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INICIAÇÃO DA LOJA

MAÇÔNICA RICARDO
MISSON N°334-GLMMG
DIA 03 DE OUTUBRO DE
2015 DA E .`. V .`.
71ª DELEGACIA REGIONAL
SEDE: UBERABA

DELEGADO REGIONAL : Ir.`. NEILTON GONÇALVES RIBEIRO .`. M .`. I .`.

DELEGADO ADJUNTO : Ir .`. MAURÍCIO FERREIRA .`. M .`. I .`.


VIRTUDES E VÍCIOS
 
Escolhi este tema de forma independente às orientações da 2ª Vig.'. para os trabalhos oficiais a minha postura como Ap.'.
M.'., pois, acredito que , enquanto Ap.'., cada passo dentro de nossa Ordem , deve ser pesquisado , compreendido e
postulado aos queridos IIr.'. , e, contudo, em conjunto, tentarmos consenso na interpretação destas duas palavras que
conotam uma das mais discutidas dualidades inversas de nossa vida.

Outro motivo, que me pendi a este estudo/ pesquisa, foi o impacto de duas perguntas que a mim foram proferidas durante o
Ritual de Iniciação, que, dentro de minha ignorância momentânea, percebi que minhas respostas não foram claras o
suficiente, talvez pela emoção emanada do momento, ou até mesmo, pelo fato do desconhecimento profundo e misterioso
que ambas as palavras nos submetem no dia a dia, na vida social e maçônica.

Relembro neste momento as seguintes perguntas:


O que entendeis por Virtude?
O que Pensais ser o Vício?
Relembro também as seguintes Palavras do Ir.'. Orad.'. : Se desejar tornar-vos um verdadeiro Maçom, deveis primeiro
morrer para o vício, para os erros, para os preconceitos vulgares e nascer de novo para a Virtude, para a honra
e para a Sabedoria.
Como Homens livres e de bons costumes, entendo que além do sagrado dever de levantarmos templos a Virtude e cavarmos
masmorras aos Vícios, devemos saber interpretar ambas as questões, para que no dia a dia, não sejamos submetidos ao
despertar de nossa ignorância quando interpelado sobre seus significados. Daí, minhas conclusões que disserto a seguir.
Comecemos com a Virtude, em suas definições Filosóficas, que nos levam a discernir como um estado de Comportamento do
Homem:
O primeiro desses significados se refere às qualidades materiais ou físicas de qualquer ser, inclusive do homem. São as
virtudes da água, do ar, ou como as virtudes naturais dos seres vivos de respirar, reproduzir-se, ou do homem de raciocinar,
de ser bípede etc. Esse significado se refere às qualidades não adquiridas, mas próprias da natureza de cada ser, tanto em
razão de sua composição química como em razão de sua estrutura orgânica ou de sua evolução natural. São as qualidades e
as capacidades naturais que os seres em geral manifestam, desde os átomos até os seres organizados superiores.

O segundo significado diz respeito às habilidades próprias do ser humano, como tocar um instrumento musical, saber usar
uma ferramenta, saber escrever, pintar, ler, raciocinar logicamente etc. São, na verdade, destrezas, habilidades ou
O terceiro sentido de virtude diz respeito ao comportamento moral resultante do exercício do livre arbítrio e, portanto, diz
respeito exclusivamente ao homem. É exatamente desse terceiro sentido, o comportamento moral, que nos interessa como
Maçons, pois somente ele diz respeito exclusivamente à educação do espírito, uma tarefa extremamente valorizada dentro da
Maçonaria porque conduz ao comportamento moral, ao amor e a generosidade.

Comportamento moral é a pratica da solidariedade humana em todos os sentidos, e que pode ser manifestada de infinitas
maneiras, pois são infinitas as maneiras que nos podem conduzir na pratica da solidariedade. Podemos, por exemplo,
trabalhar com dedicação para tirar o homem de sua ignorância, podemos ajudar o nosso semelhante a superar suas
necessidades materiais, podemos nos colocar ao lado do nosso semelhante em suas dores mais profundas, podemos estar ao
lado dele quando abatido em seus males corporais, enfim há vários meios de praticar a solidariedade.

Para que um determinado comportamento moral possa ser considerado uma virtude não é suficiente à prática de atos morais
esporádicos ou isolados. É necessário antes de tudo haver uma continuidade, um hábito, um estado de espírito sempre ativo
e presente na consciência, a cada dia e a cada momento.

Dentro do Comportamento Moral, podemos acrescentar o próprio comportamento social que vivemos para fazermos valer na
tríade Liberdade, Igualdade e Fraternidade , onde cujas são por excelência, os elementos para construir em nosso templo
interior o verdadeiro espírito maçônico. E para tanto, ao entender das pesquisas, temos que praticar constantemente as
virtudes que relacionamos a seguir:
A Virtude da Justiça: por justiça entende-se como virtude moral, pela qual se atribui a cada indivíduo aquilo que lhe
compete no seio social: praticar a justiça. A justiça em nossa Ordem é a verdade em ação, é a arma para as conquistas da
Liberdade.

A Virtude da Prudência: éa Virtude que nos auxilia a nossa inteligência para distinguir a qualidade do ser humano que age
com comedimento, com cautela e moderação, enriquecendo nossa igualdade, e respeito entre os irmãos, estendendo à
sociedade que vivemos em nossa vida profana.

A Virtude da Temperança: podemos relacionar diretamente a virtude da Temperança com uma espícula extremamente
dura a ocupar uma das infinitas arestas da Pedra Bruta, pois é ela que disciplina os impulsos , desejos e paixões humanas. Ela
é a moderação e barragem dos apetites e das paixões, sendo o império sobre si mesmo. Com ela, estaremos deixando cada
vez mais forte e profunda as raízes da Fraternidade.
Faço destaque à Fraternidade, ora regida por nossas temperanças, pois da importância do conjunto de nossa tríade,
considero-a a mais direcionada às nossas causas e conquistas enquanto Maçons, pois ela é a diferença de nossa Ordem, ela
que serviu de arma forte e reluzente, que fez com que nossos irmãos antepassados, entregando muitas vezes suas próprias
vidas a repugnância, resistindo às perseguições e se deixando abater pela inquisição, pela própria rusga Cuibana não
deflagraram nossos segredos, nossos augustos mistérios, e salvaram com os princípios fraternos a continuidade de nossa
Ordem durante séculos que se passaram. 

