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Dicas para uma Avaliação Semanal de Culto

Jeff Lacine

Toda noite de segunda-feira, homens de nossa igreja se reúnem para um


momento de avaliação estruturada do culto de domingo. A maioria do nosso tempo na
reunião é gasto dando feedback sobre o sermão da manhã de domingo. No entanto,
também passamos algum tempo examinando todos os elementos dos cultos da manhã
e noite anteriores, bem como pensando nos cultos do domingo seguinte.
Muitos dos homens envolvidos consideram a noite de segunda-feira um ponto
alto em sua semana — um momento em que podem se aplicar ainda mais à Palavra de
Deus em um ambiente de instrução. Pessoalmente, tenho percebido que essas
avaliações de culto são umas das mais eficazes ferramentas de aconselhamento de
homens e crescimento como um pregador.
Abaixo listei 11 razões pelas quais você deve considerar iniciar uma avaliação semanal
de culto em sua igreja, e quatro precauções a ter em mente se você o fizer.

11 Razões para a Avaliação Semanal de Culto

1. Para que você possa progredir como um pregador.


Em 1 Timóteo 4.13-15, Paulo exorta Timóteo a servir a igreja com seus dons,
particularmente no ministério público da Palavra. Ele diz: “Medita estas coisas e nelas
sê diligente, para que o teu progresso a todos seja manifesto”. Ter uma avaliação
semanal de culto mantém como prioridade o meu desenvolvimento como um pregador.
Essa avaliação me ajuda a continuar progredindo como pregador.

2. Para que outros possam ver o seu progresso.


Observe como Paulo não apenas enfatiza a importância de Timóteo progredir
como um pregador. Ele também enfatiza a importância de que outros vejam o progresso
que Timóteo está fazendo.
É verdade que as pessoas de nossa congregação devem ver o nosso progresso
apenas por estarem presentes sob a Palavra pregada semana após semana. No entanto,
por meio da avaliação semanal de culto, damos a oportunidade para que algumas
pessoas vejam mais nitidamente esse progresso. Não é incomum que homens me falem
sobre como eles têm percebido que tenho praticado o feedback que eles deram.

3. Para mantê-lo encorajado.


O ministério de pregação pode ser solitário e desanimador. Se você tiver apenas
algumas palavras vagas de lisonja na porta da igreja após o culto ou um e-mail ocasional
de pessoas que discordam de um sermão aqui e ali, então você não está recebendo o
incentivo do “tipo Barnabé” que alimenta a perseverança no ministério. É uma rica
bênção ouvir sobre maneiras específicas pelas quais Deus usou coisas específicas que
eu disse no púlpito para ajudar homens e mulheres a amarem a Deus mais
profundamente e glorificá-lo mais plenamente.
4. Para mantê-lo humilde.
O orgulho é mortal para o ministério pastoral. Na avaliação de culto,
regularmente me lembro dos lugares onde há espaço para o crescimento em
minha pregação. Ter homens na igreja que me estimulam a crescer me impede de
pensar que já alcancei o crescimento. Semana após semana, encontro-me frente a
frente com a realidade do meu desespero para que Deus opere através da
minha pregação, apesar das imperfeições dos sermões.

5. Para exemplificar o encorajamento e a crítica piedosos.


Modelos nocivos de encorajamento (lisonja) e crítica (ataque) são exemplificados
em toda a mídia e na sociedade em geral. A igreja precisa de líderes que proporcionem
um exemplo melhor e mais piedoso de engajamento. Em nossa avaliação semanal de
culto, tenho a oportunidade de trazer encorajamento e crítica útil e ponderada a outros
líderes de culto e pregadores na igreja. Busco confirmar dons e evidências de graça, sem
lisonjas inúteis e vagas. Também tento fazer uma crítica séria e focada que visa ajudar
um indivíduo a crescer em fidelidade e eficácia no ministério. Meu feedback define o
tom para a reunião e fornece um exemplo saudável e amoroso de engajamento, não só
para a avaliação de culto, mas também para outras esferas da vida.

6. Para exemplificar a humildade.


A avaliação semanal de culto é uma oportunidade maravilhosa para mostrar aos
outros como receber crítica (e talvez até mesmo correção ocasional) com humildade e
gratidão. Uma grande parte do nosso trabalho como pastores é corrigir o erro (Tito 1.9).
Uma avaliação de culto proporcionará oportunidades para exemplificar a maneira como
os cristãos devem humildemente receber a contribuição crítica de outros. Pode ser
difícil receber feedback crítico de homens na igreja que não estão formalmente
treinados e que raramente (se alguma vez) pregaram. No entanto, descobri que há
alguma verdade a ser obtida de quase todos os comentários que recebo. Cada vez que
meu sermão é criticado, tenho a oportunidade de mostrar aos outros na igreja como
receber humildemente auxílio em forma de crítica.

7. Para criar menos oportunidades de divisão.


Não é incomum que uma igreja tenha algumas pessoas que têm conflitos com
elementos doutrinários ou estilísticos da pregação do pastor. Se não dermos ao nosso
povo um espaço saudável, ao nosso lado, para processar seus desentendimentos, então
é mais provável que lidem com eles sem nós de maneiras nocivas e potencialmente
divisórias. Uma vez que a avaliação de culto oferece uma oportunidade para as pessoas
compartilharem as suas preocupações de um modo saudável, há menos tentação para
fofocarem atrás das portas fechadas.

