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21 de julho de 2008
2
Sumário
0 Tópicos matemáticos 9
0.1 Teoremas e propriedades de Cálculo Vatorial . . . . . . . . . . 9
0.2 Propriedades de Divergente, Rotacional e Gradiente . . . . . . 10
1 Introdução 11
1.1 Forças elétricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.2 Propriedades da carga elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2 Lei de Coulomb 15
2.1 A Lei de Coulomb . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2 Princı́pio de Superposição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3 Campo Elétrico 19
3.1 O Campo Elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.2 Distribuições Contı́nuas de Carga . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.2.1 Tipos de Distribuições: . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.3 Linhas de Forças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.4 Fluxo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.5 Lei de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.5.1 Aplicando A Lei De Gauss: . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.6 Aplicações da Lei de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.7 Divergência de um vetor e Equação de Poisson . . . . . . . . . 38
3.8 Teorema de Gauss e forma diferencial da Lei de Gauss . . . . 44
3
4 SUMÁRIO
4 Potencial Eletrostático 51
4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.1.1 Recordação da Mecânica . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.2 Definição do Potencial eletrostático . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.2.1 Cálculo do pontencial eletrostático gerado por uma
carga pontual q . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4.3 Cálculo do Campo a partir do potencial . . . . . . . . . . . . 54
4.3.1 Equipontenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
4.4 Potencial de uma distribuição de cargas . . . . . . . . . . . . . 55
4.4.1 Anel isolante uniformemente carregado . . . . . . . . . 56
4.4.2 Disco uniformemente carregado: a uma distância z do
centro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
4.4.3 Disco uniformemente carregado: Cálculo no Bordo . . . 58
4.4.4 Casca esférica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
4.5 Dipolo elétrico e expansão multipolar dos campos elétricos . . 60
4.6 Circulação do campo elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
5.6.2 Exemplo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
5.6.3 Relação entre Energia e Campo Elétrico . . . . . . . . 80
5.6.4 Princı́pio da Superposição . . . . . . . . . . . . . . . . 83
6 Condutores 85
6.1 Breve Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
6.2 Propriedades dos Condutores . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
6.3 Carga Induzida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
6.3.1 O campo numa cavidade de um condutor . . . . . . . . 87
6.4 Método das Imagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
6.4.1 Carga e o Plano Condutor Aterrado . . . . . . . . . . . 92
6.4.2 Densidade De Carga Induzida Na Superfı́cie Do Plano 93
6.5 Poder das Pontas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
6.6 Carga Na Superfı́cie e Força Em Um Condutor . . . . . . . . . 96
7 Capacitores 97
7.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
7.2 Energia de um capacitor carregado . . . . . . . . . . . . . . . 99
7.3 Cálculos de Capacitâncias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
7.3.1 Capacitor de placas paralelas . . . . . . . . . . . . . . 99
7.3.2 Capacitor Cilı́ndrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
7.3.3 Capacitor Esférico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
7.4 Associação de Capacitores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
7.4.1 Capacitores em Paralelo . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
7.4.2 Capacitores em Série . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
8 Dielétricos 109
8.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
8.2 Campo no interior de um dielétrico . . . . . . . . . . . . . . . 109
8.2.1 moléculas polares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
8.2.2 moléculas apolares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
6 SUMÁRIO
10 Magnetostática 149
10.1 Campo Magnético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
10.2 Força magnética em fios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
10.3 Torque em espiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
10.4 O Movimento Cyclotron . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
10.5 A Ausência de monopolos magnéticos . . . . . . . . . . . . . . 159
SUMÁRIO 7
Tópicos matemáticos
9
10 CAPÍTULO 0. TÓPICOS MATEMÁTICOS
tro, que pode ser obtido por um método de integração mais rápido e menos
propı́cio a erros.
Introdução
11
12 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
substancial ocorreu todavia nesse assunto até o século XVIII, quando se des-
cobriu que o vidro friccionado com um pano de seda também apresentava
propriedades semelhantes a do âmbar. Estas observações levaram a admitir
duas espécies de eletricidade: a vı́trea e a resinosa.
Ainda dessas observações decorram as leis elementares da eletrostática, a
saber: a) Eletricidades de mesmo nome se repelem b) Eletricidades de nomes
diferentes se atraem.
Benjamin Franklin foi o primeiro a falar em eletricidade positiva (a vı́trea)
e eletricidade negativa (a resinosa).
Hoje sabemos que esses efeitos são devidos à existência do que chamamos
de carga elétrica. Embora a carga elétrica não seja definida sabemos que ela
é uma caracterı́stica das partı́culas fundamentais que constituem os átomos.
POSTULADO DA TEORIA.
A carga total, num sistema isolado, nunca varia. (sistema isolado =
nenhuma matéria atravessa os limites do sistema).
Observação 1.1. Podemos ter a criação de pares de cargas positivas e negati-
vas, mas uma carga positiva e negativa, mas uma carga positiva ou negativa
não pode simplesmente desaparecer ou aparecer por si só.
A terceira propriedade está relacionada com a quantidade da carga.
A experiência da gota de óleo de Millikan, e diversas outras, demonstram
que a carga elétrica aparece a natureza em múltiplos de um único valor
unitário. Essa intensidade é representada por e 1 , a carga eletrônica.
Experiências mostram que a carga do próton e do elétron são iguais com
uma precisão de 1 para 10−20 . De acordo com as odeias atuais, o elétron e
o próton e o próton são tão diferentes entre si como o podem ser quaisquer
outras partı́culas elementares. Ninguém entende ainda porque suas cargas
devam ser iguais até um grau tão fantástico de precisão.
Evidentemente a quantização da carga é uma lei profunda e universal da
natureza. Todas as partı́culas elementares eletrizadas, até o ponto em que
podemos determinar, têm cargas de magnitudes rigorosamente iguais.
Observação 1.2. Nada na eletrodinâmica requer que as cargas sejam quanti-
zadas este é um fato.
Observação 1.3. Prótons e nêutrons são compostos de três quarks, cada qual
com cargas fracionadas ± 32 e e ± 13 e . No entanto, quarks livres parecem
não existir na natureza, de qualquer forma isto não alteraria o fato da carga
ser quantizada, só reduziria o módulo da unidade básica.
Observação 1.4. Por outro lado, a não-conservação da carga (Propriedade
2) seria totalmente incompatı́vel com a estrutura da teoria eletromagnética
atual.
1
e= 1, 6.10−19 C
Capı́tulo 2
Lei de Coulomb
→ 1 q1 q2 →
F1 = 2
r̂1,2 = − F2 (2.1)
4πo r1,2
→
F1 = força que age sobre a partı́cula 1
r̂1,2 = versor na direção de q1 e q2
r1,2 = distância entre q1 e q2
No sistema CGS ou MES: k0 vale aproximadamente um (1)
h →i
F = dina
1C = 2, 998.109 MES
Quando temos mais de duas cargas devemos complementar a lei de Cou-
lomb com outro jeito da natureza: o princı́pio da superposição.
15
16 CAPÍTULO 2. LEI DE COULOMB
→
Sendo F0,n a força devido a qn
O Princı́pio da Superposição estabelece que a interação entre quaisquer
duas cargas não é afetada pela presença das outras.
Assim,
n
→ X qi
F 0 = K0 q0 r̂
2 0,i
(2.3)
i=1
r0,i
Reescrevendo:
2.2. PRINCÍPIO DE SUPERPOSIÇÃO 17
n
→ X qi → →
F0 = K0 q0 → → (ri − r 0) (2.4)
| ri − r0 |3
i=1
18 CAPÍTULO 2. LEI DE COULOMB
Capı́tulo 3
Campo Elétrico
n
X qo qi
F~o = Ko 2
r̂o,i
i=1
ro,i
→
Assim, se dividirmos F 0 por q0 teremos:
n
F~o X qi
= Ko r̂
2 o,i
(3.1)
qo i=1
ro,i
19
20 CAPÍTULO 3. CAMPO ELÉTRICO
n
~
X qi
E(x, y, z) = Ko r̂
2 o,i
(3.2)
i=1
r o,i
F~o = qo E
~ (3.3)
Note que utilizamos como condição que as cargas fontes do campo es-
tavam fixas, ou seja, que colocar a carga q0 no espaço não perturbará as
posições ou movimento de todas as outras cargas responsáveis pelos campos.
Muitas pessoas, às vezes, definem o campo impondo à q0 a condição de
→ ~
ser uma carga infinitesimal e tomando E como: lim qFo
qo →0
Cuidado! Na realidade este rigor matemático é falso. Lembre-se que no
mundo real não há carga menor que e!
→
Se considerarmos a Equação 3.2 como definição de E , sem referência
a uma carga de prova, não surge problema algum e as fontes não precisam
ser fixas. Casa a introdução de uma nova carga cause deslocamento das
cargas fontes, então ela realmente produzirá modificações no campo elétrico
e se quisermos prever a força sobre a nova carga, devemos utilizar o campo
elétrico para calculá-la.
Conceito de campo: um campo é qualquer quantidade fı́sica que pos-
sue valores diferentes em pontos diferentes no espaço. Temperatura, por
exemplo, é um campo. Nesse caso um campo escalar, o qual nós escrevemos
como T(x,y,z). A temperatura poderia também variar com o tempo, e nós
poderı́amos dizer que a temperatura é um campo dependente do tempo e
escrever T(x,y,z,t). Outro exemplo é o campo de velocidade de um lı́quido
→
fluindo. Nós escrevemos v =(x,y,z,t) para a velocidade do lı́quido para cada
ponto no espaço no tempo t. esse é um campo vetorial. Existem várias idéias
criadas com a finalidade de ajudar a visualizar o comportamento dos campos.
A mais correta é também a mais abstrata: nós simplesmente considerarmos
os campos como funções matemáticas da posição e tempo.
3.2. DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE CARGA 21
N
O campo é uma grandeza vetorial e na unidade no SI é (Newton/Coulumb).
C
Se tivermos somente uma carga:
~ = Ko q r̂
E
r2
Observação 3.1. Campo elétrico é radial e cai com a distância ao quadrado
~ = ~ =Ko dq
R R
Usando o Princı́pio da Superposição: E dE r2
r̂
~ = Ko λdl
R
E r2
r̂
b) superficial: carga distribuı́da ao longo de uma superfı́cie(ex: disco,placa).
dq
Densidade superficial de carga = σ =
ds
dq = λds
~ = Ko σds
R
E 2 r̂
r
c) volumétrica: carga distribuı́da no interior de um volume(ex: esfera,
cubo, cilindro).
dq
Densidade volumétrica de carga = ρ =
dv
dq = ρdv
~ = Ko ρdv
R
E 2 r̂
r
~ Ko λL Ko Q N
Resolução. Se tomarmos limite quando b>>L temos: EP = b2
= b2 C
= carga pontual
3.2. DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE CARGA 23
Resolução.
k~rk = z 2 + R2 dl = Rdθ
λRdθ z
dEz = dE cos α = 2 2
√
z + R z 2 + R2
Por simetria só teremos componente na direção z.
Z2π
~ = k0 z λRdθ ~ = k0 zRλ2π 3 k̂
E √ 2 2
k̂ ⇒ E
+R z +R
z22
(z 2 + R2 ) 2
0
~ 2πk0 λRz N Qzλ
E= 3 k̂ = 3 k̂
(z 2 + R2 ) 2 C (z 2 + R2 ) 2
Analisando os limites R → ∞ e z >> R:
3.2. DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE CARGA 25
2πλRk0 z k0 Q
z >> R : E = 3
= 2 = carga puntual
z z
1
R → ∞:E → 0, com 3 se Q for fixa
R
1
com 3 se λ constante
R
ds = rdθdr
z
dEz = dE cos α = dE √
r2 + z 2
Z2π ZR ZR
zσrdθdr rdr
Ez = k0 √ = k0 zσ2π 3
2 2 2
r + z (r + z ) 2
0 0
(r2 + z 2 ) 2
0
2 2
r +z =u du = 2rdr
2 +z 2
RZ 2 2
−1 R +z
du u 2
Ez = k0 zσ2π 3 = k0 zσπ
− 21 2
(u) 2
z
z2
1 1 z z
Ez = −k0 zσ2π √ − = 2πk0 σ −√
R2 + z 2 |z| |z| R2 + z 2
Analisando os limites:
σ z
z << R : Ez =
2ε0 |z|
σ
, z>0
~ = 2ε0
E σ
−
, z<0
2ε0
z >> R :
− 12
R2 1 R2 1 R2
z
1− √ =1+ 1+ 2 =1− 1− + ... ≈
z 2 + R2 z 2 z2 2 z2
σ R2 σπR2 Q
⇒ Ez = 2
= 2
=
2ε0 2z 4πε0 z 4πε0 z 2
3.2. DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE CARGA 27
σ z
2ε 1 − √ 2 , z>0
0 z + R2
Ez =
σ z
−1 − √
, z<0
2ε0 z 2 + R2
Fazendo os gráficos:
z << R
z >> R
n
2πr
n
4πr2
e
1
E∝
r2
30 CAPÍTULO 3. CAMPO ELÉTRICO
, o que é correto.
Q1 n1
=
Q2 n2
Exemplo 3.2.
3.4 Fluxo
Consideremos uma região no espaço, onde existe um campo elétrico como na
figura abaixo:
Uma superfı́cie de área A perpendicular a direção de E.
O fluxo através desta superfı́cie é: f = EA
3.4. FLUXO 31
A área de cada trecho tem certo valor e cada uma define univocamente
uma direção e sentido, a normal à superfı́cie orientada para fora. Para cada
→
trecho, temos um vetor a j que define sua área e orientação.
3.5. LEI DE GAUSS 33
→ →
O fluxo através desse pedaço de superfı́cie é dado por: Φ =E j . a j
P → →
E o fluxo através de toda a superfı́cie: Φ = Ej . a j
j
R → →
Tornando os trechos menores, temos: Φ = E .d a em toda a superfı́cie
Tomemos o caso mais simples possı́vel: o campo de uma única carga punti-
forme. Qual é o fluxo Φ através de uma esfera de raio r centrada em q?
~ = k0 q r̂
E
r2
d~a = r2 senθdθdϕr̂
I ZZ
Φ= E ~ · d~a =
k0 q r2 senθdθdϕr̂
r2
s s
Zπ Z2π
= k0 q senθdθdϕ =
0 0
4πq q
= 4πk0 q = =
4πε0 ε0
Ou simplesmente:
q q
E × area total = k0 2
4πr2 =
r ε0
Portanto o fluxo não depende do tamanho da superfı́cie gaussiana.
