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Projeto Diretrizes

Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina

Hiperplasia Prostática Benigna

Autoria: Sociedade Brasileira de Urologia


Sociedade Brasileira de Medicina
de Família e Comunidade
Elaboração Final: 20 de junho de 2006
Participantes: Cavalcanti AGLC, Errico G, Araujo JFC,
Ribeiro JGA, Scaletsky R

O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal


de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar
condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas
neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta
a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente.

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DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DE EVIDÊNCIA:


Foi realizado levantamento bibliográfico no banco de dados Medline. Após
análise, estes artigos foram classificados segundo os graus de evidência pro-
postos pelo Projeto Diretrizes da Associação Médica Brasileira, AMB/CFM.
Para os principais tópicos no manejo da hiperplasia prostática benigna, os
autores determinaram graus de recomendação e contra-indicações, também
classificados da mesma forma.

GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA:


A: Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência.
B: Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência.
C: Relatos de casos (estudos não controlados).
D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos
fisiológicos ou modelos animais.

OBJETIVO:
Oferecer, à classe médica, um guia prático, elaborado com base científica
sólida, que irá auxiliar a abordagem de pacientes com hiperplasia prostática
benigna.

CONFLITO DE INTERESSE:
Nenhum conflito de interesse declarado.

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AVALIAÇÃO INICIAL DO PACIENTE COM HIPERPLASIA


PROSTÁTICA BENIGNA (HPB)

A HPB é uma das doenças mais comuns no homem idoso, e


quando associada aos sintomas do trato urinário inferior (STUI)
tem importante impacto na qualidade de vida, por interferir dire-
tamente nas atividades diárias e no padrão do sono. Estes sinto-
mas são classificados em obstrutivos e irritativos (Tabela 1).

Os três principais aspectos que determinam o quadro clínico


dos pacientes com HPB são: sintomatologia, crescimento
prostático e obstrução infravesical. Sua relação é variável de um
paciente para outro. Alguns homens experimentam sintomas do
trato urinário inferior, mesmo na ausência de crescimento
prostático. Da mesma forma, pacientes com significativo aumen-
to do volume prostático podem ser assintomáticos ou apresentar
sintomatologia leve, sem impacto em sua qualidade de vida.

Para a avaliação inicial de todos os pacientes que apresentam


sintomas do trato urinário inferior, potencialmente relacionadas
à HPB, deve-se coletar uma história clínica, procurando identifi-
car morbidades agregadas que possam promover anormalidades
no esvaziamento vesical.

Tabela 1

Sintomas da hiperplasia prostática benigna

Obstrutivos Irritativos
Jato fraco Urgência
Esforço miccional Polaciúria
Jato interrompido Dor suprapúbica
Hesitação Noctúria
Gotejamento Miccional
Incontinência Paradoxal
Esvaziamento Vesical incompleto

