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FACULDADE DE JAGUARIÚNA

Campus I - R. Amazonas, 504 - Jd. Dom Bosco


Campus II - Rod. Adhemar de Barros, km 127 - Pista Sul
JAGUARIÚNA - SP

Roteiro de Aulas Práticas

BASES BIOLÓGICAS
2. Semestre - 2010

Profa. Responsável: Dra. Karina A. R. Ribeiro

Curso de Educação Física – disciplina: Bases Biológicas 1


Instruções Importantes:

 OS RESUMOS DESTE MATERIAL CONSTITUEM APENAS UMA DAS DIFERENTES


FONTES DE ESTUDOS QUE DEVEM SER UTILIZADAS PARA O APRENDIZADO DA
DISCIPLINA DE BASES BIOLÓGICAS.
 OS EXERCÍCIOS AQUI PROPOSTOS DEVEM SER RESOLVIDOS COM O AUXÍLIO DE
LIVROS E NÃO CORRESPONDEM AS QUESTÕES DA AVALIAÇÃO, MAS SIM A
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DE CONTEÚDO, COMO FORMA DE AUXÍLIO AOS
ESTUDOS.
 ESTA REVISÃO NÃO INVALIDA (EM HIPÓTESE ALGUMA) A LEITURA DE LIVROS
TEXTOS QUE ABORDEM O ASSUNTO AQUI TRATADO E NÃO DEVE SER
CONSIDERADA ÚNICA FONTE DE ESTUDO.

 NUNCA DEIXE PROCURAR O SIGNIFICADO DE UMA PALAVRA DESCONHECIDA


PARA VOCÊ E QUE POSSA SURGIR NOS TEXTOS, POIS SOMENTE ASSIM IRÁ
ASSEGURAR O CORRETO ENTENDIMENTO DO TEXTO.

BIBLIOGRAFIA PLANO DE ENSINO:


BÁSICA:
1. JUNQUEIRA, L.C., CARNEIRO, J. Biologia Celular e Molecular. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2000.
2. MARZZOCO, A. & TORRES, B.B. Bioquímica Básica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1999.
3. JUNQUEIRA, L.C., CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
4. MCARDLE, W. D. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 4. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1998.
COMPLEMENTAR:
1. ALBERTS, B., et al. Fundamentos de Biologia Celular. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1999
2. FOSS,M.L.,KETEYIAN,S.J. Bases Fisiológicas do Exercício e do Esporte. 6. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2000.
3. GARTNER, L.P., HIAT, J.L. Tratado de Histologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
4. CHAMPE, P.C. Bioquímica Ilustrada. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

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REGRAS BÁSICAS DE SEGURANÇA PARA AS

AULAS PRÁTICAS DE BASES BIOLÓGICAS

O desenvolvimento de atividades nos laboratórios de bioquímica e ciências morfológicas exigem que


algumas regras de segurança sejam rigorosamente seguidas para evitar acidentes e prejuízos de ordem
humana ou material. A seguir estão relacionadas algumas regras de segurança que você deverá colocar em
prática para sua segurança e de seus colegas. Durante o curso, em cada experimento serão relacionadas
outras normas mais específicas, inclusive sobre reagentes a serem manipulados.

☺ É de responsabilidade de cada um zelar pela própria segurança e das pessoas presentes no local. “A
segurança depende de cada um”.
☺ É imprescindível o uso:
- Avental branco de manga longa e fechado
- Calça cumprida
- Sapato fechado
☺ A permanência no laboratório exige postura de estudos, observando-se silêncio necessário e atenção
a estas atividades.
☺ Cabelos compridos devem ficar presos.
☺ É proibido o uso de boné.
☺ Nenhum material, exceto o que for utilizado em aula prática, deve permanecer sobre a bancada.
☺ Manter as mãos limpas e evitar passá-las nos olhos ou na boca enquanto estiver no laboratório.
☺ Fazer uso de luva quando manipular material biológico ou corrosivo.
☺ Não é permitido consumo de bebidas ou qualquer alimento dentro do laboratório.
☺ É proibido fumar.
☺ Manipular as vidrarias e principalmente os reagentes com cuidado, em caso de derramamento, deve
ser avisado imediatamente ao técnico e /ou professor para que seja efetuada a neutralização e a
limpeza.
☺ No início de cada aula prática, o material do laboratório será distribuído aos grupos. Ao final da aula o
material deverá ser devolvido limpo, e mantido sobre a bancada.
☺ O uso de materiais e reagentes, bem como o procedimento dos alunos no laboratório, somente deve
ser realizado com orientação, supervisão ou autorização do professor, técnico ou monitor.
☺ Para garantir um ambiente de trabalho tranqüilo e seguro, não é permitida qualquer brincadeira com
nenhum tipo de reagente disposto no laboratório, mesmo água ou álcool.
☺ Não cheire, nem pipete inadequadamente (com a boca) qualquer substância no laboratório.
☺ Siga corretamente o roteiro de aula e não improvise, pois improvisações podem causar acidentes.
☺ Não é permitida a presença de pessoas sem vínculo com a Instituição nas dependências do
laboratório, sem a presença de um professor ou técnico com prévia autorização da coordenação ou
responsável pela Instituição.
☺ As aulas práticas regulares têm precedência sobre quaisquer outras atividades.
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☺ A não observância das exigências com relação às normas de funcionamento implica a proibição de
acesso ou convite para retirada das dependências do laboratório. Também fica explicito que a não
observância destas diretrizes será de inteira responsabilidade do aluno.
☺ Quanto ao uso do lixo:
 os biológicos devem ser colocados em saco branco,
 os considerados “comuns” em sacos pretos,
 os perfuro cortantes em caixa descarpack.
☺ Quanto ao uso de animais:
 Procurar manter o máximo de silêncio possível, para que os animais não sofram estresse.
 Manipular os animais com contenção adequada para evitar acidentes.
 Realizar sempre a devida identificação dos animais utilizados nos experimentos.
☺ Quanto ao uso do bico de Bunsen:
 Não acenda o bico de Bunsen sem verificar e eliminar os riscos
 Verificar a existência de inflamáveis e retirar das proximidades do bico (álcool, éter,
papel, panos, plásticos, etc);
 Verificar se não há dobras na mangueira;
 Ligue o registro de gás (na bancada), risque o fósforo e abra a válvula do bico de Bunsen;
 Após o uso fechar o Bico de Bunsen na linha de gás (registro)
 Não deixe o Bico de Bunsen aceso quando não estiver usando.
☺ Quanto ao derramamento de reagentes:
 Parar o trabalho isolando a área ,
 Advertir pessoas próximas sobre o ocorrido,
 Efetuar a limpeza somente após a neutralização do material (solicitar auxílio
técnico especializado)
 Se envolver pessoas, lavar o local atingido imediatamente com água corrente e
procurar serviço médico. Levando nome do material e ficha técnica (FISPIC)
 Deve-se juntar ácido à água, nunca água ao ácido.
☺ Quanto ao uso de EPC e EPI:
 EPI Avental, luvas, máscaras, óculos de segurança, etc
 EPC Extintores, chuveiro, lava olho, manta, etc
 Extintor de água pressurizada: Utilizado em madeira, papeis, tecidos.
 Extintor de espuma: Utilizados em produtos químicos inflamáveis
álcool, querozene, gasolina.
 Extintor pó químico e CO2: Utilizados em equipamentos elétricos como
TV, computador, motores.

