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2014

IPPSD

MANUAL DOS
PEQUENOS GRUPOS
DA IPPSD

CULTIVANDO RELACIONAMENTOS E
TRANSFORMANDO VIDAS

Rev. Gildásio J. B. dos Reis


Edição 2014
_______________________
Copyright © 2011 Gildásio Jesus B. dos Reis. Proibida a Reprodução sem
autorização do autor.

Os Pequenos Grupos são grupos de discipulado que se reúnem nos lares das
famílias da IPPSD para estudar a Palavra de Deus e crescer na vida cristã.

Não é mais um departamento da Igreja. Trata-se de uma visão para a Igreja, onde
pessoas são encarregadas de cuidar de outras pessoas, e traz como slogan
“CULTIVANDO RELACIONAMENTOS E TRANSFORMANDO VIDAS”

Dedicatória

Este manual é dedicado aos Líderes de Pequenos Grupos da


Igreja Presbiteriana do Parque São Domingos e a todos os
membros que estão se envolvendo neste projeto, além de orar,
trabalhar e lutar pelo crescimento da igreja local e expansão do
Reino de Deus através desse ministério.

Ao nosso Senhor, Deus Triúno, seja dada toda a glória.

As citações bíblicas foram retiradas da seguinte obra:

A Bíblia de Estudo de Genebra Versão Revista e


Atualizada no Brasil
Tradução de João Ferreira de Almeida

Capa e Editoração: Gildásio Reis


2ª Edição — 2013

“SEM MUDANCAS NÃO HÁ


CRESCIMENTO”.
Sumário
Declaração da Visão

Introdução

I. O que são os Pequenos Grupos da IPPSD

1. Conceituação
2. Unidades menores
3. Quem deve e pode participar dos grupos
4. Caracterizando um Pequeno Grupo
5. Como construir um Pequeno Grupo

II. Base Bíblica

1. Os Pequenos Grupos são bíblicos


2. A igreja é o corpo de Cristo
3. A igreja é uma grande família
4. Os Pequenos Grupos são apresentados na Bíblia, como estrutura
eficaz.
5. A Igreja no período apostólico reunia-se em grupos pequenos.
6. Os Pequenos Grupos favorecem o pastoreio mútuo e a mutualidade.
7. Afirmações bíblicas e filosóficas de uma rede de pastoreio

III. Os benefícios dos pequenos grupos

1. Estudo da Palavra
2. Prática da vida cristã
3. Comunhão entre os irmãos
4. Evangelização
5. Pastoreio pelos leigos
6. Aprendizado mais fácil da Palavra
7. Liderança cristã é treinada
.
IV. Como funcionam os pequenos grupos?

1. As reuniões semanais e a rotina dos Pequenos Grupos


2. Outras orientações sobre o funcionamento
3. Compromissos dos membros do Pequeno Grupo

V. O perfil do líder dos pequenos grupos.

1. As qualidades do líder
2. As responsabilidades do líder

VI. Erros a serem evitados nos pequenos grupos

1. Erros da liderança
2. Má condução das reuniões
3. Como ser um grupo saudável?

Conclusão: Nós temos uma chance!

Anexo 01: Lista de Alcance


Anexo 02: Como se constrói um Pequeno Grupo
Declaração da Visão
_______________________

Os Pequenos Grupos devem caracterizar o estilo de


vida da IPPSD e funcionar como base para o
discipulado, para a construção de relacionamentos
mais profundos, objetivando o crescimento espiritual
e a expansão do reino de Deus através da
evangelização nos lares.

.
Introdução
___________________________________________

"...tendo em vistas o aperfeiçoamento dos Santos" Efésios 4.12

Prezado irmão (ã)

Parabéns!!!

Congratulamo-nos com você por ter aceitado o desafio de fazer parte da


liderança do Ministério de Pequenos Grupos da IPPSD! Você faz parte de uma
força-tarefa de elite. Seu compromisso, conforme estabelecido por Deus, é
envolver-se no mais fascinante projeto que alguém pode ter na vida: auxiliar na
expansão Reino de Deus, discipulando outros cristãos e atraindo novos
seguidores para a pessoa de Jesus.

Tenho dedicado um tempo orando pela sua vida. Creio firmemente que você
pode ser um instrumento útil nas mãos do Redentor. Você e os demais
membros deste grupo de líderes são fundamentais para este projeto dar certo.
Seu papel é singular e Deus deseja usar sua vida para abençoar muitas outras
pessoas. Nossa esperança é ver tantas outras pessoas sendo transformadas
segundo a imagem de Cristo. Sua dedicação produzirá frutos espirituais
abundantes.

O material que você tem em mãos foi preparado com muito carinho e com a
finalidade de ajudar você a entender como tornar o trabalho nos pequenos
grupos uma realidade na IPPSD.

Portanto, leia este manual com atenção e faça parte do treinamento. É


importante que você retenha bem seu conteúdo. Que você entenda a visão
deste projeto. No começo tudo parecer muito complexo, mas à medida que
vamos caminhando juntos, as coisas vão ficando mais fácil de entender e
aplicar.

“Não lograremos progresso a menos que o Senhor faça


próspera a nossa obra, os nossos empenhos e a nossa
perseverança, de modo a confiarmos à sua graça a nós
mesmos e a tudo o que fazemos” João Calvino

Deus abençoe sua vida!

Rev. Gildásio Reis


Outubro de 2013
01
O QUE SÃO OS
PEQUENOS GRUPOS DA IPPSD?
____________________
Conceituação: O que são Pequenos Grupos?
“São unidades menores da vida da IPPSD, formados de todos os
seus membros, para um encontro regular (semanal ou
quinzenal) com um número limitado de pessoas (3 a 10), com o
objetivo de crescer no conhecimento da Palavra, adorar a Deus,
estreitar relacionamentos, ter comunhão, trocar experiências,
desenvolver amizades, e evangelizar”

“São grupos de pessoas, que se reúnem de forma regular,


preferencialmente nas casas, com o objetivo de viver em família,
cultivando uma atmosfera gostosa, amigável, descontraída e
informal para meditar na Bíblia, aprofundar seu relacionamento
com Jesus e com as pessoas do grupo”.