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Na história clínica, deverão ser enfocados: de doença renal ou retenção urinária. Muitas
início e evolução dos sintomas, antecedentes vezes, poderá ser necessária antes da realização
cirúrgicos, história familiar de câncer prostático, de exames contrastados3(A).
disfunção sexual, hematúria, infecções do trato
urinário, doenças neurológicas, diabetes, Classicamente, os sintomas são a base para
estenose uretral, retenção urinária prévia, cálculo a avaliação da obstrução do trato urinário in-
vesical e o agravamento dos sintomas após o ferior, indicações de tratamento e avaliação
uso de medicações, tais como anticolinérgicas dos resultados terapêuticos. O IPSS, Interna-
ou alfa-agonistas. tional Prostatic Symptoms Score (idêntico ao
AUA Symptom Index), deve ser aplicado na
O exame físico (EF) deverá ser iniciado por avaliação de pacientes com sintomas relacio-
uma inspeção do abdome e genitália, buscando nado à hiperplasia prostática benigna. Os
alterações relacionadas, como: globo vesical sintomas são considerados leves para valores
palpável, anomalias genitais, dermatite entre 0 e 7, moderados, entre 8 e 10 e gra-
amoniacal ou a presença de secreção uretral. O ves, entre 20 e 35. É importante considerar
exame digital da próstata (EDP) é fundamental que a aplicação de escores de sintomas não
na avaliação dos pacientes com sintomas do trato substitui a abordagem pessoal do médico com
urinário inferior. Neste exame, devem ser avali- o seu paciente, na quantificação dos sinto-
adas a contração e a sensibilidade do esfíncter mas e avaliação do impacto sobre a qualidade
anal, reflexo bulbo-cavernoso, características de vida2(D).
prostáticas (volume, consistência, regularidade,
limites, sensibilidade e mobilidade), vesículas RECOMENDAÇÕES
seminais e parede retal1(D).
• Avaliação inicial dos pacientes com sintomas
A presença de elementos anormais e sedi- do trato urinário inferior relacionados à
mentos no exame laboratorial da urina detecta HPB deve ser composta por: história clíni-
a presença de hematúria microscópica ou infec- ca, exame físico, exame digital da próstata,
ções do trato urinário2(D). A dosagem sérica do dosagem sérica do PSA (em pacientes
antígeno prostático específico (PSA) tem indi- selecionados) e exame de urina (elementos
cação em pacientes com expectativa de vida anormais e sedimentoscopia).
superior a 10 anos ou quando o diagnóstico do • Dosagem sérica da creatinina e citologia
câncer pode alterar o manejo dos sintomas. urinária são exames laboratoriais opcionais
na avaliação de pacientes com sintomas do
A citologia urinária é um exame opcional trato urinário inferior.
em pacientes com predomínio dos sintomas
irritativos, especialmente na presença de fato-
res de risco para neoplasia vesical, como o MÉTODOS DIAGNÓSTICOS OPCIONAIS
tabagismo1(D).
Os métodos diagnósticos opcionais (Tabe-
A dosagem sérica da creatinina é recomen- la 2) são aqueles que não são rotineiramente
dada na presença de história clínica sugestiva solicitados, porém, podem ajudar na investi-

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gação da HPB. Quando a avaliação inicial do utilizados em pacientes que serão submetidos
paciente é sugestiva de uma causa não-prostática a terapias invasivas para a confirmação diagnós-
para a sua sintomatologia ou quando se opta tica da etiologia dos sintomas urinários ou ain-
por uma terapia invasiva, deve-se complemen- da quando seus resultados puderem interferir
tar esta avaliação inicial utilizando-se a fluxo- no tipo de tratamento a ser empregado1,2(D).
metria e a medida do volume residual pós-
miccional por ultra-sonografia. Estes testes não RECOMENDAÇÕES
são realizados rotineiramente na conduta obser-
vadora ou na terapia medicamentosa, todavia, • A urofluxometria e a avaliação do resíduo
podem ser úteis em pacientes com história clí- pós-miccional por ultra-sonografia devem ser
nica complexa e naqueles que desejam ser sub- solicitadas quando houver suspeita que os
metidos a uma terapia invasiva. Outros estu- sintomas do trato urinário inferior não
dos como a curva de fluxo-pressão, uretro- estejam relacionados à HPB, para a confir-
cistoscopia ou ultra-sonografia podem ser mação da etiologia dos sintomas.

Tabela 2

Métodos diagnósticos em HPB1,2(D)

Método Indicação

1a Linha • História clínica Todos os pacientes com sintomas


relacionados a hiperplasia prostática benigna
• EF e EDP
• PSA*
• Exame de urina

2a Linha • Laboratoriais
• Creatinina Suspeita de dano renal
• Citologia urinária Suspeita de tumor vesical ou Ca in situ
• Volume pós-miccional Possibilidade de STUI não relacionados a HPB
• Urofluxometria Possibilidade de STUI não relacionados a HPB

3a Linha • Ultra-sonografia
• Curva fluxo/pressão Avaliação de pacientes com necessidade
de tratamentos invasivos

