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Marco regulatório para a Terceirização e atualização da Lei 6.019/74 do Trabalho Temporário
incluindo as alterações provocadas pela Reforma Trabalhista - Lei 13.467/17
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 04
TERCEIRIZAÇÃO 10
O QUE MUDA COM A LEI?
TRAJETÓRIA POLÍTICA DA
16
TERCEIRIZAÇÃO
PERGUNTAS E RESPOSTAS 24
TRABALHO TEMPORÁRIO
28
O QUE MUDA COM A LEI?
TRABALHO TEMPORÁRIO
32
NO MUNDO
38 PERGUNTAS E RESPOSTAS
ALTERAÇÕES COM A 42
REFORMA TRABALHISTA
46 CONCLUSÃO
INTRODUÇÃO
A Lei nº. 13.429, publicada no
Diário Oficial da União em 31 de
março de 2017, definiu parâme-
tros legais para a prestação de
serviços a terceiros, reivindica-
ção iniciada há quase duas déca-
das pelo Sindeprestem, e depois
pela Fenaserhtt, na tentativa de
implantar um ambiente de
negócios mais seguro. O texto
também alterou dispositivos da
Lei 6.019, de 3 de janeiro de
1974, que dispõe sobre o Traba-
lho Temporário.
Esta cartilha também aborda
as modificações provocadas
pela Reforma Trabalhista Lei
13.467/17.
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ÍNTEGRA DA
LEI 13.429/2017
Lei nº 13.429, de 31
de março de 2017
Altera dispositivos da Lei nº 6.019,
de 3 de janeiro de 1974, que dispõe
sobre o Trabalho Temporário nas
empresas urbanas e dá outras
providências; e dispõe sobre as
relações de trabalho na empresa de
prestação de serviços a terceiros.
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SINDEPRESTEM
| SINDEPRESTEM
|5
O PRESIDENTE “Art. 4º Empresa de trabalho
temporário é a pessoa jurídica,
DA REPÚBLICA evidamente registrada no Ministério
do Trabalho, responsável pela
Faço saber que o Congresso Nacional colocação de trabalhadores à dispo-
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: sição de outras empresas tempora-
riamente.” (NR)
Art. 1º Os arts. 1º, 2º, 4º, 5º, 6º, 9º, 10, o
parágrafo único do art. 11 e o art. 12 da “Art. 5º Empresa tomadora de servi-
Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974, ços é a pessoa jurídica ou entidade a
passam a vigorar com a seguinte reda- ela equiparada que celebra contrato
ção: de prestação de trabalho temporário
com a empresa definida no art. 4º
“Art. 1º As relações de trabalho na desta Lei.” (NR)
empresa de trabalho temporário, na
empresa de prestação de serviços e “Art. 6º São requisitos para funcio-
nas respectivas tomadoras de serviço namento e registro da empresa de
e contratante regem-se por esta Lei.” trabalho temporário no Ministério do
(NR) Trabalho:
a) (revogada);
“Art. 2º Trabalho temporário é b) (revogada);
aquele prestado por pessoa física c) (revogada);
contratada por uma empresa de d) (revogada);
trabalho temporário que a coloca à e) (revogada);
disposição de uma empresa tomado- f) (revogada);
ra de serviços, para atender à necessi-
dade de substituição transitória de I - prova de inscrição no Cadastro
pessoal permanente ou à demanda Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), do
complementar de serviços. Ministério da Fazenda;
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tomadora de serviços será por escri- § 1º O contrato de trabalho temporá-
to, ficará à disposição da autoridade rio, com relação ao mesmo emprega-
fiscalizadora no estabelecimento da dor, não poderá exceder ao prazo de
tomadora de serviços e conterá: cento e oitenta dias, consecutivos ou
não.
I - qualificação das partes;
II - motivo justificador da demanda § 2º O contrato poderá ser prorroga-
de trabalho temporário; do por até noventa dias, consecutivos
III - prazo da prestação de serviços; ou não, além do prazo estabelecido no
IV - valor da prestação de serviços; § 1º deste artigo, quando comprovada
V - disposições sobre a segurança e a manutenção das condições que o
a saúde do trabalhador, ensejaram.
independentemente do local de
realização do trabalho. § 3º (VETADO).
