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O AVENTAL MAÇÔNICO, INSÍGNIAS, PARAMENTOS E

BALANDRAU
Klebber S Nascimento
12.01.2011
O avental é um legado que a maçonaria moderna recebeu da maçonaria
operativa. Esta peça, que foi de tanta utilidade para o Maçom operativo,
já que lhe protegia a roupa, transformou-se para o maçom moderno
numa alfaia simbolizando a disciplina e o trabalho do Maçom.
Até a sua regulamentação pela Grande Loja Unida da Inglaterra, os
aventais da maçonaria inglesa assumiram os mais variados aspectos e
formas. Simples peles desalinhadas de cordeiro, no princípio, os
aventais sofreram uma evolução constante nos países que adotaram a
instituição maçônica.
Em fins do século XVIII era grande moda enfeitar os aventais com
pinturas e bordados à mão que reproduziam a riqueza emblemática da
maçonaria.
O primeiro contato do Maçom com essa insígnia, que expressa sua
condição, é na Iniciação. Ao entregar o Avental ao Iniciando o Venerável
diz: Recebei este Avental, a mais honrosa insígnia do Maçom, pois é o
emblema do Trabalho, a indicar que devemos ser sempre ativos e
laboriosos. Sem ele, não podereis comparecer às nossas reuniões.
Deveis usá-lo e honrá-lo; porque ele, jamais vos desonrará.
O Avental, cujo uso se liga a costumes antiquíssimos relatados não só
na Bíblia, quando Moisés instruiu os hebreus para que tivessem os rins
cingidos na noite da libertação do jugo egípcio, por exemplo, mas nos
mistérios persas, na Grécia cerca de 40 séculos antes de Cristo, no
Hindustão ou nas Américas, tem a finalidade de isolar e de filtrar as
vibrações primitivas que atuam no corpo do Homem evitando que seu
pensamento seja desviado dos planos superiores para o plano das
forças mais densas. Quando isso ocorre, o que não é raro acontecer
cria-se uma fluidez magnética intensamente negativa e, como é óbvio,
altamente prejudicial ao trabalho em Loja.
É mister, portanto, impedir que isso ocorra e o Avental tem a
propriedade de fazê-lo desde que devidamente magnetizado e usado
corretamente, pois ele tem uma espécie de tela entérica que atravessa o
seu cinto. Essa tela funciona como uma barreira contra as forças
negativas e contra a comunicação prematura entre os planos astral e
físico o que é muito importante, especialmente para o Aprendiz já quer
este detém muito pouco ou nenhum conhecimento sobre esse assunto.
Ao nosso Avental, não importa o grau que detenhamos, merece que lhe
dediquemos um especial cuidado. Primeiramente, porque temos que
honrá-lo como símbolo do trabalho que eleva e dignifica o Homem em
sua trajetória terrena; e em segundo lugar, porque se o tratarmos como
deve ser tratado ele será nossa proteção permanente contra as forças
maléficas que pululam ao nosso redor e que podem ser fácil e
rapidamente atraídas por nossos corpos.
O Avental é a peça mais importante na Maçonaria.
Distintivo indispensável do trabalho. É o único que dá ao maçom o
direito de entrar nos Templos e participar das reuniões. Sua forma e
cores variam de acordo com os graus e Ritos, mas seu significado
místico é o mesmo. O Avental Branco, sem adornos, do 1º grau, indica a
pureza da alma, que se supõe tê-la alcançado neste grau.
O azul celeste está associado com a dedicação espiritual. Nos graus 1 e
2 não aparecem nenhum metal, pois o maçom esteve, teoricamente, se
despindo de todos os metais e transmutando-os em riquezas espirituais
Azul: Cor da Safira que simboliza a piedade, o equilíbrio, a lealdade e a
sabedoria. É a cor celeste que caracteriza as Lojas Simbólicas e os
maçons dos três primeiros graus.
A abeta levantada, (ternário) significa que o aprendiz não sabe ainda
trabalhar e precisa proteger-se.
O companheiro maçom cujo material de trabalho é a pedra cúbica
(provinda do polimento da pedra bruta), já pode usar o avental com a
abeta abaixada (quaternário) pois não necessita mais de tanta proteção
para o corpo.
Na condição de companheiro o Irmão elevado não usa venda porque ele
já conhece a Verdade, sua vista já é forte suficiente para resistir a luz
dentro do Templo, mas não ainda para subir ao Or\ Ele usou venda
quando como profano bateu nas portas do Templo e foi necessário
ocultar da sua vista a Loja em trabalhos maçônicos, porém ele já possui
defesa suficiente para que seu corpo não seja lambado pelas águas
lodosas das corrupções do mundo profano, o corpo a que se refere é o
corpo espiritual, e é nesse momento com o avental de abeta baixa que
se está formando o verdadeiro maçom, a partir deste ponto é que
saberemos se realmente o Comp\ será ou não um bom M\M\.
