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Universidade de Pernambuco
Escola Politécnica
Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Recife - Pernambuco
2008
12
Recife - Pernambuco
2008
13
Banca Examinadora
____________________________________
Profª Eliane Maria Gorga Lago, M;Sc.
Orientadora
____________________________________
Profº Béda Barkokébas
Júnior, Dr
Examinador
interno
____________________________________
Profº Fábio Romero Virgolino de Barros, Especialista
Examinador
externo
14
A Deus e a minha família, por todo sacrifício que fizeram por mim
e pela paciência nesse período.
15
AGRADECIMENTOS
A Professora Eliane Lago, pela orientação segura, precisa e responsável, além da sua
amizade.
Aos amigos que ajudaram diretamente na realização das pesquisas e aos que vibraram
positivamente com minha busca a esse título.
16
RESUMO
Neste trabalho, foi apresentada a avaliação do agente físico calor nas atividades com
estufas em frigorífico industrial na cidade de Recife PE, na etapa de seu processo
produtivo de embutimento de massas, a empresa onde foi realizado o trabalho possui
atualmente 1.100 (mil e cem) funcionários, sendo12 (doze) deles no setor de cozimento.
Foram realizadas avaliações qualitativas e quantitativas do ambiente onde são
executadas as atividades com exposição ao calor e analisados os resultados, submetidos
aos parâmetros do ANEXO 3 da NR-15 e NHO6 da FUNDACENTRO, 2005. O
objetivo dessa pesquisa foi de prevenir acidentes e doenças ocupacionais reduzindo a
exposição dos trabalhadores ao agente físico, implantando uma etapa de trabalho no
processo de cozimento que exija uma menor Taxa Metabólica do trabalhador e o
ambiente possua um Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG)
comparado com a temperatura dos locais onde são desenvolvidas as operações de
cozimento, menor, para que após uma nova análise quantitativa o IBUTG médio fique
abaixo do Limite de Tolerância conseqüentemente tornar o ambiente salubre. Os
resultados alcançados mostraram economia financeira na empresa pesquisada com a
eliminação da insalubridade na tarefa estudada, e diminuição da exposição ao agente
físico - calor, proporcionando qualidade de vida para os envolvidos nas atividades com
estufas.
ABSTRACT
This I work was presented the appraisal of the agent physical hot on the activities with
greenhouses in fridge industry on city of Reef PE , being your I sue productive
embutimento of masses , has actually 1100 ( eleven hundred ) employees , account with
12 ( twelve ) of this into the sector of cozimento. Was realized appraisals qualitativas &
quantitative of the environment where are realized the activities with air exposure hot &
analyzed the outcomes , submitted to the parameters of the ENCLOSED 3 from NR -15
& NHO6 from FUNDACENTRO , 2005. The purpose of that research is of averting
accidents & diseases ocupacionais reducing the exposition from the workers the agent
physical , introduce a stage of I work into the I sue of cozimento what exija a smaller
Rate Metabólica of the worker & the surroundings has a Index of Bulb Humidity
Thermometer of Globe compared with the temperature from the sites where são
developed the operations of cozimento , minor , wherefore after only one new analyzed
quantitative the IBUTG average stay put below of the Limit of Tolerance
consequentemente make the surroundings healthy. The outcomes ranging they show
economy financial about to company researcher with the elimination from
insalubridade, & decrease from air exposure hot , by delivering quality of life about to
the involved on the activities with greenhouses.
LISTA DE FIGURAS
Pág.
LISTA DE TABELAS
Pág.
SUMÁRIO
Pág.
