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Introdução ....................................................................................................................................... 2
O capital comercial no quadro da agricultura forcada .................................................................... 3
O capital comercial no quadro da agricultura familiar forcada ................................................... 4
O caso do algodão ....................................................................................................................... 4
O caso do arroz ............................................................................................................................... 6
O caso do chá .................................................................................................................................. 7
Conclusão........................................................................................................................................ 8
Bibliografia ..................................................................................................................................... 9
Introdução
A Reestruturação da Sociedade Moçambicana, 1938-1944 grande número de trabalhadores com
contratos curtos, de quatro a oito meses, durante a época de colheita e de transformação.
Desta forma, nesta abordagem, iremos “o capital comercial no quadro da agricultura forçada: o
caso do algodão, arroz e chá”.
O capital comercial no quadro da agricultura forcada
Entre 1929 a 1933, o mundo e assolado por uma crise económica, esta crise vai-se repercutir nos
territórios portugueses, em particular Moçambique, trazendo inúmeros efeitos.
Redução geral dos preços dos produtos agrícolas como amendoim, milho, copra, açúcar,
sisal, etc.
Aumento do desemprego;
Abandono de algumas actividades produtivas não rentáveis
Encerramento de algumas fábricas e empresas agrícola;
Alguns proprietários de plantações para fazer face aos feitos da crise tomaram as seguintes
medidas:
Redução dos custos de produção traduzidas no abandono das actividades não rentáveis,
no despedimento do pessoal, no encerramento de algumas fábricas;
Introdução de novos métodos para aumentar a produtividade, por exemplo: o atracão
animal em vez do trabalho braçal e a utilização de estrumes como fertilizantes.
Assim, o acto colonial e a carta orgânica do império colonial português impuseram as colónias o
papel de fornecedores de matéria-prima e manifestou-se ainda a declarada intenção de cultivar
certos produtos em detrimento de outros. Esses produtivos deveriam ser o algodão, o chã e o
arroz.
O capital comercial no quadro da agricultura familiar forcada
O papel de Moçambique como fornecedor de matéria-prima a Portugal foi muito evidente com o
algodão. O qual, produzido em regime desumano de trabalho forcado sem qualquer dispêndio do
capital em salários. A promoção da cultura de algodão em trabalho forcado permitiu que os
industriais portugueses usufruíssem de alguns benefícios, tais como:
O caso do algodão
Uma das mais importantes industrias portuguesas era a indústria têxtil. Antes de 1926,
Moçambique e Angola produziam cerca de 800 toneladas 17000 toneladas de que a indústria
portuguesa necessitava anualmente. Assim, pelo decreto n.º 11994, 29 de Agosto de 1926,
regulava-se pela primeira vez a cultura obrigatória do algodão por camponeses moçambicanos
(lei forcada em 1946, pelo decreto n.º 35844,).
Segundo esta lei, o governo fazia concessões de terras a companhias que se comprometiam a
erguer uma fábrica de descaroçamento do algodão e um armazém, bem como fornecer sementes
a população camponesa; estes semeavam-nas numa terra alugada ao Estado e colhiam o produto;
o produto era vendido sempre ao Estado (companhia) a um preço baixo; as condições de trabalho
eram péssimas e havia fome, pois não restava tempo para tratar das culturas de subsistência; por
ano, tinham ainda de pagar os seus impostos e rendas da terra.
Ao serem obrigados a cultivar o algodão, os camponeses perderam o uso livre da terra, passaram
fome e a estar mais dependentes do capital português para pagar as suas rendas e impostos.
Instalou-se um ciclo vicioso vantajoso apenas para o colonizador.
Em 1932, para fazer face a baixa no preço mundial do algodão, que se verificou a partir de 1927,
o Estado passou a incentivar financeiramente as concessionarias algodoeiras, comprando o
algodão de primeira qualidade a 8 escudos metropolitanos contra 5 escudos no mercado mundial.
Porem a pratica, mostrou outra realidade: a não ser quando cultivadas em solos particularmente
apropriados, como alguns existentes em Cabo Delgado, Nampula, Norte da Zambézia, Norte de
Manica e Sofala, o rendimento por hectare eram baixos; os preços oferecidos eram baixos e os
camponeses só podiam vender o algodão a Companhia que lhe havia fornecido sementes,
impedindo-os de contactar outras companhias, havendo viciação na classificação do algodão.
O caso do arroz
Com a crise pós-II Guerra Mundial, que ocasionou o descontrolo dos circuitos comerciais
mundiais, no que diz respeito a importação do arroz do Sudoeste Asiático (via Singapura),
aumentou a necessidade da produção de arroz. Essa produção de Arroz tinha como objectivo
fundamental abastecer as necessidades alimentares da população urbana e surgiu no contexto da
II Guerra Mundial em que se tornava difícil a importação do arroz do sudoeste asiático (via
Singapura).
Assim, o Governo colonial decidiu criar círculos olivícolas, em 1942, com poderes iguais a Junta
do Algodão. Os concessionários da junta deviam distribuir as sementes, fertilizantes e sacos,
tendo cada homem moçambicano de cultivar um hectare e cada mulher ½ hectare.
A cultura do arroz baseia-se na pressão exercida pelos administradores, cipaios e capatazes sobre
os camponeses. O arroz devia ser vendido pelo camponês apenas ao concessionário a um preço
baixo fixado pelo governo.
Esta situação também criou muita revolta no seio dos camponeses e muitas fugas de camponeses
que preferiam emigrar para outras zonas onde não se praticava esta cultura, a cozer ou torrar as
sementes ou outras formas de protesto.
O caso do chá
Apesar da crise mundial provocada pelo crash bolsista de 1929, o consumo de chá não baixou. O
chá, a par do algodão e do caju, foi um dos produtos que mais valorizou, sobretudo devido as
seguintes razões:
Moçambique começou por usar os férteis terrenos da Zambézia na produção de folha de chá e,
fruto do AIC de 1933, conseguiu impor-se num mercado tão exigente.
Conclusão
Fim do trabalho pudemos concluir que a produção do arroz tinha como objectivo fundamental
abastecer as necessidades alimentares das populações urbanas e surgiu no contexto da 2ª Guerra
Mundial em que se tornava difícil a importação do arroz do sudeste asiático via Singapura.
Constatamos também que com o rápido avanço do cultivo de algodão e de arroz (1939-1942)
provocou uma crise no fornecimento de mão-de-obra para outros sectores da economia colonial
de Moçambique, particularmente a norte do Zambeze. Com vista a apreciar a extensão desta
crise e o significado das medidas tomadas para a resolver, é necessário examinar a interligação
de todas as culturas do ponto de vista do processo de trabalho.
Bibliografia
NHAPULO, Telésforo de Jesus, História 12ª classe, Plural Editores, Maputo, 2013