sexualidade (c) Não
12- Leptospirose 37. Quem é o autor do bullying? 42. Como você tira suas dúvidas sobre 50. Somente para as MENINAS: Em média,
13- Meningite a) NÃO SE APLICA sexualidade? quantas consultas foram realizadas no
14- Paralisia Infantil b) Professores a) Conversando com pessoas da família acompanhamento médico e pré-natal?
15- Toxoplasmose c) Colegas de sala b) Conversando com amigos (a) NSA
16- Não sabe d) Amigos e colegas próximos c) Na escola (b) Nenhuma
17- Não e) Algum familiar d) Pesquisando na internet (c) de 1 a 3
31. Faz uso de algum tipo de medicação de f) Anônimos através da internet e) Assistindo programas relacionados ao (d) de 4 a 6
uso contínuo? g) Outro assunto (e) de 7 a 9
01- Sim 38. 38.Que tipo de bullying? f) Outro (f) acima de 9
02- Não 01- Alienação social 43. Com que idade se deu, sua primeira
51. Somente para os MENINOS: Assumiu a
02- Bullying físico relação sexual?
32. Como consegue adquirir essa paternidade do filho?
03- Bullying indireto (a) Não iniciou ainda
medicação? (a) NSA
04- Bullying verbal (b) Antes dos 8 anos
01- NSA (b) Sim, participa da rotina do filho.
05- Cyberbullying (c) De 8 a 10 anos
02- Através da rede pública (c) Sim, assumiu responsabilidade
06- Intimidação (d) De 11 a 12 anos
03- Comprando judicialmente, participa da rotina do filho.
07- NÃO SE APLICA (e) De 13 a 14 anos
04- Não consegue adquirir (d) Sim, assumiu responsabilidade
39. .Você sofre com alguma das situações (f) De 15 a 16 anos
33. Possui algum tipo de necessidade judicialmente, não participa da rotina do
de abuso sexual a seguir? (g) Aos 17 anos
especial listada a seguir? filho.
01- Exibicionismo sexual 44. Você tem filho(os)? (e) Não
01- Cegueira
02- Abuso verbal 01- Sim Drogas
02- Mudez
02- Não
143
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
52. Como você se informa sobre drogas? (a) NSA (b) Não g) Empregados domésticos
(a) Conversando em casa (b) Escola (c) Não sei h) Vizinhos
(b) Conversando com amigos (c) Festa 63. Com que frequência? i) Amigos
(c) Na escola (d) Na própria residência (a) Em todos os acessos 69. Como é realizada a sua disciplina na
(d) Pesquisando na internet (e) Casa de amigos (b) Diariamente sua casa?
(e) Assistindo programas relacionados (f) Bairro (c) Uma vez por semana a) Diálogo / Correção Verbal
(f) Outro: questão aberta (g) Outro (d) Uma vez por mês b) Castigo
53. Alguém em sua casa faz uso de alguma Quanto ao uso da internet (e) Aleatoriamente c) Castigo físico
das substâncias a seguir? Pode marcar 57. Você tem acesso à internet? (Celular, (f) Nunca d) Nenhuma das opções
mais de uma Tablet, Computador) (g) Não sei Só responda a próxima questão se os
(a) Álcool (a) Sim 64. Você tem o costume de frequentar pais são separados
(b) Cigarro (b) Não salas de bate papo ou conversar com 70. Com que frequência você se encontra
(c) Maconha 58. Que tipo de conteúdo normalmente pessoas desconhecidas pela internet? com o pai/mãe que está morando em
(d) Crack você acessa? (a) Sim outra casa?"
(e) Cocaína (a) Não tenho acesso (b) Não a) NÃO SE APLICA
(f) Êxtase (b) Sites de Entretenimento / Diversão 65. Já se encontrou com pessoas que b) Diariamente
(g) Cola de sapateiro/ Loló (c) Redes sociais (Facebook, Twitter, conheceu pela internet? c) Nos finais de semana
(h) Haxixe Instagram, SnapChat, WhatsApp, outros) (a) Sim d) Duas vezes por mês
(i) Santo Daime (ayahuasca) (d) Conteúdo adulto (Sexualidade) (b) Não e) Uma vez por mês.