4a Linha • Uretrocistoscopia Investigação de doenças associadas a STUI


• Uretrocistografia
• Urografia excretora

* apenas para pacientes com expectativa de vida com mais de 10 anos

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• A avaliação da curva de fluxo/pressão e do possibilidade de que estes sintomas venham a


volume prostático pela ultra-sonografia evoluir com o tempo não pode ser mensurada,
abdominal ou transretal é uma opção em sendo esperada, em alguns pacientes, uma
pacientes que serão submetidos a terapias estabilização dos sintomas4(B)5(C). Também
invasivas ou quando seus resultados podem pode ser uma opção para pacientes com sinto-
interferir na decisão terapêutica. mas moderados ou graves, sem complicações.

CONDUTA TERAPÊUTICA Na indicação de uma conduta observadora,


é importante considerar que os sintomas do trato
A etiologia dos sintomas do trato urinário urinário inferior progridem com o tempo, em
inferior é bastante complexa, estando rela- uma parcela significativa dos pacientes 6(B),
cionada a fatores diversos, como o aumento devendo o paciente estar ciente desta possibili-
do volume prostático, tônus da musculatura dade. A capacidade de aceitar os sintomas
lisa prostática/colo vesical e alterações na urinários é extremamente variada. Desta forma,
musculatura detrussora. Desta forma, a de- alguns pacientes podem tolerar uma conduta
cisão sobre o tratamento deve ser cuidado- observadora, mesmo com escores de sintomas
samente refletida e aplicada individualmen- elevados. O desconforto gerado pelos sintomas
te. A participação do paciente na escolha do pode ser reduzido através de orientações
seu tratamento tem importância fundamen- comportamentais como a redução da ingesta de
tal, uma vez que o impacto dos sintomas na líquidos à noite, exercícios para treinamento
qualidade de vida é considerado decisivo nesta vesical, redução de álcool, café e cigarros. Caso
escolha. esta conduta seja preferida, a reavaliação deverá
ser realizada anualmente2(D).
As opções para o manejo de pacientes com
hiperplasia prostática benigna incluem a RECOMENDAÇÕES
obser vação (watchful waiting), terapia
medicamentosa, terapias minimamente A conduta expectante é uma opção segura
invasivas e tratamento cirúrgico. Estes tópicos em pacientes com sintomas urinários leves,
serão discutidos a seguir. A Figura1 mostra o pacientes com aumento prostático assinto-
fluxograma para manejo diagnóstico e mático ou ainda em pacientes com sintomas
terapêutico dos pacientes com HPB. moderados/graves sem complicações, desde
que esta seja a sua preferência.
Observação “Watchful Waiting”
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
Observação e acompanhamento criterioso
é a estratégia preferencial no manejo de pa- Atualmente, estão disponíveis quatro
cientes com sintomas leves relacionados à opções de tratamento medicamentoso:
HPB. Nesta conduta, o paciente é monitori- α-bloqueadores, inibidores da 5 α-redutase,
zado e seguido pelo seu médico, porém não fitoterápicos e a terapia combinada. A utiliza-
recebe qualquer intervenção terapêutica. A ção de um tratamento medicamentoso para a

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Figura 1
Fluxograma para manejo diagnóstico e terapêutico de pacientes com HPB1(D)

Avaliação Inicial
• História
• EF e EDP
• Exame de Urina Presença de:
• PSA • Retenção urinária persistente
• Uretero-hidronefrose
IPSS • Insuficiência renal devido à HPB
• Infecção urinária recorrente +
• Hematúria macroscópica
Sintomas Moderados/Graves recorrente de origem prostática +
IPSS > 8 • Cálculo vesical devido à HPB
Sintomas Leves
• Pacientes refratários a outras
IPSS < 8
terapias.
Testes diagnósticos opcionais: • Divertículos vesicais associados a
• Fluxometria * infecção recorrente ou disfunção
• Resíduo Pós-miccional vesical +

