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Boletim Imposto de Renda n° 15 - 1ª Quinzena. Publicado em: 10/08/2021

 Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.

CARNÊ-LEÃO WEB
Aspectos Gerais

Roteiro 

1. Introdução
2. Rendimentos Sujeitos ao Carnê-Leão
3. Período de Apuração
4. Base de Cálculo
4.1. Aluguel de Imóveis
4.1.1. Rendimentos Produzidos pelos Bens Comuns ou em Condomínio
4.2. Rendimentos de Prestação de Serviços de Transporte
4.3. Pensão Alimentícia
4.4. Rendimentos de Fontes do Exterior
5. Livro Caixa
6. Cálculo do Imposto
6.1. Tabela Progressiva
7. Prazo de Recolhimento
7.1. Imposto Inferior a R$ 10,00
8. Código de Receita
9. Demonstrativo de Preenchimento do Carnê-Leão Web

1. Introdução
A presente matéria tem como objetivo orientar quanto a obrigatoriedade e ao preenchimento do sistema de recolhimento mensal obrigatório(Carnê-Leão),
disponível em ambiente web, bem como a tributação do imposto de renda aplicada aos rendimentos tributáveis recebidos de pessoa física e de fonte situada
no exterior, por pessoas físicas residentes no Brasil, com base nas disposições previstas na Lei n° 7.713/88, Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014 e
Decreto n° 9.580/2018 (RIR/2018).

2. Rendimentos Sujeitos ao Carnê-Leão


Estará sujeito ao recolhimento mensal obrigatório do Imposto de Renda através do carnê-leão, a pessoa física residente no Brasil, que receber: (Instrução
Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 53; Lei n° 7.713/88, artigo 8°; e RIR/2018, artigo 118)

a) rendimentos de pessoas físicas não tributadas na fonte, tais como:

I) de arrendamento, subarrendamento, locação e sublocação de móveis ou imóveis; e

II) do trabalho não assalariado, que compreendem todos os tipos de remuneração por serviços ou trabalhos prestados sem vínculo empregatício;

b) rendimentos e demais valores recebidos de fontes do exterior, tais como:

I) trabalho assalariado ou não assalariado;

II) uso, exploração ou ocupação de bens móveis ou imóveis, transferidos ou não para o Brasil; e

III) lucros e dividendos;

c) emolumentos e custas recebidos por titulares de serventias da justiça, tabeliães, notários e outros, independentemente de a fonte pagadora ser pessoa
física ou jurídica, exceto quando forem remunerados exclusivamente pelos cofres públicos;

d) importâncias pagas em dinheiro, a título de pensão alimentícia, conforme normas do Direito de Família, sempre em decorrência de decisão judicial,
inclusive a prestação de alimentos provisionais, ou de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública a que se refere o artigo 731 e 733 da Lei n°
13.105/2015 (Código de Processo Civil);

Nota ECONET: foi julgado procedente a inconstitucionalidade por meio da ADIN n° 5.422, publicada no DOU de 09.06.2022.
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Boletim Imposto de Renda n° 15 - 1ª Quinzena. Publicado em: 10/08/2021

 Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.

e) rendimentos decorrentes da prestação de serviços a embaixadas, repartições consulares, missões diplomáticas ou técnicas ou a organismos
internacionais de que o Brasil faça parte;

f) rendimentos de serviços de transporte, o rendimento tributável corresponde a: (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 53, § 3°)

I) 10%, no mínimo, do rendimento decorrente de transporte de carga e de serviços com trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados; e

II) 60%, no mínimo, do rendimento decorrente de transporte de passageiros.

Cabe esclarecer que não estará sujeito ao carnê-leão os rendimentos tributados como ganho de capital decorrentes da:

a) alienação de bens ou direitos;

b) liquidação ou resgate de aplicações financeiras, adquiridos em moeda estrangeira, e da alienação de moeda estrangeira mantida em espécie.