As igrejas tem dado diversos nomes para um projeto desta natureza – “igrejas
em células”, “grupos familiares”, “koinonias”, etc. Mas o nome que damos não é
tão significativo. Importante mesmo é que ele funcione e atinja os objetivos
propostos.

Vejamos as seguintes ideias que definem um Pequeno Grupo:


1. Unidades menores: Os Pequenos Grupos são unidades menores
porque agrupam poucas pessoas propiciando o mútuo desenvolvimento
a partir da comunhão fraterna.

2. Quem deve participar dos grupos: Todo membro da IPPSD deve


procurar afiliar-se a um pequeno grupo, assumindo um compromisso de
estudar a palavra de Deus, evangelizar e crescer na sua vida cristã.

Os líderes dos Pequenos Grupos estará convidando pessoas para integrarem


em seus grupos. Mas ao mesmo tempo, os membros da igreja são livres para
escolherem os grupos nos quais irão integrar-se. O importante é que participem
de um Grupo.

3. Relacionamentos de qualidade – conhecer e ser conhecido: Os


Pequenos Grupos da IPPSD deverão ter como finalidade aproximar
pessoas umas das outras. Não devemos confundir o PG com cópias de
cultos.
O encontro de um Pequeno Grupo não é mais um culto realizado nas casas
dos irmãos, onde uma ou duas pessoas dirigem tudo e as demais ouvem
passivamente. É um grupo de encontro em comunhão (koinonia) onde
vamos poder abrir nossos corações para nos ajudarmos e recebermos
ajuda. Será uma oportunidade para as pessoas se conhecerem e
procurarem contribuir para a mútua edificação.

4. Afinidades: Podem existir fases da vida, escolaridade, amizade, gostos


artísticos, profissões, dons espirituais ou qualquer outro motivo, que
diminua a distância entre as pessoas, possibilitando o relacionamento
relevante. As pessoas vão se reunir em grupos, obedecendo, não
necessariamente, a critérios geográficos, mas de afinidades. Ou seja, o
que se tem em comum. Existem algumas afinidades principais:

 Por idade ou fase da vida: grupo de casais, jovens, adolescentes,


crianças, idosos, universitários, etc.
 Por áreas de interesse: um grupo de empresários, profissionais da área
médica, advocatícia, casais com filhos pequenos, etc.

5. Regularidade: A regularidade será combinada pelo grupo (semanal ou


quinzenal). Mas é preciso deixar claro que fazer parte de um Pequeno
Grupo não é algo "opcional". Não é algo que se faz "quando der
vontade". É preciso que tenha uma periodicidade programada. Nenhum
relacionamento pode ser construído e mantido a menos que as pessoas
envolvidas dediquem tempo para estarem juntas.

6. Vivenciarem e aprofundarem: A pessoa deixa de ser um mero


expectador e ao participar das reuniões, aos poucos, ganha confiança
para compartilhar suas lutas e dificuldades. Os encontros de um
Pequeno Grupo é um antídoto contra o nominalismo evangélico.

7. Evangelização: Um Pequeno Grupo é um grupo de evangelismo.


Todos se esforçam para levar outras pessoas para participarem dos
estudos e assim conhecerem a salvação em Jesus Cristo.

Cada participante de um Pequeno Grupo deve preencher uma “Lista de


Alcance”. Cada discípulo, ao trabalhar sua lista de alcance, alegra-se ao
perceber que Deus o está usando para mudar corações e moldar
existências segundo o caráter do Senhor Jesus Cristo. (Veja o modelo no
final desta apostila – anexo 01)
02
BASE BÍBLICA PARA OS
PEQUENOS GRUPOS
___________________________________________________________

O
ministério de Pequenos Grupos não é uma novidade dos nossos
tempos. A decisão do Conselho da IPPSD em implantar Pequenos
Grupos na igreja não é fruto de uma ação impensada e imatura ou de
um modismo ministerial.

Assumimos os Grupos porque eles são bíblicos e estratégicos.

1. A Igreja é o corpo de Cristo.

A igreja é o corpo de Cristo (Rm 12.4-5; 1Co 12.12-1; Ef 4.4-5). Essa metáfora
aponta para alguns fatos importantes:

Apesar de nosso cuidado legítimo com estruturas físicas e organizacionais, a


igreja não pode ser identificada absolutamente com um prédio ou uma
instituição humana. Sem dúvida como grupo social organizado ela possui uma
personalidade jurídica, um patrimônio físico no qual reúne-se como
congregação para adorar e articular os serviços orientados pela Escritura.

No entanto, a palavra grega mais usada para descrever a igreja (ecclesia)


significa literalmente, uma assembleia convocada, um grupo de pessoas
ajuntadas com o propósito de adorar, servir e testemunhar da graça de Deus.

Em I Co 12.12-31 Paulo retrata a igreja em termos de corpo humano. Assim


como o corpo humano é organizado para funcionar em unidade, pela
cooperação e interdependência das muitas partes, assim também a Igreja,
como um corpo, revela a unidade e diversidade. Embora governado por uma
"cabeça" - Cristo -, o corpo tem muitos membros, cada um deles dotados e
investidos por Deus a fim de contribuir para a obra de todo o corpo. Há uma
interdependência dos membros no corpo. Os Pequenos Grupos são uma
estrutura prática para viabilizar nossa vivência como corpo de Cristo.

2. A igreja é uma família (I Tm 5.1,2; II Co 11.2; 6.18; Ef 2.19; 3.14;


5.32.).