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1. Utilização do Microscópio

Para a obtenção de melhores resultados ao utilizar o microscópio, você deverá observar os seguintes
passos:
1. Antes de ligar o microscópio, colocar o controle de intensidade da iluminação no 1 (off) e posicionar a
objetiva de menor aumento (5x)
2. Ligue o microscópio, coloque a lâmina na platina (sempre com a lamínula para cima) gire o parafuso
macrométrico até encontra o foco do objeto. Ajuste o foco utilizando o parafuso micrométrico. Ajuste a
intensidade de luz e observe se você está vendo com os dois olhos o objeto em foco. No caso de
necessitar, ajuste o foco de um dos olhos girando a ocular.
3. Para percorrer toda a lâmina, utilize o Charriot, assim você poderá analisar a lâmina e selecionar a
área adequada que será ampliada. Posicione a região selecionada no centro do campo, posicione a
objetiva de médio aumento (10x), ajuste o foco utilizando somente o parafuso micrométrico e acomode
a iluminação usando, além do botão de controle de intensidade de luz, o diafragma do condensador;
4. Para analisar o material no maior aumento (40x) proceda como no item 3.
5. Se for necessária a utilização da objetiva de imersão (100x) deve-se focalizar o objeto no aumento
maior (40x) e deslocar a objetiva de 40 x em direção a de 100x, porém sem encaixar esta última
objetiva. Assim, você terá um espaço para colocar uma pequena gota de óleo de imersão sobre a área
iluminada da lâmina. Após, posicione a objetiva de 100x e ajuste o foco com o parafuso micrométrico.
Caso não consiga focalizar o objeto, volte para a objetiva de menor aumento (5x) e inicie todos os
passos.
6. Ao chamar o professor, o monitor ou o técnico para confirmação do diagnóstico, aponte a estrutura
desejada com a seta existente no campo do microscópio.
7. No final da análise, posicione a objetiva de menor aumento (5x), retire a lâmina, se houver óleo de
imersão, retire-o com papel fino da lâmina e da objetiva de imersão.
8. Ao término da aula, desligue o microscópio, limpe-o com papel fino, verifique se a lâmina foi retirada e
guardada no laminário, posicione a objetiva de menor de aumento, desligue o microscópio, retire seu
fio da tomada e coloque a capa de pano.

Atividade:
Utilizando a figura abaixo localize as principais partes de um microscópio:
1 = ocular
2 = objetivas e revólver
3 = platina
4 = charriot
5 = macrométrico
6 = micrométrico
7 = diafragma no condensador
8 = condensador
9 = botão do condensador
10 = dois parafusos centralizadores do
condensador
11 = fonte de luz
12 = controle de iluminação
13 = diafragma de campo (alavanca no lado
esquerdo do microscópio)
14 = dois parafusos de ajuste da lâmpada
(esquerdo e direito)
15 = focalizadora da lâmpada (alavanca no lado
direito do microscópio - não visível no fotografia)
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2. Estrutura da Célula – Biomembranas e Organelas

Conteúdo Teórico

INTRODUÇÃO
De forma resumida, podemos dizer que uma célula é um indivíduo que em conjunto com outros
semelhantes, organizam-se em tecidos, órgãos e sistemas.
Todas as células apresentam como estrutura básica uma membrana plasmática, separando-as do
ambiente e que envolve uma região preenchida por uma substância gelatinosa denominada citoplasma. Neste
interior observam-se componentes que realizam as funções essenciais para a vida da célula.
As células podem apresentar uma estrutura simples, constituída basicamente por membrana e
componentes dispersos no citoplasma. Estas células são chamadas de procariontes, (prótos = primitivo e
kárion = núcleo). Entretanto, há células cujo material genético está compartimentalizado, constituindo um
núcleo envolvido por membrana, neste caso, a célula é dita eucariótica e além, do núcleo apresenta outros
compartimentos membranosos considerados como organelas. Dessa forma, as células eucarióticas podem
assumir formas e funções muito distintas, pois apresentam um nível de organização maior que as células
procarióticas.

ORGANELAS

1. Membrana Plasmática
A principal função da membrana é separar o meio intracelular do meio extracelular, selecionando o que
entra ou sai da célula. Ela é constituída por lipídios e proteínas (lipoprotéica) que se organizam continuamente
de acordo com a necessidade da célula (mosaico fluído) (figura 1)

.
Figura 1. Esquemas da Membrana plasmática de uma célula eucariótica.

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A Membrana plasmática é formada por uma bi-camada lipídica, constituída por fosfolipídeos, que são
os mais abundantes, seguidos do colesterol. As moléculas lipídicas que formam a membrana plasmática são
anfipáticas, isto é, possuem uma região hidrofílica e outra hidrofóbica (figura 3). Inseridas na bi-camada
lipídica, existem proteínas membranares que podem ser: a) Proteínas integrais; b) Proteínas integrais
transmembranares; c) Proteínas periféricas (figura 2).

Figura 2. Estrutura básica da membrana plasmática.

A membrana plasmática é semi-seletiva e o transporte de substâncias pode ocorrer por meio dos
processos de: a) Difusão simples; b) Osmose; c) Transporte passivo (Difusão facilitada); d) Transporte ativo. O
transporte do solvente, denominado osmose, coordena o fluxo de água tanto a que entra no citoplasma como
aquela que é eliminada para o meio externo (figura 3).
Solução Solução Solução
hipotônica isotônica hipertônica

Hemácea
(eritrócito)

Célula
vegetal

Figura 3. Mecanismo de osmose gerenciando o fluxo de água e alterando a estrutura das células.

2. Citoplasma
É o local onde as organelas estão imersas, no citoplasma há a maioria das substâncias que as células
precisam para desempenhar suas funções (água, aminoácidos, íons, e outras) (figura 4).

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Figura 4. Arranjo das organelas e disposição do citoplasma.

3. Núcleo
Em células eucariontes é o local onde se encontra o genoma característico da espécie, neste local há
recepção das informações internas e externas à célula. Toda regulação e função celulares são realizadas por
intermédio do conteúdo do núcleo (DNA) que responde a essas informações (figura 5).

4.Ribossomos
São formados por: RNA-ribossômico e proteínas ribossômicas e apresentam como função a síntese de
proteínas:
- ribossomos livres - síntese de proteínas que permanecem no interior da célula
- ribossomos aderidos a retículo endoplasmático - síntese de proteínas de exportação, proteínas de membrana
e enzimas lisossômicas (figura 5).

5. Retículo Endoplasmático (RE)


Podem ser de dois tipos:
1) liso: transporta substâncias, armazena materiais principalmente no vacúolo que são regiões hipertrofiadas
do R.E., facilita reações do citoplasma, sintetiza lipídeos (triacerídeos, fosfolipídeos e esteróides).
2) rugoso: apresenta todas as funções do RE liso, além de estar intimamente ligado à síntese de proteínas por
ter ribossomos aderidos à sua membrana (figura 5).

6. Complexo de Golgi
Organela descoberta em 1898 por Camilo Golgi,
Esta não apresenta ribossomos aderidos e tem função de secreção celular, em alguns casos realiza a
síntese de substâncias.
O Golgi recebe as proteínas sintetizadas no R.E., concentrando-as e empacotando-as para a
exportação, formando pequenas vesículas chamadas grãos de zimógeno ou endosomas (figura 5).

7. Lisossomos
O lisossomo (do grego lise, quebra) é uma pequena vesícula que armazena enzimas, auxiliam nos
processos de fagocitose e pinocitose, digerindo o produto que foi absorvido. Estas vesículas são oriundas do
Complexo de Golgi (figura 5).

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8. Mitocôndrias
São responsáveis pela respiração celular, no seu interior ocorre a oxidação de substâncias derivadas
da glicose, com a conseqüente liberação de energia sob forma de moléculas de ATP. Os produtos finais dessa
reação são: gás carbônico e água. Para as mitocôndrias executarem sua função se faz necessária a presença
de oxigênio.
As mitocôndrias são formadas por duas membranas, a interna possui várias dobras (cristas
mitocondriais), dentro dela há material semelhante ao hialoplasma (matriz mitocondrial) (figura 5).

9. Peroxissomos
São organelas muito semelhantes aos lisossomos, mas, contém principalmente enzimas peroxidases.
No fígado existem numerosos peroxissomos relacionados à função de desintoxicação. Os peroxissomos
apresentam enzimas que agilizam a transformação de água oxigenada (peróxido de hidrogênio) em oxigênio
(figura 5).