A Fraternidade Maçônica sempre foi conseguida através de um laço que se poderia chamar de cumplicidade maçônica. Essa
cumplicidade nasceu entre os irmãos a partir do compartilhamento de diversos sigilos, como o aspecto secreto das reuniões,
os sinais de reconhecimento, o segredo dos graus, os simbolismos etc., que começa a se formar a partir do momento da
iniciação. 

É essa gama de atos e fatos ligados à estrutura básica da Maçonaria que faz nascer essa ligação de cumplicidade que gera a
inconfundível fraternidade Maçônica. Este laço material se reforça com a prática da Filosofia, das Virtudes e dos Princípios
Maçônicos, principalmente da Justiça, da Prudência, do Amor, e da Generosidade. Existem certamente momentos em que
afloram os instintos, ou seja, vícios ainda não convenientemente dominados, tal como o egoísmo, provocando
desentendimentos pessoais. Isso é natural que aconteça mesmo depois de nos tornarmos maçons, pois é sabido que mesmo
após muitos anos o espírito dentro de sua cavalgada na busca da perfeição não consegue absorver o verdadeiro sentido do
que é uma fraternidade. Não conseguem deixar-se dominar pela cumplicidade maçônica. Nesses momentos deve agir o
sentimento de temperança dos demais irmãos para serenar os ânimos e não deixar os ressentimentos se avolumarem. O
Importante é não deixar de lutar pela fraternidade a cada dia e a cada instante, mas para isso é preciso termos em primeiro
lugar domínio sobre nossos vícios, cujo também alvo desta peça, discuto a seguir, pois do que vale pregar o bem, sem o
entendimento do mal?

Percebi em minhas pesquisas, que pouco se fala sobre os Vícios, até mesmo a própria Bíblia Sagrada, O Livro dos Espíritos,
Livros afins e várias peças de arquitetura que o entendimento da palavra e do substantivo declarado Vício é de forma singela
e simploriamente declarada como o "O oposto da Virtude", havendo logicamente mais espaços destinados ao assunto
"Virtude", o qual não sou contra, pois dentro dos conceitos atuais de estruturalismo, é mais fácil corrigir o mal com o reforço
do ensino e prática do bem, tal como nosso Ritual de Iniciação que o Ven.'. M.'. dita o seguinte discurso:
".'. É o oposto da Virtude. É o hábito desgraçado que nos arrasta para o mal; e é para impormos um freio salutar
a esta impetuosa propensão, para nos elevarmos acima dos vis interesses que atormentam o vulgo profano e
acalmar o ardor das paixões, que nos reunimos neste templo.'.".
O Vício pode ser interpretado como tudo quanto se opõe a Natureza Humana e que é contrário a Ordem da Razão, um hábito
profundamente arraigado, que determina no individuo um desejo quase que doentio de alguma coisa, que é ou pode ser
nocivo. Em síntese, tudo que é defeituoso e que se desvia do caminho do Bem. Do ponto de vista abstrato, podemos dizer
também que tudo que não for perfeito é Vício, mas do ponto de vista prático, é um termo relativo que depende do grau de
evolução do Individuo em questão, pois o que seria um Vício para um Homem cultivado, poderia ser uma virtude para um
selvagem. Na verdade, nenhum vicio poderá ser jamais uma desvantagem absoluta, pois toda forma de expressão indica um
desenvolvimento de força. O que devemos realmente é estabelecer e proclamar nossa guerra interna, conflitarmos
espiritualmente o combate às nossas imperfeições seja nessa vida ou nas próximas que estamos por vir.

De todos os vícios que sofremos e estamos expostos no dia a dia para com a sociedade, nosso templo, nosso ego, enfim,
aquele que podemos declarar como o Orientador a todos os outros vícios é o egoísmo, e este vem assolando todas as
comunidades, todas as religiões, todas as irmandades, enfim, todo o Mundo está submisso ao Egoísmo, e , na prática e
exercício deste de forma desequilibrada, teremos os demais vícios aflorando facilmente e deflagrando em cada canto do
mundo, a discórdia,a intemperança, as guerras, o fanatismo, a injustiça, a fome, as doenças, a infelicidade, enfim, as mortes
prematuras que assolam os ditos paises não desenvolvidos.

Quando citei o exercício desequilibrado do egoísmo, quis demonstrar que jamais um vício pode ser uma desvantagem absoluta
(dito a dois parágrafos anteriores) , pois como exemplo, podemos citar que o Egoísmo de um PAI na proteção de seu filho não
pode ser tratado como um desequilíbrio egoísta e sim uma reação que não podemos condenar desde que para isso não tenha
praticado o mal ao seu semelhante. Assim como tudo na vida e em nossas ações estaremos submetendo ao equilíbrio, os vícios
também o são submetidos, pois com certeza, nós homens nunca seremos perfeitos, a imperfeição faz parte do Homem, e isto é
lógico e notório, partindo do principio que somos Espíritos tendo experiências humanas na terra e não humanos tendo
experiências espirituais. 

Nosso mundo nada mais é que uma grande escola espiritual e que para conseguirmos nossa evolução, temos que ser
submetidos às vivências carnais tempo a tempo, até que sejamos perfeitos, e isto ocorrendo não mais estaremos de volta e sim
estaremos ajudando em outro plano os demais que assim se fizerem de coração aberto para os ensinamentos. Outra citação
 
A Paixão é semelhante a um cavalo, que é útil quando dominado e extremamente perigoso quando domina. Uma paixão será
por demais perigosa no momento em que deixar de governá-la e resultar qualquer prejuízo para você ou aos outros.
Sem dúvida grandes esforços são feitos para que a Humanidade, e nós Maçons que fazemos parte dela, avance, encoraje-se,
honre-se os bons sentimentos mais do que em qualquer outra época deste nosso mundo, entretanto a desgraça roedora do
egoísmo continua sendo sempre a nossa chaga social. É um mal real que cai sobre todo o mundo, do qual cada um é mais ou
menos vítima. É preciso combater os vícios, equilibrá-los, assim como se combate uma doença epidêmica. Para isso, devemos
proceder como médicos: ir à origem. Que se procurem , então em todas as partes de nossa organização social, desde as
famílias até nossa comunidade, desde os barracos de tábuas, até as grande Mansões, todas as causas, todas as influências
evidentes ou escondidas que excitam, mantêm e desenvolvem o sentimento do egoísmo. Uma vez conhecidas as causas, o
remédio se mostrará por si mesmo. Restará somente combatê-las, senão todas de uma vez, pelo menos parcialmente e, pouco
a pouco, o veneno será eliminado. A cura poderá ser demorada, porque as causas podem e são numerosas, mas não
impossível. Isso só acontecerá se o mal for atacado pela Raiz, ou seja, pela educação, não a educação que tende a fazer
homens instruídos, mas a que tende a fazer homens de bem. A Educação, bem entendida é a chave para o progresso moral.

