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TRADIÇOES
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DO MAR
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Usos, Costumes e Linguagem
organizado pelo
Capitão-de-Fragata Márcia Lyra
7a edição
revisada e aumentada
~
SERVIÇODE RELAÇÕESPÚBLICASDAMARINHA
BRASÍLIA - DF
1999
)
---
~
-"
1 - INTRODUÇÃO \ 01
2 - SEMELHANÇAS ENTRE AS MARINHAS 03
3 - CONHECENDOO NAVIO \ 05
NAVIOS E BARCOS
O NAVIO. ..;..
\..~ 05
06
CARACTERISTICAS DO NAVIO 08
A FLÂty!ULA DE COMANDO " 11
11
\
POSIÇOES RELATIVAS A BORDO
CÂMARA 13
CAMAROTES E AFINS 13
PRAÇAS E COBERTAS 13
PRAÇA D'ARMAS 13
A TOLDA À RÉ 14
AGULHA E BÚSSULA 14
CORDA E CABO 14
4 - A GENTE"DE BORDO 15
A HIERARQUIA NAVAL 15
A HIERARQUIA DA MARINHA MERCANTE 16
:~~~AA'6~ÇA;.'.'.'.'.'.'."',:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: ~. ~~
'PEGAR' 31
'ROSCA FINA', 'VOGA LARGA' E 'VOGA PICADA' 32
APRESENTA çà O
PREFÁCIO À 7a EDIÇÃ~ .
Sob Otítulo "Tradição do Mar: Usos, Costumes e Lingu';gem", esta obra, organizada
pelo erltão Capitão-de-Fragata Márcio Lyra, quando Imediato do Navio Oceanográfico
Almirante Saldanha, foi primeiramente editada em 1965, pela Diretoria de Hidrografia e
Navegação, com o propósito de familiarizar o pessoal civil embarcado ou militar recém-
engaJadonas rotinas de bordo. Mais tarde, o Clube Naval, no Rio de Janeiro, imprimiu a 2a
edição; a Diretoria de Portos e Costas a 3a edição; e o Serviço de Relações Públicas da
Marinha (SRPM) as 4a, 5ae 6aedições (1975,1981 e 1989, respectivamente) sob o título de
"Tradições dos Homens do Mar", com o acréscimo de algumas contribuições.
A Marinha do Brasil, em face da procura gerada e por sua utilidade, apresenta a 7a
edição,com o presente tÍfuló, revisada e aumentada, mantendo esta publicação atualizada
para que continue a despertar o interesse das novas gerações de marinheiros pelas tradições
cultuadaspor seus antecessores.
O Editor
Brasília, 1999
1 .~ODUÇÃO
1
mente limitado, do mar, onde partilham
alegrias e perigos, a fraternidade é a mais
digna característica com que pautaln o seu
comportamento rotineiro.
Nota-se, no homem do ml(lr, um
respeito comum à tradição, a qual d~ gran-
deza e que o vincula a um extraordinário
ânimo patriótico e a uma grande veneração
dos valores espirituais que o liga'n; à
comunidade nacional onde teve seu betço. o.
Vive, internacionalmente, a perceP--ção e "
tem da Pátria, perto ou distante. E, co o
dizia Joaquim Nabuco, "um sentime to ~ tornam obrigatórios. O Cerimonial da
unitário, nacional, impessoal". A lembran- Marinha do Brasil é uma publicação à parte,
ça ou a imagem que dela tem o marinheiro própria, que regulamenta e consagra os
não é maculada pelos regionalismos. Sua tradicionais usos navais, cujo conhecimento
Pátria é um todo de tradições, que venera é conveniente aos que têm vinculação com o
com a mesma força com que aprendeu a mar.
honrar as que são comuns aos homens do Assim, a presentepublicaçãose desti-
mar. O respeito à tradição é uma carac- na aos que servem à Marinha do Brasil, à
terística que gera um patriotismo sadio, MarinhaMercantee aosbrasileirosvinculados
fundamentado na valorização dos aspectos a atividadesmarítimas.Trata,principalmente,
comuns ao seu grupo nacional, em que a dos usos e conhecimentos consagrados pelo
tradição se constitui em elemento comu- tempo. Quando o jovem começa a carreirado
nitário, num poderoso aglutinador. mar vai aprendendo suas particularidades
O Poder Marítimo de um país gradualmente,no dia-a-diade suas atividades.
constitui-se da capacidade de administrar e A linguagem própria é um poderoso
instrumento de aglutinação.Quando se serve
de dar apoio às atividades ligadas ao mar.