10. Citoesqueleto
No hialoplasma há uma rede de filamentos muito finos que passa por toda a célula, estes são protéicos,
formados por diferentes proteínas. Citoesqueleto é o nome que se dá a essa rede de filamentos.
Existem 3 tipos de filamentos que compõem o citoesqueleto: os filamentos de actina (formados pela proteína
actina), os microtúbulos (formados por tubulina) e os filamentos intermediários (formados por uma família
heterogênea de proteínas).
As proteínas do citoesqueleto são responsáveis por muitos fenômenos de mobilidade celular. A ciclose
(movimento do citoplasma), o movimento de pseudópodes, a migração dos cromossomos durante a divisão
celular e o batimento de cílios e flagelos são fenômenos diretamente relacionados ao citoesqueleto (figura 6).

Figura 5. Esquema de uma célula animal com seus principais componentes.

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Figura 6: Esquema das principais proteínas do citoesqueleto de uma célula animal.

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HISTOLOGIA

3. Tecido Epitelial

O tecido epitelial serve para proteger o organismo, fazendo o revestimento das partes internas e
externas do corpo
Os epitélios são constituídos por células justapostas, entre as quais se encontra pouca substância
intercelular. Uma das propriedades do tecido epitelial é a capacidade de coesão entre as células, que formam
camadas celulares contínuas, revestindo a superfície e cavidades do corpo.

Os tecidos epiteliais têm como funções principais:

• Revestimento das superfícies (epiderme e epitélio do ovário)


• Revestimento e Absorção (epitélio do intestino)
• Secreção (observa-se nas glândulas)

Os tecidos epiteliais de revestimento podem apresentar algumas especializações, sendo elas: tipos de epitétilo.
Diferentes

• Microvilos (Função de absorção)


• Cílios e Flagelos (Gerar movimento)
• Estereocílios (São encontradas nas células apicais do epidídimo e do canal deferente)

Os epitélios são classificados de acordo com três fatores:

1. Forma das células


2. Estratificação (n. de camadas)
3. Especializações
4. Funções

1. Forma:

• Pavimentoso: quando as células são achatadas como escamas.


• Cúbico: quando as células têm forma de cubo.
• Cilíndrico ou colunar: quando as células são alongadas em forma de colunas.
• Transição: quando uma célula muda sua forma. Ex.: células do epitélio interna da bexiga urinária têm
forma cúbica, mas tornam-se achatadas quando submetidas ao estiramento causado pela dilatação do
órgão ao acumular urina.

2. Estratificação:

• Simples: somente uma única camada de células. Pode ser classificadas em pavimentosas, cubicas e
prismáticas ou colunar

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• Estratificado: várias camadas de células. Pode ser classificado em pavimentoso queratinizado (seco),
pavimentoso queratinizado (úmido), transição e prismático ou colunar.
• Pseudoestratificado ciliado: possui apenas uma camada celular, mas suas células têm tamanhos diferentes
e suas posições estão, em geral, invertidas alternadamente. Mas nem todas as célula alcançam a
superficie mas todas se apoiam na lâmina basal.

3. Especializações:

• Células queratinizadas: pele


• Células ciliadas: o tecido epitelial que reveste a traquéia.

4. Funções:

4.1) EPITÉLIO DE REVESTIMENTO


O epitélio de revestimento funciona como uma membrana isolante que reveste todas as superfícies
internas e externas do organismo. As células que compõem a pele (revestimento externo) são bastante
grudadas umas às outras, através de estruturas chamadas desmossomos, no qual pequenos filamentos de
proteínas presentes nas membranas plasmáticas se enlaçam, dando firmeza às células. Não existem artérias
ou capilares sanguíneos nesse epitélio, a oxigenação das células ocorre por difusão com células do tecido
conjuntivo. É por isso também, que essa camada de pele não sangra.
Os epitélios de revestimento podem ser classificados de acordo com o número de camada celulares
em: simples ou estratificado (ou pluriestratificado), e pode ainda ser classificado quanto à forma física das
células em: Pavimentoso, Cúbico ou Cilíndrico (Colunar ou Cilíndrico).
Desta forma, uma camada simples de células achatadas pode ser descrita como epitélio simples
pavimentoso, enquanto que um tecido com muitas camadas deste mesmo tipo de célula seria descrito como
epitélio estratificado pavimentoso.
Alguns órgãos, tal como a bexiga, variam o seu aspecto físico em função do seu trabalho e devido a
isto, este tipo de epitélio recebe o nome de Epitélio de Transição.
As células pertencentes aos epitélios simples podem apresentar microvilosidades ou cílios. Essas
microvilosidades são formadas por inúmeras pregas na membrana plasmática da célula, e têm como objetivo
aumentar área superficial. Estão presentes em células do intestino, por exemplo, para haver uma maior área
para absorção de água e nutrientes. Os cílios estão presentes, por exemplo, nas células da traquéia, e servem
para remover partículas estranhas, através de movimentos ordenados em uma direção.
O epitélio se auto-regenera rapidamente após ser lesado e se reproduz freqüentemente nas áreas do
corpo submetidas a desgaste natural, tal como a o interior da boca e o revestimento do trato intestinal.

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CLASSIFICAÇÃO DO EPITÉLIO DE REVESTIMENTO

Simples

Simples Simples Simples Pseudo-


Pavimentoso Cúbico Cilíndrico estratificado
ciliado
Estratificado Transição

Estratificado Estratificado Transição (relaxado)


Pavimentoso não Cúbico
queratinizado

Estratificado
Estratificado Transição (distendido)
Pavimentoso
Cilíndrico
queratinizado

4. 2) TECIDO EPITELIAL GLANDULAR

São constituídos por células que apresentam como atividade característica a produção de secreções
fluidas, de composição diferente da do plasma sanguíneo ou do fluido tecidual. Na maioria das vezes, os
processos de secreção são acompanhados da síntese intracelular de macromoléculas.
Essas secreções são armazenadas no citoplasma na forma de grãos ou de grânulos de secreção.
A natureza dessas macromoléculas é variada, assim podemos encontrar células que secretam
proteínas (pâncreas), lipídeos (adrenal e glândulas sebáceas) ou complexo de carboidratos e proteínas
(glândulas salivares).
Existem dois tipos de células glandulares: as exócrinas e as endócrinas. A diferença entre elas é que a
primeira libera sua secreção diretamente no meio externo (ambiente) e a outra lança as secreções na corrente
sanguínea.
As glândulas exócrinas são formadas por invaginações na camada de células do epitélio de
revestimento. Elas se afastam, formando um canal, onde liberam suas substâncias. Em torno dessas glândulas
passam capilares sanguíneos, que transportam a matéria prima da secreção.
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As glândulas endócrinas são formadas por células do epitélio de revestimento que se aprofundam e se
separam no tecido conjuntivo, perdendo contato com o meio externo. Em volta da glândula estão diversos
capilares, que fornecerão matéria prima para a formação da secreção e recolherão essa secreção, levando-a
ao seu destino. Existe ainda a divisão por glândulas multicelulares e unicelulares, que são aquelas formadas
por várias células ou uma só célula, respectivamente.
Classificação das glândulas quanto à secreção:
Merócrinas - eliminam a secreção sem que as células percam parte do seu citoplasma, podendo
produzir secreção a qualquer momento. Exemplo: glândulas salivares, lacrimais, sudoríparas.
Apócrinas - as células perdem parte de seu citoplasma na secreção, tendo que se recompor antes de
produzir secreções novamente. Exemplo: glândulas mamárias.
Holócrinas – as células são a própria secreção, morrendo e se separando da glândula. Ex: glândula
sebácea.

