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Denúncias

Esta sessão é um compilado do histórico de


assassinatos, agressões e violências protagonizadas por grupos
skinheads e nazi-fascistas no Brasil desde o final dos anos 80. É fruto de
um trabalho permanente do Movimento Anarcopunk de coleta de
denúncias e informações sobre a atuação destes grupos, e sua
divulgação no blog tem como objetivo manter viva a memória de todas
as pessoas que foram vítimas da intolerância fascista. Obviamente, estes
são apenas os casos a que tivemos acesso, mas existem outros tantos
que não chegaram na imprensa ou foram publicamente denunciados – o
que faz dessa lista uma pequena parte de uma história muito mais
longa. Este longo histórico demonstra também que, embora algumas
pessoas argumentem que trata-se de grupos isolados e inexpressivos, os
assassinatos e violências são inúmeros e recorrentes, o que deixa
explícita a necessidade de um combate real em todos os âmbitos!
***

- 1988:
Se intensificam as aproximações dos integralistas brasileiros com os
Carecas do Subúrbio. No 1º de Maio, Carecas e integralistas comparecem
à manifestação da CUT, ferindo mulheres, crianças, queimando uma
bandeira do PT e promovendo um grande quebra-quebra. A partir daí,
carecas se aproximam cada vez mais de integralistas e nazistas.

- 1989:
Em homenagem ao aniversário dos cem anos do nascimento de Hitler,
na Praça da Sé, diversos grupos fascistas – dentre eles Carecas do
Subúrbio, Carecas do ABC, Ação Integralista e outros integrantes de
partidos e organizações nacionalistas fazem referências e saudação
nazista.

- 1990:
No dia 16 de julho de 1990 os Carecas visitam a sede do jornal A Tribuna
de Santos para divulgarem o PNSB (Partido Nacional Socialista Brasileiro,
criado por Zanine) e suas idéias. Estiveram na redação do jornal:
Alexandre Ferreira Ozores, renato Sérgio Oliveira, Julio Cesar E. Alves,
André Luis do N. Santos, Vicente Frederico e Genivaldo Barrichello. Este
último, líder regional no Estado de São Paulo do PNSB, ex-integrante da
banda careca Tropa Suicida e em 1998 torna-se diretor regional do
SINTETEL (Sind. dos trab. em empresas de telecomunicações) na
baixada santista.

- 1992:
- junho de 92: Na Praia Grande, Carecas matam a tiros o professor de
natação Henrique Alexandre Lobregat da Silva, de 19 anos, e atiram no
comerciante Marcelo de Castro, de 21.

- 24/07/1992 – Por volta das duas horas da madrugada, um grupo de


skinheads invadem a Rádio Atual e o Clube do Forrobodó, no bairro do
Limão/SP, disparam tiros contra as instalações da rádio, picham as
paredes e a capela com frases pregando a morte aos nordestinos e sua
expulsão da cidade. Espalharam pelas paredes várias suásticas, a cruz
nazista. Ameaçaram cortar a língua de um dos integrantes da rádio.

“Um dos líderes dos nazis na época, conhecido como MacBaker, admitiu
que membros de seu grupo participaram do ataque, mas disse ser contra
as pichações, dizendo preferir a invasão e destruição do local.”

- 20/09/1992 – Doze carecas (WP) agridem dois adolescentes judeus fora


de uma sinagoga em SP.

- setembro de 92: Grupos negros de São Paulo recebem cartas com


ameaças de morte de skinheads. As cartas anônimas “têm caráter
neonazista e fazem apologia de um hipotético poder branco”, segundo a
filósofa Sueli Carneiro, coordenadora do SOS Racismo, do Geledés
Instituto da Mulher Negra. Algumas das cartas contêm poemas
enaltecendo a Ku Klux Klan, organização racista norte americana.

- 10/10/1992 – os Carecas do Brasil (de SP e RJ) se encontram no Rio de


Janeiro e invadem o Canecão durante a apresentação da banda de rock
Ramones, deixando 22 feridos, dois com traumatismo craniano. Mesas,
cadeiras e vidraças foram destruídas e parte do teto arrancado. Os
carecas jogaram uma bomba do tipo granada próximo ao palco e
tentaram incendiar o local, pessoas foram pisoteadas. Onze skins foram
autuados.

- 19/10/92 – Carecas brigam na praia em Copacabana. Duas pessoas


ficaram feridas, eles queriam expulsar as gangues do morro da praia.

- nov/92 – seis carecas impõem terror aos passageiros (do último trem de
Santo André), com demonstrações de força e cruzando o vagão de um
lado para o outro encarando a todos de forma ostensiva. Após criar um
clima de tensão agrediram um rapaz que estava sentado, e gritando
bem alto começaram a lhe insultar: “você é o resto da sociedade, a
escória. Você é um mal, você não pode estar entre nós… cai fora” E o
rapaz foi sendo arrastado para a porta do trem em pânico.

- 23/11/92 – Aécio Cândido dos Santos foi surrado por oito skins quando
estava sentado num banco da praça Trianon, na Av. Paulista. Durante o
espancamento, os skins diziam: “Negros, judeus e nordestinos tem que
morrer”. Aécio era negro e tinha 32 anos. Com o skin foi achado um
revólver calibre 38, um garfo e duas chaves de fenda.

- 04/12/92 – Roberto Ferrari, 21 anos, foi preso em sua casa na rua


Fernão Dias, 264 – Pinheiros, por estar atirando com uma espingarda de
chumbo na janela do apartamento 61 onde morava, em crianças da EMEI
Pedroso de Moraes. Ele, que fazia parte dos Carecas do ABC foi visto
junto com uma garota que também estava atirando. A diretora viu e
denunciou. Uma criança de 5 anos no dia anterior tinha sido atingida por
um chumbinho e chegou em casa machucada. O careca ainda ironizou:
“Fico surpreso com toda esta confusão por causa de uns tirinhos que
dei”. Ele já possuía 4 processos. Um deles é por estar envolvido em uma
briga em frente ao estádio do Pacaembu durante show que resultou na
morte de um rapaz, com uma facada no peito.

- 13/12/92 – Cerca de 12 carecas quebraram a recepção da boate


Quoruns Place e atingem com uma cadeira a recepcionista. Anésio Lara
mais uma vez aparece como advogado para limpar a barra dos carecas.

- 16/12/92 – Doze carecas espancam um motorista de taxi e uma


empregada de tecelagem, em Santo André. Além das agressões, eles
rasgaram a roupa da mulher.

- 1993:
10/01/93 – Cerca de 40 skinheads do ABC provocam tumulto e violência
na discoteca Epinotec (Vl. Aurora, região do ABC). Agridem as pessoas
que estavam no local e ferem um estudante de 22 anos com um soco.

17/01/93 – 50 skins agridem 2 pessoas que estão no interior de um


ônibus da CMTC por volta das 0h15, na rua Augusta com Marquês de
Paranaguá. O grupo invadiu o ônibus pelas duas portas e espancaram os
rapazes. No ônibus foi encontrada uma machadinha que foi usada na
agressão. Foram detidos 11 carecas, mas foram liberados logo em
seguida.

