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ENGENHARIA QUÍMICA
UNISO/2014
UNIVERSIDADE DE SOROCABA
PROJETO CERVEJARIA
UNISO
2014
UNIVERSIDADE DE SOROCABA
PROJETO CERVEJARIA
Professor:
Prof. Dr. THOMAZ A. GUISARD RESTIVO
UNISO
2014
Sumário
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7
2. ESCOLHA DO PRODUTO ......................................................................................... 8
2.1. MOTIVAÇÃO ....................................................................................................... 8
2.2. AVALIAÇÃO DE MERCADO ............................................................................ 8
2.2.1. VOCAÇÃO .................................................................................................... 8
2.2.2. ESTUDO DE DEMANDA ............................................................................. 9
2.2.3. ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA ................................................................ 9
2.2.4. DISPONIBILIDADE DE MATERIAL E RECURSOS ............................... 10
2.2.5. CAPACIDADE DE PRODUÇÃO ............................................................... 11
3. PROCESSO DE PRODUÇÃO DA CERVEJA .......................................................... 12
4. ESCOLHA DA ROTA ............................................................................................... 12
4.1. PRODUÇÃO DE CERVEJA.............................................................................. 12
4.1.2. OUTROS INSUMOS ................................................................................... 12
4.2. CONSUMO E DEISPONIBILIDADE DE ENERGIA ........................................ 13
4.3. DISPONIBILIDADE DE MATÉRIAS-PRIMAS ............................................... 15
4.3.1. MATÉRIAS-PRIMAS .................................................................................. 15
4.3.2. ÁGUA........................................................................................................... 15
4.4. GERAÇÃO E TRATAMENTO DE EFLUENTES E SUBPRODUTOS ............. 16
4.4.1. RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................................. 16
4.4.2. EFLUENTE LÍQUIDOS .............................................................................. 17
4.4.3. EMISSÕES ATMOSFÉRICAS .................................................................... 18
4.4.4. BALANÇO GENÉRICO TÍPICO PARA CERVEJARIA DE BAIXO
CONSUMO ............................................................................................................ 19
5. ESCOLHA DO LOCAL DA UNIDADE INDUSTRIAL........................................... 19
5.1. LOCALIZAÇÃO DE MATERIAIS E RECURSOS ........................................... 19
5.2. ROTAS DE TRANSPORTE ............................................................................... 20
5.3. ANÁLISE POLÍTICA SOCIAL E CULTURAL ................................................ 20
6. DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO ..................................................... 21
6.1. MATÉRIA-PRIMA ............................................................................................. 21
6.2. MALTE .............................................................................................................. 21
6.2.1. CEVADA..................................................................................................... 21
6.3. LÚPULO (Humulus lupulus) ............................................................................... 23
6.4. ÁGUA................................................................................................................. 25
6.5. LEVEDURA ........................................................................................................ 25
6.6. ADJUNTOS ........................................................................................................ 26
6.7. ADITIVOS ......................................................................................................... 27
6.7.1. CLORETO DE CÁLCIO .............................................................................. 27
6.7.2. ÁCIDO FOSFÓRICO ................................................................................... 27
6.7.3. CARAMELO ................................................................................................ 27
6.7.4. LÚPULO TETRA ......................................................................................... 27
6.7.5. METABISSULFITO .................................................................................... 28
6.8. COADJUVANTES .............................................................................................. 28
6.8.1.- GLUCANASE .......................................................................................... 28
6.8.2. SULFATO DE ZINCO ................................................................................. 28
6.8.3. TERRA DIATOMÁCEA ............................................................................. 29
6.8.4. PVPP............................................................................................................. 29
7. PROCESSAMENTO DA CERVEJA ......................................................................... 29
7.1. CONJUNTOS DE ENSILAGEM I E II (SILOS I E II) ......................................... 31
7.1.1. RECEBIMENTO DA MATÉRIA PRIMA E ADJUNTOS .......................... 32
7.1.2. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE BENEFICIAMENTO DO MALTE ............. 33
7.1.3. MOAGEM .................................................................................................... 34
