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Ludoterapia Centrada Na Criança PDF
Ludoterapia Centrada Na Criança PDF
Centrada na Criança
ABSTRACT: The Play Therapy is the therapy performed through the play. Psychotherapy is aimed at
children, which aims to facilitate the expression and development through play, because the games and play
are the natural means of self expression for children. It is through play that children are more likely to
express their feelings and conflicts, and seek better alternatives for dealing with these demands and free
themselves for self-development. With origins in techniques based on Psychoanalysis, the Play Therapy was
developed and included the contributions of major theorists who have dedicated themselves to working with
children over time. From the perspective of the Person Centered Approach, this article presents the basic
principles guiding the work in child psychotherapy.
1 Acadêmico do Curso de Psicologia da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Estagiário no Delphos Instituto
de Psicologia Humanista. E-mail: cecolovini@yahoo.com.br
2 Psicóloga formada pela ULBRA, com Especialização em Abordagem Centrada na Pessoa pelo UNILASALLE,
Sócia do Delphos Instituto de Psicologia Humanista. E-mail: rosemari.sb@hotmail.com
1 Introdução
2 Origens da Ludoterapia
Já Melanie Klein (1970) desenvolveu uma abordagem distinta, mas também fundamentada
nas teorias de Sigmund Freud. Klein acreditava que as atividades lúdicas da criança eram tão
importantes quanto as associações livres da terapia com adultos. Desta forma, poderiam ser
interpretadas para a criança. Esta abordagem foi denominada de Ludoanálise e buscava reduzir a
ansiedade da criança e, assim, dar-lhe uma noção do valor da análise para ela. Para Dorfman (1992),
este processo se caracterizava por um mergulho um tanto precoce em interpretações profundas do
comportamento infantil.
Taft e Allen foram grandes colaboradores na aplicação das teorias de Rank à Ludoterapia.
Uma das características essenciais da terapia rankiana, ou também chamada de terapia de
relacionamento, é sua concepção de um certo tipo de relação terapêutica que, por si só, poderia ser
curativa, uma vez que é importante para o paciente retomar suas etapas do desenvolvimento e
reviver relações emocionais anteriores dentro da hora analítica. Esta abordagem terapêutica
preocupava-se com os problemas emocionais da forma como eles se apresentavam no presente
imediato, seja qual fosse sua história. Nesta perspectiva, o esforço de recuperar o passado não era
particularmente útil, pois se acreditava que o paciente já estava ligado demais ao passado e muito
pouco apto a viver o aqui e agora. Assim, o terapeuta não buscava ajudar o paciente a repetir fases
específicas do desenvolvimento, mas sim, começava do ponto onde o paciente estava. A hora
terapêutica era concebida como uma concentrada experiência de crescimento, quando a criança
gradativamente poderia perceber-se como uma pessoa que, em si própria, era uma fonte de impulsos
(In Dorfman,1992).
A congruência corresponde à atitude do terapeuta de ser ele mesmo em sua relação com
seu cliente, de viver abertamente seus sentimentos e atitudes que fluem no momento. Esta atitude
está intimamente relacionada à autenticidade (Rogers, 1997). Ser congruênte não significa tornar a
relação terapêutica uma relação qualquer, como entre dois amigos, mas sim, que cliente e terapêuta
não precisem assumir um papel, um personagem, para atender a expectativa um do outro, que a
relação se dê baseada na autenticidade mútua.
Para a Abordagem Centrada na Pessoa, há três tipos de intervenções verbais que podem
ajudar o cliente a esclarecer os seus sentimentos, estimulando os seus pensamentos, sem distorcer
aquilo que o cliente está trazendo. São elas a reiteração, o reflexo de sentimentos e a elucidação.
(Rogers e Kinget, 1977).
A reiteração é uma forma simples de dar continuidade ao que o cliente está trazendo,
fazendo uso das mesmas palavras do cliente, para que ele se sinta compreendido e acompanhado.
Não se trata em simplismente repetir as últimas palavras do cliente de modo mecânico, mas sim,
sinalizando à pessoa que o terapêuta está lhe ouvindo, compreendendo, e à disposição caso o cliente
queira continuar com aquele relato, ou parar naquele momento e talvez retomar mais tarde. A
reiteração deixa à critério do cliente a escolha do fluxo que dará ao seu relato, pois não o força a
responder perguntas fechadas, nem elaborar respostas de forma a satisfazer o terapeuta.
Axline (1982) estabelece princípios que ajudam a orientar o terapeuta na experiência com a
criança. Esses princípios são demonstrados através da relação que se estabelece entre a criança e o
terapeuta. Desta forma, trata-se mais de uma ética profissional e de relacionamento do que
especificamente uma técnica. Eis os oito princípios propostos por Axline:
Aceitação – Cabe ao terapeuta aceitar a criança exatamente como ela é, pois esta não
escolheu sua realidade, sua família, sua condição social. Independente de suas características, a
criança deve ser aceita pelo fato de ser uma pessoa. Não é somente através de palavras que a criança
se sente aceita, mas também através de atitudes que o terapeuta expressa, ou não, no
relacionamento. A aceitação é ameaçada quando o terapeuta, mesmo que de maneira sutil ou
indireta, critica, desaprova, recompensa ou aprova as atitudes e sentimentos da criança. Tanto
aprovação quanto desaprovação dificultam o processo terapêutico. A aprovação e o elogio podem
incentivar a busca, por parte da criança, em agradar o terapeuta. É fundamental que a criança confie
que é aceita por ser uma pessoa e não por ter feito algo que a torne melhor ou pior.
Respeito ao ritmo pessoal – O terapeuta não tenta abreviar a duração da terapia. Deve se
dispor a aceitar o ritmo que a criança escolher, sem tentar apressar ou retardar nenhum aspecto do
processo terapêutico. O processo deve ser reconhecido como gradativo. Desta forma, a criança
percebe que a hora terapêutica lhe pertence e assim se sente suficientemente segura para relaxar
suas defesas e experienciar a sensação de atuar sem elas. O terapeuta confia que quando a criança
estiver pronta para expressar seus sentimentos ela o fará.
6 Considerações Finais
Os princípios propostos por Axline (1982), não se referem tanto a uma técnica, mas sim, a
uma ética profissional e de relacionamento. Tais atitudes podem ser facilitadoras em qualquer
ambiente. Diante da atual crescente necessidade de estratégias para trabalhar com crianças e
adolescentes, o embasamento teórico oferecido pela Abordagem Centrada na Pessoa demonstra-se
de grande valia para subsidiar trabalhos, tanto na área da saúde, como na educação.
Dorfman, E. Ludoterapia. In C. R. Rogers (Org.), Terapia Centrada no Cliente. São Paulo: Martins
Fontes, 1992.
TAMBARA, N.; FREIRE, E. Terapia centrada no cliente: Teoria e prática: um caminho sem
volta... Porto Alegre: Delphos, 2007.