Para isso, são necessários recursos de to- a bordo,em naviode guerraou mercante,deve-
se procurar segui-Ia.Com respeito à tradição,
dos os tipos, do material ao humano. O Poder aliadosà coragem e ao orgulho do que fazem,
Naval, exercido pela marinha militar ou de os homens do mar provocam a integração da
guerra, é a parcela militar do Poder comunidade naval e marítima, favorecendo
Marítimo, e dele se origina, para sua pró- a conquista de eficiência máxima, tão
pria proteção e segurança, garantindo os necessária a seus propósitos e aspirações.
meios necessários para utilização do poten- Assim, as tradições, as cerimônias e
cial de suas águas. A essa marinha compe- os usos marinheiros, juntamente com os cos-
te, com suas forças, bases navais, arsenais e tumes, têm extraordinário poder de amal-
estabelecimentos, garantir a capacidade de gamar e incentivar os que vivem do mar.
uso do mar, sejam quais forem as condições Tendem, entretanto, a se tomar atos despidos
e ocasiões.
de significado, quando sua explicação é
Aos brasileiros, particularmente
àqueles que se dedicam ao mar, mas não perdida no tempo.
- somente a eles, é convenientepossuir um A lembrança constante das razões
conhecimento dos usos e costumes da gente dos atos e a sua explicação ou, quando for
do mar. Na Marinha do Brasil, eles são o caso, das versões de sua origem,
observados e chegam, às vezes, a figurar promovem a compreensão, o incentivo e
em regulamentos e documentos que os a incorporação da prática marinheira.
2
2. SEMELHANÇAS ENTRE AS MARINHAS
A vida nas marinhas do mundo inteiro Não estamos aqui abordando, nem
é muito semelhante. Todos que abraçam a seria possível fazê-Io, tudo o que há em
carreira do mar pertencem a uma fraterna tradições, usos e costumes navais e marí-
classe. Há um vasto conjunto comum de timos. Só estão em pauta alguns aspectos
usos, muitos deles ditados pela necessidade mais curiosos. Desejamos que sua divul-
de segurança ou exigências naturais do meio, gação atinja, também, aos que não são ini-
e outros, ainda, pela grande cordialidade que, ciados em assuntos do mar, principalmente
entre si, nutrem os homens do mar, levando- o leitorjovem, dando-lhesum melhor e maior
os a uma permanente troca de gentilezas. conhecimento da vida do homem do mar.
. "
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3
3. CONHECENDO O NAVIO
NAVIOS E BARCOS
5
o NAVIO
a navio tem sua vida marcada por sina" deu origem ao termo arsenal, em
fases. a primeiro evento dessa vida é o português, e ao termo "darsena" que, em
batimento da quilha, uma cerimônia no espanhol, quer dizer doca.Construído e
estaleiro, na qual a primeira peça estrutural pronto, o navio é, então, incorporado a uma
que integrará o navio é posicionada no local esquadra, força naval, companhia de
da construção. Estaleiro é o estabele- navegação ou a quem vá ser responsável
cimento industrial onde são construídos pelo seu funcionamento. A cerimônia
navios. Como os navios antigos eram feitos correspondente é a incorporação, da qual
de madeira, o local de construção ficava faz parte a mostra de armamento.
cheiode estilhas,lascasde madeira,estilhaços Armamento nada tem a ver com armas e
ou, em castelhano, sim com armação.
"astillas". Essa mostra, feita
as espa- pelos construtores
nhóis, então,deno- e recebedores, se
minaram os esta- constitui em uma
belecimentos de inspeção do navio
"astileros",que em para ver se está
português derivou tudo em ordem, de
para estaleiros. acordo com a en-
Quando o comenda. Na oca-
navio está com o sião, é lavrado um
casco pronto, na termo, onde se faz
carreira do esta- constar a entrega, a
leiro, ele élançado incorporação e tu-
ao mar, em cen- do o que há a bor-
mônia chamada lançamento. Nesta ocasião do. A vida do navio passa, então, a ser regis-
é batizado por sua madrinha e recebe o trada em um livro: o Livro do Navio, que
nome oficial. a lançamento antigamente era somente será fechado quando ele for
feito de proa; mas, os portugueses intro- desincorporado.
duziram o hábito de lançá-lo de popa, A armação (ou armamento) corres-
existindo também carreiras onde o ponde à expressão armar um navio, provê-
lançamento é feito de lado, de través; e hoje, 10do necessário à sua utilização; e quem o
devido ao gigantismo dos navios, muitos faz é o armador. Em tempos idos, armar
deles são construídos dentro de diques, que tinha a ver com a armação dos mastros e
se abrem no momento de fazê-los flutuar. vergas, com suas vestiduras, ou seja, os
as navios de guerra, geralmente, cabos fixos de sustentação e os cabos de
são construídos em Arsenais.Arsenal é uma laborar dos mastros, das vergas e do
palavra de origem árabe. Vem da expressão velame (velas). Podia-se armar um navio
"ars sina" e significa o local onde são guar- em galera, em barca, em brigue... A
dados petrechos de guerra ou onde os navios inspeção era rigorosa, garantindo, assim,
atracam para recebê-los. A expressão "ars o uso, com segurança, da mastreação.