4. Tecido Conjuntivo

A função deste tecido é a sustentação e união dos órgãos do corpo, preenchendo os espaços
existentes entre os órgãos. É o tecido que existe em maior quantidade em nosso corpo. Neste tecido podemos
encontrar grande quantidade de material inerte entre as células, chamado de Matriz Extracelular (MEC), que é
formado por grandes quantidades de água, proteínas, fibras e minerais. As células deste tecido se encontram
separadas umas das outras, e são chamadas de FIBROBLASTOS, no entanto, algumas outras células
também podem ser encontradas neste tecido, tal como os macrófagos, os mastócitos, plasmócitos, células
adiposas e os leucócitos também são células do tecido conjuntivo, só que neste caso, elas vêm de outros
territórios e podem habitar temporariamente no tecido conjuntivo.
Os fibroblastos são as células responsáveis por sintetizar a proteína colágeno e a elastina, além de
diversas outras que compõem a matriz extracelular. Estas células também estão envolvidas com a produção
de fatores de crescimento, que controlam o crescimento e a diferenciação do tecido.
Os fibroblastos possuem citoplasma abundante e muitos prolongamentos. Seu núcleo é ovóide, grande
e fracamente corado. Já os fibrócitos, células mais maduras, são menores que os fibroblastos e tem um
aspecto mais fusiforme.
Neste tecido podemos encontrar três tipos de fibras:
 Fibras Elásticas: composta principalmente pela proteína elastina;
 Fibras Reticulares: composta pela proteína colágeno;
 Fibras Colágenas: composta pela proteína colágeno.

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IMPORTANTE: Assim como o tecido epitelial, o tecido conjuntivo fibroso pode se auto-regenerar facilmente
quando sofre lesões inflamatórias ou traumáticas. Nesses casos, os espaços deixados pela lesão em tecidos
cujas células não são capazes de se regenerar (ex. músculo cardíaco) são preenchidas por uma cicatriz de
tecido conjuntivo. A principal célula envolvida neste processo de cicatrização são os fibroblastos. Na reparação
de das feridas, observam-se células chamadas de MIOFIBROBLASTOS, que apresentam características de
fibroblastos e de células musculares lisas podendo inclusive, de acordo com o tamanho do ferimento, formar
cicatrizes e até mesmo colóides, caso haja excesso de colágeno durante a reparação tecidual.

TIPOS DE TECIDO CONJUNTIVO


Existem vários tipos de tecido conjuntivo: tecido conjuntivo propriamente dito, cartilaginoso,
adiposo, ósseo, sangüíneo. Agora estudaremos o propriamente dito e o adiposo, que podem ser visualizados
juntos na lâmina de pele, e, mais tarde veremos os demais.

 TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO


Existem dois tipos deste tecido: o frouxo e o denso
 TECIDO CONJUNTIVO FROUXO: suporta estruturas normalmente sujeitas a tensão, pressão e
atritos pequenos. É um tecido muito comum e que preenche os espaços entre as células musculares e entre os
vasos sangüíneos, além de ser encontrado nas papilas da derme, nas membranas serosas e em algumas
cavidades e glândulas. As células mais numerosas deste tecido são os fibroblastos e os macrófagos, além das
fibras de colágeno e elastina. Este tecido tem uma consistência delicada, é flexível, bem vascularizado e não
muito resistente a tração.
 TECIDO CONJUNTIVO DENSO: este tecido é adaptado para oferecer resistência e proteção aos
tecidos. É formado pelos mesmo componentes do tecido conjuntivo frouxo, porém com menos células e uma
maior predominância de fibras colágenas. Este tecido é menos flexível e mais resistente à tensão do que o
Tec. Conj. Frouxo. Quando suas fibras estão organizadas em feixes sem uma orientação definida, o tecido
chama-se denso não modelado, já se as fibras apresentarem uma organização na mesma direção, ele é
chamado de tecido conjuntivo denso modelado.

EDEMA: é causado pelo excesso de entrada ou dificuldade da saída de água na matriz extracelular do tecido
conjuntivo (Acúmulo de líquido intersticial).
• Pode ser provocado por obstrução dos vasos linfáticos, obstruções venosas ou dificuldade no retorno
do sangue venoso, aumento da permeabilidade da parede do capilar (lesão mecânica ou liberação de
histamina pelos mastócitos.

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 TECIDO CONJUNTIVO ADIPOSO
Esse tecido é formado por células que armazenam gordura, sua função principal é reservar energia: as
gorduras ali armazenadas são usadas pelo organismo como fonte de energia, sendo continuamente
renovadas. Também tem como função o isolamento térmico e a proteção contra choques mecânicos.
O tecido adiposo é formado por células do tecido conjuntivo que acumulam lipídios (gorduras) em seu
interior, no citoplasma. Essas células, em sua maioria, são de forma esférica e maiores que as demais. A
gordura armazenada nessas células servirá como fonte de energia para o organismo. Também constitui um
excelente isolante térmico e isolante mecânico, pois absorve os impactos, impedindo que estes cheguem aos
órgãos e os danifiquem.
Quando o organismo animal consome menos energia do que ingere, o excesso é guardado no tecido
adiposo. É por isso que pessoas sedentárias (pouca atividade física - movimentação), são mais "gordas" que
as que têm uma vida com maior movimento físico. O excesso de peso nos humanos não é bom, pois o
aumento do volume e massa corpórea faz alguns órgãos trabalharem demais (como coração, pulmões, rins,
etc). Em ursos polares, o tecido adiposo é muito importante, pois assim conseguem resistir ao frio extremo, e
os longos períodos de hibernação.
A classificação do Tecido adiposo é feita tendo como critérios a pigmentação da gordura armazenada
e a forma de organização:
* Tecido adiposo branco (ou unilocular)
Suas células apresentam forma de esfera, tendo em seu interior uma grande quantidade de lipídios,
em uma "gota", tanto que o núcleo achatado e o citoplasma são deslocados do centro. A quantidade de
substâncias fundamentais é menor que em outros tecidos. Esse tecido é bastante irrigado por vasos
sanguíneos.
*Tecido adiposo pardo (ou multilocular)
As células desse tecido são menores que as do unilocular, pois ao invés de uma grande "gota" de
gordura, é constituída por diversas gotículas (vacúolos), que se espalham por todo o citoplasma. São ricas em
mitocôndrias, organelas que produzem energia e calor. Os animais hibernantes têm bastante desse tipo de
tecido, pois o calor produzido irá manter a temperatura do corpo em períodos longos de frio. Nesses animais,
durante a hibernação, o sangue que fica na rede de vasos sanguíneos dentro desses tecidos se aquece, sendo
"bombeado" para outras partes do corpo na hora do despertar para o verão, fazendo o organismo voltar a
funcionar completamente. Nos seres humanos, esse tecido é mais importante nos recém-nascidos, para
protegê-los do frio. É um tecido que só é formado enquanto o bebê está no ventre, não sendo mais produzido
na vida pós-natal.

 Estrutura da Pele
A pele é basicamente formada por três camadas:
 Epiderme: a parte mais externa, que é subdividida em camadas chamadas de estratos. A epiderme
é constituída inteiramente de células epiteliais e como tal, não apresenta vasos sangüíneos.