(j) LSD (e) Conteúdo adulto (Violência) (c) Nunca conheci ninguém pela internet f) Guarda compartilhada
(k) Heroína (f) Jogos 66. Você conhece alguém que já se g) Nenhuma
(l) Outro (g) Pesquisa Escolar encontrou com pessoas que conheceu
(m) Não 59. Com que frequência você acessa a pela internet?
54. Quem? Marque todas que se aplicam internet? (a) Sim
(a) Pai (a) Nunca (b) Não
(b) Mãe (b) Uma vez por semana Quantas horas do dia você:
(c) Irmão (ã) (c) Até 3 vezes por semana 67. Onde fica quando não está na escola
(d) Responsável legal (d) De 4 a 6 vezes por semana ou realizando atividades culturais e de
(e) Outros Parentes (e) Todos os dias esporte?
(f) Amigo(a) 60. Quantas horas por dia você navega na (a) Casa dos pais
(g) NSA internet? (b) Casa dos responsáveis legais
55. E você, faz uso de alguma das (a) Nenhuma (c) Sozinho em casa
substâncias a seguir? (b) Até 1 hora (d) Na rua
(a) Álcool (c) De 1 a 3 horas (e) Casa de amigos (as)
(b) Cigarro (d) De 3 a 5 horas (f) Escola
(c) Maconha (e) De 5 a 8 horas (g) Caso dos avós
(d) Crack (f) Mais de 8 horas (h) Casa de parentes
(e) Cocaína 61. Quantas horas por dia você utiliza (i) Casa dos vizinhos
(f) Êxtase eletrônicos (Celular, Tablet, outros)? (j) Nesta Instituição
(g) Cola de sapateiro/ Loló (a) Nenhuma 68. Com quem fica quando está fora da
(h) Haxixe (b) Até 1 hora escola ou de atividades culturais e
(i) Santo Daime (ayahuasca) (c) De 1 a 3 horas esportivas?
(j) LSD (d) De 3 a 5 horas a) Sozinho
(k) Heroína (e) De 5 a 8 horas b) Com o pai/padrasto
(l) Outro (f) Mais de 8 horas c) Com a mãe/madrasta
(m) Não 62. Algum responsável verifica sua d) Com o(s) irmão(s)
56. Onde você iniciou o uso desta(s) navegação na internet? e) Com os pais ou Responsável Legal
substância(s)? (a) Sim f) Com os avós
144
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
1. Há quanto tempo trabalha no 05- Nada 28. Impacto / Queda adolescentes não podem frequentar,
Conselho Tutelar? 06- Outros ___________________ 29. Entorpecentes existe fiscalização permanente do CT?
01- Há menos de um ano 7. Quando uma criança, adolescente 30. Acidente de trânsito 41. Hospedarias (motel, drive-in, casa de
02- De 1 a 3 anos comete uma infração, o CT comunica 31. Acidente doméstico (fogo, prostituição).
03- Mais de 3 anos primeiramente a quem? eletricidade, produtos químicos, 01- Sim
2. Você foi capacitado para trabalhar 01- Aos pais e responsáveis remédios) 02- Não
de acordo com o ECA? 02- À Polícia Militar 32. Afogamento
01- Sim 03- Ao Judiciário Sobre os produtos que não podem ser
33. Violência doméstica (maus
02- Não 04- Ao Ministério Público vendidos a Crianças e Adolescentes,
tratos, negligência, abuso físico e/ou
3. Como se deu a capacitação? 05- Outro existe permanente fiscalização do CT aos
sexual)
01- Treinamento presencial Quantas das ocorrências atendidas estão estabelecimentos que os comercializam?