4/04/93 – Um grupo de 15 jovens neonazistas, levando bandeiras com a


suástica, chutava carros de luxo em frente a um clube de elite, em
Manaus. O cearense Severino Oliveira da Costa, 37, foi espancado e
xingado de “rato e sub-raça”. Severino registrou queixa contra a
agressão, confirmada por motoristas de táxi.

07/04/93 – Cerca de 30 carecas do ABC matam a socos e chutes um


estudante de 15 anos no centro de Santo André. O rapaz teve
traumatismo craniano e morreu duas horas após o espancamento.
08/04/93 – Roberto Donizete Alves, 20 anos, foi espancado e esfaqueado
por 5 carecas em São Bernardo do Campo. Ele foi reconhecido por dar
entrevista a TV criticando os carecas.

16/04/93 – Em Caucaia, Fortaleza, jovens do grupo Skinhead conhecido


como Cabeças Ocas assassinaram a facadas, dentro de uma pizzaria, o
estudante Jorge Miranda de Araújo, 17. O grupo, que teria confundido
Jorge com uma travesti, era formado por cerca de 40 rapazes e moças,
com idades entre 15 e 18 anos, armados de facas e pedaços de pau. Os
policiais do 18ª DP prenderam dois integrantes dos Cabeças Ocas:
Antônio Alexandre de Souza, operário, 19, vulgo Buzu e o menor A.O.S,
que confessou ter atingido o estudante com duas facadas, enquanto o
operário segurava o rapaz pelas costas.

20/04/93 – Ribeirão Preto: Um skin de 16 anos mata a golpes de coturnos


um garoto de rua de 13 anos para “limpar a cidade”.

01/06/93 – Briga entre Carecas do Subúrbio e White Power deixa dois


feridos em frente a boate Armagedon (Jardins/SP). O rapaz que é White
Power estava ferido e recusou ser atendido pelo enfermeiro, que era
negro.

06/06/93 – Integrantes de gangues neonazistas foram indiciados pela


polícia Federal, acusados de fazer propaganda racista através de revistas
(fanzines) e meios de comunicação (programa Documento Especial, SBT,
setembro de 1993), Os indiciados são Ivan Guidi Ferreira, André Luiz
Ribeiro Sterckele, Christian Geltonogoff de Souza, Ranulfo Tales Dias de
Macedo Soares, Nelson Ronaldo Ferreira, Cláudio Rossi, Luciano Castanho
Xavier Rabello e Rodrigo Martinelli. Segundo o delegado da P. F. João
Côncio Pereira, eles podem ser condenados por racismo e formação de
quadrilha, com penas que vão de três a oito anos de prisão.

08/06/93 – No primeiro B.O registrado na Delegacia Especializada em


Crimes Raciais, o SOS racismo de São Paulo denuncia ter recebido carta
com ameaças feitas por grupos neonazistas. Conforme a descrição de
Cláudio Júlio Tognolli, da Folha de S.Paulo,”a carta endereçada ao SOS
Racismo traz a foto de um policial sul-africano apontando um fuzil contra
um manifestante negro atingido na cabeça, caído no chão”. Abaixo da
foto aparecem os dizeres “Aberta Temporada de Caça às Galinhas de
Angola”. A ameaça seria uma represália à prisão de líderes Skinheads,
pois em seu primeiro parágrafo dizia-se “Pagarão caro pela prisão de
nossos líderes, negros malditos”. A denúncia deve se converter no
primeiro inquérito da Delegacia Especializada em Crimes Raciais.

Junho/93 – Briga entre carecas em um bar na Saúde deixa 2 mortos e um


baleado. Foi encontrada uma outra arma no local do tumulto, que
segundo testemunhas estava com um dos skins.

07/07/93 – A torcida do Palmeiras, Mancha Verde, adquiriu bombas de


fabricação caseira dos White Powers, para a utilização contra torcidas
adversárias. Num atentado contra um ônibus da torcida do flamengo,
sábado a noite, na Via Dutra, foram utilizados coquetéis molotov.
Ficaram queimados 28 torcedores, 8 deles gravemente. O estudante
Rogério José de Souza, 17 corre risco de vida. Segundo um membro
infiltrado na torcida, as bombas eram de alta intensidade – misturando
ácido, chumbo, pólvora e gasolina – e foram encomendadas por
integrantes da Mancha Verde à organização neonazista White Power para
um atentado planejado contra a torcida flamenguista. Existem dois
inquéritos indicando a ligação entre a torcida Mancha Verde e o grupo
White Power.

02/12/93 – RJ – 4 carecas do brasil (Frente Nacionalista) são presos na


Cinelândia por perseguir e espancar com pauladas, socos e pontapés 4
integrantes do grupo gay Atobá, que fazia uma manifestação pelo dia
mundial de luta contra a AIDS. Outros manifestantes conseguiram fugir.

15/12/93 – No Rio de Janeiro, membros da Frente Nacionalista Carecas do


Brasil – braço do Movimento Carecas do Brasil – agrediram vários
integrantes de uma manifestação pelo Dia Internacional de Lula Conlra a
AIDS. A briga começou quando homossexuais ligados a organizações não
governamentais engajadas na luta contra a AIDS distribuíram
preservativos. Os Carecas foram presos por seguranças da estação
Cinelândia do Metrô, sendo posteriormente indiciados por lesão corporal,
formação de quadrilha e corrupção de menores (havia menores no
grupo). Um dos espancados na Cinelândia lembra que o estande do
grupo Alobá, na Rio-92, foi destruído pelos Carecas.

- 1994:
23/04/94 – Em Belo Horizonte, Luciane Teixeira, 23, é estuprada por
cerca de 20 Skinheads, durante um show na Praça da estação. O show,
que reuniu cerca de 5000 pessoas, comemorava o Dia de Tiradentes.
Segundo Luciene, “eles fizeram uma roda, rasgaram minha roupa e me
estupraram, um de cada vez”. Eliane Matozinhos, delegada da Delegacia
de Mulheres, disse que a polícia já identificou cinco suspeitos.

26/04/94 – Em Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, cartazes com a foto


de Adolf Hitler e a suástica nazista foram afixados em diversos locais da
cidade, próximos a escolas e faculdades. O incidente ocorreu na semana
de comemoração dos 105° aniversário do ditador. Nos cartazes,
anônimos, lia-se:”Vamos botar para arrepiar logo de uma vez. Hitler para
presidente”. A polícia removeu os cartazes, que foram enviados para o
Instituto de Criminalística para descobrir á gráfica que produziu o
material.

- 1995:
Março de 95: Carecas matam com um tiro no coração o pintor industrial
Gilvane Alves. Eles estavam no interior da composição ferroviária W3-
539, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), na estação
Patriarca, Zona Leste, quando começaram a espancar cinco rapazes, dois
deles cabeludos. A confusão toda começou na estação Artur Alvim, com
a entrada no trem de 19 integrantes do grupo Carecas, entre eles duas
mulheres. O bando começou a agredir o vendedor Iran Salvador de
Carvalho, de 20 anos, e seus colegas Valfrido Genésio Rueda, de 18,
Marcel Leal da Silva, Marcos Antonio Moreira, ambos de 16, e Marcelo
Rodrigues, de 20. Na estação Patriarca, a gangue desceu e começou a
efetuar disparos contra o trem. O pintor Gilvane, que segurava a
marmita de comida que levava para o trabalho na empresa Itaú Pinturas
Ltda., não conseguiu abaixar a tempo e acabou sendo baleado. Também
foi atingida de raspão uma mulher não identificada.