7.1.3.1. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE MOAGEM NO CONJUNTO DE
ENSILAGEM I ....................................................................................................... 34
7.1.3.2. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE MOAGEM NO CONJUNTO DE
ENSILAGEM II...................................................................................................... 36
7.2. PRODUÇÃO DO MOSTO (BRASSAGEM) ...................................................... 37
7.2.1. MOSTURAÇÃO .......................................................................................... 38
7.2.1.1. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE MOSTURAÇÃO NA FABRICAÇÃO I. 40
7.2.1.2. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE MOSTURAÇÃO NA FABRICAÇÃO III
................................................................................................................................ 40
7.2.2. FILTRAÇÃO DO MOSTO (CLARIFICAÇÃO) ......................................... 41
7.2.2.1. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE FILTRAÇÃO DO MOSTO NA
FABRICAÇÃO I .................................................................................................... 42
7.2.2.2. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE FILTRAÇÃO DO MOSTO NA
FABRICAÇÃO III.................................................................................................. 42
7.2.3. FERVURA DO MOSTO .............................................................................. 45
7.2.3.1. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE FERVURA DO MOSTO NA
FABRICAÇÃO I .................................................................................................... 46
7.2.3.2. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE FERVURA DO MOSTO NA
FABRICAÇÃO III.................................................................................................. 46
7.2.4. DECANTAÇÃO E SEPARAÇÃO DO TRUB QUENTE ............................ 46
7.2.4.1. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE DECANTAÇÃO E SEPARAÇÃO DO
TRUB QUENTE NA FABRICAÇÃO I ................................................................. 47
7.2.4.2. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE DECANTAÇÃO E SEPARAÇÃO DO
TRUB QUENTE NA FABRICAÇÃO III .............................................................. 47
7.2.5. RESFRIAMENTO E AERAÇÃO DO MOSTO ........................................... 47
7.2.5.1. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE RESFRIAMENTO E AERAÇÃO DO
MOSTO .................................................................................................................. 48
7.3. FERMENTAÇAO ............................................................................................... 49
7.3.1. RECEBIMENTO DO MOSTO AERADO ................................................... 51
7.3.2. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE PROPAGAÇÃO E DOSAGEM DO
FERMENTO........................................................................................................... 52
7.3.3. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE RETIRADA DO TRUB FRIO..................... 52
7.3.4. DESCRIÇÃO DA PRIMEIRA FASE DA FERMENTAÇAO...................... 53
7.3.5. DESCRIÇÃO DA SEGUNDA FASE DA FERMENTAÇAO...................... 53
7.3.6. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE RECOLHA DO FERMENTO ..................... 54
7.4. DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DE TRASFEGA, DE CENTRIFUGAÇAO E DE
RESFRIAMENTO DA CERVEJA ............................................................................ 54
7.5. MATURAÇAO ................................................................................................... 55
7.6. FILTRAÇÃO DA CERVEJA .............................................................................. 56
7.6.1. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE RECEBIMENTO E RESFRIAMENTO DA
CERVEJA MATURADA ....................................................................................... 57
7.6.2. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE FILTRAÇÃO COM TERRA
DIATOMÁCEA ..................................................................................................... 58
7.6.3. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE FILTRAÇÃO COM PVPP .......................... 58
7.6.4. DESCRIÇÃO DA ETAPA DE DILUIÇÃO E CARBONATAÇÃO DA
CERVEJA............................................................................................................... 59
7.7. ADEGA DE PRESSÃO ...................................................................................... 60
8. FLUXOGRAMA DO PROCESSO PRELIMINAR ................................................. 61
8.1. LEGENDA DO FLUXOGRAMA ....................................................................... 62
9. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 63
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1. INTRODUÇÃO
A cerveja é uma bebida fermentada com uma história de 6.000 a 8.000 anos, cujo
processo de elaboração é cada vez mais regulado e melhor controlado, tendo
permanecido inalterado durante séculos. A cerveja pode ser definida como sendo uma
bebida carbonatada, de baixo teor alcoólico entre 3.0 a 8% (v/v), preparada a partir da
fermentação por leveduras do malte de cevada, lúpulo, fermento e água de boa
qualidade, permitindo-se ainda o uso de outras matérias primas como arroz, milho e
trigo.
Os tipos de Cervejas são classificadas basicamente em dois tipos: lager (de baixa
fermentação) e ale (de alta fermentação). Cervejas do tipo lager são fermentadas à
temperatura entre 7 a 15 °C e a duração da fermentação e da maturação é de 7 a 10 dias.
