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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Aulas Práticas de Laboratório

TRANSFORMADORES

ELABORADO POR:

Prof. Adalton Lima de Aguiar


Prof. José Roberto Camacho
LABORATÓRIO DE ENSAIOS DE TRANSFORMADORES
Aulas Práticas de Laboratório

INTRODUÇÃO

Ao corpo discente,

A disciplina “TRANSFORMADORES”, obrigatória no currículo do


curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Uberlândia, é
uma disciplina e caráter específico e parte de um conjunto de disciplinas
que compõem juntamente com Conversão de Energia, Máquinas
Elétricas, Máquinas Síncronas e Projeto de Máquinas, o leque de
disciplinas básicas para a formação de um profissional competente, com
ênfase em Sistemas de Potência.

Às aulas de Laboratório ficam reservadas as discussões de aspecto prático


dos transformadores tais como: ensaios de rotina, de tipo e cuidados
específicos desde a manutenção de transformadores de distribuição. Serão
enfocados até os cuidados especiais com sofisticados transformadores
hoje utilizados nas mais modernas instalações em Extra-Alta Tensão.

O nosso intuito é fornecer a você, nosso estudante, uma ferramenta para


aprimorar a sua capacidade de crítica construtiva, sua iniciativa e sua
criatividade, virtudes sem as quais não existe o profissional de qualidade
em Engenharia Elétrica.

É nosso desejo que trabalhando em conjunto de forma cooperativa nesta


disciplina, possamos todos aprender muito e estimular a criação de um
profissional competente, desenvolvendo um curso de qualidade e
construindo uma Universidade que prima pela seriedade e pelo trabalho.

Uberlândia, março de 2000

Prof. Adalton Lima de Aguiar


Prof. José Roberto Camacho

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Faculdade de Engenharia Elétrica
LABORATÓRIO DE ENSAIOS DE TRANSFORMADORES

AULA NO 1

COMPONENTES DO TRANSFORMADOR (TRAFO) –


VERIFICAÇÃO DA FORMA DE ONDA DA CORRENTE A VAZIO E
DA CORRENTE TRANSITÓRIA (INRUSH)

1. Introdução

A corrente a vazio é um parâmetro importante, pois define a energia


consumida pelo trafo quando opera sem carga e ainda fornece a energia
necessária para a magnetização do seu circuito magnético. A forma de
onda da corrente em vazio também indica o nível de saturação do núcleo
magnético do trafo. Já a corrente transitória (de inrush) pode ser
qualificada como um fator na qualidade de fabricação de um determinado
transformador. A corrente transitória pode inviabilizar a aplicação de um
determinado esquema de proteção do circuito elétrico ao qual pertence o
trafo.

2. Preparação

Será utilizado um transformador monofásico, para a visualização da


forma de onda da corrente em vazio do transformador. Prepare portanto o
seguinte material:

Ø 1 transformador monofásico;
Ø 1 varivolt monofásico;
Ø 1 osciloscópio com memória;
Ø 1 reostato.

3. Componentes do Trafo

As principais partes componentes de um trafo de distribuição típicos são:

Ø tanque com aletas de refrigeração;


Ø óleo isolante e refrigerante (óleo mineral);
Ø as buchas de alta e baixa tensão;
Ø núcleo magnético;
Ø taps das bobinas do transformador (manual ou automático);
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Ø os enrolamentos de alta e baixa tensão;
Ø papel isolante envolvendo os condutores (bobinas) e as cabeças das
bobinas.

4. Esquema

5. Montagem da Experiência

Neste estágio não se preocupe com valores medidos, mas sim em


entender o porque das formas de onda obtidas. Execute a montagem da
aula de laboratório seguindo o esquema do ítem 4. De acordo com o
esquema o transformador deverá estar operando em vazio.

5.1 – Obtenção da corrente em vazio

a) Ligue o osciloscópio de acordo com as instruções abaixo:

- sinal em real com sweep time de 1;


- position para fora,
- input AC,
- pen speed em 10,
- triggering – INT,
- clock – INT,
- pen para fora,

b) Responda as perguntas a seguir:

b.1) Aumente gradualmente a tensão a partir de zero no varivolt e observe


a forma de onda registrada no osciloscópio.

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b.2) O que se pode observar na forma de onda para as tensões de
excitação mais baixas? E para as mais altas? Em que situação a onda é
mais distorcida?

b.3) Desenhe as formas de onda observadas, para uma excitação mais


baixa e mais alta, respectivamente. O que representa esta onda de tensão
observada no osciloscópio?

b.4) Após estas observações desligue o circuito do transformador (chave


em OFF) com o varivolt em um valor que forneça uma corrente em vazio
razoável.

