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O PROJETO ATMAN

Mestrado em Educação em Ciências e


Matemática – EDUCEM / PUCRS
Ciência e Realidade II – Prof: Regina, Nara,
Carlos, João
Leituras Transdisciplinares para Inclusão na
Proposta de Unidade de Aprendizagem (UA)

Título do Trabalho: O Humano na Pedagogia


das Ciências e da Matemática

Título do Livro: O Projeto Atman - Ken Wilber


Mestrando: Roberto Silvestrin
O PROJETO ATMAN
Seu Livro:

O Projeto Atman - Ken Wilber -

Uma Visão Transpessoal do


Desenvolvimento Humano

Ed. Cultrix, 1999


O PROJETO ATMAN
O PROJETO ATMAN
Ken Wilber (Kenneth Earl Wilber Jr.), nascido
em 31 de Janeiro de 1949, Oklahoma City (EUA)
é um famoso filósofo e criador da Psicologia
Integral. Sua obra concentra-se basicamente na
integração de todas as áreas do conhecimento
(ciência, filosofia arte, ética e espiritualidade).
A preocupação em unir ciência e religião apóia-
se em sua própria experiência e na de diversos
místicos de todas as grandes tradições de
sabedoria, tanto ocidentais quanto orientais. No
dia 4 de Janeiro de 1997, o jornal alemão Die
Welt declarou Wilber como "o maior pensador
no campo da evolução da consciência."
O PROJETO ATMAN

"I have one major rule:


everybody is right. More
specifically, everybody —
including me — has some
important pieces of the
truth, and all of those
pieces need to be honored,
cherished, and included in a
more gracious, spacious,
and compassionate
embrace.” Ken Wilber
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As Perguntas:

Segundo o livro...

a) o que significa

“desenvolvimento” ou “evolução”?
O PROJETO ATMAN
O desenvolvimento psicológico
dos seres humanos tem o mesmo
objetivo da evolução natural: a
produção de unidades sempre
superiores.
E como a Unidade final é Buda,
Deus ou Atman (“realidade final”),
segue-se que o crescimento
psicológico tem por meta Atman.
Isso é parte do Projeto Atman.
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Desde o início, a alma intui
essa natureza de Atman e, desde
o início, procura concretizá-la
como uma realidade e não
apenas como um potencial
enovelado.
Esse impulso para concretizar
Atman faz parte do que
chamamos tendência Atman.
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Embora cada etapa do
crescimento psicológico seja um
passo em direção a Deus, cada
etapa continua sendo uma etapa.
Ou seja, cada etapa em direção
a Deus ainda não é o próprio
Deus. A alma deve buscar a
Unidade apesar das restrições de
cada etapa atual, que ainda não é
a Unidade.
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E esse é o outro lado do Projeto
Atman: toda pessoa quer apenas
Atman, porém quer em condições
que o impedem. A isso chamamos
restrição Atman, ou negação.
É somente no fim do crescimento
psicológico que existe iluminação
e liberação final em Deus e com
Deus, embora essa fosse a única
coisa desejada desde o início.
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Mas como cada etapa é menos que
Atman, cada etapa acaba se
tornando, de fato, uma concessão e
um substituto de Atman - e isso
ocorre conscientemente ou não.
Dar espaço apenas para unidades
substitutas e recompensas
substitutas é o Projeto Atman
propriamente dito.
Uma solução consciliatória entre a
tendência Atman e a restrição Atman
O PROJETO ATMAN
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Modo aproximado de Piaget Maslow


percepção do eu (Desenvolvimento (hierarquia de 7 chakras de kundalini Cabala
Cognitivo) necessidade)
Pleromático Fisiológica muladhara ou chakra da base
Urobórico Malkut
Corpo Axial Sensório-motor
Corpo prânico Pré-conceitual Início de segurança svadhishthana ou chakra Sexual Yesod
Corpo-imagem Pré-operacional
Afiliação-cognição Segurança manipura ou chakra Umbilical
Ego inicial/persona Pré-operacional intuitivo Pertencer anahata ou chakra do Coração Hod
Ego intermediário/persona Operacional concreto vishuddha ou chakra Laríngeo Netzach
Ego tardio/persona Auto-estima Conhecimento formal operacional e conceitual
Ego maduro Operacional formal (início do psíquico) Tiphareth
Faixas biossocias Auto-realização Integração dos seis chakras inferiores
Sutil inferior ajna ou chakra do terceiro-olho (chakra psíquico) Geburah
Sutil superior sahasrara ou chakra da coroa Chesed
Causal inferior Transcendência Culminação dos chakras supeiores no Deus final Binah
Causal superior Transcendência de todas as perturbações dos chakras Chokmah
Final Kether
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As Perguntas:

