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A mediação cultural em museus é um fenômeno que se iniciou a partir do fim do século XIX,

em especial nas exposições de Artes Visuais, em função do distanciamento entre as obras de


vanguarda e o público, mesmo para aquele considerado iniciado e socialmente aceito. Em
resposta a esta dificuldade comunicativa, independentemente do tipo do objeto exposto, e à
intensificação do consumo de bens culturais pela classe média no período, surgem os primeiros
profissionais que começam a atuar como “guias de visita” nos mais diversos espaços
expositivos. O papel destes profissionais seria o de fornecer uma visão, em muitos momentos
simplificada, das intenções do projeto curatorial proposto, descartando ou desconsiderando, na
maioria das vezes, possíveis interpretações do público.
Posteriormente, este mesmo profissional recebe a denominação de “monitor”, pois os
questionamentos do público começam a ser levados em consideração durante as visitas e seu
papel passa a abranger a tentativa de fornecimento de resposta aos questionamentos
suscitados pelos visitantes. Hodiernamente, as denominações mais utilizadas são as de
“mediador cultural” ou “educador de museu”, que designariam aquele profissional capaz de
atuar como intermediador das diversas instâncias de significação convocadas pelo público no
contexto de uma exposição museal.
Na atualidade, podemos dizer que o conceito de mediação cultural envolve o estabelecimento
de uma interação dialógica entre os objetos expostos e o público, através de diferentes
dispositivos museográficos e comunicacionais, sendo o mediador cultural, a pessoa que incita,
provoca e estimula uma relação mais ativa com o museu. Cabe destacar que a mediação
cultural não se restringe ao profissional que recebe os visitantes, todos os profissionais de uma
instituição museal devem atuar como mediadores culturais na medida em que todas as suas
funções devem convergir para a criação de exposições que tem, por finalidade principal,
comunicar-se com os visitantes através de objetos impregnados de memória e cultura. No
entanto, para que seja possível atuar desta forma, o mediador cultural precisa de uma ampla
formação teórica e prática, para além do conhecimento dos objetos expostos em sua
instituição.
Neste curso, considerando a carência de formação dos profissionais de nossa região, a
intenção é trazer diversas abordagens teóricas e experiências desenvolvidas em outras
instituições para que tenhamos mais subsídeos para a criação de projetos pedagógicos que
potencializem uma construção profunda de cidadania. Desta forma, as exposições passam a
abranger tanto o direito de acesso aos bens culturais, quanto a subsequente valorização e
salvaguarda de nosso Patrimônio Cultural Material e Imaterial de forma significativa para o
público, cumprindo com a missão educativa das instituições museais em nosso país.

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