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II

APARECIMENTO DA CONSCIÊNCIA HUMANA

1. As condições de âpàrecimento da consciência

A passagem à consciência é o início de uma etapa superior ao


desenvolvimento psíquico. O 1eflexo consciente, diferentemente do reflexo
psíquico próprio do animal, é o ieflexo da reãìidade concreta destacada das
relações que existem entre ela e o sdçito, ou seja um reflexo que distingue
as propriedades objetivas estáveis da realidade.
Na consciência, a imagem da realidade não se confunde com a do
vivido do sujeito: o reflexo é como "ptesente" ao sujeito. lsto significa que
quarrdo tenlro consciêtrcia de um livro, por exemplo, ou muito
simplesmente consciência do meu próprio pensamento a ele respeitante. o
livro lão se confunde na minha consciência com o sentimento que teÍÌho
dele, tal corno o pensamento deste livro Íìão se confunde com o sentimento
que tenlro dele.
A consciência lrumana distingue a realidade objetiva do seu
reflexo, o que leva a distinguir o mundo das itrpressões interiores e torna
possivel com isso o desenvolvimento da observação de si mesmo.
O problema que se nos põe corrsiste em estudar as diversas
condições que engendram esta forma superior do psiquismo que e a
consciência humara.
'l

O De se nt,al\)ìnrcnta do Ì'si .tít"ú) !) Ì)crcìtrrltt'n.n1,t lo l':t4ttttnt,'

Sabe-se que a horrìrrização dos antepassados animais do l'romem sc irrento no honlem atual. é o caso especialmcrtlc clas átcas
desen vo lv
,1,.r'e ao aparecimerrto do tlaballto e, sobíe esta base. da sooiedade. "C) designadas pelos nílnìeros 44, 45 e 46 (segundo a classillcação de
tr:rbirllro. cscreve Iìngels, oriou o próprio ì,o,,r",,,2t." Ele criou tambónr a Brodman) do lobo lrontal, das áreas 30 e 40 do lobo parietal, das áreas 4I e
eorrsçicncia do hontent. 42 do lobo tcr'ÌÌporal (Fig. 18).
O
aparecimento e o deseÌrvolvinrento do trabalho. condição Ventos bem como os rlovos tlaços especificanlellte hunlatros sc
lttinrcira e lundamental da existência do lrontcm, :Ìcarfetaran] a trans- refleleln na est[ltura do córtcx cerebral qltanclo se estuda a área de
lìrlrnaçiìo c a honrinização do cereblo, dos órgãos de atividade extenìa e pro-jeção trotliz (dcsignada pelo n" 4 nâ lìgura l8) Se excitarrnos
rlrs rilgãos dos sentidos. "Prinreiro o trabalho, cscreve Engels, depois dele, cletrioarreÌìlc, conÌ precaução. dilèlcntes poÌllos desta árca, podemos com
c iìo lr'ÌcsÌlìo telÌ.ìpo quc cìc. a Iinguagcnt: lais são os dois cstímulos
csscnciais sob a influôncia tlos quais o cctebro de urn nacaco se trans-
Íìrr.rrotr pclrco a pouco rÌurìr cércbro humano, que n'Ìau grado toda a
scrrclharça o supcrâ dc Iongc cnt larlanho e err perfciçãorô."
O órgão principal da atividade do trabalho do honrem, a sul rlìo.
rir lxrilc ulingir a sLra pclleição graças ao próprio trâbalho. "só graçâs a ele,
grirçirs a adírptação a opetações setÌÌpre lìovas... c que a rrão do horlent
irlìrrgiu cstc allo grau de pcrfeição que podc fazcr sulgir o rnilagre dos
rlrndros de Ralael. as estátuas <.le Thorrvalciscn, a ntúsica cle Íragarrini2T."
Sc sc compara o volul)e ltáximo do ctânio nos símios antlopóìdes
c no hourcnr prirritivo. apercebemo-rros de que o cérebro desle úìtimo
Lrllraplssa mais de dtias vezes o dos sínlios rrais evoluídos clas espécics
rrr,',lcr rlr' ( 140{} côntra 600 cl t'1.
A diÍèrença de tananho entrc os cérebros sínio e hurrano é ainda
Irig. l8 CâÍta .lâs árcâs ccr.büis (scgundo BrodnÌall)
rìrais nitida se o colltpâramos quanlo ao peso: o cérebro do orangotango
pcsa 350 glamas, o do hontem 1400 grarrras, ou scja, quatro vezes rnais.
precisão detcrmir'ìar o ltrgar quc aí ocupa a pro.ieção de tal ou tâl órgão,
Além disto. a estrutura do cérebro humano é nruito nais complexa
c nrais cvoluída que a do cérebro sínio. graças à oontì'ação alos grupos t'ltuscrtlares provocada pela excitação'
No honrem dc Ncandelthal distingLrcm-sc.já nruìto nitidamente as Penfield resutniu eslas experiêtrcias I'ìLllìì desenlro esqltemiitico^
IÌtrvas ár'eas (ou cartrpo) corticais. colÌto o nÌostralÌt as moldagens da evidcrìterrentc cor'ìvellc ion a l. clue rcproduzinlos aqui (Fig l9) Reaìizado a
strpcrl'ície ilìten'ìa do seu crânio. Nos sÍrrios altropóides. cstâs áreas estão urìrâ cscala definida, nostta a supcÍfície quc ooupa. re lâtivaln elllc, a
rrintlu inrperícitantente difcrcnciadas: elas atingcnt o seu pleno pro.jeção de órgãos trtotores (corno a tnão) e sobretudo a dos órgãos da
lìnguagem sonora (mÍtscrtlos da boca, da língua. laringe) cujas Íìrrrções
' cstão rrruito mais desenvolvidas nas condições da sociedade htrurana
| . lrnucls. l)ìdlcLtd d Nrtut c:d. lÌl Socìales. lqTi lì lrl (trabalho, comun icação velbal).
" ll,irl 1r 175
ll) r( I. tì I7l