3. Período de Apuração
A tributação do imposto de renda através do carnê-leão incide sobre o total de rendimento recebido no mês (regime de caixa) de outras pessoas físicas ou
de fontes do exterior, e será calculado com base na tabela progressiva vigente no mês de recebimento conforme consta no Item 6 desta matéria. (Instrução
Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 55)

Tais rendimentos devem integrar a base de cálculo do imposto de renda na Declaração de Ajuste Anual (DAA), sendo que o imposto recolhido será
considerado uma antecipação do apurado nesta declaração. (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 54)

4. Base de Cálculo
A base de cálculo do imposto de renda através do carnê-leão, corresponde à soma dos rendimentos mencionados no tópico 2, recebidas em cada mês,
subtraída das seguintes deduções: (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 56; RIR/2018, artigo 121)

a) importâncias pagas a título de pensão alimentícia, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a
prestação de alimentos provisionais, ou por escritura pública;

Nota ECONET: foi julgado procedente a inconstitucionalidade por meio da ADIN n° 5.422, publicada no DOU de 09.06.2022.

b) quantia de R$ 189,59 por dependente, por mês;

c) contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

d) despesas escrituradas em Livro Caixa.

4.1. Aluguel de Imóveis


Para determinação da base de cálculo do imposto no caso de rendimentos de aluguéis de imóveis recebidos de pessoas físicas, inclusive quando recebidos
por pessoa jurídicas, não integrarão a base de cálculo do imposto de renda mensal: (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigos 30 e 31; RIR/2018,
artigos 42 e 688)

a) valor dos impostos, taxas e emolumentos incidentes sobre o bem que produzir o rendimento;

b) aluguel pago pela locação do imóvel sublocado;

c) despesas pagas para sua cobrança ou recebimento; e

d) despesas de condomínio.

Os encargos mencionados acima somente podem ser deduzidos do valor do aluguel recebido, quando ônus tenha sido do locador (proprietário) do imóvel.
(Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 31, § 1°)

Para melhor entendimento, segue exemplo abaixo:

João aluga um apartamento para Jeferson. O valor mensal do aluguel é de R$ 3.000,00.

No dia 17.02.2021, Jeferson efetuou o pagamento do aluguel referente a janeiro de 2021 para a imobiliária contratada por João, que cobra taxa de
administração de 10%.

Deste modo, considerando que o valor a ser recebido por João será de R$ 3.000,00 menos o valor de R$ 300,00 (10% da administração), ou seja, a base de
cálculo do imposto de renda através do carnê-leão será de R$ 2.700,00 (R$ 3.000,00 - R$ 300,00).
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Na DAA, em “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Física e do Exterior pelo Titular”, na aba “Outras Informações”, na coluna relativa a “Aluguéis”. os
valores a serem informados podem ser os valores líquidos, ou seja, já descontados os valores pagos de comissão à imobiliária, os pagos à imobiliária,
entretanto, deverão ser informados na Ficha “Pagamentos Efetuados”, no código “71 - Administrador de imóveis”. (Ajuda IRPF 2021, página 58 e 133)

Entretanto, compõem a base de cálculo do imposto mensal: (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigos 30 e 32)

a) juros de mora e quaisquer acréscimos ou compensações pelo atraso no pagamento do aluguel, inclusive a atualização monetária;

b) multas por rescisão de contrato de locação, indenização por rescisão antecipada ou término do contrato;

c) benfeitorias realizadas no imóvel pelo locatário não reembolsadas pelo locador; e

d) luvas pagas ao locador, ainda que cedido o direito de exploração.

Em relação ao assunto sobre aluguéis de imóveis na pessoa física, sugere-se a leitura da matéria no Boletim Imposto de Renda n° 09/2019: ALUGUÉIS
Tributação, Retenção, DAA e DIRF.

