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Introdução.
Gestão de afastamento do trabalho significa controlar o absenteísmo. O termo
absenteísmo (português brasileiro) ou absentismo (português europeu) é usado para
designar as ausências dos trabalhadores no processo de trabalho, seja por falta ou atraso,
devido a algum motivo interveniente.
FIGURA 2 –
EVOLUÇÃO DA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS ACIDENTÁRIOS DA SÉRIE
“S”.
FIGURA 3 –
EVOLUÇÃO DA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS ACIDENTÁRIOS DA SÉRIE
“F”.
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FIGURA 4 –
EVOLUÇÃO DA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS ACIDENTÁRIOS DA SÉRIE
“G”.
FIGURA 5 –
EVOLUÇÃO DA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS ACIDENTÁRIOS DA SÉRIE
“M”.
Recordando.
Lembro sempre que o saudoso Dr. Paulo Gonzaga comentava as incumbências
principais dos Ministérios do Trabalho, Saúde e Previdência nas relações com atividades de
trabalhadores em empresas:
O Ministério do Trabalho fiscaliza, o da Saúde trata os acidentes do trabalho e as
doenças ocupacionais, e a Previdência arca com os custos dos afastamentos/aposentadorias.
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Com o advento do FAP que está sendo alimentado por benefícios concedidos pelo
NTEP a Previdência está claramente dizendo que não pretende pagar as contas sozinha: vai
dividir despesas com empresas que acidentarem/adoecerem trabalhadores de forma mais
expressiva que outras do mesmo CNAE.
Paradigma mecanicista.
Em muitos casos o encaminhamento do empregado à um depósito denominado
Previdência era (e ainda o é) uma benção. Esse é um paradigma antigo que ainda persiste.
Genericamente pode-se afirmar que esta consideração ainda predomina na maioria dos
ambientes de trabalho do século XXI. Este comportamento, de certa forma, explica a
padronização da emocionalidade, a apatia, a desmotivação, a falta de alegria, o desprazer, o
descuido e a falta de dignidade encontrada nas empresas.
No estilo: quem mais usa paga mais. Exatamente igual ao pedágio nas rodovias.
Cenário desfavorável.
Temos um cenário de composição de expressivo passivo para as empresas, mostrado de
forma explícita pelas estatísticas de benefícios acidentários, disponíveis no site da
Previdência Social. As estatísticas mostram no cenário nacional significativos aumentos na
concessão dessa espécie de benefícios. A repercussão no FAP é direta.
Setor de recursos humanos: Já está às voltas com os afastados que retornam com
estabilidade temporária e necessitam recolocação em atividade em que não possam voltar a
ter os mesmos motivos do afastamento inicial. Por exemplo: trabalhar em local onde não
usem as costas (se o afastamento foi por lombalgia), ou os braços e mãos (se foi por
tendinite), ou ainda em que não possam se deprimir, se essa foi a causa do afastamento,
Setor médico: Também está tendo que dispor de tempo para gerar laudos em eventuais
e inconstantes contestações, nos casos em que por sorte a empresa tem conhecimento do
benefício acidentário de forma tempestiva para poder apresentar o recurso.
FIGURA 6 –
CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES MECANICISTAS.
FIGURA 7 –
CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES ORGÂNICAS.
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Inadequação gerencial.
Continuando.
Eis um artigo paradigmático, pinçado ao acaso na internet, ente tantos outros com
idêntico teor: “Acidentes de trabalho em plataformas de petróleo da Bacia de Campos, Rio
de Janeiro, Brasil” - Cad. Saúde Pública, vol.17, no.1, Rio de Janeiro: Jan./Feb. 2001.
Essa era a realidade das plataformas petrolíferas em 2001, século XXI. Pode-se
inferir qual seja a de empresas em que a convivência com riscos severos não seja tão
explícita.
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Então, com isso e por tudo isso, e para a preservação dos interesses econômicos das
empresas, agora é necessário que procedimentos de afastamentos sejam revistos e para isso
é necessário que medidas precisas sejam adotadas: a gestão de afastamentos.
