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COMO
SE TORNAR
INDISPENSÁVEL
Linchpin
Ilustrações de
O EDITOR
CONTEÚDOS
UM PRIMEIRO OLHAR SOBRE ESTE LIVRO
O mundo mudou (outra vez) e as apostas são mais altas do que nunca.
Enfrentamos uma autêntica revolução – um mundo hipercompetitivo que envolve
arte e dádivas e medo e a sua capacidade (e de toda a gente) de fazer a
indispensável contribuição para aquilo que lhe interessa, seja o que for. Se não
é indispensável (ainda), é porque não fez essa escolha. O meu objectivo é ajudá-lo
a ver que a opção é sua.
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Já não somos uma rodinha anónima da máquina do capitalismo. Agora podemos
escolher. Este livro aponta os dois caminhos à disposição de qualquer pessoa, e
explica porque é que temos relutância em escolher o menos popular (mas melhor).
A RESISTÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
Porque é então tão difícil? O problema é biológico. Nas profundezas do nosso cérebro
existe a amígdala, o cérebro reptiliano. Pronto a sabotar tudo o que pareça ameaçador,
arriscado ou generoso. Enquanto não identificar, nomear e lidar com a resistência,
continuará a sentir-se frustrado.
EM SUMA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 263
Hoje é um ponto de viragem, aquele momento que acontece uma vez na vida e em que
é preciso fazer uma escolha. Todos os dias, pessoas iguais a nós optam por seguir
um caminho menos bem definido, um caminho em que fazem escolhas e fazem
a diferença. Acontece que isto não só realiza o nosso potencial como trabalhadores
e cidadãos, como é precisamente aquilo que o mercado procura. Em vez de nos
concentrarmos em satisfazer a gestão como estratégia a longo prazo para conseguir
mais coisas e maior segurança, temos a possibilidade de descrever uma poderosa
visão para o nosso futuro e fazê-la acontecer. Este novo sonho não é a respeito de
obediência, é a respeito de visão e empenho.
AGRADECIMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 269
BIBLIOGRAFIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 270
INTRODUÇÃO
Realidade
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COMO SE TORNAR INDISPENSÁVEL
Isto é um manifesto pessoal, uma promessa que lhe faço, a si. Neste
momento, não estou focado no externo, nas organizações tácticas
usadas para fazer grandes produtos ou divulgar ideias importantes.
Este livro é diferente. É sobre uma escolha e é sobre a sua vida. Esta
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INTRODUÇÃO
escolha não lhe exige que abandone o seu emprego, embora o desafie
a repensar o modo como faz o seu trabalho.
O sistema em que crescemos está uma desgraça. Está a rebentar
pelas costuras e muita gente de que eu gosto está a sofrer porque as
coisas que pensávamos que funcionavam não funcionam. Todos os
dias encontro pessoas que têm tanto para dar mas que foram tão
pressionadoas, ou tão atemorizadas, que se fecharam em si mesmas.
Tornaram-se vítimas, peões de um sistema insensato que as usa e as
subestima.
Deixe de alinhar com o sistema e comece a desenhar o seu próprio
caminho.
Pare de se contentar com pouco e comece a criar arte que faça a
diferença. Pare de pensar no que é que tem a ganhar e comece a dis-
tribuir dádivas que mudem as pessoas. Então, e só então, terá reali-
zado o seu potencial.
Durante centenas de anos, a população foi seduzida, enganada,
induzida a enquadrar-se, a seguir instruções e a trocar um dia de
trabalho por um dia de salário. Essa era chegou ao fim, e já ia sendo
mais do que tempo.
Há uma chama dentro de si, a sua contribuição é valiosa, a arte que
cria é preciosa. Mais ninguém pode fazê-la, cabe-lhe a si. A minha
esperança é que se ponha de pé e opte por fazer a diferença.
Fazer a Escolha
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COMO SE TORNAR INDISPENSÁVEL
O Contrato Tomo-Conta-de-Ti
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INTRODUÇÃO
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COMO SE TORNAR INDISPENSÁVEL
Se não está a safar-se tão bem como esperava, talvez seja porque as
regras do jogo foram alteradas e ninguém lhe disse nada.
