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Nélia João Baptista

OS ESPAÇOS MARÍTIMO, AÉREO E TERRESTRE

Instituto Superior de Ciências e Educação a Distancia

Quelimane, Fevereiro de 2019


Nélia João Baptista

OS ESPAÇOS MARÍTIMO, AÉREO E TERRESTRE

Trabalho de Investigação, da Disciplina


de Direito Internacional Público, do 2°
ano, como requisito parcial para a
obtenção de grau de Licenciatura em
Direito

Instituto Superior de Ciências e Educação a Distancia

Quelimane, Fevereiro de 2019

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Índice

Introdução.................................................................................................................................... 3
1. OS ESPAÇOS MARÍTIMO, AÉREO E TERRESTRE ...................................................... 4
1.1. Conceitos .......................................................................................................................... 4
1.2. Constituição do território ................................................................................................. 4
1.3. Divisão do território ......................................................................................................... 4
1.4. Espaço Maritimo .............................................................................................................. 5
1.5. Domínio fluvial ................................................................................................................ 5
1.6. Domínio marítimo ........................................................................................................... 6
1.6.1. Mar territorial ............................................................................................................... 6
1.6.2. Zona Contígua .............................................................................................................. 7
1.6.3. Zona marítima de pesca e zona econômica exclusiva ................................................ 7
1.6.4. Plataforma continental ................................................................................................. 7
1.6.5. Mares internos .............................................................................................................. 7
1.6.6. Lagos ............................................................................................................................ 8
1.7. Estreitos e Canais............................................................................................................. 8
1.8. Solo marítimo .................................................................................................................. 8
1.9. Alto-mar ........................................................................................................................... 8
1.10. Domínio aéreo ............................................................................................................ 10
1.11. A questão do domínio internacional na actualidade ................................................. 10
1.12. Direito de navegação .................................................................................................. 10
1.13. Navios ......................................................................................................................... 12
1.14. Espaço Terrestre ......................................................................................................... 13
2. Considerações Finais ......................................................................................................... 15
3. Bibliografia ........................................................................................................................ 16

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Introdução

O presente trabalho de campo tem como tema: Os Espaços Marítimo, Aéreo e Terrestre.
Entretanto, nesta ordem de ideias importa referir que Moçambique é um país da costa oriental
da África Austral que tem como limites: a norte, a Tanzânia; a noroeste, o Malaui e a Zâmbia; a
oeste, o Zimbabué, a África do Sul e a Suazilândia; a sul, a África do Sul; a leste, a secção
do Oceano Índicodesignada por Canal de Moçambique.

No Canal de Moçambique, os vizinhos são Madagáscar e as Comores (incluindo a possessão


francesa de Mayotte). No Oceano Índico, para leste da grande ilha de Madagáscar, situam-se as
dependências de Reunião, Juan de Nova e Ilha Europa. No Canal de Moçambique, sensivelmente
a meia distância entre o continente e Madagáscar, o atol de Bassas da Índia, igualmente possessão
francesa.

A metade norte (a norte do rio Zambeze) é um grande planalto, com uma pequena planície costeira
bordejada de recifes de coral, limitando no interior com maciços montanhosos pertencentes ao
sistema do Grande Vale do Rift. A metade sul é caracterizada por uma larga planície costeira
de aluvião, coberta por savanas e cortada pelos vales de vários rios, o mais importante dos quais é
o rio Limpopo

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1. OS ESPAÇOS MARÍTIMO, AÉREO E TERRESTRE
1.1.Conceitos
ACCIOLY (1998:44) o território é um dos elementos constitutivos do Estado, composto pela
porção física do planeta sobre o qual ele exerce a soberania.

Segundo PORTELA (2002) o território é a área certa e delimitada da superfície da terra, que
contém a nação, dentro de cujas fronteiras o Estado exerce a sua soberania.

Para QUADROS (1997) o território é a base geográfica do Estado, sobre a qual exerce ele sua
soberania, e que abrange o solo, os rios, lagos, mares interiores, águas adjacentes, golfos, baías e
portos.
Assim podemos chegar ao consenso que o território é a parte juridicamente atribuída a cada Estado
sobre os rios, lagos e mares, contíguos, e bem assim o espaço aéreo que corresponde ao território,
ate a altura determinada pelas necessidades da policia e segurança do país, devendo-se, ainda,
considerar como parte do território os navios de guerra, onde quer que se encontrem, e os navios
mercantes em alto-mar ou em águas nacionais.

