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Dossie Skinheads
Dossie Skinheads
- 1988:
Se intensificam as aproximações dos integralistas brasileiros com os
Carecas do Subúrbio. No 1º de Maio, Carecas e integralistas comparecem
à manifestação da CUT, ferindo mulheres, crianças, queimando uma
bandeira do PT e promovendo um grande quebra-quebra. A partir daí,
carecas se aproximam cada vez mais de integralistas e nazistas.
- 1989:
Em homenagem ao aniversário dos cem anos do nascimento de Hitler,
na Praça da Sé, diversos grupos fascistas – dentre eles Carecas do
Subúrbio, Carecas do ABC, Ação Integralista e outros integrantes de
partidos e organizações nacionalistas fazem referências e saudação
nazista.
- 1990:
No dia 16 de julho de 1990 os Carecas visitam a sede do jornal A Tribuna
de Santos para divulgarem o PNSB (Partido Nacional Socialista Brasileiro,
criado por Zanine) e suas idéias. Estiveram na redação do jornal:
Alexandre Ferreira Ozores, renato Sérgio Oliveira, Julio Cesar E. Alves,
André Luis do N. Santos, Vicente Frederico e Genivaldo Barrichello. Este
último, líder regional no Estado de São Paulo do PNSB, ex-integrante da
banda careca Tropa Suicida e em 1998 torna-se diretor regional do
SINTETEL (Sind. dos trab. em empresas de telecomunicações) na
baixada santista.
- 1992:
- junho de 92: Na Praia Grande, Carecas matam a tiros o professor de
natação Henrique Alexandre Lobregat da Silva, de 19 anos, e atiram no
comerciante Marcelo de Castro, de 21.
“Um dos líderes dos nazis na época, conhecido como MacBaker, admitiu
que membros de seu grupo participaram do ataque, mas disse ser contra
as pichações, dizendo preferir a invasão e destruição do local.”
- nov/92 – seis carecas impõem terror aos passageiros (do último trem de
Santo André), com demonstrações de força e cruzando o vagão de um
lado para o outro encarando a todos de forma ostensiva. Após criar um
clima de tensão agrediram um rapaz que estava sentado, e gritando
bem alto começaram a lhe insultar: “você é o resto da sociedade, a
escória. Você é um mal, você não pode estar entre nós… cai fora” E o
rapaz foi sendo arrastado para a porta do trem em pânico.
- 23/11/92 – Aécio Cândido dos Santos foi surrado por oito skins quando
estava sentado num banco da praça Trianon, na Av. Paulista. Durante o
espancamento, os skins diziam: “Negros, judeus e nordestinos tem que
morrer”. Aécio era negro e tinha 32 anos. Com o skin foi achado um
revólver calibre 38, um garfo e duas chaves de fenda.
- 1993:
10/01/93 – Cerca de 40 skinheads do ABC provocam tumulto e violência
na discoteca Epinotec (Vl. Aurora, região do ABC). Agridem as pessoas
que estavam no local e ferem um estudante de 22 anos com um soco.
- 1994:
23/04/94 – Em Belo Horizonte, Luciane Teixeira, 23, é estuprada por
cerca de 20 Skinheads, durante um show na Praça da estação. O show,
que reuniu cerca de 5000 pessoas, comemorava o Dia de Tiradentes.
Segundo Luciene, “eles fizeram uma roda, rasgaram minha roupa e me
estupraram, um de cada vez”. Eliane Matozinhos, delegada da Delegacia
de Mulheres, disse que a polícia já identificou cinco suspeitos.