Agora imagine uma segunda superfı́cie, ou balão, mas não esférica envol-
vendo a superfı́cie anterior. O fluxo através desta superfı́cie é o mesmo do
que através da esfera.
Corolário 3.1. Fluxo através de uma superfı́cie fechada é nulo quando a carga
é externa à superfı́cie.
I I
Φ= ~ · d~s =
E ~1 + E
(E ~ 2 + ... + E
~ n )·d~s
S S
I
~ i · d~s = qi ⇒ Φ = q1 + q2 + ... + qn = qint
E
ε0 ε0 ε0
S
LEI DE GAUSS:
→
O fluxo do campo elétrico E através de qualquer superfı́cie fechada é igual
à carga interna dividida por 0 .
I
~ i · d~s = qint
E
ε0
S
?
Não, pois:
~ ·A
~ = EAtotal = k0 q 2 q
Φ=E 4πr =
r3 ε0 r
Por meio da lei de Gauss é possı́vel calcular a carga existente numa região
dado um campo. Esta lei simplifica problemas complicados, porém limitados
a sistemas que possuem alta simetria.
4) Calcule qint
→
5) Aplique a Lei de Gauss para obter E
I Z I Z
Φ∆Σ = ~ s = qint =
E.d~
ρ∆V
⇒
1 ~ s= 1
E.d~
ρ∆V
ε0 ε0 ∆V ∆V ε0
∆Σ V V
I
1 ~ s = ρ(P )
lim E.d~ (3.4)
∆V →0 ∆V ε0
∆Σ
→
onde ∆V é um volume arbitrário que envolve o ponto P e d s (elemento
orientado de superfı́cie).
De acordo com a Equação 3.4
40 CAPÍTULO 3. CAMPO ELÉTRICO
~ E
∇. ~ = ρ
εo
I
~ v = lim 1
∇.~ ~v .d~s
∆V →0 ∆V
em coordenadas cartesianas:
Segundo a definição ∆V é qualquer. Vamos considerar um paralelepı́pedo
de lados ∆x, ∆y e ∆z centrado no ponto P (x,y,z).
→
Vamos calcular o fluxo de v na face 2:
vx (2).∆y.∆z
3.7. DIVERGÊNCIA DE UM VETOR E EQUAÇÃO DE POISSON 43
→
Fluxo v na face 1:
−vx (1).∆y.∆z
1 1 ∂vx
vx (2) = vx (x + ∆x, y, z) = vx (x + y + z) + ∆x
2 2 ∂x
1 1 ∂vx
vx (1) = vx (x − ∆x, y, z) = vx (x + y + z) − ∆x
2 2 ∂x
Fluxo sobre 1 e 2:
X ∂vx
f luxos = ∆x∆y∆z
∂x
Da mesma forma se considerarmos as outras faces:
∂vx ∂vy ∂vz
Φtotal = ∂x + ∂y + ∂z ∆x∆y∆z
∂vy
Φtotal = ∂v∂x
x
+ ∂y
+ ∂vz
∂z
∆V
∂vy
Φtotal = ∂ ~v • d~s = ∂v ∂vz
H
∂x
x
+ ∂y
+ ∂z
∆V
Superfı́cie infinitesimal = ∆Σ
Z
~ v ∆V =
∇~ ~ v dV
∇~
V
X I I
~v d~s = ~v d~s
i P
S
∆ i
Z I
~ v dV =
∇~ ~v d~s
V S
→
sendo v um campo vetorial qualquer, Vi é o volume que inclui o ponto
em questão e Si a superfı́cie que envolve este volume Vi .
→ →
Significado de ∇ . v :
a) Fluxo por unidade de volume que sai de Vi no caso limite de Vi infi-
nitésimo;
b) Densidade de fluxo desse valor através da região;
c) Grandeza escalar que pode variar de ponto para ponto.
Fazendo lim e Vi −→ 0
N →∞
I Z
F~ d~s = ~ F~ dV
∇
S V
~ E
∇. ~ = ρ
εo
Vamos usar o teorema da divergência para chegar neste resultado:
R
I ρdV
~ s= V
Ed~
ε0
s
~ E
∇. ~ = ρ
εo
sendo a relação local entre densidade de carga e campo elétrico
O DIVERGENTE EM COORDENADAS CARTESIANAS:
F~ = Fx î + Fy ĵ + Fz k̂
I
~ F~ = lim 1
∇ F~ d~si
Vi →0 Vi
si
→ →
Queremos saber o ∇ . F no ponto P
Sabemos que:
∂Fy ∆y
Fy (x, y + ∆y/2, z) = Fy (x, y, z) +
∂y 2
Fluxo por 2:
∂F y ∆y
F~ A
~ = Fy (x, y + ∆y/2, z)∆x∆z = Fy (x, y, z) + ∆x∆z
∂y 2
Fluxo por 1:
~ ~ ∂Fy ∆y
F A = −Fy (x, y − ∆y/2, z)∆x∆z = − Fy (x, y, z) − ∆x∆z
∂y 2
∂Fy
∆x∆y∆
∂y
Somando fluxo 3 + fluxo 4:
∂Fx
∆x∆y∆z
∂x
Somando fluxo 5 + fluxo 6:
3.8. TEOREMA DE GAUSS E FORMA DIFERENCIAL DA LEI DE GAUSS47
∂Fz
∆x∆y∆z
∂z
~ F~ = lim 1
∇
∂Fx ∂Fy ∂Fz
+ + ∆Vi =
∂Fx ∂Fy ∂Fz
+ +
∆Vi →0 ∆Vi ∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z
F~ = Fx î + Fy ĵ + Fz k̂
~ = ∂ î + ∂ ĵ + ∂ k̂
Operador nabla: ∇
∂x ∂y ∂z
Em coordenadas esféricas: (r,θ,ϕ):
Resolução.
ρπr2 L ρπa2 L
E2πrL = ↔ E2πrL =
ε0 ε0
→
− ρr ρπa2 L
E = r̂ (r < a) ↔ E2πrL =
2ε0 ε0
~E
∇ ~ (r < a) = 1 ∂ (rEr ) = 1 ∂ r
ρr
r ∂r r ∂r 2ε0
~E
∇ ~ = ρ
ε0
ρa2
~E
∇ ~ (r > a) = 1 ∂ (rEr ) = 1 ∂ r
r ∂r r ∂r 2ε0 r
~E
∇ ~ =0
3.8. TEOREMA DE GAUSS E FORMA DIFERENCIAL DA LEI DE GAUSS49
~ = 1 q
E r̂
4πε0 r2
~E~ = q 1 ∂ 2
∇ (r Er ) = 0 , r 6= 0
4πε0 r2 ∂r
Não faz sentido calcular o campo em cima dela mesma (a carga), já que
ela gera o campo.
50 CAPÍTULO 3. CAMPO ELÉTRICO
Capı́tulo 4
Potencial Eletrostático
4.1 Introdução
A utilização do campo elétrico, como visto no capı́tulo anterior, para re-
solução de problemas pode ser bastante complexa, principalmente devido ao
fato de o campo elétrico ser um campo vetorial. Dessa forma, o potencial
elétrico entra como uma excelente forma de simplificar os cálculos a serem
realizados e possibilitar a resolução de problemas ainda mais omplexos de
eletrostática.
Inicialmente, porém, relembremos alguns conceitos básicos:
ZP2
(c)
WP1 →P2 = F~ ·d~l
P1 (c)
51
52 CAPÍTULO 4. POTENCIAL ELETROSTÁTICO
(c)
∆T = WP1 →P2
(c)
T2 − T1 = WP1 →P2
∆V + ∆T = cte = ∆Emec = 0
ZP2
∆U = − F~ ·d~l
P1
ZB
W = F~ele · d~l
A
ZB
∆U = − ~ · d~l
qE (4.1)
A
4.2. DEFINIÇÃO DO POTENCIAL ELETROSTÁTICO 53
ZB
∆U ~ · d~l
∆V = =−− E (4.2)
q
A
Ou seja
EnergiaPotencialEletrostatica
Potencial =
carga
Porém a escolha do nı́vel o qual o potêncial é nulo é arbitrário, sendo
normalmente escolhido o infinito, assim, é conveniente escolher V (∞) = 0.
Exemplo:
Sabe-se que:
~ = 1 q
E r̂
4πε0 r2
Logo:
ZP2 ZP2
~ ~l = − 1 q q 1 1
V (r2 ) − V (r1 ) = − E·d 2
dr = −
4πε0 r 4πε0 r2 r1
P1 P1
q 1
V (r) =
4πε0 r
54 CAPÍTULO 4. POTENCIAL ELETROSTÁTICO
ZP2
∆V = − ~ ·d~l
∇V
P1
Mas:
ZP2
∆V = − ~ ~l
E·d
P1
~ = −∇V
E ~ (4.3)
que nos dá o vetor campo elétrico a partir do campo escalar V. Vale notar
que isso só é possı́vel devido ao fato de o campo elétrico ser conservativo.
4.3.1 Equipontenciais
Nesse momento, faz-se necessário introduzir o conceito de equipontenciais.
Basicamente, as equipotenciais são regiões com o mesmo potencial eletrostático.
Além disso, deve-se notar que a equação dV = E ~ · d~l implica que, se E⊥d
~ ~l:
dV = 0 ⇒ V = cte
n
X qi
V (P ) =
i=1
4πε0 ri
Logo:
Z
1 dq
V (P ) = (4.4)
4πε0 r
Que, Para uma distribuição:
Volumétrica: dq = ρdv
Superficial: dq = σdS
Linear: dq = λdl
Agora, vejamos alguns exemplos de aplicação:
56 CAPÍTULO 4. POTENCIAL ELETROSTÁTICO
Assim:
Z2π
1 λρdθ
V (P ) =
4πε0 (ρ2 + z 2 )1/2
0
Q
V (P ) =
4πε0 (ρ2 + z 2 )1/2
~ = −∇V
Assim, como E ~ , então:
~ = Qz
E ẑ
4πε0 (ρ2 + z 2 )3/2
Z2π ZR ZR
1 σr0 dr0 dθ πσ 2r0 dr0
V = 02
=
4πε0 2
(z + r ) 1/2 4πε0 (z 2 + r02 )1/2
0 0 0
4.4. POTENCIAL DE UMA DISTRIBUIÇÃO DE CARGAS 57
σ 2 02 1/2 R
σ h√ 2 2
i
V = 2(z + r ) 0
= z + R − |z|
4ε0 2ε0
Vale notar que, se lim |z| >> R então:
2 !1/2
√ 1 R2
R
z 2 + R2 = |z| 1 + = |z| 1 + + ...
z 2 z2
Logo:
σ R2 1 Q
V ≈ =
2ε0 z |z| 4πε0 |z|
Ou seja, caso observemos o disco de muito longe, ele irá se comportar
cada vez mais com uma carga pontual. Além disso podemos obter E: ~
~ ∂ σ z z
E=− V = −√
∂z 2ε0 |z| R2 + z 2
Desse exemplo nós podemos tirar algumas conclusões:
58 CAPÍTULO 4. POTENCIAL ELETROSTÁTICO
Assim:
dq = σr(2θ)dr
Z
1 dq
V =
4πε0 r
Z
1
V = σ(2θ)dr
4πε0
4.4. POTENCIAL DE UMA DISTRIBUIÇÃO DE CARGAS 59
r = 2R cos θ
dr = −2Rsenθdθ
Logo:
Z0 Zπ/2
1 Rσ Rσ
V = σ2θ(−2Rsenθ)dθ = θsenθdθ = [senθ − θ cos θ]π/2
0
4πε0 πε0 πε0
π/2 0
Rσ
Vborda =
πε0
Assim:
Z2π Zπ
1 σR2 senθdθdφ
V (z) =
4πε0 (z 2 + R2 − 2zR cos θ)1/2
0 0
2πσR2 2 2 π
V (z) = (z + R2 − 2zR cos θ)1/2 0
4πε0 2zR
σR h√ 2 √ i σR hp p i
V (z) = z + R2 + 2zR − z 2 + R2 − 2zR = (z + R)2 − (z − R)2
ε0 2z ε0 2z
p σR2
sez > R ⇒ z − R > 0 ⇒ (z − R)2 = z − R ⇒ V (z) =
ε0 z
p σR σR
sez < R ⇒ z−R < 0 ⇒ (z − R)2 = −(z−R) ⇒ V (z) = [z + R − (R − z)] =
2ε0 z ε0
60 CAPÍTULO 4. POTENCIAL ELETROSTÁTICO
O potencial
( dentro da esfera é constante.(Assim temos:
σR2 Q Q
εo z
= 4πεo z ,r > R 4πεo z 2
,r > R
V (z) = σR Q
e E(z) =
εo
= 4πεo R ,r < R 0,r < R
Podemos então, construir os gráficos de E e V em função de r obtendo
assim:
Assim:
1 q 1 (−q) q 1 1
V (x) = + = −
4πε0 |x − a| 4πε0 |x − a| 4πε0 |x − a| |x − a|
q
Que, sendo V0 = 4πε0 a
então:
V (x) 1 1
= x − x
V0 a
−1
a
− 1
Assim pode-se construir o gráfico:
62 CAPÍTULO 4. POTENCIAL ELETROSTÁTICO
q 1 1
V = −
4πε0 r+ r−
2
Mas r± = r2 + a2 ∓ 2ra cos θ. Considerando uma posição na qual r >> a
4.5. DIPOLO ELÉTRICO E EXPANSÃO MULTIPOLAR DOS CAMPOS ELÉTRICOS63
temos:
−1/
2
1 1
− /2 1 a 2 a
= r2 + a2 ∓ 2ra cos θ
= 1 + ∓ 2 cos θ
r± r |r {z r }
x
1
mas se x << 1 então (1 + x)− /2 ' 1 − 12 x, e como a
r
<< 1 então:
1 1 1 a 2 a
= 1− ± cos θ
r± r 2 r r
Logo:
*
q 1 a 2 a 1 a 2 a q2a cos θ p cos θ p·r̂
V ≈ 1− + cos θ − 1 + + cos θ ≈ = =
4πε0 r 2 r r 2 r r 4πε0 r2 4πε0 r2 4πε0 r2
*
Na qual p = 2aq k̂ é o momento dipolo elétrico.
