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Parece que pelo menos uma vez por mês eu recebo um email de um membro de igreja — não um pastor —
perguntando como ele pode mudar sua igreja. Não “mudar” no sentido de imprimir os boletins em um
papel diferente, mas no sentido de reformular a estrutura de liderança da igreja e as práticas de
membresia. Deve essa pessoa dar ao pastor alguns livros? Convocar uma reunião? Começar um grupo de
estudo?
Se você está nesta situação, o que você pode fazer? Como você pode mudar sua igreja quando você não é
o pastor?
A resposta curta é: você não pode. Se você não é o pastor, você não pode mudar sua igreja. De verdade.
É sério. Sem retratação de surpresa esperando de sobreaviso.
Agora, eu sou congregacional, então é claro que eu creio que a igreja pode — e deve — demitir seu pastor
se ele começa a ir aonde a Bíblia não vai. O pastor não tem a autoridade final; a congregação como um
todo tem.
Mas à parte dessas vezes excepcionais, se você não é a pessoa que está formalmente encarregada de
pregar a Palavra e liderar a igreja, então você não pode mudar sua igreja de nenhuma maneira
fundamental. Isso se aplica quase de maneira igual a um pastor que não é o pregador primário da igreja.
(Estou me referindo primariamente a “o pastor” uma vez que a maioria das igrejas possui apenas um.)
Por que você não pode mudar sua igreja — ou seu pastor
Por que você não pode mudar sua igreja se você não é o pastor? Eis aqui quatro razões.
4. Absalão ao Portão
Por último, vamos dizer que após desistir de tentar mudar o pastor, você ainda tente mudar sua igreja a
partir de seu lugar no banco. Qual será a colheita?
Eu diria que o que quer que você faça irá quase inevitavelmente ter um efeito duplo: em alguma medida
você irá enfraquecer os líderes e dividir a igreja.
Vamos dizer que você seja muito amado na igreja e é, informalmente, um líder influente. Se as pessoas
começam a unirem-se a você e suas ideias, isso irá debilitar a confiança, a afeição e a lealdade ao(s)
pastor(es) delas. Você será Absalão ao portão, ganhando os corações do povo e afastando-os de seu pai
Davi. Independentemente dos méritos supostamente justos de sua causa, você estará enfraquecendo o(s)
homem(ns) que o Espírito Santo nomeou para pastorear o corpo.
E você irá dividir a igreja. Uma vez que concordar com você é discordar do pastor, você não deixará outra
escolha para as pessoas senão dividirem-se em duas facções. Ao invés de reformar a igreja, você estará
encubando uma divisão de igreja.
Exceções às Exceções
Então, essa é uma exceção genuína à ideia de que você não pode mudar a igreja se você não for o pastor.
Há outra que eu mencionarei ao final. Mas, primeiro, eis aqui alguns cenários que podem parecer
exceções, mas não são.
1. “Precisa-se de Ajuda”
Primeiramente, em meu post anterior eu não quis dizer de nenhuma maneira que membros individuais de
igreja não podem contribuir de nenhuma maneira significante na reforma em andamento de uma igreja. O
exato oposto é verdadeiro: a reforma da igreja tem de ser enraizada em toda a membresia, do contrário,
não é reforma nenhuma.
Para ser específico, vamos dizer que você é parte de uma igreja que está no processo de ser reformada ou
revitalizada. E vamos dizer que você concorda com os líderes de sua igreja sobre os problemas da igreja e
as soluções a serem buscadas. Você pode trabalhar para mudar sua igreja nesta situação? É claro! Você
pode tomar a iniciativa e encabeçar alguns dos esforços sob a direção do(s) pastor(es)? É claro!
Em outras palavras, se um pastor bíblico e com uma mentalidade de reforma pendura uma placa de
“Precisa-se de Ajuda”, dê uma mão de todas as maneiras.
Nesta situação, no entanto, você não está trabalhando para mudar a direção da igreja, mas ajudando a
colocá-la na direção que os líderes já estão apontando. Você não está trabalhando contra os líderes, mas
com os líderes. E seu trabalho como membro de igreja é absolutamente crucial.