Esta figura ressalta um aspecto muito importante na vida da igreja. Numa


família, os membros têm intimidade e cuidam uns dos outros. Assim deve
ser na igreja. No entanto, existem basicamente três grandes temores na
vida em comunidade para desfrutarmos de Intimidade:
1) Medo da rejeição: toda aproximação num relacionamento é carregada
de suspeitas. Como vou ser recebido(a)? Vou ser aceito do jeito que
sou? Posso ser ridicularizado pelas minhas preferências?

2) Medo de confidências violadas: todo ser humano trás seus segredos


da alma, composta de pecados, vacilos, desejos que pedem para não
serem publicados. Quem é que não tem medo de confidenciar algum
segredo ou fraqueza e isto se tornar público? É uma temeridade!

3) Medo de ser manipulado: Em alguns relacionamentos domésticos o


amor está sendo confundido como subproduto da manipulação. Você
recebe se fizer isso ou aquilo? Eu te dou se fizer por merecer? Muitas
vezes na dinâmica familiar alguns sentimentos são aviltados por esse
tipo de manipulação. Ninguém gosta de ser manipulado em seus
sentimentos, mas de ser respeitado, ser aceito, ser ouvido, ser
considerado.

Para vivermos nesta grande família espiritual, chamada Igreja Presbiteriana


do Parque São Domingos, precisamos ter coragem de caminharmos em
direção a intimidade relacional e afetiva. Os Pequenos Grupos são uma
estrutura prática para viabilizar nossa vivência como a família de Deus.

3. Os Pequenos Grupos são apresentados na Bíblia, como


estrutura eficaz.

 A trindade é exemplo de pequeno grupo: A natureza de Deus, um em


essência, convivendo em três pessoas: Pai. Filho e Espírito Santo –
Há um relacionamento entre iguais.

 Moisés foi aconselhado por Jetro, a dividir o povo em pequenos


grupos: Êxodo 18:1-27 mostra divisão em grupos de mil, cem,
cinqüenta e dez, com seus respectivos chefes, para que os
julgamentos das causas fossem agilizados.

 Jesus liderou um pequeno grupo: Com doze homens, ele


transformou o mundo.

4. A Igreja no período apostólico reunia-se em grupos


pequenos.
Michael Green ao escrever sobre a importância dos lares no ministério de
evangelização feito pela igreja primitiva, nos informa que as casas dos
cristãos eram úteis em muitos sentidos. Diz ele:

Atos dos Apóstolos nos mostra como as casas eram usadas


para reuniões de oração (Atos 12.12) para ocasiões de
comunhão (Atos 21.7), para celebrações da Santa Ceia (Atos
2.46) para vigílias de oração, culto e ensino (Atos 20.7), para
reuniões evangelísticas improvisadas (Atos 16.32), para
reuniões programadas com o fim de se ouvir o evangelho cristão
(Atos 10.22), para responder perguntas (Atos 18.26), para o
ensino organizado (Atos 5.42).1

Duas coisas ficam claras na Bíblia, quando pensamos nas reuniões dos
primeiros cristãos:

 Eles se reuniam no Templo de Jerusalém, nas sinagogas e nas


casas. (At 2:46-47; At. 5:42; 12.12; 20.7-12; Rm 16.3-5, 14,15).
 Os diáconos e os apóstolos eram pequenos grupos (At. 13:13;
15:22); 15:39, 40; 18:18 etc.)

5. Os Pequenos Grupos favorecem o pastoreio mútuo


(mutualidade).

A palavra "Mutualidade" parece ser um termo muito técnico, no entanto ele


é muito prático e fala a respeito dos "Mandamentos Recíprocos", os quais
vemos várias vezes nas Escrituras. Ao receber a Cristo como Senhor e
Salvador, cada um de nós é unido, por um só Espírito, em um só corpo que
é a igreja de Cristo. Somos, portanto, membros uns dos outros, e o que
pensamos e fazemos em relação “uns aos outros” é de grande importância.

Os Pequenos Grupos ajudam na prática da “mutualidade”. Os


mandamentos recíprocos têm muito a ver com as nossas "inter-relações". O
nosso eterno Deus quer, e nos ensina as bases e em como colocar o
tempero para que nossos relacionamentos sejam saudáveis. Podemos citar
alguns dos Mandamentos Recíprocos nas Escrituras:

 "Amai-vos uns aos outros" Jo.15:12,17.


 "Acolhei-vos uns aos outros" - Rm. 15:7;
 "Saudai-vos uns aos outros" - Co. 16:20; Rm 16:16: II Co 13:12;
IPe.5:14;
 "Tende igual cuidado uns pelos outros" - 1 Co.12:24b-25;
 "Sujeitai-vos uns aos outros" - Ef. 5:18-21,
 "Suportai-vos uns aos outros" - Ef. 4:1-3; Cl.3:12-14;
 "Confessai os vossos pecados uns aos outros" - Tg. 5:16;
 "Perdoai-vos uns aos outros" - Ef. 4:31,32; CI.3:12,13.
 E muitos outros.

Afirmações bíblicas e filosóficas de uma rede de pastoreio


Uma rede de pastoreio fundamenta-se nas seguintes afirmações:

a. O pecado é coisa séria e todos os cristãos são pecadores. Cada um de


nós não precisa olhar além de si para saber que os homens são
pecadores. Todos o somos. Não devemos exigir perfeição em nenhum
de nossos relacionamentos. NO entanto devemos ajudar os mais fracos
a superarem suas fraquezas.