Maio/1995: O Movimento Anarcopunk recebe carta de ameaça de


skinheads dizendo: “Já sabemos tudo sobre vocês, temos o endereço.
Mais essa ganguezinha vai acabar, viva o nacionalismo! Carecas do
Brasil. Morte para os idiotas do “altruísta”, anarcopunks e os demais
pilantras! E vida eterna aos carecas!”

08/07/95 – Skinheads agem em proximidades do Metropolitan (RJ) onde


acontecia um show. No estacionamento, conta um juiz que denunciou o
caso, viu um grupo de 4 ou 5 skins espancando uma pessoa sem que
ninguém fizesse nada. Ele gritou e os carecas soltaram o rapaz, que
conseguiu fugir mesmo machucado. Foi então que um dos skins, conta
ele, que estava armado com uma pistola 45 e tão drogado que até
babava, gritava que era policial.

13/08/95 – O skin Rogério Fernandes (o mesmo que esteve envolvido na


morte de Carlos Adilson) foi indiciado em inquérito por lesões corporais,
por ter desferido facadas em Maurício Luiz Gonçalves somente por ser
homossexual. O fato ocorreu na região central de Curitiba.

19/08/95 – Em Teotônia (RS) um jornalista da Rádio Popular recebe


ameaças do grupo white power.

09/95 – Dois jovens judeus encontraram um grupo de carecas dentro de


um bar no centro de Santo André. Dentro do bar só xingaram os rapazes,
mas quando saíram cerca de 10 skinheads começaram a espancá-los.
Um conseguiu fugir, o outro foi jogado contra um carro, bateram sua
cabeça no capô e portando a suástica eles diziam que iriam matar o
rabino e queimar a sinagoga.

- 1996:
10/03/96 – É assassinado pelos Carecas do Brasil, em Curitiba, o
iluminador de teatro de 23 anos Carlos Adilson, próximo ao Largo da
Ordem, no centro. Motivo: Carlos Adilson era negro. Três tiros foram
disparados e o 2 o atingiram, um na nuca e outro nas costas.

07/04/96 – Após ser atacado por nazistas ao sair de um restaurante no


centro de Curitiba, Ademar Hernandes, 35 anos, morre de traumatismo
craniano no hospital.
16/06/96 – Cerca de 30 skins chegam em um ônibus na rua Consolação
(SP) por volta das 0h30, e destroem vidraças e tudo o que vêem pela
frente em dois bares Burgue e Beer e Chamego. Muitas pessoas ficaram
machucadas. Até quem estava no ponto de ônibus teve que se esconder
em um outro bar próximo. Em frente ao bar um careca saca um revólver
e acerta 2 tiros no peito do artista plástico Nilton Werdini, 51 anos, que
morreu em frente à pizzaria Filips.

- 1998:
Setembro/98: Antônio de Pádua Nóbrega Vegas é espancado por 25
Carecas do ABC quando saía de uma rádio comunitária em Santo André.

Outubro/98: Cartazes atacando homossexuais e portadores de HIV são


distribuídos e colados em vários pontos da cidade de São Paulo,
assinados pela FAC, Frente Anti-Caos. Um dos cartazes traz no título
“Homossexual hoje, aidético amanhã”. O texto diz o seguinte: “As
atividades promíscuas e anti-higiênicas dos pederastas facilitam o
contágio de doenças sexualmente transmissíveis (especialmente a Aids)
inclusive através de contato não sexual”.

Um outro cartaz, afirmando que “homossexuais molestam crianças”,


vem sendo colado nas proximidades das escolas. O texto diz que
“grupelhos de anormais promovem tais crimes hediondos” e recomenda
aos pais que “previnam seus filhos sobre a ameaça destes predadores”.

- 1999:
06/02/99: Marcos Daniel Braga Fernandes é espancado por 30 Carecas
do ABC na Praça da República.

09/99 – Um dos organizadores da Parada Gay (SP) é ameaçado de morte


por uma mulher que dizia pertencer à Frente Anti-Caos. Durante este
mês colaram vários cartazes na cidade contra homossexuais, punks e
outros casos aconteceram.

20/08/99 – O departamento de pós-graduação de história da


universidade federal de Pernambuco, no Recife, foi incendiado. Nas
paredes foram desenhadas suásticas e os dizeres “Morte aos judeus,
negros e gays”.

- 2000:
Fevereiro/2000: O adestrador de cães Edson Neris é espancado até a
morte na Praça da República com chutes e golpes de soco inglês por
cerca de 30 Carecas do ABC. Edson estava de mãos dadas com seu
companheiro quando foi atacado.

Setembro/2000: Skinheads enviam bomba caseira pelo correio para a


Anistia Internacional. Dias depois Roberto de Jesus, presidente da
Associação da Parada Gay, Lésbica, Bissexual e Transgêneros, recebe
outra carta-bomba.

- 2003:
- Três skinheads obrigaram dois rapazes (Cleiton e Flávio) de 20 e 16
anos a se jogarem de um trem em movimento sob ameaça de que se
não pulassem seriam mortos ali mesmo. O crime hediondo foi cometido
na linha E da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), nas
imediações da estação Brás Cubas. De acordo com a CPTM as vítimas
estavam acompanhadas das namoradas. Flávio teve o braço direito
amputado e Cleiton sofreu traumatismo craniano exposição de massa
encefálica e morreu.

- julho/2003: Em Porto Alegre/RS, há menos de 48 horas antes da


realização da 7ª Parada Livre de Porto Alegre, vários pontos da cidade
foram manchados pela incitação ao ódio e à violência contra
homossexuais. “Faça seu dia feliz, acabe com o homossexualismo”
(assinado Resistência 88), diziam os cartazes que se concentravam nas
imediações do trajeto previsto para a manifestação.

- 2004:
- Em agosto, diversos moradores de rua são atacados em São Paulo. Seis
moradores de rua morreram e nove ficaram internados em estado grave.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil), Hédio Silva Júnior afirma que existe grande
possibilidade que os crimes tenham sido feitos por skinheads, segundo
testemunhas.

- 2005:
8 de maio de 2005: por volta das 2h30min, 15 rapazes, vestindo roupas
militares e conhecidos como “skinheads”, agrediram três jovens que
foram identificados como judeus. Um deles estava, inclusive, usando
kipá. A agressão aconteceu em frente ao “Bar Pingüim”, em Porto Alegre.
Um dos agredidos teve o pulmão, rins e baço perfurados por faca e levou
chutes até desmaiar. Recolhido ao Pronto Socorro, o jovem permaneceu
em coma por cerca de três semanas. Um segundo levou duas facadas,
uma na barriga e outra no braço, além de vários socos e pontapés. E o
terceiro levou muitos socos e pontapés.

