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Festivale de cultura popular no

Vale do Jequitinhonha: Ano2019


Tudo começou em 1980. Desde então, o Festivale— Festival de Cultura
Popular do Vale do Jequitinhonha — reúne anualmente artistas, cantadores,
atores, folcloristas e inúmeros apreciadores da cultura para uma grande festa
popular. São feiras de artesanato e folclore, cursos, oficinas de teatro, artes
plásticas, regadas com muita música, teatro e dança.

O Festivale foi idealizado no final dos anos 70, com o objetivo de manter e
preservar a cultura do Vale do Jequitinhonha, através do jornal Geraes, criado
em março de 1978 por jovens universitários residentes em Belo Horizonte,
“filhos do Vale”, e integrados ao movimento estudantil, que incluíam Aurélio
Silby, Carlos Figueiredo, George Abner e Tadeu Martins. A proposta colocada
pelo jornal era: “dar voz e vez aos trabalhadores da região e mostrar o homem
do Vale, suas realizações, seus sonhos e sua luta por melhores condições de
vida”. Isso levantou a discussão política e cultural no Vale.

O Festivale e sua origem

Tadeu Martins, um dos idealizadores do Festivale, conta um


pouco sobre o início do movimento: “Em novembro de 1979,
o jornal promoveu o ‘1º Encontro de Compositores do
Vale do Jequitinhonha'. Eram 22 compositores de 15
cidades da região, que nunca tinham se encontrado para
mostrar suas canções. O evento deu tão certo que, em pouco
tempo, virou o Festivale, para ser a reunião anual de todas as
manifestações culturais da região: músicos, poetas, artesãos,
congadeiros, foliões, batuqueiros, escritores, repentistas,
cantadores e contadores de ‘causos', escrevendo juntos A
vida do Vale em verso e viola.” Segundo Tadeu “é preciso
que o Vale se conheça. Só quem conhece, gosta. Só quem
gosta, defende. Só quem defende, divulga. E é divulgando
que defendemos, porque gostamos e conhecemos, e assim
vamos ajudar a desenvolver o Vale do Jequitinhonha.”

Esse encontro foi tão importante que, no momento seguinte,


com grande êxito, os participantes percorreram cidades
mineiras apresentando um show, cujo cartaz causou grande
polêmica ao exibir fotos 3x4 dos participantes sob o título de
Procurados, à maneira de como a polícia, em plena ditadura
militar, tratava os revolucionários obrigados a viver na
clandestinidade.

Hoje, a falta de incentivos em termos de recursos e o


premeditado silêncio dos monopólios dos meios de
comunicação encerram outro tipo de perseguição, mais
sofisticada e cruel, às manifestações artísticas do povo,
fechando as portas para os verdadeiros divulgadores da
melhor literatura e arte.

Instrumento de resistência
Distante da capital, com uma população que tem origem
entre os camponeses, a região, como tributária de toda
opressão das metrópoles, faz preponderar um folclore legado
de geração a geração, com raízes fortes e profundas. Apesar
do alcance da cultura urbana pelos meios de comunicação de
massa, as tradições e o folclore teimam em se manter vivos,
mesmo nas cidades. Isso pode ser observado nas diversas
músicas de domínio público que os intérpretes gravam
constantemente, a exemplo do Coral das Lavadeiras de
Almenara, um CD organizado por Carlos Farias, onde as
trabalhadoras interpretam as músicas, em sua maioria de
domínio público, cantadas na labuta diária nas margens do
Rio Jequitinhonha. Ou ainda, o artesanato de barro ou
madeira, materializando as feições de um povo sofrido, que
tanto luta pela sobrevivência.

O Festivale levanta questões sociais e políticas que remetem


diretamente às condições de vida da população. Ele é um
instrumento de resistência contra a política de destruição da
cultura popular. Apesar das dificuldades para sua produção,
ele resiste ano após ano. E vem crescendo, alimentado pela
força destas populações, tornando-se capaz de impulsionar
cada vez mais a vontade de resistir e lutar pela chama dessa
rica cultura. O Vale do Jequitinhonha, tão aclamado com
o slogan de “Vale da Miséria” apenas para fazer alardes sobre
a pobreza e nunca para resolvê-la, jamais tem as suas
verdadeiras qualidades exaltadas — como a sua literatura e
arte — pelos governos e pelo monopólio das comunicações.