1
GREEN, Michael. Evangelização na Igreja Primitiva. SP: Edições Vida Nova. 1989. p. 262
b. Todo cristão é um sacerdote responsável pelo bem-estar de seu irmão
(1Pe 2.9; Hb 10.24).
c. A igreja é uma comunidade graciosa, cuja característica mais
proeminente deve ser o amor de Cristo demonstrado nos
relacionamentos. (Jo.13.35).
d. A vida da igreja deve proporcionar rica provisão para o atendimento das
necessidades integrais de cada membro.
e. A vida da igreja deve proporcionar suporte integral para os
freqüentadores interessados.
f. Todos somos fracos e propensos ao pecado. Por isso precisamos de
apoio uns dos outros. Na comunhão de um Pequeno Grupo somos
atendidos e fortalecidos na comunhão cristã.
03
OS BENEFÍCIOS DOS PEQUENOS
GRUPOS
__________________________________________________

“Todos os dias, no templo e de casa em casa, não


cessavam de ensinar, e anunciar a Jesus, o Cristo...”
(At 5.42)

Alguém pode perguntar: Por que é importante participar de um pequeno grupo,


já que participo dos cultos da igreja? O que vou ganhar saindo da minha casa
ou abrindo a minha casa para participar de um pequeno grupo?

Creio que a IPPSD pode experimentar um processo de crescimento e vir a ser


realmente uma grande igreja; não apenas numericamente, mas na maturidade
espiritual. O ministério de Pequenos Grupos tem tudo para viabilizar este
sonho.

Vejamos, então, pelo menos sete razões para se participar de um pequeno


grupo:

1) Estudo da Palavra: Os pequenos grupos são úteis para ensinar a


Palavra de Deus aos membros da igreja. As Escrituras contêm
orientações fartas sobre a função da liderança em ensinar a Palavra de
maneira individual e privada (At 2.46; At 20.20; 2 Tm 2.2; Mt 13.10,11).

Ao se referir ao trabalho do pastor puritano Richard Baxter (1615-1691),


Cláudio Marra diz que, “é muito instrutivo observar que, para ele, a instrução
dos crentes em particular não era apenas uma alternativa, um método entre
tantos, que poderia ser adotado ou descartado.2

De fato, em seu livro O Pastor Aprovado, Richard Baxter faz um alerta aos
pastores, onde ele revela a sua preocupação com o ensino das famílias:

Seu objetivo é ser eficiente no ministério com as famílias.


Portanto, procurem informar-se sobre como cada família está
organizada, e como Deus é adorado ali. Visitem as famílias
quando elas estão desfrutando lazer e procurem ver se o chefe
da família ora em seu lar lê as Escrituras, presta culto doutras
maneiras.3

2
MARRA, Cláudio. A Igreja Discipuladora. SP: Cultura Cristã. 2007. p. 89
3
BAXTER, Richard. O Pastor Aprovado, SP: PES. 1989. p. 109
2) Prática da vida cristã: Os pequenos grupos são uma resposta
contra a passividade. Temos a tendência de ouvir sermões e
pregações e permanecermos inativos, faz parte de nossa natureza
pecaminosa não colocar em prática o que aprendemos sobre Deus.
Fazer parte de um Pequeno Grupo lhe ajudará a colocar em prática o
que se aprende na igreja. O pequeno Grupo exerce certa pressão,
encorajamento e prestação de contas dos progressos da nossa vida. (Mt
7:24)

3) Comunhão: Os pequenos grupos aproximam as pessoas umas das


outras.

No pequeno grupo, aprendemos a amar as pessoas, através de um


relacionamento mais próximo, onde conhecemos cada pessoa pelo seu nome,
por suas características pessoais, etc. Num Pequeno Grupo é possível levar as
cargas uns dos outros, orar uns pelos outros, aconselhar uns aos outros, etc...

Na multidão, no culto coletivo, nossos momentos de arrependimento, crise e


celebração passam, muitas vezes, despercebidos dos demais. Em um
Pequeno Grupo, eles são facilmente notados, tratados, ouvidos e celebrados.
(II Co 2:14)

No pequeno grupo, existem oportunidades para testemunharmos nossas


experiências cristãs. Assim, todos enriquecem sua vida espiritual e são
edificados pela ação de Deus na vida de cada discípulo.

4) Evangelização: Os pequenos grupos são “salas de parto” para


novos cristãos.

No pequeno grupo, é possível levar visitantes que ainda não têm o costume de
irem à igreja. Eles poderão, então, conhecer o amor de Deus em um grupo
menor
e, depois, sem preconceitos ou receios, poderão participar dos cultos de
celebração na igreja. A evangelização é mais completa e concreta através dos
relacionamentos pessoais, já que as pessoas podem iniciar seu contato com o
evangelho não apenas ouvindo a pregação, mas vendo o evangelho funcionar
na vida de cristãos com quem convivem.

5) Pastoreio pelos leigos: Os pequenos grupos são um suporte de


oração e estendem os limites do cuidado do rebanho.

Muitas pessoas da igreja enfrentam sérios problemas. Dificuldades financeiras,


enfermidades, problemas no casamento, etc. Em um Pequeno Grupo é
possível encontrar conforto, alívio espiritual e esperança. (cf. 2 Co. 1.3-7).
Muitos problemas do rebanho são resolvidos com desabafos, intercessão e
aconselhamento mútuos, troca de experiência ou exortações amorosas, o que
pode acontecer muito bem nos relacionamentos afetivos.
Em um Pequeno grupo o suporte de oração para qualquer fase ou dificuldade
da vida é muito maior. Saber que há pessoas intercedendo por nós, nos faz
sentir abraços e cuidados. Sentimos as orações dos irmãos fazendo diferença
em nossas vidas. (Tg 5:16)

6) Aprendizado: Os pequenos grupos facilitam o processo ensino-


aprendizagem e a correção de pecados.

Em um Pequeno Grupo as perguntas são possíveis. Perguntar é essencial para


qualquer processo de aprendizagem e crescimento, e o culto coletivo não
viabiliza essas perguntas. O Pequeno grupo é um excelente espaço para
tirarmos nossas duvidas acerca da vida cristã e da vida diária. (Nicodemos e
Jesus – Jo 3:1-21)

Reunir poucas pessoas e colocar a Bíblia em suas mãos, gera o ambiente e a


ocasião ideal para que todos contribuam com seus conhecimentos,
testemunhos, compartilhem suas dúvidas e confessem suas mazelas e
pecados. De tal maneira que a palavra de Deus possa aplicar-se à situações
específicas de cada pessoa.

