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RBCEH - Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, Passo Fundo, 79-91 - jul./dez. 2006
Introdução Corrobora-se com Chaimowicz (1997,
p. 192) que o envelhecimento popula-
Segundo os censos populacionais cional “pode passar a representar mais
realizados pelo Instituto Brasileiro de um problema que uma conquista da
Geografia e Estatística, a população idosa sociedade, à medida que os anos de vida
no Brasil apresenta um aumento progres- ganhos não sejam vividos em condições de
sivo e rápido. No censo de 1991, os idosos dependência e saúde”. O fenômeno vem
correspondiam a 7,3% de uma população acompanhado de significativas transfor-
de 147 milhões de habitantes; no ano de mações demográficas, biológicas, sociais,
2000, entre 169 milhões de habitantes, econômicas e comportamentais.
8,6% eram idosos. Projeções estatísticas Para Erminda (1999, p. 43), o envelhe-
apontam que, no ano de 2050, 16,0% da cimento “é um processo de diminuição
população será constituída de pessoas orgânica e funcional, não decorrente de
idosas (BRASIL, 2002a; 2002b). doença, e que acontece inevitavelmente
A Organização das Nações Unidas com o passar do tempo”. Acrescenta Tei-
realizou em 1982 a I Assembléia Mundial xeira que “o envelhecimento saudável de-
do Envelhecimento, em que considerou pende das condições sociais e culturais em
pessoa idosa aquela com idade igual ou que o idoso está inserido” (apud SANTOS;
superior a sessenta anos nos países em VAZ, 2004, p. 25). Portanto, a forma como
desenvolvimento. Nos países desenvolvi- a pessoa avalia as situações e tenta lidar
dos considera-se a pessoa idosa com idade com as questões referentes ao processo de
de 65 anos ou mais (ORGANIZACIÓN..., envelhecimento possibilita diferenciar a
2000). A importância de delimitar a velhice saudável e a patológica.
idade deve-se ao fato de que as políticas Atualmente, no Brasil, a população
públicas são dirigidas aos grupos etários. idosa foi contemplada pela sanção do
Camarano (apud PIRES e SILVA, 2001) Estatuto do Idoso, em 2003, que entrou
afirma que essa delimitação de grupos em vigor em 1º de janeiro de 2004. En-
etários é um acontecimento formal, porém tre os parágrafos do Estatuto do Idoso
o envelhecimento é um evento individual é reconhecida a necessidade de manter
em virtude da grande gama de particula- o idoso na comunidade junto a sua fa-
ridades inerentes à pessoa. Por sua vez, a mília, tornando-se, dessa maneira, uma
Organização Mundial de Saúde considera forma digna e sustentável de promover
o envelhecimento populacional como uma qualidade de vida (BRASIL, 2003). No
história de sucesso das políticas públicas entanto, muitas famílias não possuem
desde o último século. Tal evento se deve uma estrutura suficiente para manter o
ao aumento da expectativa de vida asso- idoso fragilizado no ambiente familiar, e
ciado à longevidade na terceira idade e a solução, no entendimento dos membros
pode ser um problema se os países não familiares, é a institucionalização.
elaborarem e executarem políticas e pro- O atendimento aos idosos apresenta-se
gramas para promover o envelhecimento em duas modalidades: a modalidade asilar
digno e sustentável (BERZINS, 2004). refere-se ao atendimento em regime de
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internato do idoso sem vínculo familiar tural, não patológico. Ainda afirma que o
ou sem condições de prover a própria enfermeiro deve estabelecer uma relação
subsistência, de modo a satisfazer as suas terapêutica com o usuário/idoso.
