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DEFINIÇÃO

Incide somente sobre o total da renda e proventos de qualquer natureza, produzidos pelo
capital aplicado (juros, lucros) ou percebidos pela aplicação do capital em negócios, ou
recebido pela prestação de serviço de qualquer natureza, quando remetido para o exterior, em
favor de pessoas físicas ou jurídicas, residentes e domiciliadas no exterior. Considerando esta
definição concluimos que a operação de câmbio só terá tributação de I.R. quando for um
contrato ou boleto de venda (saída de divisas), e quando a natureza da operação for
pagamento de juros ou outros rendimentos. Nunca haverá incidência de I.R. quando o
contrato ou boleto for de compra (entrada de divisas) ou quando a natureza da operação for
pagamento do principal.

Considera-se o fato gerador o rendimento no exterior. É sobre esse rendimento que será
tributado o IR. Pela regra da Receita, o remetente dos recursos no Brasil é o responsável
tributário na operação. Ver Decreto 3000 – art 682, art.685 e art 717. O artigo 682 contempla
remessas de PF e PJ.

BASE DE CÁLCULO

O valor (bruto) total da renda, o valor (bruto) total da remessa ao exterior, apurada com base
na cotação de venda, para a moeda, correspondente ao segundo dia útil imediatamente
anterior ao da contratação da respectiva operação de câmbio, ou se maior, da operação de
câmbio em si.

(Lei nº 10.305/01, de 07.11.2001), (Lei nº 9.816/99, de 23.08.1999), (Art. 713 do Decreto nº


3.000 de 26.03.1999) e (Instrução Normativa SRF nº 41, de 19.04.1999)

FATO GERADOR

Pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa de rendimentos, ganhos de capital e


demais proventos, a favor de residentes e domiciliados no exterior.

(Art. 685 do Decreto nº 3.000 de 26.03.1999)

CONTRIBUINTE

Remetente do rendimento ou beneficiário do rendimento (retido na fonte).

DOCUMENTO DE ARRECADAÇÃO DO IR

O documento de arrecadação obedecerá ao modelo aprovado pela Secretaria da Receita


Federal e sua utilização pelo contribuinte, procurador ou fonte pagadora far-se-á de acordo
com instruções específicas.
Quando se tratar de contribuinte residente ou domiciliado no exterior, será indicado o número
de inscrição no CPF ou CNPJ do procurador ou da fonte. (Art. 873 do Decreto nº 3.000, de
26.03.1999)

Quando a operação de câmbio tiver um imposto de renda a ser retido menor que R$ 10,00
(dez reais), não deverá ser recolhido no ato; o valor apurado deverá ser guardado e adicionado
ao valor da(s) próxima(s) operação(ões), quando então será pago. (Decreto nº 3.000/1999 arts.
724 e Art. 873, Instrução Normativa nº 82/96, artigo 68 da Lei nº 9.430/96 e Jurisprudência)

RESPONSÁVEL PELA VERIFICAÇÃO DA COBRANÇA E RETENÇÃO DO IR

Instituição financeira que intermediou o contrato/boleto de câmbio.

ALÍQUOTA

Depende da modalidade da operação.

PROVA DE PAGAMENTO

Na data da celebração da operação de câmbio deverá ser apresentado DARF autenticado, ou


declaração expressa / base legal da isenção, da dispensa ou da não incidência do referido
tributo

(Art. 865 do Decreto nº 3.000 de 26.03.1999 e Item II do Comunicado DECAM-BACEN nº 2.223


de 07.11.1990)

O recolhimento deve ser centralizado pelo estabelecimento Matriz (Artigo 867 do Decreto No.
3.000 de 26.03.1999)

REAJUSTE

Quando o I.R. for por conta do devedor no Brasil, nenhum imposto na fonte ficará retido por
conta do beneficiário e o Banco remete para o exterior o valor integral (100% do câmbio).
Neste caso, é obrigatório o reajuste da base de cálculo, antes de aplicar a alíquota do imposto
de renda a ser recolhido na fonte pelo remetente que assume o ônus do I.R. (art. 725 do
Decreto nº 3.000 de 26.03.1999)

Quando a natureza do câmbio for pagamento de juros de financiamento de bens importados,


o I.R. nunca é reajustado. (Art. 703, parágrafo único, do Decreto nº 3.000 de 26.03.1999). As
demais despesas e comissões do financiamento têm reajuste da base de cálculo sempre que o
I.R. for por conta do devedor.
Quando o I.R. for por conta do credor no exterior, o remetente retém o imposto no Brasil, e o
Banco remete para o exterior apenas a parcela líquida. Então, quando o credor assume o ônus
do imposto, nunca há reajuste da base de cálculo para apuração do I.R.R.F.

PTAX

Instrução Normativa SRF nº 41, de 19 de abril de 1999 .

(Publicado(a) no DOU de 20/04/1999, seção , pág. 11)

Dispõe sobre a taxa de câmbio a ser utilizada na determinação da base de cálculo dos tributos decorrentes das
transferências do e para o exterior.

O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso de suas atribuições, e tendo em vista o disposto


nos arts. 3o e 4o da Medida Provisória No 1.818, de 25 de março de 1999, resolve: .

Art. 1o Para fins de determinação da base de cálculo dos tributos administrados pela
Secretaria da Receita Federal, o valor em reais das transferências do e para o exterior será
apurado com base na cotação de venda, para a moeda, correspondente ao segundo dia útil
imediatamente anterior ao da contratação da respectiva operação de câmbio ou, se maior, da
operação de câmbio em si. .

Art. 2o A taxa de câmbio a que se refere o artigo anterior será obtida mediante acesso ao
Sistema de Informações Banco Central - SISBACEN, por meio da transação "PTAX800, opção 05
- Cotações para Contabilidade". .

Art. 3o Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação, aplicando-se aos
fatos geradores ocorridos a partir de 26 de março de 1999. .

EVERARDO MACIEL .

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