4.1.1. Rendimentos Produzidos pelos Bens Comuns ou em Condomínio


No caso de rendimentos de aluguel produzidos por imóveis de propriedade comum ao casal, em decorrência do regime de casamento, ou cuja propriedade
de pessoas físicas seja em condomínio, serão tributados da seguinte forma: (RIR/2018, artigos 5°, caput, e § 1°, e 13; Instrução Normativa RFB n°
1.500/2014, artigo 4°, incisos I e II, e parágrafo único)

a) no caso de contribuintes casados pelo regime de comunhão de bens, os rendimentos poderão, opcionalmente, ser tributados:

I) separadamente em nome de cada cônjuge, na proporção da respectiva meação (50% para cada um); ou

II) opta-se pela tributação da totalidade dos rendimentos, em nome de um dos cônjuges;

b) no caso de propriedade em condomínio, a tributação será proporcional à participação de cada condômino, ainda que por disposição contratual apenas um
deles venha a receber o valor integral do aluguel.

Para melhor entendimento, segue exemplo abaixo:

Na hipótese de um rendimento de aluguel no valor de R$ 10.000,00, relativo a um imóvel de propriedade comum do casal, poderá opcionalmente, ser
tributado:

a) separadamente, na proporção da respectiva meação, ou seja, R$ 5.000,00 (50% de R$ 10.000,00) para cada um dos cônjuges; ou

b) em conjunto, pelo total de R$ 10.000,00, em nome de apenas um dos cônjuges.

4.2. Rendimentos de Prestação de Serviços de Transporte


No caso de rendimentos de serviços de transporte, a base de cálculo do imposto de renda corresponde a: (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 22,
inciso V; RIR/2018, artigo 39; Lei n° 7.713/88, artigo 9°, incisos I e II)

a) 10%, no mínimo, do rendimento decorrente de transporte de carga e de serviços com trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados; e

b) 60%, no mínimo, do rendimento decorrente de transporte de passageiros, sendo.

Será considerado como rendimento isento do imposto de renda, a diferença entre o total do rendimento e o rendimento tributável, portanto do montante total
de 90% no que se refere a transporte de cargas e 40% da renda de transporte de passageiros, classificam-se como isentos do imposto de renda. (Instrução
Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 5°, incisos XVII e XVIII)

Para melhor entendimento, segue exemplo abaixo:

Na hipótese em que João presta serviços de transporte de carga, sendo que no mês de julho de 2021, recebeu o valor total de R$ 10.000,00. Já o Jeferson
presta serviços de transporte de passageiros, e no mesmo mês recebeu o total de R$ 15.000,00.

Deste modo, na apuração do carnê-leão do João, somente estará sujeito a tributação relativamente a 10% do total recebido no mês, ou seja, somente R$
1.000,00, sendo que a diferença de 90% do total (R$ 9.000,00), configura-se como rendimento isento de imposto de renda.

Já na apuração do carnê-leão de Jeferson, somente estará sujeito a tributação relativamente a 60% do total recebido no mês, ou seja, somente R$ 9.000,00,
sendo que a diferença de 40% do total (R$ 6.000,00), configura-se como rendimento isento de imposto de renda.

Em relação ao assunto sobre serviço de transporte autônomo, sugere-se a leitura da matéria no Boletim Imposto de Renda n° 06/2020: PRESTAÇÃO DE
SERVIÇO DE TRANSPORTE AUTÔNOMO Cargas e Passageiro.
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 Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.

4.3. Pensão Alimentícia


Nota ECONET: foi julgado procedente a inconstitucionalidade por meio da ADIN n° 5.422, publicada no DOU de 09.06.2022.

As importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial,
inclusive a prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública a que se refere o artigo 733 da Lei n°
13.105/2015 (Código de Processo Civil), está sujeito ao recolhimento mensal (Carnê-leão) e à tributação na DAA. (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014,
artigo. 53, inciso IV)

Cabe ressaltar que nos casos em que um contribuinte informar em sua DAA um dependente que receba pensão, deve incluir tais rendimentos como
tributáveis. Poderá ainda o beneficiário optar pela entrega da declaração em nome próprio, realizando a tributação dos rendimentos de pensão alimentícia
em separado. (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 103)

4.4. Rendimentos de Fontes do Exterior


Estará sujeito ao recolhimento mensal (Carnê-leão) os rendimentos recebidos de fontes situadas no exterior por pessoa física residente no Brasil, observada
a existência de acordos, tratados ou convenções internacionais entre o Brasil e o país de origem dos rendimentos, ou tratamento de reciprocidade, para evitar
a dupla tributação.