1.2.Constituição do território

O território constitui-se do solo, ou território propriamente dito, o subsolo, as águas territoriais, as


ilhas, os rios, os lagos, os portos, os mares interiores, os golfos, o espaço aéreo que está sobre o
solo.

1.3.Divisão do território

Segundo SIVIERO (2008) o território pode ser:

a) Real ou terrestre – que é a superfície ocupada pela nação e circunscrita por suas fronteiras;

b) Ficto – quando por uma ficção de direito se reputa território o que material e geograficamente
não o é. Por exemplo, tudo aquilo que, de acordo com o princípio da extraterritorialidade, é
considerado um prolongamento da nação cujo pavilhão ostenta, a saber: os navios de guerra e as
aeronaves militares onde quer que se encontrem; os edifícios ocupados oficialmente por agentes
diplomáticos e consulares localizados noutro país; o mar territorial e o espaço aéreo a ele
superposto;

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c) Flutuante – que é a extensão do mar sob a jurisdição do Estado, ou território marítimo; são os
navios de guerra, quando têm arvorada a bandeira nacional;

d) Volante – é o representado pela aviação militar, considerada, ficticiamente, parte do território


nacional, quando em país estrangeiro ou em viagem pelo espaço aéreo livre.

1.4. Espaço Maritimo

Um dos elementos caracterizadores do Estado é a porção da superfície do solo, de modo, a


abranger terras, subsolo e a coluna do ar, como o espaço aéreo.

A extensão do domínio terrestre do Estado demarca-se por linhas imaginárias e seus limites,
podendo estes ser naturais ou artificiais (aqueles que seguem os traços físicos do solo, artificiais,
intelectuais os criados pelo ser humano).

Os limites de extensão de domínio do Estado provem de acontecimentos históricos ou de


acordos, não tendo por existir regras internacionais estabelecidas.

1.5. Domínio fluvial


Segundo VALLE (1997) são os rios e os cursos d’água que cortam determinado território. Podem
ser:
a) Nacional: quando correm de forma integra no território de um único Estado;
b) Internacional: quando separam os territórios de um ou mais Estados. Dentre o domínio fluvial
internacional, pode-se dizer a existência dos chamados contíguos, quando correm entre
territórios de dois ou mais Estados; ou, sucessivos, quando atravessam mais de um Estado.
Em relação à liberdade de navegação, é importante distinguir os rios nacionais dos
internacionais, pois, enquanto que o primeiro existe uma soberania do Estado, de modo à regular
a atividade de navegação; já o segundo, deve-se observar os acordos entre Estados Internacionais
e seus Tratados vigentes. Aos Tratados Internacionais, nesta seara é fundamental, por que
atualmente a circulação de riquezas, com o aproveitamento industrial e agrícola das águas, faz
consolidar esta relação internacional, pois aqueles indivíduos de determinado Estado que capta

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lucros com a atividade empresarial beneficiará com a circulação de riquezas (contração de
empregados, pagamento de impostos, etc.).

Na actividade pesqueira, pertence à nação ao domínio, na porção do rio, seja contiguo ou


sucessivo, desde que estejam conforme aos acordos vigentes entre os Estados.
1.6. Domínio marítimo
Classificam-se como águas internas, o mar territorial, a zona contigua entre o mar territorial e o
alto-mar, zona econômica exclusiva, plataforma continental, solo marítimo, estreitos e canais.
1.6.1. Mar territorial
É a faixa marítima ao entorno da costa de um território, fazendo parte das águas territoriais,
compreendendo o mar territorial e as águas internas. Alias, as águas internas, são partes do
território do Estado, onde provém de soberania por completo.
Ao mar, existem direitos ribeirinhos ao Estado, como:
 Direito exclusivo de pesca;
 Direito de exploração e extração do seu leito e subsolo;
 Direito de cabotagem, que é transporte de pessoas e mercadorias de um porto nacional a
outro;
 d) Direito de policia, estabelecendo regulamentos sobre sinais e manobras, instalação de
bóias, serviço de pilotagem, sob jurisdição civil e penal.
Ao direito de jurisdição, há limitações e isenções:
1) Limitações: sofre pela passagem de inocente ou inofensiva. A Convenção de Genébra, nos
arts. 14-17, define como aquela que não seja prejudicial à boa ordem e segurança do Estado,
justificando para os navios que não sejam de guerra, mesmo que ordinário, não se proíba a
passagem, podendo ser regulamentadas as suas condições;

2) Isenções: São isentos de jurisdição local os navios de guerra, desde que se sigam em
conformidade as regras do Estado. Apesar de confrontos entre tratados (Código Bustamante,
Tratado de Direito Penal e a Convenção de Genébra), quanto a jurisdição penal do Estado
ribeirinho, de qualquer forma, cumpre ao Estado tomar medidas para efetuar prisões ou praticar
atos de instrução a bordo de navios estrangeiros em passagem, vindo de águas interiores.