- 1995:
Março de 95: Carecas matam com um tiro no coração o pintor industrial
Gilvane Alves. Eles estavam no interior da composição ferroviária W3-
539, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), na estação
Patriarca, Zona Leste, quando começaram a espancar cinco rapazes, dois
deles cabeludos. A confusão toda começou na estação Artur Alvim, com
a entrada no trem de 19 integrantes do grupo Carecas, entre eles duas
mulheres. O bando começou a agredir o vendedor Iran Salvador de
Carvalho, de 20 anos, e seus colegas Valfrido Genésio Rueda, de 18,
Marcel Leal da Silva, Marcos Antonio Moreira, ambos de 16, e Marcelo
Rodrigues, de 20. Na estação Patriarca, a gangue desceu e começou a
efetuar disparos contra o trem. O pintor Gilvane, que segurava a
marmita de comida que levava para o trabalho na empresa Itaú Pinturas
Ltda., não conseguiu abaixar a tempo e acabou sendo baleado. Também
foi atingida de raspão uma mulher não identificada.
- 1996:
10/03/96 – É assassinado pelos Carecas do Brasil, em Curitiba, o
iluminador de teatro de 23 anos Carlos Adilson, próximo ao Largo da
Ordem, no centro. Motivo: Carlos Adilson era negro. Três tiros foram
disparados e o 2 o atingiram, um na nuca e outro nas costas.
- 1998:
Setembro/98: Antônio de Pádua Nóbrega Vegas é espancado por 25
Carecas do ABC quando saía de uma rádio comunitária em Santo André.
- 1999:
06/02/99: Marcos Daniel Braga Fernandes é espancado por 30 Carecas
do ABC na Praça da República.
- 2000:
Fevereiro/2000: O adestrador de cães Edson Neris é espancado até a
morte na Praça da República com chutes e golpes de soco inglês por
cerca de 30 Carecas do ABC. Edson estava de mãos dadas com seu
companheiro quando foi atacado.
- 2003:
- Três skinheads obrigaram dois rapazes (Cleiton e Flávio) de 20 e 16
anos a se jogarem de um trem em movimento sob ameaça de que se
não pulassem seriam mortos ali mesmo. O crime hediondo foi cometido
na linha E da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), nas
imediações da estação Brás Cubas. De acordo com a CPTM as vítimas
estavam acompanhadas das namoradas. Flávio teve o braço direito
amputado e Cleiton sofreu traumatismo craniano exposição de massa
encefálica e morreu.
- 2004:
- Em agosto, diversos moradores de rua são atacados em São Paulo. Seis
moradores de rua morreram e nove ficaram internados em estado grave.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil), Hédio Silva Júnior afirma que existe grande
possibilidade que os crimes tenham sido feitos por skinheads, segundo
testemunhas.
- 2005:
8 de maio de 2005: por volta das 2h30min, 15 rapazes, vestindo roupas
militares e conhecidos como “skinheads”, agrediram três jovens que
foram identificados como judeus. Um deles estava, inclusive, usando
kipá. A agressão aconteceu em frente ao “Bar Pingüim”, em Porto Alegre.
Um dos agredidos teve o pulmão, rins e baço perfurados por faca e levou
chutes até desmaiar. Recolhido ao Pronto Socorro, o jovem permaneceu
em coma por cerca de três semanas. Um segundo levou duas facadas,
uma na barriga e outra no braço, além de vários socos e pontapés. E o
terceiro levou muitos socos e pontapés.
- 2006:
Novembro/2006: Um salão de cabeleireiro, em Santo André, no ABC
paulista, foi alvo de um ataque promovido por um grupo neonazista na
terça-feira (21), dia seguinte ao Dia da Consciência Negra. Vera Lúcia
dos Santos Rosa chegou às 9h de terça-feira (21) no salão, que fica na
Rua Capitão Mário Fláquer, e encontrou paredes pichadas com suásticas
e frases como “fora macacos”, além de endereços de sites na internet
que divulgam material racista.
Havia ainda um papel deixado da porta com a frase: “feriado dia do
negro e você branco é passado para trás mais uma vez. Até quando você
vai suportar isso calado”. Junto estava o desenho de um negro encostado
em uma árvore, descansando, e com mosquitos em volta e embaixo o
endereço do movimento neonazista whitepower na internet.