- 2006:
Novembro/2006: Um salão de cabeleireiro, em Santo André, no ABC
paulista, foi alvo de um ataque promovido por um grupo neonazista na
terça-feira (21), dia seguinte ao Dia da Consciência Negra. Vera Lúcia
dos Santos Rosa chegou às 9h de terça-feira (21) no salão, que fica na
Rua Capitão Mário Fláquer, e encontrou paredes pichadas com suásticas
e frases como “fora macacos”, além de endereços de sites na internet
que divulgam material racista.
Havia ainda um papel deixado da porta com a frase: “feriado dia do
negro e você branco é passado para trás mais uma vez. Até quando você
vai suportar isso calado”. Junto estava o desenho de um negro encostado
em uma árvore, descansando, e com mosquitos em volta e embaixo o
endereço do movimento neonazista whitepower na internet.

- 2007:
18/nov: skinheads são presos após tentar espancar três jovens na
Avenida Paulista e terem agredido outro nas proximidades. Foram
apreendidos o livro Diário de um Skinhead, um soco-inglês e uma
corrente.

Um rapaz de 26 anos afirmou aos policiais do 78ºDP que às 5h40


caminhava pela avenida Paulista com sua namorada e sua amiga, ambas
de 24 anos, quando um rapaz do grupo bateu em seu peito. A vítima diz
que levou vários pontapés e socos e que sua amiga também recebeu um
soco. Eles teriam pedido ajuda a três rapazes que estavam dentro de um
carro que passava pela avenida e foram atendidos. Um rapaz de 28 anos
e seus dois amigos de 25, que desceram do carro para ajudar a apartar a
briga, também foram agredidos. Todos disseram que o grupo agressor
era composto por quatro rapazes e uma garota, sendo que um deles
conseguiu fugir. Os rapazes que estavam dentro do carro disseram
também que pouco antes viram o mesmo grupo agredir um negro no
cruzamento da avenida Paulista com a rua Augusta. As vítimas disseram
que ouviram os agressores dizerem que eram skinheads e que um deles
se complicaria pois tinha coisas de skinhead na mochila. Todas as
acusações foram negadas pelo grupo.

- 2008:
Março/2008: Freqüentadores da praça Alexandre de Gusmão, no dia
21/03, , se viram obrigados a correr de um grupo de 20 a 30 skinheads,
que segundo relatos, chegou na praça agredindo os jovens com tacos de
baseball e hockey. O local é conhecido como “praça Trianon”.

Junho/2008: Um grupo de skinheads neo-nazistas espancou e feriu


gravemente um Policial Militar na madrugada de domingo (8) na rua
Augusta, região central da cidade de São Paulo, quando tentava apartar
a ação do grupo fascista contra um jovem negro. O cabo do 7º Batalhão
de Polícia Militar, Wilson Vasconcelos Neves, 40 anos, que estava à
paisana durante o ocorrido, sofreu uma série de golpes de soco inglês e
chutes com coturnos de ponta de aço. Ele foi levado ao pronto-socorro
da Santa Casa de Misericórdia e passou por duas operações no rosto,
uma na boca e outra no nariz. Ele já foi liberado e passa bem. O jovem
que estava sendo perseguido conseguiu fugir. Os cerca de
15skinheads só pararam de espancar o policial à paisana quando uma
viatura chegou.

Novembro/2008: Quatro jovens que se identificam como skinheads


(carecas) agrediram e roubaram um garçom de 21 anos, em Heliópolis,
na zona sul da capital, na madrugada deste domingo. Três suspeitos
foram presos, enquanto um outro continua foragido. A vítima recebeu
curativos e recuperou os objetos roubados.
- Um grupo de skinheads atemoriza desde meados de 2008 moradores
de rua, homossexuais e adolescentes que fazem malabares nos
semáforos de Ribeirão Preto, cidade do norte paulista a 319 km da
capital. Sobre motos Kawasaki, o grupo de jovens se arma com tacos de
beisebol e soco inglês para agredir seus alvos em praças, avenidas e
saídas de boates.

- 2009:
- Maio/2009: Ricardo Barollo, 34 anos, que está preso em Curitiba,
acusado de ser o mentor e mandante do assassinato do casal Bernardo
Dayrell Pedroso, 24 anos, e Renata Waeschter Ferreira, 21. Dayrell seria
um rival de Barollo no controle de grupos de orientação nazista no
Paraná e por esse motivo, segundo a polícia, foi eliminado.
O grau de organização do grupo impressionou a polícia paranaense.
“Eles faziam contribuições mensais em dinheiro para alavancar esse
projeto”, explicou o secretário de Segurança Pública, Luiz Fernando
Delazari. De acordo com ele, reuniões com até cem adeptos do
neonazismo foram realizadas em São Paulo, sob a liderança de Barollo.
Barollo foi preso em São Paulo. Com ele, foi apreendido farto material
nazista.

- Maio/2009: Em Caxias do Sul/RS, um técnico em informática de 32 anos


é agredido por um grupo de três skinheads na noite de domingo. A
agressão aconteceu na Avenida Rio Branco, no bairro Kayser, próximo à
empresa Intral. A ocorrência foi registrada ontem à tarde no plantão da
Polícia Civil. O homem, que pediu para não ser identificado, diz ter
descido de um ônibus em uma parada e seguia a pé para casa. No
caminho, passou por três rapazes com cabelos raspados e roupas pretas.
Um deles teria mencionado palavras racistas, referindo-se ao fato de ele
ser negro. Na mesma época, pelo menos sete casos de agressões contra
homossexuais e negros teriam ocorrido em Caxias do Sul e os autores
dos atos de intolerância seriam skinheads ligados a movimentos
neonazistas. Nenhum dos casos foi registrado na polícia.

- Junho/2009: Um grupo neonazista denominado Impacto Hooligan foi


identificado como autor do atentado contra participantes da Parada Gay
em São Paulo. Mais de 40 pessoas ficaram feridas. Sete integrantes do
grupo – quatro homens e três mulheres – foram presos e dois
adolescentes foram identificados e responsabilizados pela explosão de
uma bomba caseira na Rua Vieira de Carvalho, tradicional reduto de
bares gays no centro de São Paulo. No mesmo dia do atentado, o mesmo
grupo teria agredido um HOMOSSEXUAL durante a parada e um punk. O
ataque foi planejado. Na região da Consolação, quatro pessoas foram
vítimas de agressão. Um dos agredidos, o cozinheiro Marcelo Campos
Barros, de 35 anos, morreu. Barros foi agredido na Praça da República.

- Junho/2009: A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância


(Decradi) fez na terça-feira (16) uma operação para desarticular o grupo
neonazista Front 88. Foram apreendidos livros, camisa com suásticas,
cruzes gamadas e bandeiras da confederadas, (símbolo dos racistas do
sul dos Estados Unidos), além de facas, espadas, machadinhas, coturnos
com pontas de aço e até mesmo um regulamento que devia ser
cumprido pelos soldados do bando. Um de seus supostos integrantes, o
produtor de eventos Rogério Moreira, de 20 anos, foi indiciado sob
a acusação de tentar matar um integrante de um grupo rival, o
Vício Punk.