02- Treinamento on-line relacionadas a: 42. Armas, munições e explosivos.
03- Material impresso para estudo autônomo Dos locais a seguir, onde as crianças e
8. Quantas ocorrências são atendidas 01- Sim
04- Outro em média por mês? adolescentes não podem frequentar
desacompanhados dos pais ou 02- Não
99- NSA 9. Evasão escolar 43. Bebidas Alcoólicas.
4. Com que frequência se dá essa 10. Uso de drogas responsáveis, existe fiscalização
01- Sim
capacitação/formação? 11. Tráfico de drogas permanente do CT?
02- Não
01- Não há 12. Brigas entre gangues 34. Estádio, ginásio ou campo desportivo.
44. Cigarro.
02- Anualmente 01- Sim
13. Violência doméstica 01- Sim
03- Semestralmente 02- Não
14. Homicídio 02- Não
04- Trimestralmente 35. Bailes, boates e promoções dançantes.
15. Suicídio 45. Produtos que podem causar
05- Outro 01- Sim
16. Atentado violento ao pudor dependência química.
99- NSA 02- Não
17. Badernas 01- Sim
5. Existe um projeto específico do CT 36. Shows.
18. Maus Tratos 02- Não
para garantir a segurança da Criança e 01- Sim
19. Abuso Sexual 46. Fogos de estampido ou artifício.
Adolescente? 02- Não
20. Exploração Sexual 01- Sim
01- Sim. 37. Casas de diversões eletrônicas.
21. Estupro 02- Não
02- Não 01- Sim
47. Revistas, Vídeos pornográficos.
Se sim, detalhe o projeto: 22. Trabalho infanto-juvenil 02- Não
01- Sim
23. Furtos e roubos 38. Estúdio cinematográfico.
02- Não
24. Sequestro 01- Sim
48. Bilhete lotérico.
25. Abandono 02- Não
01- Sim
Quantidade de ocorrências em que 39. Autorização para viajar
02- Não
Crianças e Adolescentes morreram nos desacompanhado.
6. O que deveria melhorar no CT para
Dos órgãos que atuam diretamente com
últimos 12 meses:Quantas das 01- Sim
que se cumpra o ECA? 02- Não Crianças e Adolescentes a seguir, o CT faz
ocorrências em que Crianças e interface?
01- Infraestrutura Adolescentes morreram nos últimos 12 40. Hospedarias (hotel, pousada).
02- Recursos Humanos 01- Sim 49. Judiciário
meses estão relacionadas: 01- Sim
03- Campanhas de conscientização e 02- Não
26. Armas de fogo 02- Não
divulgação das ações do CT
04- Capacitação
27. Material cortante 50. CMDCA
Dos locais a seguir, onde as crianças e
145
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
01- Sim 01- Sim 02- Não 59. Ampliar campanhas de informação e
02- Não 02- Não 57. Intensificar campanhas de informação orientação aos pais ou responsáveis
51. Ministério Público 55. Outro? Qual? e sensibilização sobre Drogas e sobre o ECA com o objetivo de
01- Sim Sexualidade focando Crianças e direcioná-los nos cuidados com as
02- Não Adolescentes? crianças e adolescentes?
52. CRAS Há a necessidade de: 01- Sim 01- Sim
01- Sim 56. Ampliar os investimentos em 02- Não 02- Não
02- Não Programas de prevenção e tratamento 58. Ampliar oportunidades de Esporte,
53. CREAS contra violência doméstica, maus Lazer e Cultura para Crianças e
01- Sim tratos, abuso sexual e exploração Adolescentes?