Devido às baixas temperaturas usadas no processo, os sabores e aromas das cervejas
lager são mais suaves e leves em comparação com as ales. As cervejas do tipo lager, são
elaboradas com linhagens de Saccharomyces uvarum sendo mais populares
mundialmente. As cervejas do tipo ale são fermentadas à temperatura de 18 a 22 °C e a
duração da fermentação e da maturação é de 3 a 5 dias, são elaboradas com linhagens de
Saccharomyces cerevisae sendo muito populares na Grã Bretanha. Embora exista esta
diferenciação tecnológica no setor de cervejarias, geralmente a espécie de levedura
cervejeira é o Saccharomyces cerevisiae.
A produção e o consumo de cervejas no Brasil são caracterizados pela presença de
poucas marcas sendo quase todas de um único tipo de cerveja, a cerveja do tipo lager.
Outros tipos apresentam um consumo restrito, principalmente por consumidores mais
exigentes em termos de qualidade sensorial, que buscam um produto diferenciado,
independentemente do preço. A baixa diversidade de produtos de cervejaria brasileira
contrasta com o modelo de outros países, onde se observa uma grande variedade de
marcas e tipos de cervejas, com sabores e colorações distintas.
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2. ESCOLHA DO PRODUTO
2.1. MOTIVAÇÃO
2.2.1. VOCAÇÃO
As cervejas são mais consumidas nas regiões Sul e Sudeste., como exemplo a
cerveja em barril (dito popularmente chope), tem 50% do consumo concentrado nessas
duas regiões devido à distribuição e aos investimentos nos pontos de venda. É previsto
que as cervejas especiais no Brasil tendam a uma taxa de crescimento mais alta se
comparada às taxas previstas para o mercado geral (em 2007, cervejas especiais
cresceram 12% enquanto cervejas em geral, 6,7%), porém a aceitação das cervejas
especiais pelo consumidor ainda é instável.
Atualmente, exceção feita a Alemanha (que segue a lei de pureza), os demais países
produtores, estejam eles localizados no continente europeu, americano ou asiático,
fabricam sua cerveja com os três ingredientes básicos (malte, lúpulo e água), acrescidos
do adjunto aditivo
Grande parte da cevada utilizada hoje no Brasil é importada de países como
Argentina e Uruguai, mas, no interior do Paraná, a Cooperativa Agrária, presidida por
Jorge Karl, é responsável pela maior parte da produção nacional de cevada e malte. Ou
seja, eles são os verdadeiros donos da cerveja por aqui.
Fundada por imigrantes alemães em 1951, a Agrária surgiu como alternativa de
vida para os refugiados que, após a segunda Guerra Mundial, se encontravam em
abrigos na Áustria. Já no Brasil, na cidade de Guarapuava, os cooperados compraram
terras e começaram a produzir a cevada, um cereal de inverno tradicional na Alemanha
e que ocupa posição de destaque entre as commodities em todo o mundo.
A escassez de cevada é uma das principais dificuldades do setor. O país produz
apenas um terço do que necessita. O Brasil importa todos os anos quase o equivalente
da produção do cereal da Argentina e do Uruguai.
A água utilizada no processo de produção de cerveja não deve apenas satisfazer os
requisitos de uma água potável, mas deve apresentar características específicas para
11
Empresas que estão ingressando agora no mercado iniciam com uma linha de
produção de 12 mil litros por mês, com uma expectativa boa de desenvolvimento com
uma margem de lucro razoável.
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4. ESCOLHA DA ROTA
-Pasteurização.
4.3.1. MATÉRIAS-PRIMAS
4.3.2. ÁGUA
Quanto aos volumes, exceto pela água incorporada, evaporada e presente nos
resíduos, que totalizam de 1,3 a 1,8 hl/hl cerveja, com média de cerca de 1,5 hl/hl
cerveja, todo o restante da água utilizada se torna efluente, ou seja, gera-se de 3 a 6 hl
efluente/hl cerveja.
A divisão da geração de efluentes em cada etapa do processo varia intensamente em
volume e características. Por exemplo, a lavagem de garrafas gera grandes volumes de
efluente, mas com reduzida carga orgânica. No entanto, a fermentação e filtragem
geram apenas 3% do volume de efluentes, mas são responsáveis por 97% da carga
orgânica total.