5.2 – Obtenção (registro) da corrente transitória (de inrush)

a) Para registrar a corrente transitória aperte a tecla START no


osciloscópio, a lâmpada WRITE se acenderá, ligue o circuito do trafo
(chave em ON). Coloque em MEMORY e a forma de onda da
corrente transitória poderá ser observada.

b) Responda as seguintes perguntas:

b.1) O que pode se observar a respeito da corrente transitória, no instante


em que o trafo foi ligado em vazio e alguns ciclos após seu chaveamento?

b.2) Repetindo o processo de energização do trafo por várias vezes, o que


se pode concluir a respeito da influência do instante de energização sobre
a corrente transitória? Não se esqueça que a tensão aplicada ao trafo é
senoidal e de frequência igual a 60 Hz.

b.3) Desenhe formas de onda típicas de corrente transitória. Por que entre
dois processos de obtenção da corrente transitória, a forma de onda
registrada no osciloscópio nunca se repete?

6. Conclusão:

Escreva em um mínimo de 10 linhas as suas conclusões sobre a corrente


em vazio, a corrente transitória (de inrush) do trafo monofásico
observado em laboratório e sobre os componentes típicos dos
transformadores trifásicos de distribuição.

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AULA NO 2

ENSAIO EM VAZIO DE UM TRANSFORAMDOR TRIFÁSICO

1. Introdução

Os objetivos do teste em vazio do transformador trifásico são;

1.1 – Determinar as perdas no núcleo por histerese e Foulcault (perdas no


ferro)
1.2 – Determinar a corrente em vazio Io.
1.3 – Determinar a relação de transformação de placa (K) e a relação do
número de espiras (Kn).
1.4 - Determinar os parâmetros do ramo magnetizante.

2. Preparação

2.1 – Será utilizado, para a realização do teste em vazio, um


transformador trifásico com as seguintes características:

Potência nominal (Pn): Frequência (f): Hz


Tensão (AT): Volts Ligação:
Tensão (BT): Volts Ligação:

2.2 – Prepare portanto o seguinte material:

Ø 1 transformador trifásico;
Ø 3 amperímetros com escalas apropriadas;
Ø 1 voltímetro com escala apropriada;
Ø 2 wattímetros de escalas apropriadas;
Ø 1 varivolt trifásico.

3. Realização prática do ensaio

Efetuar a montagem a seguir:

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4. Levantamento dos dados de ensaio

Neste estágio os valores medidos são muito importantes, todo cuidado


deve ser tomado durante a leitura de tensões, correntes e potências.
Execute a montagem da aula de laboratório seguindo o esquema do ítem
3. De acordo com o esquema, o transformador trifásico deverá estar
operando todo o tempo em vazio.

4.1 – Aplicando tensão nominal ao enrolamento de baixa tensão, efetuar


as medições abaixo:

V1n(V) I01 (A) I02(A) I03 (A) W1 (W) W2 (W) W0 (W)

4.2 – A fim de determinar a relação de transformação do trafo sob teste,


aplicar uma tensão reduzida ao enrolamento de alta tensão, anotando
os valores.

V – AT V – BT

5. Guia para Análise:

5.1 - Com os valores obtidos em 4.1, calcule a corrente de magnetização


Io (na linha e na fase), a potência perdida a vazio por fase e a tensão
de alimentação na fase, obedecendo a conexão do enrolamento de
baixa tensão.

BT Io – linha Io – fase Wo- fase V1 – fase

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Io – linha = (I01 + I02 + I03)/3 W0 – fase = W0/3

5.2 – Com os dados obtidos no ítem anterior, calcular os parâmetros do


ramo magnetizante – por fase – para as representações série e paralela
do circuito equivalente, o fator de potência a vazio e as correntes I0p e
I0q.

cosΦ0 I0p I0q Zm Rms Xms Rmp Xmp

W0 – fase = Vfase * I0 * cosΦ0 I0p = (W0-fase/V2-fase)


I0-fase2 = I0p2 + I0q2

Rms = (W0-fase/I0-fase2) Zm = (Vfase/Io-fase)


Rmp = (W0-fase/I0p2)

Zm2 = Rms2 + Xms2 Xmp = (Vfae/I0p)

5.3 – Determinar a porcentagem da corrente de magnetização em


relação à corrente nominal do transformador.

In-linha = Wn/ 3 Vn In – fase I0 – fase I0 % de In – fase

5.4 – Com os dados obtidos no ítem 4.2, determinar os valores abaixo:

Kplaca Kensaiado Kn

6. Questões:

6.1 – Por que uma das correntes obtidas em 4.1 não apresenta o mesmo
valor das outras duas?
6.2 – Por que o ensaio em vazio deve ser realizado alimentando-se o
enrolamento de baixa tensão?
6.3 – Com os dados do ítem 5.4, justificar a diferença entre os três valores
de K e definir cada um deles.
6.4 – Com base nos dados do teste em vazio e na sua capacidade de julgar
os resultados o que é melhor para o sistema de energia elétrica
equipado com muitos trafos: - trafos operando sempre com muita

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folga (superdimensionados) ou transformadores operando no limite de
sua capacidade?
6.5 – Escreva em um mínimo de 10 linhas as suas conclusões sobre a
importância e necessidade do teste de transformador em vazio.