7) Liderança: Os pequenos grupos são “salas de parto” para novos


líderes.

Quando pessoas ficam mais próximas umas das outras, rompem a barreira do
anonimato e passam, naturalmente, a intercambiar suas riquezas, sejam elas
dons espirituais, experiências de vida, recursos financeiros, oportunidades,
etc...
04
COMO DEVEM FUNCIONAR OS
PEQUENOS GRUPOS?
___________________________________________________________

Neste ponto é importante tratarmos de como deve funcionar este ministério de


Pequenos Grupos na IPPSD.

ORIENTAÇÕES SOBRE O FUNCIONAMENTO


1. LOCAL: Os Pequenos Grupos, necessariamente, não precisam ter um
local fixo de reuniões e poderão se reunir em qualquer casa, seja de um
membro da igreja participante do grupo, seja de uma pessoa não crente.
O local da reunião é discutido e decidido entre os participantes do grupo.
É importante comunicar ao pastor da igreja o local, a fim de ser
divulgado no boletim dominical.

2. HORÁRIO: As reuniões dos PG não precisam ter um horário fixo. O


grupo poderá escolher qualquer dia e horário que melhor lhe convier. O
período de reunião será de 1 hora a 1 hora e 15 minutos.

As reuniões obedecerão uma ordem básica composta de três partes


principais: 1) primeiramente haverá um estudo da Palavra de Deus (30
min.); 2) um período de compartilhamento (15 min.) e 3) um período de
oração e intercessão(15 min.).

3. REGULARIDADE: A regularidade será combinada pelo grupo (semanal


ou quinzenal).

4. QUANTIDADE DE MEMBROS: Cada grupo deverá ter, em média, 10


pessoas. Se um grupo estiver muito grande ou crescer durante o
processo de reuniões, será aconselhado a divisão do grupo. O pequeno
número de membros tem a função de facilitar o compartilhamento e a
comunhão entre os irmãos.

5. INSCRIÇÃO PARA PARTICIPAR: Os participantes de um PG devem se


inscrever no grupo e devem freqüentar somente seu grupo. Os líderes
dos PG deverão ter plena consciência de quem são os participantes de
seu grupo e trabalhar pela freqüência deles.

 O PG é um local de compartilhamento. Por isso, os problemas


compartilhados na reunião do PG não deverão ser compartilhadas fora
do grupo para que os irmãos tenham total liberdade de falar de seus
problemas e dificuldades. Fazer fofoca acerca dos assuntos
conversados na reunião do PG é um dos maiores crimes cometidos
contra este projeto.
A ROTINA DA REUNIÃO DOS PEQUENOS GRUPOS
O funcionamento dos grupos é muito simples. Nas reuniões semanais, que
devem durar em torno de 60 minutos, os grupos se concentram basicamente
para o pastoreio mutuo, edificação, evangelização, seguindo o seguinte roteiro:

 Abertura (rápida e objetiva – dar boas vindas aos visitantes)


 Verificação de presença (haverá um relatório a ser preenchido pelo líder)
 Louvor
 Oração
 Estudo Bíblico (preparado pelo pastor da igreja)
 Checagem da lista de alcance (lista de pessoas que estaremos
evangelizando)
 Espaço para a mutualidade (compartilhar experiências)
 Intercessão mútua
 Conclusão

O MATERIAL DE ESTUDO:
 A Bíblia será o Livro texto para a preparação dos estudos.
 Eles serão desenvolvidos pelo pastor da igreja e entregue aos líderes
dos grupos, respondidos com antecedência, para que possam estudá-
los e tirar as dúvidas na hora própria.
 No início todos os grupos estudarão o mesmo tema.
 Se houver necessidade, as cópias para os participantes do grupo serão
distribuídas na hora da reunião.

OBJETIVOS DO ESTUDO BÍBLICO NO PEQUENO GRUPO


1. Conhecer a verdade conforme vista na Escritura: Deve ficar claro
para todos que a reunião do PG não é para troca de opiniões, mas sim
um esforço conjunto para entender o que a Bíblia diz.

2. Estimular a troca de experiências: O estudo no PG não deve ser um


culto ou uma palestra, mas sim, um espaço para troca de informações e
experiências vividas com Deus. O ambiente da reunião do pequeno
grupo deve ser informal. O líder, ou outro participante, não deve
monopolizar as atenções. Por isso o líder deve evitar fazer um discurso.
O estudo deve ser participativo. A ênfase deve estar no relacionamento
pessoal. O ambiente deve ser informal e o líder deve ser flexível e
oportunizar a participação de todos.

3. Abordar questões relevantes: O estudo bíblico no PG é uma


oportunidade para que a palavra de Deus seja particularizada na
situação específica de seus participantes.
COMPROMISSOS DOS MEMBROS DO PEQUENO GRUPO

Os membros da IPPSD deverão assumir alguns compromissos ao se envolver


em um Pequeno Grupo. Nenhuma obrigação é exigida dos membros, além
daquilo que encontra-se nas Escrituras e no Art. 14 da Constituição Interna da
Igreja Presbiteriana do Brasil .

Art. 14 - São deveres dos membros da Igreja, conforme o ensino e o


espírito de Nosso Senhor Jesus Cristo:
a) viver de acordo com a doutrina e prática da Escritura Sagrada;
b) honrar e propagar o Evangelho pela vida e pela palavra;
c) sustentar a Igreja e as suas instituições, moral e financeiramente;
d) obedecer às autoridades da Igreja, enquanto estas permanecerem fiéis
às Sagradas Escrituras;
e) participar dos trabalhos e reuniões da sua igreja, inclusive assembléias.