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Em relação ao território marítimo brasileiro, a Convenção de 1982, conceitua a “linha base”,
aquela em que se mede a largura deste mar em direção ao alto-mar, considerando a linha base
ao longo da costa na baixa-mar.

1.6.2. Zona Contígua


É uma faixa de alto-mar , adjacente ao mar territorial, especificando que não podendo ultrapassar
de 12 (doze) milhas a partir da linha base, que serve de ponto de partida para medir aquele mar,
conforme o art. 24, da Convenção de Genébra sobre o Direito do Mar.

Mas, posteriormente a Convenção e Genébra sobre o Direito do Mar, o art. 33 da Convenção das
Nações Unidas veio a estabelecer uma nova medição com a largura de 24 (vinte e quatro) milhas
marítimas, no máximo, para a zona contigua.

Ainda, o Estado ribeirinho pode exercer fiscalização aduaneira, fiscal, sanitária ou de imigração,
sendo que é tida como porta de entrada do mar territorial.
1.6.3. Zona marítima de pesca e zona econômica exclusiva
As zonas exclusivas de pesca, conforme o costume internacional, o País que faz uso desta, tem
o direito de reclamar, desde que não ultrapasse até 12 (doze) milhas.
A Convencao de 1982 coube por introduzir a “Zona Econômica Exclusiva – ZEE, em que se
situa para além do mar territorial, não podendo estender das 200 (duzentas) milhas marítimas,
iniciadas a partir de sua base. Todo País, tido como costeiro tem sua soberania, quanto aos
recursos econômicos do mar, do leito e do subsolo.
1.6.4. Plataforma continental
É o leito e o subsolo das áreas submarinas, entendendo além do mar territorial, toda extensão de
seu prolongamento natural, até o bordo exterior da margem continental ou até uma distância de
200 (duzentas) milhas das linhas base.
1.6.5. Mares internos
Segundo PORTELA (2002) é a porção de água salgada cercadas de terra, podendo ou não ter
ligação ao mar livre.

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1.6.6. Lagos
Para QUADROS (1997) lagos são superfícies maiores ou menores de água doce rodeadas por
terra, tendo as mesmas normas dos mares internos, pois, havendo ligação com o mar pelo curso
da água, situando em território de mais de um Estado, de acordo com os preceitos do domínio
fluvial.
1.7. Estreitos e Canais
Estreitos são obras naturais, já os Canais são obras criadas pelo ser humano. Ambos são vias de
comunicação entre dois mares, em que todos têm soberania de um Estado, ou, se mais de um
Estado, a soberania será partilhada, ao passo que os navios terão o direito de passagem inocente.
Poderá haver regulamentações convencionadas entre Estados em casos específicos, como o canal
de Suez (A companhia Suez de Ferdinand de Lesseps construiu o canal entre 1859 e 1869, em
que ao final dos trabalhos, o Egito e a França eram os proprietários do canal), canal de Kiel
(construído pelos alemães em 1895 e internacionalizado pelo tratado de Versalles) e canal do
Panamá (administrado pelos Estados Unidos da America desde 1901, mas em 1977, foi assinado
e ratificado acordo entre os EUA e o Panamá para a reaquisição de soberania. Em, 1998, foi
discutido o estabelecimento da zona do canal, mas ainda não teve êxito estas negociações).
ACCIOLY (2000)
1.8.Solo marítimo
É uma espécie de planície submarina que se inclina gradualmente até grande distância do litoral,
denominando como “plataforma submarina”, explorando o Estado costeiro dos recursos naturais
e outros não vivos do leito do mar e do subsolo, de organismos vivos pertencentes às espécies
sedentárias.
Na seara internacional, entende que a Convencao de 1982, determina que os solos marítimos
devam abranger todas as partes do mar, não tendo por incluir a zona econômica exclusiva, no
mar territorial ou nas águas interiores de um Estado, águas de arquipélagos de um Estado tido
como arquipélago.
1.9. Alto-mar
Segundo ACCIOLY (1998:49) Um ponto interessante que deve observar este instituto é que não
pertence a nenhum Estado, dando a liberdade de navegar, pescar, colocar cabos e oleodutos
submarinos, construir ilhas artificiais, sobrevoar, mas desde que com a finalidade pacifica, ou
seja, que não coloque em risco a soberania de outros Estados Internacionais.