As regras foram escritas há cerca de duzentos anos; funcionaram
durante muito tempo, mas já não funcionam. Pode ser que demore
mais do que meia dúzia de minutos a aprender as novas regras, mas
vale a pena.
Desenvolver a Indispensabilidade
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O NOVO MUNDO
DO TRABALHO
* Graças a Deus É Sexta-Feira. Em inglês, TGIF (Thank God It’s Friday). O conceito parece ser universal. (N. do T.)
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COMO SE TORNAR INDISPENSÁVEL
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O NOVO MUNDO DO TRABALHO
* O neologismo, ainda não aceite no léxico português, deriva do jargão marxista e significa, no fundo, a transformação
de qualquer coisa (no caso, a mão-de-obra, o trabalho) em produto transaccionável, em bem de consumo (commodity).
No original, commoditization. (N. do T.)
** Aqui, referência à obra Purple Cow, do autor, publicada em Portugal com este título. (N. do T.)
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COMO SE TORNAR INDISPENSÁVEL
Na era da fábrica, o objectivo era ter a mais alta PTFS possível. Pense
nisto. Se puder substituir facilmente a maior parte dos seus trabalha-
dores, poderá pagar-lhes menos. E quanto menos lhes pagar, mais
dinheiro ganha. O jornal local, por exemplo, pode ter quatrocentos
empregados, mas só umas dezenas de vendedores e colunistas são
difíceis de substituir de um momento para o outro. O objectivo é
promover e proteger o sistema, não as pessoas.
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O NOVO MUNDO DO TRABALHO
O Modelo Será Operado por Pessoas com o Mais Baixo Nível de Com-
petência Possível.
Sim, foi o que eu disse, o mais baixo nível de competência possível.
Porque se o seu modelo depender de pessoas altamente especiali-
zadas, será impossível replicá-lo. Essas pessoas têm uma forte pro-
cura no mercado. Além disso, são caras, o que fará subir o preço
que terá de cobrar pelo seu produto.
O modelo empresarial deverá ser tal que os empregados só precisem de
ter o nível de competência mínimo necessário para desempenharem as
funções que a cada um sejam distribuídas.
Um escritório de advogados tem de ter advogados e uma clínica
tem de contratar médicos. Mas não têm de ser médicos ou advoga-
dos brilhantes. Do que precisa é de criar o melhor sistema graças
ao qual bons advogados ou bons médicos possam ser levados a pro-
duzir resultados excelentes.
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COMO SE TORNAR INDISPENSÁVEL
A vida de Hector é dura. Mais dura do que a da maior parte das pessoas.
Todas as manhãs vai ocupar o mesmo lugar numa esquina em
Queens, junto à loja de ferragens e em frente do restaurante tailan-
dês, do outro lado da rua. Com ele estão os seus seis principais con-
correntes, à espera de trabalho.
Lentamente, uma carrinha encosta ao passeio. O empreiteiro da
construção civil sentado ao volante procura trabalhadores temporá-
rios, mão-de-obra para um dia. Sabe que todas as manhãs os encon-
trará naquela esquina, à espera dele. Baixa o vidro da janela e oferece
o salário mínimo. O que, para aquele género de trabalho, é muito.
Todos os homens parecem iguais. Aconchegam-se uns aos outros,
por causa do frio, e estão dispostos a trabalhar por pouco dinheiro.
Por isso escolhe três ao acaso e arranca.
Hector ficou na esquina, ao frio. Talvez ainda apareça mais alguém.
Talvez não.
É um de muitos, um produto fungível, uma não-escolha. O emprei-
teiro não gastou tempo nem esforço a escolher porque, na verdade,
não fazia diferença. Precisava de trabalho braçal barato, e conseguiu-o.
Precisava de trabalhadores obedientes, capazes de seguir instruções
simples, e eles ali estavam.
E Hector ficou sem nada. Hector foi para casa, como tantas vezes
faz, com coisa nenhuma.
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O NOVO MUNDO DO TRABALHO
A Sua Esquina
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