Os CComp\, finalmente, após passar 6 (seis) meses com a abeta baixa
e ter provado seus merecimentos passam então a condição de mestres
e aí é que só planejam e dirigem, simbolicamente os trabalhos, passam
a utilizar o avental também de pele branca, orlado de azul-celeste, em
todo seu contorno e na abeta.
O avental do mestre é forrado de preto, tendo uma roseta também azul
celeste no centro da abeta, que estará sempre descida, e duas rosetas
iguais, uma em cada lado inferior do avental, no centro das rosetas, um
botão também azul-celeste. E finalmente o Mestre Instalado utiliza o
avental também de pele branca orlado de azul-celeste, em todo seu
contorno. A diferença é que ao invés de rosetas, traz três (taus)
invertidos, sendo um no centro da abeta e dois na parte inferior, um de
cada lado, de metal dourado. Terá junto a ponta inferior do triângulo,
duas fitas azuis com franjas, formadas por sete correntes de sete elos
dourados e pequenas esferas também douradas. Uma vez passado pelo
procedimento ritualístico de Instalação, o M\I\ jamais usará o avental
com rosetas.
Insígnias complementares do avental e paramentos.
Mestre
1. Fita - Os mestres usam uma fita azul-celeste de 10 cm de largura,
forrada de preto, posta a tiracolo, do ombro direito para o esquerdo.
2. Joia – Um esquadro prateado com ramos iguais, pendente da fita de
mestre, com a abertura voltada para baixo.
Mestre Instalado
1. Colar – Azul celeste, com 10 cm de largura, com um ramo de Acácia
bordado na cor dourada, de cada lado, no vértice formado pelo colar, há
a figura de um delta radiante com o olho onividente. O colar é forrado de
preto.
2. Joia - É um esquadro dourado com ramos desiguais, pendentes do
colar, com a abertura voltada para baixo e a haste maior a direita.
3. Punho – com seda branca orlado com azul celeste com um ramo de
acácia de cada lado , tendo bordado na face externa a jóia do cargo.
Não é permitido usar qualquer tipo de condecoração, recompensa, cruz,
colar, pingente, medalhão maçônico, etc, por sobre o colar dos mestres
e autoridades, mesmo que sejam emblemas maçônicos.
Obs: (Constante do ritual de M\M, pág. 12): “O mestre Instalado quando
não exercer o cargo de venerável, poderá usar apenas o avental de
Mestre Instalado”.
Essa observação serve para que os M\I\ se diferenciem dos atuais V\M\
de Lojas, presentes em uma mesma Sessão, devendo-se observar que
na ritualística já está definido onde devem tomar acento no Oriente, ou
seja, ambos, a esquerda do Trono de Sal\.
As autoridades Dep\Fed\, Estad\, Gr\ Secr\, Min\ e outros que tem os
seus paramentos específicos da representação, tem assento no Or\
diretamente independente de convite do V\M\, evitando os constantes
constrangimentos do Ven\ ter que interromper a Sessão, pedindo para o
Mestr\ de Cer\ convidá-los a tomar acento no Or\ . Essas autoridades
quando em Sessões Ordinárias de suas Lojas, com exceção do M\I\ e
do V\M\ podem a seu critério, deixar de usar seus paramentos de auto
cargo, a fim de se apresentarem mais a vontade, e disponíveis para
ocupar alguma outra função que a Loja necessite no Ocidente, por
exemplo 2.º Diac\ Cobr\ Mest\ Cer\ e outros.
Balandrau
Balandrau é o traje típico maçônico. É preconizado seu uso estrito em
sessões maçônicas simples, ditas econômicas. Todo balandrau é de cor
preta, com comprimento abaixo dos joelhos, mangas largas e
compridas. O colarinho alto deverá está sempre fechado.
O balandrau é palavra originada do latim medieval Balandrana, que
definia a vestimenta de mangas largas abotoada na frente e, pelo uso,
designava certas roupas usadas por confrarias, normalmente em
cerimônias de cunho religioso.
Historicamente, as organizações de ofício, ditas "Maçonaria Operativa",
adotavam o traje, tal qual os Collegiati dos Collegia Fabrourum e
membros dos Ofícios Francos, dos séculos XIV e XV, com seu
balandrau negro.
Atualmente, a Maçonaria no Brasil de várias obediências tolera a veste
talar, negra, de mangas longas, colarinho alto e fechado até o pescoço
como opção ao terno escuro, por entender que só o avental seja
paramento maçônico, alguns ritos como Emulation (erradamente
chamado de York Inglês), não permitem o uso do balandrau, sendo
exigido o uso do terno escuro.
O Art. 84 do RGF – estabelece em parágrafo único que se admite
“eventualmente” o uso do balandrau nas demais sessões desde
que usado com calça preta ou azul-marinho, sapatos e meias
pretas, e sem qualquer insígnia ou símbolo estampados.
Trabalho apresentado pelo Ir\ FREDERICO DE JESUS SILVA - Na Loja
Obreiros do Vale do Or\ do Park Way – DF

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