Segundo o livro...

b) como são entendidas as


capacidades transcendentes
do Ser?
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O plano astral inclui, basicamente,
as experiências fora do corpo, algum
conhecimento oculto, as auras, a
magia verdadeira, “a viagem astral”,
etc.
O plano psíquico inclui o que
poderíamos chamar fenômenos “psi”:
PES, pré-cognição, clarividência,
psicocinese.
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Muitas pessoas conseguem
“sintonizar-se” ocasionalmente com
esse plano e manifestar capacidades
psíquicas aleatórias ou não.
Mas para realmente entrar nesse
plano é preciso ter um domínio
relativo dos fenômenos psíquicos.
Patanjali dedicou um capítulo
inteiro do Yoga Sutra a esse plano e
suas estruturas (que são os siddhis
ou poderes paranormais).
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A consciência, ao diferenciar-se
ainda mais da mente e do corpo, é
capaz de, em alguns aspectos,
transcender as capacidades normais
do corpo-mente bruto e, portanto,
atuar sobre o mundo e o organismo
de maneiras que, aos olhos da mente
comum, são muito fantásticas e
artificiais. Da minha parte creio que
elas são uma extensão natural da
função transcendente da
consciência.
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As Perguntas:

Segundo o livro...

c) o que significa
"tornar-se um com o todo"?
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Todo ser consciente, portanto, seja
exatamente como for, é a perfeita
incorporação e expressão do Último.
O que todo indivíduo é, antes de ser
qualquer outra coisa, é o dharmakaya
- o Corpo da própria Verdade. O que
ele sente, antes de sentir qualquer
outra coisa, é o sambogakaya
- o Corpo do Contentamento Jovial. O
que ele vê antes de ver qualquer outra
coisa, é o nirmanakaya - o Corpo da
vida manifesta como samadhi.
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Esses três corpos de Buda são um só


como o único Coração, e essas três
esferas atuam na Unidade iridescente
por meio de todos os gestos eternos.
E essa é a Unidade última para onde
se dirige toda a evolução, humana e
cósmica.
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Pode-se dizer que a evolução cósmica


- o padrão holístico - se completa na
evolução humana e por meio da
evolução humana; e esta atinge a
consciência última da unidade e
assim consuma a Gestalt absoluta
que é o destino de toda manifestação.
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As Perguntas:

Segundo o livro...

d) como é compreendido o tempo


nos diferentes níveis de
consciência?
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No primeiro andar do prédio da
consciência fica o estado
pleromático e urobórico. O modo
de tempo é pré-temporal e
atemporal: sem passado, sem
presente, sem futuro - apenas a
ignorância pleromática. Este não é
um estado transtemporal; o bebê
não transcende o tempo, mas é
totalmente ignorante dele.
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No segundo andar fica o eu
tifônico - o processo primário, o
id-prana, o ser sexual-emocional.
Aqui não existe tempo linear (sem
passado e sem futuro), mas
apenas um simples presente. O
modo de tempo está incorporado
nesse presente simples, que
ignora o tempo linear.
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No terceiro andar fica o tempo do
ego - linear, histórico, sintático,
com passado, presente e futuro.

No quarto andar fica o centauro. O


modo de tempo é outra vez o
presente imediato, porém é um
presente translinear, enquanto o do
tífon era um presente pré-linear. O
centauro ainda está consciente do
tempo linear.
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No quinto andar ficam todas as
esferas verdadeiramente trans-
temporais. É a eternidade absoluta,
que tem ciência do tempo linear e do
presente imediato, mas não está
ancorada em nenhum deles. Este não
é o presente imediato passageiro,
que dura apenas um ou dois
segundos, e sim o presente eterno,
que absolutamente não subsiste mas
sustenta e abrange toda a duração.
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As Perguntas:

Segundo o livro...