SINDEPRESTEM | 7
art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho do-se os seguintes parâmetros:
de 1991.” (NR)
a) empresas com até dez emprega-
“Art. 11. .......................................... dos - capital mínimo de R$ 10.000,00
(dez mil reais);
Parágrafo único. (VETADO).” (NR)
b) empresas com mais de dez e até
“Art. 12. (VETADO).” (NR) vinte empregados - capital mínimo
de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil
Art. 2º A Lei n o 6.019, de 3 de janeiro reais);
de 1974, passa a vigorar acrescida dos
seguintes arts. 4º-A, 4 º-B, 5º-A, 5º-B, 19-A, c) empresas com mais de vinte e
19-B e 19-C: até cinquenta empregados - capital
mínimo de R$ 45.000,00 (quarenta e
“Art. 4º-A. Empresa prestadora de cinco mil reais);
serviços a terceiros é a pessoa jurídi-
ca de direito privado destinada a d) empresas com mais de cinquen-
prestar à contratante serviços deter- ta e até cem empregados - capital
minados e específicos. mínimo de R$ 100.000,00 (cem mil
reais);
§ 1º A empresa prestadora de servi-
ços contrata, remunera e dirige o e) empresas com mais de cem
trabalho realizado por seus trabalha- empregados - capital mínimo de R$
dores, ou subcontrata outras empre- 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil
sas para realização desses serviços. reais).”
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Os serviços especializados estão
em todo lugar. Basta que se obser-
ve também como estão organiza-
das as indústrias e suas áreas de
suprimentos, desenvolvimento,
inovação, tecnologia, manuten-
ção, segurança, manufatura, esto-
que, logística e comercialização. O
mesmo ocorre nos supermerca-
dos, condomínios comerciais ou
residenciais, lojas de departamen-
tos, escolas, hospitais, hotéis,
parques de diversões, portos,
aeroportos, rodoviárias, conces-
sionárias de serviços públicos,
entre outros.
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NEGAR A
EVOLUÇÃO É
RETROCEDER
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Contra os fatos, alguns setores organizados ainda disseminam a
ideia de que a Terceirização ameaça os direitos dos trabalhadores e
dá margem à precarização da mão de obra.
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O principal motivo para a contra-
A sociedade se transforma a cada tação desses serviços reside na
segundo. Tecnologias evoluem, novos necessidade das empresas em selar
meios de comunicação surgem e outros parcerias com prestadoras de servi-
métodos de produção aparecem. Com ços responsáveis por contratar,
isso, as relações de trabalho também se treinar, qualificar e supervisionar
modificam. Não só no Brasil, mas em trabalhadores para a execução de
todo o mundo. tarefas específicas, em um determi-
nado ponto de sua cadeia produti-
va, seja em períodos pontuais ou de
forma permanente.
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desde o seu surgimento nos Estados Unidos, no contexto da 2ª Guerra Mundial, veio
na verdade atender a uma dinâmica específica da economia na época, daí a necessi-
dade de especialização das empresas.
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TRAJETÓRIA artigo que proibia a prestação de servi-
ços a terceiros na Constituição, Carva-
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nio Alves de Lima Neto, então presiden- 4.302. Conseguiu-se com ele que o
te e vice-presidente da APREST, Temer contrato de Trabalho Temporário fosse
fez um voto em separado que derrotou prorrogado automaticamente via
o relatório. Por unanimidade. O calen- portaria. E mais: ele assumiu o compro-
dário marcava: 23 de novembro de misso de enviar ao Congresso modifica-
1989. Foi a segunda grande vitória do ções na Lei 6.019, aumentando o prazo
setor. do Trabalho Temporário justamente
para não haver concorrência com o
MAIS UM PL CONTRÁRIO trabalho por tempo determinado. Essa
reivindicação do setor foi atendida. A
Na época, as maiores forças políticas outra parte do PL incluiu a prestação de
se agrupavam no PMDB. A derrota do serviços a terceiros.