Em relação aos acordos para a evitar a dupla tributação, sugere-se a leitura da matéria no Boletim Imposto de Renda n° 03/2016: ACORDOS
INTERNACIONAIS PARA EVITAR A BITRIBUTAÇÃO Procedimentos.

Nos casos de recebimento de rendimentos de fontes situadas no exterior, devem ser convertidos em reais observando as seguintes regras: (RIR/2018, artigo
119; Instrução Normativa SRF n° 208/2002, artigo 16, § 2°)

a) quando expressos originalmente em dólares dos Estados Unidos, serão convertidos em reais mediante utilização do valor dessa moeda fixado para
compra pelo Banco Central do Brasil (BCB) para o último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao do recebimento dos rendimentos;

b) quando expressos em outra moeda estrangeira, devem ser convertidos em dólares dos Estados Unidos pelo seu valor fixado pela autoridade monetária do
país de origem dos rendimentos na data do recebimento e, em seguida, em reais, mediante utilização do valor dessa moeda fixado para compra pelo BCB
para o último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao do recebimento dos rendimentos.

5. Livro Caixa
A pessoa física que receber rendimentos oriundos de trabalho não assalariado, inclusive os titulares de serviços notariais e de registro e os leiloeiros podem
deduzir da receita da atividade, as seguintes despesas escrituradas no livro Caixa: (RIR/2018, artigo 68; Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 104)

a) remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os respectivos encargos trabalhistas e previdenciários;

b) emolumentos pagos a terceiros, assim considerados os valores referentes à retribuição pela execução, pelos serventuários públicos, de atos cartorários,
judiciais e extrajudiciais;

c) despesas de custeio pagas, necessárias à percepção da receita e a manutenção da fonte produtora;

d) importâncias pagas, devidas aos empregados em decorrência das relações de trabalho, ainda que não integrem a remuneração destes, caso configurem
despesas necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora, observando-se que na hipótese de convenções e acordos coletivos de
trabalho, todas as prestações neles previstas e devidas ao empregado constituem obrigações do empregador e, portanto, despesas necessárias à percepção
da receita e à manutenção da fonte produtora.

Não são consideradas despesas dedutíveis: (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 104, § 1°)

a) quotas de depreciação de instalações, máquinas e equipamentos, bem como as despesas de arrendamento (leasing);

b) despesas de locomoção e transporte, salvo no caso de representante comercial autônomo, quando correrem por conta deste;

c) despesas relacionadas à prestação de serviços de transporte e aos rendimentos auferidos pelos garimpeiros.

Em relação ao assunto de livro caixa na pessoa física, sugere-se a leitura da matéria no Boletim Imposto de Renda n° 06/2020: LIVRO CAIXA Considerações.

6. Cálculo do Imposto
Para o cálculo do imposto o sistema do carnê-leão irá aplicar a tabela progressiva mensal, vigente no mês de recebimento do rendimento, sobre o total de
rendimentos recebido no mês, de pessoa física e do exterior, depois de subtraída as deduções relativas ao livro caixa, previdência oficial, dependentes e
pensão alimentícia paga. (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 55)

Caso o total dos rendimentos recebidos no mês for menor ou igual ao valor da primeira faixa da tabela progressiva (R$ 1.903,98), o contribuinte está
dispensado da apuração do carnê-leão no referido mês.
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O valor recebido deve integrar a Declaração e Ajuste Anual onde será informado na ficha “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoas Físicas/Exterior,
sendo que o imposto recolhido será considerado uma antecipação do apurado nesta declaração. (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 54)

6.1. Tabela Progressiva


Na Lei n° 13.149/2015 está prevista a aplicação da tabela progressiva desde o mês de abril de 2015 e vigente até o momento.