Vale notar também que V cai com r2 e não com r, o que é razoável, que
V decresça mais rápido que o potencial de uma única carga, pois conforme
estamos mais e mais longe do dipolo, este parece mais e mais com uma
pequena unidade de carga zero.
Calculando o campo, sabendo que o gradiente em coordenadas esféricas
é dado por:
~ = ∂ r̂ + 1 ∂ θ̂ + 1
∇
∂
ϕ̂
∂r r ∂θ r sin θ ∂ϕ
Então:
~ = p cos θ r̂ + p sin θ θ̂
E
2πε0 r3 4πε0 r3
A seguir faremos uma análise mais aprofundada do assunto, aplicando o
mesmo raciocı́nio anterior, poderemos deduzir que:
Em monopolo V cai com 1/r
Em um dipolo V cai com 1/r2
Em um quadripolo V cai com 1/r3
E assim sucessivamente...
Consideremos agora uma distribuição de cargas na vizinhança na ori-
gem do sistema de coordenadas, finita, e pode ser totalmente encenada por
uma esfera de raio a que é pequeno comparado à distância até o ponto de
observação. Assim temos que:
ρ(r0 )
Z
1
V (r) = dv 0
4πε0 |~r − ~r0 |
V
Mas,se r >> r0
4.5. DIPOLO ELÉTRICO E EXPANSÃO MULTIPOLAR DOS CAMPOS ELÉTRICOS65
0 2 !−1/2
0
−1 1 1 ~r.~r r
|~r − ~r0 | = (r2 − 2~r.~r0 + r02 )− /2 = 1−2 2 +
r r r
Note que foram definidos duas distâncias, uma r e outra r não se confunda!
0 2 !
r r0
r2 = r2 1+ − 2 cos θ0
r r
!1/
0 2 2
r r0
r=r 1+ − 2 cos θ0
r r
0 2
1 r r0
r = r (1+ ∈) /2 , ∈= − 2 cos θ0
r r
Logo:
−1/2
1 1 1 1 3 2 5 3
= (1+ ∈) = 1 − ∈ + ∈ − ∈ +...
r r r 2 8 16
66 CAPÍTULO 4. POTENCIAL ELETROSTÁTICO
" 2 4 2 3 #
1 1 r0 r0 0 3 r0 3 r0 2 0 3 r0 0
= 1− + cos θ + + cos θ − cos θ + ...
r 2 r r 8 r 2 r 2 r
" 0 2 #
1 r0 r (3 cos2 0
θ − 1)
= 1 + cos θ0 + + ...
r r r 2
∞ 0 n
1 1X r
= Pn (cos θ0 )
r r n=0 r
Logo:
∞ 0 n
ρ(r0 )dv 0 X
Z
1 0 r
V (r) = Pn (cos θ )
4πε0 r n=0
r
∞ Z
1 X 1 n
V (r) = n+1
(r0 ) Pn (cos θ0 ) ρ(r0 )dv 0
4πε0 n=0 r
Então:
Z
~ E
∇x ~ .d~s = 0, ∀S
S
~ E
∇x ~ =0
Essa equação resume basicamente toda a eletrostática, visto que, ela mos-
tra que o campo elétrico é conservativo (na eletrostática) e permite que o
~ ∇V
campo elétrico seja o gradiente de uma função potencial, visto que ∇x ~ =0
(o rotacional de um gradiente é sempre nulo).
68 CAPÍTULO 4. POTENCIAL ELETROSTÁTICO
Capı́tulo 5
Equações da Eletrostática e
Energia
5.1 Introdução
Neste momento, já foram vistas praticamente todas as equações e fórmulas
referentes à eletrostática. Dessa forma, nesse capı́tulo estudaremos algumas
das relações entre o potêncial eletrostático, o campo elétrico e as densidades
de carga dos corpos. Além disso, serão abordadas as equações de Laplace
e Poisson, que oferecem mais uma forma de efetuar cálculos, as condições
de contorno da eletrostática e as equações que fornecem a energia potencial
eletrostática de um configuração de cargas
69
70 CAPÍTULO 5. EQUAÇÕES DA ELETROSTÁTICA E ENERGIA
∇ ~ = 0 P ermite
~ ×E → E ~ = −∇V
~ (5.3)
~ =−ρ
~ ∇V
∇·
ε0
~ 2V = − ρ
∇ (5.4)
ε0
A equação acima é chamada equação de Poisson e relaciona o potencial
eletrostático com a densidade de carga pontual. Com ela é possı́vel calcular,
em cada ponto, o potencial eletrostático, desde que se conheçam as condições
de contorno do problema, de forma a resolver as equações diferenciais que
serão obtidas.
A equação de Laplace vem diretamente da equação de Poisson, quando
ρ = 0. Assim:
~ 2V = 0
∇ (5.5)
~ é descontı́nua
Figura 5.3: A componente normal de E
quando ε → 0. Assim:
~k ~ ~k ~
E acima ·dl1 + Eabaixo ·dl2 = 0
5.4. CONDIÇÕES DE CONTORNO 73
~k
d~l1 = −d~l2 → E ~k
acima = Eabaixo
~ ~ σ
E acima −Eabaixo = n̂ (5.6)
ε0
Zb
∆V = − ~ ~l
E·d
a
Zb
Vb − Va = − ~ ~l
E·d
a
Rb
E quando ε → 0 então ~ ~l → 0, Logo
E·d
a
Além das condições já mencionadas, vale lembrar também de alguns pontos:
* Já vimos que, na maioria dos casos V (∞) = 0 * Quando há distribuição
de cargas não pontual V 6= ∞
74 CAPÍTULO 5. EQUAÇÕES DA ELETROSTÁTICA E ENERGIA
5.5.1 Exemplo 1
Considere duas placas infinitas paralelas, condutoras, uma colocada em x = 0
e outra em x = L. Seja o potencial em x > 0 igual a V0 e em x = L igual
a zero. Determinar o potencial e o campo entre as placas considerando duas
situações: Densidade de carga entre as placas igual à zero; Densidade de
carga entre as placas é contante igual à ρ.
d2 V
∇2 V = =0
dx2
Logo:
V = ax + b
b=V
V0
a=−
L
Logo:
V0
V (x) = − +V
L
Podemos calcular também o campo, assim:
~ =− d
E
V0 V0
− x + V0 î = î
dx L L
ρ0 d2 V ρ0
∇2 V = − → 2
=−
ε0 dx ε0
Logo:
ρ 0 x2
V =− + ax + b
2ε0
Aplicando as condições de contorno:
(
V (0) = V0 → b = V0
ρ0 L
V (L) = 0 → a = − VL0 + 2ε0
Logo:
ρ0 x2
V0 ρ0 L
V (x) = − + − + x + V0
2ε0 L 2ε0
ρ0 x 2
~ =− d
E −
V0 ρ0 L
+ − + x + V0 î =
ρ0
x+
V0 ρ0 L
− î
dx 2ε0 L 2ε0 2ε0 L 2ε0
Zr
~ ~l = 1 q
V =− E·d
4πε0 r
∞
1 q1 q2
temos; W = 4πε0 r12
q3 q1 q2
Para a terceira temos:W = 4πε0 r13
+ r23
Assim sucessivamente...
Logo, obtemos a energia potencial da configuração qualquer de cargas
pontuais:
1 X q i qj 1 1 X X qi q j
U= = (5.8)
4πε0 i<j rij 4πε0 2 i j6=i rij
X 1 qj
j6=i
4πε0 rij
1X
U= qi V i
2 i
5.6.2 Exemplo
Uma esfera de raio R possui uma densidade de carga ρ(r) = kr (onde k é
uma constante). Ache a energia da configuração.
Para calcular a energia, devemos inicialmente obter o potencial. Esse
Rr
~ ~l ou pelas
pode ser obtido de duas formas, ou seja, utilizando V (r) = − E·d
∞
equações de Poisson e Laplace.
Rr
Resolvendo por V (r) = − E·d ~ ~l temos:
∞
Z
~ S
E·d ~ = qint
ε0
S
ZR
12
E4πr = kr4πr2 dr
ε0
0
k R4
Ef ora = r̂
ε0 4r2
78 CAPÍTULO 5. EQUAÇÕES DA ELETROSTÁTICA E ENERGIA
Além disso;
k r4 kr2
E= → Edentro = r̂
ε0 4r2 4ε0
Precisamos de V para valores de r < R, assim:
Zr ZR Zr
V (r) = − ~ ~l = −
E·d ~ f ora ·d~l −
E ~ entre ·d~l
E
∞ ∞ R
ZR Zr
kR4 kr2 k
V (r) = − dr − dr = (4R3 − r3 )
4ε0 r2 4ε0 12ε0
∞ R
Logo:
ZR
1 k2 r3 πk 2 7
U= 4π (4R3 − r3 )dr = R
2 12ε0 7ε0
0
∇2 V = 0
∂V ∂V
V = V (r) → = =0
∂θ ∂ϕ
Mas o termo em r do operador ∇2 em coordenadas esféricas, com a con-
sideração acima, é dado por:
2 1 ∂ 2 ∂V
∇V = 2 r
r ∂r ∂r
Logo:
2 1 d 2 dV ρ
∇V = 2 r =−
r dr dr ε0
Assim, temos que:
kr3
1 d 2 dV kr d 2 dV
r =− → r =−
r2 dr dr ε0 dr dr ε0
dV kr4 dV kr2 A
r2 =− +A→ =− + 2
dr 4ε0 dr 4ε0 r
Logo:
kr3 A
Vdentro (r) = − − +B
12ε0 r
Para r > R, temos que:
∇2 V = 0
1 d 2 dV 2 dV
r = 0 → r =C
r2 dr dr dr
C
Vf ora (r) = − +D
r
Aplicando as condições de contorno:
(
Vf ora (∞) = 0
Vf ora (R) = Vdentro (R)
80 CAPÍTULO 5. EQUAÇÕES DA ELETROSTÁTICA E ENERGIA
Vf ora (∞) = 0 → D = 0
Vdentro (0) 6= ∞ → A = 0
kr2 4
C
Vdentro (R) = Vf ora (R) → − 4ε0
= r2 r=R
→ C = − kr
4ε0
r=R
Logo:
kR4 kR3 kR3
B= + =
4ε0 R 12ε0 3ε0
Dessa forma:
kr3 kR3 k
Vdentro (r) = − + = (4R3 − r3 )
12ε0 3ε0 12ε0
kR4
Vf ora (r) =
4ε0 r
Para o cálculo de U procede-se da mesma forma que no caso 5.10, encontrando-
se o mesmo resultado
não é necessária também pode aparecer. Mas será mesmo que a pergunta
não tem nenhuma utilidade?
Vamos supor que tenha sentido dizer, em geral, que a energia está locali-
zada em certo lugar, como ocorre com a energia térmica. Então poderı́amos
estender o princı́pio da conservação da energia com a idéia de que se a ener-
gia contida dentro de um volume dado varia, poderı́amos explicar a variação
mediante o fluxo de energia que entra ou sai deste volume. Poderı́amos cha-
mar de princı́pio de conservação local de energia. Esse princı́pio diria que a
energia dentro de qualquer volume varia unicamente da quantidade que flui
para fora ou para dentro deste volume. Terı́amos, portanto, uma lei muito
mais detalhada que o simples enunciado da conservação de energia total.
Também há uma causa f̈ı́sicap̈ara que possamos decidir onde está locali-
zada a energia. De acordo com a teoria da gravitação, toda massa é uma fonte
de atração gravitacional. Também sabemos que se E=mc2, então massa e
energia são equivalentes. Toda energia é uma fonte de força gravitacional. Se
não pudéssemos localizar todas as massas não poderı́amos dizer onde estão
localizadas as fontes de campo gravitacional, a teoria da gravitação estaria
incompleta. Se nos restringimos à eletrostática, não há maneira de decidir
onde está a energia se na carga ou no campo.
Porém, com o atual conhecimento, não somos ainda capazes de responder
a esses questionamentos, as equações de Maxwell para a eletrodinâmica são
necessárias para nos dar mais informações. Por enquanto ficaremos somente
com esta resposta:
A energia está localizada no espaço onde está o campo elétrico. O que
é razoável, pois quando as cargas aceleram elas irradiam campos elétricos.
Quando a luz ou as ondas de rádio viajam de um ponto a outro, transpor-
tam sua energia com elas. Mas não há carga nas ondas. Desta forma, é
interessante localizar a energia no campo eletromagnético e não nas cargas.
Dessa forma, torna-se conveniente encontrar a energia eletrostática em
função do campo elétrico, assim, como:
82 CAPÍTULO 5. EQUAÇÕES DA ELETROSTÁTICA E ENERGIA
ρ
∇2 V = −
ε0
então: Z Z
1 ε0
U= ρV dv = − V ∇2 V dv
2 2
Mas, matematicamente temos:
2 2 2
V ∇2 V = V ∂∂xV2 + ∂∂yV2 + ∂∂zV2 =
2
∂V 2
∂
2
V ∂V ∂ ∂V
− ∂V ∂ ∂V ∂V
= ∂x ∂x
− ∂x
+ ∂y
V ∂y ∂y
+ ∂z
V ∂z
− ∂z
=
~
= ∇·(V ~ ) − (∇V
∇V ~ )·(∇V ~ )
Logo;
Z Z
ε0 ~ )dv − ε0
~ )·(∇V ~ ~ )dv
U= (∇V ∇·(V ∇V
2 2
Mas, pelo teorema da divergência, temos:
Z I
~
∇·(V ~ )dv =
∇V ~ )·d~s
(V ∇V
v s
Agora, devemos fazer uma rápida análise. Para uma distribuição finita
de cargas, sabemos que: V ∝ 1/r na melhor das hipóteses (Se a carga total
for zero, V ∝ 1/r2 ou mais...). Além disso, ∇V ∝ 1/r2 e ds ∝ r2 portanto a
integral:
Z
ε0 ~ ~ )dv
− ∇·(V ∇V
2
é proporcional à 1/r, assim, caso integremos no espaço, teremos que essa
integral se anula e:
Z
ε0 ~ )·(∇V
~ )dv
U= (∇V
2
R3
5.6. ENERGIA POTENCIAL ELETROSTÁTICA 83
~ então:
Logo, como ∇V = E,
Z
ε0 ~ Edv
~
U= E· (5.11)
2
R3
Vejamos um exemplo:
Considere duas cascas esféricas concêntricas de raio a e b. Suponha que a
interna possui uma carga q e a externa -q ambas uniformemente distribuı́das
na superfı́cie. Calcule a energia desta configuração. Assim:
Z
ε0
U= E 2 dv
2
R3
Mas
0, r < a
q 1
E= 4πε0 r2
,a < r < b
0, r > b
Logo:
84 CAPÍTULO 5. EQUAÇÕES DA ELETROSTÁTICA E ENERGIA
Zb
q2 1 2 q2
ε0 1 1
U= r 4πdr → U = −
2 16π 2 ε20 r4 8πε0 a b
a
ε0 ε0
R R
Percebe-se contudo que, se calcularmos: U1 = 2
E12 dv e U2 = 2
E22 dv
R3 R3
U 6= U1 + U2
Condutores
85
86 CAPÍTULO 6. CONDUTORES
movimento aleatório.