6
Um dos mais Terminada a
conhecidos armadores! vida de um navio, ele
do mundo foi o pro- é desincorporado por
vedor de navios, I baixa, da esquadra,
proprietário e mesmo da força naval, da
navegador Américo companhia de nave-
~ Vespucci. Tão impor- I gação a que per-
tante é a armação de tencia, ou do serviço
navios e o comércio que prestava. Há,
marítimo das nações,
que a influência de
I então, uma cerimônia
de desincorporação,
Américo Vespucci foi com mostra de
maior que a do próprio desarmamento. Diz-
descobridor do novo se que o navio foi de-
continente e que pas- sarmado. As com-
sou a ser conhecido panhias de navegação
como América, em vez conservam os livros,
de Colúmbia, como -registros históricos
seria de maior justiça ao navegador de seus navios. Na Marinha do
Cristovão Colombo. Assim, Américo, Brasil, os livros são arquivados no
como armador, teve maior influência para Serviço de Documentação da
denominar o continente, com o qual se Marinha (SOM) e servem de fonte
estabelecera o novo comércio marítimo, de informações a historiadores e
do que Colombo. outros fins.
L.ançamento - - -Desarmamento
- -- -
7
CARACTERÍSTICAS DO NAVIO
~
Quem entrar a bordo verá que o guerra abandonaram o preto pelo cinza ou
navio, além do nome, tem uma série de azul acinzentado, cores que procuravam
documentos e dimensões que o carac- confundir-se com o horizonte ou com o
terizam. O nome é gravado usualmente na mar das zonas em que navegavam. En-
proa, em ambos os bordos, local chamado tretanto, muitos navios mercantes continuam
de bochecha, e na popa. Nos navios de até os dias de hoje a usar, no costado, a cor
guerra, usualmente, é gravado só na popa. preta, principalmentepor questão de eco-
Os navios mercantes levam, também, na nomia. Era comum, também, navios de
popa, sob o nome, a denominação do porto guerra pintados por dentro, junto à borda,
de registro. com a cor vermelha, a fim de que não
Os documentos característicos do causasse muita impressão a sangueira
navio mercante são, entre outros, seu regis- durante o combate, confundida, assim, com
tro (Provisão do Registro fornecida pelo as anteparas.
Tribunal Marítimo); apólice de seguro obri- Normalmente, as cores da chaminé,
gatório; diário de navegação; certificado nos navios mercantes, possuem a carac-
de arqueação; cartão de tripulação de segu- terização da companhia de navegação a que
rança; termos de vistoria (anual e de renova- pertencem.
ção ou certificado de segurança da nave- Nas embarcações salva-vidas e nas
gação); certificado de seguranç.ade equipa- bóias salva-vidas, predomina a preocupação
mento; certificado de borda livre; certifi- com a visibilidade. Essas embarcações são
cado de compensação de agulhas e curva pintadas, normalmente, de laranja ou
de desvio; certificado de calibração de radio- amarelo, de modo a serem facilmente vistas.
goniômetro com tabela de correção; certifi- Por esse mesmo motivo, e por convenção
cado de segurança rádio; e certificado de internacional, para caracterizar a utilização
segurança de construção. pacífica e não de guerra dos navios (cor
A cor é muito importante. Antiga- cinza), na Antártica é utilizado o vermelho,
mente, os navios eram pintados na cor inclusive nos costados dos navios por seu
preta. O costume vinha dos fenícios, que contraste com o branco do gelo.
tinham facilidade A bandeira,
em conseguir be- na popa, identifica a
tume, e com ele nacionalidade do
pintavam os costa- navio, país que
dos de seus navios. sobre ele tem
A pintura era soberania; mas, há
usada, às vezes, uma bandeira, na
com faixas bran- proa, chamada je-
cas, nas linhas de que (do inglês "ja-
-bordada dos ca- ck") que identifica,
nhões. Somente dentro de cada na-
no fim do século ção soberana, quem
XIX, os navios de tem a responsabili-
8
dade sobre o navio. da qual se dedu-
Na nossa Marinha, zem certos es-
o jeque é uma ban- paços não comer-
deira com vinte e ciáveis ( praça de
uma estrelas - a ban- máquinas, es-
ckira dDcruzeiro. Os paços da tripu-
navios mercantes lação, etc). Cada
usam no Jeque a navio tem uma
bandeira da compa- tonelagem
nhia aque pertencem; oficialmente
porém, aIguns usam a registrada, que
bandeira identifica- define seu tama-
dora de sua compa- nho, e que é uti-
nhia na mastreação. lizada, também,
A medida para o cálculo de
longitudinal do navio é chamada compri- taxas e impostos. Em geral, essa tonelagem
mento; e a sua medida transversal, é é a líquida, que recebe, então, o nome de
chamada boca. O calado é a medida da
tonelagem de registro. Como as formas dos
altura, desde a quilha até a superfícieda água, navios são arqueadas, a medida dos
quando o navio está flutuando. Oponta Iou volumes internos do navio era difícil de
pontal moldado é a medida vertical entre o calcular, exigindo o emprego de artifícios
convés principal (vau do convés) e a quilha especiais para obtê-Ia; daí o nome
(base moldada). Existem peculiaridades em arqueação utilizado para designar o cálculo
tomo dessas medidas, as quais não serão do volume interno dos navios.