Quando conhecermos a arte de manejar o conjunto de qualidades do homem, como se conhece a de manejar as inteligências,
será possível endireitá-los, como se endireitam plantas novas, mas esta arte exige muito tato, muita experiência e uma
profunda habilidade de observação e vigilância. É um grave erro acreditar que basta ter o conhecimento da ciência, dos
augustos mistérios de nossa ordem para que exercemo-las com proveito. 

Todo aquele que acompanha o filho do rico ou do pobre, desde o nascimento e observa todas as influências más que atuam
sobre eles por conseqüência da fraqueza, do desleixo e da ignorância daqueles que os dirigem, quando, frequentemente, os
meios que se utilizam para moralizá-lo falham não se pode espantar em encontrar no mundo tantos defeitos. Que se faça pela
moral tanto quanto se faz pela inteligência e se verá que, se existem naturezas refratárias, que se recusam a aceitá-las, há,
mais do que se pensam, as que exigem apenas uma boa cultura para produzir bons frutos. 
O Homem, meus IIr.'., deseja ser feliz e esse sentimento é natural, por isso trabalha sem parar para melhorar sua posição neste
mundo que vivemos. Ele procurará a causa real de seus males a fim de remediá-los. Quando compreender que o egoísmo é
uma dessas causas, responsável pelo orgulho, ambição, cobiça, inveja, ódio, ciúme, que o magoam a cada instante, que
provoca a perturbação e as desavenças em todas as relações sociais e destrói a confiança que o obriga a manter
constantemente a defensiva, e que, enfim, do amigo faz um inimigo, então compreenderá também que esse vício é
incompatível com sua própria felicidade e até mesmo com sua própria segurança. E quanto mais se sofre com isso, mais sentirá
a necessidade de combatê-lo, assim combate a peste, os animais nocivos e os outros flagelos; ele será levado a agir assim por
seu próprio interesse.

O egoísmo é a fonte de todos os vícios, assim como a fraternidade é a fonte de todas as virtudes; destruir um e desenvolver
outro ( Levantar templos a Virtude e Cavar masmorras aos Vícios ), esse deve ser o objetivo de todos os esforços do homem, se
quiser assegurar sua felicidade em nosso mundo e no seu mundo espiritual.
 
"Quem é bom , é livre, ainda que seja escravo, Quem é mau é escravo, ainda que seja livre."
Santo Agostinho Moacir José Outeiro Pinto,

A'.M.'. - A.'.R.'.L.'.S.'. Razão 4 / Brasil


 
ORIGEM DAS GRANDES LOJAS MAÇÔNICAS
 
A Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, tem sua origem de SOBERANIA, registrada no dia 25 de setembro de
1927, quando maçons de 08 Lojas se reuniram no Templo Maçônico da Augusta e Respeitável Loja Simbólica Bello
Horizonte, à rua Rio de Janeiro No. 987, onde consta em ATA da Assembléia desta reunião, pedido de autorização
ao Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito para fundação da Instituição; em data de 22 de
dezembro de 1927, foi expedida a Carta Constitutiva, firmada pelo Soberano Grande Comendador: Dr. Mário
Bhering 33.
No dia 19 de janeiro de 1928 e por escrutínio secreto foi eleita a primeira diretoria da "SOBERANA GRANDE LOJA
SIMBÓLICA DE MINAS GERAIS", tendo como Grão-Mestre: Dr. Manoel dos Reis Correa; Grão-Mestre Adjunto: Dr.
Washington F. Pires; Grande 1o. Vigilante: Dr Raul F. de Almeida; Grande 2o. Vigilante: Cel. Pedro Jorge Brandão;
Grande Orador: Dr. Geraldo Teixeira; Grande Secretário: Álvaro C. de Oliveira; Grande Tesoureiro: Ramiro de
Barros; Grande Chanceler: José de Oliveira Campos; Grande Mestre de Cerimônias: Francisco Gimenes; 2 Grande
diácono: Tarcísio de A. Santos; Grande Cobridor Interno: Braz Serpa; Grande Cobridor Externo: José Carlos Xavier.
A regularização se deu através do ATO no. 21 de 17 de fevereiro de 1928 baixado pelo Dr. Mário Bhering 33.
 A CONSAGRAÇÃO PARA SEMPRE foi realizada na sede da Loja Bello Horizonte, à rua Rio de Janeiro No. 987 neste
oriente de Belo Horizonte no dia 03 de março de 1928, conforme Decreto No. 01 de 14/03/28, em reunião
magnífica.
Hoje, com a denominação de Grande Loja Maçônica de Minas Gerais constitui-se uma Organização Maçônica
Universal, Soberana, Autônoma e Independente.
A Jurisdição da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, administra atualmente os interesses de 288 Lojas
Maçônicas Regulares e 02 Triângulos Maçônicos, com mais de 20.000 Membros cadastrados, em todo território
mineiro. Sua SEDE fica em Belo Horizonte e, possui sobre sua administração direta a ESTAÇÃO RODOVIÁRIA de
Teófilo Otoni e o CLUBE DOS PELICANOS ( na cidade de Barra do Say no litoral do Espírito Santo ).
A Grande Loja Maçônica de Minas Gerais é Filiada à CMSB (Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil)
e à CMI (Confederação da Maçonaria Interamericana), mantendo estreita colaboração com todas as Grandes
Lojas Brasileiras.
IRMÃOS
INICIADOS
CARLOS ALEXANDRE DOS
SANTOS
CRISTIANO BOAVENTURA DE
ABREU
MARCELO FERREIRA CORDEIRO
O DEVER DE UM PADRINHO MAÇOM
 