Sendo assim, como membro de um Pequeno Grupo da IPPSD, e suplicando a


graça divina, assumo os seguintes compromissos:

1. Alinharei minha vida, com a graça de Deus, às declarações registradas


no verso de meu cartão Lista de Alcance.
2. Investirei tempo, recursos e energia necessários para evangelizar
pessoalmente, pelo menos três pessoas por ano.
3. Estarei me esforçando para participar ativamente do meu Pequeno
Grupo procurando crescer em minha vida cristã.
4. Estarei me esforçando para levar meus visitantes não-crentes ao meu
Pequeno Grupo.
5. Orarei e trabalharei para o crescimento espiritual e numérico de meu
Pequeno Grupo.
6. Estudarei e praticarei as orientações do meu líder de Pequeno Grupo.
05
O PERFIL DO LÍDER DO PEQUENO GRUPO.
__________________________________________________

Cada Pequeno Grupo vai ter 2 ou até 4 líderes que vão alternar a
responsabilidade para dirigir os estudos. Cremos que um dos grandes segredos
para o sucesso dos pequenos grupos é o time de líderes deste ministério.
Pensando nisto, alinhamos algumas qualidades e responsabilidades deste líder:

6.1. AS QUALIDADES DO LÍDER

 São líderes comprometidos com a visão de Deus: São pessoas que


amam ao Senhor e querem ver outros crentes crescendo na vida cristã.

 São líderes que conhecem as Escrituras. Ele precisa ter conhecimento


das Escrituras, porque este é o primeiro material que ele vai usar. O
líder deve ser “apegado á palavra fiel” (Tt 1:9; Js 1:7-8).

 São líderes de boa reputação perante a igreja: são pessoas dignas de


confiança, responsáveis e comprometidas com Deus. “Reputação é o
que os homens pensam que você é; caráter é o que Deus sabe que
você é”

 São líderes responsáveis: O líder responsável leva seu trabalho a sério;


não transfere responsabilidades a outrem quando estas são suas. É
disciplinado no preparo de seus estudos. Como sabiamente afirmou
Rushdoony: “Um líder indisciplinado é um fraco aprendiz e, geralmente,
um fraco professor”.4

 São líderes com um comportamento exemplar: Um líder pode ensinar


muito com sua vida, desde que ela esteja em harmonia com as
Escrituras. Em Filipenses, Paulo nos convida a olhar para a sua vida e
imitar o seu comportamento: “Irmãos, sede imitadores meus e observai
os que andam segundo o modelo que tendes em nós” (Fl 3:17) e “O que
também aprendestes, e recebestes e vistes em mim, isso praticai” (Fl
4:9).

 Estão disponíveis: Liderar requer tempo para se preparar para cada


encontro e para o cuidado das pessoas que estão sob seus cuidados.

 São ensináveis: Ser líder de um pequeno grupo exige excelência e


competência. E ninguém se torna excelente a menos que admita a
necessidade de melhorar sempre. Pessoas satisfeitas consigo mesmas
acomodam-se e acabam por retroceder e tornam-se péssimos exemplos

4
RUSHDOONY. Rousas J. O professor como estudante. Disponível em http://monergismo.com/wp-
content/uploads/tpcc-132-135_professor_estudante_rushdoony.pdf. Acesso em 05.04.2010
para a igreja. O líder de pequeno grupo como qualquer outro líder
precisa ter disposição para aprender. A conhecida máxima é bem
apropriada aqui: “Quem pára de aprender hoje, não terá o que ensinar
amanhã”. (Provérbios 18.15)

 Leais à liderança pastoral da igreja: O perigo de um pequeno grupo, é


que ele pode se tornar um foco de divisão na igreja. Líderes que não
seguem a visão da igreja, do Conselho da Igreja, terminam por
provocarem discórdias e conflitos na igreja.

6.2. AS RESPONSABILIDADES DO LÍDER

A - GERAIS:

a) Promover a integração de seu grupo.


b) Promover a integração de novas famílias no seu grupo.
c) Estimular seu grupo na evangelização e integração.
d) Dirigir com eficiência a reunião, zelando pelo horário e participação ativa de
todos.
e) Visitar faltosos, enfermos e novos na fé, comunicando ao pastor da igreja
suas dificuldades e necessidades.
f) Organizar e manter atualizado um fichário dos membros de seu Pequeno
Grupo.
g) Fazer a chamada e verificar a lista de tarefas.
h) Comunicar ao pastor da igreja, as ocorrências significativas.
i) Prestar relatório mensal ao coordenador (pastor da igreja).
j) Reunir-se trimestralmente, ou quando convocado, com o coordenador.
k) Estudar a lição com antecedência, resolvendo possíveis dificuldades com o
pastor da igreja.
l) Ter sempre algumas Bíblias extras para emprestar aos visitantes.
m) Apresentar pessoas novas na Igreja, seja nas sociedades internas, nas
classes de escola dominical, etc...
n) Orar diariamente pelo seu grupo.
o) Os líderes de PG devem se reunir com o pastor da igreja a cada dois meses para orar,
compartilhar bençãos e dificuldades, vitórias e fracassos, expectativas do agir do nosso Deus no
meio do seu povo.

B - METODOLOGIA:

Quanto à direção do Estudo Bíblico:

a) Não convidar pessoas de fora para dirigir o Estudo.


b) Falar com volume e ritmo moderados, mantendo sempre contato visual com
o grupo.
c) Ajudar os novos a encontrar os textos bíblicos, dando-lhes ajuda extra tal
como número de páginas, etc...
d) Não apenas ler as perguntas impressas e sim usar suas próprias palavras.
e) Só fazer perguntas pessoais quando tiver certeza que a pessoa pode
responder, ou então perguntar só questões de opinião geral.
f) Tratar as pessoas pelo nome.
g) Na medida do possível, procurar sempre algo de positivo na resposta, e a
não ser que seja indispensável, nunca dar sua própria resposta a alguma
questão, preferindo perguntar sempre a alguém do grupo.
h) Se as respostas demorarem a surgir não se afobar e ajudar as pessoas a
encontrá-las.
i) Se houver muitas perguntas procure adiá-las para o final do estudo e se
não souber responder, prometer trazer a resposta na próxima reunião, e
cumprir sua promessa.
j) Se alguém começar a falar muito, interrompê-lo dizendo: "Isto é ótimo, mas
o que pensa o sr. Fulano?
k) Para quem não fala nada mesmo, começar pedindo só para ler um texto.
Tomar cuidado para não encabular os tímidos e analfabetos.

