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Caro Walter,
Obrigado por sua consulta. O Marreco é um barco que se presta a algumas interessantes alterações. Se vocês
pretendem revitalizar as regatas de Marreco na Represa o momento certo para implementar essas alterações é
agora. Em resumo, há duas vertentes a explorar:
A mais conservadora já elimina o estai de popa, invenção que nem fazia parte, parece, do Marreco original. Com
isso pode-se fazer uma vela mestra de aluamento mais generoso. Como a retranca do Marreco é muito pequenina,
essa vela vai ficar elegante e vai dar ao barco um visual muito mais moderno (fig. 1B).
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Cognac Velas Ltda
R2 Qd1 Lt9 - Lot Sta Isabel
Km 21,5 - RJ104 - Manilha
24800-000 Itaboraí - RJ
(21) 2635-9313
Nessa modernização de vertente ainda um pouco conservadora o barco conservaria o spinnaker simétrico, com pau
convencional.
Quanto aos materiais, Prolam para o grande e para a genoa e nylon nacional da Lucacel para o gennaker.
Recomendo inclusive estabelecer um peso mínimo de 0.75 onças para o spinnaker de modo a evitar a corrida por
tecido importado superleve (e caro!) O tradicional nylon 0.75 ripstop é bom o bastante e, se todos o usarem para os
gennakers, serão igualmente prejudicados em vento muito fraco. A construção de todas as velas deve ser tri-radial.
Quem quiser uma vela mestra particularmente robusta pode encomendá-la com estruturas catenárias em camada
dupla, como na vela do Mandinga.
1) Velas tri-radiais demandam adriças de boa qualidade. Tudo no Marreco é pequenino de modo que não é preciso
fazer economia demasiada nesse aspecto. É mister aposentar as adriças de pré-esticado e outras (que, na verdade,
esticam). Só na adriça do gennaker pode-se manter sem problemas um pré-esticado. No resto é tratar de trocar.
2) O trilho da genoa não pode ser esquecido. Na sua configuração original o barco tinha um trilho de cada lado. A
posição mostrada na figura 3 (que deve ser a remanescente na maior parte dos Marrecos) é a correta para a genoa
com 3,50m de esteira da qual eu lhe falava durante a semana.
3) Um simples tubo de alumínio com 1 ½ polegada de diâmetro deve ser suficiente para o pau do spi assimétrico. A
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fixação não deve apresentar maiores dificuldades pois a proa do Marreco é bem limpa.
Figura 3 Posição original dos trilhos de genoa (Fonte: Carbrasmar, apud www.popa.com.br)
Bom, acho que por enquanto é só. Como você vê, há muita novidade que se pode incorporar numa mastreação tri-
decenária, como a do Marreco. Se as propostas vão trazer uma grande melhora de desempenho ou não, isso
envolverá sempre alguma disputa. Em princípio a mastreação mais ousada deve melhor ara relação Cl/Cd, que liga
os coeficientes de sustentação e de arrasto do velame. Isso é forçosamente útil num barco de quilha curta e que
sabidamente tem problemas com a orça. O gennaker deve facilitar o aumento de área vélica no través, permitindo
que se agregue pano sem se precisar ficar em pé no teto da cabine para engatar um pau de spi e outras chaturas
associadas aos spis simétricos.
Nota: Grande com ilhós de cunningham, esteira solta, birutas de valuma e numeral. Genoa com janela de biruta.
Todas as velas com bichas de valuma e esteira e, muito importante, reforços radiais.
Espero que essas informações sejam úteis a vocês e me coloco à disposição da flotilha para aprofundar essa
discussão.
Abraços
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