No que diz respeito à composição, os efluentes da indústria cervejeira apresentam,
usualmente, alto potencial de poluição pela sua carga orgânica, teor de sólidos em
suspensão e presença de fósforo e nitrogênio.
- odor: Na fervura do mosto, entre 6 e 10% do mosto é evaporado [10], emitindo além
de vapor d’água diversos compostos orgânicos, fazendo deste processo a principal fonte
de odores do processo cervejeiro. Além disso, o tratamento dos efluentes, dependendo
da operação, pode ser uma fonte significativa de emissão de odores.
composição. Sua importância é tanta que ela é um dos fatores decisivos na escolha do
local para a instalação de uma cervejaria. Por conta disso a região de Brigadeiro Tobias
foi escolhida, por possuir a melhor água subterrânea da região de Sorocaba.
Sorocaba é uma região com mais de 2 milhões de habitantes e conta hoje com uma
grande diversidade econômica, investimentos que se multiplicarão ainda mais depois da
implantação do Parque Tecnológico. É a 5ª cidade em desenvolvimento econômico do
Estado de São Paulo e sua produção industrial chega a mais de 120 países, atingindo um
Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente R$ 9,5 bilhões. Os elevados índices
de desenvolvimento e de qualidade de vida em Sorocaba e sua localização estratégica, a
aproximadamente 90 km de São Paulo e interligada pelas Rodovias Castello Branco e
Raposo Tavares, favorecem a atração de indústrias.
As empresas precisam considerar seu sucesso não apenas com base no desempenho
financeiro, mas sob o ponto de vista de seu impacto sobre a economia mais ampla, sobre
o meio ambiente e sobre a sociedade que atua. A instalação da cervejaria na região de
Sorocaba trairá oportunidades como: geração de empregos, desenvolvimento
tecnológico, progresso social e econômico.
A exploração de recursos materiais, os investimentos financeiros e as rotas de
desenvolvimento deverão adquirir sentido harmonioso. O desenvolvimento tecnológico
deverá ser orientado para metas de equilíbrio com a natureza e de incremento da
capacidade de inovação dos países em desenvolvimento e o progresso será entendido
como fruto de maior riqueza, maior benefício social equitativo e equilíbrio ecológico.
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6.1. MATÉRIA-PRIMA
6.2. MALTE
6.2.1. CEVADA
A cevada é uma gramínea do gênero Hordeum, cujos grãos na espiga podem estar
alinhados em duas ou seis fileiras. A cevada de seis fileiras quando comparada com a
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cevada de duas, apresenta menor teor de amido, maior riqueza protéica (enzimática),
seus grãos são menos uniformes e possuem mais cascas.
Assim sendo, a cevada de seis fileiras deve apresentar alguma dificuldade na
produção de malte e na moagem dos grãos, menor rendimento na mosturação, mas por
outro lado facilita a filtração do mosto (Tina de Filtração) e aceita a maior proporção de
adjunto na formulação da cerveja. Apesar da cevada de seis fileiras apresentar algumas
características prós, a cevada de duas fileiras é a melhor para fins cervejeiros.