abordadas nesta publicação, por serem de Como já vimos, o termo tonelagem
caráter eminentemente técnico.
nada tem a ver com tonelada, peso. Hoje, é
Deslocamento é a medida do peso usado para medir a tonelagem, por se tratar
do volume de água que o navio desloca, de medida de volume, a arqueação, que é o
quando flutuando em águas tranqüilas. volume de 100 pés cúbicos, ou seja 2,83
Esse valor é o peso do navio. Os navios de metros cúbicos. Diz-se, por exemplo, que
guerra têm o seu tamanho avaliado pelo des- o navio "x" tem 2000 de arqueação bruta
locamento, enquanto os navios mercantes (ou AB 2000).
são medidos pela capacidade de carregar Existe, todavia, vantagem em medir
mercadorias - a tonelagem, pois o que mais a capacidade comercial dos navios, tam-
interessa são as características comerciais.
bém, pelo peso que ele é capaz de transpor-
A tonelagem é uma medida de volume e tar, o que dá uma idéia de tamanho. Esse
não de peso. A origem do nome vem de peso é usualmente denominado pela
antigamente: os navios eram medidos por expressão inglesa "dead weight": - um
sua capacidade em carregar tonéis-padrão. navio de tantas toneladas "dead weight".
Era a tonelagem, de tonéis. O deslocamento "dead weight" é a
O volume tem utilização comercial. diferença entre o deslocamento máximo e
A tonelagem bruta é o volume total do o mínimo: a diferença entre o navio pronto
navio e de todos os seus compartimentos para o serviço com o combustível, a aguada,
fechados. A tonelagem líquida é o volume a tripulação, os materiais de consumo e a
que constitui a real capacidade comercial carga paga, e o navio pronto para o serviço,
do navio. Ela é medida pela tonelagem bruta mas sem combustível, sem aguada, sem
9
materiais de consumo, sem carga e sem lhe caracterizava a propulsão, relacio-
/ tripulação. Conclui-se que o deslocamento
de combustível, de aguada, dos materiais
nada, assim, com a sua capacidade de
utilizar o vento.
de consumo, da tripulação e da carga paga, As característicasde combate tinham
reflete-se na capacidade de carregamento outra natureza e os tipos mais comuns eram:
total - a carga bruta. naus (navios de batalha), navios de linha
A carga paga é, (navios de linha de
portanto, uma parcela da combate); fragatas
cargabruta. Se variarmos ("frigates"); e corve-
as parcelas de carga tas ("courvetes").Essa
bruta, de acordo com as
necessidades da viagem I classificação
I
tinha a ver
com o número de
a empreender,é possível cobertas, isto é,
obter maior parcela de conveses de canhões.
carga paga e daí melhor Historicamen-
aproveitamento da capa- te, a velocidade não
cidade comercial do
naVIO. tem evoluído muito, a
A propulsão é não ser para os sub-
outra característica marinos que, hoje,
importante do navio. podem desenvolver
cerca de quarenta
Ela é obtida por hélice (s) - o hélice do
navio, tradicionalmente, na Marinha, é no nós. Os demais navios não suportam, por
masculino - que é movimentado a motor muito tempo, velocidades altas. Há
diesel ou elétrico, a máquina alternativa, a contratorpedeiros (CT), fragatas, corvetas
turbina a vapor ou a gás. Para efeito de e navios patrulha que desenvolvem, du-
regulamentos internacionais, um navio rante um bom período, velocidades de até
movido a hélice ou, mais raramente, a trinta e seis nós. Vinte e cinco nós, para
rodas, é uma navio a propulsão mecânica. muitos navios, e dezoito a quinze, para a
Os navios ditos nucleares conti- maioria, são velocidades usuais, de
cruzeiro, em navios mercantes e navios
nuam sendo impulsionados pelos mesmos
hélices. Nuclear é somente a energia utiliza- de guerra. Historicamente, não é um
da na produção de vapor para as turbinas grande passo. Os navios a vela, par-
que os movem; o combustível é que é ticularmente os "clippers", atingiam quinze
nuclear. Os navios a motor diesel ou os e, às vezes, dezessete nós. A desvantagem
navios a vapor, convencionais, utilizam é que dependiam da intensidade e da
energia obtida de combustíveis comuns: direção do vento. Os de propulsão mecâ-
óleo diesel ou óleo combustível para nica, à época, eram mais regulares,
caldeira ("bunker") ou uma mistura de embora mais lentos, alcançando cerca de
diesel e óleo "bunker" (o "Navy Special"). dez nós. Comercialmente, foi a regularidade
As turbinas a gás utilizam combustível e não a velocidadeque superou os "clippers",
definitivamente,e, com eles, os navios a vela.