- Junho/2009: neonazistas agridem segurança em Porto Alegre. A vítima


trabalha para a empresa de trens urbanos da capital. Os agressores
foram presos depois da agressão. Um deles é considerado pela polícia
como o principal chefe de grupos racistas no Rio Grande do Sul. O
segurança levou uma facada no pescoço.

- 2010:
13 de novembro: Um homem de 35 anos foi esfaqueado no centro da
cidade por um skinhead quando voltava para casa após o trabalho. O
cabeleireiro Fernando Lins de Figueiredo, de 31 anos, foi preso em
flagrante por tentativa de homicídio. Segundo a vítima, caminhava pela
ladeira da Memória quando esbarrou em Figueiredo sem querer, e
quando se virou para pedir desculpas, ele se aproximou gritando “Eu sou
Skinhead!” e o esfaqueou. A vítima e outras duas testemunhas
afirmaram que o agressor teria utilizado diversas expressões racistas e,
segundo a reportagem publicada no Agora, acha que foi atacado por ser
mulato. O skinhead, apesar de ter sido preso em flagrante, negou a
agressão em depoimento a polícia.
15 de novembro: Cinco jovens de classe média [um de 19, e quatro
menores de 16 e 17 anos] foram detidos na Avenida Paulista, acusados
pela agressão de três pessoas com socos, chutes e golpes com lâmpadas
fluorescentes. Respondem por agressão gravíssima e roubo, e poderão
ser enquadrados no crime de formação de quadrilha;Jonathan Lauton
Domingues, de 19 anos, poderá também responder por corrupção de
menores. O primeiro ataque foi contra dois jovens de 20 e 19
anos, R.S.R. e O.D.P., que saíam de uma festa na Alameda Campinas;
logo em seguida, ainda na Avenida Paulista, atacaram com lâmpadas o
jovem L.A.B., de 23 anos, que sofreu cortes na cabeça.Segundo o jornal
O Estado de São Paulo, “duas vítimas disseram à polícia que teriam sido
confundidas com homossexuais, e isto teria motivado a agressão”; os
agressores teriam chamado as vítimas de “bicha” e “maricas”. O
delegado titular do 5º DP (Aclimação), José Matallo Neto, acredita que os
ataques foram motivados por preconceito. Quando os agressores
chegaram à delegacia, a polícia descobriu que o grupo havia assaltado
também o lavador de carros G.F.A. na Avenida Brigadeiro Luis Antônio
horas antes, que foi golpeado e teve carteira, documentos e R$ 100,00
roubados. A imprensa também noticiou que L. B. S. também foi
agredido pelo grupo na Avenida República do Líbano, tendo quebrado o
maxilar e nove dentes. A matéria publicada pelo Diário de São Paulo no
mesmo dia, diz que os acusados são de classe média alta e residem no
bairro do Itaim Bibi, e não foram identificados como skinheads. Segundo
o advogado Orlando Machado Júnior, que defende um dos adolescentes,
“Houve muito equívoco e desinformação. Não tem nada disso de
homofobia. Eles foram atacados e revidaram. Foi só isso, uma coisa
normal entre grupos de jovens”. A versão da defesa é a de que uma das
vítimas teria dado uma cantada em um dos adolescentes que teria
gerado discussão e, em um segundo momento, outro jovem teria partido
para cima dos acusados começando o conflito.

Acompanhamento do caso:

- No dia seguinte, 16 de novembro, o jornal Agora noticiou a soltura dos


5 suspeitos e a indignação das vítimas. O maior, Jonathan Lauton
Domingues, recebeu habeas corpus de liberdade provisória para
responder, em liberdade, por lesão corporal, formação de quadrilha e
roubo; os menores responderão por ato infracional.
- No dia 30 de novembro, o mesmo jornal noticiou o retorno dos menores
à Fundação Casa.

- No dia 04 de dezembro, o Jornal da Tarde publicou matéria segundo a


qual outra vítima teria sido também agredida pelo grupo na saída do
Clube Vegas, Rua Augusta. R. S., de 37 anos, sofreu dilaceração total
dos ossos do globo ocular direito e ficou internado por uma semana,
sendo necessárias cirurgias de reconstrução facial. Afirmou ter sido
atacado em março e reconheceu, por fotos, dois dos cinco
acusados. Jonathan Lauton Rodrigues foi reconhecido como
responsável por espancá-lo no rosto com soco inglês, e um dos menores
teria o segurado para que Jonathan o espancasse. Em entrevista para o
Jornal da Tarde, a vítima disse que “Eles são perseguidores de
homossexuais. Isso está mais do que claro. E pelo jeito que agem, usam
técnicas de luta somente para expressar raiva contra gays, ou quem
eles acham que é gay. Acredito que fazem isso há mais tempo. São
casos de pura intolerância. Isso precisa parar”. No mesmo dia, O Estado
de São Paulo declarou que a polícia solicitou a prisão do único maior de
idade, mas a Justiça ainda não havia tomado uma decisão.

- Em 08 de dezembro, o jornal Agora noticiou que os menores acusados


continuavam na Fundação Casa e o maior, em liberdade, apesar da
Policia Civil ter pedido sua prisão à Justiça. A 1ª Vara da Infância e
Juventude de São Paulo teria declarado no dia 06 de dezembro que
manterá os adolescentes internados.

- No dia 22 de dezembro é noticiado pelo Agora que a prisão preventiva


de Jonathan foi decretada após denúncia do Ministério Público. Também
foi pedida a internação definitiva dos menores pelos crimes de tentativa
de homicídio e roubo. A internação dos adolescentes teria ocorrido após
a divulgação de imagens de câmeras de segurança em que um dos
garotos aparece quebrando duas lâmpadas fluorescentes em L. A. B.,
23 anos. No dia 23 o Diário de São Paulo noticiou que a polícia ainda não
conseguiu encontrar Jonathan, e que seu pai disse que o filho pretende
se entregar à polícia, mas não informou quando.

- No dia 23, três dos menores foram soltos pela Justiça, permanecendo
na Fundação Casa apenas o menor de 16 anos que aparece nas imagens
de agressão com lâmpada fluorescente, que segundo a Folha de São
Paulo ficará internado por três anos e passará por avaliações trimestrais,
respondendo por lesão corporal e tentativa de homicídio. Os outros três
acusados respondem apenas por lesão corporal e ficarão em liberdade
assistida por um ano, apresentando-se semanalmente ao juizado. Terão
de prestar serviços comunitários por seis meses, em uma ONG que atue
no combate ao preconceito racial ou sexual. Segundo a assessoria de
imprensa do TJ, os rapazes admitiram à Justiça a motivação homofóbica
dos ataques.

- Ainda segundo a Folha de São Paulo, em depoimento à Justiça, o


adolescente que usou a lâmpada fluorescente na agressão disse ter
agido sob efeito de remédio e bebida alcoólica. Um dos outros menores,
já liberados, disse que deu um chute na cabeça de uma das vítimas para
ser aceito pelo grupo, e que por ser mais novo, agiu por temer ser
“ridicularizado” pelos amigos.