Figura 6.1
Figura 6.2
E~ = σ n̂
ε0
Em termos de potencial: σ = ε0 − ∂V
∂n
Figura 6.3
Figura 6.4
Mas se a carga total é igual a zero, poderı́amos dizer que há igual quan-
tidade de cargas positivas e negativas, havendo, assim, a presença de um
~ · d~l 6= 0, o que não pode
H
campo elétrico. Se tivéssemos esta situação, E
Γ
ser. Portanto, não pode haver campo dentro da cavidade, nem cargas na
superfı́cie interna.
Nenhuma distribuição estática de cargas externas pode produzir campo
no interior do condutor.
Agora vamos considerar uma cavidade com uma carga q dentro dela.
Teremos cargas induzidas na superfı́cie interna, afim de cancelar o campo
dentro do condutor ( Edentro = 0 ), Traçando uma gaussiana S que
contém a cavidade, percebe-se que o fluxo nessa gaussiana é zero, porém,
6.3. CARGA INDUZIDA 89
Figura 6.5
Figura 6.6
Exemplo 6.1. Uma esfera condutora neutra centrada na origem possui uma
cavidade de formato desconhecido. Dentro da cavidade há uma carga q. Qual
é o campo fora?
Haverá dependência com a forma da cavidade?
Figura 6.7
~ = q
E r̂
4πε0 r2
O condutor, dessa forma, cria uma barreira, não deixando passar ne-
nhuma informação sobre como é a cavidade, revelando somente a carga total
que a mesma possui.
Figura 6.8
Figura 6.9
Figura 6.10
apropriado de forma que nada mudasse, nós não darı́amos conta de que a
superfı́cie metálica estaria ali.
Terı́amos a solução do novo problema:
Figura 6.11
Figura 6.12
1 q q
V (x, y, z) = 1 −
4πεo 2 2 21
2
x + (y − d) + z 2 2 2
x + (y + d) + z 2
6.4. MÉTODO DAS IMAGENS 93
Figura 6.13
, para y ≥ 0.
Condição de contorno
V (x, 0, z) = 0
V → 0parar̃ → ∞
εo q ∂ 1 1
σ (x, y, z) = − 1 − 1
4πεo ∂y x2 + (y − d)2 + z 2 2
x2 + (y + d)2 + z 2 2 y=0
− 21 − 12
2 (y − d)
q 2 (y + d)
σ (x, y, z) = − 3 − 3
4π 2
x2 + (y − d) + z 2
2 2
x2 + (y + d) + z 2
2
y=0
q d
σ (x, y, z) = −
2π (x2 + d2 + z 2 ) 32
94 CAPÍTULO 6. CONDUTORES
x2 + z 2 = d 2
ds = rdθdr
Z∞ Z2π
rdθdr
Qinduzida = −ε0 k2qd 3
0 0
(r2 + d2 ) 2
Z∞
du −ε0 kqd 2
Qinduzida = −ε0 kqd2π 3 = 2π = −q
(u) 2 4πε0 d
d2
r 2 + d2 = u
du = 2rdr
Nós assumimos tudo igual ao sistema de duas cargas, mas cuidado, nem
tudo é igual.
A energia:
Z
1
U= E 2 dv
2
1 q2
Uduascargas = −
4πεo 2d
6.5. PODER DAS PONTAS 95
2
1 q
Ucargaeplanocondutor = − 8πεo 2d
que é a metade. Por que?
Somente a região de y¿0 possui E 6= 0
R∞ R∞ 2
A integral U = 21 E 2 dv = 12 12 E dv
0 −∞
Tudo isso foi possı́vel, pois:
Dado uma configuração de condições de contorno, a solução da equação de
Laplace é única, de modo que, se alguém obtiver uma solução V (x, y, z) por
qualquer meio e se este V satisfizer todas as condições de contorno, ter-se-á
encontrado então uma solução completa do problema.
Figura 6.14
Figura 6.15
Q0A
VA α
RA
Q0B
VB α
RB
96 CAPÍTULO 6. CONDUTORES
VA = VB ⇒
Q0A Q0
= B
RA RB
Q0A 2 0
4πRA σA 2 0
4πRB σB
= =
RA RA RB
⇒
RA σA0 = RB σB0
⇒
σA0 RB
0
=
σB RA
⇒
RB 0
σA0 = σ
RA B
~ media = 1 σ E
f~ = σ E ~ acima + E
~ abaixo
2
Capı́tulo 7
Capacitores
7.1 Introdução
Capacitor é um dispositivo que armazena energia potencial.
Capacitores variam em forma e tamanho, mas a configuração básica con-
siste de dois condutores de cargas opostas.
O exemplo mais simples de um capacitor consiste de dois condutores
planos de área A paralelos entre si e separados por uma distância d.
Figura 7.1
Q ∝ |∆V |
Q = C |∆V |
97
98 CAPÍTULO 7. CAPACITORES
em que
C - constante de proporcionalidade chamada capacitância
[C] = F (Farad)
Observação 7.2. 1F é uma unidade muito grande como veremos adiante nos
exemplos.
Figura 7.2
q
dW = ∆V dq = dq
C
O trabalho total realizado na transferência de uma carga Q será:
ZQ
q 1 Q2
W = dq =
C 2C
0
1
W = CV 2
2
em que
W - trabalho realizado para carregar o capacitor de uma carga Q.
É igual a energia que o capacitor possui quando tem uma carga Q.
V - Diferença de potencial final entra as placas.
Figura 7.3
Q = σA
σd
∆V = Ed =
εo
Q σAεo
C= =
|∆V | σd
Aεo
C=
d
Só depende de fatores geométricos!!
⇒ Capacitância aumenta com a área A ⇒ quanto maior for a área, maior
armazenamento de carga
⇒ Capacitância inversamente proporcional à distância d.
C = 1F, d = 1mm, A =?
A ≈ 100Km2
Energia:
ε0 E 2 ε0 σ 2
Z
ε0
U= E 2 dv = V = Ad
2 2 2 ε20
ε0 A σ 2 d2
Como : C = e V2 =
d ε20
1
U = CV 2
2
7.3. CÁLCULOS DE CAPACITÂNCIAS 101
Figura 7.4
L >> b − a
C =?
Zb
∆V = − ~ · d~l
E
a
~ =?
E
Figura 7.5
I
~ s = Qint
E.d~
ε0
Q ~ = Q 1 r̂
E2πrL = ⇒E
εo 2πεo L r
Q Q b
∆V = − ln (r)|ba = − ln
2πεo L 2πεo L a
102 CAPÍTULO 7. CAPACITORES
Q b
|∆V | = ln
2πεo L a
Q 2πεo L
C= =
ln ab
|∆V |
Sendo b = d + a ⇒ ln ab = ln ad + 1 ≈ ad
2πεo La εo A
C= =
d d
Figura 7.6
Zb
∆V = − ~ · d~l
E
a
I
~ s = Qint
E.d~
ε0
Q ~ = 1 Q r̂
E4πr2 = ⇒E
εo 4πεo r2
b
Q 1 Q (a − b) Q (b − a)
∆V = − = ⇒ |∆V | =
4πεo r a 4πεo ab
4πεo ab
7.4. ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES 103
4πεo ab
C=
(b − a)
limites
b − a = d << a
Figura 7.7
Mesmo potencial:
Q1 = C1 V
Q2 = C2 V
Q3 = C3 V
Q1 + Q2 + Q3 = (C1 + C2 + C3 ) V
Q = Ceq V
104 CAPÍTULO 7. CAPACITORES
Ceq = C1 + C2 + C3
n
X
Ceq = Ci
i=1
Figura 7.8
V = V1 + V2
Q1 Q2
Q = Ceq V = Ceq (V1 + V2 ) = Ceq +
C1 C2
Mas:
Q Q Q
Q1 + Q2 = Q ⇒ = +
Ceq C1 C2
1 1 1
= +
Ceq C1 C2
Para n capacitores em série :
7.4. ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES 105
n
1 X 1
=
Ceq i=1
Ci
ε o a2
aθ
1−
d 2d
Figura 7.9
Figura 7.10
≡
106 CAPÍTULO 7. CAPACITORES
Figura 7.11
Figura 7.12
εo A εo adx
Ci = =
di di
sendo
di = d + xtgθ
Za
X dx εo a
Ceq = C i = εo a = ln (d + xtgθ)|a0
i
d + xtgθ tgθ
0
εo a d + atgθ
Ceq = ln
tgθ d
7.4. ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES 107
θpequeno ⇒ tgθ ≈ θ
εo a aθ
C= ln 1 +
θ d
aθ x2 x3
Mas d
é pequeno e ln (1 + x) = x − 2
+ 3
+ ...−1 ≤ x ≤ 1
aθ a2 θ2 ε o a2
εo a aθ
C= − = 1−
θ d 2d2 d 2d
Se θ = 0 voltamos ao resultado inicial para capacitores de placas paralelas:
ε o a2
C=
d
108 CAPÍTULO 7. CAPACITORES
Capı́tulo 8
Dielétricos
8.1 Introdução
Até agora, só discutimos campos elétricos no vácuo ou na presença de con-
dutores, dentro dos quais E ~ = 0. Porém, o que acontece se trabalharmos
com isolantes?
Cavendish, em 1773, e Faraday, independentemente, em 1837 1 desco-
briram que a capacitância de um capacitor aumenta caso seja colocado um
isolante entre as placas, a capacitância aumenta por um fator que depende
tão somente do tipo de material colocado. Mas por qual motivo isso ocorre?
Nesse capı́tulo estudaremos mais profundamente as propriedades desses
materiais dielétricos, e a sua aplicação na construção de capacitores, além de
estudar alguns dos fenomenos relacionados, como a polarização.
109
110 CAPÍTULO 8. DIELÉTRICOS
8.3 Polarização
Com o que vimos na Seção 8.2 existem dois tipos de dipolo, um induzido (no
caso das moléculas apolares), ou um permanente (caso das moléculas polares,
como a água). Esses dipolos podem ser então polarizados pela presença de
um campo elétrico, como percebe-se na figura abaixo:
Assumimos aqui que todos os dipolos estão alinhados com o eixo do ci-
lindro, o que nem sempre é verdade. Dessa forma, precisamos descobrir a
influência desses dipolos no campo elétrico resultante.
N
→
− 1 X
P = p~i (8.1)
V i=1
N
→
− 1 X
P = p~i
V i=1
Dessa forma, no total, terı́amos que as cargas de cada dipolo iriam se anu-
lar dentro do cilindro, restando somente as cargas externas. Assim terı́amos:
σp = P~ (8.2)
Qp cosθ
A0 cosθ = A ⇒ σp = = P~ cosθ = P~ · n̂ (8.3)
A
∇ · P~ = −ρp (8.5)
~
E ~ externo − P → E
~ =E ~ <E
~ externo (8.7)
εo
O que mostra que a polarização diminui o campo elétrico final, causando
assim, o efeito observado por Cavendish (vide Seção 8.1).
equação:
P~ = χE
~ (8.8)
~
P
χ
~o = E
E ~+ ~ 1+
=E (8.9)
εo ε
| {z o }
K
k= → = 0 + χ (8.10)
0
Onde é chamada a permissividade elétrica do meio.
Observação: Há vários livros que definem:
P~ = εo χe E
~
ε = εo (1 + χe ) (8.11)
| {z }
K
I
~ s = Qint
E·d~ (8.12)
εo
Mas a carga elétrica é composta pela carga livre inicial mais a carga
polarizada, assim:
I
~ s = Q + Qp
E·d~ (8.13)
εo
Aplicando no caso especı́fico de um capacitor temos:
Q + Qp σ + σp
EA = ⇒E=
εo εo
Mas, já vimos que:
Eo σ σ
E= = =
K εo K ε
Logo, como : σ+σ
εo
p
= σε , então:
I
~ · d~s = Qlivre
εE (8.14)
~ = εE
Difinindo o vetor deslocamento elétrico como sendo D ~ obtemos:
I
~ · d~s = Qlivre
D (8.15)
~ = εE
D ~ = εo K E
~ = εo (1 + χe ) E
~ = εo E
~ + P~
Logo:
~ = εo E
D ~ + P~ (8.16)
~ ·D
∇ ~ = ρlivre (8.17)
116 CAPÍTULO 8. DIELÉTRICOS
~ = Eε
Assim, definindo D ~ + P~ obteremos a equação 8.15
Vale notar também que o vetor deslocamento elétrico é igual ao vetor
~ 0 , ou seja, o campo externo vezes a permissividade do vácuo. Logo, D
ε0 E ~
depende tão somente das cargas externas e não da natureza do material, for-
necendo assim, uma excelente ferramenta de cálculo para os casos envolvendo
~ e E,
dielétricos. Além disso, a relação existente entre D ~ nos dá condições,
conhecida a permissividade elétrica do meio ε, de descobrir tanto o próprio
campo E ~ quanto o vetor polarização, podendo assim, obter as cargas polari-
zadas e as finais. Um outro fator interessante é que as equações que utilizam o
vetor deslocamento podem ser utilizadas mesmo que não haja meio dielétrico,
mas elas cairão nas equações já vistas em capı́tulos anteriores.