 Revista Universo Maçônico
 
 14 de Junho de 2010
 
 Vivência Maçônica
 
Normalmente observamos Irmãos tecendo comentários e até criticando Lojas que não conseguem
crescer rapidamente. Chegam inclusive a perguntar se os Irmãos componentes daquelas Lojas não
têm amigos.
Não é bem assim. Não é qualquer amigo que deve ser convidado para engrossar as colunas da
Ordem.
Em verdade, a Maçonaria não tem interesse apenas na quantidade de membros, mas,
principalmente na qualidade dos componentes de seu quadro, porque somente com qualidade é
que perpetuar-se-ão seus propósitos e ensinamentos, que não devem ser conhecidos por não
iniciados.
Outrossim, o Padrinho não deve esquecer de que seu afilhado no futuro pode vir a ser um
Venerável Mestre e até Grão-Mestre. Por isso, tem que ser exigente na escolha e não convidar
qualquer pessoa que conheceu e achou que tem perfil para ser maçom, ou porque a pessoa lhe
prestou algum favor ou ainda, porque faz parte de uma casta social de médio a alto nível.
A perpetuação da Ordem Maçônica depende em muito do padrinho, pois, conforme for sua escolha
ou indicação terá a Maçonaria excelentes obreiros ou simplesmente maçons incapazes de
Na prática dos meios estabelecidos pela Ordem Maçônica, deve o maçom pregar:
1º – o amor como meio primordial de resolução de qualquer problema e união das pessoas;
2º – que por meio do aperfeiçoamento dos costumes é possível se viver em sociedade sem
tumulto;
3º – que se exercitando a tolerância com paciência, se evitam atritos entre as pessoas;
4º – que todos são seres humanos com ideias próprias e como tal, devem ser tratados com
igualdade e respeito, inclusive se respeitando a autoridade e a crença de cada um, não se
estabelecendo para isso fronteiras ou raças, até porque todos são efetivamente iguais.
Daí uma grande responsabilidade do Padrinho na indicação do candidato, porque deve ele ter
perspicácia de saber se seu escolhido pode ou não, desenvolver as atividades maçônicas na forma
como lhes forem ensinadas e exigidas.
Por essas e outras razões é que dizemos que o padrinho ou Proponente deve ser considerado tão
importante quanto o próprio candidato a maçom, vez que, é o responsável direto pelo seu afilhado.
Perante a Assembleia da Loja, o Padrinho garantiu por meio de documento assinado, que seu
escolhido reúne todas as qualidades exigidas pela Ordem para que ele possa pertencer a seu
quadro.
A responsabilidade que tem início na escolha do candidato deve continuar durante toda a vida
maçônica dos dois (Proponente e Candidato), nunca o Padrinho permitindo que seu afilhado se
engendre em caminhos tortuosos, orientando-o sempre da melhor forma, para que o seu convidado
possa vir a galgar graus, exclusivamente por merecimento.
Padrinho significa protetor, patrono, enquanto que afilhado tem o significado de protegido,
patrocinado.
Já a palavra “candidato” tem como raiz o significado “Cândido”, ou seja; que tem alma cândida,
caracterizado pela candura. Em sentido figurado: ingênuo, inocente, puro. Assim, um candidato
deve, efetivamente, reunir as qualidades que lhe dão dignidade para juntar-se aos membros da
instituição maçônica como base da filosofia milenar, sempre oportuna e atual.
Ao Padrinho maçom compete conhecer muito bem o candidato, bem como, necessário se faz
conhecer a família do candidato. Quando algum profano se inicia na Ordem Maçônica, também tem
ingresso sua esposa e seus filhos e demais familiares, razão pela qual, é de suma importância a
participação efetiva de todos os membros da família, para a realização dos mais diversos atos, tais
como solenidades festivas, Ordem DeMolay, Filhas de
Jó, movimentos caritativos etc. e etc.
Logo, é necessário que o Padrinho tenha muita cautela na escolha do afilhado, devendo para isso,
conhecer seu relacionamento familiar, seu procedimento com os colegas de trabalho, sua situação
econômica, sua disponibilidade financeira, sua disponibilidade de tempo para acompanhar os
interesses da Ordem, seu grau de cultura, sua desenvoltura no manejo das palavras e
principalmente seu grau de percepção no entendimento dos assuntos a ele expostos.
Um profano só deve ser convidado a ingressar na Maçonaria, quando ele demonstre sem sombra
de dúvidas, interesse para isso e quando sua esposa, se casado for, não apresente qualquer
sintoma de má vontade.
O Padrinho, ao apresentar o nome de seu candidato através de Pré-Proposta para que a Assembleia
decida se deve ou não ser liberada a Proposta Definitiva, quando aprovada, está ele investido de
uma autoridade delegada por Irmãos que confiam piamente nele, entendendo que esse Padrinho
traga ao seio da Maçonaria, um futuro Irmão, que preserve os costumes da Ordem. Contudo, a
responsabilidade do padrinho não para por aí, porque dele depende o comportamento do seu
afilhado, tendo o Padrinho como exemplo, cujo Padrinho também é responsável pela manutenção
O Padrinho deve aparecer para o seu afilhado como sendo o Mestre dos Mestres, deve ser como um
Pai, um grande amigo, um confidente conselheiro procurando iluminá-lo, de forma que seus passos
na conquista dos graus sejam alcançados exclusivamente por mérito. Logo, ao Padrinho compete
dar bom exemplo para seu afilhado inclusive, cumprindo rigorosamente com suas obrigações
pecuniárias na Ordem.
É bom lembrar que o Padrinho tem o dever de procurar seu afilhado, quando esse se encontre
inadimplente com a Loja ou Grande Loja, pois, quando apresentou o nome do seu proposto,
afirmou categoricamente mediante documento assinado, estar em condições de responder pela
idoneidade moral e financeira do candidato. Em outras palavras, o Padrinho quando apresenta à
Assembleia o nome de um candidato, verifica-se que quase ninguém conhece o apresentado.
Ocorre que os membros da Assembleia simplesmente acreditam nas afirmativas do Irmão e
aprovam o envio da Proposta Definitiva. Todavia, quando se formaliza o processo com sindicâncias
e documentos comprobatórios da idoneidade do candidato, é de bom alvitre que o Venerável
Mestre oriente aos sindicantes no sentido de que sejam exigentes, não apenas confiando nas
informações do proponente, porque, mesmo sendo o proponente um maçom, não deixa de ser um
ser humano passível de erros.
Infelizmente acontecem casos em que o Padrinho depois da iniciação do afilhado, se afasta da
Ordem como se dissesse: “vou deixá-lo no meu lugar”. Outras vezes se observa o afilhado
cobrando do Padrinho as responsabilidades que esse não vem cumprindo. Em verdade, conforme já
dito, o Padrinho deve ser o espelho do seu convidado.
Deve ser estabelecido como princípio maçônico que o nome de um candidato não surge apenas de
uma vontade profana, mas de uma “predestinação divina.
Resumindo: é o G.’. A.’. D.’. U.’. que passa às mãos de um maçom que recebe o título de
“apresentador” ou “padrinho”, aquele que, de fato e de direito, merece ser iniciado nos AAug.’.
Quando um Irmão recebe a incumbência determinada pelo G.’. A.’. D.’. U.’. de propor um
candidato, deve se conscientizar dos encargos que advêm com aquela apresentação. Por isso, não
deve fazer a escolha motivado pela emoção, mas tão somente, por força da razão. O Padrinho tem
o dever inclusive, de no dia da iniciação, conduzir seu afilhado até o local onde será iniciado.
Chegando ao prédio onde funciona a Loja, na sala dos PP.’. PP.’. o candidato é vendado por seu
Padrinho para que fique privado da visão. Privado do mais precioso órgão dos sentidos, o candidato
deixa de ver com os olhos materiais e passa a enxergar com os olhos do espírito, tendo início
verdadeiro processo esotérico que produzirá efeitos misteriosos, cujos efeitos, criarão pouco a
pouco algumas imagens e alegorias na mente do iniciando dali em diante.
Uma vez vendado, o candidato é entregue ao Exp.’. que colocando a mão sobre seu ombro diz: –
“Sou o vosso guia. Tende confiança em mim e nada receeis”. (pág. 38 Ritual Aprendiz Maçom)
Depois de iniciado, ao Padrinho compete dotar o neófito das condições básicas para que ele possa
se desenvolver com satisfação e entusiasmo.
Deve o Padrinho, ainda no dia da iniciação, orientar o iniciado no sentido de que não deve
comentar com ninguém o que se passou, até porque ele prestou um juramento nesse sentido.
Deve ainda o proponente orientar o afilhado na parte ritualística, ensinando-o a entrar em Loja
quando chegar atrasado, explicando a circulação em Loja no sentido dextrocêntrico, de forma que
o lado direito esteja sempre voltado para o Altar dos Juramentos.
Deve orientá-lo em quais momentos se faz o sinal, deve inclusive treiná-lo no trolhamento e
incentivá-lo à leitura de livros pertinentes ao Grau de Aprendiz Maçom.
Com esses ensinamentos básicos, de certo, as qualidades do neófito serão adequadamente
desenvolvidas, passando a compreender o universo que representa a instituição maçônica.
Deve também o Padrinho capacitar seu afilhado no uso da sabedoria, ensinando-o a exercitar a
paciência e ficar observando de forma contínua todos os procedimentos, sejam ritualísticos ou não.
Se o afilhado realmente for pessoa merecedora e tiver alcançado seu objetivo com a iniciação que
o transformou em maçom, será capaz de absorver com clareza qualquer informação que lhe
chegar.
Ainda compete ao Padrinho, fortalecer o entusiasmo e o dinamismo do seu afilhado, levando-o ao
deslumbramento da iniciação, explicando de forma inteligível todo o processo iniciático, inclusive,
mostrando que o simbolismo da iniciação está exatamente na morte do homem profano para que
nasça o maçom.
Com isso, deve o Padrinho exaltar toda a magnitude da Maçonaria como Instituição, como
elemento agregador e fortalecedor de nossos pensamentos, deixando o afilhado apto e vigoroso
para enfrentar e ultrapassar todos os obstáculos, os quais, na sua maioria, são trazidos por falsos
maçons imbuídos de vaidades e com imposição de ideias desagregadoras.
Quando por ventura ocorrerem tais imposições capazes de desagregar provocando a desarmonia
na Loja, deve aflorar na mente do afilhado a figura do Padrinho maçom que sempre deu bons
exemplos de dedicação à Sublime Ordem.
Na maioria das vezes, o padrinho só é lembrado no momento da indicação de um profano. No
entanto, o Padrinho deve se fazer presente e nunca ser esquecido, porque ele desempenha papel
fundamental na formação filosófica do afilhado que pretende alcançar os mais elevados graus
dentro da Instituição.
O GRANDE ARQUITETO
DO MAÇOM
O GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO

Sempre que se fala em maçonaria, um termo é recorrente: O Grande Arquiteto do Universo, ou G.A.D.U. (a forma abreviada
mais comum). Em quase todas as obras maçônicas e também na maioria das citações ou reportagens, há referências a esta
expressão. Mas o que muitos leigos se perguntam sempre é: o que, ou quem é, exatamente, este Grande Arquiteto? Qual o
real significado desta denominação?
Respondendo objetivamente, e de maneira simplificada, afirmamos: o G.A.D.U. é a maneira pela qual os maçons se referem a
Deus. E a razão é simples: sendo a maçonaria uma instituição que teve origem histórica nas corporações de construtores
medievais – que eram formadas por arquitetos, engenheiros, artesãos, pedreiros e outros profissionais ligados à área da
construção civil e militar – e, ainda nos nossos dias, valer-se de instrumentos daqueles ofícios como ícones simbólicos (o
compasso e o esquadro, por exemplo), nada mais natural que denomine o projetista ou construtor de tudo o que existe como
O Grande Arquiteto do Universo. Denominações adicionais para o Criador como O Grande Arquiteto dos Mundos ou O Grande
Geômetra são encontradas em alguns livros maçônicos, todas com o mesmo significado.
Ampliando o escopo deste artigo, consideramos importante esclarecer brevemente o conceito de Deus na maçonaria. A
imagem eternizada por Michelangelo na Capela Sistina – a de um ancião de cabelos brancos, adotada como representação
costumeira de Deus por grande parcela da civilização ocidental – ainda que enquanto obra de arte seja belíssima, não é
suficiente para a compreensão da onipotência, onipresença e onisciência divinas. Em verdade, ousaríamos dizer que é, de
fato, inapropriada. Ora, qualquer que seja o ser, se este for limitado por uma forma, não pode ter tais características. Portanto,
seguindo este raciocínio, concluímos que a imagem de Deus como um velho senhor sentado em um trono de nuvens é apenas
o retrato humanizado do pensamento de uma época, não devendo ser levado em conta para uma reflexão mais aprofundada.
Deus é o amor infinito, a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, é aquele que não tem começo nem fim, e
não pode ser conhecido através dos esforços intelectuais de uma mente humana que, por mais avançada ou capaz que seja,
está sujeita a limitações. Deus, portanto, é uma força que não pode ser analisada ou mensurada, só podendo ser sentida e
contemplada através de suas manifestações. Esta força é o que os maçons chamam de Grande Arquiteto, gerador do universo,
do homem e da vida em todas as suas formas.
Um movimento anti-maçônico, fundado nos Estados Unidos no século XX e formado quase majoritariamente por
fundamentalistas religiosos, tem distorcido continuamente o conceito do Grande Arquiteto do Universo. Este movimento, que
já conta com ramificações no Brasil, afirma erroneamente que o G.A.D.U. não passa de um ‘deus maçônico’, ou ainda uma
divindade que representaria uma suposta união sincrética de ídolos antigos. Os mais radicais acreditam ainda que o G.A.D.U.
seria uma representação do diabo. Conforme já explicado, nada mais longe da realidade. Aliás, para ser maçom, o postulante
No Brasil é a Bíblia que pode ser vista na quase totalidade dos templos, e ao redor do planeta, o livro sagrado muda conforme
o caso: para os hebreus, o Talmude ou o Antigo Testamento; para os muçulmanos, o Alcorão; para os adeptos do bramanismo,
os Vedas; para os masdeístas ou seguidores de Zaratustra, ou Zoroastro, o Zenda-Avesta etc. O Livro da Lei possui esse nome
por conter o código de moral e ética que devemos seguir em nossas vidas. Este nome evita ainda qualquer tipo de sectarismo.
A única exigência que se faz é que o volume deve conter, de fato, as sagradas escrituras de uma religião conhecida, e fazer
referência ao Ser Supremo, Deus.
É importante colocar que a crença no Grande Arquiteto do Universo é encarada na maçonaria como uma realidade filosófica, e
não de modo dogmático. A maçonaria, portanto, não é uma religião, mas abriga em suas fileiras homens de todas as religiões
– por reconhecer a importância de cada uma delas, respeitando o conceito íntimo que cada um tem de Deus. Mas a maneira
pela qual cada maçom professa a sua crença neste ser supremo é assunto de foro íntimo. Assim, em um templo maçônico
poderão ser vistos, lado a lado, católicos, budistas, espíritas e assim por diante, pois a tolerância e o respeito mútuo fazem
que praticantes dos mais diferentes cultos estejam unidos em prol da lapidação espiritual, da construção de um mundo justo e
da busca pelo bem de toda a humanidade.
Termino este artigo citando o escritor Dan Brown, em carta endereçada aos maçons americanos na época do lançamento de
seu livro O Símbolo Perdido, cuja trama envolve a maçonaria: “Em um mundo onde os homens batalham a propósito de qual
definição de Deus é a mais acertada, não acho palavras para expressar adequadamente o profundo respeito e admiração que
sinto por uma organização na qual homens de crenças diferentes são capazes de ‘partilhar o pão juntos’ num laço de
fraternidade, amizade e camaradagem”.
Que o Grande Arquiteto nos ilumine e guarde.