Lista de
figuras.................................................................................................................................i
Lista de
tabelas................................................................................................................................ii
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................12
1.1 Justificativa................................................................................................................13
1.2 Delimitação do tema..................................................................................................13
1.3 Objetivos gerais.........................................................................................................14
1.4 Objetivos específicos.................................................................................................14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................15
2.1 Segurança do trabalho...............................................................................................15
2.1.1 Higiene ocupacional............................................................................................16
2.1.2 Agentes ambientais..............................................................................................16
2.2 Conceitos sobre calor.................................................................................................17
2.3 Legislações aplicáveis...............................................................................................20
22
2.4 Insalubridade.............................................................................................................27
2.5 Efeito do calor no trabalhador...................................................................................29
2.6 Doenças relacionadas ao calor...................................................................................31
3 METODOLOGIA DA PESQUISA...........................................................................35
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS..............................................................................36
4.1 Situação atual.............................................................................................................36
4.2 Análise dos resultados coletados...............................................................................36
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................47
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.................................................................48
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................49
23
1 INTRODUÇÃO
Em diversas atividades encontramos seus inerentes riscos, estes ligados ao seu elemento
crítico. O chamado calor apresenta-se responsável por doenças ocupacionais, o
preocupante é que a ocorrência dos acidentes e doenças envolvendo calor acontecem
desde um desconforto térmico a queimaduras de 3º grau. A exposição ao calor exige
monitoramento constante evitando-se assim tornarem-se fatigantes os trabalhos nestes
locais. Por possuir capacidade bastante desenvolvida de transpiração o homem é um ser
tropical por excelência. (VENTCENTER, 2008)
C, para mais ou para menos, além da temperatura interna, sob pena de acontecerem
complicações que podem levar a morte. (SILVA, 2007)
Ainda segundo Silva (2007) outro aspecto particular que acontece, diante de exposições
a temperaturas elevadas, é que muitas das lesões produzidas, são reversíveis e podem
aparecer e desaparecer em curtos espaços de tempo, diferenciando-se das demais
doenças do trabalho ou profissionais, cujas aparições acontecem com o transcorrer de
tempos longos de exposição e sua extinção é lenta ou impossível.
1.1 Justificativa
A pesquisa realizada apresenta relevância para área de segurança do trabalho, pois visa à
preocupação da exposição dos trabalhadores ao calor nas atividades com estufas no
frigorífico industrial estudado, procura trazer através de um procedimento a diminuição
da exposição ao agente calor e melhorias no ambiente de trabalho que contribuam para
o não desenvolvimento de acidentes e doenças ocupacionais.
nos três turnos, a empresa apresentando as seguintes etapas na sua linha de produção:
preparação de sua matéria prima, embutimento da massa preparada, e, em um dos
processos, cozimento dos produtos já embutidos. Durante todas as atividades há a
utilização de algumas máquinas e equipamentos.
O presente trabalho teve por objetivo geral realizar levantamento do agente físico calor
na função da atividade executada durante o processo de cozimento (estufas) em uma
empresa de alimentos embutidos na cidade do Recife PE, com o intuito de
minimizar/reduzir o calor existente no ambiente de trabalho para realização da
atividade.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segurança do trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas que são
adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como
proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.
De acordo, ainda, com Serran (1993), a Higiene do Trabalho, estruturada como uma
ciência prevencionista, vem sendo aperfeiçoada dia-a-dia e tem como objetivo
fundamental atuar no ambiente de trabalho, a fim de detectar o tipo de agente
prejudicial, quantificar sua intensidade ou concentração e tomar medidas de controle
necessárias para resguardar a saúde e o conforto dos trabalhadores durante toda sua vida
de trabalho. Higiene Ocupacional é a ciência e a arte que se dedica ao reconhecimento,
avaliação e controle dos riscos ambientais (químico, físico e biológico) que podem
ocasionar alteração na saúde, conforto ou eficiência do trabalhador.
27
De acordo com Serran (1993), a maioria dos processos pelos quais o homem modifica
os materiais extraídos da natureza, para transformá-los em produtos úteis, segundo as
necessidades tecnológicas atuais, é capaz de dispersar no ambiente dos locais de
trabalho substâncias que, ao entrarem em contato com o organismo dos trabalhadores,
podem acarretar moléstias ou danos à sua saúde.
Ainda de acordo com a NR-9, Portaria nº. 3.214, de 08 de junho de 1978, consideram-se
agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os
trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas,
radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infra-som e o ultra-som.
É sabido que o homem que trabalha em ambientes de altas temperaturas sofre fadiga,
seu rendimento diminui, comete erros de percepção e raciocínio e aparecem sérias
perturbações psicológicas que podem conduzir a esgotamentos e prostações. Há,
portanto, a necessidade de conhecer como se processa a interação térmica entre o
organismo humano e o meio ambiente; conhecer seus efeitos e determinar como
quantificar e controlar esta interação. (ASTETE;GIAMPAOLI;ZIDAN,1995)
29
De acordo com Miranda (2008), quando dois corpos, em temperaturas diferentes, são
postos em contato um com o outro, observa-se que a temperatura do corpo mais quente
diminui, enquanto que a temperatura do corpo mais frio aumenta. Essas variações de
temperatura cessam quando as temperaturas de ambos se igualam (equilíbrio térmico).