Deste modo, a tabela progressiva prevista no inciso IX do artigo 1° da Lei n° 11.482/2007 deverá ser utilizada para o ano-calendário de 2021, até que seja
publicada uma nova tabela progressiva.

Nesse sentido, o cálculo do imposto deverá ser mediante a utilização da seguinte tabela progressiva mensal:

Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$)

Até 1.903,98 - -

De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80

De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80

De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13

Acima de 4.664,68 27,5 869,36

Vamos ao seguinte exemplo de cálculo:

No mês de junho de 2021, um dentista tenha registrado em seu livro Caixa os seguintes valores:

a) receitas recebidas:

Soma dos rendimentos honorários recebidos de pessoas físicas: R$ 36.000,00

b) despesas pagas:

Salários de empregados R$ 4.000,00

Contribuição previdenciária sobre os salários dos empregados (valor hipotético) R$ 700,00

Contribuições do FGTS (valor hipotético) R$ 180,00

Aluguel do imóvel R$ 3.000,00

Despesas de energia elétrica, telefone e água R$ 690,00

Total das despesas pagas R$ 8.570,00

Considerando que tenha um dependente e tenha pago no mês de junho de 2021, o valor hipotético de R$ 800,00 referente a previdência oficial. Nesse caso,
procede-se ao cálculo do imposto conforme abaixo:

Receita recebida no mês de pessoas físicas R$ 36.000,00

Despesas pagas, no mês, escrituradas no livro Caixa (R$ 8.570,00)

Dependentes: 1 x R$ 189,59 (R$ 189,59)

Contribuição paga à Previdência Oficial (valor hipotético) (R$ 800,00)

Base de cálculo do imposto R$ 26.440,41

Cálculo do imposto (R$ 26.440,41 x 27,5%) R$ 7.271,11

Parcela a deduzir (R$ 869,36)


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Imposto a pagar R$ 6.401,75

7. Prazo de Recolhimento
O imposto a título de recolhimento mensal do carnê-leão deve ser pago até o último dia útil do mês subsequente ao da percepção dos rendimentos.
(Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, art. 105, II; RIR/2018, artigos 123 e 915)

Caso o pagamento do imposto não seja efetuado no prazo, haverá incidência dos acréscimos legais. (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 106)

A multa de mora é calculada à taxa de 0,33% (por dia de atraso), limitada a 20%, a partir do 1° dia subsequente ao do vencimento do prazo previsto para o
pagamento do imposto até o dia em que ocorrer o seu pagamento.

Já os juros de mora equivalentes à taxa referencial Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente, são calculados a partir do 1° dia do mês
subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês de pagamento.

7.1. Imposto Inferior a R$ 10,00


É vedado o recolhimento do imposto cujo valor total seja inferior a R$ 10,00. Se o valor do Carnê-Leão for inferior a R$ 10,00, esse valor será adicionado ao
valor do imposto do mês subsequente. (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 105, § 3°; Lei 9.430/96, artigo 68).

8. Código de Receita
O imposto para recolhimento mensal gerado pelo carnê-leão web deverá ser sob o código de receita em DARF 0190.

Na hipótese do pagamento do imposto a título do carnê-leão, efetuado depois do vencimento, sem inclusão de juros e multa de mora, implica a
obrigatoriedade do pagamento desses encargos, em DARF separado, utilizando-se o código 3244 (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 107).

9. Demonstrativo de Preenchimento do Carnê-Leão Web


A partir de 2021 o Carnê-Leão está disponível em ambiente web, aprovado pela Instrução Normativa RFB n° 2.006/2021, para ser utilizado pelas pessoas
físicas residentes no Brasil, que tenha recebido rendimentos de outra pessoa física ou de fonte situada no exterior.

Trata-se de uma aplicação que é multiexercício e poderá ser utilizada para todos os fatos geradores a partir de 01.01.2021.