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O Ato-mar vige ao princípio da liberdade, ou seja, não podem os Estados usarem de forma
arbitraria, contra a liberdade de cada Estado, agindo somente livremente, sem prejuízos aos
demais componentes da comunidade internacional. Podes citar exemplos deste instituto com
tais liberdades:

a) Liberdade de navegação;

b) Liberdade de sobrevôo;

c) Liberdade de colocar cabos e tubos submarinos;

d) Liberdade de construir linhas artificiais, desde que permitidas pelo Direito Internacional;

e) Liberdade de pesca, conforme permite o Direito Internacional e suas regras;

f) Liberdade de Investigação cientifica.

Mas para que sejamos mais didáticos, listaremos tais Direitos do Estado em alto-mar, são eles:
1) Jurisdição do estado de bandeira sobre o navio: sobre navios que arvorem sua bandeira em
alto-mar;

2) Direito de visita em alto-mar: trata-se de um direito, quando o navio de guerra pretende


identificar a identidade de um navio comercial estrangeiro, tido suspeito. Tal instituto pode ser
denominado também como o direito de aproximação, quando em casos de suspeita de pirataria,
tráfico de escravos, transmissões não autorizadas, falta de nacionalidade, uso de bandeira falsa.
Assim, aquele que não tenha fundamento para tanto, deverá pedir indenização por perda ou dano
que tenha sofrido;

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3) Direito de perseguição: Tem direito o Estado perseguir o navio estrangeiro que violar as
normas do estado soberano do mar territorial, devendo iniciar no mar-alto ou nas águas internas,
chamada de zona contigua até o mar-alto, cessando somente quando o navio perseguido entrar
em mar territorial de terceiro ou no seu mar territorial;

4) Direito à autodefesa: pode o Estado interferir em navios comerciais estrangeiros, quando


infringidos seus direitos.

1.10. Domínio aéreo


Inexiste demarcação visível de fronteiras, por isto, não há demarcação, mas não quer dizer que
inexista proteção de seu espaço aéreo pelo Estado devido à soberania, daí dizer que tem pleno
domínio.
Entende-se por espaço aéreo, superior a atmosfera, havendo o direito natural de passagem, desde
que seja inofensiva, aplicando subsidiariamente a regra territorial.
1.11. A questão do domínio internacional na actualidade
Ponto interessante, diga-se de passagem, em relação ao domínio internacional, pois apenas dois
territórios atualmente, são considerados internacionalmente.
O primeiro é a Antártida, que pode ser definida como uma terra acobertada por gelo. Em 1958,
os EUA trataram com os países interessados sobre a Antártida com onze Estados, tendo por
conseqüência em um acordo, denominado Tratado da Antártida de 1959. O objetivo deste tratado
é declarar que a Antártida seja um campo neutro, sendo utilizada apenas para fins pacíficos.
Outro território é o Ártico que, é um oceano acobertado de gelo. Muitos Países tinham interesses
neste território, devido ao valor cientifico e econômico em sua região, portanto, seis países
reivindicaram seus direitos, entre eles os EUA, Finlândia, Noruega, Dinamarca, Canadá e
Rússia, porém, ficou todo em aberto, mas por enquanto ainda vige a Convenção sobre Direito
do Mar, datado em 1982, concedendo a liberdade do alto-mar.
1.12.Direito de navegação
O Direito Aéreo tem sofrido grandes repercussões desde que o avião tornou-se um meio de
transporte em que facilita as distâncias de espaço por rotas aéreas, capaz de deslocarmos por
uma velocidade sônica e até mesmo supersônica, com aviões de guerra.