Discussão sobre opções Cirurgia


de tratamento

Paciente prefere métodos Paciente prefere método


não invasivos invasivo

Observação Terapia Medicamentosa Testes diagnósticos


opcionais

Terapias Minimamente Cirurgia


Invasivas

HPB proporciona alívio eficaz dos sintomas α-BLOQUEADORES


com efeitos colaterais de menor intensidade, A utilização de α-bloqueadores no tratamen-
porém, esta eficácia não é comparada aos re- to da HPB baseia-se no fato de que o aumento
sultados obtidos com a ressecção transuretral do tônus da musculatura lisa prostática, media-
da próstata, que ainda é considerado o trata- da por receptores α-1-adrenérgicos, seria um
mento padrão7(C) 8,9(D). dos fatores geradores do processo obstrutivo

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nestes pacientes10-12(D). A ação destas drogas doxazosina, 0,8 mg para a tansulozina e de 10


também pode estar associada à promoção da mg para a terazosina. A eficácia é compro-
apoptose nas células da musculatura lisa da vadamente dose-dependente para a doxazosina
próstata13(D). Os antagonistas dos recepto- e a terazosina1(D).
res α-1-adrenérgicos comercialmente dispo-
níveis para o tratamento da HPB (terazosina, Muitos estudos bem conduzidos vêm
alfuzosina, doxazosina, tansulozina) inibem demonstrando que a utilização de α−bloquea-
este processo e foram amplamente discutidos dores em pacientes com retenção urinária aguda
na literatura durante a última década14(A). por HPB aumenta a chance de micção espontâ-
Os dados da literatura são insuficientes para nea após a retirada do cateter, esquemas e dro-
a recomendação do uso do prazosim no ma- gas diferentes vêm sendo utilizados com bons
nejo de pacientes com sintomas relacionados resultados20(A)21(B). Apesar disto, estes estu-
à HPB2(D). A utilização de α-bloqueadores
dos ainda não demonstram a possibilidade de
no tratamento sintomático de pacientes com
prevenção secundária para um novo episódio de
HPB reduziu de forma dramática o número
retenção ou para a necessidade de cirurgia. Cri-
de indicações para o tratamento cirúrgico no
térios para a identificação de pacientes de mai-
decorrer dos últimos anos, demonstrando sua
or ou menor risco para eventos secundários
efetividade no controle sintomático destes
pacientes. devem ser pesquisados, para que a indicação de
um tratamento medicamentoso ou cirúrgico seja
melhor aplicada a pacientes com retenção
Todas as medicações α-bloqueadores para o
tratamento da HPB apresentam uma efetividade urinária aguda22(A)23(D).
comparável no controle dos sintomas urinários,
levando a uma redução média de 4 a 6 pontos no Dados preliminares sugerem que a utilização
escore de sintomas da AUA e a um aumento de α-bloqueadores por longo prazo pode prevenir
do fluxo urinário (Qmax), com resultados sig- o desenvolvimento de hipertrofia da parede
nificativamente superiores a utilização do vesical, em ratos e reduzir a hipertrofia da pare-
placebo15(A)16,17(B). Quando comparada ao uso de, em homens com obstrução por HPB. A uti-
de inibidores da 5-α-redutase, é possível obser- lização de drogas como a tansulozina reduz os
var um alívio dos sintomas de forma mais rápida riscos de retenção aguda de urina e a necessida-
e pronunciada com o uso de α-bloqueadores18(A). de de tratamento cirúrgico, da mesma forma
que inibidores da 5 α-redutase, como a
A utilização de um segundo agente finasterida24(B)25(D).
α-bloqueador, após a falha de uma primeira
medicação, não apresenta vantagens na melho- Os efeitos colaterais mais comuns relacio-
ra dos sintomas19(A). nados à utilização de α-bloqueadores são:
hipotensão ortostática, vertigem, astenia,
As doses máximas toleráveis e clinicamente problemas ejaculatórios e congestão nasal26(B).
efetivas não estão completamente definidas para
nenhum dos α-bloqueadoes disponíveis, porém, A tansulozina apresenta os menores riscos
dados clínicos demonstram ser de 8 mg para a de hipotensão postural, porém apresenta maiores