02- Não sexual de Crianças e Adolescentes? 01- Sim
54. Órgãos de segurança pública. 01- Sim 02- Não
146
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
4.2. Distribuição equitativa e coerente das tarefas e responsabilidades inerentes ao
funcionamento do CT entre o conjunto de conselheiros
4.3. Existência de mecanismo de compartilhamento de experiências entre os conselheiros
e deliberação colegiada sobre os casos atendidos
5.1. Eficiência dos procedimentos empregados pelo CT para fiscalização das entidades
governamentais e não governamentais de atendimento
5. EFICIÊNCIA DE PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS 5.2. Eficiência dos procedimentos de encaminhamento e representação ao Ministério
Público e à autoridade judiciária, em face de ocorrências de violações dos direitos das
crianças e adolescentes
5.3. Existência, no CT, de um cadastro atualizado dos programas mantidos por órgãos
governamentais e entidades não governamentais de atendimento, que possibilite o
encaminhamento das medidas protetivas aplicadas pelo Conselho
6.1. Existência de relações colaborativas entre o CT e o CMDCA
6. RELACIONAMENTO
6.2. Existência de relações colaborativas entre o CT e os órgãos de segurança instalados no
COM O SISTEMA DE
município
PROMOÇÃO E DEFESA
6.3. Existência de relações colaborativas entre o CT e o Ministério Público
DE DIREITOS
6.4. Existência de relações colaborativas entre o CT e o Poder Judiciário
7.1. Existência de registros circunstanciados dos casos de ameaças ou violações de
direitos atendidos nos últimos 12 meses
7.2. Existência de registros circunstanciados dos casos atendidos em sistema
7. CONDIÇÕES QUE FAVORECEM O DIAGNÓSTICO E A informatizado (SIPIA ou similar) nos últimos 12 meses
ELABORAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO MUNICIPAL 7.3. Existência de registros e de controle da execução das medidas protetivas aplicadas
pelo CT a crianças, adolescentes, pais ou responsáveis, nos últimos 12 meses
7.4. Existência de registros de encaminhamentos e representações ao Ministério
Público e à autoridade judiciária
148
Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
a) Sim 53) Esse assunto já foi discutido na creche a) Sim, sempre. 62) O que deveria melhorar na creche para
b) Não com o corpo docente? b) Sim, raramente que se cumpra efetivamente o Estatuto
49) Há nesta creche profissionais a) Sim c) Não da Criança e do Adolescente?
capacitados para trabalhar o tema b) Não No município de Ipatinga é preciso: a) Infraestrutura física
violência sexual? 54) Os educadores percebem indícios de 59) Ampliar os investimentos em b) Recursos Humanos
a) Sim violência quando a incidência do Programas de prevenção e proteção c) Capacitação profissional
b) Não fenômeno é mais acentuada? contra violência doméstica, maus tratos, d) Nada
50) O tema violência sexual é abordado com a) Sim violência sexual de Crianças e e) Outro
os alunos? b) Não Adolescentes? Qual é o total nessa creche de:
a) Sim Há crianças cujas famílias: a) Sim 63) Alunos: Questão aberta
b) Não 55) Têm problemas relacionados com b) Não 64) Alunos portadores de Deficiência Física:
51) Existem profissionais treinados para entorpecentes? 60) Intensificar campanhas de informação e Questão aberta
desenvolver a capacidade de a) Sim sensibilização sobre Drogas e 65) Alunos portadores de Déficit
reconhecer indícios de abusos e b) Não Sexualidade focando Crianças e Intelectual: Questão aberta
violências contra Crianças e 56) Têm Problemas relacionados com o Adolescentes? 66) Alunos vítimas de violência sexual:
Adolescentes? alcoolismo? a) Sim Questão aberta
a) Sim a) Sim b) Não 67) Alunos vítimas de maus tratos: Questão
b) Não b) Não 61) Ampliar oportunidades de Esporte, aberta
52) A creche já fez ou faz notificação de 57) Têm algum dos responsáveis preso? Lazer e Cultura para Crianças e 68) Alunos vítimas de negligência: Questão
ocorrências de violências às a) Sim Adolescentes? aberta
autoridades competentes? b) Não a) Sim
a) Sim 58) Há participação efetiva dos pais ou b) Não
b) Não responsáveis na rotina escolar das
crianças?
