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Caverna revela arte de 28 mil anos

Gruta francesa tem obras-de-arte pré-históricas feitas pelo


Homem de Cro-Magnon. Confira as fotos!

O mamute viveu em toda a Europa e Ásia até ser extinto, há 12 mil anos

PETER MOON

O sudoeste da França não pára de revelar maravilhas. Foi achada uma


gruta perto da cidade de Cussac, na região do Périgord, mais
especificamente no vale do rio Dordogne, com um tesouro artístico
incalculável. São cerca de 200 gravuras com cenas da vida diária do
homem de Cro-Magnon, antigo ocupante da região. Descoberta em 30
de setembro de 2000 por Marc Delluc, um espeleólogo amador, a
existência da gruta de Cussac foi anunciada pelo Centro Nacional de
Pré-história do Ministério da Cultura francês. Seu teto, com painéis de
até 25 m de comprimento, exibe a imagem de um bisão de 4 m, além
de mamutes peludos, cavalos, búfalos e gente. A caverna também
revela ossadas humanas. Mas o arqueólogo Norbert Aujoulat não
acredita que elas pertençam aos criadores das gravuras, que teriam
vivido entre 28 mil e 22 mil anos atrás. As obras de Cussac vem se
juntar ao mais refinado acervo de arte rupestre do mundo, aquele
encontrado no sudoeste da França (nas grutas de Lascaux, Chauvet e
Cosquer) e no norte da Espanha (em Altamira).

A gruta Cussac possui cerca de 200 gravuras de animais da Idade do Gelo


Na época, viviam da região da França búfalos, cavalos, hienas e leões

Entre 30 mil e 20 mil anos atrás, em plena Idade do Gelo, a fauna da


região incluía pingüins, leões, hienas, bisões e alces - além de mamutes
e rinocerontes peludos, ambos caçados até a extinção pelo homem de
Cro-Magnon. Este era um ser humano totalmente evoluído e igual a
nós. Antes de sua chegada, há não menos de 50 mil anos, a Europa era
povoada há 400 mil anos pelo homem de Neandertal, este sim uma
espécie diversa da nossa. Os neandertais também desapareceram por
volta de 22 mil anos atrás. Não tiveram condições de competir pela
sobrevivência com o mais inteligente homem de Cro-Magnon.

O homem de Cro-Magnon sobrevive até hoje na pele do povo basco. A


comprovação é geográfica, lingüística e genética. Além de viverem na
mesma região das cavernas com decoradas, os bascos falam um idioma
antiqüíssimo, sem relação com qualquer outro no planeta. A língua
basca, portanto, descende diretamente daquela falada pelos pintores de
Cussac. A comprovação genética tem a ver com o fator RH do sangue.
Um em cada dois bascos tem RH negativo. Na África, Ásia, Oceania e
América, o RH negativo é praticamente inexistente, sendo encontrado
apenas em proporções reduzidas entre os descendentes de europeus.
Mesmo nas Europas Ocidental, Central e do Leste, as porcentagens de
RH negativo na população variam entre 30% e 5%. Apenas no país
basco que a proporção atinge 50%. Conclui-se daí que o Cro-Magnon
era 100% RH negativo. Esta proporção reduziu à medida que o sangue
dos seus descendentes foi-se diluindo através da miscigenação com
indivíduos chegados com as migrações de povos indo-europeus, que
ocuparam o velho continente nos últimos 5 mil anos.

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