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incidências de disfunções ejaculatórias27(B). Em inapropriada em pacientes que não apresentem


homens com hipertensão e fatores de risco aumento significativo da próstata, volume
cardíaco, a doxazosina com monoterapia parece inferior a 40 - 50 cm3 29(A).
aumentar o risco do desenvolvimento de insufi-
ciência cardíaca congestiva, quando comparada A utilização de inibidores da 5 α-redutase
a outros agentes anti-hipertensivos. A utiliza- reduz os riscos de episódios de retenção urinária
ção destas medicações não deve ser considerada aguda ou de cirurgia em pacientes com HPB.
para o manejo da hipertensão em pacientes com O paciente deverá estar ciente das desvantagens
HPB. Nestes casos, uma medicação específica desta conduta, como riscos de disfunção sexual
para o tratamento anti-hipertensivo deve ser e necessidade de uso da medicação diariamente
aplicada, separadamente ao uso do α-bloqueador e por um longo período30,31(A)32(B).
utilizado para o alívio dos sintomas urinários.
Os efeitos colaterais associados ao uso de
Recomendações inibidores da 5-α-redutase são basicamente da
• Os α-bloqueadores disponíveis para o esfera sexual, como impotência, redução da li-
tratamento da HPB são uma opção segura bido e disfunção ejaculatória, sendo reversíveis
e eficaz no manejo de pacientes com HPB após a descontinuidade do tratamento e uso a
sintomática. longo prazo33(D).

A dutasterida é um novo e promissor


• As diferentes drogas (terazosina, alfuzosina,
inibidor da 5-α-redutase tipo 1 e tipo 2. É
doxazosina e tansulozina) apresentam
bem tolerada, com efeitos aparentemente se-
eficácia comparada quanto à redução dos
melhantes à finasterida, quando comparamos
sintomas e melhora do fluxo urinário.
os resultados na diminuição do volume
prostático, diminuição dos sintomas, melhora
INIBIDORES DA 5-α-REDUTASE do fluxo urinário e utilização na prevenção da
progressão da HPB34,35(A). Também apresen-
A utilização da finasterida, um inibidor da ta redução semelhante dos níveis do PSA sérico
5-α-redutase tipo 2, tem resultados compro- após seis meses36(D).
vados no manejo de pacientes com HPB. Seus
efeitos estão baseados redução dos níveis séricos Recomendações
e intraprostáticos da di-hidrotestosterona, po- • Os inibidores da α-5-redutase, finasterida e
rém não comparada à castração. A diminui- dutasterida, apresentam eficiência e seguran-
ção dos valores do PSA experimentados por ça em pacientes com sintomas do trato
estes pacientes é esperada em cerca de 50% do urinário inferior associados a significativo
valor basal, após seis meses da utilização da aumento do volume prostático.
medicação, e este fato deve ser considerado na
detecção do câncer de próstata28(C). É impor- • Pacientes com aumento prostático
tante considerar que seus resultados na dimi- assintomático ou com sintomas leves podem
nuição dos sintomas são inferiores aos utilizar inibidores da α-5-redutase com
α-bloqueadores, sendo a sua utilização objetivo de prevenir a progressão da HPB.

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TERAPIA COMBINADA suportar a recomendação da utilização de