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AULA NO 3

ENSAIO EM CURTO-CIRCUITO DE UM TRANSFORMADOR


TRIFÁSICO

1. Introdução:

Os objetivos do ensaio em curto-circuito do transformador trifásico são:

1.1 – Determinar as perdas no cobre (nos condutores que compõem as


bobinas).
1.2 - Determinar a impedância, resistência e reatância percentuais.
1.3 – Determinar a queda de tensão interna.

2. Preparação

2.1 – Será utilizado para a realização do teste em curto-circuito, um


transformador trifásico com as seguintes características:

Potência nominal (Pn): Watts Frequência (f): Hz


Voltagem (AT): Volts Ligação:
Voltagem (BT): Volts Ligação:

2.2 – Prepare portanto o seguinte material:

Ø 1 transformador trifásico;
Ø 3 amperímetros com escalas apropriadas;
Ø 2 voltímetros com escalas apropriadas;
Ø 2 wattímetros de escalas apropriadas;
Ø 1 varivolt trifásico

3. Realização prática do ensaio

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Efetuar a montagem que se segue:

3.1 – Para a freqüência de 60 Hz e diversas tensões de alimentação,


registrar na tabela a média das correntes nas três fases.

V1-cc (V) I1-cc (A)

3.2 – Caso não seja possível fazer circular pelos enrolamentos do


transformador, a sua corrente nominal obtenha os valores abaixo, para um
valor reduzido de corrente.

I1n(A) I1cc (A) W1 W2 Wcc

3.3 – Efetue as devidas correções (se não foi possível fazer circular a
corrente nominal) e obtenha os valores nominais da tensão e da potência
de curto-circuito:

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I1cc-e V1cc-n Wcc-n

I1n = Pn/ 3 .Vin V1cc-n = (V1cc . I1n)/I1cc

Wcc-n = (I21n/I21cc) . Wcc

4. Guia para a Análise

4.1 – Construa a curva característica de curto-circuito V1cc = f(Icc).

4.2 – Faça um comentário sobre a curva obtida. Qual a sua aplicação no


ensaio em curto-circuito?

4.3 – Calcule a porcentagem da tensão primária de curto-circuito,


relativamente à tensão primária nominal.

V1n (V) V1cc(V) V1cc % de V1n

4.4 – Calcule o valor da impedância Z, da resistência R e da reatância X


percentuais, efetuando as devidas correções para 75oC.

R Z X R (75oC) Z (75oC)

R% = (Wcc/Wn) . 100% Z% = (Vcc/Vn) . 100%

X% = (Z%) 2 − (R%) 2 R%θ = Kθ . R%a

onde: Kθ = [1 + α (Tθ - Ta)] *


* O valor de α para o cobre pode ser encontrado no apêndice.

4.5 – Determine para o transformador ensaiado, as perdas adicionais e as


perdas no enrolamentos.

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Wo Wad = 20% deWo Wcc Wenrol

4.6 – Compare as perdas nos enrolamentos com as a vazio e tire suas


conclusões sobre o transformador sob teste.

5. Questões:

5.1 – Enumere as vantagens e desvantagens de um transformador que


tenha um valor muito alto de V1cc.

5.2 – Segundo a ABNT, quais são os valores normais de V1cc%?

5.3 – Analisar a diferença dos resultados desprezando-se ou não as perdas


adicionais.

5.4 – Durante o ensaio em curto, o que acontece com a indução no núcleo


do transformador? Por que?

6. Conclusão

Escreva em um mínimo de 10 linhas as suas conclusões sobre o ensaio


em curto-circuito de um transformador trifásico executado em laboratório
e sobre a importância dos parâmetros obtidos durante o teste.

7. Apêndice

Propriedades Elétricas dos Metais

Metal Condutividade Resistividade a 20oC α - Coeficiente da variação de


Relativa Ω.m(10-8) R/oC
Cobre 100 1,724 0,0039
(anelado)
Cobre 97 1,717 0,0039
(extrusão)
Alumínio 61 2,826 0,0040
Aço 12 13,80 0,0045
Chumbo 8 21,40 0,0040

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AULA NO 4

DETERMINAÇÃO DA RIGIDEZ DIELÉTRICA DO ÓLEO


ISOLANTE E ENSAIO DE AQUECIMENTO DE
TRANSFORMADORES

1. Ensaio para determinação da rigidez dielétrica do óleo isolante

1.1 – Preparação

Para a execução deste ensaio são necessários:

Ø Analisador portátil de rigidez dielétrica


Ø Amostras do óleo isolante do transformador

1.2 – Coleta da amostra

Alguns cuidados devem ser tomados para a coleta da amostra do óleo a


ser testado e são definidos pela Norma Brasileira intitulada: -
Recebimento, Instalação e Manutenção de Transformadores, a saber:

- Usar um recipiente de vidro transparente com capacidade de


aproximadamente 1 litro, que deve ser previamente lavado com álcool
e benzina. Esse recipiente deve ser seco e em seguida enxaguado com
o próprio óleo a ser testado. Recomenda-se que a rolha do mesmo seja
de vidro esmerilado e que após a lavagem com álcool e benzina, seja
levada à estufa para secagem de 100oC. Os demais recipientes – copos,
funis, tubos e depósitos – se possível, devem ser de vidro e devem ser
submetidos ao mesmo processo de limpeza e secagem.]