O grão de cevada, se estrutura basicamente em:
Casca – é uma camada protetora externa ao grão, constituída de material
celulósico (hemi-celulose), apresentando proteínas, resinas, sílica e taninos em
menor quantidade. Possui duas estruturas: lema e pálea, que recobrem a região
dorsal e ventral do grão, respectivamente. A sua importância tecnológica
consiste na sua utilização como elemento filtrante na filtração (Tina de
Filtração);
Pericarpo e Epicarpo – são membranas localizadas logo abaixo da casca,
as quais se fundem durante o crescimento do grão. O epicarpo é uma membrana
semi-permeável, que cobre todo o grão e que funciona como uma barreira de
água, de ácidos, de álcalis, de sais dissolvidos e da maioria das substâncias
ionizadas;
Camada de Aleurona – é um agrupamento de células quase cúbicas,
organizadas em camadas e separadas por grossas paredes celulares. Possui
intensa atividade enzimática, sendo assim responsável pela produção de muitas
das enzimas hidrolíticas que serão transportadas para o local de atividade e
modificarão a cevada;
Endosperma Amiláceo – é um tecido de reserva, que acumula amido na
forma de grânulo no interior de suas células (responsável pela formação do
extrato do mosto). Essa reserva apresenta dois tipos de polímeros de glicose:
amilose na proporção de 30% do amido total, que apresenta cadeia linear e peso
molecular de aproximadamente 80.000; e amilopectina, que constitui 70% da
fração de amido, possui cadeia ramificada e peso molecular por volta de um
milhão. As paredes das células do endosperma são fontes de betaglucanos,
polímeros que conferem viscosidade ao mosto e cerveja, dificultando a sua
filtração;
Micrópila – é a estrutura através da qual se chega ar e água ao embrião;
Escutelo – é uma estrutura em forma de escudo, que apresenta a função
de secreção, permitindo a passagem das enzimas hidrolíticas (amilases,
proteases, glucanases, etc.) do embrião para o endosperma, e de açúcares,
aminoácidos e outras moléculas simples no sentido inverso;
Embrião – é o local onde se inicia a germinação. É uma estrutura que
contém altos níveis de proteínas, lípides e ácidos nucléicos.
A cevada, adequada para a produção de cerveja, necessita apresentar alguns
atributos. Em primeiro lugar, ela deve germinar fácil e uniformemente. É preciso que o
teor de proteína não seja elevado, o nível ideal está entre 9,5 e 11,5%. Apesar do baixo
nível de proteínas, o poder diastático das enzimas deve ser suficiente para hidrolisar
todo amido do malte e dos adjuntos. Deve se levar em consideração também o teor de
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Cevada Malte
Amido (%) 55 – 60 50 - 55
Água 10,0
Monossacarídeos 2,0
Pectina 2,0
Aminoácidos 0,1
Cinzas 8,0
6.4. ÁGUA
6.5. LEVEDURA
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6.6. ADJUNTOS
6.7. ADITIVOS
6.7.3. CARAMELO
6.7.5. METABISSULFITO
6.8. COADJUVANTES
São produtos que auxiliam no processo de produção de cerveja, mas não entram
na composição final.
6.8.1.- GLUCANASE
Temperatura Temperatura de
Enzima pH ótimo
ótima Inativação
6.8.4. PVPP
7. PROCESSAMENTO DA CERVEJA
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A Filial Agudos apresenta dois conjuntos de ensilagem, silos I e silos II, que
abastecem, respectivamente, as salas de brassagem I e III (fabricação I e III). O
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Estes laudos são arquivados em pastas específicas e todas as carretas descarregadas são
cadastradas em planilhas.
superfície externa da mesma. O pó e a palha separados nos filtros de manga também são
recolhidos em sacos e aproveitados na fabricação III.
7.1.3. MOAGEM
Na fabricação III, trabalha-se com o filtro prensa para a filtração do mosto, sendo
assim, utiliza-se o moinho martelo e a operação de moagem é chamada de moagem
seca. Nesta moagem, ao contrário da moagem úmida, é realizada uma trituração fina
tanto do corpo farinhoso (endosperma) quanto da casca do malte. Isso se faz necessário,
pois com uma granulometria mais fina, esse malte se dissolverá mais facilmente no
processo da mosturação, resultando em uma extração maior de açúcares e evitando
perdas com o aumento de bagaço de malte retido no filtro prensa.
A etapa de moagem tem inicio com a saída do malte beneficiado dos silos
intermediários (silos 17 e 18) por uma tubulação, passando logo após por um imã
presente na entrada da câmara do moinho. Ao cair nesta câmara, o malte entra
imediatamente em contato com a extremidade funcional dos martelos em alta rotação.
Quando tal contato ocorre, grande parte da redução do material ocorre devido ao
tremendo diferencial de velocidade entre os martelos e o produto entrante (KOCH,
1996).
Após esta primeira ação, os martelos puxam o material para a zona de aceleração,
onde as partículas igualam a velocidade do martelo em rotação. Isto ocorre durante
pequeno percurso da rotação, ao mesmo tempo em que os martelos continuam o
trabalho de redução das partículas, pelo atrito da massa tangenciando a peneira
perfurada. A medida em que o tamanho da partícula é reduzido, ela se distancia da ação
dos martelos, aproximando-se da peneira perfurada, reduzindo sua velocidade pelo
atrito. Em dado momento, a velocidade reduzida da partícula permite que ela seja
expulsa pelos forames da peneira por ação da força centrífuga e pressão (KOCH, 1996).
