Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aluno: _____________________________________ Nº: ___ Turma: ___ Data: ___ / ___ / _____
Fig. 1 Constituição de um microscópio ótico composto (MOC). Os elementos da parte mecânica estão
representados a laranja e os da parte ótica estão a verde.
1
Funcionamento do MOC e características da imagem obtida
O MOC permite observar material biológico ampliado e em pormenor, usando um feixe de luz que
atravessa o objeto. A imagem é então ampliada pela objetiva, seguidamente é transmitida a um
espelho (no canhão) e, finalmente, sofre nova ampliação pela ocular. Esse percurso dos raios
luminosos justifica as características da imagem que o observador vê. Relativamente ao objeto real,
a imagem obtida ao MOC é ampliada, invertida e simétrica.
O poder de ampliação e a resolução permitem tornar visível ao olho do ser humano objetos que
sem o MOC são invisíveis. A ampliação a que se observa o objeto é calculada multiplicando a
ampliação da ocular pela ampliação da objetiva. A resolução é a menor distância a que devem estar
dois pontos para que possam ser observados como distintos. O MOC tem um limite de resolução
de 0,3-0,2 μm. O poder de resolução depende da abertura numérica da objetiva, do comprimento
de onda da luz utilizada e da refração que o meio oferece.
O que se observa focado ao MOC é função da profundidade de campo, que se define como a
variação da posição de foco da objetiva que não provoca alterações na acuidade visual e nitidez da
imagem de um ponto no centro do campo. A profundidade de campo, bem como o campo de visão,
são inversamente proporcionais à ampliação. Em termos práticos, aumentar a ampliação implica
reduzir o campo de visão e ter maior dificuldade em focar o objeto.
Técnicas de coloração
As células apresentam estruturas muito transparentes que não contrastam suficientemente de modo
a tornarem-se distintas umas das outras. As exceções são os cloroplastos e os vacúolos, que têm
pigmentos hidrossolúveis das células vegetais, e os cromatóforos, que são células animais
especializadas. A função dos corantes é dar maior contraste/evidência a estruturas celulares que,
pela sua transparência e fraco contraste ótico, se tornariam difíceis de observar.
2
Existem corantes vitais e corantes não vitais; os primeiros mantêm o material biológico vivo e os
segundos não. No entanto, o mesmo corante pode ser vital ou não, dependendo da concentração
em que se usa. Os corantes vitais são geralmente usados em concentrações muito baixas.
Não existe uma técnica de coloração que ponha em evidência todas as estruturas celulares. A
coloração das células deve-se sobretudo à combinação dos corantes com as proteínas,
dependendo da sua carga elétrica. Por esta razão, o facto de os corantes poderem corar
especificamente um organelo e não outro – corantes seletivos – está relacionado com a diferença
de cargas elétricas existente entre as proteínas dos diferentes organelos celulares e os corantes
que a elas se podem ligar quimicamente. Assim, quando colocamos corante azul (ex. azul de
metileno) numa preparação, podemos verificar de início que toda a preparação fica azul, mas, se
lavarmos a preparação, o corante que não se encontra ligado a nenhuma estrutura é arrastado.
Nas preparações definitivas é frequentemente utilizado mais do que um corante. Em preparações
de cortes histológicos de tecidos animais, a técnica de coloração mais utilizada é da
hematoxilinaeosina. A hematoxilina (hemateína) cora substâncias ácidas presentes no núcleo
(ácidos nucleicos) e a eosina cora os compostos básicos do tecido, como o citoplasma. Em cortes
histológicos de órgãos vegetais apenas as paredes são visíveis e geralmente apresentam-se
coradas de forma diferenciada, de acordo com a presença ou não de lenhina.
A tabela 1 indica alguns corantes de uso comum e a sua aplicabilidade.
Tabela 1
Corante Aplicabilidade
Em espécimes animais.
Carmim acético Cora o núcleo.
3
Coloração por irrigação
Na técnica de coloração por irrigação substitui-se o meio de montagem de uma preparação pelo
corante. Para tal, coloca-se o corante num dos lados da preparação e, no outro lado, absorve-se o
meio original com papel absorvente (Fig. 3).
Técnica de esfregaço
Esta técnica utiliza-se quando as células a observar estão em meio líquido, como é o caso das
células sanguíneas ou das bactérias do iogurte. A técnica do esfregaço consiste em espalhar o
material biológico ao longo de uma lâmina de vidro, com o auxílio de outra lâmina de vidro, sob a
forma de uma camada delgada e homogénea (Fig. 5-A). Também poderá ser efetuada com o auxílio
de uma ansa de inoculação (Fig. 5-B).