No Vale é fácil perceber que o folclore e a cultura popular não


são coisas mortas, imóveis, velhas, manifestações do tempo
dos avós, que não existem mais. Ao contrário, são parte da
vida do povo, na sua origem e nos seus costumes. Embora
estejam em transformação constante, são permanentes. São
a expressão da vida e da coragem do povo pela luta diária. A
realização do Festivale externa o que existe no cotidiano de
uma região brasileira. Mostra o trabalho do povo do Vale e do
povo brasileiro. Não é arte que agrada somente aos velhos,
mas também a moços, crianças e adolescentes. Nacional,
tipicamente brasileira, forjada nas dificuldades da resistência
no campo e nas pequenas cidades e, apesar da massificação
da enlatada cultura ianque, resiste bravamente.

Objetivo Específico
Elenca as diversas ações que concorrem para a
efetivação do objetivo geral. É descrito de forma mais
detalhada do que o objetivo geral: Qual(is) o(s)
produto(s) e o(s) resultado(s) do projeto? *

•A busca pelo resgate da nossa identidade cultural e


propiciar oportunidades de valorização do Patrimônio
cultural do vale do Jequitinhonha.
• Reconhecer, estimular e dar visibilidade a iniciativas
culturais do Vale que valorizem a cultura como meio de
consolidação da identidade e de construção da
cidadania
• Conhecer a diversidade cultural encontrada no Vale
• Fomentar a arte local que busca resistir a décadas de
desgaste cultural .
• Ampliar espaços culturais que contemplem os nossos
jovens na busca do protagonismo populares e um
despertar da comunidade jovem local
• Oportunizar o jovem o desenvolvimento de
capacidades, habilidades e competências específicas
individuais.

Festivale Belmonte 2019

FESTIVALE DE 21
A 27 DE JULHO EM
BELMONTE, NO
SUL DA BAHIA
23/01/2019 às 12:38 |
FESTIVALE de 21 a 27
de julho em Belmonte,
no sul da Bahia

O 36º FESTIVALE será realizado no período


de 21 a 27 de julho de 2019. Terá o tema:
“Dos vales ao mar”, fazendo uma alusão à
integração dos estados da Bahia e de Minas
Gerais que se uniram para a realização do
evento, consagrado como um dos mais
importantes da cultura popular do Brasil.

Está será a primeira vez que o Festivale


sairá do estado de Minas Gerais, passando
por cerrado, caatingas e mata atlântica,
descendo o rio Jequitinhonha e,
poeticamente, vai desaguar na foz do rio, no
mar de Belmonte.
Nessa segunda-feira (21/01) o Secretário de
Cultura e Turismo de Belmonte, Herculano
Assis, cumpriu agenda oficial em Salvador
onde, representando o Prefeito Janival Borges,
se encontrou com a Secretária de Cultura do
Estado da Bahia, Arany Santana. Segundo
Herculano, o assunto principal da reunião foi a
realização do FESTIVALE (Festival da Cultura
Popular do Vale do Jequitinhonha). O
Secretário salientou que o evento citado tem
amplitude nacional e tem uma importância
fundamental para a cultura popular dos
Estados de Minas Gerais e Bahia. “Diante da
importância do FESTIVALE e de outras
iniciativas turísticas que estamos
implementando em Belmonte, nós estamos
fortalecendo as relações na esfera territorial
e buscando uma maior parceria com o
Governo do Estado.” – Comentou Herculano

O FESTIVALE é o maior evento de cultura


popular do Vale do Jequitinhonha e do
Brasil, onde há muita música, literatura,
teatro, dança, artesanato, fotografia e
culinária, durante 7 dias. O evento realizado
é itinerante, acontecendo, a cada ano, em
uma cidade