e) quais são, e como são, os


diversos inconscientes?
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INCONSCIENTE BASE

O feto “possui” o inconsciente


base que é, em essência, todas as
estruturas profundas que existem
como potenciais prontos a aflorar,
por meio da recordação, em algum
momento futuro.
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Todas as estruturas profundas
dadas à humanidade em conjunto,
referentes a todos os níveis de
consciência, do corpo à mente,
alma, espírito, bruto, sutil e causal,
etão dobradas ou enroladas no
inconsciente base. Todas essas
estruturas são inconscientes, mas
não estão reprimidas, porque ainda
não entraram na consciência
(nessa vida; podemos falar de
repressão anterior ao nascimento).
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INCONSCIENTE ARCAICO

O lado somático do inconsciente


arcaico é o id (instintivo, límbico,
tifônico, prânico); o lado psíquico é a
herança da fantasia filogenética. No
todo, o inconsciente arcaico não é
um produto da experiência pessoal;
é inicialmente inconsciente porém
não reprimido; contém as estruturas
mais antigas e primitivas do
inconsciente base.
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O homem herda essas imagens de
seu passado ancestral, um passado
que abrange todos os seus ances-
trais humanos e também os ances-
trais pré-humanos ou animais. Não no
sentido de que a pessoa se lembre.
São predisposições e potencialidades
de sentir o mundo e responder a ele
da mesma maneira que seus ances-
trais fizeram, ou seja são estruturas
profundas arcaicas.
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INCONSCIENTE IMERGENTE

O inconsciente imergente é aquilo


que um dia foi consciente, durante a
vida da pessoa, mas agora está
afastado da consciência, por
diversos motivos situados em um
continuum de inatenção, desde o
simples esquecimento, passando
pelo esquecimento seletivo, até o
esquecimento forçado/dinâmico
(a repressão propriamente dita).
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INCONSCIENTE INCORPORADO

Além do inconsciente arcaico, que


era inconsciente mas não reprimido,
Freud constatou que “é certo que
grande parte do ego é, ela mesma,
inconsciente”. Ao mesmo tempo, ele
começou a situar a origem da
repressão no ego, porque “podemos
dizer que a resistência do paciente
nasce em seu ego...”.
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INCONSCIENTE INCORPORADO

Mas Freud descobriu então


que parte do próprio ego era
inconsciente, sem ser, contudo,
reprimida, concluindo, desta
maneira, que a parte não reprimida
do ego era a parte repressora.
A essa parte ele denominou
superego: inconsciente, não
reprimido, porém repressor.
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INCONSCIENTE INCORPORADO
O superego freudiano, com as
defesas e a estrutura de caráter, são
os aspectos do ego com os quais o
eu está inconscientemente
identificado, a tal ponto que eles não
podem ser objetivamente percebidos
pois o eu é exatamente constituído
por tudo isso. Nenhuma estrutura
observadora pode ver a si mesma no
ato da observação. Isso só pode
ocorrer a partir de um nível superior.
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INCONSCIENTE INCORPORADO

De toda forma, o superego é


apenas um exemplo do chamado
inconsciente incorporado: por estar
incorporado como eu, o eu não
consegue vê-lo totalmente ou
distintamente. Ele é inconsciente
mas não reprimido.
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INCONSCIENTE EMERGENTE

Para alguém que esteja no nível do


ego, o sutil inferior, o sutil superior,
o causal inferior e o causal superior
são o inconsciente emergente. São
estruturas inconscientes mas não
reprimidas.
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INCONSCIENTE EMERGENTE

Observe-se que o inconsciente


emergente sutil/causal tem várias
características em comum com o
inconsciente arcaico, a saber:
ambos nunca (ou ainda não) foram
conscientes na vida atual da pessoa,
e portanto não são reprimidos, mas
encontram-se no inconsciente desde
o início.
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INCONSCIENTE EMERGENTE

A diferença, além do importante


fato de que um é inferior e primitivo
e o outro é superior e
transcendente, é que o inconsciente
arcaico é o passado da humanidade,
enquanto o inconsciente emergente
é o seu futuro.
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As Perguntas:

Segundo o livro...

f) de onde se origina o medo?


