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Boletim Imposto de Renda n° 09 - Maio/2016 - 1ª Quinzena

Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações
legais.

IRPF

ALUGUÉIS 2016
Tributação e Retenção

ROTEIRO

1. INTRODUÇÃO
2. CLASSIFICAÇÃO
3. RETENÇÃO NA FONTE
4. BASE DE CÁLCULO
4.1. Cessão gratuita
4.2. Sublocação
5. TRIBUTAÇÃO
5.1. Deduções
6. CÁLCULO
6.1. Vencimento e código
7. CONDOMÍNIO
7.1. Isenção a partir de 14.05.2014
8. CÔNJUGES
9. VÁRIOS IMÓVEIS
10. ADMINISTRADORA DO IMÓVEL
11. LOCADOR DO EXTERIOR
12. DEPOSITOS JUDICIAIS
13. DISPENSA DA RETENÇÃO
14. EXEMPLO

1. INTRODUÇÃO

Neste trabalho será apresentado as condições para a tributação e retenção do imposto de renda na fonte sobre os
rendimentos de ocorridos em 2016.

2. CLASSIFICAÇÃO

A classificação como aluguéis se aplica aos rendimentos de qualquer espécie oriundos da ocupação, uso ou exploração
de bens corpóreos, tais como: (Decreto n° 3.000/1999, artigo 49)

a) aforamento, locação ou sublocação, arrendamento ou subarrendamento, direito de uso ou passagens de terrenos,


seus acréscimos e benfeitorias, inclusive construções de qualquer natureza;

b) locação ou sublocação, arrendamento ou subarrendamento de pastos naturais ou artificiais, ou campos de invernada;

c) direito de uso ou aproveitamento de águas privadas, ou da força hidráulica;

d) direito de uso ou exploração de películas cinematográficas ou de videoteipe;

e) direito de uso ou exploração de outros bens móveis, de qualquer natureza;

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f) direito de exploração de conjuntos industriais.

Aluguéis ou "royalties" são todas as espécies de rendimentos percebidos pela ocupação, uso, fruição ou exploração dos
bens e direitos, tais como: (Decreto n° 3.000/1999, artigo 53)

a) as importâncias recebidas periodicamente ou não, fixas ou variáveis, e as percentagens, participações ou interesses;

b) os juros, comissões, corretagens, impostos, taxas e remunerações do trabalho assalariado e autônomo ou profissional,
pagos a terceiros por conta do locador do bem ou do cedente dos direitos;

c) as luvas, os prêmios, gratificações ou quaisquer outras importâncias pagas ao locador, ou cedente do direito, pelo
contrato celebrado;

d) as benfeitorias e quaisquer melhoramentos realizados no bem locado, e as despesas para preservação dos direitos
cedidos se, de acordo com o contrato, fizerem parte da compensação pelo uso do bem ou direito locado;

e) a indenização pela rescisão ou término antecipado do contrato;

f) o valor locativo de prédio construído, quando cedido gratuitamente, para uso de terceiros, exceto do cônjuge ou de
parentes de primeiro grau (pais e filhos);

g) os juros de mora e quaisquer outras compensações pelo atraso no pagamento dos aluguéis ou arrendamento;

h) os rendimentos provenientes de arrendamento de imóvel rural, ainda que o contrato celebrado refira-se a parceria
rural, se o outorgante percebe quantia fixa sem partilhar o risco do negócio (Parecer Normativo CST n° 90/1978);

i) o preço de compra de móveis ou benfeitorias, ou de qualquer outro bem do locador, quando constituir compensação
pela anuência do locador à celebração do contrato.

3. RETENÇÃO NA FONTE

Quando o locatário for pessoa jurídica e o locador pessoa física, a retenção na fonte sobre rendimentos de aluguéis é
obrigatória, mesmo na hipótese de o recebimento ser efetuado por intermédio de pessoa jurídica administradora de bens
(Decreto n° 3.000/1999, artigo 631).

A retenção também é obrigatória quando o imóvel for locado a pessoa física considerada empresa individual, neste caso,
quando o valor pago estiver sujeito à tributação de acordo com a tabela progressiva, a pessoa física equiparada a
empresa individual deverá efetuar a retenção na fonte.