fitoterápicos no manejo da HPB.
Alguns estudos demonstraram não existir
vantagens na associação de α-bloqueadores e TERAPIAS MINIMAMENTE INVASIVAS
finasterida. A associação das drogas não traria
efeito adicional sobre a melhora nos sintomas e Os procedimentos minimamente
aumento do Qmax18,29(A)37(D). Estudo publi- invasivos (Tabela 3) fornecem outro modo
cado em 2003 apresenta resultados diferentes, atraente de manejar a hiperplasia prostática
mostrando que a utilização de finasterida e benigna sintomática. Termoterapia
doxazosina de forma combinada reduz os riscos transuretral com micro-ondas (TUMT), cuja
de retenção urinária aguda e da necessidade de efetividade reside na termo-ablação do teci-
procedimentos invasivos em pacientes com do prostático obstruído, eleva a temperatura
HPB, quando comparada à utilização isolada intraprostática a 45 - 70 graus centígrados,
destas drogas3(A). causando necrose de coagulação e subseqüen-
te cavitação no interior do parênquima
Recomendações prostático. Adicionalmente, a destruição de
• A combinação de α-bloqueadores e 5-α- neuroreceptores α-adrenérgicos diminuiria o
redutase pode ser útil em pacientes com tônus muscular liso capsular 40(A). Em geral
HPB e alto risco de progressão para a re- estes métodos são mais efetivos do que a te-
tenção urinária aguda ou procedimentos ci- rapia medicamentosa, porém menos eficazes
rúrgicos. em comparação com a ressecção trans-uretral
da próstata.
FITOTERÁPICOS
A ablação prostática através de agulha
Apesar da fitoterapia ser uma opção ampla- trans-uretral (TUNA) utiliza radiofreqüência
mente utilizada no tratamento da HPB, em todo intersticial, com agulhas guiadas através da
o mundo, apenas um pequeno número de estu- uretra, com controle cistoscópico e coloca-
dos controlados e randomizados encontra-se das nos lobos laterais, causando necrose de
disponível para a avaliação. Muitos destes estu- coagulação. A tem peratura no tecido
dos foram inadequadamente desenhados ou con- obstrutivo atinge cerca de 80 a 100 graus
tinham uma amostra pequena de pacientes. O centígrados, com a formação de cavidade com
efeito da fitoterapia foi comparado ao da cerca de 1 cm. Estas, eventualmente,
finasterida38(A). A utilização do extrato de coalescem, criando cavitações no parênquima
Serenoa repens apresentou eficácia superior à prostático. O procedimento é realizado com
tansulosina, no manejo de pacientes com esco- anestesia local e o paciente ideal é aquele
re de sintomas superior a 1039(A). que apresenta uma próstata menor que 60
gramas, com aumento predominante dos
Recomendações lobos laterais. Seus resultados parecem
• No momento, estudos clínicos bem ser superiores à medicação e semelhantes à
estruturados não estão disponíveis para TUMT 41,42(D).

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As endopróteses uretrais (stents) são dis- Recomendações


positivos metálicos ou de poliuretano, coloca- • A utilização de TUMT em pacientes com
dos na uretra prostática por via endoscópica, HPB leva a alívio parcial dos sintomas
com controle fluoroscópico. Quando expandi- prostáticos.
dos na uretra, estes aliviam parcialmente a • Não há evidências de que os diferentes tipos
obstrução e, dentro de algumas semanas, são de aparelhos utilizados para TUMT
cobertos pelo epitélio uretral normal. Em ge- apresentem diferenças quanto a sua eficácia.
ral, pacientes submetidos a este tipo de trata- • Devido ao seu alto índice de complicações,
mento estão em retenção urinária, possuindo os stents devem ser considerados apenas em
co-morbidades graves, não estando aptos a pacientes de altíssimo risco, especialmente
nenhum outro tipo de tratamento. O uso de em retenção urinária.
stents uretrais está associado a complicações
significativas, como incrustações, infecções, TRATAMENTO CIRÚRGICO
dor crônica e falhas por migração ou re-obs-
trução. O uso de dilatação uretral com balão O paciente mais apropriado para ser sub-
não é recomendado para o tratamento de HPB metido à cirurgia, como tratamento inicial para
sintomática2(D). a HPB, é aquele que apresenta sintomas mais
graves ou complicações pela HPB. A escolha do
Nos últimos anos, várias terapias vêm acesso cirúrgico (cirurgia aberta ou endoscópica)
surgindo como opção no manejo da HPB, en- e da fonte de energia (eletrocautério ou LASER)
tre elas podemos destacar: ultra-som focado de são decisões técnicas, baseadas no volume
alta intensidade (HIFU), injeções intra- prostático, preferência individual do cirurgião e
prostáticas de etanol, laser instersticial e co-morbidades do paciente. Da mesma forma
termoterapia induzida por água. Na presente que a terapia medicamentosa ou opções mini-
data, não há suporte adequado na literatura para mamente invasivas, o paciente deve estar ciente
a recomendação destas opções terapêuticas1(D). dos riscos e benefícios do tratamento cirúrgico.

