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Cultura do pimentão Origem e Classificação

• Origem: América do Sul e Central


• Família: Solanaceae
• Gênero: Capsicum
• Espécie: Capsicum annuum

Profa. Simone da Costa Mello


ESALQ/USP

Capsicum annuum
Brasil
Pimenta-doce (C. annuum)
Pimentão (C. annuum) • Primeiras variedades: origem
espanhola

• Variedades brasileiras: seleções


feitas em populações dos materiais
de origem espanhola (cv. Ikeda).

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Composição química do pimentão
Composição química do pimentão
Vitaminas
Propriedades corantes (pigmentos)
Pimentão vermelho: capsanteno (35% do total),β Produto Retinol Tiamina Riboflavia Niacina Àcido
caroteno, violaxanteno. 100 g ascórbico
Pimentão amarelo: luteína, violaxanteno
mcg mg
(molhos, sopas em pó, embutidos de carne, páprica).
Propriedades flavorizantes Pimentão 200 20 30 0,2 126,0+
Oleorresinas: extrato do pimentão obtido na verde cru
forma de azeite.
Pimentão 650 25 40 180+
Capsaicina: pungência (C18H27O3N) vermelho cru

Franco, 2004

Produção de pimentão no Estado de São Paulo


MÊS 2004 2005
Preço (R$) Quantidade Preço (R$) Quantidade
Região Área (ha) Produção (caixas de 12 kg) Janeiro 6,96 235.028 7,36 238.507
Mogi das Cruzes 361 672.850 Fevereiro 6,57 216.485 8,32 197.736
Março 9,54 231.327 10,79 227.546
Itapeva 247 659.000
Abril 8,95 252.252 9,19 239.748
Campinas 425,6 570.776 Maio 8,66 211.403 9,03 218.911
Junho 13,22 183.779 7,92 261.058
Lins 137 563.812
Julho 13,86 183.742 9,22 22.057
Itapetininga 236 500.000 Agosto 16,36 170.897 9,22 231.095
Setembro 11,46 205.589 - -
São Paulo 146,5 418,135
Outubro 13,13 200.405 - -
Sorocaba 182 353.940 Novembro 8,43 183.951 - -
Dezembro 7,94 219.283 - -
Araçatuba 117 249.500
Total 125,08 2.494.141 71,05 1.836.658
São J. da Boa Vista 128 212.300 Média
10,42 207.845 8,88 229.582
Mensal
IEA, 2004

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Distribuição da cultura no Estado de São Paulo

Tipos varietais
Padrão semi-cônico

CATI, 2005

Padrão retangular Padrão quadrado

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EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS
Cor: amarelo, creme, laranja, preto,
Estádio de Temperatura em °C
roxo, verde, vermelho desenvolvimento
Germinação Mínima 13
Germinação Ótima 25
Germinação Máxima 40
Desenvolvimento ótimo Diurna 20-25
Desenvolvimento ótimo Noturna 16-18
Floração Mínima 18-20
Floração Ótima 25
Floração Máxima 35
Desenvolvimento deficiente 15
Paralisação do 10
desenvolvimento
Congelamento da planta 1
Cermeño (1977)

Cultivares de pimentão
Morfologia e fisiologia da planta
Cultivar Cor Tamanho Peso em g Resistência
Amanda Verde/amarelo 16-18 cm 240-280 -
8-10 cm
Ivory Verde 11 cm 200-220 TMV; Stip
Raiz pivotante com diversas raízes
limão/amarelo 9 cm adventícias
Lilac Roxo 10 cm 200-220 TMV; Stip
9 cm
Hastes
Magali Verde/vermelho 16-18 cm 220-240 ToMV Folhas: elevada relação
8-9 cm
Magali R Verde/vermelho 16-18 cm 220-240 PVY e ToMV
superfície/volume
6-8 cm
Flor: hermafrodita
Mandarin Verde/laranja 13-15 cm 220-250 TMV; Stip
8-10 cm Fruto: baga
Rubia R Verde/vermelho - 260-280 PVY

ToMV vírus do mosaico do tomateiro; PVY – vírus Y da Batata;