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Por ser a camada mais externa da pele, as células da epiderme estão constantemente sendo perdidas
através do desgaste natural da pele e em função disto, as células da epiderme possuem um alto grau de
renovação celular, que só é possível devido ao tecido conjuntivo presente na derme, pois neste tecido, em
função da presença de vasos sangüíneos, novas células são produzidas e então “empurradas” para cima até
atingirem a epiderme e renovarem a superfície celular. Em certas partes da epiderme é possível observar
grandes depósitos de uma proteína chamada queratina, que serve para engrossar a pele, protegendo-a do
atrito (ex: calos e pele grossa – planta do calcanhar).
As células da camada mais profunda da epiderme produzem um pigmento escuro chamado de
melanina, e que é responsável pela coloração da pele.
 Derme: composta por um arcabouço de tecido conjuntivo, possuindo muitos vasos sangüíneos,
terminações nervosas e glândulas. Devido a elasticidade das fibras da derme, a pele pode esticar bastante
sem que hajam ou com poucos danos (ex. gravidez). A grande maioria dos anexos da pele, glândulas
sudoríparas, glândulas sebáceas e os pêlos, encontram-se localizados na derme, cuja espessura também
pode variar de acordo com a região do corpo onde ela se localiza, por exemplo em alguns lugares há grandes
quantidades de derme, tal como na palma da mão e em outros, há apenas uma pequena quantidade, tal como
nas pálpebras.
 Hipoderme: é a camada mais interna da pele, e é constituída pelos adipócitos, células do tecido
adiposo que armazenam gordura (lipídios). Esta parte da pele é a responsável por conectar a pele aos
músculos. Os vasos sangüíneos que percorrem a hipoderme, suprem a pele também ajudam a regular a
temperatura do corpo. A distribuição da hipoderme também varia de acordo com a região do organismo, sendo
bastante intensa na região abdominal, a fim de suprir as reservas energéticas do organismo.
 Anexos da Pele
 Glândulas Sudoríparas: são estruturas espiraladas semelhantes a tubos e que tem como principal
função regular a temperatura do corpo através da evaporação do suor através da superfície do corpo graças
aos tubos secretores que estas glândulas possuem e que se estendem até os poros da pele. Algumas
glândulas sudoríparas liberam suas secreções através dos folículos pilosos, em resposta ao estresse
emocional ou ao estímulo sexual.
 Glândulas Sebáceas: são estruturas em forma de saco e que apresentam secreção oleosa, o sebo,
responsável pela lubrificação da pele e por evitar o seu ressecamento. Os ductos das glândulas sebáceas se
abrem nos folículos pilosos.
 Pêlos: O pêlo é uma estrutura não viva composta principalmente por queratina. Cada pêlo se
desenvolve dentro de uma bainha chamada de folículo piloso. Dentro dos folículos, encontramos o músculo
eretor do pêlo, um músculo involuntário responsável pela elevação do pêlo.
 Unhas: as unhas são estruturas protetoras constituídas de queratina dura produzidas pelas células
que se originam na camada externa da epiderme.
FUNÇÕES DA PELE
Estas são apenas algumas das funções da pele:
 Proteção contra infecções;
Curso de Educação Física – disciplina: Bases Biológicas 17
 Proteção contra desidratação;
 Regulação da temperatura corporal;
 Coleta de informações sensitivas (devido ao grande número de terminações nervosas).
IMPORTANTE: A pele humana não “respira”. Os poros da epiderme servem apenas como saída para os
produtos das glândulas sudoríparas e sebáceas, e não são utilizados para trocas gasosas.

PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
- Colocar lâminas contendo tecidos de pele, tendão e vaso sangüíneo na objetiva panorâmica.
- Passar para as objetivas 100X e 400X
- Observar o tecido epitelial (as camadas celulares, os tipos de células (forma), as glândulas existentes), o
tecido conjuntivo denso e frouxo e o tecido adiposo.
- Desenhar esquematizando as características encontradas, descrevendo através de legenda.
Observação Tec. Epitelial e Conjuntivo

100x 100x 100x

400x 400x 400x

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5. Tecido Cartilaginoso

É uma forma especializada do tecido conjuntivo denso, cuja principal função é a de sustentação.
É um tecido avascularizado que recebe nutrição através do tecido conjuntivo denso, o pericôndrio, que
é uma bainha de tecido conjuntivo.
Os Condrócitos que estão na periferia apresentam-se achatados e os centrais mais arredondados;
Todos têm núcleo grande, nucléolo proeminente, citoplasma pouco corado, muitas mitocôndrias, RER e
Complexo de Golgi desenvolvido;

FORMAÇÃO:
• Os condroblastos secretam a matriz extracelular abundante.
• Há o aparecimento de lacunas, local onde ficam os condrócitos.
• A matriz extracelular é constituída por colágeno, elastina e proteoglicanas.
• Não há vasos sanguíneos e nem linfáticos na cartilagem. A nutrição é feita pelo tecido conjuntivo que a
envolve (denominado Pericôndrio).

Existem basicamente três tipos de cartilagens:


- Hialina: A mais abundante de todas as cartilagens. Apresenta pericôndrio e grupos isogênicos. Pode ser
observada nas fossas nasais, traquéia, brônquios, extremidade ventral das costelas, articulações, etc.
- Elástica: O pericôndrio desta cartilagem apresenta crescimento aposicional. Encontradas nas tubas
auditivas, epiglote, cartilagem cuneiformes da laringe, etc.
- Fibrosa: Não possui pericôndrio e está sempre em contato com o tecido conjuntivo denso (tendão). Pode ser
encontrada nos discos invertebrais, na sínfise púbica e nos tendões.

Tecido Cartilaginoso Condroblasto Condrócito

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A cartilagem possui dois tipos de crescimento: aposicional e intersticial. Crescimento aposicional é
a formação de cartilagem sobre a superfície de uma cartilagem já existente. As células empenhadas nesse tipo
de crescimento derivam do pericôndrio. O crescimento intersticial ocorre no interior da massa cartilaginosa.
Isso é possível porque os condrócitos ainda são capazes de se dividir e porque a matriz é distensível.

Fibroblasto do Pericôndrio

Condroblasto

Condrócito

Matriz Territorial

Junqueira, Carneiro (1999) Matriz


Interterritorial

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PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
- Posicionar a lâmina de traquéia no microscópio e realizar a primeira observação na objetiva
panorâmica.
- Após, observar nas objetivas de 100x e 400x, e esquematizar as visualizações (com legendas),
atentando células que compõem a matriz do tecido Cartilaginoso hialino e elástico: condroblastos e condrócitos
e identificando o pericôndrio, as lacunas e os grupos isogênicos.
- Desenhar esquematizando as características encontradas, descrevendo através de legenda.
Observação Tec. Cartilaginoso

100x 100x 100x

400x 400x 400x

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6. Tecido Muscular

É formado por células alongadas e com grande capacidade de contração. Essa capacidade
proporciona os movimentos do corpo.
Há dois tipos básicos de células musculares, chamadas de miócitos:
* Lisas: têm contração lenta e involuntária. Formam os músculos das paredes de órgãos como
estômago e o intestino.
* Estriadas: têm contração vigorosa e voluntária. Uma exceção é o músculo cardíaco.
Num músculo como o bíceps ou o deltóide, por exemplo, as fibras musculares estão organizadas em
grupos de feixes, sendo o conjunto de feixes envolvidos por uma camada de tecido conjuntivo chamada de
EPIMÍSIO, que recobre o músculo inteiro. Do epimísio partem finos septos de tecido conjuntivo que se dirigem
para o interior do músculo, separando os feixes. Estes septos constituem o PERIMÍSIO. Assim, o perimísio
envolve os feixes de fibras. Cada fibra muscular individualmente é envolvida pelo ENDOMÍSIO, que é formado
pela lâmina basal da fibra muscular associada a fibras reticulares. A unidade fundamental do músculo recebe o
nome de SARCÔMERO.
O tecido conjuntivo mantém as fibras musculares unidas, permitindo que a força de contração gerada
por cada fibra individualmente atue sobre o músculo inteiro. A força de contração do músculo pode ser
regulada pela variação do número de fibras estimuladas pelos nervos e é por intermédio do tecido conjuntivo
que a força de contração dos músculos se transmite a outras estruturas, tal como os tendões e os ossos.
Os vasos sangüíneos penetram nos músculos através dos septos que correm entre as fibras
musculares, que contém ainda, vasos linfáticos e nervos.
Este tecido não possui facilidade de se auto-regenerar, e muitas vezes, quando lesionado é substituído
por tecido conjuntivo.