- Limpar cuidadosamente a válvula de drenagem evitando o uso de


panos e estopas.

- Abrir a válvula de drenagem existente no fundo do tanque do


transformador, deixando escorrer aproximadamente ½ litro pela

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mesma antes de coletar a amostra. Isto permitirá a limpeza do sistema
de drenagem propriamente dito.

- Encher devidamente o recipiente com óleo, sem usar jato forte, para
evitar a formação de espumas e bolhas. Não deve ser permitida
também, a entrada de qualquer impureza.

- Se o ensaio não puder ser feito no próprio local, a amostra deverá ser
guardada em vidro especialmente preparado, evitando o máximo
possível o contato com o ar. De preferência, deve-se mergulhar a rolha
em parafina. Antes do ensaio o óleo deve ser suavemente agitado,
afim de que o conteúdo seja homogeneizado.

Além dos cuidados acima, a coleta do óleo não deverá ser efetuada
quando a temperatura ambiente for superior à do óleo, para evitar-se a
absorção de umidade pelo óleo, já que esta tende a condensar-se em
superfície mais fria, nem tampouco com o ar ambiente agitado ou
empoeirado.

1.3 – Preparação do ensaio

A tensão máxima do ensaio depende do equipamento. Seu valor mínimo


deve ser de 35 kV. O analisador deve possuir dispositivos de segurança
adequados.

Retirar a cuba de prova do analisador portátil e lavá-la, juntamente com


os eletrodos, com uma parte do óleo de amostra. Neste momento
verifique se o espaçamento entre as placas é o tabelado pelas normas (0,1
polegada).

Encher a cuba de óleo, até cerca de 1 cm acima dos eletrodos. Evitar que
o óleo borbulhe.

Dar uma movimentação branda de vaivém no óleo da cuba, para facilitar


a saída de eventuais bolhas de ar.

Colocar a cuba de volta no analisador e deixá-la repousar por


aproximadamente 3 minutos, para que ela fique isenta de bolhas e iguale
sua temperatura à do ambiente.

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Não colocar o dedo no receptáculo e nem deixar cair nele suor, respingos
ou corpos estranhos.

Após estas providências, o ensaio estará pronto para ser realizado.


Abaixar a tampa de segurança, sem o que o ensaio não poderá ser feito.

1.4 – Execução do Ensaio

Verificar se a tensão de suprimento coincide com a indicada na placa do


analisador.

Ligar a tomada do analisador, girando o potenciômetro (reostato), para a


posição mínima.

Poderá existir uma lâmpada piloto que deverá estar acesa indicando que o
circuito está pronto para operação.

Girar o potenciômetro, caso o analisador seja manual, na direção


aumentar, de maneira a obter uma variação gradual da tensão de ensaio,
da ordem de 3 kV/segundo. Alguns analisadores possuem dispositivo
automático que efetuam esta operação sem intervenção do operador.

Observar no voltímetro, a tensão de interrupção quando houver o arco e,


consequentemente, ocorrer abertura do disjuntor elétrico instantâneo
automático. Este deverá ser o valor anotado para o ensaio.

Se houver um miliamperímetro, anotar a corrente de fuga através do


dielétrico.

Voltar o reostato para a posição mínima e aguardar 3 minutos para a


repetição do ensaio.

Repetir o ensaio 5 vezes, anotando as respectivas leituras.

Esvaziar a cuba, lavá-la com óleo e enchê-la com nova porção da mesma
amostra e repetir as operações.

Preencher com as leituras, a tabela abaixo:

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Leitura Porção 1 Porção 2 Porção 3 Média (kV)
a
1
2a
3a
4a
5a
Média

A média geral (última coluna à direita) será a rigidez dielétrica do óleo


ensaiado. Este valor deve ser comparado com os da tabela a seguir para
sua classificação (esta tabela é somente uma indicação da qualidade do
óleo). Algumas empresas consideram o óleo aceitável somente com
rigidez dielétrica acima de 35 kV/0,1 pol.

Rigidez Dielétrica Situação do óleo isolante


(kV/0,1 pol)
Acima de 35 Excelente
De 30 a 35 Muito bom
De 25 a 30 Bom
De 20 a 25 Satisfatório
De 15 a 20 Duvidoso – recomenda-se a filtragem
Abaixo de 15 Rejeitado – filtragem indispensável

Após o ensaio com o óleo, esvaziar a cuba e, usando o ar como dielétrico


entre as placas, medir a rigidez dielétrica do mesmo e comparar o
resultado obtido com o do óleo ensaiado.

Ambiente Óleo Ar
Rigidez Dielétrica

1.5 – Análise

Após a execução do ensaio, deve-se analisar os resultados do mesmo.


Sugere-se o seguinte guia:

- Comparar o óleo das amostrar e o ar, quanto à sua capacidade de


isolamento elétrico.

- O ar poderia substituir o óleo nos tanques dos transformadores? Por


que isto não é feito nos transformadores de médio e grande porte?

