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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

Didática: organização do trabalho pedagógico

Acadêmicas: Aline Soares, Camila Cabrera e Valquíria Strehlow.

A TEORIA DOS MODELOS MENTAIS DE JOHNSON-LAIRD

REPRESENTAÇÕES MENTAIS

Uma representação é qualquer notação, signo ou conjunto de símbolos que “representa”


alguma coisa para nós, na ausência dessa coisa que é, tipicamente, algum aspecto do mundo
externo ou de nosso mundo interior, nossa imaginação.

A TEORIA DE JOHNSON-LAIRD

Johnson-Laird distingue entre três tipos de construtos representacionais: modelos mentais,


imagens e proposições. Ele considera que os modelos mentais e as imagens são
representações de alto nível, essenciais para compreender a cognição humana.

Modelos mentais: são análogos estruturais do mundo. Seres humanos entendem o mundo
construindo modelos mentais (modelos de trabalho, modelos que predizem e explicam eventos)
dele em suas mentes. Entender um evento é saber como ele é causado, o que resulta dele,
como provocá-lo, influenciá-lo, evitá-lo.

Proposições e modelos mentais: é preciso ter cuidado com a expressão “tipo linguagem” e
não pensar as proposições simplesmente como frases na língua que falamos. Do ponto de vista
da Psicologia Cognitiva, uma representação proposicional é considerada como uma expressão
em uma linguagem mental, que poderíamos chamar de “mentalês”.

Imagens e modelos mentais: para Johnson-Laird as imagens correspondem a vistas dos


modelos mentais, portanto as imagens assim como os modelos, são determinadas, analógicas e
concretas: como resultado de percepção ou imaginação, elas representam aspectos perceptíveis
de objetos ou eventos do mundo real.

Imagens, proposições e modelos mentais: As proposições, as imagens e os modelos mentais


são logicamente distinguíveis: representações proposicionais são cadeias de símbolos que
correspondem à linguagem natural, modelos mentais são análogos estruturais do mundo e
imagens são modelos vistos de determinada perspectiva.

Natureza dos modelos mentais

1. Princípio da computabilidade: vinculada à Psicologia Cognitiva (que aponta a


mente como um sistema de cômputo), supõe que os modelos mentais são
computáveis. Ou seja, podem ser descritos de forma que uma máquina possa
executar seus comandos.
2. Princípio da finitude: ​modelos mentais são finitos em tamanho.
3. Princípio do construtivismo: ​modelos mentais são construídos a partir de
elementos básicos, organizados em determinada estrutura para representar um
estado de coisas.
4. Princípio da economia: um único modelo mental pode representar infinitos
possíveis estados de coisas, mesmo que a descrição seja incompleta. Pois a cada
nova asserção, o modelo pode ser revisado e acomodado.
5. Princípio da não-indeterminação: ​modelos mentais podem representar
indeterminações se não forem computacionalmente intratáveis.
6. Princípio da predicabilidade: um modelo mental tem de ter predicados que
intersectam um ao outro. Caso um conceito não tenha predicados em comum, que
se complementam, ele torna-se não natural e não representado por modelos
mentais.
7. Princípio do inatismo: primitivos conceituais são inatos, subjazem às experiências
perceptivas. Por exemplo: a palavra MOVIMENTO é um primitivo conceitual que
pode ser definido. Laird também aponta a existência de primitivos procedimentais,
que são acessados quando automaticamente quando constrói-se um modelo mental.
8. Existe um número finito de primitivos conceituais: há um número finito de
primitivos conceituais. Campos semânticos = conceitos e Operadores Semânticos =
relações entre os conceitos (tempo, espaço, possibilidade, causa, intenção, etc.)
9. Princípio da identidade estrutural: as estruturas dos modelos mentais são
idênticas a estrutura do estado das coisas.

Tipologia dos modelos mentais

Johnson Laird distingue modelos físicos (que representam o mundo físico) e


modelos conceituais (que representam abstrações). Dos modelos físicos, Laird aponta seis
tipos:

1. Modelo relacional:​ quadro (frame) com finitos elementos e suas relações.


2. Modelo espacial: relações espaciais; de localização. As relações entre entidades são
espaciais e são representadas pela localização dos elementos.
3. Modelo temporal: sequência de quadros (frames) em ordem temporal dos
acontecimentos, embora, não necessariamente, em tempo real.
4. Modelo cinemático: modelo temporal psicologicamente contínuo. Representa
mudanças e movimentos. Geralmente pode ocorrer em tempo real quando derivado
da percepção.
5. Modelo dinâmico: modelo cinemático que representa relações causais entre os
eventos apresentados.
6. Imagem: corresponde a uma vista, uma projeção, do objeto ou do estado de coisas
presente no modelo.

Dos modelos conceituais:

1. Modelo monádico: representa asserções sobre os indivíduos, suas propriedades e


identidades.
2. Modelo relacional:​ relações abstratas entre indivíduos do modelo monádico.
3. Modelo metalinguístico: expressões linguísticas e relações abstratas com
modelo de qualquer tipo.
4. Modelo conjunto-teórico: tem um número finito de elementos que representam um
conjunto e suas propriedades.

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