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Na seara do Direito Internacional, houve um congresso internacional, realizado em solo italiano,
por volta de 1910, aos quais participaram juristas.
Deste encontro, aqueles que compareceram concluíram que dois pontos precisam ser afirmados,
como: a atmosfera, dominando o território e o mar territorial, seja considerada como uma
atmosfera territorial sujeita à soberania Estatal, e que a atmosfera dominando os territórios
ocupados e mar livre seja considerada livre; que o espaço territorial a passagem e a circulação
sejam livres , ressalvas as regras de policia necessária à proteção dos interesses públicos e
privados e os regime inerente a nacionalidade das aeronaves.
Daí por diante, foi apenas um passo, ou, melhor dizendo “um vôo” teve valores de
enriquecimento da espécie humana, já que o homem não podia voar, salvo em duas situações:
pelo pensamento e pela invenção da aeronave, quebrando barreiras e “criando” um novo espaço
a zelar pelo Estado, o aéreo.

Além disso, a tutela Estatal do espaço aéreo teve por expoente em destaque, a Convencao de
1944, em Chicago reafirmando cinco liberdades, como:

1) Direito de sobrevôo, como o direito de passagem inocente do Direito Marítimo. São tidas por
liberdades comerciais;

2) Direito de escala técnica para reparações, similar como ocorre no Direito Marítimo com o
direito de ancorar; São relacionadas como liberdades comerciais;

3) Direito de embarcar no território do Estado contratante da mercadoria e passageiros e correio


com destino ao Estado de que a aeronave é nacional; Trata-se de liberdades de comercio
aeronáutico;

4) Direito desembarcar no território do Estado contratante mercadorias e passageiros e correio


que tenham sido embarcados no Estado de que a aeronave é nacional; Este instituto denomina-
se como fundamental para as relações aeroviárias internacionais;

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5) Direito de embarcar passageiros e mercadorias e correio com destino ao território de qualquer
contratante e direito de desembarque de passageiros e mercadorias do Estado contratante;
Entende-se por fundamental para as relações entre os Estados.

Em se tratando de aeronaves comerciais em território estrangeiro deverão estas estar sujeitas à


jurisdição Estatal do território em que se encontra.

Aos atos praticados internamente da aeronave, incumbe ao Estado proprietário, mas se afrontar
aos deslindes do interesses do Estado, perderá está jurisdição, passando ao Estado que
“hospedou” a aeronave aplicar a sua lei interna.

Mas, se a aeronave está em pleno vôo, inocorrerá interesse para o Estado onde esta está passando,
aplicando-se as regras em relação ao alto-mar do qual já tratamos anteriormente, porém, se a
aeronave está pousada, aplica-se a lei territorial em que esta se encontra, exceto se for militar,
daí vige a lei do país dela pertencente.
1.13. Navios
Segundo ACCIOLY (2000) navio é toda embarcação que se destina à navegação transportando
pessoas ou coisas. Podem ser públicos ou privados:
Públicos: são os dois Estados, que podem ser empregados no transporte comercial (mercadorias
ou passageiros) ou não.

Privados: são provenientes de cargueiros (mercadorias), os para passageiros e os mistos


(mercadorias e passageiros).

Aos navios púbicos, podem ser civis, quando a serviço da polícia marítima; e os militares,
quando a serviço da marinha, comandado por militares.

Em relação ao navio de guerra, a Convenção sobre Direito do Mar trata que pertence às Forças
Armadas de um Estado.

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É pela bandeira que é identificada a nacionalidade de um navio, sob registro de matricula e o seu
domicilio.

A Convenção sobre Direito do Mar, realizada em solo jamaicano, datado em 1982, permite que
os navios arvorem bandeiras da Organização das Nações Unidas – ONU e de organismos
internacionais, desde que estejam a serviço de tais entes.

Espaço aéreo livre

Corresponde ao espaço infinito que se situa fora da coluna atmosférica que domina o território e
as águas judisdicionais de um país, e é franqueado à navegação por aeronaves de todos os povos.
É de uso comum, regulado pelo código do ar.

Estas liberdades são:

 Liberdade e sobrevoo sem escalas;


 Liberdade de trânsito sem escalas técnicas;
 liberdade do avião para levar passageiros e carga;
 Liberdade do avião para trazer passageiro;
 Liberdade de o avião transportar passageiros e carga nos aeroportos intermediários entre
 país de sua nacionalidade e o país estrangeiro.

1.14. Espaço Terrestre


O espaço terrestre corresponde à porção mais externa da crosta terrestre, é o lugar onde o ser
humano habita e manifesta a suas atividades. A sua porção continental, isto é, a sua localização
acima do nível dos oceanos é chamada de terras emersas, e sua porção oceânica é chamada
de terras imersas, que ocupam 71% de toda a sua área.
Ao contrário do que muitos pensam, a ciência que estuda a superfície terrestre não é a Geografia.
Na verdade, essa é apenas uma entre as diversas áreas do conhecimento que procuram
compreender essa dimensão da Terra, cada uma com a sua respectiva abordagem.