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- Justificar as grandes divergências entre os diversos valores de rigidez
dielétrica para uma mesma amostra, caso existam.

- Efetuar o diagnóstico do óleo com base nos resultados finais.

- Explique a razão da observância de intervalo de tempo entre as


diversas medidas de rigidez dielétrica do óleo.

- O que ocorreria se a distância entre os eletrodos fosse reduzida pela


metade? Os valores assim medidos, poderiam ser usados para análise
do óleo sob a luz da teoria vista?

- A rigidez dielétrica do óleo isolante é afetada pela ocorrência de uma


faísca no mesmo? No instante da faísca, qual é o valor da rigidez? O
que acontece com ela após a extinção da faísca? Em que condições
isso não ocorre?

- Qual a forma dos eletrodos recomendada pelas normas? Haveria


diferença dos valores obtidos se os eletrodos fossem pontiagudos? Por
que?

- Quais as vantagens e desvantagens do Askarel em relação aos óleos


minerais?

- Explicar o princípio e a aplicação do Relé Buchholz.

2. Ensaio de Aquecimento de Transformadores

2.1 – Introdução

O Ensaio de Aquecimento tem como objetivo a verificação das condições


térmicas de operação dos transformadores, isto é, verificar se as
temperaturas atingidas sob funcionamento normal em virtude das perdas,
são suportáveis pelos seus componentes, sem deterioração ou perda das
suas características.

As temperaturas máximas que o transformador pode suportar dependem


da classe do material isolante usado na sua construção. Os valores são
fixados por normas. No Brasil a norma que fixa tais valores é a NBR-
5380 – Vide tabela na página 46 do livro texto.

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2.2 – Métodos de Ensaio

- Método da Carga Efetiva – É o método que fornece a melhor precisão


e como o próprio nome sugere, deve ser realizado colocando-se o
transformador em funcionamento com carga nominal e fazendo-se as
medições de temperatura nesta condição. Óbviamente é de difícil
execução, sendo raramente utilizado.

- Método da Oposição – Exige o uso de dois transformadores iguais aos


quais são ligadas fontes uma num transformador e outra no outro, para
a produção das perdas em curto. É também pouco usado por razões
óbvias.

- Método do Circuito Aberto – De forma análoga ao teste de circuito


aberto, aplica-se em um dos enrolamentos uma tensão que faça
circular no mesmo uma corrente suficiente para produzir perdas no
ferro iguais às perdas totais do transformador, isto é, perdas iguais à
soma das perdas em vazio mais as perdas no cobre.

- Método do Curto-Circuito – De forma análoga ao teste de curto-


circuito, coloca-se um dos enrolamentos em curto e aplica-se ao outro
uma tensão suficiente para fazer circular uma corrente capaz de
produzir nos dois enrolamentos, perdas iguais às perdas totais no trafo.

A escolha do método a usar entre os dois últimos depende da proporção


das perdas no cobre em relação àquelas no ferro. Se as perdas no cobre
são maiores do que as perdas no ferro, o método indicado é o do curto-
circuito. Caso contrário, deve-se adotar o método do circuito aberto.

2.3 – Determinação estatística da resistência ôhmica do enrolamento no


instante do desligamento

O método para determinação da resistência ôhmica do enrolamento no


instante do desligamento consiste na regressão linear de uma variável “X”
pelo método dos Mínimos Quadrados, como abaixo:

y = ax + b

n ∑ (x.y) − ∑ x.∑ y
a=
n ∑ x 2 − (∑ x)2

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b=
∑ y − a∑ x
n

n. ∑ (x 2 ) − ( ∑ x )
2

r = a.
n. ∑ (y 2 ) − ( ∑ y )
2

onde:

n – número de pares de leituras de resistência ôhmica e tempo;


r – coeficiente de correlação entre as variáveis x e y. Quanto mais
próximo de 1 for o valor de r mais perfeito será o ajustamento dos pontos
x e y à reta y = ax + b.

Os valores anteriores de x e y são relacionados com a resistência ôhmica


R e o tempo T, respectivamente, como abaixo:

Regressão
Valores Linear Exponencial
x R log R
y T T
Ro b 10b

Ro representa a resistência ôhmica no instante do desligamento.


Deve ser adotada a regressão que apresentar maior valor de r.
Esse método só é aceito para valores de r maiores ou iguais a 0,95.

2.4 – Preparação do Ensaio

- Registrar os seguintes dados de placa do transformador a ser ensaiado


– potência, tensões, conexões, freqüência, tap para o qual está ligado e
temperatura de operação.

- Calcular e registrar as correntes nominais de operação.

- Escolher a instrumentação adequada.

2.5 – Execução do Ensaio

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2.5.1 – Medir a temperatura ambiente e o valor da resistência do
enrolamento de TS (tensão superior) para esta temperatura.
Registrar na tabela.

2.5.2 – Executar a montagem conforme o método escolhido.

2.5.3 – Ajustar o valor da tensão da fonte para que o wattímetro marque


um valor igual à perda total determinada nos ensaios a vazio e em
curto-circuito.