04 de dezembro: R. O. L., 28 anos, foi agredido por um grupo de cinco a


seis skinheads com uma voadora e chutes sob xingamentos e dizeres de
que “era pra matar esses viados”. Entre os agressores estariam duas
mulheres. Seu amigo, G. T. S., de 28 anos, também apanhou. O jornal
Agora noticiou que as vítimas afirmaram terem sido “atacadas por um
suposto grupo de skinheads quando caminhavam de mãos dadas pela
Paulista, na altura do cruzamento com a avenida Brigadeiro Luís Antônio.
Os agressores fugiram e não foram identificados. Em entrevista ao
Agora, R. O. L. declarou: “Tenho certeza que atacaram a gente porque
somos gays. Caminhávamos de mãos dadas e isso deve ter chamado a
atenção deles. Não fazíamos nada de errado”. Segundo depoimento para
o jornal O Estado de São Paulo, a vítima diz que os agressores estavam
de corturno e dois deles pareciam ser carecas. Ainda segundo o Estado,
os agressores teriam cerca de 18 anos, “vestiam camiseta preta e
bermuda jeans e usavam correntes prateadas. O cabelo das mulheres
era curto e o do principal agressor, espetado e com luzes.” Segundo o
jornal O Estado de São Paulo, “a região central de São Paulo, que inclui a
Paulista, é a que mais concentra ataques homofóbicos, conforme estudo
inédito obtido pelo ‘Estado’”.

Acompanhamento do caso:
- No dia 08 de dezembro é noticiada a divulgação pela Polícia Civil de um
retrato falado de um dos agressores. O suspeito teria cerca de 1,74m,
entre 18 e 19 anos, magro, e com luzes no cabelo. A delegada do
Decradi, Margarette Barros, declarou ao jornal Agora que não descarta a
possibilidade de que uma mesma gangue esteja agindo na região.
Segundo ela, nos três casos recentes os agressores teriam dado
voadoras nas vítimas homossexuais. O Jornal da Tarde noticiou no
mesmo dia a suspeita da delegada da participação de skinheads na
agressão. Em entrevista ao jornal, declarou que “fazer preparação física
e esmerar-se em técnicas de artes marciais faz parte da rotina de grupos
pregadores de ódio, intolerantes a negros ou homossexuais ou ainda
discriminadores de nordestinos e judeus.

05 de dezembro: dois jovens homossexuais foram atacados na Rua Frei


Caneca. O Jornal da Tarde informou que um dos agressores,
aparentemente drogado, deu uma voadora no peito de uma das vítimas
e ainda danificou carros no local. No dia 12, noticiou que o ataque foi
filmado por câmeras de segurança e provavelmente o criminoso é
skinhead.

23 de dezembro: Na região da Avenida Paulista, a garota L.D.B., de 25


anos, foi empurrada e levou socos no rosto porque deu um beijo em
outra mulher. Algumas pessoas que passavam pela Rua Augusta quando
ocorria o beijo pararam, dentre elas duas mulheres, e disseram: “Que
nojo! Tenho nojo de lésbica!”, logo se afastando. Pouco tempo depois
retornaram ao local falando alto e fazendo provocações, e quando a
vítima perguntou qual era o problema, as duas mulheres lhe deram
socos que causaram um ferimento na testa , olho e boca. Até a
publicação da matéria pelo Estado de São Paulo, a vitima não havia
registrado queixa.

26 de dezembro: A Escola de Samba Acadêmicos do Tucuruvi recebeu


ameaças via email para não desfilar no Carnaval 2011 com o enredo
“Oxente, o que seria da gente sem essa gente? São Paulo: a capital do
Nordeste”. Os primeiros emails enviados foram ignorados. Um deles,
recebido em 13 de dezembro, dizia “Me mostre onde a capital do
nordeste é São Paulo. Vocês deveriam ser proibidos de desfilar numa
avenida da minha cidade um enredo nojento e racista desses. Eu como
paulistano tenho nojo dessa escola de samba e seu samba enredo. Assim
como várias paulistanas e paulistanos, repudio esse enredo nojento e
absurdo. Querem exaltar o nordeste, desfilem por lá e não na minha
cidade que se chama São Paulo, capital do Estado de São Paulo. Ass.:
São Paulo é Meu País”; o mesmo conteúdo foi novamente enviado por
outro endereço de email. Outro email recebido, assinado por “Paulistano
com orgulho”, dizia que “Vou dar um aviso. Na primeira ameaça que
alguém receber de qualquer verme dessa escola de samba de merda a
coisa vai ficar preta. E outra coisa. São Paulo não é capital do NE porra
nenhuma. Nós paulistanas e paulistanos iremos nos mobilizar e vocês
não vão desfilar com essa bosta de samba enredo que desrespeita o
estado que carrega esse lixo de país nas costas”.

Acompanhamento do caso:

- No dia 17, a escola fez um Boletim de Ocorrência no Decradi e a polícia


abriu inquérito para investigação.

- No dia 27, o Jornal da Tarde noticiou que o presidente da agremiação,


Hussein Abdol El Selam iria registrar o segundo Boletim de Ocorrência,
em dez dias, após receber email com conteúdo de intolerância. No
mesmo dia o jornal Agora noticiou que já haviam sido recebidos oito
emails anônimos preconceituosos, e que três deles foram graves,
insultando o povo nordestino.

- No dia 28, o Agora noticia o recebimento do nono email de teor


xenófobo. Um jovem de Santo André é suspeito de ter enviado este
email, assinado por “Caio César, 20 anos”. O email dizia: “Capital do
Nordeste é o caralho! Vão todos tomar no cu, escola de bosta! Temos
que valorizar a cultura paulista, e não esse povinho de merda, cabeça
chata. Tomara que esse Carnaval seja o pior de toda a história da escola.
É o que deseja todos os paulistanos separatistas. São Paulo é o meu
país”. O Agora disse ter encontrado o perfil do suposto remetente do
email no Orkut, onde o mesmo participa de comunidades que enaltecem
o Estado de São Paulo [tais como São Paulo Independente, Eu Amo o
Estado de São Paulo, São Paulo é Minha Nação, Sou Paulista e
Separatista e Movimento República] e se diz separatista paulista e
bandeirante do ABC. No álbum, exibiria uma fotografia com uma
tatuagem da bandeira do Estado de São Paulo nas costas.

- No mesmo dia (28), o Diário de São Paulo noticiou o apoio do Centro de


Tradições Nordestinas (CTN) à escola de samba, entidade que também
costuma receber agressões por email e já sofreu ataque de skinheads
em 1994, quando a igreja do local foi pichada. Quando da eleição de
Dilma Roussef à presidência, o Centro recebeu mensagens
preconceituosas que afirmavam que a “culpa” da eleição era do
Nordeste.

28 de dezembro: O operador de telemarketing L. P. O. B., de 20 anos, é


assassinado a golpes de punhal na noite do dia 24 na Rua Frei Caneca
quando conversava com um amigo transexual. Segundo a polícia, a
vítima interferiu numa briga entre dois homens e acabou ferido. Segundo
a matéria, a polícia não trabalha com a hipótese de homofobia.