necessidades de moradia, alimentação, Santos (2000) destaca os objetivos da
saúde e convivência social; já a modali- enfermagem gerontológica, tais como
dade não asilar compõe-se de centro de cuidar do idoso de maneira holística, con-
convivência, centro de cuidado diurno, siderando sua totalidade biopsicossocial
hospital-dia, casa-lar e oficina abrigada e estimulando o autocuidado, a autode-
de trabalho, e destina-se a atender o idoso terminação e a independência; auxiliar
por determinado período de tempo (YA- o idoso, sua família e comunidade para
MANOTO e DIOGO, 2002). que compreendam o processo do enve-
O objetivo da instituição geriátrica, lhecimento; minimizar danos e seqüelas,
neste estudo, é atender idosos sem vínculos impedindo o envelhecimento patológico;
familiares ou provenientes de famílias implementar ações educativas de autocui-
sem condições para abrigá-los, ou, ainda, dado ao idoso pela promoção da saúde, da
disponibilizar cuidados aos idosos com educação permanente aos profissionais de
capacidade funcional diminuída. Assim, enfermagem e das pessoas leigas que pres-
essa instituição assume a função pri- tam cuidado ao idoso, visando qualificar a
mordial de substituir a família. Segundo assistência prestada à pessoa idosa.
estudo de Gonçalves (2000), a prática nas Segundo Yamamoto e Diogo (2002), a
instituições asilares leva a assumirem resolução nº 146 do Conselho Federal de
funções de cuidado e de saúde de longa Enfermagem estabelece que toda institui-
permanência. Isso ocorre, invariavelmen- ção que presta atendimento de enferma-
te, à medida que os idosos adoecem e fra- gem deverá ter um enfermeiro durante
gilizam-se durante a institucionalização. todo o período de seu funcionamento. No
Diante desse panorama, as instituições entanto, observa-se em muitas instituições
vêm assumindo a dupla função: social e a inexistência da presença do enfermeiro,
de saúde. assim como de equipes multidisciplinares
Por sua vez, a enfermagem gerontológi- para planejar, executar e avaliar o cuida-
ca, no Brasil, apesar de muitas iniciativas, dos peculiares dessa faixa etária.
ainda carece de profissionais que atuem A ênfase do cuidado de enfermagem
nessa área especializada. Essa área foca- gerontológica nas instituições deve ser
liza a prestação de cuidados ao idoso para direcionada para a manutenção do es-
enfermagem, sendo consideradas as neces- tado funcional. Dessa forma, poderá ser
sidades e as características como únicas, promovida a independência, assim como
o que oportunizará um cuidado integral e preservadas a dignidade e autonomia,
contextualizado para essa população (RO- mesmo que, com o passar do tempo,
ACH, 2003). A mesma autora enfatiza que haja perdas físicas, sociais e psicológicas
uma das principais responsabilidades do (SMELTZER e BARE, 2000).
enfermeiro gerontológico é compreender Karsch e Leal (1998) afirmam que nas
o processo do envelhecimento como na- instituições brasileiras é possível observar
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a vulnerabilidade programática no que se ou superior a sessenta anos, as quais são
refere à falta de preparo dos profissionais residentes na instituição. Os dados cole-
de saúde e dos cuidadores leigos que pres- tados foram de dez pessoas idosas.
tam cuidados aos idosos. Em consonância, Antes de iniciar a coleta de dados,
programas específicos de preparo e acompa- construiu-se um manual de instrução,
nhamento do idoso fragilizado praticamente que se constituiu de um formulário semi-
inexistem. Acrescenta Silva (2003) que as estruturado dirigido à pessoa idosa ou ao
políticas públicas existem, mas não são cuidador, quando o idoso apresentava di-
colocadas em prática, assim como serviços ficuldades para verbalizar. O questionário
que não oferecem qualidade no atendimento foi construído com base em estudos que
da demanda constituem-se em elementos de caracterizam pessoas idosas e que avaliam
vulnerabilidade para a população idosa. o grau de dependência para as atividades
Portanto, o aumento do número de básicas da vida diária (AVDs) e para as
idosos e o entendimento de que as insti- atividades instrumentais da vida diária
tuições geriátricas são a única opção para (AIVD) (LAWTON e BRODY, 1969;
essas pessoas e suas famílias tornam extre- KATZ et al., 1970; PAZ, 2004). Posterior-
mamente relevantes estudos que caracteri- mente, o instrumento foi aplicado, por
zem essa população asilar. Com esse tipo meio do teste piloto, a três pessoas idosas
de investigação, existe a possibilidade de para adequação das questões pertinentes
contribuir para a atenção à saúde do idoso. ao estudo.