PL de Augusto Carvalho significava, de
certa forma, a derrota da esquerda que MENEGUELLI
não queria a Terceirização. Finda a
Constituinte, Carvalho, não satisfeito, O projeto 4.302/98 teve inicialmente
entrou com novo projeto proibindo a como relator o deputado do PT, Jair
Terceirização. E outros vieram na se- Meneguelli. João Renato de Vasconce-
quência. Até se chegar ao governo los Pinheiro, então presidente do Sinde-
Fernando Henrique Cardoso. prestem, participou ativamente das
discussões do relatório do deputado
ACORDADO SOBRE O LEGISLADO Meneguelli. O projeto de autoria de
Anastasia foi totalmente modificado
Envergando a bandeira neoliberal, por Meneguelli em atendimento às
FHC tinha, entre suas propostas, a ques- exigências feitas pelo movimento sindi-
tão do acordado sobre o legislado. cal, na época representado na Comis-
Nascia, sob essa embalagem, o PL são de Trabalho pelos deputados Jair
4.302. O contrato por prazo determina- Meneguelli, Paulo Rocha e Chico Vigilan-
do confundia-se com o Trabalho Tem- te, então presidente do PT e da CUT de
porário, razão pela qual o Ministério do Brasília. Um substitutivo foi aprovado
Trabalho, atendendo ao pleito dos na Câmara. Este texto, por sua vez,
dirigentes, elaborou o PL 4.302. O minis- também foi sensivelmente modificado
tério era comandado pelo ministro pelo relatório do Senado, que aprovou
Paulo de Tarso Paiva e tinha como outro substitutivo. Quem mais traba-
secretário executivo o senador Antônio lhou nesse relatório foi o senador
Anastasia. Moreira Mendes, que tinha como seu
braço direito o eficiente João Figueiredo.
PRORROGAÇÃO DO TRABALHO
TEMPORÁRIO NO SENADO
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Câmara, ocorreram na Comissão de IDAS E VINDAS
Assuntos Sociais e Econômicos.
Tiveram ativa participação o então O PL atravessou um longo corredor
presidente do TST, ministro Almir legislativo, a partir de muitas audiências
Pazzianotto, o presidente do TRT/SP juiz públicas, inclusive no TST. Depois de
Francisco Antonio de Oliveira, o profes- certo tempo, Mabel, deparando-se com
sor José Pastore e o então presidente da muita pressão do movimento sindical e
CUT, João Felício. Por meio de requeri- de certos intelectuais de esquerda,
mento do senador Eduardo Suplicy, o decidiu ele mesmo criar um novo proje-
ministro do Trabalho Paulo Paiva to, e assim apareceu o PL 4.330.
também foi ouvido na Comissão. Vale
salientar ainda a participação da sena- A CÂMARA NA FRENTE
dora Heloisa Helena nos debates, inclu-
sive apresentando várias emendas ao Mas o PL 4.302/98 ganhou a preferên-
projeto. cia do setor, que foi à luta, com a ajuda
de empresários, parlamentares e sob a
MABEL coordenação do professor Gaudêncio
Torquato, da GT Marketing e Comunica-
O PL volta à Câmara com o substituti- ção. As fechadas portas do Poder
vo do Senado. Importante ressaltar que Executivo, durante todo o ciclo do petis-
permaneceram intactos os benefícios mo, foram finalmente abertas. O setor
originais: tratamento de segurança, em peso pôde comparecer em reuni-
saúde, insalubridade, atendimento ões no Palácio do Planalto, em audiên-
médico e de refeição disponíveis nas cias públicas, ganhando o PL adesões e
instalações da contratante. Na época, força. O deputado Laércio de Oliveira,
foi bater na Comissão de Trabalho, após intensa negociação política, assu-
onde teve como relator o então deputa- miu como membro da CCJ, o que viabili-
do Sandro Mabel. O relatório de Mabel, zou sua indicação como relator do PL
após acordo com PT, liderado por Paulo 4.302. Contou com o apoio inestimável
Rocha, foi aprovado por unanimidade de Erminio Neto.
com apenas uma abstenção, do depu-
tado Paulinho da Força. O acordo foi
para liberar a atividade fim, mas com
responsabilidade solidária. Em 2003,
depois de tomar posse, Lula pediu que
a Câmara devolvesse o PL à Presidência,
eis que era uma iniciativa do Executivo.