TMV – vírus do mosaico do fumo; Stip – tolerância a mancha negra

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Flor

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SISTEMA TRADICIONAL
SISTEMAS DE CULTIVO

• Sistema tradicional (solo)


• Cultivo em ambiente protegido
- Sistema Tradicional
- Sistema NFT (hidropônico)
- Cultivo em substratos
(hidropônico)

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SISTEMA HIDROPÔNICO - NFT CULTIVO EM SUBSTRATO

Custo de produção TIPOS DE RECIPIENTES PARA


ACOMODAÇÃO DO SUBSTRATO
Ö Campo aberto Vasos
• pimentão vermelho
• em geral, colhido no estádio "verde“ Sacolas
“Slabs”
• custo de produção (2000): US$ 3,159.43/ha
Ö Estufa
• todas as cores Sacos

Canaletas
em geral, colhido no estádio maduro
• amarelo: somente sob cultivo protegido
• custo de produção: US$ 2,584.00/350 m2

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MANEJO DA IRRIGAÇÃO E NUTRIÇÃO
DE PLANTAS EM SUBSTRATOS USO DE TENSIÔMETROS - dificuldade de
instalação em substratos porosos;

IRRIGAÇÃO: USO DE BALANÇAS - dificuldade para escolha de


vasos representativos do ambiente;
QUANDO ?
EMPIRISMO - Exemplo: acrescentar 20% a mais
para prevenir salinização;
COMO ?

QUANTO ?

COMO IRRIGAR ? QUANTO IRRIGAR ?

REPOSIÇÃO DO CONSUMO OU DA
EVAPOTRANSPIRAÇÃO
BALANÇA
TANQUE CLASSE “A”
TENSIÔMETROS ESPECIAIS
SENSORES DE UMIDADE - AUTOMAÇÃO

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PRODUÇÃO DE MUDAS

Bandejas: 200 células

Período de produção: 30-35 dias (verão)


60 dias (inverno)

Enxertia Enxertia por garfagem

Fatores a serem considerados para o


sucesso da enxertia ¾ do Ø do caule
1,0 cm

• Compatibilidade entre cavalo e enxerto Enxerto


Fenda
• Íntimo contato da região cambial de ambas as partes
enxertadas
•Temperatura e umidade
• Diâmetro do hipocótilo do enxerto e do porta-enxerto
• Remoção das folhas cotiledonares
Retirada do
• Ângulo de sobreposição das folhas cotiledonares Corte em bisel
meristema
apical

Porta-enxerto

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MULCHING
Vantagens da enxertia
VANTAGENS
• Conservação da umidade do solo
• Aumento da temperatura do solo
• Controle da murcha do pimentão • Menor lixiviação de nutrientes
causada pelo fungo Phytophthora capsici • Controle da erosão
• Controle de plantas daninhas
• Frutos mais limpos
• Aumento da precocidade e da produtividade
• Menor compactação do solo

DESVANTAGENS
• Controle de nematóides • Aumento do custo de produção
• Porta-enxerto: Silver • Descarte do material

Aplicações
Colocação do filme
Filme transparente
• Bom preparo do terreno • Aquecimento do solo (solarização)
• Verificar condições climáticas
• Fixação do plástico Filme negro:
• Perfurações • Menor custo
• Não transmite a radiação visível
Antes do plantio Após o plantio
Filme metalizado
Filme de • Absorve pouco calor
polietileno Solo
• Repele insetos sugadores

Filme vermelho
• Maior rendimento

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Solarização

Manejo da cultura

1 Filme com UV; 2 Filme com 50% UV; 3 Filme sem UV; 4 Sem filme

Barros et. al., 2004)

Sistema vertical com 2 linhas ou


SISTEMAS DE CONDUÇÃO espaldeira dupla
Sistema vertical ou espaldeira simples

Canteiros de 0,8 m de largura Canteiros de 1,0 m de largura


Espaçamento entre canteiros: 0,7 m Espaçamento entre canteiros: 0,70 - 0,80 m
Espaçamento entre plantas: 0,2 a 0,5 m Espaçamento entre plantas: 0,2 a 0,5 m
Espaçamento entre linhas: 0,5 m

