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marinheiro
(c. 1443-149?)
Não tem faltado quem suponha que João Afonso de Aveiro, o poeta,
seja o mesmo indivíduo que figurou nos primeiros descobrimentos
marítimos, feitos pelos portugueses. A identidade dos nomes
concorreu, por certo, para esse engano e para ele não deixaria de
concorrer o terem sido coevos esses indivíduos homónimos. Creio,
porém, que não será erro afirmar que são indivíduos diversos e sem
o mínimo parentesco. E também não falta quem siga esta opinião.
Diogo Barbosa
Machado, na sua
Biblioteca Lusitana, fala
do poeta João Afonso
de Aveiro, sem indicar
que ele houvesse
seguido a vida
marítima. Também o
não diz o Cancioneiro,
de Garcia de Resende.
E os escritores, que
falam do piloto João
Afonso de Aveiro,
também não atribuem a
este o dom da poesia.
Era mesmo natural que
o piloto se desse
melhor com os perigos
e aventuras marítimas,
do que com auxílio das
musas.
Nesta conformidade,
suponho que João
Afonso, o piloto, era
filho de Afonso Anes
Primor, arrais, e que
nascera cerca do ano
de 1443. Seu pai já
figurava nos trabalhos
marítimos, como antes
dele haviam figurado
alguns aveirenses, e
como figuraram outros
até depois de 1500.
Os feitos de João
Afonso muito
concorreram para
animarem D. João II à
descoberta da Índia, um
dos sonhos dourados
do Príncipe Perfeito.
Mas essa empresa só
pôde realizar-se no
tempo de D. Manuel I.
Pode Aveiro ter a justa ufania de que, antes dos feitos marítimos de
Vasco da Gama, já tinham nome os de João Afonso e que estes
feitos foram a origem daqueles. E também pode afirmar que João
Afonso nem teve de D. João II tantos meios nem tantas protecções,
como Vasco da Gama tivera do monarca venturoso.
http://www.prof2000.pt/users/avcultur/aveirilustres/joaoafonsomarin
heiro.htm
Também não será fácil saber-se se João Afonso chegou a tornar estado e
deixou descendência.
João de Barros (Asia, Década 1ª, liv. III) vai mais longe e atribui a este
uma acção decisiva na descoberta do caminho marítimo para a Índia,
ao encontro do encantado Preste João das Índias. À falta de registos
em Portugal, crê-se que teria morrido nas terras da Guiné, sendo bem
um exemplo de centenas e centenas de aveirenses que contribuíram
para a dilatação da fé e do império, muitos deles morrendo em parte
incerta. A sua memória, no entanto, perdura na figuração em bronze
exposta no largo do Rossio.
http://aveirana.doc.ua.pt/joaoafonsoaveiro.htm