Portanto, durante esse processo, o nível energético (grau de agitação molecular) do
corpo mais quente diminui, enquanto que o do corpo mais frio aumenta. Como a energia
térmica de um corpo depende, além da sua massa e da substância que a constitui, da sua
temperatura, entende-se que as variações de temperatura estão associadas às variações
de energia térmica. Concluindo, a diferença de temperatura entre dois corpos provoca
uma transferência espontânea de energia térmica do corpo de maior temperatura para o
corpo de menor temperatura. Essa quantidade de energia térmica que se transferiu é
chamada de calor.
Ainda segundo Miranda (2008), calor é a energia térmica em trânsito de um corpo para
o outro ou de uma parte de um corpo para outra parte desse corpo, esse trânsito é
provocado por diferença de temperatura.
O ser humano mantém uma temperatura interna aproximadamente constante (em torno
de 37ºC) seja qual for a temperatura externa (do ambiente). Essa característica está
ligada à existência de um mecanismo fisiológico de regulação da temperatura interna do
corpo, o qual é responsável pela conservação e dissipação do calor. A temperatura da
pele, para que se mantenha o equilíbrio térmico entre o corpo e o ambiente, deve ser
sempre menor do que a temperatura central do corpo em mais ou menos 1ºC. O
equilíbrio térmico entre o corpo e o ambiente baseia-se na igualdade: Quantidade de
calor recebida = Quantidade de calor cedida. (NETTO, 2008)
Esses três processos podem ocorrer devido à existência de fontes externas com
temperaturas mais elevadas do que a da pele. Esse calor transferido é chamado de calor
sensível. Existe ainda um quarto processo que está ligado ao calor latente, utilizado para
mudança de estado (de água, em estado líquido para vapor d'água):
· Evaporação - Esse processo de troca ocorre sem que seja modificada a temperatura.
31
Assim, o calor recebido pelo corpo, nos casos de exposição a temperaturas elevadas, é
utilizado pelo organismo para evaporar parte da água interna através da sudorese, não
permitindo o aumento da temperatura interna.
Como metabolismo entende-se o conjunto de fenômenos químicos e físico-químicos,
mediante os quais são feitas a assimilação e desassimilação das substâncias necessárias
à vida.
Calor Metabólico - é o calor produzido por esse conjunto de reações. Quando o homem
estiver em jejum e em repouso esse calor denomina-se Calor Metabólico Basal.
(NETTO, 2008).
De acordo com a Norma Regulamentadora 15, anexo 3, aprovada pela portaria nº 3214
de 8 de junho de 1978, a exposição ao calor deve ser avaliada através do "Índice de
Bulbo Úmido Termômetro de Globo" – IBUTG, definido pelas equações que se
seguem:
Os aparelhos que devem ser usados nesta avaliação são: termômetro de bulbo úmido
natural, termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum: As medições devem
ser efetuadas no local onde permanece o trabalhador, à altura da região do corpo mais
atingida. Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho
intermitente com períodos de descanso no próprio local de prestação de serviço. Em
32
IBUTG
175 30,5
200 30,0
250 28,5
300 27,5
350 26,5
400 26,0
450 25,5
500 25,0
Fonte: Ministerio do Trabalho
Onde: M é a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora, determinada pela
seguinte fórmula:
M = Mt x Tt + Md x Td (equação 3)
60
Sendo:
Mt - taxa de metabolismo no local de trabalho.
Tt - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho.
Md - taxa de metabolismo no local de descanso.
Td - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso.
______
IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora, determinado pela seguinte
fórmula:
______
IBUTG = IBUTGt x Tt + IBUTGd xTd (equação 4)
60
Sendo:
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho.
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso.
Tt e Td = como anteriormente definidos.
legais.
2.3.2 NHO-6
Quando o trabalhador está exposto a duas ou mais situações térmicas diferentes, deve
ser determinado o IBUTG média ponderada – IBUTG, a partir da equação abaixo,
utilizando-se os valores de IBUTG representativos das distintas situações térmicas que
compõem o ciclo de exposição do trabalhador avaliado.