1. O Ministério do Banco
Primeiro, o ministério do banco. (Eu incentivaria você a dar uma olhada no excelente artigo* de Colin
Marshall sobre o assunto). A ideia básica aqui é que toda reunião da igreja é uma oportunidade de servir
aos outros. É uma oportunidade de dar as boas vindas a um visitante, de compartilhar o evangelho com
um não-cristão que veio com um amigo, de ajudar a fazer as coisas acontecerem nos bastidores, de
descobrir e carregar os fardos dos outros, e de provocar o amor e as boas obras nos outros (Hebreus
10:24-25).
Então deixe de ser um consumidor e passe a ser um produtor. Não veja a igreja como um tempo para
experiência religiosa particular, mas como uma oportunidade rara e preciosa de servir tantas pessoas em
tão curto tempo.
Se sua igreja sofre da síndrome dos 20/80 — 20 por cento de pessoas fazem 80 por cento do trabalho —
então seu ministério do banco não vai apenas ajudar ministérios necessários a serem realizados, mas
também dar um exemplo para que os outros sigam. Com o tempo, quem sabe quantas pessoas você
poderá discipular a cumprir um serviço mais ativo e altruísta na igreja? Mais sobre isso abaixo.
Finalmente, esse tipo de serviço silencioso, diligente e de iniciativa é justo o tipo de coisa que, com o
tempo, ganha respeito, confiança, e às vezes até mesmo ouvidos para novas ideias.
3. O Ministério da Oração
Terceiro, o ministério da oração. Ore a Deus pelo presente que é sua igreja. Adore-o por seu maravilhoso
plano de chamar para si um povo para sua glória, e sua promessa de nunca deixar sua igreja ou deixar
Satanás vencer sobre ela.
E, ainda mais ao ponto, dê graças por sua igreja. Ações de graça puxam a amargura e a reclamação pelas
raízes — e se você apaixonadamente quer mudar sua igreja, estas tentações estarão sempre à espreita.
Então dê graças por cada evidência da graça de Deus na igreja que você possa imaginar.
Confesse seus próprios pecados, as maneiras pelas quais você foi injusto com a igreja. E interceda por sua
igreja. Peça a Deus para dar a toda sua igreja discernimento, amor, unidade, humildade, paciência. Peça a
Deus para dar aos seus líderes sabedoria e coragem. Peça a Deus para cultivar na sua igreja o
entendimento e a obediência à sua Palavra. Ore constantemente. E confie que Deus irá trabalhar.
Você pode não ser capaz de mudar sua igreja, mas Deus é. Então ore.
Sair Pacificamente…
A decisão de sair ou não dependerá em parte se há outra igreja significativamente mais saudável na
proximidade. Isto não é tudo, mas uma parte necessária.
Se vice decidir sair, preserve a unidade em sua saída. Fale caridosamente e sem muitos detalhes sobre as
razões de sua saída. Fale tão bem quanto possível sobre sua atual igreja e seus líderes. Trabalhe
antecipando seu movimento para minimizar qualquer dano relacional ou tensão ministerial que sua partida
possa causar. E ore por seu coração, por seus líderes, e por toda a igreja. Não deixe que a amargura lhe
acompanhe até a porta, ou que ela seja o presente de despedida que você deixa para trás.
Mas a decisão de sair também depende de com o que você decide que pode e não pode conviver. Pense
cuidadosamente sobre prioridades teológicas — quais doutrinas são mais centrais, importantes, e
praticamente significantes que outras. Pense cuidadosamente sobre questões de preferência versus
princípio bíblico, estilo versus substância. Busque aconselhamento. Determine em oração onde está seu
limite. E se o limite for claramente ultrapassado, saia pacificamente.
Leia mais: http://voltemosaoevangelho.com/blog/2012/10/bobby-jamieson-como-viver-com-o-que-voce-
nao-consegue-mudar-44/#ixzz2BvDwomeZ