Comparação entre os três tipos de músculo


Característica Estriado Esquelético Estriado Cardíaco Liso
Multinucleado, núcleos
Núcleos Um ou dois núcleos centrais Um núcleo central
alongados na periferia
Não. Corpos densos e placas
densas apóiam microfilamentos
Sarcômeros Sim Sim
em rede no citoplasma. Não
expressa troponina
Morfologia das Células longas e Células ramificadas com
Células fusiformes, sem estriações
Células cilíndricas discos intercalares
Sarcômeros, Actina-f, Sarcômeros, Actina-f, Actina-f, tropomiosina, Filamentos
Citoesqueleto na
Tropomiosina, Tropomiosina, Troponina, Intermediários (Vimentina,
contração
Troponina, Miosina Miosina Desmina)
Inervação efetora Motora somática: Placa SN Autônomo SN Autônomo

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Motora
Involuntária, rítmica e
Contração Voluntária, tudo ou nada Involuntária; lenta e vigorosa
espontânea
Retículo Bem desenvolvido, com Pouco REL, mas não envolvido no
Pouco definido
sacroplasmático cisternas terminais armazenamento de Ca2+
Sim. Formação da
Túbulos T Sim. Formação da DÍADE Nenhum
TRÍADE
Ligação de Cálcio Troponina C Troponina C Calmodulina
Controle do Calseqüestrina nas
Ca+2 extracelular Cavéolas
Cálcio cisternas terminais
Bainhas Epimísio, Perimísio,
Endomísio e bainhas Endomísio
envoltórias endomísio
Discos intercalares ou
estrias escalariformes
Junções celulares Nenhuma Nexus ou junções comunicantes
(desmossomas e nexus ou
junções comunicantes)
Musculatura associada
ao esqueleto, língua e Parede de vasos sanguíneos,
Distribuição Coração
parte anterior do vísceras, derme
esôfago,
Inervação
sensorial Fuso muscular, Órgãos
Aferentes SNA Aferentes SNA
(Ver O. dos Tendinosos de Golgi
Sentidos)
Colágeno, elastina, fatores de
Secreção Peptídeo Natriurético Atrial crescimento, proteoglicanas e
glicosaminoglicanas
Regeneração Sim: Células satélite Não Sim
Mitose Não Não Sim

Músculo Estriado Esquelético Músculo Estriado


Células com miofilamentos Cardíaco Músculo Liso
organizados, em arranjos que se Restrito ao coração. Presentes nas vísceras, na derme, íris e na
repetem regularmente. Associado Origina-se do mesoderma parede dos vasos sangüíneos. Origina-se do
ao esqueleto. Origina-se do esplâncnico. mesoderma esplâncnico e somático.
mesoderma somático

Cardiomiócito Leiomiócito
Mioblasto e parte de miônio.
Centro de Microscopia PG Biologia Celular
Centro de Microscopia Eletrônica
Eletrônica (Cemel) - ICB - Centro de Microscopia Eletrônica (Cemel) -
(Cemel) - ICB – UFMG
UFMG ICB - UFMG
http://www.icb.ufmg.br/mor/biocelch/musculo/musculo.html
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IMPORTANTE: As variações no diâmetro das fibras musculares esqueléticas dependem de vários fatores,
como o músculo considerado, idade, sexo, estado de nutrição e treinamento físico. Não é real que o exercício
aumenta a musculatura e diminui a quantidade de tecido adiposo, o que acontece na verdade é o aumento da
musculatura devido à formação de novas miofibrilas, com o aumento do diâmetro das fibras musculares.
Este processo, caracterizado pelo aumento do volume das células é chamado de HIPERTOFIA, enquanto que
o crescimento devido à proliferação de células chama-se HIPERPLASIA. A hiperplasia é comum em outros
tecidos, mas não nos músculos esqueléticos e cardíaco. No entanto, o m. liso é dotado de capacidade de
multiplicação celular, podendo aumentar de volume por hiperplasia.

Procedimentos experimentais:
- Posicionar uma a uma as lâminas de músculo estriado esquelético, músculo cardíaco e músculo liso
(bexiga) no microscópio e realizar a primeira observação na objetiva panorâmica.
- Após, observar nas objetivas de 100x e 400x, e esquematizar as visualizações (com legendas),
atentando ao formato das células, a forma e distribuição dos núcleos, a existência ou não de estrias e o tipo de
corte visualizado.
Observação Tecido Muscular

100x 100x 100x

400x 400x 400x

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Observação: Tecido Muscular I

100x 100x 100x

400x 400x 400x

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7. Tecido Ósseo

O tecido ósseo é um tipo de tecido conjuntivo denso com células e fibras imersas numa substância
dura e inflexível bem adequada para as funções de sustentação e de proteção que realiza.
O tecido ósseo é um tecido dinâmico que é renovado e remodelado durante toda vida dos mamíferos.
Sua construção é única, pois fornece a maior resistência à tração com o menor peso do que qualquer outro
tecido.
 Características gerais:
• É um tipo especializado de tecido conjuntivo. Contém células e uma matriz óssea calcificada.
• É um tecido muito resistente e rígido, que constitui o esqueleto humano.
• Aloja e protege a medula óssea, formadora das células do sangue.
• Transforma as contrações musculares em movimentos úteis (sistema de alavancas).
• Funcionam como depósito de cálcio, fosfato e outros íons (armazenamento e liberação controlada).

TIPOS DE CÉLULAS FUNÇÃO


Responsáveis pela produção e secreção da matriz óssea.
Osteoblatos

Osteócitos Situam-se nas cavidades (lacunas) no interior da matriz.


Osteoclastos Células gigantes multinucleadas, relacionadas com a absorção do tecido
ósseo e participam do processo de remodelação óssea.

 Nutrição das células do tecido ósseo:


• Canalículos na matriz que permitem a comunicação dos osteócitos com as superfícies interna e
externa do osso e com os canais vasculares da matriz.

O tecido ósseo encontrado no adulto,


geralmente apresenta-se organizado em
Sistema de Harvers.

Apresenta fibras colágenas organizadas em


lamelas, dispostas concentricamente ao
redor de um canal (Canal de Harvers).

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Processo de reparação de fratura óssea

 OSTEOPOROSE:
• Diminuição da massa óssea devido a uma queda na secreção de estrogênio (menopausa), podendo
ocasionar quebras com muita facilidade.
• Os osteoblastos passam a produzir e secretar menos matriz óssea.
• A absorção óssea (osteoclastos) é maior do que a deposição óssea (osteoblastos).
• A terapia com estrógeno pode reduzir ou eliminar esta condição.
 O efeito das vitaminas no desenvolvimento do esqueleto:
VITAMINA
Efeitos no Desenvolvimento do Esqueleto

Deficiência de Inibe a formação do osso. Falha na reabsorção e remodelagem dos ossos cranianos.
vitamina A
Hipervitaminose Erosão das colunas de cartilagem. Cessa prematuramente o crescimento.
de vitamina A
Deficiência de A produção deficiente de colágeno e matriz óssea resulta no retardo do crescimento e
vitamina C atraso na recuperação. ESCORBUTO.
Deficiência de Ossificação interrompida, onde as células tornam-se desordenadas levando à formação
vitamina D de ossos pobremente calcificados, que se tornam deformados pelo peso. RAQUITISMO
(crianças) e OSTEOMALÁCIA (adulto)

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 Funções dos Ossos:
1. Suporte para as partes moles e proteção de órgãos vitais;
2. Fornece inserção para os músculos e tendões necessária à movimentação;
3. Reserva de cálcio.

 Características morfológicas e funcionais:


Três características morfológicas e funcionais diferenciam o tecido ósseo do tecido cartilaginoso:
1. O crescimento do tecido ósseo só se dá de forma aposicional, já o tecido cartilaginoso (para as
cartilagens hialinas e elásticas) pode crescer de forma aposicional e intersticial;
2. O tecido ósseo possui um sistema canalicular específico já o cartilaginoso não o apresenta;
3. Por conseguinte, o tecido ósseo possui um suprimento vascular direto e o tecido cartilaginoso é avascular.

 Diferença entre osso e tecido ósseo:


É possível se encontrar referências que confundam tecido ósseo com osso. Portanto, é bom considerar
que osso é um órgão composto por vários tecidos diferentes (conjuntivo denso, nervoso... e entre eles o tecido
ósseo) já o tecido ósseo é um tecido que compõe a maior parte de um osso.