diesel de tipos mais leves (conhecidos
como Mar-C, JP-5, etc). Hoje, alguns tipos de embarcações com
Os navios a vela não são considera- construção e propulsão especiais têm
dos de propulsão mecânica. Antigamente, obtido velocidades expressivas, porém,
da mesma forma que hoje se diz um navio operam com restrição no raio de açã9 e
"a motor ou turbina", dizia-se que um relativamente às condições de mar. E o
navio era "armado em galera" ("full rigged caso dos "hovercrafts", que se utilizam
ship"), "em barca" ("bark"), "em brigue" de sistema de "sustentação" ou "colchão
("brigg") ou "em escuna" ("scoon"), o que de ar", e os que se utilizam de hidrofólios e
10
aqua-turbo propulsores. velocidade do navio de melhor forma.
A velocidade é medida em milhas Jogava-se à água, pela popa, uma barqui-
náuticas por hora, a milha náutica equivale nha, uma espécie de triângulo de madeira,
ao comprimento do arco de um minuto com um dos lados mais pesado, que,
de latitude. Com o achatamento da Terra, portanto, flutuava com um ângulo para
esse comprimento varia do Equador para cima. O artefato era preso a um cordel,
os Pólos e é usado, então, como o valor um cabo fino, cuja outra extremidade
padrão 1.852,4m, no sistema métrico, ou segurava-se a bordo. Uma vez lançado à
2027 jardas, no sistema inglês, que é a água, flutuando, e com o navio afastando-
medida de um minuto de latitude, na se da barquinha, quem segurava o cordel
latitude de 48 graus. A velocidade de uma ia largando o cabo e, em sincronia, contava
milha náutica por hora é um nó. A palavra o tempo em uma ampulheta (estando já
nó vem da forma antiga de medir-se a calculada a quantidade total de areia para
velocidade, o andamento dos navios. Pri- um tempo conhecido). O cordel era cheio
de nós, colocados de forma a que, combi-
mitivamente, jogava-se um pedaço de nado com o tempo decorrido para esvaziar
madeira à água, na proa e media-se com a ampulheta, desse a velocidade em milhas
uma ampulheta o tempo que o navio levava por hora. Assim, bastava ao operador
para que tal pedaço passasse pela popa. lançar a barquinha à água, virar a ampulheta
Com o comprimento do navio e o tempo e largar o cordel, deixando passar os nós
tinha-se a velocidade. Ainda hoje, em e contá-Ios até que a ampulheta ficasse
inglês, a palavra "log" (pedaço de madeira) com a ampola superior vazia. O total de
significa odômetro - instrumento usado nós dava a velocidade.
para medir a velocidade do navio. Com o
correr do tempo, passou-se a medir a
A FLÂMULA DE COMANDO
11
estará a vante; se estiver voltado para a rinha francesa os marinheiros que tinham
parte da frente - parte de vante - o lado alojamento a bombordo, eram chamados
que fica à direita é chamado boreste e o de "babordais" e tinham os seus números
lado que fica à esquerda é chamado internos de bordo pares. Ainda hoje, na
bombordo. A parte da frente do navio é a numeração de compartimentos, quando o
proa; a parte de trás, a popa. último algarismo é par, refere-se a um espaço
A popa é uma parte do navio mais a bombordo. quando é impar, refere-se a
respeitada que as demais. Nos navios de boreste.
guerra, todos que entram a bordo pela As marinhas de língua inglesa, ou a
primeira vez no dia, ou que se retiram de elas relacionadas, não utilizam expressões
bordo, cumprimentam a bandeira nacional próximas de "bâbord". Batizam o bordo
na popa, com o navio no porto. Ela está lá oposto ao do governo de "port", ou seja, o
por ser a popa o lugar de honra do navio, bordo onde não estava o leme e que, por
onde, já nos tempos dos gregos e romanos, esta razão, ficava atracado ao cais, ao porto;
era colocado o santuário do navio, com uma daí a expressão "port", bordo do porto.