Tabela 4 - Avaliação da sobrecarga térmica usando comparativo NHO6, NR-15 (ANEXO3) e ACGIH.
NHO6 NR-15 (ANEXO3) ACGIH
Citada Ministério do trabalho e Justiça do Citada Programas de Prevenção
Citada pela Previdência Social
Trabalho Sobrecarga Térmica x Fisiológica
Como o IBUTG é um índice que leva em
Possibilita obter o IBUTG com equipamentos Possibilita obter o IBUTG com equipamentos conta apenas as condições ambientais, são
convencional e eletrônico. convencional e eletrônico. consideradas as contribuições das exigências
do trabalho e vestimentas utilizadas.
Utiliza fluxograma como tomada de decisão,
Apresenta seu Quadro Nº 2 Taxa Metabólica x
Modificações na tabela de Taxas Metabólicas. associando com a documentação dos Limites
IBUTG resumido comparado ao da NHO6.
de Exposição Ocupacional TLV´s.
Inclusão de anexos para estimativa da Taxa Incoerência entre os Quadro 1 e 2 de sua Seus valores são revisados anualmente,
Metabólica. norma. visando alterações ou adições.
Para Taxas Metabólicas maiores, os valores de
IBUTG decrescem para manter o núcleo do
corpo a 38º C.
Fonte: o autor
26
2.4 Insalubridade
Outra resposta ao calor é o aumento do ritmo cardíaco, que, por sua vez, aumenta o
ritmo de transferência de calor dos tecidos profundos para periferia, elevando a
temperatura da pele e promovendo perda de calor. Estas mudanças fisiológicas não são
efetuadas sem um custo para o organismo como um todo. Elas produzem, na verdade,
distúrbios no equilíbrio mineral híbrido e nas funções cardiovascular e endócrina.
Segundo alguns programas da NIOSH, podemos encontrar, entre muitas outras, várias
recomendações e exames médicos necessários para o trabalho sob o calor radiante.
Contudo, algumas restrições precisam ser destacadas, como trabalhadores com
31
De acordo com MSD-RAZIL (2008), o corpo pode ser capaz de manter a sua
temperatura dentro de uma faixa estreita, tanto em um clima quente quanto em um
clima frio, por meio da sudorese, de alterações da respiração, de tremores e da variação
do fluxo sangüíneo que chega à pele e aos órgãos internos. Contudo, a exposição
excessiva a temperaturas elevadas pode acarretar distúrbios como a exaustão pelo calor,
a intermação e as câimbras causadas pelo calor.
O risco de apresentar um desses distúrbios causados pelo calor aumenta com a umidade
elevada, que diminui o efeito refrescante da sudorese, e com o esforço físico
prolongado, que aumenta a quantidade de calor produzido pelos músculos. As pessoas
idosas, as muito obesas e os alcoolistas crônicos são especialmente suscetíveis aos
distúrbios causados pelo calor, assim como as pessoas que fazem uso de determinados
medicamentos (p.ex., anti-histamínicos ou antipsicóticos) ou que consomem certas
drogas (p.ex., álcool e cocaína).
A melhor forma de evitar doenças relacionadas ao calor é a utilização do bom senso. Por
exemplo, os esforços físicos excessivos em um ambiente muito quente ou em um espaço
mal ventilado devem ser evitados e vestimentas adequadas devem ser utilizadas. Pode
ser realizada a reposição de líquido e sais perdidos pelo suor pela ingestão de bebidas e
alimentos levemente salgados (p.ex., suco de tomate salgado ou caldo de carne frio).
32
Muitas bebidas comerciais (p.ex., Gatorade) contêm uma quantidade adicional de sais.
Quando o esforço em um ambiente quente não pode ser evitado, é importante que a
pessoa ingira muito líquido e refresque a pele, molhando-a com água fria.
A exposição a temperaturas elevadas pode fazer com que a pessoa perca uma
quantidade excessiva de líquido pelo suor, particularmente durante um esforço físico
intenso ou exercício. Junto com a perda líquida, ocorre a perda de sais (eletrólitos), que
altera a circulação e a função cerebral. Como resultado, pode ocorrer a exaustão pelo
calor. Esta parece ser grave, mas, raramente, é.