1,0 m 0,5 m

0,2 a 0,5 m
Condução com 4 hastes

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FERTIRRIGAÇÃO

Conceito

Vantagens:
• Economia de mão-de-obra e energia
• Diminuição da compactação do solo
• Distribuição do fertilizante e localização
• Eficiência do uso e economia dos fertilizantes
• Controle da profundidade de aplicação
• Flexibilidade de aplicação

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ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS PARA A
Fertilizantes comerciais usados em
PRÁTICA DA FERTIRRIGAÇÃO fertirrigação

Fertilizante Teor do elemento Solubilidade


1. Fertilizantes: (%) 20°C
a) Fonte Nitrato de 33 1950
amônio
b) Solubilidade
Nitrato de cálcio 15(N) e 20 (Ca) 1220
c) Compatibilidade
Nitrato de 13(N) e 44 (K2O) 320
d) Salinidade potássio
e) Corrosão Ácido fosfórico 55(P2O5) 460
Fosfato 40(P2O5) e 1670
bipotássico 53(K2O)
2. Qualidade da água
Fosfato 51(P2O5) e 230
monopotássico 33(K2O)
3. Manutenção da Condutividade elétrica na faixa
considerada adequada para a cultura. Fosfato 10(N) e 52(P2O5) 230
monoamônico
Fosfato 17(N) e 44(P2O5) 430
diamônico
Ácido bórico 17

Problemas potenciais relacionados com a


qualidade da água de irrigação Tolerância relativa de algumas hortaliças à
salinidade do solo

Parâmetros Nível de dano


Nenhum Médio Severo Hortaliça Limite máximo da
pH 5,5-7,0 < 5,5 ou > 7,0 <4,5 ou > 8,0 salinidade (dS/m)
C.E. (dS.m-1) 0,5-0,75 0,75-3,0 > 3,0 Alface 1,3
RAS < 3,0 3-6 > 6,0
Brócolos 2,8
Bicarbonatos < 40 40-180 > 180
mg/L Couve 1,8
Na mg/L < 70 70-180 > 180
Ca mg/L 20-100 100-200 > 200 Pepino 2,5
Mg mg/L < 63 > 63 Pimentão 2,0
N total mg/L <5 5-30 > 30
B mg/L < 0,5 0,5-2,0 > 2,0 Tomate 2,5
Cl mg/L < 70 70-300 > 300
F mg/L < 0,25 0,25-1,0 > 1,0
Fe mg/L < 0,2 0,2-0,4 > 0,4

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Recomendação de nutrientes para o pimentão, conforme a Aplicação diária de nutrientes no pimentão para uma densidade de
fase de desenvolvimento da cultura 100.000 plantas/ha, produção de 75 t/ha, em Israel.

Dias após o Quantidade de nutrientes por dia Dias após o N P2O5 K2O
plantio
plantio
------------------Kg/ha.dia--------------------
N P2O5 K2O Ca Mg
1-10 0,10 0,00 0,12
----------------------------Kgha-1-------------------------------- 11-20 0,50 0,23 1,08
1 a 35 0,05 0,01 0,08 0,03 0,04 21-30 1,50 0,23 1,50

36 a 55 0,35 0,06 0,78 0,23 0,14 31-40 1,60 0,46 1,50


41-50 1,70 0,58 3,00
56 a 70 1,16 0,24 2,24 0,69 0,50
51-60 1,60 0,81 5,40
71 a 85 1,32 0,22 2,60 0,67 0,70
61-70 1,70 1,03 6,00
86 a 100 2,63 0,77 4,80 1,93 1,05 71-80 2,60 0,80 5,40
101 a 120 2,73 0,60 5,50 0,80 0,75 81-90 2,80 0,80 4,20

121 a 140 3,75 1,10 4,85 1,00 0,72 91-100 2,50 0,80 6,00
101-110 2,50 0,57 6,60
141 a 180 2,00 0,90 3,60 1,20 0,90
11-120 1,50 0,57 3,60
Total 295 90 514 139 103
121-130 - 0,23 -

