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SNAS Secretaria Nacional de Assistência Social

Desafios e Estratégias
para a Erradicação do Trabalho
Infantil no Brasil
SNAS Secretaria Nacional de Assistência Social

Breve histórico

1957 – Ratificação da Convenção 105 da OIT referente à Abolição do Trabalho Forçado


1973 – Ratificação da Convenção 138 da OIT, para o estabelecimento da idade mínima para
admissão ao emprego
Redemocratização do Estado Brasileiro
1988 – Constituição Federal
1990 – Ratificação da Convenção Internacional dos Direitos da Criança – ONU
1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente
1991 – Criação do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA
1994 – Criação do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil,
identificado como espaço de articulação e mobilização de diversos setores da sociedade
brasileira
1996 – Criação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI
2000 – Ratificação da Convenção 182 da OIT, para proibição e eliminação da piores formas
de trabalho infantil
2000 – Criação de Grupos Especiais de Combate ao Trabalho Infantil e de Proteção ao
Trabalhador Adolescente - GECTIPAS
2002 – Criação da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil – CONAETI,
coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, com participação quadripartite, visa
implementar a aplicação das disposições das Convenções nºs 138 e 182 da OIT
2004 – Publicação do Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e
Proteção ao Trabalhador Adolescente
2008 – Decreto 6.481, que regulamenta as piores formas de trabalho infantil
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Constata-se que mudanças significativas que


ocorreram nas Políticas Sociais do Brasil

No campo da Assistência Social:

2004: normatização da Política Nacional de Assistência Social e


implantação do Sistema Único de Assistência Social – SUAS.

2005: integração entre PETI e Programa Bolsa Família:


*Universalização do Acesso
*Enfrentamento da duplicidade de benefícios
*Transferência de Renda pelo cartão
*Maior transparência na gestão do Programa
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O SUAS e Programa de Erradicação do


Trabalho Infantil (PETI)

No âmbito do MDS, o PETI compõe o Sistema Único de


Assistência Social (SUAS) com duas ações articuladas:

1) O Serviço de Convivência de Fortalecimento de Vínculos


(serviço socioeducativo);

2) A transferência condicionada de renda direta às famílias com


crianças e adolescentes retiradas da situação de trabalho.

O PETI tem como objetivo contribuir para a erradicação de todas as


formas de trabalho infantil no País, articulando um conjunto de
ações que visam à retirada de crianças e adolescentes, com
idade inferior a 16 anos, da prática do trabalho precoce, exceto
na condição de aprendiz a partir de 14 anos.

O PETI, atende hoje 820.256 crianças/adolescentes afastados do trabalho em


3.520 municípios
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Pesquisas desenvolvidas SAGI/SNAS

• Pesquisa quantitativa de Avaliação do Programa de


Erradicação do Trabalho Infantil (PETI)

• Estudo qualitativo de Avaliação do Programa de


Erradicação do Trabalho Infantil (PETI)

• Suplemento PNAD 2006 - Aspectos Complementares de


Trabalho Infantil
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Evolução Anual da Taxa de Trabalho Infantil – Crianças de 5 a 15 anos de idade – 1998 a 2007

12,00 %
11,00 10,83 10,73

10,00 9,62

9,00 8,51 8,21


8,00 7,45 7,80
7,32
7,18
7,00
6,60
6,00
5,00
4,00
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Taxa Trab. Infantil


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A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD/2007 -


comprovou a TENDÊNCIA DE QUEDA DO TRABALHO INFANTIL no
país. Na faixa etária de 5 a 17 anos houve redução de 5,1 milhões para
4,8 milhões

(cerca de 300 mil crianças e adolescentes fora de atividades laborais


precoces).

A Pesquisa demonstrou que o trabalho infantil ainda predomina:

na categoria dos trabalhadores da produção para o próprio consumo,


típica das atividades agrícolas, e na dos não-remunerados.
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Pesquisa Quantitativa de Avaliação do PETI


METODOLOGIA

Ao todo, foram visitados 120 municípios, em todos os


estados do Brasil, além do Distrito Federal, incluindo
regiões urbanas e rurais.

A amostra de municípios foi definida de forma aleatória,


estratificada por porte de município (referente ao
número de beneficiários do serviço)

Em cada um dos municípios, foram entrevistados


responsáveis por crianças e/ou adolescentes
beneficiários do PETI, gestores municipais do PETI,
coordenadores de núcleo e monitores do serviço
socioeducativo
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PRINCIPAIS RESULTADOS - PROFISSIONAIS


Mais de 95% dos gestores afirmam que após a
implantação do PETI houve redução do trabalho infantil
no município

Os monitores também reconhecem a importância do


PETI:

•47,5% destes afirmam que o Programa conseguiu


reduzir o trabalho infantil em mais de 71%

•49,0% acham que a capacidade das crianças de ler,


escrever e interpretar textos melhorou em mais de
51%

•80% apontam que o PETI auxiliou com a redução do


trabalho infantil

•12% consideram que após a implementação do


Programa, o trabalho infantil em seu município foi
erradicado
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PRINCIPAIS RESULTADOS - FAMÍLIAS

Avaliação das famílias a respeito do PETI:


O dinheiro do bolsa família
•71,2% dos respondentes afirmam que houve ajuda no sustento da família? -
melhora na situação da família após sua inserção
no Programa, 26,7% dizem que não houve
Responsáveis
mudança e apenas 0,6% afirmam que piorou.