→
− →−
Z
1
U= ( ∇. D )V dv (8.19)
2
→
− →− →
− →− →
− →−
Mas ∇.( D V ) = ( ∇. D )V + D . ∇V Logo:
8.6. CONDIÇÕES DE CONTORNO 117
→
− →− →
− →− →
− →−
Z Z Z
1 1 1
U= ( ∇. D )V dv = ∇.( D V )dv − D . ∇V dv
2 2 2
→
− →
−
Porém E = − ∇V . Assim, como fizemos no caso da energia eletrostática
sem dielétricos, podemos fazer v → ∞. Assim:
→
− →−
Z
1
U= D . E dv (8.20)
2
R3
Vimos que:
⊥ ⊥ σ
Eacima − Eabaixo =
ε0
Era obtido a partir da Lei de Gauss. Assim, com a Lei reescrita, podemos
obter:
118 CAPÍTULO 8. DIELÉTRICOS
⊥ ⊥
Dacima A − Dabaixo A = σl A
Logo:
⊥ ⊥
Dacima − Dabaixo = σl (8.21)
// //
Eacima = Eabaixo
Mas, como:
→
− →
−
→
− D P
E = −
ε0 ε0
Então, obtem-se:
⊥ ⊥ // //
Dacima A − Dabaixo A = Pacima − Pabaixo (8.22)
dq
I=
dt
[I] = A (Ampere)
121
122 CAPÍTULO 9. CORRENTE ELÉTRICA E RESISTÊNCIA
Figura 9.1
∆N = n~a · ~u∆t
∆Q = nq~a · ~u∆t
∆Q
corrente = = nq~a · ~u = I (a)
∆t
Caso geral:
9.1. TRANSPORTE DE CARGA E DENSIDADE DE CORRENTE 123
N
X
I (a) = ni qi~a · ~ui =
i=1
N
X
I (a) = ~a · ni qi~ui
i=1
N
Chamamos
P ~
ni qi~ui de densidade de corrente J.
i=1
N
X
ni qi~ui = Densidade de corrente
i=1
N
X
J~ = ni qi~ui
i=1
h i A
J~ = 2
m
I (a) = ~a · J~
qi = −e
N
X
J~ = −e ni~ui
i=1
1 X
h~ue i = ni~ui
Ne i
I é o ”fluxo”associado ao vetor J~
Figura 9.2
Z
ρdv
V
~ · J~ = − ∂ρ
∇
∂t
Equaç~
ao da Continuidade da carga
Portanto, O Princı́pio da Conservação da Carga é traduzidos pelas
equações:
I Z
d
J~ · d~s = − ρdv (9.1)
dt
S V
126 CAPÍTULO 9. CORRENTE ELÉTRICA E RESISTÊNCIA
~ · J~ = − ∂ρ
∇ (9.2)
∂t
Figura 9.3
Suponha que temos um fio por onde passa uma corrente estacionária (não
varia com o tempo). Se considerarmos o volume V, a quantidade de carga
∆Q que entra num intervalo de tempo ∆t deve ser igual à que sai no mesmo
intervalo.
∆Q
∆t
dentro do volume = 0 ⇒ ∂ρ
∂t
=0
~ · J~ = 0
∇
Figura 9.4
9.3. CONDUTIVIDADE ELÉTRICA E A LEI DE OHM 127
Figura 9.5
V = RI
Figura 9.6
Figura 9.7
Seja:
~u = velocidade imediatamente após a colisão.
Após um determinado t, o elétron sofre um incremento de momento igual
a:
~
p~t = −eEt
p~o = me~u
me = massa do elétron
Então, momento total após um determinado tempo t deve ser:
130 CAPÍTULO 9. CORRENTE ELÉTRICA E RESISTÊNCIA
~
p~ = me~u − eEt
X X X
p~ = me~ui + ~ ti
−eE
i i
1 X
h~pi = p~
Ne
1 X ~ i
h~pi = me~ui − eEt
Ne i
! !
1 X ~ 1 X
h~pi = me ~ui − eE ti
Ne i Ne i
Mas:
1
P
Ne
~ui = velocidade média dos elétrons imediatamente após a colisão
i
→ deve ser igual a zero, pois ~ui tem as direções distribuı́das totalmente ao
acaso e, portanto, tem contribuição nula para a média.
1
P
Ne
ti = tempo médio entre as colisões = τ
i
~
h~pi = −eEτ
eτ ~
h~ui = − m e
E = velocidade média = velocidade de drift ou de ”arrasto”.
Já vimos que a densidade de corrente pode ser escrita como:
J~ = −Ne e h~ui
Ne e2 τ ~
J~ = E
me
Seja:
9.3. CONDUTIVIDADE ELÉTRICA E A LEI DE OHM 131
e2 Ne τ
σ=
me
Então: Lei de Ohm
J~ = σ E
~
Figura 9.8
V = El
e
I = JA
V
J = σE = σ
l
I V l
=σ ⇒V = I
A l σA
|{z}
R
Então:
132 CAPÍTULO 9. CORRENTE ELÉTRICA E RESISTÊNCIA
V = Ri
1
ρ=
σ
Temos:
ρl
R=
A
⇒ De fato a resistência deve ser diretamente proporcional a l e inversa-
mente proporcional a A.
comprimento × resistividade
R=
areadasecaotransversal
Na realidade a resistividade de um material varia com a temperatura T.
ρ = ρo [1 + α (T − To )]
Figura 9.9
9.4. ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES 133
Figura 9.10
V = Req Ieq
V
Req =
I1 + I2 + I3
1 I1 I2 I3 1 1 1
= + + = + +
Req V V V R1 R2 R3
N
1 X 1
=
Req i=1
Ri
V = (R1 + R2 ) I
Req = (R1 + R2 )
134 CAPÍTULO 9. CORRENTE ELÉTRICA E RESISTÊNCIA
Figura 9.11
N
X
Req = Ri
i=1
(σb − σa )
σ(x) = σa + x
l
Figura 9.12
ρl l
R= ⇒ R(x) =
A σ(x)A
9.4. ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES 135
Figura 9.13
Zl Zl
n dx 1 dx
Req = Σ Ri ⇒ R = = σb −σa
⇒
i=1 σ(x)A A σa + l
x
0 0
l σb
R= ln
A(σb − σa ) σa
Exercı́cio 9.2. Um material condutor é moldado na forma de um tronco de
cone. O raio da base menor é a e o raio da base maior é b. O comprimento
é l e a resistividade é uniforme. Determine a resistência entre as bases.
Figura 9.14
ρdx b−a
R
R= dR ⇒dR = πr2 (x)
⇒ r (x) = a + l
x
Zl
ρ dx ρ l 1 1
R= 2 ⇒R= − + ⇒
π a + b−a π b−a b a
l
x
0
ρl ρl
R= se a=b ⇒R=
πab πa2
136 CAPÍTULO 9. CORRENTE ELÉTRICA E RESISTÊNCIA
Figura 9.15
Z
ρdx
R= dR dR =
(b−a)
a+ l
x w
Zl
ρ dx ρ l b
R= b−a
⇒R= ln
w a+ l x w (b − a) a
0
b−a b−a
b
se b → a, (b − a) → 0 ⇒ ln a
= ln a
+1 ≈ a
ρl (b − a) ρl
⇒R= =
w (b − a) a aw
[ε] = V (volt)
Considere o circuito:
Figura 9.16
Vc − Va = ∆V = ε − rI
Figura 9.17
No circuito todo:
ε
ε − rI − RI = 0 ⇒ I =
r+R
138 CAPÍTULO 9. CORRENTE ELÉTRICA E RESISTÊNCIA
Figura 9.18
9.5.1 Potência
A potência é dada por:
dW dq
=V
dt dt
Taxa de Transferência de Energia
Como P = V I é sempre válido:
Usando a Lei de Ohm:
→ P = I 2R
P = Iε = I (IR + Ir) = I 2 R + I 2 r
Figura 9.19
ε
I=
R+r
Rε2
P =
(R + r)2
dP dP ε2 2Rε2
=0→ = − =0
dR dR (R + r)2 (R + r)3
⇒ R + r = 2R
R=r
Va > Vb ⇒ ∆V = Vb − Va = −RI
140 CAPÍTULO 9. CORRENTE ELÉTRICA E RESISTÊNCIA
Figura 9.20
Figura 9.21
Va < Vb ⇒ ∆V = Vb − Va = +ε
Figura 9.22
V1 − R1 I1 − R3 I1 + R3 I2 = 0
Começando em B:
−R3 I2 + R3 I1 − R2 I2 + V2 = 0
9.7. CIRCUITO R-C 141
I3 = I1 − I2
Figura 9.23
Figura 9.24
q (t)
ε − RI (t) − =0
C
dq (t) dq q
I (t) = ⇒ε−R − =0
dt dt C
dq 1 q dq dt
⇒ = ε− ⇒ =
dt R C εC − q RC
Integrando ambos os lados, temos:
Zq Zt
dq 1 q − εC t
=− dt ⇒ ln =−
q − εC RC −εC RC
0 0
t
t
−( RC ) −( RC )
q − εC = −εC e ⇒ q (t) = εC 1 − e
t
q (t) = Q 1 − e− RC
dq −t
I (t) = q (t) = Q 1 − e RC
dt
Q −t εC −t
I (t) = e RC = e RC
RC RC
9.7. CIRCUITO R-C 143
Figura 9.25
ε −t
I (t) = e RC
R
Figura 9.26
q (t) Q t
t
Vc (t) = = 1 − e− RC = ε 1 − e− RC
C C
q (t → ∞) = Cε = Q
t→∞⇒ Vc (t → ∞) = ε
I (t → ∞) = 0
144 CAPÍTULO 9. CORRENTE ELÉTRICA E RESISTÊNCIA
Figura 9.27
Vc (τ ) = 0, 632ε
Figura 9.28
ε t
Idescarga (t) = −Icarga (t) = − e− RC
R
Montando a equação:
9.7. CIRCUITO R-C 145
q (t)
− RI (t) = 0
C
dq
I (t) = −
dt
q (t) dq (t)
−R =0
C dt
Zq Zt
dq (t) q (t) dq dt dq dt
=− ⇒ =− ⇒ =−
dt RC q RC q RC
Q 0
q t
ln =− ⇒
Q RC
t
q (t) = Qe− RC
q (t) Q t t
Vc (t) = = e− RC = εe− RC
C C
dq ε t
I (t) = − = e− RC
dt R
Figura 9.29
146 CAPÍTULO 9. CORRENTE ELÉTRICA E RESISTÊNCIA
Figura 9.30
Figura 9.31
Figura 9.32
t < 0 ⇒ Req = R1 + R2
9.7. CIRCUITO R-C 147
τ = Req C = (R1 + R2 ) C
t
q (t) = εC 1 − e−( τ )
Figura 9.33
Figura 9.34
τ 0 = R2 C
t
q 0 (t) = εCe− τ 0
ε
ε = R1 I1 ⇒ I1 =
R1
q (t)
− R2 I2 (t) = 0
C
Figura 9.35
dq2(t) dt − t
=− ⇒ q2 (t) = εCe R2 C
q2 R2 C
ε − R tC
I2 (t) = − e 2
R2
ε ε − R tC
I = I1 + I2 = + e 2
R1 R2
Capı́tulo 10
Magnetostática
Foi visto que o campo elétrico pode ser definido como a força elétrica por
unidade de carga:
~
~ = Fe
E (10.1)
q
149
150 CAPÍTULO 10. MAGNETOSTÁTICA
Fm ∝ q
Todo esse comportamento pode ser descrito por meio da definição do vetor
~ 1 , cuja direção especifica simultaneamente a direção fixa
campo magnético B
mencionada e a constante de proporcionalidade com a velocidade e a carga.
F~m = q ~v × B
~ (10.3)
Segue que a força magnética não pode alterar apenas a direção da veloci-
dade da carga (~v ). Fica então a pergunta: Como um ı́mã pode mover outro?
Veremos isso mais adiante.
dq = I dt (10.6)
dF~m = I dt ~v × B
~
~
dFm = I ~v dt × B~
dF~m = I d~l × B
~ (10.8)
Nota-se que, para fios fechados (espiras), o vetor ~l é nulo, portanto a força
magnética resultante é zero.
Lado 1:
F~1 = I ~l1 × B
~ =0
Lado 2:
F~2 = I ~l2 × B
~ = IBa −î × ĵ
F~2 = −IBak̂
Lado 3:
F~3 = I ~l3 × B
~ =0
Lado 4:
F~4 = I ~l4 × B
~ = IBa î × ĵ
F~4 = IBak̂
Agora é possı́vel calcular o torque das forças F~2 e F~4 em relação ao eixo que
passa pelo centro da espira e é perpendicular aos fios 1 e 3, como mostrado
na Figura 10.4.
Lado 2:
~ b
τ~2 = ~r2 × F2 = − ĵ × −IBak̂
2
IBab
τ~2 = î
2
Lado 4:
b
τ~4 = ~r4 × F~4 = ĵ × IBak̂
2
10.3. TORQUE EM ESPIRAS 155
IBab
τ~4 = − î
2
Então, o torque total é:
~×B
~τ = I A ~ (10.12)
~×B
~τ = N I A ~ (10.13)
µ ~
~ = N IA (10.14)
~τ = µ ~
~ ×B (10.15)
τ = Iα
~
~ ×B
~τ = µ
Logo:
~
~ ×B
Iα =
µ
(10.16)
~ = N iA~n
µ = iA (10.17)
Iα = N iAB
~n × ~j
Iα = N iAB cos θ
Iα
A=
N iB cos θ
10.4. O MOVIMENTO CYCLOTRON 157
mv 2
Fm = qvB = (10.18)
R
Os aceleradores de partı́culas permitem a obtenção de certas caracterı́sticas
importantes desses corpos, tais como o momento linear. Sendo p = mv o mo-
mento linear de uma partı́cula, pode-se manipular a equação 10.18 e chegar
ao seguinte resultado:
p = qBR (10.19)
qB
ω= (10.20)
m
Outro aspecto interessante relativo à esse movimento e que, caso a partı́cula
apresente uma componente da velocidade paralela ao campo magnético, ela
descreverá uma trajetória helicoidal.
~ + ~v × B
E ~ =0
E = vB
E
v= (10.21)
B
Para o segundo caso, temos um movimento cyclotron. De acordo com
10.5. A AUSÊNCIA DE MONOPOLOS MAGNÉTICOS 159
mv = qBR
q v
= (10.22)
m BR
Encontramos a relação carga/massa por meio da substituição de 10.21
em 10.22:
q E
= 2
m B R
Esse foi o processo pelo qual J. J. Thomson descobriu o elétron estudando
o comportamento de raios catódicos, em 1897.