Quanto às orações:

a) Utilizar os pedidos impressos no boletim da igreja.


b) Criar um caderno do seu PG onde sejam relacionados os pedidos, suas
respostas e as ações de graças.
c) Dedicar pelo menos 10 minutos em oração e intercessão.
d) Variar ao máximo a maneira de orar: silenciosa, em grupo, por assuntos,
etc...
06
ERROS A SEREM EVITADOS NOS
PEQUENOS GRUPOS
________________________________________________

Grupos que não se desenvolvem de maneira saudável, acabam morrendo.


Afim de não permitir que isso aconteça, precisamos nos conscientizar de
alguns elementos estranhos que podem prejudicar e muito os Pequenos
Grupos.

Erros da liderança

O líder é o principal responsável pelo grupo. Cremos que 50% do sucesso


deste ministério dependem do líder. É claro que não existe liderança perfeita;
mas como responsáveis pelo trabalho, algumas falhas, se não forem corrigidas
a tempo, poderão ser prejudiciais ao grupo. Abaixo segue uma relação dos
erros que devem ser evitados:

Desobediência às orientações recebidas do Conselho da Igreja e da


coordenação do projeto. As orientações devem ser seguidas à risca.
Qualquer discordância das mesmas, ou sugestões para mudanças devem ser
levadas aos pastor e estudadas em conjunto.

Desconsideração dos relatórios: Líderes irresponsáveis não se importam


com relatórios, deixando o pastor e o Conselho da igreja sem informações.

Má condução das reuniões: Uma reunião é mal conduzida quando constata o


seguinte:

 Desorganização: O local ou materiais necessários à reunião não são


preparados com antecedência.
 Despreparo: O líder improvisa na condução da reunião.
 Insegurança: Grupos sofrem com líderes fracos, que não conseguem
conduzir. Algumas situações exigem convicções firmes. Líderes devem
liderar e não deixar as coisas correrem de maneira frouxa.
 Dispersão: Muitas vezes decorrente do despreparo mencionado acima,
a dispersão ocorre. Pessoas deixam de ir ao encontro.
 Reuniões maçantes e cansativas: Ninguém gosta de reuniões
enfadonhas e sem graça. Bons líderes entusiasmam e não estimulam
bocejos. É preciso orar para que o Espírito Santo gere despertamento e
interesse.
Como ser um grupo saudável?

Uma das reclamações que surgem sobre os Pequenos Grupos é que eles
acabam criando “panelinhas” dentro da igreja. Pastores de várias igrejas
ficaram "traumatizados" com a estratégia de pequenos grupos, pois muitos têm
se tornado focos de rebeldia, portas para a penetração de heresias, fofocas e
maledicência.

O que fazer para evitar as “panelinhas”?

 a) Pequenos Grupos se tornam ‘panelinhas’, quando se


fecham em si mesmos.

Conforme se diz no popular, tornam-se ‘panelinhas com tampa’. Todo


pequeno grupo ensimesmado, que perdeu a noção de que existe como
instrumento propagador de bênção e vida, acaba por morrer. Mas, antes
de morrer, dá muito trabalho.

 b) Pequenos grupos se tornam ‘panelinhas’, quando


começam a competir entre si.

Quando surge o espírito de ‘meu Pequeno Grupo é melhor do que o


seu’, ou ‘o líder do meu Pequeno Grupo é melhor líder’, então perdeu-se
de vista a cooperação. O passo seguinte é animosidade e discórdia.

 c) Pequenos Grupos se tornam ‘panelinhas’, quando


reivindicam autonomia em relação ao todo da igreja.

Pequenos Grupos não são uma igreja, são apenas células de uma
igreja. Quando um Pequeno Grupo, ou o seu líder, decide agir por conta
própria, à revelia da orientação pastoral da igreja, deixou de ser uma
célula para tornar-se um corpo. E, diga-se de passagem, um corpo com
os dias contados porque nasceu prematuro e pela via da rebeldia."
Conclusão:
____________________________________________

Esperamos que o pouco que colocamos neste Manual tenha sido


suficiente para informá-lo sobre este ministério de nossa igreja.

É nossa convicção de que os Pequenos Grupos não são um remédio


milagroso ou uma estratégia infalível para todos os problemas
relacionados à vida espiritual e frutificação dos membros da IPPSD. No
entanto, os Pequenos Grupos representam um desafio de Deus para o
crescimento da nossa igreja.

Esperamos que a membresia da IPPSD compreenda este grande desafio


e a oportunidade que Deus está nos dando. Através dos Pequenos Grupos
podemos cumprir a Grande Comissão, discipulando os crentes e levando
muitas outras pessoas a terem um encontro transformador com Cristo.

Cremos que podemos ultrapassar a marca de 110 membros da nossa


igreja em poucos anos. É possível gerar no seio da nossa igreja um
movimento de crescimento cristão, alegria e frutificação.

Com o ministério de Pequenos Grupos é possível plantarmos sementes


eternas, que produzirão frutos maravilhosos para o reino de Deus. O
Senhor está nos dando uma direção segura. Nós temos uma chance!

Que o Senhor abençoe muito sua vida!