imagem ou "Puppis", de uma divindade. O O navio é dividido em seções hori-
termo popa é derivado de "PUPPIS". zontais chamadas conveses. São os pavi-
Os lados do navio são os bordos e o mentos. Um deles serve de referência para
de boreste é mais importante que o de contagem e é chamado convés principal.
bombordo. Nele, desde tempos imemoriais, Os demais são batizados em relação ao
era feito o governo do navio por uma estaca principal, para cima, como os conveses
de madeira em forma de remo, chamada da superestrutura; e para baixo, até o
pelos navegantes gregos de "Staurus". porão. Quem neles estiver, nos conveses
Os antigos navegantes noruegueses abertos é considerado como estando no
chamavam a peça de "staurr" que os convés ou em uma plataforma.
ingleses herdaram como "steor", Os conveses cobertos, do convés
denominação dada ao remo que servia de principal para baixo, até o porão, são
leme, e "STEORBORD" ao bordo onde chamados de cobertas. É dito que quem
era montado, hoje "starboard". Ao neles se encontra está cobertas abaixo.
português, chegou
como estibordo. Os
brasileiros inverteram a
palavra para boreste
f . I
~ 1~
(Aviso .do Almirante
Alexandrino,Ministroda
Marinha) a fim de evitar
confusões com o bordo
.
: - """""" .I
~
A palavra bom-
bordo tem vínculo com
o termo da língua
1
I
I
I
- rI
..
espanhola "babor" que,
por sua vez, parece ter
II i
II. i
I
.
I.
origem ou estar rela- ! '.{il[ii'1i$ I J Boco I
cionada à palavra fran-
If'- -tCOladO
cesa "bâbord". Na Ma-
12
CÂMARA
CAMAROTES E AFINS
PRAÇAS E COBERTAS
O compartimento
de estar dos oficiais a
bordo, e onde também
são servidas suas
refeições, é denominado
praçad'armas.
Essa denomi-
nação prende-se ao fato
de que, nos navios an-
tigos, as armas portáteis
eram guardadas nesse
local, privativo dos
oficiais.
13
A TOLDA À RÉ
AGULHA E BÚSSOLA
CORDA E CABO
14
.
4 A GENTE DE BORDO
A HIERARQUIA NAVAL
15
mero de conveses e canhões de que dispu- praças(emhierarquiaascendente:Marinheiro,
nham: as corvetas, com um convés de Cabo, 3° Sargento, 2° Sargento, ]VSargento
canhões; as fragatas, com dois conveses e Suboficial). Nos navios de maior impor-
~
e canhões; e as naus com três conveses tância há, ainda, oficiais superiores que
de canhões, havendo também, a exercem funções internas, geralmente na
denominação de navios de linha ou navios chefia de Departamentos. Navios menores
e batalha, por serem os que constituíam as que as corvetas, em geral, são comandados
~s de batalha.Daí a hierarquiaascendente por Capitães-Tenentes.
dos comandantes, como Capitães-de- É interessante notar, entretanto,
Corveta, Capitães-de-Fragata e Capitães- uma característica ímpar da Marinha: na
de-Mar-e-Guerra. linguagem verbal, o tratamento normal-
As funções internasnos navios cabem mente dados aos oficiais da Armada resu-
aos tenentes (em hierarquia ascendente: 2° mem esses nove postos a três: Almirante,
Tenente, ]V Tenente e Capitão-Tenente) e Comandante e Tenente.
16
5. A ORGANIZAÇÃO DE BORDO
Em um na- determinado.
vio de guerra, para Dessa for-
a sua condução, ma, o dia de traba-
segurança e anda- lho do marinheiro,
mento dos ser- do homem do
viços administra- mar, é contado di-
tivos, existe sem- ferente do dia do
preuma parcela da homem de terra.
tripulação que fica Se fos~e possível
de serviço, quan- ao navlO navegar
do em viagem ou somente de oito
no porto. horas da manhã
Todo o pes- até as cinco da
soal é dividido em tarde - havendo
grupos chamados parado uma hora
quartos de serviço, para almoço - e
que recebem os nomes de I ° quarto, 2° parar e fundear ao final do dia, para então
quarto e 3° quarto. Existe sempre um recomeçar tudo no dia seguinte, às oito horas,
quarto, efetivamente, de serviço; um estará a jornada seria como a de terra. Mas há
de folga; e outro será o retém, que séculos os marinheiros se ajustaram às
fornecerá pessoal para cobrir faltas necessidades do mar, cumprindo uma
eventuais. jornada de trabalho dividida em seis quartos
O zelo pelo navio é feito dividindo-se de serviço, cabendo a parcelas diferentes da
as 24 horas do dia, em seis períodos de tripulação a vigilância, em cada quarto. No
quatro horas - também chamados de quartos porto, os quartos são de 00 às 04h, de 04 às
- cada um sob a responsabilidade de um 08h, 08h às 12h, de 12h às 16h, de 16h às
quarto de cabos e marinheiros, de uma di- 20h e de 20h às 24h. Em viagem, no período
visão de suboficiais e sargentos e de uma compreendido entre OOh.às12h, os quartos
divisão de oficiais.