2011:
11 de janeiro: Em uma lanchonete McDonald´s de Taboão da Serra
(Grande São Paulo), dois casais de garotas homossexuais e um homem
se preparavam para comer quando uma mulher começou a agredir uma
das garotas. Logo em seguida outros dois homens começaram a dar
chutes e socos nas quatro. P. O. G., 32, contou que apanhou até
desmaiar, e sofreu lesões na cabeça, pernas, e fratura em um dedo da
mão direita. Disse não tem dúvidas de que o ataque foi homofóbico,
visto que apenas os dois casais de garotas foram agredidas, e o homem
que estava junto não. “Com certeza fomos vítimas de homofobia”, disse
à Folha de São Paulo.

29 de janeiro: Na madrugada do dia 25, um doutorando da USP,


homossexual, foi agredido com mais um amigo na região da Avenida
Paulista, tendo recebido uma garrafada no olho direito. A vítima, de 27
anos, disse que estava na rua Peixoto Gomide quando foi golpeado no
olho, e atribui a ação a um ataque homofóbico. Teria passado por cerca
de dez homens vestidos de preto quando saía da boate A Loca e sofreu o
ataque. Seu amigo levou também um soco no peito. Segundo a matéria,
o doutorando afirmou que sua condição de homossexual determinou o
tratamento que teve pela Polícia Militar e Polícia Civil. Ao chegar à base
móvel da PM mais próxima para pedir ajuda, teria sido ignorado. Na
manhã do dia 26, procurou o 4º DP (Consolação), onde o delegado
Ricardo Prezia teria dito que o BO deveria ser registrado na DECRADI, e
não ali. Segundo a Secretaria de Segurança, o que ocorreu foi que o
delegado estava com uma outra ocorrência na frente e orientou o rapaz
a esperar, o que este não quis fazer.

7 de fevereiro: Uma menor de 16 anos, uma jovem de 19 anos e dois


rapazes, de 20 e 21 anos, esperavam pelo trem na estação Sé do Metrô,
quando foram abordados por um casal que se identificou como skinhead
e perguntou “o que eles estavam olhando”. Após discussão, o homem
agrediu o grupo com um soco inglês. Após registro da ocorrência na
delegacia o casal de agressores assinou um termo circunstanciado e foi
liberado.

19 de fevereiro de 2011: Um grupo de 4 skinheads [três com idades


entre 18 e 23 anos e o quarto menor de idade] foi preso no centro de
Osasco pela agressão de quatro punks. O grupo teria ameaçado três
rapazes e uma jovem que estavam sentados na Praça Antônio Menck e
jogado uma garrafa na cabeça de um deles. Com os skinheads foi
apreendida uma faca e um soco inglês. Segundo a PM, o grupo estava
vestindo roupas pretas e coturnos.

26 de fevereiro de 2011: Durante um evento cultural de combate ao


fascismo, organizado pelo Movimento Anarco Punk de São Paulo desde a
morte de Edson Neris por skinheads Carecas do ABC, quatro pessoas
foram gravemente feridas por um grupo de cerca de 10 skinheads
ligados ao grupo neonazista Impacto Hooligan. Sofreram facadas no
braço, barriga e cabeça – uma das vítimas sofreu perfuração no crânio.
Duas vítimas tiveram de ser submetidas a cirurgia e passaram por
internação. Um dos agredidos é morador de rua e possui deficiência em
uma das pernas. Os skinheads Jorge Gabriel Gonzales, Milton
Gonçalves do Nascimento Júnior, ambos de 20 anos, Raphael Luiz
Dierings, de 18 eRogério Moreira, de 23 foram presos em flagrante. O
menor, que tem 17 anos, foi encaminhado à Fundação Casa. Com eles
foram apreendidas facas, punhais, machadinhas, soco inglês, uma
espingarda e chumbinho e outras armas brancas. Uma das facas
continha no cabo o nome da gangue: Impacto Hooligan, gangue
neonazista responsável por diversos casos de agressão. Semanas depois,
a vítima que vive em situação de rua foi ameaçada de morte seguidas
vezes por outros skinheads, segundo informações do mesmo.
29 de março de 2011: O universitário G. R., de 23 anos, sofreu agressão
de skinheads no dia 22 de março na Rua Augusta com a Peixoto Gomide.
De acordo com a Polícia Civil, a vítima foi atacada por quatro homens,
que foram detidos e, logo depois, liberados. São eles: William Hoffman
da Silva, estudante; Vinicius Siqueli de Paula, operador de
telemarketing; Daniel Moura Fragozo, estudante; e Milton Luiz
Santo André, estudante. Segundo a vítima, o atendimento policial
mudou completamente quando foi citada a palavra homofobia. A partir
de então, o policial teria tentado dissuadi-lo de prestar queixa, e G. só
teria conseguido fazer o BO após muita insistência. Ainda segundo a
vítima, dentro da delegacia os agressores teriam feito ameaças e, após o
registro da queixa, tendo pedido que uma viatura o levasse a sua casa,
os policiais negaram o apoio e o jovem teve de ir embora sozinho. G. é
ativista ligado ao CONLUTAS e movimento LGBT.
18 de abril de 2011: Durante a 7ª Virada Cultural, na zona sul, ao lado
do terminal de ônibus do Jabaquara, dois jovens de 24 e 26 anos, que
estavam a caminho do evento, foram esfaqueadas por skinheads e
ficaram seriamente feridos, com facadas no pescoço, tórax e abdome. O
skinhead Rafaele Marquini Franco, de 25 anos, morador de Jundiaí, foi
detido após a briga. Ele tem uma suástica e diversos símbolos nazistas
tatuados no corpo. Franco foi transferido para o 26 DP, acusado de
tentativa de homicídio; Ele e um colega portavam um soco inglês e uma
faca, e no bolso de Franco havia um canivete sujo de sangue, que seguiu
para perícia. O colega dele, de 23 anos, foi ouvido e liberado. Também
houve uma briga entre punks e skinheads na praça Júlio Prestes e uma
pessoa foi esfaqueada. Dois homens também morreram ao cair do
viaduto Santa Ifigênia.

Abril/2011: Cerca de 50 pessoas do grupo Carecas do Subúrbio, Ultra-


Defesa e Resistência Nacionalista se reuniram no dia 09 de abril no vão
livre do MASP, na Av. Paulista, em manifestação a favor do deputado
federal Jair Bolsonaro. Estavam presentes também membros de gangues
neonazistas como a Kombat RAC. Também distribuíram panfletos contra
a Parada Gay e em homenagem a Plínio Salgado. Grupos em defesa dos
homossexuais decidiram evitar a manifestação e se reuniram no mesmo
local. Alguns skinheads foram levados à delegacia pelo DECRADI,
suspeitos de crimes de intolerância, e foram logo depois liberados.

Maio/2011: Durante a realização da Marcha da Maconha na Avenida


Paulista, um grupo contrário à legalização da droga esteve no vão livre
do Masp fazendo panfletagem. Faziam parte do mesmo skinheads e
indivíduos de extrema-direita da Ultra-Defesa, Resistência Nacionalista e
UCC (União Conservadora Cristã).