Basseto Junior (2003) citado por Trani & Carrijo (2004) Total 205 71 444

Bar-Yosef (1991) citado por Trani & Carrijo (2004)

Distúrbios fisiológicos e Doenças


Deficiência de Ca
Distúrbios fisiológicos

Deficiência de B

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Temperatura elevada
Queimadura

Salinidade Doenças

Antracnose – Colletotrichum gloeosporioides

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Oidiopsis – Oidiopsis sicula
Podridão de Sclerotium – Sclerotium rolfsii

Murcha do pimentão-
Podridão de Sclerotinia –
Phytophthora capsici Sclerotinia sclerotiorum

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Mancha bacteriana –
Xanthomonas campestris pv. vesicatoria
Murcha bacteriana
Ralstonia solanacearum

Podridão mole
Erwinia carotovora subsp. Vira-cabeça - Tospovirus
carotovora

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Mosaico do pimentão PVY

Pulgões

Pragas
Colheita
Ácaro
% da superfície com coloração: variável em função da
demanda (normalmente no mínimo com 70% de coloração)

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INÍCIO DA COLHEITA
Pimentão
• verde: 90 a 100 dias após a semeadura
• maduro: 120 a 130 dias
• Frutos não climatéricos
DURAÇÃO DA COLHEITA • Produção de frutos no inverno: período
• campo: 50 a 60 dias (ciclo: cerca de 5 meses) longo para a maturação dos frutos
• estufa: até 9 meses (ciclo: até 13 meses) • Produção de frutos em períodos quentes:
período mais curto para o desenvolvimento
PRODUTIVIDADE da coloração.
• campo: 20 a 30 t/ha
• estufa: 3 a 4 kg/planta (80 a 110 t/ha)

Cotação- Pimentão – Ceagesp -18/08/2006


Produto Clas. Peso Menor Comum Maior Quilo Classificação e embalagem
Amarelo Extra AA 11/cx K 31,23 39,75 48,26 3,61
• Classificação
Verde Extra 11/cx K 6,07 6,82 7,27 0,62
• Grupos (formato): quadrado, retangular e cônico
Verde Extra A 11/cx K 8,47 9,47 10,47 0,86
• Subgrupo (cor): vermelho, amarelo, laranja, verde, creme
Verde Extra AA 11/cx K 11,26 12,26 13,6 1,11 e roxo.

Vermelho Extra 11/cx K 15,11 18,23 21,06 1,66 • Classe (comprimento): 4; 6; 8; 10; 12; 15; 18; 21 e 24 cm
Vermelho Extra A 11/cx K 20,77 25,77 30,57 2,34
• Sub-classe (diâmetro): 4-6; 6-8; 8-10 cm
Vermelho Extra AA 11/cx K 30,63 35,44 40,24 3,22

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DEFEITOS GRAVES
DEFEITOS LEVES

Podridão Murcho Falta de pedúnculo manchado deformado

Dano não
Queimado Dano cicatrizado Estria
cicatrizado

Tipos ou categorias Rotulagem


- identificação do responsável pelo produto ( nome, razão
Defeitos Graves (%) Extra Cat I
Cat Cat social e endereço)
II III
- número do registro do estabelecimento no Ministério da
Podridão 0 1 1 3 Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária
Murcho 1 2 3 10 - origem do produto
Queimado 1 1 2 10 - grupo
Dano não cicatrizado 1 1 2 5
- sub-grupo
- classe
Total Graves 1 3 5 10
- sub-classe
Total Leves 5 10 15 100 - categoria
Total Geral 5 10 15 100 - peso líquido
- data do acondicionamento

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Embalagem PÓS-COLHEITA
• Maturação
Temperatura, O2 e etileno

Imersão dos frutos em ethefon: 1300 a 3500 ppm


por 3 minutos a 25-30˚C, com pH menor que 3,5.
Gás etileno

Estádio fisiológico para realizar os tratamentos:


quando os frutos iniciam a coloração

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COMPONENTES DE QUALIDADE

• Cor
• Forma
• Firmeza
• Sabor
• Defeitos
• Tamanho

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