~ ·B
∇ ~ =0 (10.23)
F~e = F~m
~ H = −e ~v × B
−eE ~
~ H = ~v × B
E ~ (10.24)
H = EH d (10.25)
qv
B∝
r2
~ v
B⊥~
~ r
B⊥~
10.7. A LEI DE BIOT SAVART 163
Com base nisso, pode-se dizer que o elemento do campo magnético produ-
zido por um elemento de de carga em movimento obedece à seguinte relação:
~ ∝ dq ~v × r̂
dB (10.26)
r2
~
dB~ ∝ dq dl × r̂
dt r2
~
~ ∝ dq dl × r̂
dB
dt r2
~
~ ∝ I dl × r̂
dB
r2
~
dB~ = µ0 I dl × r̂
4π r2
d~l × r̂
Z
~ µ0
B= I (10.27)
4π r2
A equação 10.27 é denominada lei de Biot-Savart.
A escolha da constante de proporcionalidade foi feita de modo a facilitar
os cálculos subseqüentes. No sistema MKS:
µ0 N
= 10−7 2
4π A
Onde µ0 é a permeabilidade magnética do vácuo.
d~l × r̂
Z
~ = µ0
B jdS (10.28)
4π r2
Vamos aplicar a equação 10.28 para a situação ilustrada na Figura ???x.
Neste caso, o sistema Oxyz é um referencial fixo, enquanto o sistema Ox0 y 0 z 0
164 CAPÍTULO 10. MAGNETOSTÁTICA
Z ~j r~0 × R̂
∇ ~ (~r) = µ0
~ ·B ~ ·
∇ dv 0 (10.29)
4π R2
~j r~0 × R̂ !
~ ·
~ ×
= −~j r~0 · ∇ R̂ R̂ ~ ~ ~0
∇ + ·∇×j r
R2 R2 R2
!
R̂ ~ 1 ~ × R̂
Nota-se que 2 = ∇ − . Logo ∇ = 0 pois o rotacional do
R R R2
~ × ~j r~0 = 0 pois o rotacional está
gradiente é sempre nulo. Além disso ∇
aplicado em Oxyz enquanto ~j refere-se ao sistema Ox0 y 0 z 0 . Obtemos então
que:
~ ·B
∇ ~ =0
3~ ~×B
~ = −A
~· ∇~ ×B
~ +B~· ∇~ ×A
~
∇· A
10.7. A LEI DE BIOT SAVART 165
~ = µ0 q ~v × r̂
B (10.30)
4π r2
Substituı́ndo a equação 10.30 na equação 10.3 aplicada para a carga q1 :
µ0 ~v × r̂
F~m = q1~v1 × B
~ = q1~v1 × q
4π r2
Multiplicando e dividindo o membro direito por µ0 :
qq 1 r̂
F~m = µ0 0~v1 × ~v ×
4π0 r2
qq1 r̂
F~e =
4π0 r2
Além disso, sabendo que c2 = µ−1 −1
0 0 , temos:
~v1 ~v
F~m = × × F~e
c c
Se considerarmos v << c, encontramos que:
vv1
F~m ≤ 2 F~e (10.31)
c
A equação 10.31 diz que para velocidades pequenas comparadas com a
velocidade da luz, a interação magnética será muito menor que a interação
166 CAPÍTULO 10. MAGNETOSTÁTICA
~ = µ0 0 q ~v × r̂
B
4π0 r2
~
~ = ~v × E
B
c2
Exercı́cio 10.3. Calcule, por meio da Lei de Biot Savart, o campo elétrico
nas vizinhanças de um fio reto.
d~l × r̂ d~l × ~r
Z Z
~ = µ0
B I 2 =
µ0
I 3
4π r 4π r
Para o fio reto, vale:
d~l = dxî
~r = −xî + dĵ
l
Z/2 dxî × r −xî + dĵ
~ = µ0
B I
4π 3
−l/ (x2 + d2 ) /2
2
l
Z/2
~ = µ0
B I
ddx
k̂
4π 3
−l/ (x2 + d2 ) /2
2
l
2
~ µ0 Id 1 x
B=
4π d 2 1
(x2 + d2 ) /2 −l
2
Logo o campo é:
~ = µ0 I
B
l
k̂
4πd 1/
2
l 2
+ d2
4
Note que se considerarmos o fio como sendo infinito (l >> d), o campo
será:
168 CAPÍTULO 10. MAGNETOSTÁTICA
~ = µ0 I k̂
B
2πd
Exercı́cio 10.4. Calcule, por meio da Lei de Biot Savart, o campo elétrico
no eixo de uma espira circular.
d~l × r̂ d~l × ~r
Z Z
~ = µ0
B I 2 =
µ0
I 3
4π r 4π r
Para a espira, vale:
d~l = a dθθ̂
~r = −aî + z ĵ
~ = dB
dB ~ 1 cos α
10.7. A LEI DE BIOT SAVART 169
Onde:
a
cos α = √
a2 + z 2
Então, aplicando a Lei de Biot-Savart (para calcular apenas o elemento
de campo):
~ = µ0 d~l × ~r
dB I cos α
4π r3
Fazendo as devidas substituições:
~ = µ0 Ia
dB adθk̂
4π 3
(z 2 + a2 ) /2
Integrando de 0 a 2π para cobrir toda a espira, encontramos o campo
desejado:
~ = µ0 Ia2
B k̂
3
2 (a2 + z 2 ) /2
Exercı́cio 10.5. Para criar regiões com campos magnéticos constantes em
laboratório, empregam-se as bobinas de Helmholtz, esquematizadas na Fi-
gura 10.14.Calcule o valor do campo ao longo do eixo das bobinas e o ponto
no qual o campo é magnético é maximo :
O campo gerado por uma espira circular é:
~ (z) = µ0 Ia2
B k̂
3
2 (a2 + z 2 ) /2
Então, usando o princı́pio da superposição para as duas espiras, o campo
ao longo do eixo é:
2
~ (z) = µ0 Ia
B
1
+
1
k̂
2
3 3/2
(a2 + z 2 ) /2 a2 + (2b − z)2
170 CAPÍTULO 10. MAGNETOSTÁTICA
~ (z)
dB µ0 Ia2 3 2z 3 2 (2b − z) (−1)
= − 5
− k̂
dz 2 2 2 5/2
(a2 + z 2 ) /2 a2 + (2b − z) 2
Vemos que:
~ (z)
dB
=0⇒z=b
dz
Agora veremos a condição para que o campo nesse ponto seja aproxima-
damente constante. Derivando mais uma vez a função do campo magnético:
~ (z)
d2 B
= 0 ⇒ a2 − 4b2 = 0 ⇒ 2b = a
dz 2
z=b
a 1 a 4 ∂ 4 B
~ (z) ≈ B
B + z− + ...
∂z 4 z= a
2 24 2
" 2#
a 144
z − a/ 4
B~ (z) = B 1− 2
2 125 a
A partir desse resultado, é possı́vel inferir que, para |z − a/2| < a/10 ⇒
B (z) 6= B (a/2), o campo varia em menos de uma parte e meia em dez mil.
10.8.1 Introdução
As experiências de Oersted, além de comprovarem que correntes elétricas
geram campos magnéticos ao seu redor, motivou a comunidade cientı́fica a
compreeender a relação entre fenômenos elétricos e magnéticos. Após tais
experimentos, uma semana foi tempo suficiente para que Ampere deduzisse
a apresentasse sua lei. Enquanto que a Lei de Biot-Savart corresponde à Lei
de Coulomb, a Lei de Ampère faz a vez da Lei de Gauss na magnetostática.
Considere um fio infinito por onde passa uma corrente I, como mostrado
na Figura 10.15. Utilizando a Lei de Biot-Savart, demonstrou-se que o campo
gerado nesse caso é dado por:
~ = µ0 I θ̂
B
2πr
Calcularemos a circulação do campo magnético por meio de vários cami-
nhos ao redor do fio.
Considerando, inicialmente, o caminho como sendo um cı́rculo:
I
~ · d~l = µ0 I 2πr = µ0 I
B
2πr
Γ
I I I I I
~ · d~l =
B ~ · d~l +
B ~ · d~l +
B ~ · d~l +
B ~ · d~l
B
Γ Γ1 Γ2 Γ3 Γ4
I
~ · d~l = µ0 I πr1 + 0 + µ0 I πr2 = µ0 I
B
2πr1 2πr2
Γ
I I I I I
~ · d~l =
B ~ · d~l +
B ~ · d~l +
B ~ · d~l +
B ~ · d~l
B
Γ Γ1 Γ2 Γ3 Γ4
Em coordenadas cilı́ndricas:
~ · d~l = Br dθ = µ0 I r dθ = µ0 I dθ
B
2πr 2π
Fazendo a integral ao redor do fio:
I I Z2π
~ · d~l = µ0 I µ0 I µ0 I
B dθ = dθ = 2π
2π 2π 2π
Γ Γ 0
Z Z
µ0 I = µ0 ~
~j · dS (10.34)
S
~ ×B
∇ ~ = µ0~j (10.35)
~ · ~j = 0
∇
~ · d~l = µ0 I → B2πr = µ0 I
H
Γ1
B
~ = µ0 I θ̂
B
2πr
• Para r < R (Figura 10.22):
2
~ · d~l = µ0 Iint → B2πr = µ0 I πr
H
Γ2
B
πR2
~ = µ 0 Ir
B θ̂
2πR2
10.8. A LEI CIRCUITAL DE AMPÈRE 177
• Para r < a:
Para determinar a corrente interna à amperiana, vamos considerar que
178 CAPÍTULO 10. MAGNETOSTÁTICA
Iint I
j= =
πr2 πa2
r2
Iint =
a2
r2 ~ = µ0 Ir θ̂
B2πr = µ0 I 2
→B
a 2πa2
~ = µ0 I θ̂
B2πr = µ0 I → B
2πr
r 2 − b2
Iint = I −
c 2 − b2
Aplicando a Lei de Ampère:
µ0 Iπ (r2 − b2 ) r 2 − b2
B2πr = µ0 I − θ̂ → B ~ = µ0 I 1− 2 θ̂
2 2
π (c − b ) c − b2
2 2
2πr
~ = µ0 I c − r
B θ̂
c 2 − b2
• Para r > c:
A corrente interna à amperiana será a soma das correntes que passam
pelo cabo interno e pelo cabo externo. Como as duas correntes possuem
a mesma intensidade mas possuem sentidos opostos, a soma sempre será
nula. Então, pela Lei de Ampère:
~ =0
B
Iint = N I
Z Z Z Z Z
~ · d~l =
B ~ · d~l +
B ~ · d~l +
B ~ · d~l +
B ~ · d~l
B
Γ Γ1 Γ2 Γ3 Γ4
| {z } | {z } | {z }
~
=0poisB=0 ~ d~l
=0poisB⊥ ~ d~l
=0poisB⊥
Logo:
Z
~ · d~l = µ0 I → Bdentro l = µ0 N I → Bdentro = µ0 N I = µ0 nI
B
l
Γ
N
onde n = indica a densidade de espiras do solenóide
l
Agora, façamos uma amperiana para calcular o campo fora do solenóide
10.8. A LEI CIRCUITAL DE AMPÈRE 181
(Figura: 10.27) :
Note que, neste caso, a corrente interna à curva é zero. Portanto o campo
magnético fora do solenóide infinite é nulo:
Bf ora = 0
• Para r < a :
Neste caso, temos a influência dos campos dos dois solenóides. Sendo
~ 1 o campo gerado pelo solenóide interno e B
B ~ 2 o campo gerado pelo
solenóide externo:
~ =B
B ~1 − B
~ 2 = µ0 In1 − µ0 In2
~ = µo I (n1 − n2 )
B
~ = −µ0 In2
B (10.36)
• Para r > b :
Como estamos fora de ambos os solenóides, o campo neste caso é nulo
~ =0
B
• Cilindro maior
− →
H→ −
B · d l = µ0 Iint
Γ
B1 2πx = µ0 jπx2
~ 1 = µ0 jx →
B
−
θ
2
~ x = µ0 → − →
j ×−
B x
2
• Cilindro menor
− →
H→ −
B · d l = µ0 Iint
Γ
B2 2πy = µ0 jπy 2
~ 2 = µ0 jy →
B −
ϕ
µ 2
→
−
~2 = 0 j × → −
B y
2
→
− →
− →
−
B = B1 − B 2
→
− µ0 → − → µ0 → − →
j ×− j ×−
B = x − y
−2 µ0 →
→ − 2
j ×(x −→
→
− −
B = y)
2
Mas a seguinte relação sempre é válida: ~x − ~y = d~ . Portanto o campo
no interior da cavidade é constante e igual à:
→
− − →
µ0 → −
B = j × d
2
10.9. POTENCIAL VETOR 185
ELETROSTÁTICA
∇ ~ = ρ0
~ ·E (10.37)
0
~ ×E
∇ ~ =0 (10.38)
186 CAPÍTULO 10. MAGNETOSTÁTICA
MAGNETOSTÁTICA
~ ·B
∇ ~ =0 (10.39)
~ ×B
∇ ~ = µ0~j (10.40)
Segue que:
ρ0
∇2 V = −
0
Será que é possı́vel definir um potencial análogo para o campo magnético?
Sabe-se que ∇ ~ ·B ~ = 0. A partir disso, pode-se inferir que B ~ é um campo
rotacional. Em outras palavras, é possı́vel encontrar um campo vetorial tal
que seu rotacionalresulta
no campo magnético. Esse campo é denominado
potencial vetorial A ~ , que é definido do seguinte modo:
~ ~ ~ ~
∇·B =0⇒B = ∇×A~ (10.41)
~ ×B
∇ ~ = −∇2 A
~
~ = −µ0~j
∇2 A (10.42)
~ não é o operador Laplaciano, pois está sendo aplicado
Observação: ∇2 A
a um campo vetorial. Na verdade, temos que:
~=∇
∇2 A ~ ∇ ~ ·A
~ −∇
~ × ∇~ ×A
~
∇2 Ax = −µ0 jx
∇2 Ay = −µ0 jy
∇2 Az = −µ0 jz
• Densidade volumétrica
Z ~j r~0 dv 0
~ (~r) = µ0
A (10.43)
4π ~0
~r − r
• Densidade superficial
Z ~k r~0 ds0
~ (~r) = µ0
A (10.44)
4π ~r − r~0
• Densidade linear
Z I~ r~0 dl0
~ (~r) = µ0
A (10.45)
4π ~r − r~0
Exercı́cio 10.11. Calcule o potencial vetor para um fio finito percorrido por
uma corrente I.
R ~ √
~ = µ0 Idz k̂ , comr = z 2 + s2
A
4π r p !