Tabela 3

Terapias Minimamente Invasivas para HPB

Termoterapia transuretral com microondas


Ablação transuretral com agulha
Endopróteses uretrais ou stents
Dilatação uretral com balão
Ultra-som focado de alta intensidade
Coagulação intersticial com laser
Termoterapia induzida por água
Injeção intraprostática de etanol

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A Tabela 4 lista as indicações absolutas para tra- perfuração da cápsula prostática com
tamento cirúrgico em pacientes com HPB. extravasamento de líquido para o retroperitôneo
ocorre em cerca de 2% dos casos e, em geral, é
RESSECÇÃO TRANSURETRAL tratada com a interrupção do procedimento e
DA PRÓSTATA (RTUP) colocação de um cateter de drenagem. A
síndrome pós-RTUP (2%), caracterizada por
A RTUP é considerada o tratamento confusão mental, náuseas, vômitos, hipertensão,
padrão-ouro entre as terapias cirúrgicas, base- bradicardia e distúrbios visuais, está relacionada
ando-se em estudos clínicos randomizados com à hiponatremia por absorção de líquido na
longo tempo de seguimento. Leva à melhora dos corrente sanguínea. Incontinência urinária por
sintomas em torno de 85%, após um ano e 75%, lesão esfincteriana ocorre em 1% dos casos.
após três anos, com melhora do fluxo urinário Outras complicações tardias podem ocorrer,
em cerca de 95%, sendo menor do que a obtida como: ejaculação retrógrada (50%), disfunção
por prostatectomia aberta43(A)7(C). erétil (1% a 12%, que pode não estar relaciona-
da ao procedimento), sintomas miccionais
O procedimento apresenta contra-indica- irritativos, contratura do colo vesical (2,7%),
ções relativas, como: volume prostático superi- infecção urinaria e hematúria recorrente43(A)44,45(D).
or a 80 cm3, cálculos ou divertículos vesicais,
estenose uretral ou anquilose importante de qua- ELETROVAPORIZAÇÃO TRANSURETRAL
dril. A RTUP está relacionada a complicações DA PRÓSTATA (ETUP)
peri-operatórias, pós-operatórias imediatas e
tardias. Sangramento significativo pode ocor- A eletrovaporização consiste em um proce-
rer durante a cirurgia (2,5%), ocasionando, dimento onde se utiliza uma alça de ressecção
muitas vezes, tamponamento vesical (3,3%) no especial (rollerball), com corrente de alta freqüência
pós-operatório e necessidade de transfusão. A (250 W). Apresenta como vantagem a menor

Tabela 4

Indicações de tratamento cirúrgico em pacientes com hiperplasia prostática benigna

• Retenção urinária persistente e refratária às tentativas de tratamento


• Uretero-hidronefrose, com ou sem alteração da função renal
• Insuficiência renal devido à hiperplasia prostática benigna
• Infecções recorrentes do trato urinário
• Hematúria macroscópica recorrente de origem prostática
• Cálculo vesical devido à hiperplasia prostática benigna
• Pacientes refratários a outras terapias
• Divertículos vesicais associados à infecção recorrente ou disfunção vesical