Dos 63 municípios mineiros da bacia


hidrográfica do rio Jequitinhonha, 23
cidades já foram sede do FESTIVALE:
Almenara, Araçuaí, Bocaiúva, Capelinha,
Carbonita, Diamantina, Felício dos Santos,
Felisburgo, Grão Mogol, Itaobim, Itinga,
Jequitinhonha, Joaíma, Jordânia, Minas
Novas, Padre Paraíso, Pedra Azul, Rubim,
Salinas, Salto da Divisa, Serro, Taiobeiras e
Virgem da Lapa. Em algumas cidades, o
evento aconteceu mais de uma vez. O Vale
do Jequitinhonha baiano tem 7 municípios
(Itagimirim, Itapebi, Porto Seguro, Belmonte,
Eunápolis, Santa Cruz de Cabrália e
Mascote). Agora, chegou a vez de Belmonte,
na Bahia.
O encontro das águas barrentas do Rio do
Jequitinhonha com o mar deu nova cor às
águas. Por isso, Belmonte é conhecida
como a "Cidade do Mar Moreno".

Um Festival que acontece desde 1980, tendo


seu primeiro acontecimento em Itaobim, no
Médio Jequitinhonha, no nordeste de Minas,
sempre prondo grandes mostras de cultura
popular, com resultados que ainda hoje são
evidenciados no Brasil e no mundo.

O FESTIVALE já revelou e reverenciou


muitos artistas:
*cantores e compositores como Paulinho
Pedra Azul, Saulo Laranjeiras, Rubinho do
Vale, Pereira da Viola, Titane, Dércio
Marques, Doroty Marques, Tarancón,
Xangai, Elomar Figueira de Melo, Pedro
Morais, Tau Brasil, Bilora, Verono, Saldanha
Rolim, Arnô de Minas Novas, Arlindo Maciel,
Milton Edilberto, e tantos outros.

*Poetas como Gonzaga Medeiros, Cláudio


Bento, Celso Freire, Narciso Durães, João
Evangelista Rodrigues, etc.

*Artesãos como Dona Isabel (Ponto dos


Volantes); Lira Marques e Zefa (Araçuaí);
Ulisses de Itinga, Ulisses de Caraí, Dona
Noêmia, Zé do Ponto (Chapada do Norte),
Zezinha (Campo Alegre - Turmalina), as
tecelãs de Berilo (Leontina, Pretinha,
Natalina), Ana do Baú e Mestre Bastião
(Minas Novas), Zé do Balaio (Almenara),
Daguimar (Palmópolis)...

*Artistas plásticos como Marina Jardim


(Rubim), Gildásio Jardim (Padre Paraíso),
Leandro Júnior (Chapada do Norte), Marcelo
Brant (Diamantina)...

Grupos de teatro de Araçuaí, Jequitinhonha,


Medina, Padre Paraíso, Taiobeiras, Pedra
Azul, Almenara, Itaobim, Itinga, Capelinha...

*Corais e mais corais: Trovadores do Vale,


Araras Grandes e Nossa Senhora do
Rosário (Araçuaí); Coral das Lavadeiras de
Almenara; Vozes do Jequitinhonha
(Jequitinhonha); Vozes das Veredas
(Veredinha); Flor de Liz e Água Branca
(Itinga); Nós de Minas e Voz do Alagadiço
(Coronel Murta); Ribeirão de Areia
(Jenipapo de Minas); Bem-ti-vi (Virgem da
Lapa)...
Aos 38 anos de existência, sempre prou
grandes eventos e com resultados que
traduzem em grandes legados culturais por
onde quer que seja realizado.

Onde fica Belmonte


Belmonte fica no sul da Bahia, quase na
divisa com Minas. Faz limite com os
municípios de Santa Cruz de Cabrália,
Canavieiras, Eunápolis, Itapebi e Mascote.
Está a 72 km de Porto Seguro; a 56 km de
Santa Cruz de Cabrália; 101 km até Itapebi;
130 km de Eunápolis, cidades do sul da
Bahia. Das cidades mineiras, Belmonte está
a 153 km de Salto da Divisa; 256 km de
Almenara; a 440 km de Araçuaí.