- 2007:
18/nov: skinheads são presos após tentar espancar três jovens na
Avenida Paulista e terem agredido outro nas proximidades. Foram
apreendidos o livro Diário de um Skinhead, um soco-inglês e uma
corrente.
- 2008:
Março/2008: Freqüentadores da praça Alexandre de Gusmão, no dia
21/03, , se viram obrigados a correr de um grupo de 20 a 30 skinheads,
que segundo relatos, chegou na praça agredindo os jovens com tacos de
baseball e hockey. O local é conhecido como “praça Trianon”.
- 2009:
- Maio/2009: Ricardo Barollo, 34 anos, que está preso em Curitiba,
acusado de ser o mentor e mandante do assassinato do casal Bernardo
Dayrell Pedroso, 24 anos, e Renata Waeschter Ferreira, 21. Dayrell seria
um rival de Barollo no controle de grupos de orientação nazista no
Paraná e por esse motivo, segundo a polícia, foi eliminado.
O grau de organização do grupo impressionou a polícia paranaense.
“Eles faziam contribuições mensais em dinheiro para alavancar esse
projeto”, explicou o secretário de Segurança Pública, Luiz Fernando
Delazari. De acordo com ele, reuniões com até cem adeptos do
neonazismo foram realizadas em São Paulo, sob a liderança de Barollo.
Barollo foi preso em São Paulo. Com ele, foi apreendido farto material
nazista.
- 2010:
13 de novembro: Um homem de 35 anos foi esfaqueado no centro da
cidade por um skinhead quando voltava para casa após o trabalho. O
cabeleireiro Fernando Lins de Figueiredo, de 31 anos, foi preso em
flagrante por tentativa de homicídio. Segundo a vítima, caminhava pela
ladeira da Memória quando esbarrou em Figueiredo sem querer, e
quando se virou para pedir desculpas, ele se aproximou gritando “Eu sou
Skinhead!” e o esfaqueou. A vítima e outras duas testemunhas
afirmaram que o agressor teria utilizado diversas expressões racistas e,
segundo a reportagem publicada no Agora, acha que foi atacado por ser
mulato. O skinhead, apesar de ter sido preso em flagrante, negou a
agressão em depoimento a polícia.
15 de novembro: Cinco jovens de classe média [um de 19, e quatro
menores de 16 e 17 anos] foram detidos na Avenida Paulista, acusados
pela agressão de três pessoas com socos, chutes e golpes com lâmpadas
fluorescentes. Respondem por agressão gravíssima e roubo, e poderão
ser enquadrados no crime de formação de quadrilha;Jonathan Lauton
Domingues, de 19 anos, poderá também responder por corrupção de
menores. O primeiro ataque foi contra dois jovens de 20 e 19
anos, R.S.R. e O.D.P., que saíam de uma festa na Alameda Campinas;
logo em seguida, ainda na Avenida Paulista, atacaram com lâmpadas o
jovem L.A.B., de 23 anos, que sofreu cortes na cabeça.Segundo o jornal
O Estado de São Paulo, “duas vítimas disseram à polícia que teriam sido
confundidas com homossexuais, e isto teria motivado a agressão”; os
agressores teriam chamado as vítimas de “bicha” e “maricas”. O
delegado titular do 5º DP (Aclimação), José Matallo Neto, acredita que os
ataques foram motivados por preconceito. Quando os agressores
chegaram à delegacia, a polícia descobriu que o grupo havia assaltado
também o lavador de carros G.F.A. na Avenida Brigadeiro Luis Antônio
horas antes, que foi golpeado e teve carteira, documentos e R$ 100,00
roubados. A imprensa também noticiou que L. B. S. também foi
agredido pelo grupo na Avenida República do Líbano, tendo quebrado o
maxilar e nove dentes. A matéria publicada pelo Diário de São Paulo no
mesmo dia, diz que os acusados são de classe média alta e residem no
bairro do Itaim Bibi, e não foram identificados como skinheads. Segundo
o advogado Orlando Machado Júnior, que defende um dos adolescentes,
“Houve muito equívoco e desinformação. Não tem nada disso de
homofobia. Eles foram atacados e revidaram. Foi só isso, uma coisa
normal entre grupos de jovens”. A versão da defesa é a de que uma das
vítimas teria dado uma cantada em um dos adolescentes que teria
gerado discussão e, em um segundo momento, outro jovem teria partido
para cima dos acusados começando o conflito.