tem o mesmo horário que do porto, porém,
No porto, haverá sempre, em condi-
ções normais, pelo menos, um quarto de depois das 12 horas, os quartos são de 3
serviço. Mais gente ficará a bordo, quando horas: 12-15; 15-18; 18-21; 21-24.
necessário, podendo permanecer todo o O quarto de 04 às 08 é batizado de
pessoal em prontidão, se assim for quarto d'alva (ahorad'alva, do amanhecer).
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(
o PESSOAL DE SERVIÇO
o SINO DE BORDO
AS FAINAS
18
chamados de fainas. As fainas são gerais, - Colisão;
comuns, especiais ou de emergência. - Socorro externo;
- Homem ao mar;
- Reboque;
- Abandono;
- Avaria no sistema de governo;
- Acidente com aeronave ("crash"); e
- Recolhimento de náufragos.
Além das fainas, existem ocasiões em
que toda a tripulação do navio deve atender
a formaturas gerais, para certas formalida-
des a bordo ou para cerimonial, conhecidas
com formaturas gerais.
São formaturas gerais:
- Parada;
Em um navio de guerra, a principal - Mostra;
faina geral é a de Postos de Combate. - Distribuição de faxina;
São fainas gerais e fainas comuns, - Postos de continência;
entre outras: !
- Preparar para suspe9der;
- Bandeira; e
- Concentração da tripulação.
- Suspender (ou deS arrar ou desa- As situações previstas para fainas ou
tracar);
- Preparar para fU ar;
- Fundear (ou am
!
;r ar, ou atracar):
formaturas constam de uma tabela a bordo,
chamada Tabela Mestra, que designa cada
homem da tripulação para um determinado
-Navegação e . águas restritas posto ou função, específica em cada faina
(Detalhe Especial para OMar); ou formatura, além de designar qual é seu
"- Recebimentode munição; bote salva-vidas e seu respectivo quarto.
- Recebimentode materialcomum ou O cumprimento da rotina de bordo,
sobressalentes; bem como das fainas, como já mencionado,
- Recebimento de mantimentos; são ordenados pelo toque de apito. Alguns
- Montagem ou desmontagem de avisos e ordens em linguagem clara, pelo
toldos; fonoclama, podem ser dados, também, em
- Içar e arriar embarcações; certas circunstâncias especiais, mas repetir,
- Operações aéreas, decolagem e em linguagem clara, o significado de um
pouso de aeronaves; toque de apito é considerada atitude pouco
- Inspeção de material; marinheira, não sendo, normalmente,
- Docagem e raspagem do casco; e permitido a bordo.
- Pintura geral. As fainas de emergência são ordena-
São fainas de emergência: das pelos respectivos sinais de alarme, fono-
- Incêndio; clama, sino ou mesmo viva voz.
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6 . CERIMONIAL DE BORDO
SAUDAR O PAVILHÃO
Como já foi explicado, faz parte do das 8 horas até o por do sol.
cerimonial saudar com a continência o Isto se faz ao entrar a bordo pela
Pavilhão Nacional, que é arvorado na popa, primeira vez e ao sairpela última vez, no dia.
SAUDAR O COMANDANTE
SAUDAR O IMEDIATO
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SAUDAR O OFICIAL DE SERVIÇO
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o CERIMONIAL DA BANDEIRA
BANDEIRA A MEIO-PAU
Nos navios da Marinha não se usa a meio-pau. É o sinal de luto.
as denominações de "mastros" de O costume teve origem na antiga
bandeira, nem do jeque: a nomenclatura marinha a vela. Era usual que os navios,
correta é nomeá-Ios o "pau da bandeira" e como mostra de pesar pela morte de uma
o "pau do jeque", mesmo que sejam personalidade, desamantilhassem as
metálicos. O distinto, na Marinha, vergas, de modo a deixá-Ias desalinhadas
segundo a tradição, é que sejam de madeira e pendentes, em diferentes ângulos, e com
e envernizados. todos os cabos de laborar, de mastros e
Desta forma, o termo bandeira a vergas folgados e pendentes. A mostra de
meio-pau é a expressão que corresponde pesar consistia neste aspecto de desleixo,
à Bandeira Nacional içada a meio-mastro. por tristeza. O Pavilhão também era
O jeque acompanha a Bandeira Nacional, arriado a meio-pau.