Sintomas e Diagnóstico
Tratamento:
Algumas vezes, a reposição líquida é administrada pela via intravenosa. Também ajuda
o fato da pessoa passar para um ambiente fresco. Após a reidratação, a pessoa
freqüentemente recupera-se de forma rápida e completa. Quando a pressão arterial e a
33
freqüência de pulso permanecem baixas por mais de uma hora apesar do tratamento,
deve-se suspeitar de uma outra condição.
Intermação
Sintomas
A intermação pode ocorrer rapidamente e nem sempre é precedida por sinais de alarme
como, por exemplo, cefaléia, vertigem (sensação de que tudo está rodando) ou fadiga. A
sudorese pode diminuir, mas nem sempre. A pele fica quente, hiperemiada e,
comumente, seca. A freqüência cardíaca aumenta e pode rapidamente atingir de 160 a
180 batimentos por minuto, em contraste com a freqüência cardíaca normal de 60 a 100
batimentos por minuto. A freqüência respiratória geralmente diminui, mas a pressão
arterial raramente se altera. A temperatura corpórea, a qual deve ser medida no reto,
sobe rapidamente para 40 a 41° C, causando uma sensação de “estar queimando”. A
pessoa pode apresentar desorientação e confusão mental, podendo rapidamente perder a
consciência ou apresentar convulsões. Quando não tratada imediatamente, a intermação
pode causar lesão permanente ou morte. Uma temperatura de 41° C é muito grave e
uma temperatura somente um grau mais elevada pode ser mortal. A lesão permanente de
órgãos internos (p.ex., cérebro) pode ocorrer rapidamente e, freqüentemente, causa a
morte. As pessoas muito idosas e aquelas com uma doença debilitante, inclusive os
alcoólicos, tendem a apresentar um pior prognóstico. Geralmente, o diagnóstico de
intermação é baseado nos sintomas.
Tratamento:
34
Câimbras causadas pelo calor. As câimbras causadas pelo calor são espasmos
musculares graves resultantes de uma sudorese intensa durante um esforço físico
intenso em condições de calor extremo. As câimbras causadas pelo calor são
decorrentes da perda excessiva de líquidos e sais (eletrólitos), incluindo o sódio, o
potássio e o magnésio, resultante da sudorese intensa, como ocorre durante um esforço
extenuante. As câimbras causadas pelo calor são comuns entre os trabalhadores manuais
(p.ex., pessoal de salas de máquinas, trabalhadores de siderúrgicas e mineiros). Muitas
camadas de roupas, como as usadas por alpinistas ou esquiadores, podem ocultar uma
sudorese intensa. As câimbras causadas pelo calor freqüentemente começam
subitamente nas mãos, nas panturrilhas ou nos pés. Geralmente, elas são dolorosas e
incapacitantes. Os músculos tornam-se duros, tensos e difíceis de serem relaxados.
As câimbras causadas pelo calor podem ser prevenidas ou tratadas através do consumo
de bebidas ou alimentos contendo sal. Raramente, a pessoa afetada tem de receber
líquidos e sais por via intravenosa. Os comprimidos de sal podem ajudar a evitar as
câimbras causadas pelo calor, mas, freqüentemente, causam problemas de estômago. O
consumo de sal em excesso pode causar edema (retenção líquida). (MSD, 2008)
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3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Foi realizada então uma avaliação qualitativa / quantitativa do agente físico calor no
posto de trabalho que é o estudo desta pesquisa.
Foi escolhido o setor de cozimento (estufas) para nosso estudo por ser o local
considerado insalubre do ponto de vista mais critico, estando expostos ao risco físico
(calor) doze trabalhadores em três turnos, são 07:00 às 17:00, 19:00 às 04:00 e 22:00 às
07:00. O trabalho executado pelos profissionais em estufas do frigorífico estudado é
realizado em mais de um ponto, começa apanhando mercadoria no setor de
embutimento em carrinhos suportes, esses carrinhos são transportados para as estufas
onde os trabalhadores entram nelas para colocar o carrinho com o produto já embutido
para cozimento, saem das estufas, ocorre o cozimento com temperatura em torno de 94
ºC. Após uma hora retiram os carrinhos e, antes de entrarem nas estufas, é feita uma
despressurização onde esta temperatura diminui para 50 ºC dentro das estufas. O
37
operador entra novamente na estufa para retirar o carrinho e transporta o carrinho com
produto para o banho (choque térmico), passando um pequeno intervalo de tempo neste
local que é considerado o final do processo.