I
79
O Desent'oh,ìnento da Psiqutst)to
O l)esenvol\,ìmento da Psìquísn1o

peÍscrutante, o ouvido torlìou-se oapaz de perceber as dilèr-cnças e as


sob a
Os órgãos dos sentidos estão igualmente aperfeiçoados !",r'r"tt',unço, nrais ligeiras eÍìtre os sons da linguagern
alticrrlada do
irrIlrrôncia do trabalho e em ligação com o desenvolvimento
do cérebro
dos se'tidos agi' ern
adquiriram traços ho,.,.,",r]. ó desenvolvimento do cérebro e 6os órgãos
lll c;orno os órgãos da atividade exterior, também eles Ihcs "dar' a um e a
mais preciso, o olho contrapãÌtida sobre o traball.ro c sobre a Iinetragenl para
rlrral itativamente novos. O senrido do tato tornou-se
o olho da ave mais -
oulro, itnpulsòc' selnpre lìo\iÌs Pala culllilÌuar a âperlclçoar-5e
hrrrnanizado vê nruito mais nas coisas do que
As modificações anatômicas e fisiológicas devidas ao trabalho
acârretâram Íìecessariâmente uma transformação
global do otganistno'
dada a interdcpenc{êtrcia natural clos órgãos Assinr'
o apaÍecimeÍìto e o
desetrvolvirlentodotrabalìro.modificar.amaaparênciafísicadohomem
bern como a sua orgânização anatômica e fisiológica'
aparecimento do
Um outro eì"mento dcveria iguaìment€ preparâÍ o
entre os.animais que
tlabalho. Corn cfeito, o traballro só poderia nâscer
desenvolviclas
vivessent em grupo e apresentassem tonnas suficientelnente
alasladas das
de vida em coÍìum. fiìesmo se estivessetn ainda bastante
deverâs
ìornrutrr-lui, primitivas da vida social ìrumana As experiências
in,"r"..un,"rdeN.lVoitonisedeNATikhpraticadascomsímiosda
que
de desenvolvimento
criação de Soukhoumi testemunhâlÌ o alto nível
p"ãlì as lbrmas de vida comum entre os animais Estas
"lttttt
ãr,p"rie""i"t"t"o.tram a existôtrcia, nas hordas de sinrios' de trm sistcma
constituido de inter-reìações c de uma hierarquia
e cle um sistema de
essas pesqttisas
correspondente muito complexo Além disso'
"oauni"oçao
nernritenrconvel]cef-nostl[tavezmaisquemaugradoasuacomple-
iìi^oà. no interior de uma horda de símios estão linritadas
"tìr"ru"s
,"-ruçà", rriorogi"us diretas e que jamais são determinadas
pelo
;;;;;
objetivo concreto cla atividade animal'
"ont"ú,ioPor fim. ulna outra condição neccssária ao aparecinrento do
de reflexo psíquico
trabalho é a existêrciâ de formas rnuito desenvolvidas
da realicÌade llos Íeplesentantcs stlperiores
do mundo animal' como vimos
as condìções
Todos estes elemerÌ1os cànjutrtanrente constituíram
no..decurso da evolttção' do
principais quc permitiram o "patecitn""to'
iruUutito da sociedade humana assente no traballro'
"
Fig. I9- 'O lÌomen1-cércbro dc I'cnficld
ts F'. Engcls: DÌdlecticd cld NLllLu-et'r' Iid Socialcs' f l75
O De saNolvinìe nto.lo I'slLltLtrlìtt) 8/
a) Dercn|olrirtenta do I's lLtu ís D1o

podcmos limitar às dìssenrelhanças de l'ornra extct'ior' Para dcscobtir a


Que atividade ó esla, especificamcnte ltumana. a que chamamos
lrrrlrlllro'? verdadeira diferença entre os ilÌstrumentos hulnanos e os "instrLttllcntos"
O trabalho é unr proccsso quc iiga o hotlerr à naturezâ' o processo arimais, devcmos exarninar objetil'amente a atividadc etn que eles totnatl't
rlc rrçlìo do ltomem sobre a llatuÍezâ Marx escrcve: "O trabalho é parte.
pr irrcìr'ltnrente um ato que sc passa cl'ìtre o hollÌenÌ e a nattlreza O homem Por maìs complexa que seja a alividade " itrstrttuentaì" cl's an ìma is
jarrrais tem o caráter de ttttl processo social. rtào é rcalizada colelivamente
rlcscrrperha aí para cotn a natureziÌ o pâpcl de uma potênciâ n'ìlrlfal As
lìrrças de que o scu corpo é dotado. braços c pertlas' cabcças e mãos, cìe as e não dcter-tnina as reìações de comunicação cntre os seres que a efettlanl'
poç cnr movimcnto a ftrr dc assitljlar as nlatérias dando-lhcs ttma Íòrna Por outro lado, por complexa qLre seia, a conrunicação instintiviì e'Ìtre os
úlit lì sua vida. Ao rnestrro tenìpo que lge por eslc rno\ilnetìto sobre a membros de uma associação atlitnaì jamais se confunde conl a atividade
rìiìlrìrczâ exte[ior e a nroclifica. elc rnodilica a sua própria natureza tatnbém
"produtiva" clos animajs. não depeucÌe dela. não é rnccliatizacla por ela
c tlcscrrvolve as l'actrldades qtle llelc estão adormecidas"'' ,:' O trabâllÌo hutratro é ctn ootttrapattida, trma atividade originarìr-
O trabalho é attlcs dc trrais nada caractcrizâdo por dois clcuentos mente social, âssetìte na cooperâção etltlc indir'ídLttls qLle sLlpòe tllna
ìrrlcltlcpcucìentcs. Ulr clcles e o rrsô e o Ízrbrico instrunìentos "C) divisão tecnica. cnrblionár-ia quc se.ia, das ftrnções do trabalho: rssirn, o
'lc trabalho é unla ação sobrc iì liÌlurezâ, ligarrdo cntre si os participantes'
llubalho. cliz Engeìs, colìleça conÌ a labricação clos itrstrunentos "-10
O segutüo é que o tr-abalho sc elètua enr cotldições de atividadc rneclializarrdo a sua comutlicação. iVlarx escreve: ''Na prodr'lçiro os honrens
conrurl coletiva, tjc modo quc o honlem. no seio clestc processo! não c!ìtra não agen.ì apenas sobrc a natureza flles só produzcnr colaborando dc uma
iìl)cnlìs tìLrT1a relação determinaila conl a llatllleza. lllas coÌì olltros tleterminacla tttaneira c tlocattdo enlì'c si âs suas atìvidades Para produzir'
horncns. nrcmbros de unla dada sociedadc E apenas por interméclio clesta entram erìr li-eações e telações cletelulinadas uns colll os outros c Ilão é
lclaçiro a otltros holncns qrte o hotnetl se cllcolltra em telação com a scÍÌão nos linrìles desliìs relaçõcs c ticstas Iigações sociais qLte se estabelcce
rìat Utela- â sua ação sobre a tratutczit. a procltlçitolÌ .
O trabalho. é PofiaÌìto. clesde a origem rnediatizado sitrrttllanea- Para conrprecnder o signiiìcado coÌlcreto destc Íato paliì o
rrcnte pclo ir'ìstrtrrnel'Ìto (cnr scntìdo lato) c pela sociedade dcsenvolv imettlo clo psiquistlo irunrano. basta analisar as Íornlas qrte
A preparação dos insttLllìlelltos pelo houenl teln tâlììhém srrâ revcste iì cstluttlra da alividadc ao rnocliÍìcar-sc, cluando eia se rcaliza nas
histór'iâ ratural. Conrc]) sabetnos, certos auimais telìl Lllra atìr'iclacle condições clo trabalho coletivo !.ogo no início do desenvolvirlcnto cla
instruncntaI rucliutctltar que se nlanitèsta pela utilìzação de nleios sociedaclc hunzrtra sutge ìnevilavcltnentc a patliìha' entre os divcrsos
cxtcriorcs que lhes pettllitetl realizar opcraçõcs (cf o uso do par"r nos paúiciplrrtes da prodrrção. c1o ploccsso de atividade alltcrioÌlììcnte ilnico
sinrios antropóicles). Estes meios exteriores. os "itlstt'umentos" dos aninlais Inicialnrentc. esta ciivisào é r'crossinrilmente lorluita e instável No clccLrrso
srìo todavia rruito cliÍèrentes, qtlalitativanlente, clos do hotnenr qLle são os clo desenvoìvinrento r:la tonra -iii a lorrra prirniLiva da divisão lecnica do
iu\t r't lrìrclll05 do I raba lì1., trabalho.
A clilercnça não cstá apenâs cln os animais utilizem os seus
qLle A cer-los intlivídrros, pot excmplo. itlcLttnbe a conservação do fogo
"irÌslnllÌÌclltos'' ntais tatantcnte que os hotncns prìrnitivos Mttito nrenos a e a píeparação das ref'eições, a cutros â procula de âlilnel'ìto Elltre as