Pode parecer simples a sua execução em uma observação inicial mas é preciso
considerar que existem antigos paradigmas de comportamento a serem alterados.
Talvez a maneira mais forte de definir o conceito de paradigma seja dizer que ele
representa os conteúdos de uma visão de mundo. Isso significa que as pessoas que agem de
acordo com os axiomas de um paradigma estão unidas, identificadas ou simplesmente em
consenso sobre uma maneira de entender, de perceber, de agir, a respeito do mundo.
Prosseguindo.
Ambas necessitam para melhor eficácia quanto aos seus objetivos de adequado
sistema de informação. Esse é composto por todos os componentes que recolhem,
manipulam e disseminam dados ou informação. Incluem-se tipicamente hardware,
software, pessoas, sistemas de comunicação como linhas telefônicas e internet, e os dados
propriamente ditos. As atividades envolvidas incluem a introdução de dados,
processamento dos dados em informação, armazenamento de ambos, e a produção de
resultados, como relatórios de gestão.
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TABELA 1 –
EVOLUÇÃO DA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS ACIDENTÁRIOS
CONSIDERADOS OS MESES DE MARÇO E ABRIL DE 2007.
Isso significa que ao PPRA das empresas estava imputada antes do advento do
NTEP a maior responsabilidade quanto à prevenção de acidentes e afastamentos (quase
70.0% dos afastamentos se constituíam em acidentes típicos). Após o surgimento do NTEP
a importância do PPRA diminui, mesmo que ainda seja expressiva (pouco mais de 41,0%
correspondia ao acidente típico).
MÉDIA
mar/07 abr/07 2008
TOTAL 11.539 28.594 29.745
Capítulo XIX: Lesões, envenenamento (S00-T98) 8.058 11.747 16.615
Capítulo XIII: Doenças do sistema osteomuscular
(M00-M99) 1.417 11.351 9.857
Capítulo V: Transtornos mentais e comportamentais
(F00-F99) 35 1.046 1.043
Capítulo VI: Doenças do sistema nervoso (G00-G99) 121 851 781
Capítulo IX: Doenças do aparelho circulatório (I00-
I99) 18 297 339
Capítulo XI: Doenças do aparelho digestivo (K00-K93) 25 45 268
Capítulo I: Doenças infecciosas e parasitárias (A00-
B99) 3 258 193
Capítulo X: Doenças do aparelho respiratório (J00-
J99) 13 158 174
Capítulo VII: Doenças do olho e anexos (H00-H59) 70 144 144
TABELA 2 –
EVOLUÇÃO DA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS ACIDENTÁRIOS
CONSIDERADOS OS MESES DE MARÇO E ABRIL DE 2007, POR CAPÍTULO
DA CID-10.
É necessário que haja uma sistemática de consulta ao site do INSS para detectar e
importar dados relativos aos benefícios concedidos, mormente aos da espécie “B91”. O
conhecimento desses, em primeira instância, possibilita a elaboração de contestação ao
NTEP em tempo hábil. Em um segundo momento, os benefícios concedidos aos
empregados da empresa irão possibilitar a avaliação da repercussão do risco.
1) Sistema que forneça os dados das consultas, dos diagnósticos feitos, da CID e dos
atestados.
2) Relatórios dos dados acima, tabulados e com estatísticas necessárias para
acompanhamentos epidemiológicos?
3) Fornecimento de dados relativos aos afastamentos, para geração de estatísticas
dos agrupamentos-CIDs observados, por setor/cargo.
4) Documentação das ações de promoção da saúde, efetuadas por escolha que reflita
a realidade dos afastamentos.
5) Controle dos subsídios médicos-ambientais elaborados para acompanhar a perícia
médica previdenciária.
A tabela 3 mostra o quê fazer, através de qual programa para poder atribuir às exatas
responsabilidades e como proceder.
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TABELA 3 –
ATIVIDADES DE CORREÇÃO (MITIGAÇÃO DOS RISCOS)
Esse fato tem clara explicação, pois os riscos existentes em atividades diversas
conduzem a afastamentos por acidentes/doenças em quantidades distintas. Este processo
permite estabelecer uma priorização dos riscos em função do seu potencial de gerar os
afastamentos.