•87,1% avaliam o relacionamento com a equipe do


serviço socioeducativo como bom ou ótimo. Os que
avaliam como ruim e péssimo constituem um grupo
residual.

•Em uma avaliação geral do serviço socioeducativo


do PETI, 88,5% dos entrevistados avaliam como
bom ou ótimo, apenas 8,3% como regular e 1,6%
como ruim ou péssimo.
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Estudo qualitativo de Avaliação do PETI


METODOLOGIA

Estudo realizado em uma subamostra de 40 municípios da Pesquisa


Quantitativa para Avaliação do PETI.

Municípios estratificados segundo o porte (relativo ao número de


beneficiários): grande, médio e pequeno e segundo as zonas rural e
urbana.

Em cada municípios, foram realizadas as seguintes atividades com


os atores listados:

1. Entrevistas

 Crianças , Adolescentes, Coordenador, Gestor


2. Grupos focais

 Mães, Monitores
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PRINCIPAIS RESULTADOS
Para mais da metade das crianças que afirmaram
brincar, o principal espaço que possuem para isso era
o PETI, o que também foi uma das principais razões
apontadas por eles para gostar das Programa.

As mães foram enfáticas quanto ao impacto positivo do PETI


nas suas vidas e na de seus filhos. Elas consideram o apoio
financeiro da bolsa do PETI como sendo, muitas vezes,
crucial para melhoria das suas condições de vida, porém, a
maioria considera, também, que os ganhos advindos das
atividades socioeducativas para as vidas de seus filhos eram
incomparavelmente maiores do que os ganhos materiais.

Elas reconhecem a afetividade existente entre os monitores e


as crianças e adolescentes, como sendo forças motrizes
possibilitadoras das mudanças de seus filhos.
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Principais estratégias para enfrentamento do trabalho


infantil – SUAS/ PETI

Acompanhamento Familiar
O Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e
Transferências de Renda no âmbito do Sistema Único de
Assistência Social – SUAS

Acorda procedimentos para a gestão integrada dos serviços,


benefícios e transferências de renda para o
acompanhamento das famílias do PBF, PETI e BPC no
âmbito do SUAS
Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais e
Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e
Transferências de Renda no âmbito do SUAS
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PETI: Principais Estratégias

Compromissos da Família

Educação matrícula e a freqüência mínima de 85% da


carga horária escolar mensal

cumprimento do calendário de vacinação e


Saúde o acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento infantil para crianças
menores de 7 anos

Serviço de Convivência e a freqüência mínima de 85% da carga


Fortalecimento de Vínculos horária relativa aos serviços de
convivência
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Outras Estratégias

1) Parceria com Ministério Público do Trabalho: Termo de


Cooperação objetivando a identificação e inclusão no PETI de
crianças/adolescentes encontradas em situação de trabalho

3) Programa Mais Educação: tem como objetivo contribuir para a


formação integral de crianças, adolescentes e jovens, por meio da
articulação de ações, de projetos e de programas enfrentando a
violação de direitos e situações de vulnerabilidade.

4) Aumento dos valores de co-financiamento do Centro de


Referência Especializado de Assistência Social – CREAS

5) Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais -


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Desafios para o enfrentamento do trabalho infantil


•Gênero: se por um lado as meninas são mais afetadas pelo trabalho infantil doméstico
(que em si mesmo é um desafio), os meninos são levados às ruas e isso termina
associado pela sua saída mais precoce da escola e pela associação com outros riscos
sobretudo de centros urbanos. Assim, a questão de gênero tem associação essencial com
a questão do Trabalho Infantil,em ambos casos (meninos e meninas) de maneira cruel.

•Enfrentamento das questões culturais que ainda legitimam a prática do trabalho infantil,
ou seja, a eterna questão sobre o que é cultural e o que não é (p. ex. trabalho familiar na
agricultura etc)

•Piores Formas: identificação e enfrentamento ( atividades ilícitas, trabalho escravo,


exploração sexual)

•Concorrência do PETI com o rendimento do trabalho

•Aprimoramento da gestão local (municípios)

•Aumentar a cobertura do PETI/ PBF - setor informal do mercado de trabalho – focando o


cadastramento do trabalho infantil através do Cadúnico

•Avanços de monitoramento e avaliação


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Trabalho Infantil: Outras Estratégias

CONAETI: ampla divulgação do Decreto 6.481, que regulamenta


as piores formas de trabalho infantil (mídia, cartilha, entre outros)

Enfrentamento intersetorial das questões culturais que ainda


legitimam a prática do trabalho infantil

Condução intersetorial do enfrentamento das Piores Formas


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Valéria Gonelli
Secretária Nacional de Assistência Social
Adjunta

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