' li Nlrrrr O í ìrTritrri. Ì i!r'o I. r I. lricl. Socialcs. p IÍÌ0


' Ì lrrrcls: lttrtluttrrt,ht '\irlrrl1':í. Ììd S(ìciâlcs.p 176 " K. NIrtrr: .1.\rrt', Ga.rtd Ilen nd. t llÌ. Ììcl Socialcs. p 217
B'
O Dcl. n\'Õl\ ntLüta dr' I'sLqttt:tn"
() Desen|olYiütenlo da Psiquisn1o

é' a separação. do obieto da


Con.ro pode nasccr uma ação, isto
Íìrnção hater a ceça,
de caça coletiva' umas têm por
l)çss()as er'ìcarÌegadas atividadeedoseunrolivo?Visivelmenteaaçãosóépossivelnoseiode
oLrltas cspreitá-la e aparìrá-la' ;;';;;"t." coletivo agindo sobre a natureza ocoletividade'
produto do processo
ìocliticaçào proÍìrrda e radical da ltón11
;i; ïilil;"ud
lst(t i1'. dr r
slobal" quc responde a uma lrecessidade da acârreta
que experimenta u'i inclividuo
e\lllìlìI13daatiriJldedosinJirrduo.qucpartl(l[ìâmdopr(ìCç55Uul i;ilitì.'il', .JJça. th necessidacle
efetuar as operações finais. ( o ataque
t rabalho.
animal' realizando^ as pïir"rf-, se benl que ele possa não
Vimos anteriot'mellte quc toda alividade direto ao animal e a sua matança, por exernplo )
que conduzem diretalnente
instinlivas' entre os arllmals e a (isto e' pela sua
lclaçõcs ìì""ii","rrr"*" bioìógicas' à porr" do objeto desta ""t""idud" Geneticarnente
ser senìpÍe orientada para da atividade individual é o
natrrreza citcutìdante, tinha por característica origcm), a separação entre o n.Ìotivo e o objeto
unra üesessidade bioìógica e ser de ur.ìÌa atividade
,rìrìrrrï ìt" t"acriatn 'atislazcr animal que não.responda a resultado do paÍcelaìneÍìto em diferentes operações
;ì-"';;' J;;"i ;,,"t uttl"to'Não há atividade i"i"i"lmeltc "polifásica"' nras itnica Essas diversas opcrf,ções'
;,,:i;,;;;":;"rd"o. ::,,:ll:::ï,i,';1",.ïï;ïïÌ"'11,,ì,ïl iïJ:ït*,:ï "".pi"*,
uàrá"nio doravante todo o conteúdo de uma clada atividade
do
continuando
indivíduo. transloÍma-se para elc en ações
rllì irLrclìte com tlnla 5l8lìlllciìçâl indeperrrlerrtes'
ttlrittto elo da ca''leia rìào csrcrr elos do processo
:ìlll ::;ì';Jì;ì nuì'tï'""''auaer e cuio lem entendido a não ser senão unr só dos numerosos
Corno clissetnos, o obIeto da
ctlte oricntado pu,u ..* objeto'
tlil.r: l irtlt lrioìógico; estes global do trabalho coletivo
iviclacle dos animais oonfunde-se
;rl
,.'p," .on. seu nlotìvo Dois clos elementos principais (mas nào irnicos)
constituem
e da
clois cletnentos coincidenr senrpre
a estrutura fundanrental da precuÍsoÍes rìaturais desta seprraçào d,: ".p"*'::,: ,l^"lcularcs
Ilstudemos agora' sob este ângulo' lquisiçao por elas dc uma certl irrdepcndôlcia
na atiridade.individual C)
Ël
,ni" id"d;"d"';;- inaiïiat'o "oto"uao
nà condições do trabalho coletivo' éo caráter nruitas vezes coletivo da atividade
instintiva e â
realiza a atividade de trahalho' "lir].r"iro ;.
-"';; :i i"'u'quio" primitiva nas relaeões tutre os ìndividuos' til
()rrando um nlembro da It
"ot"tJid"d" utna neccssidade sua Assirn' a ;;;.:ì,;; nos sítnios tlrl
;ffi;ï:; H-'ue,ï';; n r'- a" satisfazer que se observâ nas assoclaçòes dc errintais sttpcriore.s'que colìseÍva
atividaile do batedor qu" purii"iou
na caçada coletiva primiliva ó
Itf*ì"f "*,u" O segundo é a drr isào da atir' idadeaanitral' : rì
lalvez dc se vc'lir com a fasc preparatória c a
.'ììì,,inì"ì"', rìeces\idadc de se alirnenlar orrorientada.a sua atividade? toiu',,iu u sua globalidade em duas fases distirrtas:
I

pclc clo arrirnal Mas para qu" "'tu di'"tot"nte iã." i" quc potlem ser muito.fasladas uma da outra
tìo tc'.''po
de uma
r,]
Á.rit'tt, o, cxperiências rnostram qtle a interrupção
|,.'dcser.porexentplo.as\lI5lariìcaçacorientd-la.nadireçàodeoutt.os
"*".unï". lorçada
isso 9rte, Jere ser o
quc c(tâo à ciprcrlíì l Propriamellle
:
lììediocrenìente a
çrrÇadotes
páia ai: lazern o os oulrus caçaJores
;,;;;;;" numa das duas fases apenas pernite retardar duas fases .,
,.1"u"àìnì "ì,tì,ìad. rtn coçndor' Fìa(âsstìstar a inten upção el'ÌÌre
r.rão acaì'reta por sl iàuçao ,,r,"rio, dos auimais, oo pu"o qu"
a caça) vezes mais comprido que no
-as
Ícsto.Fl evidelltc que estc resultado deixa lhes um retardamento dez a ccm
da necessidade de-alirnento' de
rÌÌcsrÌìo a não poderia o"ot'"tu' o-'uiiìfução pritncirn caso rA \'. ZaPorojetsì'
vcsluário etc., que o t'ut"on' '"ni"
Àt'irn' aquilo p*" q'-"-:,:11" orienlados l'odavia. mau grado á existência incìubitávcl de uma relação
o seu nÌotivo' os dois são animais supcriores a de
;;ì;;.;;;Jt de atividade.ão coincide com g"neri"u u utivicìadã inlelectual "bifásica" clos
tnoliro
.r'l'rr|ìt,ì,': ( lìalìlarctnos qt"t' t"' Procec\os e]n quc o ohjeto c ,.-ridadc "nìr"
um indivíduo humalo que participa rrurn
processu tìc trabaìlro colctivo na
it"'npln' qtte a clçadl e I atir do
há urna cliÍèrcnça tnuito grandc e'tte chs
Esta diferença
r:r,,.. ',itr, irletn. p!,dclìr05 tr'"'- pot' ;;;ld*l";;;,
ação
l''rt,,,,1,,r. o lìrto tle levantar a caqa é a sua
"
t) l\'\tür lt|rìt !, J,' l''qtu\t1t,t () Dcsenvoh'ìncnto do ]jsíquij to ,3i