Fonte:Wellington Carmo
Figura 4.1 apanhando o carrinho na produção com produto para cozimento
38
Para que o trabalhador possa ter sua exposição a este ambiente de trabalho em
condições salubres, a proposta seria pôr em prática o seguinte procedimento: durante
sua jornada de trabalho deslocá-lo em um período para execução de outra atividade
relacionada ao processo produtivo do frigorífico industrial em estudo, sendo neste local
desenvolvida a nova atividade com características ambientais amenas, como foi
verificado em um setor próximo às estufas, ambiente separado por alvenaria onde se
desenvolvem atividades em pé e em bancada (embutimento da matéria prima
preparada). Foram feita medições nesse local onde foi encontrado um IBUTG médio de
19ºC e é utilizada luva de malha para contato com o produto que envolve a matéria
prima embutida. Os trabalhadores expostos ao trabalho em estufas poderiam ser
deslocados para esta atividade 12 minutos a cada uma hora de sua jornada sendo feito
um revezamento sem comprometer o processo produtivo, pois no novo ambiente onde
estariam trabalhando exercendo esta função, é onde eles só pegam o carrinho para levar
as estufas. (Tendo visto que dos 24 minutos da primeira etapa, 12 minutos os
trabalhadores ficavam ociosos expostos a temperaturas próximas do corredor das
estufas.)
Foi calculado o IBUTG e sua respectiva taxa metabólica para esta nova atividade onde
obtivemos os seguintes resultados. (Ver tabela 8)
45
Tabela 8 Medições do calor nas atividades em estufas com nova etapa do Frigorífico Industrial pesquisado.
Como para trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação a Taxa
metabólica é de 175Kcal/h ver tabela 2 NHO6, calculamos a Taxa Metabólica média:
M média = (300x12) + (300x6) + (300x6) + (300x20) + (175x4) + (175x12) = 266kcal/h
----------------------------------------------------------------------------
60
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segundo matéria publicada na Revista Proteção, embora o artigo 189 da CLT tem
estabelecido que a insalubridade ocorrerá quando a exposição ao agente for superior ao limite
de tolerância da NR-15, a Norma Regulamentadora 15 definiu três critérios para a
caracterização dos espaços insalubres através da avaliação quantitativa, qualitativa e
quantitativa de riscos inerentes à atividade. No caso das inspeções quantitativas, previstas em
sete anexos dos 14 que a Norma Regulamentadora 15 contém, serão feitas através da medição
da intensidade ou concentração do agente e comparadas com os limites de tolerância. Nas
avaliações qualitativas a insalubridade é comprovada pela inspeção realizada por perito no
local de trabalho como explica o engenheiro de segurança do trabalho Tuffi Messias Saliba.
(CARDOSO,2007)
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Concluímos com a pesquisa realizada, que se avaliarmos locais onde se encontram expostas
pessoas ao calor, e reduzirmos sua exposição ao agente físico estudado, é esperado um
enquadramento da temperatura abaixo dos Limites de Tolerância, resultando assim na
neutralização do risco. Devendo ser levado em consideração à reavaliação do local de
trabalho e monitoramento até esta reavaliação e também ser provocada a melhoria ambiental
(ventilação artificial, exaustora) condicionando o ser fisicamente para tal atividade.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ASTETE, M. W.; GIAMPAOLI, E.; ZIDAN, L. N. Riscos físicos. São Paulo: Fundacentro,
1995.
ATLAS. Segurança e medicina do trabalho. 60. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 692 p.
CARDOSO, Maria. Norma Ultrapassada. Revista Proteção, São Paulo, ano 20, n. 188
p.42-62
CUNHA, Sandra. Altas Temperaturas. Revista CIPA, São Paulo, ano 28, n. 325, p. 22-33,
2006.
RUAS, A.C. Conforto térmico nos ambientes de trabalho. São Paulo: FUNDACENTRO,
2001.
SILVA, Manoel Ronaldo Francisco da. Curso de temperaturas extremas. Apostilha do curso
de Engenharia de Segurança do Trabalho da Escola Politécnica da Universidade de
Pernambuco. Recife, 2007.