4. BASE DE CÁLCULO

Para fins de incidência do imposto de renda sobre os rendimentos de aluguéis de pessoas físicas e na fonte quando
pagos por pessoas jurídicas a pessoas físicas, a base de cálculo do imposto é o rendimento bruto, nele não se incluindo:
(Decreto n° 3.000/1999, artigos 50 e 631)

a) o valor dos impostos, taxas e emolumentos incidentes sobre o bem que produzir o rendimento;

b) o aluguel pago pela locação do imóvel sublocado;

c) as despesas pagas para cobrança ou recebimento do rendimento; e

d) as despesas de condomínio.

Esses encargos somente poderão deduzir o valor do aluguel bruto quando o ônus tenha sido exclusivamente do locador,
portanto, quando for pago diretamente pelo locatário a quem de direito, não poderão ser deduzidos do valor do aluguel
recebido.

Exemplo:

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Valor do aluguel R$ 6.000,00


(-) Taxa de administração (R$ 500,00)
(=) Rendimento bruto R$ 5.500,00

4.1. Cessão gratuita

No caso de imóvel cedido gratuitamente para uso de outras pessoas que não seja o cônjuge ou parentes de primeiro
grau (pais e filhos), o proprietário deverá considerar como rendimento tributável, na sua Declaração de Ajuste Anual, a
importância correspondente a 10% do valor venal do imóvel, podendo ser adotado o valor constante da guia do IPTU
correspondente ao ano-calendário da declaração (Decreto n° 3.000/1999, artigo 49, § 1°).

4.2. Sublocação

No caso de sublocação de imóvel, considera-se rendimento tributável do sublocador a diferença positiva entre o aluguel
recebido do sublocatário e o aluguel pago ao locador (proprietário do imóvel).

5. TRIBUTAÇÃO

Os rendimentos de aluguéis percebidos por pessoas físicas sujeitam-se:

a) ao desconto do imposto na fonte, quando pagos por pessoas jurídicas;

b) ao recolhimento mensal obrigatório do imposto (carnê-leão), quando pagos por pessoas físicas ou por fontes situadas
no exterior (pessoas físicas ou jurídicas).

5.1. Deduções

A legislação do imposto de renda permite, ainda, as seguintes deduções para efeito de determinar a base de cálculo do
imposto sobre rendimentos de aluguéis:

a) dependentes;

b) pensão alimentícia;

c) contribuições pagas pelo contribuinte à Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Vale ressaltar que poderão ser exigidos os comprovantes de pagamento de pensão alimentícia e contribuição
previdenciária (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 90, § 6° e artigo 102)

6. CÁLCULO

Os rendimentos mensais decorrentes de aluguéis pagos por pessoas jurídicas às pessoas físicas serão calculados
mediante a aplicação da tabela progressiva vigente no mês do pagamento (Decreto n° 3.000/1999, artigo 631)

A partir do mês de abril de 2015, a tabela progressiva corresponde a:

Parcela a
Alíquota
Base de Cálculo (R$) Deduzir
(%)
do IR (R$)
Até 1.903,98 0 -
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80
De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13
Acima de 4.664,68 27,5 869,36

Parcela a deduzir por dependente será de R$ 189,59.

6.1. Vencimento e código

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O imposto deve ser recolhido até último dia útil do segundo decêndio do mês subsequente ao de ocorrência do fato
gerador, sob o código de DARF 3208 (Lei n° 11.196/2005, artigo 70).

7. CONDOMÍNIO

No caso de imóvel pertencente a mais de uma pessoa física, o imposto de renda na fonte será calculado de forma
individual, ou seja, sobre o rendimento mensal que for atribuído a cada um dos condôminos.

A proporção deve ser mencionada em cláusula contratual, devendo ser mencionado o CPF de cada beneficiário do
rendimento.

7.1. Isenção a partir de 14.05.2014

A Lei n° 12.973/2014, em seu artigo 3°, apresenta limite de valor isento de imposto de renda referente aos rendimentos
auferidos em condomínio, a partir de 14.05.2014, ou seja, o valor anual até R$ 24.000,00 poderá ser considerado
rendimento isento na Declaração de Ajuste Anual do condômino, desde que o condomínio utilize estes valores para cobrir
os custos e as despesas (e as despesas extraordinárias) previstos e autorizados na convenção condominial e que não
seja distribuído aos condôminos classificados como:

a) de uso, aluguel ou locação de partes comuns do condomínio;

b) de multas e penalidades aplicadas em decorrência de inobservância das regras previstas na convenção condominial;
ou

c) de alienação de ativos detidos pelo condomínio.