\l'1Ìe iro rìivel das ligações e relações objetivas que estão na bâse destas subrnctida a relações socìais desde a sua origenr. Esta é a caLrsa irnediata
,lrrrs irlividacles. às quais elas lesponclcm. e que se rcÍletelll no psiquìsnlo que dá origem à lorma especificarnente lrurrana do reÍlexo da realicladc. a
,l,rs ìntlivítluos agetttcs. consciência huntana.
A atividacle intclecttral biÍásica clos aninrais caracteriza-se conro A decomposição dc urna ação supõe que o su.jeito que âge tcnl a
rirros. pclo fato dc que a lìgação cntle duas (ou várìas) Íàses é deter'- possibiÌidade de reflctir psiquicantente a relação qìle cxiste entre o tììoti\o
rrrirutlu por ligações c telações Íìsicas. natcriais, espacjais' tetnporris. objetivo da relação e o seu objeto. Senão, a âção é irnpossível, ó vazia de
rrrccârrìcas. Nas corrdiçõcs nattlrais da existêr'rcia huÌìla'.ìa, estas relações e sentido para o su-jeito. Assint, se retonìarmos o nosso exemplo do batedor,
liglrçtìcs são forçosâlnente nattttais. O psiqLrismo dos animais superiotes é evidente que â sua ação só é possível desde que leflita as ligeçòes quc
lcrn. por conseqtiência. a propliedacle dc reÍlçtir estas relaçõcs e ìigações cxisterÌr entrc o resultado clue ele goza antec ipadanr ente da ação que realiza
rr:rlulais. atettdo-se às coisas. Qttandtl tttn animll cÍètua um nrovimento de pessoalmcntc e o resultado final do processo da caçada cornplcta, isto é, o
rotlcio c se alasta cla sÌriÌ presâ para só a apanhar em seguida, esta atividade alaque do anìrral em fuga, a sua nÌatânça. e por filr o seu colrsunro. Na
conrplcxa cst/r sttborclinada às rclações espaciais da situação çonsidelada^ or igem, csta ligação é percebida pclo honrern sob a sua for.nta sensível, sob
lclrrçrìcs pctccbiclas pcìo animat; a prinleira pâÍte do tra.ieto. prirneira tàse a fornra dc agões reais e1ètirados pelos outros padicipantcs no trabalho. As
rlr rrtivitlacle. corrtiuz o animaì. cotl uma recessidade natural, à suas açõcs comunicam um sentìdo ao objeto dâ ação ao batedor. O inver.so
possibììidade dc realizar a segunda lìse é igualmente verdadciro: só as ações do batedor.justificaln as ações do
A base objetiva da torn.ra de atividade huntatra que aclui estudamos homern que esprcila o aninal c lhe dão urr scltido; scm a ação do batcdor..
c oLrtÍa. a espera seria despr-ovida de sertido c injustilìcada.
Bater a caça corttluz à satisfàção de unra nccessidade, mas de nrodo Assim, estanros aintla pcrante uma rclação, urra Iiglç.ìo qLre
aìgum porcluc se.janr essas as relações naturais da sìtuação materìal dada; é condiciona a orieÍìtação da atividade. Esta r.elação é, todavia, fundamen-
illÌle5 (' (olìlliÌi,,r; ttotmalnrettlc c'tJs relaçòe' natllrai' 5itu lai' que talmer'Ìte diferente das relaçõcs que govcrnam a ativjdade do anirnal. EIa
arìÌcdÌorìtiìr a caça retira toda a possibilidade de a aparlhar' O clue então' cria-se no seio de uma atividadc huntana colctiva e lão poder.ia existir fora
rìcs1c ciìso. reìiga o resultado ilnccliato desta atividade ao seu resrthado dela. Aquiìo para que é orientada a ação governada por esla nova rclação
!lnrl'/ llyidentemente nào é outra coisa scnão a relâção clo indivíduo aos pode em si não ter sentido biológico imedìato para o lronenr e ÍÌlesrno
oulr'os trertbros da coletiviciarlc. graçâs ao clual cle tcccbe a sua pâlte da contrâdizê-lo. Por exenplo, asslrstaÍ a caça é em si desprovido dc sentido
prcsa- parte clo produto cla ativicladc do trabalho colctivo Esta relação' esta triológico. Isso só toma urn sisnificado nas condições do trabalho coletivo.
ìigação. realiza-se glaças às atividadcs dos orttros indivíduos lsso sigrrifica São clas que conferem a esta ação o seu sentido lrumano c racional. Clom a
qu. c precis",uetrte a atividade dos oulros hotretls que constitui a base ação, "esta urridade" principal da atividade hunrana, surge assìm "a
rratclial objctiva da eslrirtura cspecílìca tla alividade do inclivídtto hrrmano: rrnidade" Íìndarnental, socìal por naturczâ. do psiqLrisrno hurnano. o
ììisl()ricâtrerltc. peio sett urodo cle aparição. a lìgação clìtÌe o eo
'l()tivt)
scntitlo racionaÌ para o lronem daqLtilo para que a sua aliviclade se oÍien1a.
objclo clc u a ação não rellcte telaçòes c ìiglçòes rraturais. rles ligações e Devernos dclcr-nos espcciallììetìte aquì, pois é extrcÌÌÌaÌrente
r clrrçircs ob jetivas sociais. impoftar'Ìte para contpreender a qônese cla consciêucia nLrnta ó1ica cie
Assitn. a ativìclacle cotlplexa cÌos aninrais superiores' subnetida a psicologia concreta. Precisemos rrma vcz ntlis ô noss() lensarnento.
r,. lrrçrrcs nlrlrtltis crrtrc coisas, ttittlslortla-se. no hotnenl' nunìa atividadc
O Dese Nol\'ì nlenb d a P s ìq I ! is t]tt) E;