b. Classe E – até 2 Salários Mínimos 22. Existem alunos que sofrem exploração b. Não reconhecer indícios de abusos e
(SM) sexual? * 33. Atividades permanentes para violências contra Crianças e
c. Classe D – de 2 a 4 SM a. Sim discussão sobre sexualidade? * Adolescentes?
d. Classe C – de 4 a 10 SM b. Não a. Sim a. Sim
e. Classe B – de 10 a 20 SM 23. Existem alunos que sofrem abuso b. Não b. Não
f. Classe A – Acima de 20 SM sexual? * 34. Atividades permanentes para 43. As escolas já fizeram ou fazem
13. Qual a qualidade da merenda escolar? a. Sim discussão sobre drogas? * notificação de ocorrências de
* b. Não a. Sim violências às autoridades
a. Ótima 24. Existem alunos que sofrem assédio b. Não competentes?
b. Boa sexual? * 35. Acompanhamento efetivo dos alunos a. Sim
c. Regular a. Sim por parte do orientador escolar? * b. Não
d. Ruim b. Não a. Sim 44. Esse assunto já foi discutido na escola
Atividade de complementação escolar: 25. Existem alunos que Tiveram gravidez b. Não com o corpo docente?
14. Artesanato * precoce? * 36. Acompanhamento efetivo dos alunos a. Sim
a. Sim a. Sim por dentista? * b. Não
b. Não b. Não a. Sim 45. Os educadores percebem indícios de
15. Dança * 26. Existem alunos que Sofrem com b. Não violência quando a incidência do
a. Sim conflitos familiares? * 37. Acompanhamento efetivo dos alunos fenômeno é mais acentuada?
b. Não a. Sim por nutricionista? * a. Sim
16. Música * b. Não a. Sim b. Não
a. Sim 27. Existem alunos vítimas da exploração b. Não
b. Não do “trabalho infanto-juvenil”? * 38. Acompanhamento efetivo dos alunos Sobre ECA
17. Esporte * a. Sim por assistente social? * 46. Há a necessidade de ampliar os
a. Sim b. Não a. Sim investimentos em programas de
b. Não 28. Existem alunos que trabalham com b. Não prevenção e proteção contra violência
18. Aula de reforço * carteira assinada? * 39. Acompanhamento efetivo dos alunos doméstica, maus tratos, abuso sexual
a. Sim a. Sim por psicólogo? * e exploração sexual de Crianças e
b. Não b. Não a. Sim Adolescentes? *
19. Há outra(s) atividade(s) de Na sua escola ocorre: b. Não a. Sim
complementação escolar?. * Questão 29. Tráfico/uso de drogas? * 40. Existe na escola projeto específico b. Não
aberta a. Sim para a segurança da Criança e 47. Há a necessidade de intensificar
Sobre os seus atuais alunos responda: b. Não Adolescente? * campanhas de informação e
20. Existem alunos envolvidos com 30. Abuso sexual? * a. Sim sensibilização sobre Drogas e
criminalidade? * a. Sim b. Não Sexualidade focando Crianças e
a. Sim b. Não 41. Existe orientação aos alunos sobre Adolescentes? *
b. Não 31. Roubo ou venda de produtos riscos virtuais? * a. Sim
21. Existem alunos que sofrem violência roubados? * a. Sim b. Não
doméstica? * a. Sim b. Não 48. Há a necessidade de ampliar
a. Sim b. Não Capacitação oportunidades de Esporte, Lazer e
b. Não 32. Conflitos entre grupos/gangues? * 42. Existem profissionais treinados para Cultura para Crianças e Adolescentes?
a. Sim desenvolver a capacidade de *
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Questionário para as entrevistas nas Unidades Básicas de Saúde – UBS / Aplicar um em cada UBS
1. Função que o/a Sr (a) desenvolve na 5.2 Conselho Municipal de Educação Quantidade 01- Sim
UBS? - CME 7. Câncer 02- Não
01- Médico 01- Sim 8. DST/Aids 24.1 A que se deve a
02- Enfermeira/o 02- Não 9. Doenças cardíacas insatisfação na demanda?