Depois do malte ser moído, ele é pesado na célula de carga e nela fica armazenado
até o fim da moagem de todo malte utilizado em uma batelada de mosto da fabricação
III. Terminada a moagem, o malte é transportado para a tina de mostura presente
fabricação III. A quantidade e o tipo de malte a ser moído, a hora de inicio da moagem e
a hora de arriada desse malte é controlado através de um supervisório presente na
fabricação III.
36
7.2.1. MOSTURAÇÃO
Dextrinase 55 – 60 ºC ~ 5,1
Endo-peptidase 50 – 60 ºC 5,0
O mosto, após o final da etapa de mosturação, deve ser separado da parte sólida
insolúvel da massa. O mosto basicamente é constituído pelo extrato das matérias-primas
utilizadas na brassagem, dissolvido em água. Já o resíduo insolúvel é composto pela
casca do malte, fragmentos da camada de aleurona, plúmula, restos da parece celular e
proteína coagulada. São esses sólidos insolúveis que darão origem ao bagaço de malte,
através do qual o mosto será separado.
A filtração do mosto se divide em duas fases:
Na primeira, a fração líquida simplesmente atravessa o leito
filtrante, dando origem ao mosto primário;
Na segunda, o resíduo sólido é lavado com água. A finalidade
dessa lavagem é recuperar o extrato que fica retido na torta de filtro, após
a separação do mosto primário.
A temperatura do mosto durante a filtração deve estar com uma temperatura na
faixa de 76 1ºC, pois nesta temperatura a viscosidade do mosto favorece sua pronta e
completa separação do resíduo, as enzimas do malte estão predominantemente inativas,
o desenvolvimento bacteriano está bloqueado e não existe risco de extrair substâncias
insolúveis das matérias-primas, principalmente os taninos da casca do malte.
Existem na AmBev, filial Agudos, dois tipos de equipamentos para a clarificação
do mosto:
Tina de filtração – é um cilindro de grande diâmetro em relação a
altura, possuindo na sua parte inferior um fundo falso construído de peneiras
perfuradas, onde as cascas do malte formam o meio filtrante. A carga
específica da tina é de 280 a 330 kg/m2 para moagem úmida;
Filtro Prensa – consiste em uma série de placas que se alternam e
molduras ocas que são suspensas sobre trilhos laterais dentro de uma
estrutura de construção pesada, sendo nessas placas existem telas de nylon
que realizam a filtração
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O bagaço de malte retido no filtro, devido ao seu alto teor de fibras, é recuperado
como subproduto e destinado para a alimentação de ruminantes.
7.3. FERMENTAÇAO
49
condições de anaerobiose elas fermentam uma molécula simples de açúcar, glicose, por
exemplo, produzindo duas moléculas de etanol, duas de gás carbônico e energia. A
fermentação alcoólica é um processo de oxiredução, onde tomam parte mais
de uma dezena de, enzimas mas pode ser representado, resumidamente, pela
equação 01.
(01) C H O 2C H OH 2CO 2ATP calor
6 12 6 2 5 2
A fábrica possui uma sala de fermento composta por dez tinas de capacidade real
de 5200 kg e ideal de 4300 kg. O fermento recebido, chamado de fermento “R”
(fermento puro), vem da filial do Rio de Janeiro em “bombonas” de 15 kg. Este
fermento, antes de ser utilizado, deve sofrer um processo de propagação.
O processo de propagação do fermento “R” é iniciado com a adição de 60 hl de
mosto quente (86 ºC) em um tanque intermediário. Esse mosto é aquecido até a
temperatura de 96 ºC e permanece repousando nesta temperatura durante 20 minutos.
Após o repouso é feita a retirada do trub e inicia-se o resfriamento. Quando o mosto
atingir 30 ºC, inicia-se a aeração do mesmo até a temperatura cair para 15 ºC. Atingida a
temperatura de 15 ºC, faz-se a inoculação de 45 kg de fermento (3 bombonas) seguida
de um repouso de 24 horas nesta mesma temperatura.