O DesenYolt'imento do lsiquìsmo

htturana fará
Todavia, o passo decisivo já está clado A corlsciência
Elcs cotreçaur a totnar
doravante a distinção enLre a atividade e os objetos
OuandoumaaÍal,ìhasedirigeparaumobjeto,enrvibração,esta
tambim destcs pela sua relação. Isto significa que a própria
,,r i" i,tuoJ ïú"a""e a I'i;-i': -l'l::' #ï,ï1i:
reração
;,ìit::'t"1ï"t; "o*"ien"io
nui,o"ru (o. obietos <lo.murrclo cirourrclante) se destaca tan.rbéln
para eles e
as do ;nse'l,llìiï"ïX'ï'ï'*ì."'à.,ì'Ã"ì'. t" 0..
u',ì'riedades nurriÌi\ qu" uòor""" t.ra sua relação estável com ai necessidades
da soletividade
r iÌrr';rçàu toma para a .Íarìha ';il;ìJ# "f" o,uu atividade Assim, o honrem recebe o alimento' por exemplo'
" ;"'.ïi,.,,",o .'",.'.. de pror
ocar
tlrre a ligaçào que cxi'te l.ll'l"i"ri.auo. de Í-ato "comoobjetodeurnaalividadeparticular-procura'caça'preparaçâo-e
"o,l.,
sua cle ser alitnento derermina
rrnlt vibração na teia e a Pro
ptit'ntt" dis'imrrlada à arrnhapor enquanlo necessidades
da aranha' uá *arnlo tempo, como objeto que satisfaz determinadas
;r atiridade "tu existe para ela" Razão
que a
;;*;;;t, indepentlenternente do fato do lromem considerado
sentir ou Íìão
ì',*ì"1 *0"*. relaçào; ele, "rão vìbráção que se aproxime da sua o-n"""rriau,f"'i,r.tediala ou cle ela ser otÌ não âtuâlmente
o objeto da sua
rranha se dirige para tooo o ooi"tl-",t., alìmento pode sel distinguido'
o
atividade própria. Conseqiierìterìentc
lcìa' seia ele um diapasão iguaìmente a sua oietos de ativiclacle. tìão apenas "praticamente" mas
também
usia o animal' subn.retc
"",." "-i.*
;t"ori"ont"nt"", isto quer dizer que ele pode ser conservado na cotlsciência
,,uu,,,,:":ï:1""'ì:;;niiï#.ïlïï",*'"""',",ï:ï*rlÍ:"":nïË:ri:
rÌ"'ì.,ft; e tornar-se "idéia".
pre\it ir sua caplura,ulrerror: ì;:ì;i o r.luçoo dc traballio do
rclrçào naturcì' mas. uml
rrntlt coletiva
batetlor ctlm os outros pârtlclpantes
-""imal
na caçada
não incita
ïììu" ì" só por si
2. O estabclecimento do pcnsamento e da
linguagem
Como dissemos, " -
se encarreg^ue da sua
função
âssustá-lo. eoau qu"*ìu, hornem para
raìr.ìrcnte que tornam possível o
açòes estejarn nutna correlação Acabamos de analisar as condiçires gerais
rì atu
dc bate<1ot'é necessário qu" * t*t de trabalho
:i'.ì,," upur""i-"ntu da consciêllcia Encontramo-las nas atividade
ì,ì"
"ì"
ot "1" r ::,!Ìïliil*::,;*::nrcflexo
ï"":"::ï:iiï^t: comumaoshoncns.Vitrrosquesótlestasconcliçõesé.queoconteirdo
srras uçüeq se descubra- o,'. d., \eu obìcro da sua fusão com
ì;'^:;:";; ; i"rì". o" ãuluilo pu* que se orienla uma ação humana se desloca
significado de ttma ação Ícall
as relações biológicas
clìqtralìÌo finr consctenle .--^-?nte existe entre o o da formação
âo strjeito a ligação que ljÍìcoÌ'Ìtranìo-nos agora diante de outro problema'
rra
ao u'iuiaua" (o-'etr tn'rtivor dos processos especiais aoi.quais se liga o
reflexo coÌìsciente da realìdade'
,,n'"," o?ïïïìÏii. Ï':.iïì:ì;";"ão' scttsir cl sob a lorma
da atividadc
Vimos que a cottsctencia clo fim de umâ ação de
trabalho supõe o
.rrroe-llre tta sua fortna irrrtoil**!"tt independentemerlte da
ìì*non' tlli,f reflexo tlos obietos Para os quaìs ela se orienta'
Jc ïraballro dr coletiriaua'
ju iioil";'llï:;:ïXï::i: relação que existe entre eÌes e o sujeito'
r:abeca do homem trão "1,,ïì,ï il:j':'"rì;; Eiii"nt"n.,"nt", nu. deste reflexo?
Oncle eÍÌcontraÍÌ.Ìos nós ãs condições especìaìs
prático-o9j"1"i--d:^ coletiro; pot'este fato' do trabalho O trabalho não
'clagão sellrPr ,i" um sujeito
."-pr"s.'" Encontramo-las de novo ro pr'óprio processo ,:
conclições estudadas, trata-se ^ll' ,]--i. são inicialmente
rr,." são não engendra
dÔ lriìballìo rnodifica apenâs â estrutura geral ãa atividade lrunrana,
:,' ì";ìril dos prrticipanres indiririuais próprias relações da atividade a que chatnamos
por eìes' ttu *"o''o'u "'ì"0.'" to** L,nicun',"nt" ações ot-ietltacìas; o conteirdo il
as suas
't'llcliclas as r'.la colclivioade de
trabalho'
:,;;ì:ììì.'"'ï' '
t) It,tttn, h untnn'J,, I' .tuj\tt,t u9
O Descnvolvunento do Psiquísmo