Mapa do Extremo sul da Bahia.


Sua população estimada pelo IBGE, em
2018, foi de 24.013 habitantes, sendo cerca
de 13 mil na cidade e 11 mil habitantes no
meio rural.
No início do século XVIII, colonos
portugueses comemoraram o povoamento
de São Pedro do Rio Grande, nas
proximidades do rio Grande, atual Rio
Jequitinhonha.

Vista aérea da cidade de 13 mil habitantes


Inicialmente, Belmonte foi habitada por
índios botocudos, catequizados pelos
jesuítas que a fundaram e construíram a
capela de Nossa Senhora de Madre de Deus.
A capela foi a primeira construída no local.
Durante muito tempo a cidade foi
importante porta de entrada para Minas
Gerais, através do rio Jequitinhonha, única
via navegável até Saldo da Divisa, no Baixo
Jequitinhonha, em Minas.
Mapa da Costa do Descobrimento, no sul da
Bahia
O município está situado numa planície
entre o rio Jequitinhonha e o oceano
Atlântico. Viveu bons tempos de cultivo do
cacau, no século XX. Em 1891, passou à
categoria de cidade, inicialmente com o
nome de Belmonte do Jequitinhonha.
Historiadores supoem que o nome
Belmonte foi sugerido pelo ouvidor de Porto
Seguro, em homenagem à cidade homônima
portuguesa, onde nasceu Pedro Álvares
Cabral.
A suposição histórica leva a crer que os
primeiros "sinais de terra" (ervas flutuantes,
troncos de árvores e raízes) avistadas pela
esquadra de Cabral, tenham partido do rio
Jequitinhonha, que, há 500 anos atrás,
deveria ser mais caudaloso, arrastando
espécies da Mata Atlântica que ficavam
boiando ao sabor das correntes marinhas.
Na foz do rio Jequitinhonha existem
manguezais com a vegetação típica que
inclui caules retorcidos, com o emaranhado
de seus galhos rugosos e raízes
entrelaçadas, numa mostra de uma fauna
riquíssima.
É uma das únicas quatro localidades
brasileiras onde pode ser encontrada uma
árvore da Mata Atlântica ameaçada de
extinção, a Buchenavia hoehneana.
No centro da cidade está localizado um
imponente farol, construído pela mesma
empresa que construiu a Torre Eiffel.
As áreas econômicas do município são
bastante diversificadas: agricultura,
pecuária, pesca, comércio, indústria,
serviços e turismo.
Na agricultura: antes da praga da vassoura
de bruxa, o produto que mais se destacava
era o cacau, representando 80% da
produção do município, no século XX. Hoje,
tem cerca de 17% da fonte de renda local.
Logo depois, vem o côco da Bahia e o
coqueiro piaçava utilizado na fabricação de
vassouras, artesanato e coberturas de
cabanas.
O Censo Agropecuária de 2017 apontou
grande produção de banana, caju, côco da
Bahia, mamão, pimenta do reino, pupunha,
abóboras, jerimum, batata doce. Na
pecuária, uma produção de 8 milhões de
leite/ano.
A caraterística é de produção em grandes
propriedades, empregando pouco mais de
3.500 pessoas.
Muita concentração de renda. Censo do
IBGE de 2010 apurou que 47% da renda per
capita era de 1/2 salário mínimo.
O IDHM era de 0,598. O PIB per capita, e,
2016, foi de R$ 11.902,74.
Tem mais de 31 mil hectares ou 30% da sua
área de matas e florestas naturais, de
preservação ambiental.
O comércio e a indústria são responsáveis
pela maioria dos empregos gerados no
município. Serviços e turismo tem alguma
representatividade na ocupação de trabalho.

Veja video e conheça mais a cidade de


Belmonte:
https://www.youtube.com/watch?v=Uz_jDAvc70U

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