Rev. Gildásio Reis


Pastor da IPPSD e coordenador do Ministério de Pequenos Grupos
ANEXO 01

PEQUENOS GRUPOS IPPSD


Cultivando relacionamentos e transformando vidas para a Glória de Deus

LISTA DE ALCANCE
“Alcançando aqueles que estão próximos a nós,
mas distantes de Deus”

Com amor e obediência ao mandato da Grande Comissão, comprometo-me a buscar


testemunhar do Evangelho, discipular e integrar à igreja as pessoas abaixo:

Nome Data início


1. _______________________ ________________
2. _______________________ ________________
3. _______________________ ________________

Razões pelas quais eu fui salvo

 Fui salvo para conhecer ao Senhor e glorificá-lo com minha vida.


 Fui salvo para ouvir a Deus em sua Palavra, fortalecer-me com seu ensino,
comunicar-me com Ele através da oração e ser cheio do Espírito Santo.
 Fui salvo para ser transformado diariamente em meus pensamentos, palavras e
ações, abandonando o pecado e produzindo fruto da santidade prática.
 Fui salvo para abençoar minha família, amigos e a sociedade, através do
exercício da minha vocação.
 Fui salvo para divulgar o evangelho do Senhor Jesus, ensinado as pessoas a
obedecerem aos ensinos da Bíblia e ajudando-as a integrarem-se à igreja visível
do Senhor, à Igreja Presbiteriana do Parque São Domingos.
 Eu fui salvo para ser um discípulo maduro e produtivo.
ANEXO 02

Caracterizando um Pequeno Grupo __________


Uma casa se faz com tijolos, mas um amontoado de tijolos não é uma casa. O
mesmo se aplica a um Pequeno Grupo: um “amontoado” de pessoas reunidas
numa sala não é necessariamente um grupo.

Como é que você sabe que seu grupo já é de fato um Pequeno Grupo?
Podemos responder isso de 4 maneiras:

1. Um grupo é Grupo quando cada participante pensa em si mesmo como


membro de um Grupo. Tornam-se comuns expressões como “nós” e “nosso”
e todos sentem a “obrigação” de dar satisfações de sua ausência ou desejam
incluir outros em atividades que antes eram consideradas “privadas”.

2. Um grupo é um Grupo quando as máscaras são retiradas e cada


participante sente-se livre para ser o que é. Um Grupo existe quando o
ambiente de confiança é tal que as pessoas podem se expressar sem
constrangimentos, na certeza que serão ouvidas, aceitas e ajudadas.

3. Um grupo é um Grupo quando há expressões práticas de “uns aos


outros” além das fronteiras das reuniões regulares. Quando o único
contato entre os participantes é a reunião do Grupo, então ainda não existe
Grupo, apenas uma sucessão de reuniões sempre com as mesmas pessoas.
Quando os participantes começam a exercitar a mutualidade como fruto dos
relacionamentos que surgiram a partir das reuniões, então de fato existe um
Grupo.

4. Um grupo é um Grupo, quando cada participante contribui, à sua


própria maneira, para que as respostas procuradas “apareçam”. Quando
pessoas começam a desenvolver relacionamentos, logo percebem as
necessidades umas das outras. E muitas vezes, os participantes do grupo,
isolados uns dos outros, não possuem respostas, mas o processo de Grupo
pode fazer com que elas “aconteçam”.

Com a definição acima, acho que deu para perceber que um Grupo não nasce
da noite para o dia. Há um trabalho de parto, e às vezes doloroso e demorado,
para que pessoas se entreguem umas às outras numa relação de confiança e
mutualidade.
Construindo um Pequeno Grupo
Quais seriam então, os compromissos que cada participante deve assumir para
que contribua neste processo de formação do Grupo?

1. Para que um grupo de torne um Grupo, cada participante deve dar


prioridade ao “ESTAR”. A convivência é porta de entrada da intimidade.
Nenhum relacionamento se constrói sem que as pessoas envolvidas
separem tempo uma para a outra.

2. Para que um grupo se torne um Grupo, cada participante deve SER


PERSEVERANTE em respeitar o processo de crescimento em direção à
intimidade entre as pessoas e maturidade do Grupo. Quem tem pressa
deve procurar um analista ou um terapeuta. Quem deseja construir
relacionamentos significativos deve respeitar não somente o próximo,
como também a si mesmo.

3. Para que um grupo se torne um Grupo, cada participante deve SER


HONESTO e transparente em seu relacionamento com os demais.
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA:

Este manual foi preparado tomando como base nas fontes abaixo:

 BAXTER, Richard. O Pastor Aprovado, SP: PES. 1989.

 KIVITZ, ED René. Quebrando Paradigmas. Editora Abba Press. SP:


1995

 ______________. Koinonia – Manual para Líderes de Pequenos


Grupos. Editora Abba Pres. SP: 1994

 GREEN, Michael. Evangelização na Igreja Primitiva. SP: Edições Vida


Nova. 1989.

 MARRA, Cláudio. A Igreja Discipuladora. SP: Cultura Cristã. 2007.

 NASCIMENTO, Misael Batista do. Manual dos Grupos Pequenos da


IPCG
Brasília, DF: Outubro de 2005.

 REIS, Gildásio. Elementos Essenciais para o Educador Cristão. SP:


2010. Arte Editorial.

 REIS, Gildásio. Por Uma Filosofia Bíblia de Ministério. Revista


Teológica Teologia e Vida. SP: 2008. Seminário Presbiteriano JMC.

 ROBSON, Russ & Bill Donahue. Edificando uma Igreja de Grupos


Pequenos. São Paulo: Editora Vida. 2003.

 SITTEMA, John. Coração de Pastor – Resgatando a Responsabilidade


Pastoral do Presbítero. São Paulo, SP: Ed. Cultura Cristã. 2004

 WALLACE, Ronald. Calvino, Genebra e a Reforma. Editora Cultura


Cristã. São Paulo, SP: 2004.

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