Portanto, este estudo teve como objetivo Primeiramente, os dados coletados
identificar as características demográfi- foram organizados e codificados manual-
cas, sociais, comportamentais, de situação mente nos instrumentos, cujo objetivo era
de saúde e o grau de dependência, com a reduzir possíveis erros na identificação
finalidade de conhecer os idosos institu- das respostas e diminuir o tempo des-
cionalizados e a possibilidade de propor pendido na digitação desses no banco de
ações de enfermagem para aperfeiçoar a dados. Após essa etapa, os dados foram
qualidade do cuidado, visando à melhoria digitados no banco de dados do progra-
da qualidade de vida dessa população. ma Epinfo 2002, sendo utilizada dupla
digitação como medida para garantir a
Materiais e métodos segurança da entrada dos dados no banco,
por meio da comparação das freqüências
O estudo é de cunho descritivo-explo- das variáveis. Foi utilizada a análise uni-
ratório, contemplando uma abordagem variada, que contemplou as dimensões
quantitativa. Dessa forma, poder-se-á demográficas, socioeconômicas, compor-
quantificar os dados, dando a representa- tamentais, de situação de saúde e do grau
tividade às características da pessoa idosa de dependência. Nesta investigação, esses
institucionalizada (PEREIRA, 1998). O dados foram apresentados de forma tabu-
campo de estudo foi uma instituição geriá- lar de variáveis categóricas nominais, por
trica situada na região Norte do estado do meio de freqüência absoluta e percentual
Rio Grande do Sul. A população-alvo foi simples. Em relação às variáveis discretas,
constituída por pessoas com idade igual
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A Tabela 1 apresenta as característi- Portanto, o envelhecimento da po-
cas demográficas e socioeconômicas dos pulação é um fenômeno global, que tem
idosos institucionalizados. Neste estudo, importantes repercussões nos campos
constatou-se a prevalência do sexo femi- social e econômico nos países em desen-
nino, corroborando com os dados do censo volvimento. No que se refere à situação
demográfico, segundo os quais a população conjugal, prevaleceu situação de solteiro
idosa brasileira é constituída de 44,9% de ou nunca se casou, sendo inexistentes
homens e de 55,1% mulheres. Diante des- casos na situação de casado; também não
ses resultados e da averiguação dos dados houve mudança de situação conjugal nos
censitários, constata-se que nascem mais últimos doze meses. A situação conjugal
homens do que mulheres, mas que, no desses idosos denota a frágil rede de apoio
decorrer dos anos, há uma redução do sexo familiar e/ou social no atendimento e no
masculino em razão de óbitos por causas cuidado desses pela família. Nos espaços
externas e doenças, à medida que avança extra-institucionais observa-se que a situa-
a idade, evidenciando a sobremortalidade ção da viuvez para o sexo feminino ocorre
masculina (BRASIL, 2002a). por causa da alta expectativa de vida e
No que se refere à média de idade, que as mulheres, ao se tornarem viúvas,
foi de 77,6 ± 9,8 anos, sendo prevalente a permanecem nessa situação. Por sua vez,
faixa etária de 70 a 79 anos. As mulheres os homens, ao perderem as parceiras, têm
apresentam a média de idade de 80,3 ±
a tendência de casar novamente (CHAI-
11,9 anos, ao passo que os homens, nesta
MOWICZ, 1997; CAMARANO, 2002).
instituição, têm a média de 73,5 ± 4,3
Quanto ao número de filhos, houve pa-
anos. Segundo o Anuário Estatístico de
ridade entre um a dois filhos ou nenhum
Saúde do Brasil, no que se refere à espe-
filho. Chaimowicz (1997) acredita que o
rança de vida ao nascer, por sexo, há uma
declínio da fecundidade, em parte, seja
diferença de quase oito anos, sendo 64,8
anos para os homens e 72,6 anos para as decorrente do processo de urbanização e
mulheres. Na população gaúcha, há um das crises econômicas, as quais agravam as
aumento significativo de esperança de condições de vida de famílias numerosas.