2.5.4 – Anotar numa tabela os diversos tempos e as temperaturas


correspondentes do óleo, até que a variação de temperatura não
supere 1oC em 3 horas de funcionamento.

2.5.5 – O gradiente máximo permitido pode ser visto na tabela da página


46 do livro texto.

2.5.6 – A próxima etapa compreende a medição da temperatura dos


enrolamentos. Deve-se deixar o transformador funcionar durante
aproximadamente uma hora com um dos enrolamentos em curto e
o outro percorrido pela corrente nominal, de maneira análoga ao
teste de curto.

2.5.7 – Em seguida mede-se os valores da resistência dos enrolamentos


em vários tempos desde o desligamento.

2.6 – Análise

2.6.1 – Após o ensaio, construir a curva temperatura x tempo. Da curva


resultante, obter a temperatura máxima atingida pelo óleo isolante, em
seguida calcular o gradiente máximo óleo-ambiente. Compará-lo com o
da tabela da página 46.

2.6.2 – Construir o gráfico para a correção da resistência no instante do


desligamento.

2.6.3 – Com os valores da resistência a frio, da temperatura ambiente


correspondente e da resistência a quente do enrolamento, calcular a
temperatura atingida pelos enrolamentos, com a fórmula:

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θ= (K + θo ) − K
Ro

onde θ é a temperatura desejada, θo é a temperatura ambiente, Ro é a


resistência em ohms do enrolamento à temperatura ambiente, Rθ é a
resistência em ohms do enrolamento à quente e K = 234,5 para o cobre e
225 para o alumínio.

2.6.4 – Em seguida, calcular o gradiente de temperatura atingido pelo


enrolamento e compará-lo com os valores da tabela da página 46 do livro
texto.

2.6.5 – Enumerar suas conclusões sobre o trago em questão em relação


aos testes efetuados.

2.6.6 – No caso de um transformador se aquecer acima do estabelecido,


qual o recurso a ser adotado para a sua utilização?

2.6.7 – Qual o meio usado para aumento da potência fornecida por um


transformador? Qual o aumento máximo normalmente conseguido? O
processo é automático?

3 – Conclusão:

Escreva em um mínimo de 10 linhas as suas conclusões sobre a


importância dos ensaios de rigidez dielétrica do óleo isolante e de
aquecimento dos transformadores trifásicos.

TRANSFORMADORES

ENSAIO DE ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA

Dados obtidos:

- Trafo 3φ
- Resfriamento a óleo
- Potência 5 kVA – Ligação: Y-Y
- Tensão: 380 – 220V
- Elevação máxima de temperatura: 55OC – enrolamento a 40oC o óleo

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- Dados de ensaios: curto-circuito ⇒ Pcc = 160 watts e em vazio ⇒ Po =


50 watts
- Potência a ser aplicada ao trafo: 210 watts

Dados de aquecimento do óleo: θamb = 27oC

Tempo θóleo
30 m 35oC
1h 41,5oC
1,5 h 45oC
2h 49oC
2,5 h 53oC
3h 56oC
3,5 h 59,5oC
4h 61oC
4,5h 62oC
5h 62,8oC
5,5 h 63,5oC
6h 64,1oC
6,5 h 64,5oC
7h 64,8oC
7,5 h 65oC

Dados de aquecimento dos enrolamentos: θamb = 27oC e Rθamb = Ro =


0,0248.

Tempo de desligamento Rθ
1 min 0,0267
2 min 0,0264
3 min 0,0262
4 min 0,0261

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AULA NO 5

ENSAIO PARA DETERMINAÇÃO DO RENDIMENTO E


REGULAÇÃO

1. Introdução

1.1 – Rendimento de transformadores

Por definição, Rendimento é a relação entre a potência de saída P2 e a


potência de entrada P1, normalmente expressa em porcentagem.

P2
η% = .100%
P1

O cálculo do rendimento pode ser feito usando-se as medidas das duas


potências. Entretanto, nos transformadores, os valores dos rendimentos,
são muito altos, fazendo com que os valores medidos sejam muito
próximos e sua diferença supera freqüentemente a classe de precisão dos
instrumentos de medida. Nestes casos, é comum utilizar-se um processo
indireto. O rendimento depende óbviamente, dos valores da carga e do
seu fator de potência. O rendimento fornecido pelo fabricante, segundo a
ABNT, deve ser referente à sua carga nominal com fator de potência
unitário.

A fórmula que permite o cálculo do rendimento pelo processo indireto, é


a seguinte:

V2 I 2 cos ϕ
η% = x100
V2 I2 cos ϕ + R 2 I22 + 1,2P0

V2I2 cosϕ = P2 – Potência de Saída


R2I22 = Pcc do ensaio em curto
Po = perdas em vazio

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Nesta aula, usaremos o processo direto para a medição do rendimento,
utilizando como cargas três resistores.