SAUDAR UM NAVIODE GUERRA AO LARGO
Quando um navio de guerra a bordo). O apito e, em alguns navios
passa a menos de 200 jardas de outro, de maior porte com fuzileiros navais
saúda-o ou é por ele saudado, embarcados, a corneta dão os sinais
dependendo da antiguidade dos para as continências individuais de
Comandantes (ou da maior autoridade todos os que se achem no convés.
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SAUDAÇÃO DE NAVIOSMERCANTES E RESPOSTA
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OS POSTOS DE CONTINÊNCIA
Marinha, os
postos de continência são atendidos com toda
a guarnição distribuída pela borda do navio, no
impossibilitado de utilizar seus homens para o bordo por onde vai passar a autoridade a saudar,
combate, transitoriamente. Desta forma, dispor numa demonstração de respeito.
VIVAS
VIVAS DO APITO
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CERIMONIAL DE RECEPÇÃO E DESPEDIDA
26
.
7 UNIFORMES E SEUS ACESSÓRIOS
OS UNIFORMES
27
Esse procedimento evitava que o suor, no braço.
misturado à graxa e mesmo à pólvora das A golado marinheiroé bastanteantiga.
peças de tiro, lhes caísse nos olhos. Ao findar Era usada para proteger a Ijoupa das
o combate, os marinheiros regulares giravam substâncias gordurosas com que os marujos
o lenço e o amarravam ao pescoço, com o untavam o "rabicho" de suas ca1;Jeleiras.O
nó para frente. Hoje, simbolicamente,o lenço uso do rabicho desapareceu, mas, a gola
é colocado em tomo do pescoço. permaneceu, como parte característica do
Sua cor preta, diferentemente do que uniforme. A cor azul é adotada por quase
muitos dizem, não é originada em sinal de todas as marinhas do mundo.
lutopelamorte de Nelson,poisera usadopelos As três listas da gola são re . .scência
marinheiros, com essa cor, bem antes disso, do costume antigo de se indicar, por meio de
embora, naquele evento, tenham retirado o
lenço característico do pescoço e o colocado §
fitas, presas ao pelerine (capa utiliza a sobre
os ombros), o tempo de serviço do em arcado.
o GORRO DE FITA
O APITO DO MARINHEIRO
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ao pescoço, preso por uma corrente; um apito denação e ordens contínuas de um Mestre
de prata era usado pelos Oficiais em Coman- ou Contramestre, são conduzi das somente
do, como "Apito de Comando". Eram com toques de apito. Fazê-Io aos gritos
levados tais símbolos em tanta consi- denota pouca qualidade marinheira do
deração que, em combate, um oficial que dirigente da faina e sua e uiPe.
usasse um apito preferiajogá-Io ao mar a O Oficial de Ser iço utiliza um
deixá-Io cair em mãos inimigas. apito, que não é o tradici ~nal, e serve para
O apito, hoje, continua preso ao cumprimentar ou reSPO der a cumpri-
pescoço por um cadarço de tecido e tem mentos dos cerimoniais (honras de pas-
utilização para os toques de rotina e sagem) de navios ou lan has com autori-
comando de manobras. dades que passam ao largo; mas, o
As fainas de bordo, ainda hoje, em
especial as manobras que exigem coor- j
cadarço que o prende ao p scoço mantém-
se como parte do símbol tradicional.
ALAMARES
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CONDECORAÇÕES E MEDALHAS
As condecorações e medalhas são
usadas no lado esquerdo do peito.
O costume, que não é apenas naval,
vem do tempo das cruzadas, quando os
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cavaleiros traziam a insígnia de sua Ordem .
(as Ordens da Cavalaria) perto do coração.
Era, também, porque o escudo ficava no
braço esquerdo; e assim, protegia não
somente o coração, mas a insígnia de honra.
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8. ALGUMAS EXPRESSÕES CORRIQUEIRAS
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"SAFO"
Safo é talvez a palavra mais usual coisas correrem bem: "oficial safo,
na Marinha. Serve para tudo que está marinheiro safo. A faina está safa. A entrada
correndo bem, ou para tudo que faz as é safa, pode demandar: não há bancos".
"ONÇA"
"SAFA ONÇA"
"PEGAR"
Pegar é o contrário de estar safo. Estar pegando significa que não está dando
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certo: "Tenente, o rancho está pegando! "pegar tempo", ou seja, pegar mau tempo.
Não chegou a carne! Este marinheiro ainda Fulano está pegando tempo, para resolver
está muito inexperiente: com ele tudo pe- a primeira questão de sua prova... Aquele
ga...Comandante, não pude chegar a tem- marujo não conseguiu safar-se para a
po, a lancha pegou bem no meio da baía!" parada: pegou tempo, para arranjar um
Parece que a expressão vem de boné novo".
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