vida ao nascer para homens e mulheres, Dados demográficos demonstram que
quando comparada à média nacional, ou as famílias geram cada vez menos filhos
seja, respectivamente, 67,5 anos e 75,9 (BRASIL, 2002a), fato que, num futuro
anos; assim, observa-se que a diferença próximo, poderá constituir um fator não
para os dois sexos acompanha o padrão facilitador para o cuidado ao idoso.
nacional (BRASIL, 2002a). Em relação à No estudo, a maioria das pessoas idosas
procedência das pessoas idosas nesta insti- não concluiu o ensino fundamental e ape-
tuição, oito são da região Norte do estado, nas cinco estiveram por menos de um ano
tendo uma maior representatividade o nos bancos escolares. Pires e Silva (2001)
município de Erval Seco. A procedência apontam que antigamente o estudo não era
dos idosos atribui-se ao fato de ser uma valorizado. A escolarização era difícil tanto
instituição geriátrica filantrópica e cer- para homens quanto para as mulheres; os
cada de pequenos municípios. homens assumiam muito cedo o sustento
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Características comportamentais e Tal atividade proporciona aumento dos
situação de saúde níveis de endorfinas, causando sensação
de bem-estar e diminuindo os níveis de
Tabela 2 - Distribuição das características comportamentais estresse físico e emocional.
e de situação de saúde de pessoas idosas de uma
instituição geriátrica, situada na região Norte do
Em relação ao tabagismo atual, ne-
estado do Rio Grande do Sul, 2004 nhum idoso tem esse hábito em razão
Variáveis N % das normas institucionais. No entanto,
Atividade física ao questionar o tabagismo no passado,
Não 10 100,0 verificou-se paridade entre fumantes e
Tabagismo não fumantes. No que se refere aos fu-
Não 5 50,0 mantes, consumiam, em média, 4,6 ± 1,8
Tabagismo passado cigarros ao dia durante 59,4 ± 31,8 anos.
Sim 5 50,0
Segundo a Organizácion Panamericana
Mês das hospitalizações
Primeiro semestre de 2004 5 50,0
de la Salud (1994), o foco da educação
Motivo das hospitalizações em saúde deve estar voltado às necessida-
Tratamento cirúrgico 4 40,0 des da população e à ação. De um modo
Tratamento clínico 1 10,0 geral, os objetivos da educação em saúde
Morbidade são encorajar as pessoas a adotarem e
Sim 9 90,0 manterem padrões de vida sadios; usar de
Comorbidades forma judiciosa e cuidadosa os serviços de
Sim 9 90,0
saúde colocados à sua disposição; tomar
Tipos de morbidades
suas próprias decisões, tanto individual
Hipertensão arterial 6 25,0
Doenças psiquiátricas 4 16,7
como coletivamente, visando melhorar
Cardiopatias 4 16,7 suas condições de saúde e as condições
do meio ambiente.
Outras morbidades 41,6
10 Em relação à situação de saúde, cons-
tatou-se que as hospitalizações ocorreram
A Tabela 2 descreve as características no primeiro semestre de 2004. Tal evento
comportamentais e de situação de saúde. denota a prevalência das internações por
No que se refere à atividade física, ne- procedimentos cirúrgicos, não por com-
nhum idoso incorpora essa prática ao seu plicações clínicas. Entretanto, nessa faixa
cotidiano. Segundo Voser e Vargas Neto etária, são mais freqüentes as hospitaliza-
(2002), a inatividade física, associada à ções por doenças circulatórias, seguidas
redução do potencial biológico, leva a das doenças respiratórias e neoplasias, ou
respostas motoras menos eficientes, bem seja, de origem clínica (BRASIL, 2002a).
como à redução da capacidade funcional Os idosos apresentaram mais de uma
e à diminuição da tolerância ao esforço patologia associada, tais como hipertensão
físico. Nesse contexto, a prática regular de arterial, cardiopatias, doenças psiquiátri-
exercícios físicos, quando bem orientada, cas e demais doenças (mal de Parkison,
pode ocasionar maior longevidade, redu- osteoporose, catarata, acidente vascular
ção de taxas de morbidade e mortalidade. encefálico, artrose e diabete mellitus).