1.2 – Rendimento em energia

As empresas de energia elétrica calculam o rendimento em energia diário


dos transformadores, consideram o rendimento em n intervalos de tempo
de potência aproximadamente constante (no intervalo de tempo n), sendo
que h é medido em horas (rendimento diário) para cada intervalo. A
expressão para o rendimento diário em energia será dada por:

∑ V I cos ϕ.h
2 2
η% = n
x100
∑V I
n
2 2 cos ϕ.h + ∑ R I .h + 1,2P .24
n
2
2 2 0

sendo:

E 2h = ∑ V2 .I2 .cos ϕ.h – Energia de Saída no intervalo de tempo n.


n
E cc = ∑ R 2 .I22 .h = Ecc - energia do ensaio em curto (Pcc) para o intervalo
n
de tempo n.
Po = perdas em vazio, que ocorrem durante as 24 horas do dia.

1.3 – Regulação de Tensão de Transformadores

A Regulação de Tensão é a variação da tensão na saída do transformador


quando a carga nominal é retirada. Ela indica portanto, a capacidade do
transformador de manter tensão estável com a variação da carga desde
vazio até plena carga. Normalmente, seu valor é fornecido em
porcentagem da tensão nominal de saída.

E 2 − V2
Reg% = .100
V2

E2 é a tensão a vazio e V2 é a tensão com carga nominal.

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Da teoria vista em sala, sabe-se que a regulação depende também do valor
da carga (corrente) e do tipo de carga (indutivo ou capacitivo) e do valor
do seu fator de potência.

A regulação fornecida pelos fabricantes refere-se às condições nominais


de carga com fator de potência unitário.

2. Preparação do Ensaio

2.1 – Registrar os dados de placa do transformador a ser ensaiado

2.2 – Calcular as correntes nominais do mesmo.

2.3 - Efetuar a montagem conforme diagrama abaixo:

3. Execução do Ensaio

3.1 – Colocar uma carga variável no secundário do transformador e


alimentá-lo com tensão nominal no primário.

3.2 – Registrar a tensão no secundário com carga zero.

3.3 – Variar a carga com fator de potência constante, com valores de I2


medidos de 0,5 em 0,5 Ampére, até atingir I2n.

3.4 – Para cada valor de I2 lido, registrar as diversas leituras dos


instrumentos, preenchendo o quadro a seguir:

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I2 V1 I1 V2 W1 W2 P1 W3 W4 P2 Reg η%
%

4. Análise:

4.1 – Com os dados obtidos do ensaio, traçar para o transformador em


questão a curva do rendimento em função da carga (η% x I2 ou η% x
fc).

4.2 – Classificar o transformador pela curva obtida (força ou


distribuição).

4.3 - Desenhe uma curva de carga diária hipotética de um transformador.


Faça a análise de rendimento com base nesta curva e na expressão
para o rendimento diário em energia fornecida pelo transformador.
(Não se esqueça que o carregamento do transformador se altera ao
longo de um dia de funcionamento e que as perdas a vazio são
constantes).

4.4 – Utilizando a mesma montagem, determinar os valores de R2 e X2 do


transformador em uso. Utilize estes valores para o cálculo da
regulação pelos métodos gráfico e analítico.

5. Conclusão:

Escreva em um mínimo de 10 linhas as suas conclusões sobre a


importância do ensaio para determinação do rendimento e regulação de
transformadores trifásicos.

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AULA No 6

DETERMINAÇÃO DA POLARIDADE E DEFASAMENTO


ANGULAR DE TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS

1. Preparação:

- Registrar os dados de placa do transformador a ser ensaiado.


- Material necessário:
- 1 fonte CC
- 2 voltímetros CA
- 2 voltímetros CC
- 1 amperímetro CC de ponteiro central
- 1 varivolt trifásico
- 1 transformador trifásico

2. Execução:

2.1 – Determinação da Polaridade

Determinar pelo método do golpe indutivo, a polaridade de cada coluna


do transformador, usando a montagem abaixo:

Realizar a ligação sucessivamente para cada uma das fases. Ao ligar, se


V1 defletir positivamente, observar a deflexão de V2 ao desligar.
- Se V2 defletir negativamente, a polaridade é subtrativa.
- Se V2 defletir positivamente, a polaridade é aditiva.

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2.2 – Defasamento Angular

Efetuar a montagem abaixo para os ítens 2.2.1 e 2.2.2.

Fechar um curto entre H1 e X1 e alimentar o lado de TS com tensão


trifásica reduzida.

Vts = _______ Volts

2.2.1 – Efetuar as seguintes medidas, para a determinação do


defasamento angular do trago pelo método da comparação das
tensões:

VH1-H3 = ____ Volts VH2-X2 = ___ Volts VH2-X3 = _____ Volts

VH3-X2 = ____ Volts VH3-X3 = ___ Volts

2.2.2 – Efetuar as seguintes medidas, para a determinação do


defasamento angular do trafo pelo método gráfico.

VX1-X2 = ____ Volts VH1-H2 = ___ Volts VH2-X2 = _____ Volts

VH2-X3 = ____ Volts VH3-X2 = ___ Volts VH3-X3 = _____ Volts

2.2.3 – Determinar o defasamento pelo método do golpe indutivo da


seguinte maneira:

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- Ligar uma fonte de CC através de uma chave à TS – positivo em H1 e


negativo em H2.
- Ligar um amperímetro em três posições, aos terminais da TI, da
seguinte forma:

1a. posição – X1X2 – positivo do instrumento em X1.