tanrbcnÌ cstc mcio de ação, elaborado socialnienle. estas opclaçõcs de


0l)criÌça)cs sofre tambéln uma trânsformação qualìtativa no
processo de
trlbalho realìzadas nlalcrialr.Ììcrì1c c cotlo eristalizads5 1elç ft22à,r ltot que
Ilirbit lho. dispor de um instrumerìto nào significa simplcsmcntc possui lo. uras
[-sta transfortÌ1ação das operações efetua-se com o aparecimento
e
de trabalho dominar o rreio de ação dc que elc c o ob-jcto material cle reaìização. O
r, tlcsctrvolvimento dos il'ÌstrLlmentos de trabalho. As operações "instrunenlo dos aniIÌais r-ealiza igualracntc uma ccrta operação, rÌìâs estâ
tlos ltorrct'rs têrn isto de r.rotável; são realizadas com a ajuda cle
úrltin.ra não sc fìxa para ele. Logo qì.re o pau dcsctnpcnhou a sua Íìnção nas
rì\lrìrìrcrtos, de tncio. de trahirllro mãos do macaco, ela torna-se para o aninral um objcto qualquer, sent
O que é um irstrumenlo? "O meio de trabalho' diz Marr' e ttma ilìleresse. Não sc tornou suporte permiìÌrente da operação consìcleracla.
.,,i.".r,, ,t,t, conjurlto cle coisas (lue o honletlt inlcrpòe clìtÍe ele.e o objeto Razão porquc os aninrais não fablicarr iustrumerìlos e nâo os corlscÍvarÌì.
tl() scLr tlabalho col.Ììo condutof tle su:r rçào'' .'
() instrutììento é, poÍaÍÌto,
de trabalho' operações de O instrunento do homcm, cnl cor'ìtrapartida. é Íàblicaclo e é procu;'ado. é
rrnr objcto co:r o qual sc realiza tln'ìa âção conscrvado pclo lromcnr e ele pr'óplio conserva o nreio cle ação tlue realiza.
lrirbalho. Só considerando, portarto, os irlstrulÌ1q'ì1os hunranos conro
l'ablico e o uso c]c irstrumelìtos só e possível enì ligâção com
a
o instrurìcrìlos da atividade de trabalho do ltomcm ó quc dcscobtirenros.r
colsciôr'tcitt cìo fì rrl tia ação de trabaÌho Mas a utilização
de um
da ação nas suas verdadcjr-a difcrcnça qLÌ.: os separa dos "irlstl'umentos" dos aninais. No seLt
i sln|tÌìclÌ{o ?Ìoiìrretâ que se tenha consciência do objeto
não rcsponde ao "irsllurncrìto". o animal só encoltra urÌrâ possibilidade natural de realizar a
pnrplicclades ob.jetivas. O uso do machaclo, por exemplo' sua atividadc iustintiva. por exerrplo, aproximar o fi uto cle si. O homem vê
as propricdadcs
írnico lìn.r clc uma ação concreta; eÌe r-ellete objetivamente no instruurellto uma coisa qlre elìcerre ent si utn meio dc ação dctermilado,
qual orienta a ação O golpc do machado
clo otricto de tr-abalho para o se
clabora socialrnentc.
feito este objeto a.uÍììa ptova
subnrotc as proprieda<1es do tnaterial de quc é
Iìazão por que, nìesmo quando utiliza unr instrumenlo humano
irrlÌrìível; assi''... se realiza uma análise prática e uma
generalização das
especializado c artificial. unr símio só agc nos linites orgânicos dos seus
plopliccladcs objctivas dos ob.jetos segunclo unl índicc
deterrninado'
quc e de ceía rnodos inslintjvos de atividade. Em contrapadida, nas mãos do hourctn, o
objctivacÌo no prlprio instrulrento Assin' é o instl'ttrÌlento
colìscicnte e lacional' rnais sirnplcs objcto natulal tonì3-se Inuilas vczcs Llln verdadeiro
nrancira portaáol da primeira l'etclacleira abstração instrumerìto, quer isto dizer que ele eletua unìa opcração verdade irarr ell le
ila prinreira gcrreralização cotrsciente c rirciotlal instrulental. elaborada socialmente.
elemento que
[)cvetll,.ls agora tonìaÌ'etl.t cottsidetação Ltfi] outro Nos anirrais, o "insÍrumento" não cria nova opcração, está
um objelo de forma
caractelizlt o instruttlento O instlumelìto não ó apetlas submetida aos seLrs movimenÍos r'Ìâturais no sistema dos quais sc incJuì. No
é tambénl trrn obieto
rrì'ì"r.,ft. clc proprìeclacles físicas cleteruinadas; socialmetrte no homcm, é o cortrário que se vcrifica: a sua própria Ììão está incluída trum
social, isto é, tendo r.ttl.t ceúo nlodo cÌe cmptego' elaborado sistema de opcraÇões eìaborado socialmente e fixado rro próprio
,l.curso clo trabalho coletìvo e atribuíclo a ele Assinr'
quarrdo
e não enquanto simples instrumcnto e es1á submctida a ele. As investigações atuais demottstram
con s itÌerarnos o rnachado cnqualìto instrumento com bastantc precisão estcs dois iatos. R.azão por que se Pode dizer, â
collurìtas' LIIììa a
corpo Íísictl. ele não e apenas a reunião de duas partes propósito clo símio, que o desenvolvitnento natural da sua ntão detertniua
eficaz: é
rlrrc clutntatros cabo e a outra que é a paíc verdadeiramente nele o uso do pau cnquanto "inslrutnento", tenìos as rìossâs razòes pariÌ

' I. Nl,',r, ( ) ( tìt:ttttl I i\tt) I- I I. p' lnr Ed Socìalcs Ì'aÍis


o tl o i t tn ct
9I
O De s e nv ol vì nent P s it1 t r

O [)es envob ime nl o cla I's ìq uì sì)la

' por ìsso ladicalmente da


O pensalnetrto clo homeu distingue-sc' só
atividade instrumental que cÍlou
as mãstram experiêtrcias cspcciais'
inteligência dos animais, que, como o
irlirtìÌrÌl'que Íìo homem foi a sua de urna dada situitçào e não pode
i! lr lirriJadcq cip(c iÍìcas da, nÌão' se realizam r-rma aclaptação às condiçòes
r rI
lì:
Assìm o instrumenlo e u; ohjeto
socirl' o produto 91.-t1t''.tu Otát'"u traÍÌSforl]ìarestasúltimasal,ìãorerpeloacuso.poisaatìvidade'animalno
ltunrutto tnlis sirnples' que se llào para estas condtções' nas
seu conjnnto pcrll'ìanecc scmplc orivnladJ
irclivìcltral. Pol estc Íato' o conhecilrento honrem' é
tle um das suas necessidtrdes biológicas No
rcaliza diretament" nu*u oçao "oncteta
dc tt'abalÌro com-.a
'ajudaantcs se ;;;" ;"i ", tàl ob.leto preparâção" donde surge o pensamento humano
irìs1nÌrÌ1eÌ]to, não se ìimita ir
experiência pessoal cle um indivíduo' difcrente. 4 "1ãse cÌe fim e pode'
du experiência e da.prática sociaÌ i"r""-r" a" uç0"' indcpcndentes 'ìrìenÌadas plra trm
rcaliza na base da aqLrisição po' "1" na ativida- ""tu"Oa" capaz de se lrarìsÍbrmar
Por fìm. o ltt'mono' assente inicialmente ìori"rinrnt.n,", lonÌar-5e atir itladc indcpcndctrle-
t tultut' ãit"o'"trrtc.da,a^trr'idade intelectual
"onh""in.t"ntJ irumu arit l,laAc lotalrììcnl( ilÌlcrlÌa islo
e tncttlal'
cls ìnstrumental de trabalho' como o conhecìtnento humano etn geral'
arr pcll5lllììclÌlo iìtÌÌclìllcu Por fim, o pelìsailgnlo,
irrstitttiva dos attitnais- dc pltsltt dos aniulais porque só ele
Chamamosp"ntnnt"ntn'"-senticlopróprio'oprocessodereflexo distingue-se fundamentalmeÌ1te do irrtQlcclLr
proprieclades' ligações e relações node aoarecer e desenvoì'vel se etn união corl
o desenvolvimento da
conssicttte tla realiclade, nn'' 'uut ltotnetn rìáo sãÔ apcrìíìç
oblctivas, incltrindo os rÌestrros ãt'i"to'
i'ìut"ttiutis'.à percepção sensívcì
tnas
Ii"*i.1,.i" t".i"l os firrs d:ì açào irrlclectualetto os tncios desta âÇão são
itllctliala' O homenr, por exenplo'
llào percebc os t.aios Ltltra v ioletas'
lornr
;;;;; p", r'ìatureza, vimos que os tnodos conseqüência' quando âparecc o
;;;;j.";;; "tuuor-uaát socialtrrentc Polpode
'
Que
iJ descotthece a 'tla e\istincì; e a' \rra\ Ptopriedades
,''.,,,
rrl.r n,rl
r" ' isso -- F csla efctuar-se a lão ser pcla
c\lc conhccrrnerllo lc e Do-.r\cl
El:.' lìr'r
t"_,1.l^,-1.'. \ic dc rncdiaçòe' p""ll*nl"n,o verbal abstrato, elc nao
elaboradas socialtnente' a saber
':
fô\:ivcl
r ir .1tte i a r irr do pett'atnen'o19
,,^,.ì, o
",,. tï:
tet' principi'-r *"''al,t-O]l: srrhmercrno, a.
;;;i*t" pclo homcnt dc gcnctalizações lógicas, igtraimerrte elaboradas
(ol5as c lolnalìdo cÚlÌscicncil das rclaçõe' os conccitos verbais e as operaçõcs
c
1
.:Lrirlt: à prora de outras a parlir
l'o*r"'"'- etrlte elas' julgamos
das
i.
ì;ïJ#J';;"ì"' .-'''.'
socialmente
deter pafticularmente
propriedrdcì qrre tìos rìào :ão i,trl,r.tn problerna sobre o qtral nos devetnos
il :,ì,ììì;ì.ìr".J u"" u' pt"tl"'nn'' ai ô
reflexo conscierte pelo homem da
!