Acompanhamento do caso:
- No dia 23, três dos menores foram soltos pela Justiça, permanecendo
na Fundação Casa apenas o menor de 16 anos que aparece nas imagens
de agressão com lâmpada fluorescente, que segundo a Folha de São
Paulo ficará internado por três anos e passará por avaliações trimestrais,
respondendo por lesão corporal e tentativa de homicídio. Os outros três
acusados respondem apenas por lesão corporal e ficarão em liberdade
assistida por um ano, apresentando-se semanalmente ao juizado. Terão
de prestar serviços comunitários por seis meses, em uma ONG que atue
no combate ao preconceito racial ou sexual. Segundo a assessoria de
imprensa do TJ, os rapazes admitiram à Justiça a motivação homofóbica
dos ataques.
Acompanhamento do caso:
- No dia 08 de dezembro é noticiada a divulgação pela Polícia Civil de um
retrato falado de um dos agressores. O suspeito teria cerca de 1,74m,
entre 18 e 19 anos, magro, e com luzes no cabelo. A delegada do
Decradi, Margarette Barros, declarou ao jornal Agora que não descarta a
possibilidade de que uma mesma gangue esteja agindo na região.
Segundo ela, nos três casos recentes os agressores teriam dado
voadoras nas vítimas homossexuais. O Jornal da Tarde noticiou no
mesmo dia a suspeita da delegada da participação de skinheads na
agressão. Em entrevista ao jornal, declarou que “fazer preparação física
e esmerar-se em técnicas de artes marciais faz parte da rotina de grupos
pregadores de ódio, intolerantes a negros ou homossexuais ou ainda
discriminadores de nordestinos e judeus.
Acompanhamento do caso:
2011:
11 de janeiro: Em uma lanchonete McDonald´s de Taboão da Serra
(Grande São Paulo), dois casais de garotas homossexuais e um homem
se preparavam para comer quando uma mulher começou a agredir uma
das garotas. Logo em seguida outros dois homens começaram a dar
chutes e socos nas quatro. P. O. G., 32, contou que apanhou até
desmaiar, e sofreu lesões na cabeça, pernas, e fratura em um dedo da
mão direita. Disse não tem dúvidas de que o ataque foi homofóbico,
visto que apenas os dois casais de garotas foram agredidas, e o homem
que estava junto não. “Com certeza fomos vítimas de homofobia”, disse
à Folha de São Paulo.
2012:
Fevereiro/2012: Um grupo de skinheads é apontado como responsável
pelo assassinato de um garoto de 16 anos próximo ao Largo da Ordem,
em Curitiba, em frente a uma delegacia de polícia.O garoto identificado
apenas como Luiz Gustavo estava com amigos nas proximidades quando
um grupo de cerca de 20 indivíduos, com as cabeças raspadas, se
aproximou cobrando uma suposta dívida. Um deles teria ordenado a
morte do garoto e três integrantes do grupo atacaram Luiz Gustavo a
socos e chutes. Um dos agressores desferiu várias facadas no rapaz e
depois o mandante do crime também se aproximou e deu facadas. O
rapaz morreu no local.
2013:
Novembro/2013: Dois homossexuais, de 35 e 23 anos, foram agredidos
por ao menos dez pessoas na rua Augusta, na Consolação, região central
de São Paulo, por volta das 4h desta quarta-feira. As vítimas disseram à
polícia que estavam se despedindo com um beijo em frente a um bar
quando começaram a ser agredidas por um grupo de skinheads.
Segundo as vítimas, um dos agressores utilizava uma mochila para
bater.