A Câmara recusou, alegando que,
àquela altura, o PL fazia parte da
agenda parlamentar.
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GRUPO DE LÍDERES mais empregos. A causa ganhou o
apoio fundamental da Frente Parla-
O presidente da Fenaserhtt e do mentar em Defesa do Comércio e Servi-
Sindeprestem, Vander Morales, líder ços, liderada pelo deputado federal
empresarial à frente de todas as movi- Rogério Marinho (PSDB-RN), relator do
mentações desde o início da tramitação projeto de Reforma Trabalhista, central
do projeto, articulou sob orientação do na estratégia de modernização das
consultor político Gaudêncio Torquato, relações de trabalho.
idealizador e coordenador desta iniciati-
va, para integrar outras frentes da MINISTROS
Terceirização em um único grupo de
trabalho. Inúmeras foram as audiências Dois ministros se envolveram de
com representantes do governo em maneira intensa no ideário dos Serviços
Brasília. O grupo composto por Aldo de Terceirizados e do Trabalho Temporá-
Ávila Jr., tradicional liderança do setor de rio: Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Antô-
Asseio e Conservação; Rui Monteiro, nio Imbassahy, da Secretaria do Gover-
presidente do SEAC/SP e diretor da no. Ambos receberam o grupo de
Febrac; João Diniz, presidente da líderes do setor, mantendo contato
Cebrasse, e que representa o Sesvesp; estreito com seus articuladores.
Vivien Suruagy, pelo setor de telecomu- Abriram as portas de seus Ministérios
nicações; e também Genival Beserra, do para ouvir sugestões, debater, sugerir.
Sindeepres, sindicato laboral com Duas grandes figuras de destaque na
representação de 900 mil trabalhado- articulação política.
res terceirizados no País.
MAIA FIRME
GRUPO AMPLIADO
Um dos capítulos finais dessa história
O grupo inicial composto por empre- foi escrito por Rodrigo Maia (DEM-RJ),
sários e associações do setor passou a presidente da Câmara dos Deputados.
ser adensado. Nos últimos tempos, Determinado, consciente de seu históri-
somaram-se ao grupo representantes co papel na luta para fazer o Brasil avan-
de importantes confederações/federa- çar. Foi decisiva sua iniciativa de votar o
ções, como a CNI, CNC, CNF, CNA, CNS, PL 4302.
Febraban, Fiesp, para participar dos
eventos que culminaram com a inser- SANÇÃO PRESIDENCIAL
ção do PL 4.302 na agenda da Câmara.
Em 31 de março de 2017, o presidente
MARINHO da República, Michel Temer, que sancio-
nou o PL, gravou seu nome com desta-
E assim, na tarde de 22 de março de que na história do trabalho e emprego
2017, viu-se coroado o processo de no Brasil.
debate e votação de um dos mais
importantes projetos para a criação de
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QUAL É A
OPINIÃO DELES?
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“Dizem que a Terceirização vai elimi- “A Lei da Terceirização veio em boa
nar direitos sociais, o que é uma abso- hora, já que a única regulamentação
luta inverdade, dado que as empresas sobre o tema disponível até então, a
terceirizadas têm de registrar e pagar Súmula 331 do Tribunal Superior do
todos os benefícios devidos ao funcio- Trabalho (TST), dava margem a
nário, inclusive garantir as mesmas grande insegurança jurídica. Não é
condições de salubridade, higiene e verdade que a Terceirização aumen-
segurança dos outros colegas. Essa tará a precarização do mercado de
Terceirização, portanto, não tem trabalho, pois não autoriza a interme-
absolutamente nada de selvagem em diação da mão de obra – contratação
termos de direitos sociais.” fraudulenta feita apenas para reduzir
salários e direitos dos funcionários. A
José Pastore, professor da FEA-USP e Terceirização não traz precarização de
presidente do Conselho do Trabalho da direitos, ao contrário do que afirmam
Fecomercio-SP centrais sindicais. Deveríamos terceiri-
zar tudo, desde que o terceirizado
esteja protegido”
SINDEPRESTEM | 21
“A Terceirização jamais precarizou, “A sanção da lei da Terceirização é
tem seus problemas como qualquer extremamente importante para o
segmento, mas é um dos poucos ambiente negocial do País. Há mais
setores, por exemplo, com 100% de 12 milhões de trabalhadores que
formalidade, a considerar que paga vivem em função da Terceirização.