 Componentes do tecido ósseo:


O tecido ósseo é formado por células (osteócitos, osteoblastos e osteoclastos) e por um material
intercelular calcificado, a matriz óssea.
Os osteócitos são células achatadas existentes no interior da matriz óssea, ocupando lacunas das quais
partem canalículos. São essenciais para a manutenção da matriz óssea.
Os osteoblastos são células responsáveis pela formação da parte orgânica da matriz óssea (colágeno e
proteoglicanas). Localizadas sempre nas superfícies ósseas, com formato cúbico, lembrando um epitélio.
Os osteoclastos são células gigantes, móveis, extensamente ramificadas, com partes dilatadas que
contém seis a cinqüenta ou mais núcleos. São os responsáveis pela reabsorção do tecido ósseo.
A matriz óssea é constituída por uma parte orgânica e uma parte inorgânica.
A parte orgânica consiste principalmente (95%) em fibras colágenas unidas entre si por pequena
quantidade de substância fundamental amorfa (5%).
A parte inorgânica representa cerca de 50% do peso da matriz óssea e é composta principalmente por
íons de cálcio e fosfato, encontrando-se também bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato em pequenas
quantidades.

 Estrutura microscópica
Um corte transversal do osso compacto não descalcificado e desgastado é composto de matriz óssea
depositada em lamelas que existe em três padrões: as lamelas concêntricas ao redor de canais longitudinais,
os canais de Harvers, que conjuntamente (lamelas concêntricas + canal de Harvers) formam o Sistema de
Havers; entre estas há grupos irregulares de lamelas que são as lamelas Intersticiais e são as linhas
Curso de Educação Física – disciplina: Bases Biológicas 28
cimentantes que delimitam cada sistema de Havers e intersticial; as superfícies externa e interna do osso
compacto estão compostas de lamelas ósseas concêntricas, são as lamelas circunferencial externa e interna,
respectivamente. Interligando os canais de Havers encontramos canais transversais, no interior dos quais se
encontram vasos sanguíneos, são os canais de Volkman.
A maioria dos ossos está envolta por uma dura camada de tecido conjuntivo, o periósteo que é formado
por duas camadas: uma interna que é osteogênica (fornecedora de células para a formação de tecido ósseo) e
a externa que é a fibrosa, composta de fibras colágenas e vasos sanguíneos. O endósteo é a outra camada de
tecido conjuntivo que envolve ou reveste a cavidade medular, sendo delgada e também possuindo potencial
osteogênico.

 Ossificação ou osteogênese
Há dois tipos diferentes de desenvolvimento do tecido ósseo: quando o osso se forma diretamente do
mesênquima, o processo é denominado ossificação intramembranosa; quando acontece a partir de modelos
cartilaginosos pré-existentes é denominado ossificação endocondral.

 Ossificação intramembranosa
Esse processo ocorre a partir da diferenciação de células mesenquimais indiferenciadas e fibroblastos em
células osteogênicas, essas dividem-se formando mais células osteogênicas e também diferenciando-se em
osteoblastos. Os osteoblastos secretam a matriz óssea e se deslocam ou são incluídos em lacunas e se
tornam osteócitos. Gradativamente pequenas ósseas que se irradiam em diversas direções são formadas. São
as espículas ósseas que aumentam e tornam-se trabéculas que juntas formam o osso trabecular ou esponjoso.
A formação do osso compacto ocorre a partir do momento em que as trabéculas do osso esponjoso, que é
formada por osso imaturo, vão sofrendo adicionamento de novas lamelas de osso maduro até preencher os
espaços entre as trabéculas.

 Ossificação endocondral
A ossificação endocondral ocorre a partir de um modelo cartilaginoso, especificamente esse processo
ocorre na formação dos ossos das extremidades, coluna vertebral, pelve e base do crânio.
A ossificação endocondral se dá a partir do centro de ossificação primário que é formado exatamente na
parte média do modelo cartilaginoso. O fato é que com o crescimento da cartilagem tanto em largura como em
comprimento e em espessura faz com que os condrócitos da parte intermediária amadureçam, se hipertrofiem
e secretem fosfatase alcalina que vai calcificar a substância intercelular. Isto levará a morte aos condrócitos e
haverá formação de grandes lacunas neste local. Simultaneamente na periferia do modelo cartilaginoso ao
nível da região média haverá a formação do colarinho ósseo, que é uma faixa onde o pericôndrio passou a
periósteo. A partir desse vasos sanguíneos se dirigirão para as lacunas formadas e daí condroblastos
sintetizarão matriz óssea e se transformarão em osteócitos, haverá a formação do broto periósteo. Quando
este broto atingir o interior da parte média do modelo cartilaginoso, o centro primário de ossificação é
estabelecido. Assim sendo, vai-se formando as trabéculas que formam inicialmente um osso esponjoso e
Curso de Educação Física – disciplina: Bases Biológicas 29
imaturo. O modelo cartilaginoso continua a crescer no sentido do comprimento e o centro primário de
ossificação se estende no sentido das epífises. O periósteo continua acrescentando osso na periferia, o osso
esponjoso na parte central não é mais indispensável para a sustentação, portanto ele é reabsorvido pelos
osteoclastos, formando assim a cavidade medular que é preenchida com tecido hematopoético.
Há que se destacar os centros epifisários de ossificação nos ossos longos que também contribuem para a
ossificação.
Os discos epifisários que nos animais domésticos persistem até à puberdade são elementos importantes
no crescimento longitudinal do osso longo.
O crescimento transversal do osso se dá por acréscimo de novas camadas na superfície externa com
reabsorção simultânea na superfície interna.

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8. Tecido Nervoso

Têm a função de captar estímulos ambientais ou do próprio corpo, conduzir impulsos nervosos,
interpretá-los e respondê-los. É constituído por células nervosas ou neurônios e células de apoio ou células da
glia.
O tecido nervoso forma os órgãos dos sistemas nervosos central, periférico e autônomo.
As células nervosas ou neurônios que são células altamente diferenciadas, de ciclo vital longo, sem
capacidade de divisão e de regeneração, têm prolongamentos ramificados, os dendritos, e um cilindro-eixo, o
axônio, geralmente mais longos que os dendritos. Muitas vezes o axônio é protegido por um envoltório
denominado bainha de mielina.
Os neurônios têm uma forma especial de reação, que consiste no impulso nervoso, produzido sempre
na mesma direção: dos dentritos são prolongados e partem do corpo celular, recolhem impulsos nervosos e
deste para o axônio.
Os neurônios relacionam-se uns com os outros pelas extremidades de suas ramificações, que não se
tocam, mas ficam bem próximas. Essas áreas de conexão são denominadas sinapses. É através das sinapses
que o impulso passa do axônio de uma célula para os dentritos de outra.
Feixes de axônios revestidos por tecido conjuntivo formam os nervos. Conforme os axônios
apresentam ou não a bainha de mielina, os nervos são classificados em mielínicos ( nervos brancos) e a
amielínicos (nervos cinzentos).
Encaixadas entre os neurônios, com função de apoio e preenchimento, encontram-se células especiais
que constituem a neuróglia.

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Curso de Educação Física – disciplina: Bases Biológicas 32
Observação do Tecido Nervoso e Tecido Ósseo
Observe nos aumentos de 4x, 100x e 400x.