Para realizar o acesso ao carnê-leão web, será por meio do Portal e-Cac, disponível na página da RFB, através do serviço “Meu Imposto de Renda” -
"Declarações" - "Acessar Carnê-Leão":

Inicialmente, se faz necessária a indicação de dados de configuração do aplicativo do carnê-leão Web, que são utilizados para definir o comportamento do
programa.

Dados a serem configurados:

a) se o contribuinte é um profissional autônomo;

b) se possui rendimentos e/ou pagamentos do exterior;

c) se deseja visualizar textos do programa em versão mais curta ou mais longa.


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Em seguida, na tela “identificação”, será necessário que o contribuinte informe seus dados básicos, endereço profissional e ocupações que exerce como
pessoa física.

Será exibida uma lista de ocupações, onde deverá ser indicado pelo menos uma ocupação principal, podendo ter outras ocupações secundárias. Na hipótese
que a ocupação exija registro profissional, este deverá ser informado.
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Na tela principal de “Rendimentos”, será exibida uma lista de rendimentos, podendo o contribuinte consultar, incluir, alterar ou excluir registros de
rendimentos.

Em se tratando de rendimento de trabalho não assalariado, devem ser informados os seguintes campos:

a) qual ocupação do contribuinte está associado o rendimento;

b) data do lançamento do rendimento;

c) se recebido de pessoa física (PF), pessoa jurídica (PJ) ou exterior.

d) histórico;

e) valor.

Se de PF, pode ser fornecido o CPF do responsável pelo pagamento e, caso exista, o CPF do beneficiário do serviço.

Apenas os contribuintes, cujas prestações de serviço estejam relacionadas na lista abaixo, será obrigatório o preenchimento do número de CPF do titular do
pagamento e do beneficiário dos serviços por eles prestados, bem como o valor dos referidos serviços. (Instrução Normativa RFB n° 1.531/2014, Anexo
Único).

Código Ocupação Principal do Contribuinte

225 Médico

226 Odontólogo

229 Fonoaudiólogo, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional

241 Advogado

255 Psicólogo

355 Corretor e administrador de imóveis

Se recebido de pessoa jurídica, pode ser informado o CNPJ correspondente.

No caso de contribuinte que não seja trabalhador autônomo, poderá ser informado os seguintes campos:

a) natureza do rendimento (pensão alimentícia, aluguel ou outros);

b) data do lançamento do rendimento;

c) se recebido de PF ou exterior (caso definida essa opção na configuração do programa);

d) histórico;

e) valor.
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Se o rendimento for proveniente de aluguel, e for o caso, deve ser ainda fornecido:

a) valor exclusão/dedução (a partir do qual o programa calculará o valor líquido do aluguel).

Na tela principal de “Pagamentos”, será exibida uma listagem contendo os pagamentos do contribuinte, podendo o contribuinte consultar, incluir, alterar ou
excluir registros de pagamentos.

O contribuinte poderá informar:

a) natureza do pagamento (imposto pago, imposto pago no exterior - caso definida essa opção na configuração do programa -, pensão alimentícia,
previdência oficial e, se trabalhador autônomo, despesas dedutíveis - livro caixa e despesas não dedutíveis - livro caixa)

b) data do pagamento;

c) histórico;

d) valor.

A tela de “Demonstrativo de Apuração” é onde são exibidas as informações resultantes do Carnê Leão relativas ao ano-calendário.

A partir do Demonstrativo, o contribuinte poderá visualizar o detalhamento das informações exibidas e realizar a geração do DARF para pagamento do
imposto devido, conforme a tela abaixo:
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Cabe ressaltar ainda que os valores apurados pela aplicação serão armazenados e poderão ser importados para a DAA do imposto sobre a renda da pessoa
física a partir do exercício de 2022, ano-calendário de 2021.

Autor: Equipe Técnica Econet Editora

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Nos termos da Lei n° 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que regula os direitos autorais, é proibida a reprodução total ou parcial, bem como a produção de
apostilas a partir desta obra, por qualquer forma, meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos reprográficos, fotocópias ou gravações - sem
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