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O Canto Na Aula de Música Reflexões Sobre Uma Prática em Uma Escola Pública PDF
O Canto Na Aula de Música Reflexões Sobre Uma Prática em Uma Escola Pública PDF
Teresa Mateiro1
teresa.mateiro@udesc.br
Resumo
O objetivo desta pesquisa foi investigar o uso do canto na aula de música de uma
turma de 6º ano de uma escola pública da cidade de Curitiba. Os dados foram
coletados através de filmagens das aulas por meio da observação não participante. O
canto foi utilizado nas aulas de música como um recurso pedagógico para a
aprendizagem das melodias a serem tocadas na flauta doce e, em alguns momentos,
para a aprendizagem de elementos musicais básicos. Concluiu-se que o professor
necessita de um preparo específico para trabalhar com a voz do público infantil, pois
ele é o modelo vocal em sala de aula. Para tanto, constatou-se que investir na
formação continuada dos professores acerca deste assunto é de grande importância,
expandindo os horizontes sobre o uso da voz e as implicações destes modelos quanto
ao desenvolvimento vocal dos alunos do ensino fundamental.
Abstract
This research investigates the use of singing in music class with students 11-13 years
old in a classroom of a public school in the city of Curitiba/Brazil. The data were
collected by videotaping classes in a non-participant observation manner. The singing
was used in music classes as a pedagogical resource for learning melodies to be
played on recorder and, at times, to learn basic musical elements. We found that
teachers need a specific training to work with the children’s and teenagers’ voices, as
they are the vocal role-models in the classroom. Therefore, promoting further teachers’
education on this subject is of great importance, as well as expanding the horizons on
the use of the voice, and the awareness of the implications of the teacher as a role-
model for the vocal development of school students.
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Doutora em Filosofia e Ciências da Educação Educação Musical pela Universidad del País Vasco
(Espanha), Mestre em Educação Musical e licenciada em Educação Artística com Habilitação em Música
pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É professora do Departamento de Música da
Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e da Escola de Música, Arte e Teatro da Örebro
University (Suécia). Atua também como professora do curso de Música-Licenciatura a distância da
Universidade Aberta do Brasil/Universidade de Brasília (UAB/UnB)
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Professora de música, integrante do Grupo de Pesquisa Educação Musical e Formação Docente,
vinculado à Udesc.
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Curitiba: ArtEmbap, 2013.
INTRODUÇÃO
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Ver outros trabalhos como: Lucas (1991), Santos (1998), Avancini (2001), Guimarães (2003) e Ávila
(2010).
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formação da consciência cívica” (p. 19). A autora relata que, ao perceber a utilidade do
canto coletivo na escola para os objetivos nacionalistas, Villa-Lobos encontrou uma
maneira de solucionar o problema da identidade com a pátria. Assim, naquele período
o canto tinha um caráter funcional, visto pela proposta oficial de uma educação moral
e cívica.
A pesquisa de Tourinho (1993) discute as várias funções e múltiplas
interpretações que podem ser dadas ao ensino da música na escola fundamental e
aponta que o canto é a atividade mais reconhecida e valorizada entre as demais
performáticas realizadas nas salas de aula. Souza et al. (2002) mencionaram que o
canto, a execução instrumental, a confecção de instrumentos, a audição/apreciação e
a composição poderiam ser atividades desenvolvidas pela educação musical escolar.
No entanto, mais uma vez, a ênfase foi dada às atividades de execução vocal.
Houve um momento na história da educação musical no país em que “as aulas
de música deixariam, aos poucos, de ser cantadas” (FUCKS, 1993, p. 146), em
consequência tanto da contestação ao canto orfeônico quanto do movimento das
novas propostas pedagógicas voltadas para a educação artística. Gradativamente, a
música foi perdendo o seu espaço na sala de aula, mas, de uma forma ou de outra,
continuou presente no cotidiano escolar (SOUZA, et al., 2002), tanto que, de acordo
com Fucks (1993, p. 148) “apesar do professor de música haver silenciado a sua
prática cantada, a escola continua a priorizar o seu canto”.
Frente ao exposto, pergunta-se como se encontra a música no currículo
escolar após a implementação da Lei nº 11.769 de 18 agosto de 2008, que alterou a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, para
dispor sobre a obrigatoriedade do conteúdo de música na educação básica. E,
consequentemente, o que acontece nas aulas de música. Este trabalho discute
apenas uma pequena parte dessa abrangente questão: o canto nas aulas de música.
Apesar de ter uma enorme utilização no espaço escolar, o canto tem sido pouco
usado em situações de ensino e aprendizagem como, por exemplo, para explorar
aspectos da música ou para outras formas diversas de produção vocal, afirma
Tourinho (1993). A autora acrescenta que o canto na sala de aula tem sido pensado
“sem concebê-lo como meio para a compreensão mais ampla de conceitos musicais e
sem analisá-los como uma ação poderosa que serve para fins variados e
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DELINEAMENTO METODOLÓGICO
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Aulas de música de outras escolas em cidades diferentes fazem parte da pesquisa mencionada e, por
isso, as turmas participantes são entre 4º e 6º anos.
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Educação Musical e Formação Docente: o grupo integra o Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil
na Plataforma Lattes do CNPq, sob a coordenação da Profa. Doutora Teresa Mateiro.
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Esse livro se deve a uma iniciativa do governo do estado do Paraná em estabelecer um programa de
aula de música em torno do instrumento e do canto.
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REFERÊNCIAS
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