ircl.atlente acesslvels
é o da lorma enÌ qlÌe se produz o
n"::ssália do apaÌecilÌìelìto do pensa-
cl

Razão Por que é condição * -''


real idade circundante'
tem um base
inragern cotlsciente, a representação' : :o,n""i:o
,
J;;;;;;;;'rsciência i* l""i1nï,ï?',ï ,""1ì;#lì
A
er nos rinrires tl
da realidade trão se lirnita ao
"Ï:l;nu.ï
torìra.a uts çurrrvtltrwrg " ;ìt*'ir
:ìïl:'ïiï::::#';;;;;
",""," i:'lY:i:*ï:lÏ':ï s"nrín"I. Todi'iu, o reflexo consciente
ostiì de trabalho' da percepção de um obieto
clos auimais Uma vez ainda'
eìii;;r" realiza no proccsso
---^ ^.,^- "^hrê ,
,ã"ri"*",. scnsível que clele se tem Já a simpÌes ulna, cor etc ' mas
:Ïì;ïïÏ'il ;','ì;;; "o'n
o"''= :ì1:11ì:::"iïi'ï,.:ïï::
n'^
: não o rellete apelìas somo pt'ssuindo uttra .forma'
e cstavel determinado'
ÏlilÍ:::" ô:ì,, ;;' ;;;'" ; t.rn s rot:tr aç ào'r
" " ^'1':1^Ì:1:,r'::' ",:': ,^,"f,,i"l ."t"" t"t'tdo utttu significado ob'ietìvo
etc Por conseqüência' cleve
I

ìlll'1, li;
",ï)ï
itil. il;' ;" ;i o rundo'n'n'o,'n"':
.,
dl^LoTt*:::":1.1:":^llii;
attmentou na
;;;;, p.r exemplo, alimenrol instrutncuto
;;;;ìt; ;;^ loma particular de reflero consciente da realidade' qualitati-
:ìì;.;;; pcllsall,crrtu hunrano c r
lltcl!) (lo pensamento
inteligència --
do reflexo psíquico próprio
â nalllre'/a 'ì vatrente diferente tla Íbrma seusível imediata
rr.,lirlrt ertl qtte elc aprendeu a lrrtltslormar
dos animais.

út ttttlttlc:ú l:'d sociales' p 233'


I rt'r1... t )tt1t,, tt< t1
nvo lr nl o o P s íq ü tsnu )
r t l'tttcrttn^ttuLntl J,' I'st,1ttt't,t't 93
O I)e tL i u1c Ll

J Mas cntão, sob qLÌe fortna cÕncrela opcra realnìentc a conscièlìcia verdadeirarrente em ntovinrenlos dc trabalho. Estcs moviucntos, bem
lc r{riìti(lade circundante? Esta fortna é a lirrguagerr que' scgundo
Marx é corÌo os solrs vocais que os rcompanhâm. separaut-se da tarelìr dc agir
rì c()lÌsciêlìcia pÍá1ica" dos Ìromens lìazão por que a consciênsia é sobre o objeto. sepâram-se da ação dc trabalho c só cotlservanl a lunção
so que colsistc cnr agir sotrre os hot'nens. a Íìrnção de comunicação verbal.
irrscpalrivcl da lir.tgtragern Couo a oonsciôrrcia humana' a 'li.ng!3gçln
quc elc Taì como a PÒr outras palavras, transforntatl-se en1 gcsto. O gesto nada n.tâis é que tllì
iìl)iìrlcc llo pro""aro J" trabalho, âo lllcslÌo tenlPo
r:onsciúcj.a*a linguaget! e o prodtrto da coletividade' o produto
da movimento scparatlo do seu resultado, isto é, ttm nrovimento cltre lÌìo se
;ìfi" lruìãiln*u..', c igLtalrnente "o scr l'alaute da coletividade" aplica ao objelo para o qual cstá orientado.
(Marx): c apenâs por isso qtte existc igllalnrente para o honlem tonlado Ao mesmo telnpo. o papcl principaì na comunicação passa dos
inrliv iciiralrlcnte. gestos ao som da voz; assitn aparece a lingtlagem sonola articulada.
"A linguagem é tão velha cotno a cottsciência' a lingLragem
ea Tal oLr tal conteÍtdo, significado na palavla. 1'ìxa-se na lingLragem
consciôncia rcal, prática, que existc tarnbénl para outros homens' que Mas para que um lenômeno possa ser- significzrdo e relletir'-se tta
34
cxis(o. portarlto, então. apcnas para mim tambem " linguagerl, cleve ser destacado. toÍrat-se fato de consciênoia. o que, conlo
O nasçinrento clir ìitrguagem só pode ser comprecndido em relação vimos^ se laz inicialrnente na atividade prática dos hot.ttctrs, tra produção.
çon a rtcccssidade, nascicla do trabalho, que os hornens sent,:lll
de dizer "Os homcns, escteve Marx, conìeçârâll1 cÍètivamente por sc aplopriar etc.
irlgLrmrt coisa. etc.. de ccrtas coisas clo mundo exteÌior como mcios de satìsfazer as suas
Cotno se formaram a palavra e a linguagem? No trabalho os próprias neccssiclades; nais larde conreçarâm a designar igualrnentc pela
uns colÌì os linguagcrrr o quc elas são para elcs nr erperióncia pritica.:r saber tneios de
h()rììcns entram forçosamente en.r relação' em comunlcação
oLrtros. Originariamente, as suas ações' o trabalho
propriamente' e a sua Satiçlazer t\ \ltiì\ lCCe\\i(l.ldC\. c,ìi.its qUc o' \;ìtiSl:l/<ln
oonrrrnicação formatn um processo único Agindo sobre
a Ì'Ìatureza' os * A produção cla lingLragcrr como da cotlsciôtlcia e do pelìsamento,
novintcnlos cle trabalho dos lromcns agenr igualmente sobre os outros cstá dirclarlìcl'ìtc nristutacia na ,ltigem, rì atividade plodLrliva, à
tênl nestas
parliciparì1cs lla produção. lsto significa que as açõres do lìomem oornun icação materiâl dos holrlclls.
corclições ut,.ta àuplu função: urna função imediatamente
produtiva e uma O elo dircto qtie cxiste etltrc a palarrra e a litlguagem' de urr lado, e
lìrnçlo cle ação soúrc os outros homens. uma frrnção de conrunicaçào a atividadc cle trabatho dos honens. do outro, e a condição plimordial sob
I)osteriotnlente. cstâs duas funções separam-se Para isso' basta a influência da quaì eles se desenvolveran enquanto poltadores do reflexo
r;uc a própria experiência sugìra aos honrens que se em
ceÌtas condições conscicnte e "objetivado" da reaìidade. Significando no proccsso de
urrr movimento de trabalho não conduz, por umâ razão ou
outra' ao trabalho, um objeto. a palavra distingtte-o e generaliza-o parâ â consciêllcia .ì.
,.r,,ltu,lo prático espcrarrlo. ele está, mau grado tudo' apto para agir
sobre indiviclual, precisaÌÌente na sua relação objetiva e social, isto é, como
,,s oLtttos participal'ìtes, por excmplo, levá-los a efetuar essa âção objeto social.
,,,|i:livanrcnie. Nascem assinr os ntovintetltos que conservam a sua forma Assim, a linguagen.r não desempetlha apenas o papel de mcio de
<lc rrovirncntos de trabalho, mas que perdem o coÍìtâto
prático coln o comunicação cnlre os ìromens. ela e tarnbénr utn nleio' uma lortla da
fransforma consciôncia e do pettsamento humattos. tlãô dcstacado airrda da prodtrção
objcto r,: t1uc, por conseqüência perdem assim o esforço que os
li
" K. Ìvlr.r, Noías atgìnois a li'dktdo d c(onoÌt1ìo polilica dc Adolphc wagner
"^obl'e
tt O (dpít.t l. I 976. Ìivrc Ì1.
" l. lul,',r .1 irh,logìa utnttí l'eterbach"'p 159 ' Ed' Socialcs' 1975 Bcl. Socialcs. ccliça)es dc bolso.
O Des e nval\, út1a üla d o P s í quisìlu)

