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Esta actividade experimental teve como principal objectivo a observação da célula eucariótica vegetal utilizando a epiderme do

bolbo da cebola com auxílio do microscópio óptico e verificar que os diferentes corantes actuam de modo diferente sobre as
estruturas celulares.

A Epiderme do bolbo da cebola

O bolbo da cebola é um caule subterrâneo que apresenta túnicas carnudas e sobrepostas. Cada túnica é uma folha modificada
em forma de escama, que acumula substâncias de reserva, na sua superfície côncava existe uma epiderme, ou seja uma
película fina, facilmente destacável e constituída por uma só camada de células, o que facilita a observação destas, sendo por
isso o nosso objecto de observação microscópica.

Técnicas e meio de montagem

As preparações podem ser temporárias ou definitivas. A preparação relativa à cebola é temporária, visto que, o meio de
montagem é um meio líquido onde o material biológico se encontra imerso numa substância que não o altera ou danifica, como
por exemplo, a solução de Ringer (um líquido fisiológico que permite manter as células vivas), utilizado sobretudo nas células
vegetais.
Como já fora referido no protocolo do epitélio bucal, a coloração é uma técnica importante em microscopia, pois permite
evidenciar estruturas celulares pouco perceptíveis. Assim sendo, nesta actividade experimental utiliza-se a solução de
vermelho neutro, soluto de Lugol e a solução de azul metileno.
O vermelho neutro é um corante que, usado em baixa concentração, penetra na célula sem a matar (corante vital); assim,
enquanto a célula se mantiver viva, o citoplasma e os organitos permanecem incolores, introduzindo-se o corante no vacúolo,
corando-o de vermelho. Pelo contrário, o azul metileno é um corante básico que actua preferencialmente sobre o núcleo,
corando-o de azul. O soluto de Lugol evidência os elementos celulares em preparações extemporâneas, cora os amiloplastos,
já que é um corante que cora o amido.
Para além da técnica de capilaridade ou de irrigação aplicada na experiência do epitélio bucal, existe outra técnica, a técnica
de imersão. Esta consiste em colocar o corante na lâmina ou no vidro relógio e de seguida colocar a célula no material de
montagem e o corante actua como meio de montagem.
Estes processos permitem realçar as estruturas que não contrastam suficientemente de modo a tornarem-se distintas umas
das outras, permitindo que compreendamos melhor as diferenças entre os organitos que compõem a célula eucariótica vegetal
e que não existem na célula eucariótica animal.
Material

Material Reagentes / Material Biológico


- M.O.C. – Soluto de Lugol
- 2 Agulhas de dissecção – Soluto de vermelho neutro
- 2 Lâminas / 2 Lamela – Corante azul metileno
- Bisturi – Cebola
- Papel de filtro – Água destilada
- Pinça
- 3 Conta-gotas
- Vidro de relógio

Procedimento Experimental
1. A partir de um quarto do bolbo da cebola, retirar, com o auxílio da pinça, uma porção da película da epiderme interna;

2. No vidro de relógio deitar um pouco de água e colocar rapidamente as películas obtidas em 1 de forma a evitar o seu
enrolamento;
3. Colocar numa lâmina e distender sobre ela a película da cebola, adicionando uma gota de água, sendo este o meio de
montagem. Cobrir cuidadosamente com uma lamela;
4. Observar a preparação ao microscópio utilizando a objectiva de menor poder
ampliador, seguida das restantes objectivas.
5. Colocar, ao longo do bordo da lamela, duas gotas de soluto de Lugol;

6. Do lado oposto à colocação do corante, absorver com um papel de filtro o excesso de soluto de Lugol para que o
soluto atravesse toda a preparação (método de irrigação ou capilaridade);

7. Proceder à observação da preparação no M.O.C., utilizando a objectiva de menor ampliação, seguida das restantes
objectivas.
8. Efectuar os registos necessários. Fazer o esquema da observação, e identificar as estruturas aí presentes.
9. Repetir os passos 1 e 2;
10. Na água do vidro de relógio, onde se encontra parte do fragmento da epiderme destacada inicialmente, lançar gotas de
soluto de vermelho neutro (Método de Imersão);
11. Ao fim de alguns segundos, retirar e repetir o passo descrito em 3.
12. Repetir os passos 7 e 8.
13. Repetir os passos 1 e 2, no entanto na água do vidro de relógio lançar algumas gotas de solução de azul-de- metileno,
voltando a repetir o método de imersão.

14. Proceder como em 11.


15. Voltar a efectuar os passos 7 e 8.

Resultados

Procedimento 4 (sem Corante)


Procedimento 7 e 8 (com Soluto de Lugol)
Procedimento 12 (com Vermelho Neutro )
Procedimento 13 (com Azul de Metileno)
Nota: as fotografias são todas tiradas durante a actividade do clube, mesmo as fotos das células.

Conclusão
Esta experiência permite verificar que cada corante actua de modo diferente na célula. Com o uso do soluto de Lugol é
possível evidenciar os amiloplastos, que são vesículas de armazenamento de amido, uma substância de reserva das células
vegetais. Os vacúolos após a utilização do corante vermelho neutro, ficam corados, possibilitando a sua visualização, e por sua
vez com o corante azul de metileno, os organitos que coram são os núcleos. É ainda de salientar a observação da parede e
membrana celular, citoplasma, e membrana nuclear.
Conclui-se assim, que todos os seres vivos são formados por uma ou várias células e que estas têm constituintes básicos
iguais, como membrana celular, parede celular no caso de plantas e procariontes, citoplasma e núcleo (excepto os procariontes
que têm um pseudo-núcleo).

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