praticamente todos os seus impostos Isso vai dar segurança jurídica e previ-
diretamente na fonte. A meu ver, os sibilidade a uma importante ação
parlamentares que votaram contra o econômica no Brasil, que era suporta-
Projeto de Lei, sem dúvida votaram da por uma súmula do Tribunal Supe-
contra o Brasil, principalmente neste rior do Trabalho.”
momento crucial da retomada da
economia.” Deputado Rogério Marinho (PSDB-RN),
relator da reforma trabalhista na Comissão
Ermínio Lima Neto, vice-presidente da Especial da Câmarar do Trabalho (TST)
Central Brasileira do Setor de Serviços –
Cebrasse
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“Precisamos melhorar a empregabilidade no país. A
Terceirização é uma ferramenta já utilizada, mas que,
com a nova lei, terá ampliada a perspectiva de mais
trabalhadores terceirizados. Só isso já é motivo
suficiente para comemorar. Nenhum direito do
trabalhador está sendo retirado. São lamentáveis os
argumentos utilizados para descaracterizar este
momento tão importante para o Brasil como é a
aprovação da lei para a Terceirização”
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PERGUNTAS
E RESPOSTAS
Com a entrada em vigor da nova
legislação, surgiram questiona-
mentos por parte das empresas e
trabalhadores. A seguir, algumas
dúvidas frequentes sobre a aplica-
ção da Lei 13.429/17 nos casos de
Terceirização.
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COMO FICA O CONCEITO DE EMPRESA PRESTADORA DE
SERVIÇOS A TERCEIROS COM A NOVA LEI?
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A EMPRESA CONTRATANTE DEVE Deve conter: qualificação das partes;
ESTENDER AO TRABALHADOR TERCEI- especificação do serviço a ser prestado;
RIZADO O MESMO ATENDIMENTO prazo para realização do serviço,
MÉDICO, AMBULATORIAL E DE REFEI- quando for o caso; valor.
ÇÃO OFERECIDO AOS EMPREGADOS
NAS DEPENDÊNCIAS PRÓPRIAS OU
LOCAL POR ELA DESIGNADO? ATUALIZAÇÃO DA LEI Nº 6.019/74 É
APLICÁVEL ÀS EMPRESAS DE VIGILÂN-
Sim, de acordo com a Lei 13.467/17, são CIA E TRANSPORTE DE VALORES?
assegurados aos empregados da
empresa prestadora de serviços as Não. Nestes casos as relações de traba-
mesmas condições relativas a: lho permanecem reguladas por legisla-
a) alimentação garantida aos emprega- ção especial, e, subsidiariamente, pela
dos da contratante, quando oferecida CLT.
em refeitórios;
b) direito de utilizar os serviços de trans-
porte; QUANDO A LEI Nº 6.019/74 ATUALIZA-
c) atendimento médico ou ambulatorial DA ENTRA EM VIGOR?
existente nas dependências da contra-
tante ou local por ela designado; A atualização da lei já está em vigor
d) treinamento adequado, fornecido desde sua publicação, em 31 de março
pela contratada, quando a atividade o de 2017. Os contratos vigentes poderão
exigir. ser adequados aos termos da Lei, se as
Também estão asseguradas medidas partes assim acordarem.
sanitárias relativas a proteção, saúde e
segurança no trabalho, bem como insta-
lações adequadas à prestação do COM A LEI 13.429/17, COMO FICAM OS
serviço. CONCURSOS PÚBLICOS?