4
A
Técnica de esmagamento
Este método é usado nos casos em que existe uma aderência fraca entre as células do tecido a
observar. Para visualizar as células, basta colocar um pequeno fragmento do tecido entre a lâmina
e a lamela e fazer uma pequena pressão com o polegar. Provoca-se assim um esmagamento do
tecido, o que faz que as células se espalhem, formando uma fina camada, que é facilmente
atravessada pela luz.
5
UTILIZAÇÃO DO MOC
Nas aulas de microscopia deve estar disponível um microscópio ótico por aluno ou no máximo para
ser partilhado por dois alunos. Deve-se frisar, aos alunos, que partilhar um microscópio não é utilizá-
lo simultaneamente por dois alunos, apesar de possuir dois parafusos macrométricos e dois
parafusos micrométricos.
Na utilização do MOC devem ser seguidas algumas regras básicas:
1. Se o MOC possuir uma ocular, deve-se olhar por ela com o olho esquerdo (se se for destro),
mantendo os dois olhos abertos. Se o MOC tiver duas oculares, deve-se olhar por ambas.
2. A mão dominante deve ficar livre para desenhar as observações; assim, os parafusos de
comando devem ser manuseados com a outra mão.
3. Os mecanismos de deslocação não devem ser forçados. Os parafusos macrométricos e
micrométricos são muito sensíveis e a sua substituição tem um custo elevado.
4. No final da sua utilização deve-se: desligar a fonte de luz; rodar o revólver de modo a colocar
no eixo ótico a objetiva de menor ampliação; baixar a platina com o parafuso macrométrico e
retirar a preparação; deixar a platina e as lentes (ocular e objetivas) limpas.
Iluminação da preparação
As imagens do MOC são obtidas por transparência e, muitas vezes, não é com mais luz que se
conseguem as melhores imagens. Como numa fotografia, a luz é o mais importante, mas na «dose»
e na incidência certas. A iluminação é regulada de acordo com o material a observar, pois algumas
preparações exigem mais luz do que outras.
Na iluminação de uma preparação devem ser observadas as seguintes etapas:
1. Ligar a fonte de luz. Alguns microscópios têm um reóstato que permite regular a intensidade
da fonte de luz.
2. Regular o condensador, rodando-o, até que o campo do microscópio se apresente claro e
uniforme. As mudanças de objetiva devem ser acompanhadas de um ajuste do condensador.
3. Regular a abertura do diafragma, de forma a obter a iluminação ideal. Para objetos com
grande transparência, o fecho do diafragma pode fornecer uma luz oblíqua que evidencia o
que se pretende observar.
6
Focagem com as objetivas de maior ampliação
1. Para aumento de ampliação, trocar a objetiva. Para o efeito, depois de focar com a objetiva
de menor ampliação, iluminar o melhor possível o material e situar no centro do campo do
microscópio o pormenor que se quer observar mais ampliado.
2. Rodar o revólver, de modo a colocar a objetiva que tem a ampliação imediatamente superior.
3. Focar, utilizando exclusivamente o parafuso micrométrico, movendo-o muito lentamente, pois
qualquer movimento brusco pode partir a preparação ou danificar a objetiva (alguns
microscópios têm mecanismos de travão que evitam danos).
4. Ajustar de novo a iluminação.
5. Se não se conseguir focar, repetir todas as operações pela ordem indicada.
O aluno deve começar com traços muito suaves e apagar o mínimo de vezes possível (não faz mal
que fiquem alguns traços ténues no fundo). É indispensável que compare muitas vezes o seu
desenho com o que vê. Deve mexer o parafuso micrométrico para focar diferentes planos e integrar
no esquema a informação que recolheu. Por fim, é importante que realce os pormenores
pretendidos.
7
Como legendar fotografias ou esquemas
Na legendagem devem ser seguidas as seguintes regras:
x dar um título à representação e indicar a ampliação total com que foi obtida; x
fazer a legenda fora do esquema e em letra legível; x usar um lápis e uma régua
para desenhar as linhas da legenda; x colocar, preferencialmente, as linhas da
legenda na horizontal.
Fontes:
https://wikiciencias.casadasciencias.org/wiki/index.php/Microsc%C3%B3pio_%C3%93ptico;
https://www.fciencias.com/2014/06/26/tecnicas-de-coloracao/
https://blogs.zeiss.com/microscopy/en/education-in-biology/
https://mmegias.webs.uvigo.es/02-english/6-tecnicas/5-general.php (consultados em
09/04/2021)