Eduardo Neves - M.•.M.•.


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e-mail:neveseduardo@gmail.com

Fonte: http://ogansoeagrelha.wordpress.com/2010/03/24/o-grande-arquiteto-do-universo/
A PEDRA E SEU NOVO DESPERTAR (CONTO)

 
Esta era uma pedreira enorme, com grandes veias de todos os distintos tipos de pedras, havia nela, desde o
rude granito até o apreciado mármore.  Todas as pedras comuns invejavam as pedras finas, pois elas seriam
escolhidas pelos grandes artistas e escultores e, iriam morar em grandes palácios e mansões convertidas em
magníficas obras de arte ou pisos lisos e colunas de mármore. As pedras sabiam que elas nunca seriam as
escolhidas para isto e aceitavam seu destino. Mas, isto não significava que não se cobrissem de pó para intentar
clarear sua cor e ser mais parecidas ao invejado mármore ou que deixassem que o barro preenchesse as
imperfeições de seus rugosos contornos para ocultá-los. Todas elas diziam vir de veias muito próximas às do
mármore e por isto pertencer àquela linhagem em sua estrutura. Era uma sociedade pétrea como qualquer
outra sociedade comum, com as classes baixas querendo se parecer às altas.
Aquela era uma pedra a mais do montão, não tinha uma estrutura comum, mas certamente tampouco era de
mármore, ela também se cobria às vezes com pó e barro para se retocar, mas o fazia mais pelo que diriam as
pedras da vizinhança do que pelo que ela realmente sentia. Embora em silencio invejasse as pedras lisas, posto
que elas seriam as que iriam morar em suntuosos palácios, enquanto ela continuaria sempre em aquela comum
e empoeirada pedreira.
Todos os dias vinham renomados artistas em suas finas charretes de cedro lavrado, puxadas por elegantes e
briosos corcéis, escolhiam os melhores mármores e os colocavam com o maior cuidado no piso aveludado de
suas charretes, logo partiam imaginando em suas mentes as maravilhosas obras de arte que fariam, enquanto
que aquelas pedras escolhidas se despediam de suas congêneres fazendo notar o êxito que agora alcançaram.
 