O PROJETO ATMAN
Tem sido muito difícil para a
psicologia ocidental entender que
existem pelo menos duas formas,
muito diferentes entre si, de medo e
ansiedade. Uma é o terror patológico
ou neurótico inerente a mecanismos
de defesa ou culpa neurótica. Mas a
outra forma de terror vem da
percepção da verdade, é um terror
fundamental, inevitável, inerente à
percepção do eu separado.
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O terror da morte é inerente à
percepção do eu separado, e surge
de uma forma ou outra, sempre que
existem fronteiras. E quando a
marca da morte se aviva só há duas
coisas que podem ser feitas. Ou seja,
os homens e as mulheres só têm
duas escolhas diante da morte e
Tânatos: podem negá-la e reprimi-la,
ou podem transcendê-la no Tudo
superconsciente.
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Assim, Eros, o desejo de ter mais


vida, de ter tudo, de ser o centro do
universo, é norteado pela intuição
correta de que o um é Tudo. Mas
quando aplicada ao eu separado, a
intuição de que o um é Tudo é
degrada no desejo de possuir Tudo.
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Da mesma forma, a negação da
morte (o lado negativo do projeto
Atman) baseia-se na intuição correta
de que a Natureza anterior da pessoa
é efetivamente intemporal, eterna,
imortal além de todas as formas.
Mas quando essa intuição é aplicada
ao eu separado, ela se degrada no
desejo de simplesmente viver para
sempre, de continuar existindo, de
evitar a morte para sempre.
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As Perguntas:

Segundo o livro...

g) como pode ser compreendido


o heroísmo na perspectiva
evolucionária do livro?
O PROJETO ATMAN

Quando se combina o narcisismo


natural com a necessidade básica
de auto-estima, o resultado é uma
criatura que precisa sentir-se
como um objeto de valor
fundamental: o primeiro do
universo, representando toda a
vida em si mesmo.
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O heroísmo significa simplesmente o
desejo de ser o centro do universo, de
ser semelhante a Deus, de ser o
princípio, o fim e o máximo de todo o
mundo. É o desejo de ser
cosmocêntrico. Ao mesmo tempo,
também é um reflexo contra a morte -
ele representa o desejo de ser
imortal, imune à morte e ao sangue,
para sempre triunfante. É o projeto
Atman: o desejo de ser Atman,
intemporal, ilimitado, o Um e o Todo.
O PROJETO ATMAN

As Perguntas:

Segundo o livro...

h) em que sentido pode-se dizer que


"todo momento é o último
momento"?
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Alguma coisa lhe aconteceu antes


de você nascer. Você pode tomar
isso no sentido metafórico,
simbólico ou mítico, ou pode
tomar literalmente, mas alguma
coisa seguramente lhe aconteceu
antes de você nascer.
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O Livro Tibetano dos Mortos é um
dos vários documentos espirituais
que se propõem a contar os
“acontecimentos” anteriores ao
nascimento (ou renascimento). Ele
relata os fatos supostamente
ocorridos desde a morte física até
seu renascimento em um novo
corpo, uma série de
acontecimentos que se estendem
por um período de 49 dias (bardo).
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Bardo significa hiato, estado de
transição, estado intermediário,
estado do meio. O período de 49
dias é o período no meio da morte
e do renascimento.
Mas o parto, a saída do útero, não
é o único tipo de nascimento.
Como diz o sábio budista Ippen,
“Todo momento é o último
momento e todo momento e um
renascimento”.
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Ou seja, o nascimento e a morte


também ocorrem a cada momento,
sempre e agora. Em cada
momento o universo e todos os
seus habitantes brotam para a
vida e em cada momento todos
eles são reduzidos à base anterior.
Nascem a cada momento; morrem
a cada momento.
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Assim existem dois grandes bardo


ou “no meio” - um acontece como
uma série de fatos temporais que
duram até 49 dias após à morte
física, e o outro acontece agora, a
cada momento. A tradição
tibetana acrescenta um ponto
simples e crucial: esses dois
bardos são a mesma coisa.
O PROJETO ATMAN

O que lhe acontece antes de você


nascer é o que está acontecendo
a você agora, a cada momento.
Entender um é entender o outro,
razão pela qual os tibetanos
afirmam categoricamente que o
Livro Tibetano dos Mortos é um
manual preciso sobre o modo de
conduzir a vida de cada um.

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