Responsabilidade subsidiária.
QUAIS SÃO OS DIREITOS DO TERCEIRI-
ZADO?
O QUE DEVE CONTER O CONTRATO DE
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS FIRMADO Todos os direitos previstos pela CLT:
ENTRE A EMPRESA PRESTADORA DE Férias, 13º. salário, INSS, FGTS, além de
SERVIÇOS A TERCEIROS E A CONTRA- benefícios definidos em Convenção
TANTE? Coletiva.
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O SALÁRIO DE QUEM É TERCEIRIZADO A contratante poderá disponibili-
É MENOR? zar aos empregados da contrata-
da os serviços de alimentação e
A remuneração varia de acordo com a atendimento ambulatorial em
função a ser desempenhada pelo traba- outros locais apropriados e com
lhador. O piso salarial e reajustes são igual padrão de atendimento, com
acordados por Convenção Coletiva com vistas a manter o pleno funciona-
o sindicato laboral. mento dos serviços.
28 | SINDEPRESTEM
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES § 2º A contratante estenderá ao
NA LEI 6.019/74 trabalhador da empresa de Traba-
lho Temporário o mesmo atendi-
Além de regulamentar a Terceirização mento médico, ambulatorial e de
em todo território brasileiro, a Lei refeição destinado aos seus
13.429/17 atualizou alguns pontos com empregados, existente nas
relação a legislação do Trabalho Tem- dependências da contratante, ou
porário, entre eles: local por ela designado.
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PRIMEIRO
EMPREGO
Um dos desafios atuais é assegurar aos
jovens a inserção no mercado de trabalho.
Muitas vezes, conseguir um primeiro emprego
é tarefa árdua para quem nunca trabalhou,
pois, em geral, experiência anterior é pré-requi-
sito.
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TRABALHO
TEMPORÁRIO
NO MUNDO
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REGULAMENTAÇÃO
A Justiça Trabalhista em outros países A base da legislação do Trabalho Tem-
não é tão severa com as empresas como porário no mundo é a Convenção 181
no Brasil e os contratos são, inclusive, da OIT, com exceção do Brasil. A maioria
mais flexíveis com relação ao tempo de dos países, entretanto, tem pelo menos
duração. E não há tanta interferência. uma legislação específica que abrange
algumas das seguintes questões:
O modo como o Trabalho Temporário
é definido por lei varia consideravelmen- • A atividade das agências de Trabalho
te entre os países. Entretanto, no geral, Temporário (muitas vezes incluindo o
três padrões de desenvolvimento seu licenciamento);
podem ser identificados: • Condições de uso do Trabalho Tem-
porário;
• Ausência de uma definição clara e • Disposições contratuais e responsa-
específica. Na Dinamarca, Finlândia, bilidades entre a agência, o trabalhador
Irlanda e Reino Unido o Trabalho Tem- e a tomadora;
porário é visto como algo à parte da • Questões contratuais entre a agência
legislação trabalhista; e o trabalhador;
• Condições de pagamento e o empre-
• Áustria, Alemanha, Luxemburgo, go de trabalhadores temporários;
Países Baixos, Noruega, Espanha e • Condições de pagamento e emprego;
Suécia possuem regulamentação espe- • Direitos dos temporários.
cífica para o Trabalho Temporário
focada, principalmente, na relação entre Assim é na Áustria, Bélgica, França,
a prestadora e o tomador de serviços e o Alemanha, Itália, Luxemburgo, Países
trabalhador; Baixos, Noruega, Portugal e Espanha.
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Na França e Alemanha, a principal legislação que regulamenta o Trabalho Tempo-
rário é da década de 70 – embora alterada desde então.
Holanda, Portugal e Espanha foram impactados por regras mais rígidas para o
Trabalho Temporário recentemente, acompanhadas de mais direitos para os
temporários.
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POR QUE O
TRABALHO
TEMPORÁRIO É
IMPORTANTE?