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Entre várias abordagens sobre a superfície da Terra, cita-se várias concepções científicas, seja para
representação em mapas (Cartografia), seja para a sua composição molecular (Química), seja para
o estudo dos seres vivos que nela se manifestam (Biologia), ou até para compreender a sua
estruturação e transformação pelas atividades humanas (Geografia), dentre várias outras
possibilidades.

A superfície terrestre é resultante da interposição entre três camadas, a litosfera (porção sólida),
a atmosfera (porção gasosa) e a hidrosfera (porção líquida). Juntas, essas camadas permitem a
existência de uma quarta expressão sobre a camada superficial da Terra: a biosfera, onde se
manifesta a vida.
Compreender a composição, bem como os processos de formação e transformação da superfície
terrestre é de extrema importância para as atividades humanas, pois o seu conhecimento influencia
ações de planejamento e reconstrução de espaços geográficos, vegetais, animais e outras
manifestações externas.

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2. Considerações Finais

Em jeito de conclusão importa referir que O Direito Internacional passou a se preocupar com a
regulamentação os espaços internacionais, também denominados de extraterritoriais ou
internacionalizados.

Os problemas ligados ao alto-mar, espaço ultraterrestre e fundos marinhos tem sido abordados de
maneiras tímidas, quando existe tal pré-disposição. Existe uma tendência em manter a Antártida
como espaço internacional mas alguns países requisitam parcelas sobre a mesma.

A Convenção de Montego Bay apresenta o que é o alto-mar “todas as partes do mar não incluídas
na zona econômica exclusiva, no mar territorial ou nas águas interiores de um estado arquipélago”.
(p. 315) os ensinamentos de Hugo Grocius proporcionaram a liberdade do mar, principalmente a
de navegação, a de pesca, a de nele colocar cabos e oleodutos e se sobrevôo.

As normas do espaço ultraterrestre nasceram em decorrência do lançamento do sputnik pela União


Soviética em 1957, do vôo do cosmonauta Yuri Gagárin em 1961 e a chegada de Neil Armstrong
a lua em 1969. O limite funcional para os aviões é o inicio do espaço ultraterrestre.

Os fundos marinhos só começaram a ser interessantes a partir de estudos que mostravam poder-
se-ia extrair deles quantidades de minérios e gás natural. Trata-se de patrimônio comum da
humanidade. Porém a exploração dos fundos dependerá dos avanços tecnológicos.

A exploração dos pólos avançou principalmente no Sul onde todos querem uma barganha. Sabe
que a Antártida possui reservas de petróleo imensas e é um continente envolto de água o que
dificulta sua ocupação. Com relação ao pólo Norte em que somente Canadá, Estados Unidos,
Rússia, Dinamarca, Noruega e Finlândia possuem seus territórios no Círculo Polar Ártico, trata-se
de terra coberta por gelo e sua ocupação torna-se viável.

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3. Bibliografia

ACCIOLY, Hildebrando. Manual do Direito Internacional Público. 13. ed. São Paulo: Saraiva,
1998. p. 314-328.

___________________, Hildebrando Manual de Direito Internacional Publico – Ed. Saraiva.2007

Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Fernando Bastos de Avila- MEC.

A Convenção sobre Direito do Mar, realizada em solo jamaicano, datado em 1982

Dicionário de Tecnologia Jurídica NUNES, Pedro – Edit. Freitas Bastos S.A.

Enciclopédia Saraiva do DIREITO. Ed. Saraiva – volume 33.

PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito internacional Público e Privado, Coimbra:


Almedina, 2002, p. 51.
QUADROS Faustos & PEREIRA Gonsalves Adre. Manual de Direito Internacional. Coimbra:
Almedina, 1997.
REZEK, José Francisco. Direito internacional público: curso elementar – 9ª ed. – São Paulo:
Saraiva, 2002, p. 1.

SIVIERO, Filipe. Espaços Internacionais. Portal Jurídico Investidura, Florianópolis/SC, 28 Jun.


2008. Disponível em: investidura.com.br/biblioteca-juridica/resumos/direito-internacional/280-
espaco-internacional. Acesso em: 01 Mar. 2019

VALLE,Gerson. Edit. Rio – Sociedade Cultural Ltda. Você Conhece Direito Internacional
Publico.1997

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