µ I dz µ I √ z2 + z22 + s2
~= 0 ~ = 0 ln z + z 2 + s2 z2 k̂ → A~ = µ0 I ln
R
A √ k̂ → A z
p k̂
4π z 2 + s2 4π 1 4π z1 + z12 + s2
~
Observe que se aplicarmos o rotacional ao resultado, obtemos o vetor B:
10.10. CONDIÇÕES DE CONTORNO NA MAGNETOSTÁTICA 189
~ ×A ~= ∂A s ∂A z
∇ − θ̂.Assim,
∂z " ∂s p !#
2 2
~ =∇
~ ×A
~=− ∂A z ∂ µ 0 I z2 + z2 + s
B θ̂ = − ln p θ̂
∂s ∂s 4π z1 + z12 + s2
~
B
Exercı́cio 10.12. (Griffths, pág , ex: 5.23) Qual densidade de corrente pro-
duziria um vetor potencial A ˆ em coordenadas cilı́ndricas (k é cons-
~ = k phi,
tante)?
~ para
Para resolver esse exercı́cio, primeiro aplicaramos o rotacional em A
determinar o campo magnético. Depois aplicaremos o rotacional em B ~ para
determinar a densidade de corrente, de acordo com as equações da magne-
tostática.
Observação: aplicar o rotacional em coordendadas cilı́ndricas
~ =∇
Aφ = k ⇒ B ~ ×A~ = 1 ∂ (ρAρ) k̂ = Aφk̂ = k k̂ B
~ = Bz k̂
ρ ∂ρ ρ ρ
~ ~ ~ ~ 1 ~ ~
1 ∂Bz k
∇ × B = µ0 J ⇒ j = ∇×B = − φ̂ = + φ̂
µ0 µ0 ∂ρ µ0 ρ 2
// //corrente // //superficie
7
B ⊥ = B ⊥superf icie , B// = B//corrente , B⊥ = B⊥corrente
190 CAPÍTULO 10. MAGNETOSTÁTICA
//
Figura 10.37: Amperiana para cálculo de B//
Nota-se que a corrente que passa pelo interior da amperiana é nula. Então,
aplicando a Lei de Ampère (10.32):
I
~ · d~l = B // //
B //acima l − B//abaixo l = 0
Γ
// //
B//acima = B//abaixo
⊥
Figura 10.38: Amperiana para cálculo de B//
// //
B⊥acima l − B⊥abaixo l = µ0 kl
// //
B⊥acima − B⊥abaixo = µ0 k
~ // ~ // ~
B⊥acima − B⊥abaixo = µ0 k × ~n
I I~ r~0 dl0
~ (~r) = µ0
A (10.46)
4π ~r − r~0
Γ
∞ 0 n
1 1 1X r
→ →
− = √ = pn cos θ0 (10.47)
−r − r0 r2 + r02 − 2rr0 cos θ0 r n=0 r
n
8 1 d n
Pn (x) = n
x2 − 1
2 n! dx
194 CAPÍTULO 10. MAGNETOSTÁTICA
Capı́tulo 11
Lei da Indução
195
196 CAPÍTULO 11. LEI DA INDUÇÃO
dB
ind ∝
dt
ind ∝ A
~ ·S
φB = B ~ = BS cos θ (11.1)
dφB
|ind | = (11.2)
dt
Substituı́ndo 11.1 em 11.2 :
dB dA dθ
|ind | = A cos θ + B − BA sen θ (11.3)
dt dt dt
Percebe-se então que é possı́vel induzir corrente em uma espira imersa em
um campo magnético por meio dos seguintes métodos:
dφB
ind = − (11.4)
dt
O sinal negativo representa a resistência que o circuito apresenta à va-
riação do fluxo magnético
É interessante notar que se fizermos a integral de linha do campo elétrico
na espira, teremos:
I
~ · d~l = ind
E (11.5)
Γ
Ora, vimos na eletrostática que essa integral de linha deveria ser nula
sempre! Qual será a inconsistência?
Na verdade, não há inconsistência. Ocorre que o campo elétrico estudado
na eletrostática tem natureza diferente do campo elétrico induzido.
O campo elétrico oriundo de cargas elétricas sempre é conservativo, por
isso a integral de linha em um circuito fachado é nula. Mas, devido à equação
11.5, nota-se que o campo elétrico induzido pela variação de fluxo magnético
11.2. A LEI DE LENZ 199
Exercı́cio 11.1. Suponha uma barra condutora, deslizando sem atrito sobre
um trilho condutor, em meio a um campo magnético perpendicular ao plano
dos trilhos, conforme mostrado na Figura 11.4 . Calcule: a força eletromotriz
induzida, a corrente induzida a força magnética e a velocidade da barra em
função do tempo.
• Força eletromotriz
Temos que o fluxo magnético na barra é dado por:
φB = BA = Blx
dφB dx
|ind | = = Bl = Blv
dt dt
• Corrente induzida:
ind Blv
Iind = =
R R
• Força magnética:
Temos que a força em fios é dada por:
200 CAPÍTULO 11. LEI DA INDUÇÃO
2 2
~ = Iind Bl = B l v − î
F~ = I~l × B (11.6)
R
• Velocidade do fio:
Aplicando a segunda lei de Newton ao reultado da equação 11.6 :
dv B 2 l2 v
m =
dt R
Resolvendo essa equação diferencial separável:
R t B 2 l2 B 2 l2
R v(t) dv v(t)
v0
= − 0
dt → ln = − t
v Rm v0 Rm
B 2 l2 t/
v(t) = v0 e− Rm
• Para r < R :
dφB dB 2
φB = Bπr2 → = πr
dt dt
Logo:
I
~ ind · d~l = dB πr2
E
dt
Γ
dB 2 dB r
Eind 2πr = πr → Eind =
dt dt 2
• Para r > R :
Como a circunferência aborda todo o campo, a variação fluxo no seu
interior será:
dφB dB 2
φB = BπR2 → = πR
dt dt
Logo:
202 CAPÍTULO 11. LEI DA INDUÇÃO
I
~ ind · d~l = dB πR2
E
dt
Γ
dB 2 dB R2
Eind 2πr = πR → Eind =
dt dt 2r
Sintetizando os resultados na forma de um gráfico;
11.3 Geradores
As experiências de Faraday lançaram os princı́pios de funcionamento de mo-
tores elétricos e geradores de eletricidade.
Considere uma espira imersa em um campo magnético B ~ rotacionando
θ
com uma velocidade angular constante ω = . Substiuı́ndo θ na equação
t
11.3 , temos que:
11.4. EFEITOS MECÂNICOS 203
ωBA
Iind = sen ωt
R
Calculando a potência gerada para N espiras:
(N BAω sin(ωt))2
P = I|εind | =
R
Observa-se que a bobina gerará corrente alternada. Para evitar isso,
empregam-se comutadores no circuito.
Isso que foi visto é o princı́pio de funcionamento de vários tipos de usinas
de geração de energia, como as hidrelétricas, termoelétricas, eólicas e nucle-
ares. Todas elas envolvem a transferência de energia mecânica de um fluido
(água, vento) para a bobina, fazendo-a girar.
dφ21
2 = −
dt
Mas a variação do fluxo do campo magnético depende de uma variação
de corrente na espira 1:
dφ21 dI1
∝
dt dt
Então podemos substituir essa proporcionalidade por uma igualdade por
meio da definição da constante de indução mútua M21 1 :
dφ21 dI1
= M21 (11.7)
dt dt
dφ21
M21 = (11.8)
dI1
Experimentalmente, observa-se que a constante de indução mútua de-
pende apenas da geometria das espiras e também da distância entre elas.
Neumann deduziu uma fórmula que permite determinar essa constante.
Temos que o fluxo do campo magnético pode ser calculado por:
1 T m2
[M21 ] = H(henry) =
A
11.5. INDUTÂNCIA MÚTUA 207
Z Z Z Z
φ21 = ~ · dS
B ~2 = ~ ×A
∇ ~ 1 · dS
~2
S2 S2
d~l1 · d~l2
I I
µ0
φ21 = I1
4π r
d~l1 · d~l2
I I
µ0
M21 = (11.10)
4π r
Como podemos comutar os fatores da fórmula, conclui-se que:
M12 = M21 = M
outra espira.
Sabemos que a campo magnético no centro de uma espira circular é B =
µ0 I
. Como R1 >> R2 , pode-se considerar que o campo no interior da espira
2R1
2 é constante, logo o fluxo no seu interior será:
µ0 I
φ21 = BA = πR2
2R1 2
Então temos que:
dφ21 µ0
= πR2
dI 2R1 2
Logo a indutância mútua é:
µ0
M= πR22
2R1
dφ21
= µ0 n1 n2 lπR22
dI
Logo a indutância mútua é:
M = µ0 n1 n2 lπR22
µ0 N1 I
Sabemos que a campo magnético no interior do toróide 1 é B = .
2πr
Considerando que o campo no interior do toróide apresenta simetria cilı́ndrica,
o fluxo no seu interior deve ser calculado por meio a seguinte integral:
Rb µ0 N1 I1
~ 1 · d~s2 = N2
R
φ21 = N2 B hdr
a 2πr
µ0 N1 N2 I1 b
φ21 = h ln( )I
2π a
Então temos que:
dφ21 µ0 N1 N2 b
= h ln( )
dI 2π a
Logo a indutância mútua é:
µ0 N1 N2 b
M= h ln( )
2π a
11.6 Auto-Indutância
Considere novamente uma espira de N voltas pela qual passa uma corrente
I. Se ocorre alguma alteração na corrente, o fluxo através da espira varia
11.6. AUTO-INDUTÂNCIA 211
com o tempo, então, de acordo com a lei de Faraday, uma força eletromotriz
induzida surgirá para gerar um campo no sentido oposto à variação do fluxo
~ inicial. Então podemos dizer que o próprio campo opõe-se a qualquer
de B
mudança da corrente, e assim temos o fenômeno da auto-indutância.
dφB dφB dI dI
= =L
dt dI dt dt
dφB
L= (11.11)
dI
Do mesmo modo que a indutância mútua, a auto indutância depende
apenas de fatores geométricos da espira em questão.
dφB
= µ0 n2 lπR2
dI
Logo a auto-indutância é:
L = µ0 n2 lπR2
Zb
µ0 N 2 I µ0 N 2 I
Z
~ · d~s = b
φB = N B hdr = h ln( )
2πr 2π a
a
dφ21 µ0 N 2 b
= h ln( )
dI 2π a
Logo a auto-indutância é:
µ0 N 2 b
L= h ln( )
2π a
seja:
dI
V =L (11.12)
dt
Quando um circuito apresenta mais de um indutor associado, é possı́vel
substituı́-los por um indutor equivalente, a fim de simplificar os futuros
cálculos relativos ao circuito. Mas para calcular a indutância equivalente, de-
vemos levar em conta tanto os efeitos de auto-indução quanto de indutância
mútua entre os componentes da associação.
Faremos, como exemplo, a associação de dois indutores em série e dois
indutores em paralelo.
dI dI dI dI dI dI
L = L1 + M + L2 + M = (L1 + L2 + 2M )
dt dt dt dt dt dt
11.7. ASSOCIAÇÃO DE INDUTORES 215
L = L1 + L2 + 2M (11.13)
dI1 dI2
V 1 = L1 +M (11.14)
dt dt
dI2 dI1
V 2 = L2 +M (11.15)
dt dt
Multiplicando as duas equações pela constante de indutância mútua:
dI1 dI2
V1 M = L1 M + M2 (11.16)
dt dt
dI2 dI1
V2 M = L2 M + M2 (11.17)
dt dt
Multiplicando agora a equação 11.14 por L2 e a 11.15 por L1 :
216 CAPÍTULO 11. LEI DA INDUÇÃO
dI1 dI2
V1 L2 = L1 L2 + M L2 (11.18)
dt dt
dI2 dI1
V2 L1 = L2 L1 + M L1 (11.19)
dt dt
Mas, da associação em paralelo, temos que:
V = V1 = V2
I = I1 + I2
dI2 dI2
V (L1 − M ) = L1 L2 − M2 (11.20)
dt dt
dI1 dI1
V (L2 − M ) = L1 L2 − M2 (11.21)
dt dt
Somando as equações 11.20 e 11.21:
dI
V (L1 + L2 − 2M ) = L1 L2 − M 2
dt
L1 L2 − M 2
L= (11.22)
L1 + L2 − 2M
t = 0 , I(t) = 0
V
t = ∞ , I(t) =
R
dI
V − RI − L =0 (11.23)
dt
V L dI
−I =
R R dt
Z t ZI(t)
R dI
− dt =
L I − VR
0 0
I(t)
V R
ln I − = − t
R 0 L
R
V V −Lt
I(t) − = −
R R
218 CAPÍTULO 11. LEI DA INDUÇÃO
V R
I(t) = 1 − e− L t (11.24)
R
Quanto maior for a indutância L do indutor no circuito, maior será o
tempo para a corrente se aproximar da máxima Imax = V /R.
t = 0 , Q(t = 0) = Q0
t = 0 , I(t = 0) = 0
Q dI
−L =0 (11.25)
C dt
Como o capacitor está descarregando, I = −dQ/dt, e portanto:
11.9. CIRCUITO L-C 219
d2 Q 1
+ Q=0 (11.26)
dt2 LC
Onde:
1
ω2 =
LC
dQ
I(t) = − = ωQ0 sen(ωt)
dt
I0 = Q0 ω
Análise de energia:
220 CAPÍTULO 11. LEI DA INDUÇÃO
1 Q2
UE = Ucapacitor = CV 2 =
2 2C
2
Q
UE = cos2 (ωt)
2C
1 L LQ20 ω 2 Q2
UB = Uindutor = LI 2 = I02 sin2 (ωt) = sen2 (ωt) = 0 sen2 (ωt)
2 2 2 2C
Q2
U = UE + UC =
2C
d2 x K d2 Q 1
+ x=0 + Q=0
dt2 M dt 2 LC
1 2 K 2 1 1 2
U = mv + x U = LI 2 + Q
2 2 2 2C
Figura 11.29: Analogia do circuito LC com sistema mecânico.