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No Brasil, esta modalidade de contratação foi
regulamentada há mais de 40 anos e, desde
então, comprova com excelência sua eficácia
para a economia.
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PERGUNTAS
E RESPOSTAS
Esclareça suas dúvidas quanto a
aplicação da Lei 13.429/17 nos
casos de Trabalho Temporário.
38 | SINDEPRESTEM
NO TRABALHO TEMPORÁRIO, O QUE É DEMANDA COMPLEMENTAR DE SERVI-
ÇOS?
São serviços oriundos de fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores
previsíveis, que tenha natureza intermitente, periódica ou sazonal.
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CONTINUA OBRIGATÓRIO O CONTRA- QUAL O PRAZO DO CONTRATO DE
TO POR ESCRITO ENTRE A EMPRESA DE TRABALHO TEMPORÁRIO?
TRABALHO TEMPORÁRIO E A TOMA- Pode ser de até 180 dias, consecutivos
DORA DE SERVIÇOS? ou não.
Sim. O contrato deverá conter: qualifica-
ção das partes; motivo justificador da O PRAZO DE 180 DIAS DO CONTRATO
demanda; prazo da prestação de servi- DE TRABALHO TEMPORÁRIO PODE SER
ços; valor da prestação de serviços; PRORROGADO?
disposições sobre a segurança e a saúde Sim, comprovada a manutenção das
do trabalhador. condições que motivaram a contrata-
ção, o contrato poderá ser prorrogado
QUEM É RESPONSÁVEL POR GARANTIR por mais 90 dias, consecutivos ou não.
CONDIÇÕES DE SEGURANÇA, HIGIENE
E SALUBRIDADE DOS TRABALHADORES O TRABALHADOR TEMPORÁRIO PODE
TEMPORÁRIOS? SER SUBMETIDO AO CONTRATO DE
Quando a tarefa for realizada nas depen- EXPERIÊNCIA?
dências da tomadora de serviços ou em Não, de acordo com a atualização da Lei
local por ela designado, a responsabilida- nº 6.019/74.
de será da tomadora de serviços.
QUANDO O TRABALHADOR TEMPORÁ-
O ATENDIMENTO MÉDICO, AMBULA- RIO TIVER LABORADO 180 DIAS E PROR-
TORIAL E DE REFEIÇÃO DESTINADO ROGADO O CONTRATO POR MAIS 90
AOS EMPREGADOS DA TOMADORA DE DIAS, QUAL É O INTERVALO MÍNIMO
SERVIÇOS DEVE SER ESTENDIDO AOS PARA QUE ELE VOLTE A SER CONTRA-
TRABALHADORES TEMPORÁRIOS? TADO PELA MESMA TOMADORA?
Sim, de acordo com a atualização da Lei O trabalhador só poderá ser colocado à
nº 6.019/74, artigo 9º §2º. disposição do mesmo tomador de servi-
ços em novo contrato temporário após
O TRABALHO TEMPORÁRIO PODE SER 90 dias do término do contrato anterior.
DESENVOLVIDO NA ATIVIDADE-FIM DA Não observado o intervalo exigido,
EMPRESA TOMADORA? caracterizará vínculo empregatício com
Sim, essa autorização está expressa na o tomador.
atualização da Lei nº 6.019/74.
QUAL A RESPONSABILIDADE DA
QUAL É O VÍNCULO DE EMPREGO DOS EMPRESA TOMADORA QUANTO ÀS
TRABALHADORES TEMPORÁRIOS COM OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS E PREVI-
A EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS? DENCIÁRIAS DO TRABALHADOR TEM-
Não há vínculo empregatício. PORÁRIO?
Responsabilidade subsidiária.
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ALTERAÇÕES
COM A REFORMA
TRABALHISTA
As alterações a seguir entram em vigor 120 dias após a sanção da Lei 13.467/17,
conforme prevê a Constituição Federal.