Mas certo dia passou pela pedreira um ancião a quem ninguém nunca tinha visto antes, mas, aquele homem já
conhecia as pedras, pois esteve observando a pedreira desde longe durante muito tempo, antes de decidir se
aproximar de uma. O ancião protegia suas roupas com um avental de couro branco, amarrado às costas, muito
desgastado pelo uso continuo, ele não era nenhum artista renomado, pelo contrario, um simples obreiro que se
aproximou com passo decidido, escolheu aquela pedra, a subiu na sua envelhecida charrete, cobrindo-a com
uma manta, e ajudado pelo seu burro a levou até sua oficina.
A pedra estava muito assustada, pois ainda não compreendia o que acontecia, pensava que talvez o ancião por
acostumar à penumbra do lugar viu com horror que ao seu redor haviam muitas pedras bem trabalhadas e
polidas, além de finíssimos mármores, “serei o faz-me-rir” pensou, deveria sentir-se tosca e sem valor, mas por
alguma estranha razão não se sentia assim, algo naquele ancião a fazia se sentir segura e ademais estavam
aquelas pedras, que em vez de orgulhar-se de suas linhagens e menospreza-la como se costumava fazer na
pedreira, a olhavam com afeto. Apesar de haver tantas pedras, o ambiente era cálido e agradável.
O ancião se aproximou dela e lhe disse que ela estava destinada a uma obra muito importante, mas a pedra não
acreditava nas palavras do ancião, ela era uma simples pedra tosca como tantas outras e ademais nessa oficina
tinham pedras melhores, mas o homem continuou falando e lhe disse que agora não havia como voltar atrás, ele
a tinha escolhido dentre as demais, não por sua aparência externa, senão porque estava seguro que a estrutura
interior dela era forte e apropriada para o trabalho que necessitava, lhe disse também, que poria seu melhor
empenho em prepara-la, tal como o fez com as outras pedras que passaram pela sua oficina, mas sempre
existiria o perigo de se a pedra não fosse a adequada, se quebraria durante o processo. “Embora vou te golpear
não deveis temer” - lhe disse o homem – “eu vou dirigir meus golpes aonde os necessites para ir desbastando
tua superfície, mas você deverá estar disposta a recebe-los e aceitar, de outra maneira poderás rachar
interiormente e já não serás útil”. E assim a pedra começou a receber os golpes do cinzel que, habilmente a ia
desbastando empurrado pelo maço do ancião, a pedra ia aceitando cada golpe que lhe arrancava parte de si
mesma, esforçando-se em adaptar-se ao seu novo ser. Passaram-se muitos dias e o ancião continuava
trabalhando, e embora a pedra agora luzia seus lados retos, isso já não parecia importar-lhe, em outros tempos
tivesse menosprezado a suas toscas congêneres da pedreira, mas agora somente lhe importava ficar pronta
para realizar esse trabalho tão importante, e tal como ela fosse tratada ao chegar a oficina, recebia com afeto
as novas pedras que chegavam, embora fossem tão ou mais toscas como ela foi no principio.

Quando a pedra ficou pronta, o ancião a conduziu a um terreno baldio grande e a colocou no sentido nordeste e
lhe disse que estava ali não só para ser a primeira pedra, senão que ademais seria o suporte da principal coluna
estrutural da imensa catedral que ali se construiria, ela suportaria o peso das outras pedras, as quais por sua
vez sustentariam os decorativos mármores.

Se a pedra assimilou de coração o trabalho do ancião, sua estrutura estaria preparada para a grande missão, de
outro modo, ao falhar a pedra, toda a catedral viria abaixo.
Centos de obreiros de distintas nacionalidades começaram a chegar de todos os confins do mundo, trazendo
consigo cada um, uma pedra para a catedral, já lavrada e polida em suas próprias oficinas. Todas elas foram se
encaixando uma a uma com assombrosa perfeição, como se o mesmo pensamento tivesse guiado a mão de
todos os obreiros por igual. Era uma obra magnífica, talvez a catedral mais bela, grande e imponente do mundo,
milhares de pessoas vinham diariamente de cada canto da terra, somente para contemplar tamanha beleza.

As pessoas se regozijavam em seu esplendor e saiam gratificadas com a paz espiritual que aquela vista
produzia. Mas ninguém nunca via a pedra, nem sabiam de sua importante missão, nem que ela era o pilar
principal da catedral. E como ninguém percebia a pedra, ninguém reconhecia seu importantíssimo trabalho, mas
isto à pedra não lhe importava, ela sabia o que fazia e não o fazia certamente por reconhecimento, a pedra era
simplesmente feliz, sabendo que seu trabalho brindava paz e alegria as pessoas e isto era para ela recompensa
suficiente, seus pensamentos já não eram materiais, ela tinha despertado para uma nova vida mais frutífera
espiritualmente, ela tinha sido abençoada com um novo despertar.
 
Dedicado a quem escolheu minha pedra.
 
Autor: Ir. Juan A. Geldres 
A.M.A.R.L.S. Fraternidade e Justiça 142 
Lima – Peru
 
NÃO SEJA
MAÇOM .......
NÃO SEJA MAÇOM (por Moacyr Duarte)

Se queres descanso, não seja maçom, pois o trabalho do maçom deve ser contínuo. 
Se queres ser beneficiado, não seja maçom, pois o maçom deve primeiro promover benefícios a e em prol de
outros. 
Se queres paz, não seja maçom, pois o maçom deve estar em guerra constante contra os vícios.
Se sois egoísta, não seja maçom, pois, para o maçom, compartilhar deve ser um hábito.
Se apenas pensas em ti, não seja maçom, pois pensar apenas em si mesmo é inviável e o maçom deve
pensar e agir para todos.
Se desejas enriquecer, não seja maçom, pois o patrimônio de um maçom não é avaliado pelos seus bens,
mas sim pelas suas atitudes.
Se sois arrogante, nunca seja um maçom, pois a humildade deve ser uma virtude constante, demonstrada em
todos os momentos.
Se sois demasiadamente religioso, não seja maçom, pois o maçom deve ser tolerante em suas diferenças
religiosas.
Se não crês em Deus, esqueça, não há como ser maçom, pois os maçons nada fazem sem antes O
invocarem.
Se gostas das luxúrias que o mundo proporciona, não seja maçom, pois os maçons devem ignorá-las, vez que
são temporárias.
Se simplesmente fazes parte de algo, não seja maçom, pois o maçom não pode só fazer parte, deve trabalhar
para fazer a diferença.
Se queres ser maçom, não tente ser o pior nem o melhor, seja apenas você mesmo.
Se és arrogante, não seja maçom, pois o desprezo está em sintoma de maldade e a maldade é a principal
inimiga do maçom.
Se és omisso, não seja maçom, pois a iniciativa deve ser notável em um maçom.
A FAMÍLIA DO
MAÇOM
 CONCEITO DE FAMÍLIA NO CONTEXTO DA MAÇONARIA
Ao longo dos tempos o conceito de família vem mudando de acordo com os acontecimentos e interesses coletivos. Nesse
início de século, essas alterações apontam para uma família com alto grau de complexidade.
No que diz respeito a estabilidade, percebemos que alguns problemas acentuam a crise em que a família brasileira se
encontra: o alto índice de migrações, separações conjugais, dissolução de vínculos entre pais e filhos, ausência de
jurisprudência nas relações, a ausência dos pais na relação cotidiana, a falta de equilíbrio financeiro.
No que diz respeito a composição da família o que percebe-se é que os arranjos internos já são referência em grande
parte das comunidades familiares. Lares sem a presença dos pais e quando existem podem não ser biológicos, mães que
sozinhas são responsáveis pela subsistência da família, avós que cuidam dos netos e parentes e agregados que se aliam
as famílias e passam a fazer parte da mesma.
A Família desempenha um papel decisivo na formação da sociedade por meio da edificação dos valores morais e
intelectuais.
É no espaço "família" que são absorvidos os valores éticos e humanitários e onde se aprofundam os laços de
solidariedade.
O grau de convivência entre as pessoas de uma sociedade familiar é traduzida pela capacidade com que as mesmas
conciliam interesses de forma participativa em todos os níveis: nos problemas sociais, financeiros, relacionais e
estruturais. Para tanto se faz necessário que algumas regras sejam respeitadas e algumas lições sejam aprendidas, como:
Não agredir o semelhante, saber comunicar-se, saber interagir, decidir em grupo, se cuidar e cuidar dos outros, cuidar do
lugar onde se vive e valorizar o saber social.
O exercício dessas práticas na convivência fortalece o compromisso e orienta o comportamento humano.
Para a Maçonaria, a família é o Núcleo da Sociedade e precisa ser respeitada e consolidada.
A família é para a Maçonaria a célula da humanidade. Quem não tem condições morais para ser um bom chefe de família,
não pode ser maçom.
Quando não se devota ao lar, quando não se preocupa com a família, o Maçom é considerado um traidor, porque está
transgredindo os compromissos que fez, está renegando os sagrados compromissos assumidos.
Sendo assim: Todo Maçom está sob constante vigilância da sua consciência e dos demais Maçons. O maçom que vier a
saber que um Irmão afastou-se do cumprimento do dever para com sua família, é obrigado a comunicar o fato à Loja,
para que sejam tomadas as devidas providências.
 