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Alvarenga (2000) observou que 45,4% das Tabela 3 - Distribuição das atividades básicas da vida diária
(AVD’s) de pessoas idosas de uma instituição geri-
pessoas idosas apresentavam pelo menos
átrica, situada na região Norte do estado do Rio
mais uma doença associada ao diagnóstico Grande do Sul, 2004
principal, sendo denominado de “diag-
nóstico secundário”. A doença crônica é VARIÁVEIS N %
Banho
a principal causa de incapacidade para
Sim 7 70,0
os idosos, sendo as cardiopatias e o aci- Vestir-se
dente vascular encefálico responsáveis Sim 8 80,0
por 75,0% das causas de morte entre os Higiene pessoal
idosos. A hipertensão arterial é um fa- Sim 10 100,0
tor de risco grave tanto para as doenças Transferência
cardiovasculares quanto para o acidente Sim 10 100,0
vascular encefálico. No entanto, doenças Continência
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para as AVDs, constatou-se que quatro Ao avaliar as AIVDs, contatou-se que
idosos têm dependência parcial e que seis cinco idosos manuseiam o telefone. No
são independentes. entanto, os outros cinco não foram ava-
Segundo Caldas (2003), a dependência liados, porque não tiveram oportunidade
não é um estado permanente, mas um de usar esse meio de comunicação antes
processo dinâmico, cuja evolução pode de serem admitidos na instituição, nem
ser modificada, prevenida e/ou reduzida. mesmo agora sentem a necessidade de
Tal evolução nesse processo sugere a exis- fazê-lo. No que se refere às compras,
tência de profissionais qualificados e com- denota-se uma paridade entre os que não
prometidos com a assistência ao idoso. As conseguem e os que o conseguem com
necessidades de cuidado requerem desen- ajuda parcial. Em relação aos trabalhos
volvimento de suas atividades básicas da manuais e domésticos, sete idosos conse-
vida diária, à medida que, impossibilitado guem realizar essa atividade. Observou-se
para o autocuidado, o cuidador assume o a mesma freqüência para a atividade de
papel de provedor desses cuidados. lavar e/ou passar roupas. Em relação ao
Na Tabela 4 são apresentados os dados uso de medicamentos, constatou-se que
referentes às AIVDs. Sager e Rudberg cinco idosos conseguem com ajuda parcial
(1998) afirmam que ocorrem quase duas tomar seus remédios. As finanças não
vezes mais perdas funcionais para as foram avaliadas porque parte das aposen-
AIVDs do que para as AVDs, sendo suges- tadorias e pensões é destinada à institui-
tivo que AIVDs possam ser marcadores ção para suprir os gastos e necessidades
sensíveis do grau de socialização da pessoa do idoso. Conclui-se, após avaliar o grau
idosa. de dependência para as AIVDs, que oito
Tabela 4 - Distribuição das atividades instrumentais da vida idosos apresentam dependência parcial e
diária (AIVDs) de pessoas idosas de uma instituição dois, dependência total.
geriátrica, situada na região Norte do estado do Rio Portanto, as AIVDs são as primeiras
Grande do Sul, 2004 a serem excluídas do cotidiano do idoso.
Não
Com
ajuda Sem ajuda
Não Assim, a incapacidade funcional para as
Variáveis
consegue
parcial
avaliado
AIVDs compromete a saúde mental do
N % N % N % N % idoso e, conseqüentemente, a socializa-
Telefone 2 20,0 3 30,0 - - 5 50,0
ção. Pires e Silva (2001) acrescentam,
Transporte 2 20,0 8 80,0 - - - - em seu estudo, que a dependência não é
Compras 5 50,0 5 50,0 - - - - um atributo apenas da velhice, mas está
Refeições 2 20,0 6 60,0 2 20,0 - - presente em todas as fases da vida. Porém,
Trabalhos
manuais
7 70,0 1 10,0 2 20,0 - - com o passar dos anos, tende a aumentar,
Lavar e principalmente nessa faixa etária, na qual
passar 7 70,0 1 10,0 2 20,0 - - é maior a necessidade de auxílio para a
roupas
Remédios 3 30,0 5 50,0 1 10,0 1 10,0
realização dessas atividades.
Finanças - - - - - - 10 100,0
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