03- Assistente Social 03- NS/NR 10. Doenças respiratórias 01- NSA
04- Administrativo 5.3 Conselho Municipal de Saúde - 11. Transtornos mentais 02- Demora no atendimento
05- Psicólogo CMS 12. Hepatite 03- Falta de material
06- Outros 01- Sim 13. Leximaniose 04- Falta de medicamento
2. Há quanto tempo trabalha na UBS? 02- Não 14. Leptospirose 05- Poucas vagas de consultas e exames
01- Há menos de um ano 03- NS/NR 15. Meningite 06- Poucos profissionais disponíveis na UBS
02- De 1 a 5 anos 5.4 Conselho Municipal de 16. Paralisia Infantil 25. Existem Programas ou Projetos
03- De 5 a 10 anos Assistência Social - CMAS 17. Toxoplasmose específicos para atendimento de
04- Mais de 10 anos 01- Sim 18. Verminoses Crianças e Adolescentes?
3. Mantenedor da UBS 02- Não 19. Abuso Sexual 01- Sim
01- Poder Público Municipal 03- NS/NR 20. Violência doméstica 02- Não
02- Poder Público Estadual 5.5 Conselho Municipal de Vigilância 21. Problemas com drogas 26. Os Programas específicos para
03- Poder Público Federal Sanitária – CMVS 22. Problemas com Crianças e Adolescentes atendem a
04- Comunitária 01- Sim alcoolismo demanda?
05- Particular 02- Não Total de crianças 01- Sim
80- NS/NR 03- NS/NR 23. Principal problema crônico de saúde 02- Não
4. Tempo de funcionamento da UBS? 6. Média de crianças/adolescentes das crianças e adolescentes 27. Existe transporte gratuito para
01- Há menos de um ano atendidas/dia: diagnosticado pela UBS: encaminhamento de Crianças e
02- De 1 a 5 anos 01- Menos de 10 01- Alergias Adolescentes com necessidade em
03- Mais de 5 a 10 anos 02- 11 a 50 02- Bronquites atendimento de alta complexidade
04- Mais de 10 anos 03- 51 a 100 03- Asma para outras cidades?
80- NS/NR 04- 101 a 150 04- Diabetes 01- Sim
5. A UBS é cadastrada: 05- 151 a 200 09- Outro. Qual? __________ 02- Não
5.1 Conselho Municipal do Direito da 06- 201 a 250 80- NS/NR 28. Há permanente capacitação
Criança/Adolescente – CMDCA 07- Mais de 250 99- NSA profissional para preparar o corpo
01- Sim 80- NS/ NR técnico e administrativo para
02- Não Quantas das crianças atendidas 24. A UBS atende satisfatoriamente a trabalhar com Crianças e
03- NS/NR apresentam as doenças a seguir: demanda? Adolescentes?
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
01- Sim 03- Recursos Humanos abuso sexual e exploração sexual de Crianças e 08- Ampliar oportunidades de Esporte, Lazer
02- Não 04- Administração Adolescentes e Cultura para Crianças e Adolescentes
29. O que deveria melhorar na UBS? 05- Capacitação para quadro de profissionais 07- Intensificar campanhas de informação 09- Outro: Qual
01- Infraestrutura física 06- Ampliar os investimentos em Programas sobre Drogas e Sexualidade focando Crianças e
02- Material de trabalho de prevenção contra violência doméstica, adolescentes
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
Ipatinga,_____/_______/2017.
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ASSINATURA DO REPRESENTANTE LEGAL
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Conhecer para Transformar – Diagnóstico da Criança e do Adolescente
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