Art. 2º A Lei no 6.019, de 3 de janeiro de 1974, passa a vigorar acrescida dos seguin-
tes (...):
42 | SINDEPRESTEM
I – relativas a: “Art. 5º-A Contratante é a pessoa
física ou jurídica que celebra
a) alimentação garantida aos contrato com empresa de presta-
empregados da contratante, ção de serviços relacionados a
quando oferecida em refeitórios; quaisquer de suas atividades,
b) direito de utilizar os serviços inclusive sua atividade principal.
de transporte;
c) atendimento médico ou “Art. 5º-A. Contratante é a pessoa
ambulatorial existente nas depen- física ou jurídica que celebra contrato
dências da contratante ou local com empresa de prestação de servi-
por ela designado; ços determinados e específicos.
d) treinamento adequado, forne-
cido pela contratada, quando a “Art. 5º-C Não pode figurar como
atividade o exigir. contratada, nos termos do art.
4º-A desta Lei, a pessoa jurídica
II – sanitárias, de medidas de cujos titulares ou sócios tenham,
proteção à saúde e de segurança nos últimos dezoito meses, presta-
no trabalho e de instalações do serviços à contratante na quali-
adequadas à prestação do serviço. dade de empregado ou trabalha-
dor sem vínculo empregatício,
§ 1º Contratante e contratada exceto se os referidos titulares ou
poderão estabelecer, se assim sócios forem aposentados.”
entenderem, que os empregados
da contratada farão jus a salário “Art. 5º-D O empregado que for
equivalente ao pago aos emprega- demitido não poderá prestar
dos da contratante, além de serviços para esta mesma empre-
outros direitos não previstos sa na qualidade de empregado de
neste artigo. empresa prestadora de serviços
antes do decurso de prazo de
§ 2º Nos contratos que impli- dezoito meses, contados a partir
quem mobilização de empregados da demissão do empregado.”
da contratada em número igual
ou superior a 20% (vinte por cento)
dos empregados da contratante,
esta poderá disponibilizar aos
empregados da contratada os
serviços de alimentação e atendi-
mento ambulatorial em outros
locais apropriados e com igual
padrão de atendimento, com
vistas a manter o pleno funciona-
mento dos serviços existentes.”
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CONCLUSÃO porário para 180 dias atende situações
gerenciais específicas para substituição
ou incremento da mão de obra efetiva.
Diretoria executiva presidida por Vander Morales comemora lei da Terceirização, um marco histórico para o setor.
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DIRETORIA FENASERHTT DIRETORIA SINDEPRESTEM - SP
PRESIDENTE Vander Morales - SP PRESIDENTE Vander Morales
VICE-PRESIDENTES VICE-PRESIDENTE Fernando Barbosa Calvet
Mauricio Estevão Hilário - MG DIRETORA DE COMUNICAÇÃO Maria Olinda Maran
Waldeivo Souza Cortês - BA Longuini
Flávio Eugênio Boldt - SC DIRETOR ADMINISTRATIVO Jacob Luiz Magnus
Mario Cesar Ribeiro - ES DIRETOR FINANCEIRO Daniel Simões do Viso
DIRETOR ADMINISTRATIVO Jacob Luiz Magnus - SP DIRETOR JURÍDICO Maurice Braunstein
DIRETOR FINANCEIRO Daniel Simões do Viso - SP
DIRETORIA SUPLENTE
DIRETOR JURÍDICO Maurice Braunstein - SP
Ademir de Souza
DIRETOR SUPLENTE Fernando Barbosa Calvet - SP
Claudio Donizeti de Almeida
DIRETORA SUPLENTE Maria Olinda Maran Longuini - SP
André Gustavo Baêta Medina
EXPEDIENTE
PRESIDENTE - Vander Morales
DIRETORA DE COMUNICAÇÃO - Maria Olinda Maran Longuini
GERENTE EXECUTIVA - Joelma de Matos Dantas
ASSESSOR DE MARKETING - Edson Belini
COORDENAÇÃO, PRODUÇÃO, REDAÇÃO E EDIÇÃO DE TEXTO - GT Marketing e Comunicação
DIAGRAMAÇÃO, EDITORAÇÃO - Art&Design Publicidade e Propaganda
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