8. Para desenvolver outros pregadores.


Tenho percebido que a avaliação de culto é uma ferramenta extremamente útil
na identificação e desenvolvimento de pregadores. Você aprende como alguém está
pensando sobre a Bíblia pelo tipo de feedback que eles dão. Não apenas isso, mas parte
do que fazemos em nossa reunião de avaliação de culto é ter em perspectiva o texto do
sermão da próxima semana, e muitas vezes convido irmãos a estudarem e delinearem
o texto com antecedência para que possamos comparar o nosso trabalho. Isso me dá
oportunidades de ver como irmãos preparam sermões antes de dar-lhes uma
oportunidade de pregar em um culto de domingo de manhã ou à noite.

9. Para aprofundar-se.
Uma das partes mais importantes da preparação do sermão é cortar coisas.
Muitas vezes, há grandes discernimentos sobre o texto ou maravilhosos pontos de
aplicação que são cortados. Muitas vezes tenho a oportunidade de compartilhar
algumas dessas ideias adicionais em uma reunião de avaliação de culto, para benefício
dos participantes na reunião.

10. Para ensinar sobre os elementos do culto.


A pregação não é tudo o que acontece no domingo de manhã. Muitas igrejas
evangélicas atuais casualmente passam de alguns anúncios, para algumas canções, um
sermão e um adeus. Por isso, muitos elementos do culto de nossa igreja — confissões,
orações, leituras corporativas das Escrituras e as ordenanças — são relativamente novos
para muitos membros e participantes. Ainda que tentemos ensinar a igreja sobre os
elementos do culto durante todo o culto em si, nossa avaliação de culto é uma grande
oportunidade para explicar e responder perguntas sobre nossa ordem de culto.

11. Para analisar a compreensão da congregação.


Mais de uma vez fui alertado na avaliação de culto por usar palavras ou
referenciar conceitos que assumi serem amplamente conhecidos, mas que foram
totalmente incompreendidos em minha congregação. E às vezes, no meio da avaliação
de culto, cheguei à conclusão de que não havia preparado adequadamente minha
congregação para uma oração ou confissão mais longa. A avaliação do culto me impede
de pastorear como um seminarista zeloso e me ajuda a liderar como um pastor.

Quatro cuidados uma vez que iniciar a Avaliação Semanal de Culto

1. Não diminua a autoridade dos presbíteros.


Em uma avaliação de culto eficaz, há um dar e receber entre pastores e membros
da igreja. Enquanto isso é saudável, conversas casuais sobre uma questão doutrinária
podem diminuir a autoridade distinta dos presbíteros como aqueles exclusivamente
responsáveis ??por guardarem a doutrina de uma igreja. Por essa razão, recomendo que
o pastor da igreja mantenha a avaliação do sermão estruturada e focada para que ele
possa facilmente guiar a discussão e corrigir quando necessário. O objetivo é permitir
interações e perguntas saudáveis ??enquanto mantém “as mãos no volante”.

2. Não crie uma cultura onde as pessoas estejam criticando a Palavra pregada como uma
alternativa a submeterem-se a ela.
Descobri que, depois de terem sido introduzidos na prática da crítica saudável do
sermão, homens às vezes escutam mais atentamente os sermões para que estejam
preparados para criticar na avaliação de culto. Às vezes, essa atenção pode vir à custa
de se sentar sob a Palavra de Deus para ser nutrido por ela e submeter-se a ela. Por essa
razão, começamos a concluir o nosso tempo de avaliação de culto percorrendo a sala e
compartilhando como fomos pessoalmente afetados pela pregação da Palavra, e como
queremos que nossas vidas sejam diferentes como resultado do que foi pregado.
Alimentar-se da Palavra de Deus, não criticar a pregação dela, deve ser sempre a
prioridade em nossas igrejas. A vida cristã não é meramente um exercício intelectual,
mas um exercício de submissão à Palavra de Deus.

3. Não pregue tendo em vista a avaliação do sermão.


A avaliação do sermão tem me ajudado na preparação do sermão, mas também
tem trazido consigo novas tentações. Enquanto escrevo o meu sermão, estou sempre
ciente de que algo nele será averiguado na avaliação de culto. Também posso antecipar
se algo que eu pregar receberá louvor especial na avaliação. Não devemos nos entregar
ao desejo de evitar pregar algo simplesmente porque nós obteremos resistência. Da
mesma forma, não devemos buscar dar ênfase especial a algo em um sermão, a fim de
receber o louvor dos homens.
Como pregadores, não somos primariamente servos de nossas próprias
congregações; somos servos de Deus. Devemos ser servos de Deus acima de tudo, se
quisermos servir ao seu povo. Isso geralmente significa dizer às pessoas o que elas não
querem ouvir.
Devemos também lembrar que as pessoas que vêm para a avaliação de culto não
são um reflexo exaustivo da congregação. Alguns dos homens na avaliação de culto
podem realmente apreciar se eu gastar mais tempo em meu sermão em uma questão
de crítica textual em Mateus 18.15 (ou seja, “contra ti” é original?). Contudo, gastar
muito tempo nessa questão não seria útil para a minha congregação. Eu não estou
pregando para os homens na avaliação de culto, estou pregando para toda a igreja.

4. Não deixe de reconhecer os aspectos intangíveis da pregação.


O ato de pregar não é meramente um evento natural. É sobrenatural porque o
Espírito de Deus está operando de maneiras que nem sempre são quantificáveis. À
medida que participamos da prática de criticar sermões, não devemos cair no erro de
ver a pregação como um mero ato natural de um homem. Há coisas acontecendo (ou
não) enquanto pregamos que estão além do alcance de qualquer crítica ou
encorajamento úteis.

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