100x 400x 400x

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9. Sangue

Tem este nome hemapoiético (hematos, sangue; poiese, formação), sua função é produção de células
do sangue. Localizado principalmente na medula dos ossos, recebe o nome de tecido mielóide (mielos,
medula). Nesse tecido encontram-se células sangüíneas sendo produzidas, em diversos estágios de
maturação.
O sangue é um tecido constituído de plasma (substância rica em água, proteínas, sais minerais, etc) e
de células: glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas. As suas principais
funções são: transporte de nutrientes, hormônios, gases e resíduos da atividade celular e defesa do
organismo).
Há duas variedades desse tecido: o linfóide, encontrado no baço, timo e gânglios linfáticos, e o
mielóide, que forma a medula óssea.
O tecido linfóide produz alguns tipos de leucócitos (ou glóbulos brancos), e o tecido mielóide produz
hemácias e plaquetas.
As hemácias dos mamíferos têm a forma disco bicôncavo e não apresentam núcleo nem organelas, e
sua forma facilita a penetração e saída de oxigênio, o que é importante para a função dessas células, que é
transportar oxigênio.
Os leucócitos são células incolores nucleadas e com os várias organelas celulares, tendo quase o
dobro do tamanho das hemácias. Encarregados da despesa do organismo, eles produzem anticorpos e
fagocitam microorganismos invasores e partículas estranhas.
Apresentam a capacidade de passar pelas paredes dos vasos sangüíneos para o tecido conjuntivo, sem
rompê-los, fenômeno este denominado diapedese. Distribuem-se em dois grupos: granulócitos e
agranulócitos, conforme tenham ou não, granulações específicas no citoplasma.
Os leucócitos granulócitos são:
 Neutrófilos: coram-se por corantes neutros. O núcleo é polimórfico e apresentam-se dividido em
segmentos unidos entre si por delicados filamentos. São os leucócitos mais abundantes do sangue circulante
(65%); realizam diapedese, indo fazer a defesa através da fagocitose.
 Eosinófilos: apresentam geralmente dois segmentos ligados ou não por um filamento delicado e material
nuclear. Também realizam diapedese e fagocitose.
 Basófilos: apresentam núcleos parcialmente dividido em dois segmentos; Estão relacionados com reações
alérgicas.

Os leucócitos agranulados são:


 Linfócitos: apresentam núcleo arrendondado e citoplasma escasso. Os linfócitos B passam para o Tecido
conjuntivo e se transformam em plasmócitos que produzem anticorpos. Os linfócitos T produzidos no timo,
também estão relacionados com a defesa imunitário.
Curso de Educação Física – disciplina: Bases Biológicas 34
 Monócitos: são as maiores células do sangue circulante normal; o citoplasma é abundante, o núcleo é
arrendondado, oval ou uniforme. Em células mais velhas o núcleo pode apresentar a forma de ferradura. Os
monócitos têm capacidade de emitir e retrair pseudópodos; são portanto, móveis e tendem a abandonar a
corrente sangüinea e ingressar nos tecidos onde fagocitam e são denominados macrófagos. Representam 6%
dos leucócitos.

As plaquetas (ou trombócitos), são pequenos corpúsculos que resultam da fragmentação de células
especiais produzidas pela medula óssea. Elas detêm as hemorragias, pois desencadeiam o processo de
coagulação do sangue: quando há um ferimento, externo ou interno, forma-se um coágulo, que age como um
tampão para deter a hemorragia. Apesar de aparentemente simples, sabe-se que a coagulação é controlada
por inúmeros fatores, incluindo fatores genéticos.

hemácias e plaquetas (setas) eosinófilo monócito

neutrófilo e plaqueta
linfócito basófilo
(seta)

Curso de Educação Física – disciplina: Bases Biológicas 35


Observação Células do Sangue
Observe nos aumentos de 4x, 100x e 400x.

100x 400x 400x

Curso de Educação Física – disciplina: Bases Biológicas 36


FACULDADE DE JAGUARIÚNA
Campus I - R. Amazonas, 504 - Jd. Dom Bosco
Campus II - Rod. Adhemar de Barros, km 127 - Pista Sul
JAGUARIÚNA - SP

Disciplina de Bases Biológicas: Profa. Dra. Karina A. R. Ribeiro

Educação Física ( ) Licenciatura ( ) Bacharelado

Nomes:

RESPONDA AS SEGUINTES QUESTÕES SOBRE OSMOSE:

1.Relativo ao processo osmótico, indique a opção correta:

a) O soluto se desloca do meio hipertônico para o hipotônico

b) Na passagem do solvente, através da membrana, há gasto de energia na forma de ATP

c) O solvente move-se do meio hipotônico para o meio hipertônico

d) Há passagem de soluto através da membrana

e) O soluto move-se do meio hipotônico para o meio hipertônico

2. A membrana plasmática apresenta uma propriedade típica: a permeabilidade seletiva. No que consiste
esta propriedade?

3. O que acontece quando hemácias são colocadas em:

a) água destilada

b) solução hipertônica

4. Considere as seguintes afirmações:

I- Ao ser colocada em soro fisiológico, uma hemácia tem sua membrana plasmática preservada

II- Ao ser colocada em água destilada, uma hemácia “murcha”

III- Ao ser colocada em solução salina a 3% uma hemácia sofre hemólise.

Quais são corretas?

a) Apenas I

b) Apenas II

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c) Apenas III

d) Apenas I e II

e) Apenas I e III

5) Em que tubos de ensaio a solução é:

- Hipertônica? __________________________
- Isotônica? __________________________
- Hipotônica? __________________________

6) Entre os tubos nos quais a hemólise é máxima, qual contém a solução de maior concentração de NaCl?

7) Em que tubo a hemácia permanece inalterável? Por quê?

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AULA PRÁTICA: FERMENTAÇÃO

01. INTRODUÇÃO

A respiração aeróbica é um processo biológico pelo qual compostos orgânicos reduzidos são
mobilizados e oxidados de uma maneira controlada. Durante a respiração, energia livre é liberada e
incorporada na forma de ATP, que pode ser facilmente utilizado para a manutenção e desenvolvimento da
célula/organismo. Um dos principais substratos utilizados para produção de energia é a glicose, que é oxidada
inicialmente pela via glicolítica. Dependendo do tipo celular e da situação metabólica, o piruvato (produto da
glicólise) pode ter diferentes destinos.
Em condições aeróbias, o piruvato é totalmente oxidado a CO2 e água. No entanto, no metabolismo
+
anaeróbio (fermentação) o piruvato é reduzido a outras substâncias (Ex. lactato e etanol) regenerando o NAD ,
necesserário para o funcionamento da via glicolítica. A fermentação láctica é um processo que ocorre
frequentemente nas hemáceas uma vez que essas células não possuem mitocôndria para ocorrência do
metabolismo aeróbio. A produção de lactato também pode ser observada em células musculares, durante
exercícios físicos intensos, onde o aporte de oxigênio não é suficiente. Já em outros organismos, como
leveduras, o piruvato é convertido à álcool (etanol) e a fermentação é chamada de fermentação alcoólica.

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PROCEDIMENTO PRÁTICO:

1- Dissolver 01 tablete de fermento biológico em 240 mL e dividir em 6 tubos numerados de 2 a 7.


2- No tubo 1 acrescentar 50 mL (volume igual aos outros frascos) de água morna.
3- A cada frasco adicionar os aditivos, de acordo com a tabela abaixo:

1 2 3 4 5 6 7
Água morna X --- --- --- --- --- ---
Fermento dissolvido --- X X X X X X
1 colher de açúcar (50 g) X --- X X --- X X
10 gotas de adoçante --- --- --- --- X --- ---
1 colher de óleo mineral (5 mL) --- --- --- X X --- X*
Bexiga (colocar na boca dos X X X X X X X*
frascos)
Temperatura (ºC) 20-25 20-25 20-25 20-25 20-25 0-5 90-100
*Atenção: só acrescentar o óleo e a bexiga após a fervura.
4- Deixar todos os frascos em repouso na temperatura indicada por 1 hora. Observar.

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EXERCÍCIOS SOBRE A AULA PRÁTICA DE FERMENTAÇÃO

ALUNO: ____________________________________________ TURMA: _______________


ALUNO: ____________________________________________ TURMA: _______________
ALUNO: ____________________________________________ TURMA: _______________
ALUNO: ____________________________________________ TURMA: _______________
ALUNO: ____________________________________________ TURMA: _______________

1- Dê a definição do conceito fermentação.

2- Qual a importância da formação de lactato e ou etanol durante o metabolismo anaeróbio?

3- Por que a concentração plasmática de lactato nunca cai a zero mesmo numa situação de repouso?

4- Identifique os tipos, ocorrência, aplicações da fermentação.

5- Sobre os resultados obtidos, comente:


- a produção ou não de CO2 e a velocidade de desprendimento do gás e o ocorrido nos tubos de 1 a 7.

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