llliìlcIial.Tornâ-Seâlbrnìaeostlpoftcdageneralizaçàocotlscienteda
prlar ra e a lrrìguaqerÌ. sc
;;'ìiil" Por iss., quando, poste riot rnerÌtc' 3 são Iï1
a" uiiu io"it p.rti':r imeclìata' as significaçõescomo 'erbais
lato de
-*r^ììì
lbstlaíclas do objero teal e sti podern
poftanto exislir
consciêuoia, isto é, como pellsatllcnto SOBRE O DESENVOLVTMENTO TIISTÓRICO DA
Aoestudarascolldiçõesclepassagenldopsiquisrllopró-cotlsciente CONSCIENCIA
encontramos certos trâços
4,,, onittìoi,t à consciêrlcia clo hotnern'
psíquico'
."roct"rirtì.o, desta Íòrma sLtperior ilo reflexo
rrão podia aparccer a não scr
Vimos igualtltcnte tlttc it consciência
era nrediatizada
nas oondições que a relação do hotrtetl cotn a Ììatureza
elr a
l. A psicolr-rgia da consciência
honrctts Por corÌseguintc'
;r";"; ;ì;: ,eluçoc, 'lc lraballro conr outros
.:,;'.. a ;.;t p'u'1"'" lristÜr'ieo clestlc t' inici'i'rMrrx\' A consciôtrcia hrtnratla tlão é u*ra coisa ilntrtáveì AlgLtns tlos seus
'"" - - ""' só podia. apareoer rìas
Viao:; enr seguicla que a consciêtlcia nas condições de uma
'a;t:;. traços caracteristicos são. cnr iiaclas crltlclições hìsltiricas coìlcÍetâs'
a rìatureziÌ' soblcvi-
.un.fiço.t'aJ"unta açã-o el'etiva sobre
tcìÌ1po
progressivos, cotrr petspectivars rie dcsctlloìr'inletÌlo' otllros são
iustrunrentos, a qual é ao Ineslno vên-cias conclcnacias a desapateccí devcnlos consiclcrar a
ativiclade de trabalìro pol llelo de Portanto.
lermos' a conscìêtrcia e a itlento' na stla
l lbnla prática do conlrecimento ìlrtmano Nestes conscìôncia (o psiclLlisrrro) no sctt ticvir c tlo scu tlcsetl vtl lv

tbrma dil reflexo que conhece ativanrente rJependêrcia essenciaì do mocio dc r'icla" quc é dcterrrinado pelas rclações
Vìmos que o tun"ienllo só podia existir nas condições da sociais cxistcrrtcs e pclo lugal que o individuo considerado.octìpa
Íìestas

reiações. Assirn. devcttttls consiclerar o desenvolvinento do psitlui\lno


cxistênciaclalinguagenl,queaparcoeâomcslnotelÌlpoqueelanoproccsso
ralìalho.
Lle I"-'-0,:r. ii,iniuno aott,u Llttl processo cle l rails i'ortn ações qtlarlitativas Clorlo e[cito'
I
"" pâfiiculâÍmente - que a
e devemo-lo srrblinhar visto que as contlições sociais da eristência dos homens se desetlvolvem
I
f
- ,*. vimos
individual do honeln so podia
cxistìr nas condições em que por modiÍìcaçõcs qualitativas e Ììão apenas quantitativas' o psiqttistno
tcir t realidacle'
"on."iên"io humzrro. a consciência hLtnlatla. lratrslorma-se igualnretlte dc
tllaneir:t
existe a consciência social 'i co't'ciô , " i:l:Ï^-d^ lingüísticos'
e dos conceitos
significações qualitativa no dccurso do rlesenvolvitnento histórico e sociaì
refratada através do prisma das
Em que consistetl cstas transÍbttnações clualitativas?
''"""'-ìr,", socialmcnte'
elaborados todavia apetlas os
Podetr oonsistir apcnas nunra rnodiÍìcação do contcítdo que os
são.
,."nos catactcl isiicos da cotlsciêtrcia
"
homens percebcrì, senlem' pcllsiìlr'Ì Este ponto de vista foi sttslcntâdo
na
i, o,': ^'' ": :i:ï':ï, i;, JlïÏ :,ilr: ï' i:ii:ï
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hisltirica cotlcreta do seu Pslq
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hourens c transÍìrrma-se na psicologia tratlicional especialmente por W Wundt' quc considcrava
irs

.;;;'.;; ;; contliçòes sociais da vicla dos proprieãades do psiquismo humatlo "são ctrr toda a paíc
e sempre
ì.t,,.1"ì," o" o'.t.n'oì'itnt"ro da: çrta' tclrçje'
ccorì\'rìÌica\'

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