m L
1/k C
x Q
v = ẋ I = Q̇
2
mv /2 LI 2 /2
kx2 Q2
2 2C
222 CAPÍTULO 11. LEI DA INDUÇÃO
d2 x dI Q
m = −kx + mg L + =V
dt2 dt C
x(t) = h + A cos(ω0 t) q(t) = q1 + (q0 − q1 ) cos(ω0 t)
x(0) = h + A q(0) = q0
ẋ(0) = 0 q̇(0) = 0
Molas em série Capacitores em paralelo
1 1
x = x 1 + x2 = F K1
+ K2
q = ε(C1 + C2 )
Molas em paralelo Capacitores em série
Q dI
− RI − L = 0
C dt
11.11. CIRCUITO R-L-C 223
Fazendo I = − dQ
dt
:
d2 Q R dQ Q
2
+ + =0 (11.28)
dt L dt LC
Com a condição inicial: Q(0) = Q0
O análogo mecânico à este circuito é o oscilador amortecido:
d2 x dx
+ 2β + ω02 x = 0 (11.29)
dt2 dt
Cuja solução é dada por:
q q
−βt 2 2 2 2
x(t) = e A1 exp( β − ω0 t) + A2 exp(− β − ω0 t) (11.30)
• ω02 = β: crı́tico
11.11.1 Subcrı́tico
11.11.2 Crı́tico
Q(t) = (A + Bt)e−βt
11.11.3 Supercrı́tico
Q(t) = e−βt [A1 exp(ω2 t) + A2 exp(−ω2 t)]
11.12. ENERGIA EM CAMPOS MAGNÉTICOS 225
Sabemos que:
φB = LI
Z Z
φB = ~ · d~s =
B ~ × A)
(∇ ~ · d~s
S S
Z I
~ × A)
(∇ ~ · d~s = ~ · d~l
A
S Γ
I
φB = ~ · d~l = LI
A
Γ
~ ×B
Mas ∇ ~ = µ0 J,
~ então:
Z
1 ~ · (∇
~ × B)dv
~
U= A
2µ0
V
Utilizando a identidade:
~ · (A
∇ ~ × B)
~ = B
~ · (∇
~ × A)
~ −A
~ · (∇
~ × B)
~
~ · (∇
A ~ × B)
~ = B
~ · (∇
~ × A)
~ −∇
~ · (A
~ × B)
~ =B
~ ·B
~ −∇
~ · (A
~ × B)
~
Temos:
Z Z
1 ~ ·B
~− ~ · (A
~ × B)dv
~
U= B ∇
2µ0
V V
11.12. ENERGIA EM CAMPOS MAGNÉTICOS 227
B2
uB = (11.32)
2µ0
Note a similaridade das energias dos campos elétrico e magnético:
Z Z
ε
UE = 1
2
ρV dv = E 2 dv
2
3
Z V Z
~ ~
1
1
UB = 2 A · J dv = B 2 dv
2µ0
V 3
I
~ · d~l = µ0 I
B
B2πr = µ0 I
µ0 I
B =
2πr
µ0 I θ̂
,a < r < b
B = 2πr
0 , r < a ou r > b
B2 µ20 I 2 µ0 I 2
u= = =
2µ0 2µ0 4π 2 r2 8π 2 r2
A energia armazenada em um trecho será:
0 ≤ θ ≤ 2π
µ0 I 2
ZZZ
U = rdθdrdz, a ≤ r ≤ b
8µ0 π 2 r2
0≤z≤l
Zb
µ0 I 2 µ0 I 2
1 b
U = 2
2πl dr = l ln
8π r 4π a
a
(
a≤r≤b
Z ZZ
~ · d~s = µ0 I
φ = B drdz,
2πr o≤z≤l
µ0 I b
φ = l ln
2π a
dφ µ0 l b
L = = ln
dI 2π a
LI 2
U =
2
µ0 I 2
b
U = l ln
4π a
230 CAPÍTULO 11. LEI DA INDUÇÃO
Capı́tulo 12
Equações de Maxwell
12.1 Introdução
I Z
~ · d~l = − d
E ~ · d~s
B
dt
Γ S
231
232 CAPÍTULO 12. EQUAÇÕES DE MAXWELL
~
~ ×E
∇ ~ = − ∂B
∂t
∇ × B = µ0 J~
~ ~
∇ ~ = ρ
~ ·E
ε0
∇~ ·B
~ = 0
∇~ · J~ + ∂ρ = 0
∂t
Se aplicarmos o divergente na lei de Ampère, temos:
~ · (∇
∇ ~ × B)
~ = µ0 ∇ ~ · J~
~ · J~ = 0
∇
~ · d~l = µ0 I~ ~ · d~l = 0
H H
(a) B (b) B
As duas integrais deveriam ter o mesmo valor, pois tem o mesmo bordo!
Assim, há uma inconsistência na lei de Ampère, que requer uma modificação
feita por Maxwell.
Primeira Forma
~ · d~l = µ0 I~ ~ · d~l = 0
H H
(a) B (b) B
I Z
d
J~ · d~s = − ρdv 6= 0
dt
S
∇ ~ = ρ ⇒ ρ = ε0 ∇
~ ·E ~ ·E
~
ε0
!
~
~ · J~ = −ε0 ∂ ∇
∇ ~ ·E
~ =∇ ~ · −ε0 ∂ E
∂t ∂t
!
~
~ · J~ + ε0 ∂ E = 0
∇
∂t
~
Maxwell então substituiu J~ da Lei de Ampère por J~0 = J~ + ε0 ∂∂tE . Então,
chegamos na lei de Ampère-Maxwell:
~
∇ ~ = µ0 J~ + µ0 ε0 ∂ E
~ ×B (12.1)
∂t
Ou, na forma integral:
I Z
~ · d~l = µ0 I + µ0 ε0 ∂
B ~ · d~s
E (12.2)
∂t
Então:
I
~ · d~l = µ0 I + µ0 ε0 dφE
B
dt
Segunda Forma
Q A Q
C= = ε0 ⇒ ε0 A = Q Vd ⇒ ε0 E = A
V d
dQ dE
= ε0 A
dt dt
1 dQ dE
J~D = = ε0
A dt dt
~ ×B
∇ ~ = µ0 (J+?)
~ ~ ×B
⇒∇ ~ = µ0 (J~ + J~D )
~
~ = µ0 J~ + µ0 ε0 ∂ E
~ ×B
∇
∂t
~ ·E
~ = ρ
∇
ε0
~ ~
∇·B = 0
~
~ = − ∂B
~ ×E
∇
∂t
~
~ = µ0 J~ + µ0 ε0 ∂ E
~ ×B
∇
∂t
238 CAPÍTULO 12. EQUAÇÕES DE MAXWELL
I
~ · d~s = Qint
E
ε0
I
~ · d~s = 0
B
I Z
~ · d~l = − d
E ~ · d~s
B
dt
S
I Z
~ · d~l = µ0 I + µ0 ε0 ∂
B ~ · d~s
E
∂t
~ ·E
∇ ~ = 0 (I)
~ ·B
∇ ~ = 0 (II)
∂B~
~ ×E
∇ ~ = − (III)
∂t
~
~ = µ0 ε0 ∂ E (IV)
~ ×B
∇
∂t
~ ×∇
∇ ~ =−∂∇
~ ×E ~ ×B
~
∂t !
~
~ ×∇
∇ ~ ×E
~ =∇
~ · (∇
~ · E)
~ −∇ ~ 2E
~ ⇒ −∇ ~ =−∂
~ 2E µ 0 ε0
∂E
∂t ∂t
!
~
~ − ∂ µ 0 ε0 ∂ E = 0
~ 2E
∇
∂t ∂t
1
v=√ =c
µ 0 ε0
2~
~ − 1 ∂ E =0
~ 2E
∇
c2 ∂t2
2~
∇ ~ − 1 ∂ E =0
~ 2E (12.3)
c2 ∂t2
~ ×∇
∇ ~ ×B ~ =∇ ~ ·∇ ~ ·B~ −∇~ 2B
~
−∇ ~ = µ 0 ε0 ∂ ∇
~ 2B ~ ×E~
∂t
2~
~ 2B
∇ ~ − µ 0 ε0 ∂ B = 0
∂t2
240 CAPÍTULO 12. EQUAÇÕES DE MAXWELL
~
1 ∂ 2B
~ 2~
∇ B− 2 2 =0 (12.4)
c ∂t
O campo magnético se propaga no vácuo com velocidade c.
Isso mostra que a luz é uma onda eletromagnética, caracterizando assim
a natureza ondulatória da luz. Maxwell fez a unificação de dois campos da
fı́sica até então distintos, o Eletromagnetismo e na Óptica. Sem Maxwell não
entenderı́amos radiação eletromagnética. A relatividade restrita originou-se
dos Equações de Maxwell.
Capı́tulo 13
Materiais Magnéticos
241
242 CAPÍTULO 13. MATERIAIS MAGNÉTICOS
L~ = ~r × p~
~ = mvr
|L|
carga q qv
I= = 2πr =
tempo v
2πr
Sabemos também que o momento magnético é:
qv 2 qvr
µ = IA = Iπr2 = πr =
2πr 2
Das equações acima, temos:
~
qL
µ
~= (13.1)
2m
No caso do elétron, temos:
244 CAPÍTULO 13. MATERIAIS MAGNÉTICOS
~
eL
~ =−
µ (13.2)
2me
Isto é o que se espera classicamente e como milagre também vale quanti-
camente.
Além do momento angular orbital, elétrons possuem um momento angular
intrı́nseco (spin), que associado a este há um momento magnético:
e ~
~s = −
µ S (13.3)
me
Algumas propriedades:
• Lei de Lenz não se aplica, pois este campo está associado ao elétron
por si mesmo.
~ é quantizada.
• Uma componente medida de S
Quantização de Sz :
13.2. MOMENTOS MAGNÉTICOS E MOMENTO ANGULAR 245
S z = ms ~
1
ms = ±
2
h
~ =
2π
ems ~ e~
µs,z = − =± = ±µB
me 2me
e~ eh J
µB = = = 9, 27 × 10−24
2me 4πme T
L = ml ~
ml = 0, ±1, ±2, · · ·
eL eml ~
µ=− =− = −ml µB
2me 2me
Vimos durante o nosso curso que se colocássemos uma espira passando
corrente num campo magnético, esta sentia uma força, e observamos a tendência
do alinhamento do momento magnético µ ~
~ com B.
246 CAPÍTULO 13. MATERIAIS MAGNÉTICOS
~
~ ×B
~τ = µ
~ = lim 1 X d~µ
M µ
~i = (13.4)
∆v→0 ∆v dv
i
Z
µ
~ total = ~ dv
M
v
Análise dimensional:
13.3. MATERIAIS DIAMAGNÉTICOS 247
h i
h i momento magné tico ~
B
~ = corrente x á rea A
M = = = (13.5)
volume comprimento m µ0
1. Materiais diamagnéticos;
2. Materiais paramagnéticos;
3. Materiais ferromagnéticos.
13.5 ~
Magnetização e o campo H
Relembrando a definição de magnetização (Equação 13.4):
~
~ ≡ B −M
H ~ (13.7)
µ0
• M~ : magnetização, componente de B
~ devido às propriedades do mate-
rial.
~ caiu do céu?
Você pode estar se perguntando, mas esta formula de H
Podemos chegar nela da seguinte forma:
Como um dos exercı́cios da lista, você deve ter obtido que o potencial
vetor de um único dipolo é dado por:
~ × R̂
~ (~r) = µ0 µ
A
4π R̂
Se pensarmos num material, então cada elemento de volume possui um
~ dv, logo:
momento de dipolo magnético M
Z ~ 0
~ (~r) = µ0 M (~r ) × R̂ 0
A dv
4π R2
Utilizando a identidade:
~0 1 R̂
∇ = 2
R R
Temos:
Z
~ (~r) = µo
A ~ (~r0 ) × ∇
M ~0 1
dv 0
4π R
Utilizando a identidade:
~ × fM
∇ ~ = f ∇~ ×M
~ −M~ × ∇f
~
~ × ∇f
⇒M ~ = f ∇~ ×M
~ −∇~ × fM ~
Ficamos com:
~
13.5. MAGNETIZAÇÃO E O CAMPO H 251
!
Z Z ~ 0
~ (~r) = µ0 1 ~0 ~ 0 × M (~r ) dv 0
A ∇ ×M ~ (~r0 ) dv 0 − ∇
4π R R
Z ~0 ~ (~r0 ) I ~ 0
~ µ0 ∇ ×M 0 µ0 M (~r ) × n̂0 0
A (~r) = dv + ds
4π R 4π R
• J~M (~r0 ) = ∇
~0×M
~ (~r0 ): Densidade de corrente de magnetização;
Similar a:
~ · P~
ρp = −∇
σp = p~ · n̂
~ ×B
∇ ~ = µ0 J~livre + J~M
| {z }
densidade de corrente total
~ ×B
∇ ~ = µ0 J~livre + ∇
~ ×M
~
~ ×B
∇ ~ −∇ ~ × µ0 M~ = µ0 J~livre
~ × B
∇ ~ − µ0 M
~ = µ0 J~livre
| {z }
~
µ0 H
~ × µ0 H
∇ ~ = µ0 J~livre
∇ ~ = J~livre
~ ×H (13.8)
~
B
~ =
H −M~
µ0
~
~ = ÷B − ÷ M
÷H ~
µ0
~ = −÷M
÷H ~
13.6. MATERIAIS MAGNÉTICOS LINEARES 253
~
Observação 13.1. Deve-se tomar cuidado com a analogia entre os campos H
~ Apesar da similaridade entre as expressões de seus rotacionais, deve-
e B.
mos lembrar que um campo não é determinado somente pelo seu rotacional.
Em especial, mesmo que não haja nenhuma corrente livre, na presença de
materiais magnéticos, o campo H~ pode ser não nulo.
~ = χM H
M ~
~ = µo H
B ~ +M
~
~ ~
= µo H + χ M H
~
= µo (1 + χM ) H
~
= µo µr H
~ = µH
B ~
~ = µo (1 + χM ) H
B ~
254 CAPÍTULO 13. MATERIAIS MAGNÉTICOS
χM < 0
χM > 0
~ =0
(a) Antes: M ~ =
(b) Após: M 6 0
Temperatura de Curie
Mas J~l = ∇
~ × H,
~ então:
Z
1 ~ ×H
~ · Adv
~
Um = ∇
2
V
Aplicando a identidade:
~ · A
∇ ~×H
~ = ∇ ~ ×A
~ ·H~ − ∇~ ×H
~ ·A~
Chegamos em:
Z Z
1 ~ ~
~ 1
~ · A~×H
~ dv
Um = ∇ × A · Hdv − ∇
2 2
V V
Z Z
1 ~ −1
~ · Hdv ~
~ ~
Um = B ∇ · A × H dv
2 2
V V