8. CÔNJUGES

Os rendimentos comuns decorrentes de imóvel pertencente aos cônjuges poderão ser tributados por uma das seguintes
formas: (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 4°)

a) proporcionalmente, à parte que cada um detiver, ou seja, 50% dos rendimentos para cada cônjuge, inclusive na união
estável com cláusula contratual entre os companheiros;

b) opcionalmente, pelo total, em nome de um dos cônjuges.

9. VÁRIOS IMÓVEIS

Na hipótese de várias unidades imobiliárias, pertencentes a uma só pessoa física, serem locadas a uma só pessoa
jurídica, a base de cálculo do imposto de renda na fonte corresponderá ao montante dos pagamentos efetuados em cada
mês, independentemente do valor atribuído a cada imóvel, tendo em vista o disposto no § 2° do artigo 620 do Decreto n°
3.000/1999.

10. ADMINISTRADORA DO IMÓVEL

Os imóveis locados que estão sob administração de empresas especializadas, ou seja, meras procuradoras recebem em
nome da pessoa física locadora o rendimento de aluguel pago pela pessoa jurídica locatária.

A beneficiária do rendimento é a pessoa física proprietária do imóvel, devendo, por isso, a fonte pagadora indicá-la no
respectivo comprovante de rendimentos pagos e de retenção na fonte.

11. LOCADOR DO EXTERIOR

Os rendimentos auferidos por residentes ou domiciliados no exterior decorrentes de aluguéis de imóveis sujeitam-se à
tributação na fonte mediante aplicação da alíquota de 15%.

Caso o beneficiário tenha residência ou domicílio em país ou dependência de tributação favorecida, conforme previsto no
artigo 24 da Lei n° 9.430/1996, os rendimentos estão sujeitos à retenção de imposto de renda na fonte à alíquota de 25%.
Caso o país tenha acordo internacional deve ser observado o ato regulamentador para evitar a dupla tributação.

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A retenção do imposto de renda sobre aluguéis de imóveis pertencentes a residentes no exterior compete ao procurador;
nesse caso, a fonte pagadora somente efetuará a retenção se o beneficiário residente no exterior não mantiver
procurador no Brasil (Decreto n° 3.000/1999, artigo 721).

O imposto deverá ser retido por ocasião do pagamento, remessa, crédito, emprego ou entrega dos rendimentos,
competindo ao procurador a incumbência de reter o imposto (Decreto n° 3.000/1999, artigo 865, inciso I).

O imposto deverá ser pago na data da ocorrência do fato gerador por meio de DARF, utilizando-se o código 9478.

12. DEPÓSITOS JUDICIAIS

Caso o locatário deposite em juízo os aluguéis, tal fato não implica a obrigação de reter o imposto na fonte se o locatário
for pessoa jurídica, nem de recolher o imposto mensal no carnê-leão se o locatário for pessoa física, porque somente
quando liberados os depósitos pela autoridade judicial estará configurada a disponibilidade econômica ou jurídica do
rendimento e, consequentemente, ocorrerá o fato gerador do imposto, observado o seguinte: (Decreto n° 3.000/1999,
artigo 640)

a) os rendimentos recebidos acumuladamente serão tributados, pelo total, no mês em que ocorrer o efetivo recebimento;

b) para fins de determinação da base de cálculo do imposto, além das deduções mencionadas, poderão ser deduzidas as
despesas com ação judicial necessárias ao recebimento dos rendimentos, inclusive com advogados, se tiverem sido
pagas pelo contribuinte, sem indenização.

13. DISPENSA DA RETENÇÃO

Fica dispensada a retenção de imposto de renda, de valor igual ou inferior a R$ 10,00 incidente na fonte sobre
rendimentos que devam integrar a base de cálculo do imposto devido na Declaração de Ajuste Anual (Instrução
Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 61)

14. EXEMPLO

Uma determinada pessoa física recebeu diretamente de pessoa jurídica no mês de abril de 2016, a título de aluguel
referente a março de 2016, a importância de R$ 5.000,00, conforme contrato firmado entre as partes.

Valor do aluguel: R$ 5.000,00

Número de dependentes: 1

R$
Valor do Rendimento Tributável
5.000,00
Quantidade de dependentes 1
(-) Dependentes R$ 189,59
R$
(=) Base de Cálculo IR
4.810,41
R$
Imposto de Renda 27,5%
1.322,86
Parcela a deduzir R$ 869,36
(-) IRRF a descontar R$ 453,50

ECONET EDITORA EMPRESARIAL LTDA


Autor: Redação

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