2a. posição – X1X3 – positivo do instrumento em X1.
3a. posição – X2X3 – positivo do instrumento em X2.

- Fechar o interruptor na TS, fazendo desta forma, H1 positivo e H2


negativo e verificar para as três posições, a polaridade dos terminais
X1-X2, X1 – X3 e X2 – X3.

3. Análise:

3.1 – Utilizando-se as leituras do ítem 2.2.1, determinar o defasamento


angular através da tabela que se segue.

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3.2 – Usando-se as leituras do ítem 2.2.2, determinar o defasamento


angular através da construção gráfica.

3.3 – Utilizando-se as leituras do ítem 2.2.3, determinar o defasamento


angular através da tabela abaixo.
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X1 X2 X1 X3 X2 X3 Defasamento
+ - + - - + 0o ou 0
+ - 0 0 - + 30o ou 1
- + - + + - 180o ou 6
- + 0 0 + - 210o ou 7

3.4 – Por que o ensaio da determinação do defasamento angular não


permite conhecer o tipo de ligação das TS e TI do trafo?

4. Conclusão:

Escreva em um mínimo de 10 linhas as suas conclusões sobre a


importância do ensaio para determinação do defasamento angular de
transformadores trifásicos.

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AULA No 7

OPERAÇÃO EM PARALELO DE TRANSFORMADORES

1. Preparação:

- Registrar os dados de placa dos transformadores a serem ensaiados.


- Material necessário:
- 1 voltímetro CA
- 2 wattímetros CA
- 3 amperímetros CA
- 1 varivolt trifásico
- 2 transformadores trifásicos

2. Execução:

Para que os dois transformadores possam ser conectados em paralelo, eles


devem satisfazer as seguintes condições:
- devem possuir a mesma relação de transformação,
- devem ter o mesmo grupo de defasamento,
- deve apresentar a mesma impedância percentual,
- e mesma relação entre resistência e reatância equivalentes.

Portanto, antes de se executar a ligação em paralelo dos transformadores,


as condições enumeradas devem ser verificadas através de testes.

2.1 – Teste da Relação de Transformação

Alimentar o primário de cada um dos 2 transformadores com a tensão


primária de 220 Volts e medir a tensão secundária resultante, no tap de
110 volts.

Transformador 1 – K1 = 220/V2 Transformador 2 – K2 = 220/V2

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2.2 – Determinação dos Parâmetros

Fazer o ensaio em curto dos trafos de acordo com a figura acima para a
determinação de:

Vcc1 = _______ V Vcc2 = ________ V

Pcc1 = ________ W Pcc2 = _________ W

Z1% = ________ % Z2% = _________ %

R1% = ________ % R2% = _________ %

X1% = ________ % X2% = _________ %

2.3 – Defasamento Angular

Determinar por um dos métodos aprendidos o defasamento angular dos


dois transformadores.

Sugere-se o método da comparação das tensões da ABNT. Para isso,


pode-se aproveitar a montagem do circuito acima do ensaio em curto,
bastando apenas retirar o curto do secundário, ligar H1 e X1 e medir as
tensões abaixo e compará-las, conforme tabela do ítem 3.1 da aula de
laboratório anterior.

VH1-H2 = ________ Volts VH1-H2 = _______ Volts

VH2-X2 = ________ Volts VH2-X2 = _______ Volts

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VH2-X3 = ________ Volts VH2-X3 = _______ Volts

VH3-X2 = ________ Volts VH3-X2 = _______ Volts

DA1 = _______ DA2 = _______

2.4 – Paralelismo

De posse dos dados dos ensaios, concluir se já condições de ligação em


paralelo dos dois transformadores.

Se for possível, após ligá-los, verifique as condições de operação, fazendo


medidas das correntes de circulação nas conexões secundárias e da tensão
secundária correspondente.

Uma vez os trafos ligados em paralelo meça a corrente circulante entre os


dois transformadores com os neutros interligados e com os neutros no
secundário isolados. Baseado neste fato responda as seguintes perguntas:

a) Em qual das duas situações a corrente circulante é menor? Por que?


b) Qual é a situação real de operação em paralelo? Com os neutros
interligados ou isolados? Por que?

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3. Análise:

A operação satisfatória do circuito em paralelo composto pelos dos


transformadores é concluída após análise das leituras da corrente
circulante Icir e da tensão secundária Vsec.

Na situação ideal, a corrente Icir deve ser nula e a tensão Vsec deve ser
exatamente igual à nominal secundária dos dois transformadores.
Justifique o por que.

Demonstre que, no caso do paralelismo, a relação abaixo é verdadeira:

S1 % Z2 %
=
S2 % Z1 %

4. Conclusão:

Escreva em um mínimo de dez linhas suas conclusões sobre a


importância de um estudo detalhado dos dois transformadores quando da
sua conexão em paralelo.

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