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possibilidade de sangramento, porém, a impos- COAGULAÇÃO TRANSURETRAL COM LASER


sibilidade de utilização de fragmentos para exame
histopatológico deve ser considerada. Estudos A coagulação transuretral com Laser (visual
demonstram resultados semelhantes à RTUP laser ablation of the prostate-VLAP ) consiste na
quanto à melhora dos sintomas, em curto se- utilização de uma fibra de ângulo reto, que se
guimento. Apesar disto, a chance de desenvol- aproxima do tecido prostático a uma distância
vimento de sintomas irritativos, disúria e reten- mínima de 2 mm. Esta emissão de energia irá
ção urinária é superior46,47(B). provocar um efeito de coagulação, sem contato
direto com o tecido prostático. Os resultados, a
INCISÃO TRANSURETRAL DA curto prazo, aproximam-se da RTUP quanto
PRÓSTATA (ITUP) ao alívio dos sintomas, melhora do fluxo urinário
e da qualidade de vida do paciente. Apesar disto,
A incisão transuretral da próstata é um o método encontra-se associado a índices
procedimento cirúrgico endoscópico limita- indesejados de complicações, como retenção
do a próstatas de menor volume, inferior a urinária aguda, com necessidade de cateterismo
30 cm 3 . Pode ser realizado em regime vesical e desenvolvimento de sintomas
ambulatorial, sob anestesia local. O procedi- miccionais irritativos50(C)51(D).
mento consiste na realização de incisões, 1 a
2 , iniciadas próximas ao meato ureteral, es- VAPORIZAÇÃO TRANSURETRAL COM LASER
tendendo-se até próximo ao verumontanum,
devendo atingir a cápsula prostática. Os re- Este procedimento possui os mesmos
sultados, quanto à melhora dos sintomas e princípios da vaporização com eletrocautério.
do fluxo urinário, são semelhantes à RTUP, Diferentemente da coagulação, existe con-
inclusive para seguimento a longo prazo. tato da fibra com o tecido prostático. Apre-
Apresenta morbidade bastante inferior à senta resultados, a curto prazo, que asseme-
RTUP, especialmente quanto ao desenvolvi- lham à RTUP, porém, da mesma forma que
mento de ejaculação precoce (< 15%). Desta o uso do eletrocautério, está associado a ele-
forma, tem indicação em pacientes jovens com vados índices de retenção urinária no pós-
sintomas do trato urinário inferior relacio- operatório e desenvolvimento de sintomas
nados à HPB. Também pode ser considerada irritativos.
em pacientes com elevado risco cirúrgico,
que não suportariam procedimentos mais RESSECÇÃO/ENUCLEAÇÃO TRANSURETRAL
invasivos48,49(C). COM HOLMIUM LASER

TERAPIA COM LASER Trata-se de uma técnica relativamente re-


cente, onde o adenoma prostático é ressecado
O laser pode ser utilizado como fonte de utilizando-se uma fibra de Holmium Laser, es-
energia para a destruição do tecido prostático pecialmente adaptada a um ressectoscópio.
por meio de variadas metodologias: coagulação, Apresenta resultados semelhantes à RTUP,
vaporização e ressecção/enucleação. associados à redução na chance de sangramento,

Hiperplasia Prostática Benigna 13


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transfusão sanguínea e síndrome pós-RTU. Este Recomendações


método vem sendo aplicado para tratamento de • A ressecção transuretral da próstata é o padrão-
próstatas de maior volume, com resultados se- ouro no tratamento cirúrgico da HPB.
melhantes à cirurgia aberta. Porém, dados de • A incisão transuretral da próstata é uma op-
resultados a longo prazo ainda são necessários ção terapêutica segura e eficaz no tratamen-
para uma avaliação mais completa do to de pacientes jovens, com sintomas do tra-
método52(A)53(B). to urinário inferior associados a próstatas de
menor volume, principalmente quando os ris-
CIRURGIA ABERTA cos de ejaculação retrógrada são indesejáveis.
• A terapia com laser apresenta-se como uma
A prostatectomia aberta consiste na opção segura e eficaz no tratamento de pa-
enucleação da porção interna da próstata por via cientes com hiperplasia prostática benigna
suprapúbica ou retropúbica. Este procedimento sintomática, sendo preferidos métodos que
é indicado quando o volume prostático é superi- utilizem a ressecção/enucleação do tecido
or a 80 - 100 gramas44(D). prostático.

14 Hiperplasia Prostática Benigna


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