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FIGURA 9 –
“LAYOUT” DOS AFASTAMENTOS EM EMPRESA DO SETOR BANCÁRIO,
CONSIDERANDO-SE A PREVALÊNCIA SEGUNDO A CID-10
FIGURA 10 –
“LAYOUT” DOS AFASTAMENTOS EM EMPRESA DO SETOR DE
MONTADORA, CONSIDERANDO-SE A PREVALÊNCIA SEGUNDO A CID-10
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FIGURA 11 –
“LAYOUT” DOS AFASTAMENTOS EM EMPRESA DO SETOR
METALÚRGICO, CONSIDERANDO-SE A PREVALÊNCIA SEGUNDO A CID-10
Observe-se na figura 9, que mostra a realidade dos benefícios para empresa do setor
bancário, que as questões relativas a transtornos mentais e comportamentais correspondem
a 33,2% dos afastamentos. É possível que esse percentual venha a se elevar em futuro
muito próximo.
Esse aspecto exige profunda reflexão sobre que ações adotar. Torna-se aparente que
o gigantismo das organizações inviabiliza a prática de ações individuais para promover
satisfação pessoal e no trabalho. Mas manda o bom senso que essas práticas não sejam
descartadas, e que ocorram de forma concomitante com alterações na organização,
direcionadas para os aspectos psicossociais no trabalho.
extremamente exigente”.
3o – Contestações ao NTEP.
Necessárias para tentar descaracterizar o caráter “acidentário” do beneficio
concedido ao empregado.
É claro que estas atitudes impactam diretamente na cultura da empresa, mas são
positivas no sentido de ter o gestor dos afastamentos como parceiro do RH e de mostrar que
há um acompanhamento total e competente de tudo que se refere à saúde do trabalhador.
Importante salientar ainda que o enfoque sobre a saúde do trabalhador deve ser
“holístico”, ou seja, saúde assistencial, programas de qualidade de vida e saúde ocupacional
devem estar harmonicamente ligados operacionalmente.
Deve-se ter presente que a partir de um atestado médico pode-se evoluir para um
benefício previdenciário e que este poderá ser enquadrado no NTEP, passando a ter
potencialmente todas as conseqüências já elencadas (legais, administrativas e financeiras).
Para o competente manuseio destas situações, requerem-se registros consistentes e
esclarecedores, pois é a empresa que necessitará provar que não foi responsável pelo agravo
a ela imputado.
As regras do NTEP exigem que a empresa esteja informada em tempo real de toda e
qualquer concessão de benefícios pela Previdência Social, pois existem prazos exíguos e
formalidades rígidas para contestação. Como a Previdência não comunica diretamente a
empresa, mas disponibilizam no seu site as informações sobre benefícios, este
acompanhamento é fundamental, para que se providencie a competente contestação, se for
pertinente.
"Ao serviço médico da empresa ou ao mantido por esta última mediante convênio,
compete abonar os primeiros quinze dias de ausência ao trabalho".
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concessão do benefício B91, aqui não pelo NTEP mas pelo nexo causal.
Partindo da premissa que é melhor para a empresa não se deparar com a concessão
do benefício acidentário, seja pelo nexo causal, seja pelo epidemiológico, a elaboração do
subsídio médico-ambiental diante do afastamento inevitável é prática recomendável, por
vários aspectos, tais como:
Conclusão.
A gestão dos afastamentos em tese não apresenta grandes dificuldades técnicas na sua
aplicação. O aspecto que necessita ser repensado é o que trata da mudança de paradigmas.
Mudança de paradigma: eis uma expressão citada tanto de forma explicita nesse
artigo, como subjacente aos diversos aspectos.
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Para tanto, este artigo foi desenvolvido refletindo sobre a visão tecno-mecanicista,
que compara o homem a uma máquina, e que não consegue superar o problema principal
das organizações, ou seja, aumentar a sua eficiência para controle de variáveis que irão
impactar no FAP.