Maio/2011: O estoquista Onilmar Rocha de Queiroz, de 31 anos, é


preso na região de Pinheiros no dia 29 de maio, após uma denúncia da
namorada, que o acusou de violência doméstica, alegando que ele a
mantinha em cárcere privado. A vítima contou aos policiais que havia
sido ameaçada pelo companheiro, e que ele mantinha armas e drogas na
casa. Em sua casa foram encontrados pela polícia materiais de apologia
ao crime e à intolerância, e armas brancas e de fogo. Foram apreendidos
documentos falsos, spray de pimenta, um bastão de madeira, quatro
cassetetes, um cassetete com choque elétrico, dois socos ingleses, três
nunchakos, dois canivetes, três facas, uma estrela ninja, um arpão, dez
balas calibre 22, duas espingardas de pressão, uma pistola calibre 635
com sete balas, uma bomba caseira, um manual de produção de
explosivos artesanais, crack e embalagens de transporte de drogas,
cartazes e livros com material neonazista e flâmulas dos “Carecas do
Subúrbio”. Onilmar Rocha de Queiroz também esteve envolvido na morte
do adestrador de cães Edson Neris na Praça da República em 2000, mas
foi absolvido pelo caso.

Paraguaçu Paulista, 27 de junho de 2011: Três skinheads são presos na


madrugada de 20 de junho por terem espancado um morador de rua. Os
agressores espancaram a vítima com um pedaço de pau, sobretudo na
cabeça, e alegaram pertencer a um grupo de skinheads. Os três são
menores de idade, e irão responder na Vara da Infância e Juventude a
Lesão Corporal Grave sofrida pela vítima, podendo ainda receber
Medidas Sócio Educativas.
03 de julho: Cinco skinheads foram presos em flagrante após agredirem
quatro moradores de rua na região central da cidade. Foram apreendidos
quatro punhais, um facão e um machado. De acordo com informações,
cerca de 9 skinheads iniciaram a briga, tendo 4 deles conseguido fugir
da polícia. Os policiais verificaram que no celular de um dos acusados
havia mensagens marcando o encontro para o espancamento e
linchamento. Segundo o jornal O Globo, em depoimento à polícia, duas
das vítimas disseram ter sido agredidas porque são negros e prestaram
queixa por racismo. As quatro vítimas são moradores de rua. Uma das
vítimas declarou: “Só escutei eles falando: ‘Não gostamos de negro, seus
mendigos. Vamos matar você. A gente é skinhead’”, Os presos foram
encaminhados para um centro de detenção provisória. Entretanto
Barreto, por ser filho de policial, permaneceu na carceragem do 8º DP,
na Mooca.

28 de agosto de 2011: Um arquiteto de 33 anos foi agredido por um


grupo de seis homens na Rua Augusta, nas proximidades do metrô
Consolação, na madrugada do dia 27. Ele estava acompanhado de um
amigo que também foi agredido, e acredita que foram confundidos com
homossexuais. Inicialmente os agressores jogaram um copo de cerveja
nas vítimas, depois jogaram uma pedra que atingiu a cabeça do
arquiteto e o golpearam com chutes e socos. A polícia apreendeu ainda
uma luminária, que também foi utilizada na agressão. O caso foi
registrado como uma briga no boletim de ocorrência, sem especificação
das vítimas e autores da agressão ou menção à homofobia. “Quando fui
perguntar o que tinha acontecido, a resposta já foi agressiva e
homofóbica: ´O que você está fazendo aqui, viadinho?´, perguntou um
deles”, afirmou a vítima. O arquiteto disse ainda ter reagido, tomando a
luminária das mãos do agressor.

03 de setembro: antes de um show na casa Carioca Club, na rua Cardeal


Arcoverde – Pinheiros, uma briga entre punks e skinheads teve com
saldo a morte do punk Johni Raoni Falcão Galanciak, de 25 anos, e um
internado em estado grave em decorrência de pauladas na cabeça –
Fábio dos Santos Medeiros, que já se encontra fora de risco. Gangues de
skinheads neonazistas como a Front 88 e a Impacto Hooligan estavam
presentes no conflito, com armas diversas e coquetéis molotov. O
suspeito da morte de Galanciak, Guilherme Lozano Oliveira, conhecido
como Treze, foi preso pelo DHPP dias depois do ocorrido, após a Justiça
decretar sua prisão temporária. O acusado já possuía passagem pela
polícia após uma agressão em fevereiro de 2011 na cidade de Osasco, e
integra o movimento neonazista. De acordo com o porta-voz da PM de
São Paulo, capitão Cleodato Moisés, a polícia foi avisada da possibilidade
de confrontos pelo proprietário da casa noturna e pelo serviço de
inteligência que monitora as redes sociais. Entretanto, diz que só havia
duas motos na frente do clube quando começou a confusão, porque as
demais viaturas destacadas para a operação estavam vigiando a região.

2012:
Fevereiro/2012: Um grupo de skinheads é apontado como responsável
pelo assassinato de um garoto de 16 anos próximo ao Largo da Ordem,
em Curitiba, em frente a uma delegacia de polícia.O garoto identificado
apenas como Luiz Gustavo estava com amigos nas proximidades quando
um grupo de cerca de 20 indivíduos, com as cabeças raspadas, se
aproximou cobrando uma suposta dívida. Um deles teria ordenado a
morte do garoto e três integrantes do grupo atacaram Luiz Gustavo a
socos e chutes. Um dos agressores desferiu várias facadas no rapaz e
depois o mandante do crime também se aproximou e deu facadas. O
rapaz morreu no local.

Outubro/2012: Um adolescente de 17 anos foi agredido na madrugada


do sábado (06) quando saía de uma festa de aniversário em um bar no
Tatuapé, na zona leste de São Paulo. Segundo a vítima, os suspeitos são
skinheads que o confundiram, por causa do penteado, com um
integrante do movimento punk. Os responsáveis pelo ataque
conseguiram fugir rapidamente.

Outubro/2012: Uma briga generalizada entre skinheads e skatistas na


região da Avenida Paulista, em São Paulo, no final da noite desta sexta-
feira terminou com um grupo de 12 pessoas no plantão do 78º Distrito
Policial dos Jardins após a ação rápida de policiais militares das Rondas
Ostensivas com Apoio de Motocicleta (ROCAM) do 11º Batalhão. O
confronto ocorreu na Rua Treze de Maio, próximo ao Shopping Paulista,
na Bela Vista, após os dois grupos se cruzarem e ter início a troca de
ofensas. A Polícia Militar foi acionada por volta das 22 horas e, ao chegar
no local, encontrou sete skatistas, alguns feridos, mas todos sem
gravidade. Uma pessoa, ferida no rosto e na cabeça, foi encaminhada ao
pronto-socorro do Hospital das Clínicas.

2013:
Novembro/2013: Dois homossexuais, de 35 e 23 anos, foram agredidos
por ao menos dez pessoas na rua Augusta, na Consolação, região central
de São Paulo, por volta das 4h desta quarta-feira. As vítimas disseram à
polícia que estavam se despedindo com um beijo em frente a um bar
quando começaram a ser agredidas por um grupo de skinheads.
Segundo as vítimas, um dos agressores utilizava uma mochila para
bater.

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