VAURÉLIO DA SILVA CHUVA
Membro da Loja Maçônica Estrela do Araguaia 1770
AS LUVAS BRANCAS NA MAÇONARIA

Todo Conhecimento maçônico está envolto nos véus da Simbologia. Tudo o que diz respeito a esta antiga Instituição
deve ser interpretado através dos símbolos aos quais está associada. Desde os primeiros passos, totalmente indecisos e
encobertos pela obscuridade, como uma venda que impede ao profano acessar os seus mistérios, até aos mais altos
pináculos da Sabedoria, alcançada apenas por aqueles que perseveraram e que conseguiram enxergar a Verdadeira
Luz, tudo é revelado, na Maçonaria, através dos símbolos. Para cada abordagem o Iniciado na Maçonaria deve formar
sua compreensão através de estudos profundos, pesquisa e meditação.
Um dos símbolos mais preciosos que a Maçonaria traz é o das Luvas Brancas. Historicamente, as luvas são usadas
desde sempre para a proteção das mãos, seja no trabalho, ou seja, no frio, como também, simbolicamente, dando
distinção a quem as usa porque eram o símbolo do Direito e da Soberania. Em dado instante da história, o uso das luvas
era restrito à aristocracia como forma de marcar sua posição social.
Os cavaleiros medievais, assumindo a postura de um verdadeiro cavalheiro, a usavam para simbolizar o golpe dado
com as mãos porque não podiam ou não deviam fazê-lo diretamente. Foi daí que surgiu a expressão dar um tapa de
luva, em sinal de desafio ao seu oponente.
Como foi dito, as luvas brancas são de relevante importância para a Maçonaria porque é o símbolo do trabalho a ser
realizado com pureza e honestidade.
 
Quando o neófito é admitido na Maçonaria, ele recebe dois pares de luvas brancas. Um é para o seu próprio uso e será
usado sempre como recordação da candura que deve existir no coração dos Maçons. Esta candura tem por significado a
alvura, a pureza, a ingenuidade, a simplicidade, a inocência e a ausência de artifícios. O seu par de luvas significa
também que ele nunca poderá manchar suas mãos nas impurezas lodosas do vício e do crime. O outro par de luvas que
o neófito recebe é destinado a uma mulher, àquela que ele mais estima e que mais tenha direito a seu respeito, seja ela
sua esposa, mãe, filha ou irmã, como uma homenagem à sua Virtude, na medida em que nos traz alívio, lenitivo,
conforto e entusiasmo quando nos deparamos com obstáculos e atribulações em nossa vida.
 
 

Esta oferta faz parte de uma tradição maçônica muito antiga, e segundo o escritor Wirth: “As luvas brancas, recebidas
no dia de sua iniciação, evoca ao Maçom a recordação de seus compromissos. E se um dia estiver a ponto de fracassar,
a mulher que lhes mostrar as luvas, lhe aparecerá como sua consciência viva, como a guardiã de sua honra.
Que missão mais elevada poderia confiar à mulher que mais ele ama?” A missão de se apresentar a ele como se sua
própria consciência fosse?
Portanto, a mulher que recebe um par de luvas de um Maçom possui uma responsabilidade das mais nobres e mais
dignas que um ser humano pode assumir em relação a outro, qual seja, a de se manter como a guardiã da conduta, da
honra e da vida daquele que a considerou como sendo sua parte mais importante.
 
Esse mesmo escritor nos diz que Goethe (1749-1832), o gênio universal que nos legou imensa obra literária, foi iniciado
em Weimar, a capital cultural da Alemanha, em 23 de junho de 1780. Neste dia ele homenageou Madame Von Stein
com as luvas simbólicas, e fê-la sentir que se o mimo era de aparência ínfima, apresentava contudo a singularidade de
não ter sido oferecido por ele a nenhuma outra mulher senão a ela, tal a sua importância em sua vida.
Percebam a importância disso: as luvas brancas são ofertadas por um Maçom a uma mulher que é realmente única em
sua relação, e quem as recebe, aquela mulher que mais estima, é para ele a pessoa mais importante do mundo.
 
Em casos de extrema necessidade na vida cotidiana, movida por uma sensação de urgência, mas de caráter temporário
e pontual, a mulher portadora das luvas brancas pode pedir socorro usando um procedimento que é eficaz para atrair a
atenção de um Irmão da Ordem para ajudá-la em suas justas demandas.
Este procedimento deve ser conduzido de forma discreta e paciente, e é transmitido de forma verbal e diretamente
àquela que o Maçom elegeu, um dia, como a pessoa mais importante de sua vida.

Trabalho desenvolvido em 19/12/2005

Giovanni Angius
CERIMÔNIA DAS LUVAS
CONTRIBUIÇÃO
COMISSÃO PARA MAÇÔNICA DA LOJA MAÇÔNICA
ESTRELA UBERABENSE N°0941 - GOBMG

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