Depois de encerrado o repouso, a mistura é enviada para um tanque OD
juntamente com uma batelada de mosto frio. Passadas 24 horas, é enviada para este
tanque OD a segunda batelada de mosto frio e depois de 48 horas é enviada a terceira e
última batelada de mosto frio.
Após sofrer um processo de fermentação de 168 horas, o fermento é recolhido e
enviado para as tinas de fermento, resultando na primeira geração deste fermento
recebido. A partir daí este fermento é dosado automaticamente na própria tubulação de
saída do mosto do trocador de calor para o tanque fermentador durante a primeira
batelada de mosto frio de cada tanque OD enchido.
A quantidade de fermento a ser dosada é determinada levando em consideração
a quantidade de mosto a ser colocado no tanque OD, a compactação deste fermento e a
quantidade de células mortas.
Por se tratar de pequenas partículas, o trub frio pode ficar retido nos “poros”
da célula de fermento, dificultando as trocas da célula com o meio. Esse trub que
fica retido é acumulativo, ou seja, um fermento de Quinta geração teria sua
membrana extremamente “entupida” caso em nenhuma das suas fermentações fosse
retirado o trub frio.
Valor de dicetonas totais for menor que 0,10 mg/l (o diacetil ou dicetonas
vicinais é um off flavour formado durante a fermentação pela levedura e depois
reduzido pela própria célula);
Tempo total de fermentação mínimo de 156 horas;
7.5. MATURAÇAO
Na adega de filtração existem dois conjuntos de filtração, sendo que cada conjunto
apresenta a seguinte seqüência de equipamentos: trocador de calor a placas, “puffer”,
filtro KG, filtro trapp, filtro PVPP, filtro trapp e centec.
A cerveja, após passar pelo filtro KG e pelo filtro trapp, sofre uma dosagem
constante de PVPP (item 3.7.4) diluído em água e segue para o filtro PVPP. O filtro
PVPP é um filtro semelhante ao filtro KG, ou seja, é um filtro de placas horizontais.
Quando o PVPP diluído em água, presente no tanque dosador de PVPP, acaba é
necessária a realização da regeneração do PVPP. O processo de regeneração do PVPP
acontece da seguinte forma:
58
Depois que a cerveja passa pelo filtro KG, ela passa por outro filtro trapp, que
retém o PVPP que passa pelo filtro, e segue para a etapa de diluição e de carbonatação.
Cerveja Blendada
Produto
Mosto Básico (ºP)
1. Filtro de Areia
2. Filtro de Carvão Ativado
3. Filtro de mosto (filtros “cestos” metálicos)
4. Filtro de placas verticais (Nylon)
5. Conjunto de filtros para gás estéril
6. Conjunto de filtros para CO2
7. Filtro de respiro Microfluor II
8. Filtro de particulados
9. Filtro para desaereador de membrana
10. Filtro de terra (vela)
11. Filtro trap de terra
12. Filtro de PVPP (vela)
13. Filtro trap de PVPP
14. Filtro de envase
15. Filtro de Carvão Ativado
16. Filtro
17. Filtro de particulado
18. Filtro para Vapor
9. BALANÇO DE MASSA
O volume de produção a que se deseja chegar para a nossa cervejaria (de acordo com os
processos básicos citados nas fases de processo básico segundo informações da Ambev e
Grupo Petrópolis) é de 15000 L por mês de cerveja tipo lager. Para tal volume de
produção serão necessaries 1500 Kg de malte Pilsen.
300000 Kg de malte Pilsen produzem 3000000 L de cerveja tipo lager (PETRÓPOLIS,
Grupo – 2014)
300000 𝑥 15000
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑙𝑡𝑒 =
3000000
15000 𝑥 45
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑙𝑒𝑣𝑒𝑑𝑢𝑟𝑎 =
600000
KOCH, K., Hammermills and roller mills. Cooperative Extension Service, MF-2048,
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bilhao-ate-2014 acesso em 10/11/2013 às 18h43min
http://www.ambev.com.br/pt-br/imprensa/noticias/2013/07/31/ambev-apresenta-
resultados-do-segundo-trimestre-de-2013.html acesso em 28/10/2013 às 20h12min