Você está na página 1de 52

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ATRAVÉS DE BIOGÁS

RÉGIS VEIGA DE ALMEIDA

RIO DE JANEIRO
JUNHO / 2018
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
ENGENHARIA ELÉTRICA

GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ATRAVÉS DE BIOGÁS

RÉGIS VEIGA DE ALMEIDA

Monografia apresentada como requisito da disciplina


Monografia II do curso de Engenharia Elétrica
Orientador: M.Sc. Vinícius Maciel Pinto

RIO DE JANEIRO
JUNHO / 2018
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
SISTEMA DE BIBLIOTECAS
Rua Ibituruna, 108 – Maracanã
20271-020 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2574-8899 / 2574-8892

FICHA CATALOGRÁFICA

A447 FICHA
Almeida, CATALOGRÁFICA
Régis Veiga de.
Geração de energia elétrica através de biogás / por
Régis Veiga de Almeida. - 2018.
51 f.: il. color.; 30 cm.

Orientação: Prof. Vinícius Maciel Pinto.


Monografia – Universidade Veiga de Almeida, Curso de
Graduação em Engenharia Elétrica, Rio de Janeiro, 2018.

1. Engenharia elétrica. 2. Energia renovável. 3.


Biogás. 4. Biodigestor. I. Pinto, Vinícius Maciel
(Orientador). II. Universidade Veiga de Almeida. Curso de
Graduação em Engenharia Elétrica. III. Título.

CDD 621.3
BN

Elaborada por Flávia Fidelis Calmon – CRB-7/5309


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu avô Luiz da Conceição Veiga (in memoriam), por
ter participado ativamente da minha formação pessoal, por ter custeado toda minha
formação acadêmica de base. Tenho muito orgulho de ter tido o senhor como avô
assim como eu sei que o senhor tinha muito orgulho de me ter como neto. Fico feliz
por ter puxado você em muitas coisas, principalmente a sua inteligência.
AGRADECIMENTOS

Agradeço,

Primeiramente aos meus pais Nilton Faria de Almeida e minha mãe Ana Lucia
Veiga de Almeida, por me educarem e por terem feito de mim um homem de caráter.
Reconheço todo esforço que vocês fizeram pela minha educação e formação
pessoal e acadêmica, e sou muito grato por isso. Amo vocês.

À minha irmã Renata e ao meu cunhado João, por acompanharem de perto


essa minha caminhada desde o começo.

À minha avó Edite por apoiar e ajudar todo mês com custos adicionais.

Àqueles professores que proporcionaram conhecimento e contribuíram com o


meu desenvolvimento intelectual, sou muito grato pelo conhecimento adquirido.

Ao professor Vinicius Maciel Pinto, por aceitar ser meu orientador nesse
trabalho, que inclusive tive a ideia do tema em uma de suas aulas.

Aos amigos de faculdade que sempre se dispuseram a ajudar em momentos


que tive de dificuldade e por me motivar em momentos que me encontrei
desanimado. A caminhada foi difícil e longa, mas nós conseguimos!

Aos amigos de fora da faculdade que me incentivaram a começar o curso e a


continuar nele até o fim.

Muito obrigado à todos vocês por fazerem parte da minha vida, sem vocês eu
não teria chego até aqui.
“Transportai um punhado de terra todos
os dias e fareis uma montanha.”
Confúcio
RESUMO

Neste trabalho será abordado a utilização do biogás como uma fonte alternativa de
geração de energia elétrica, devido a matéria prima ser abundante e de fácil
manipulação. Através de biodigestores é possível produzir o biogás e utiliza-lo para
gerar energia elétrica. Aproveitando a crescente demanda por energia elétrica no
país, devemos utilizar fontes alternativas de energia elétrica para complementar a
matriz energética brasileira. É uma fonte de energia limpa e renovável, portanto, é
uma prática sustentável na qual deve ser mais explorada. Também será feito
estudos de caso em duas situações sobre duas matérias primas diferentes para
produção de biogás.

Palavras chaves: biogás, biodigestor, energia renovável


ABSTRACT

This work will address the use of biogas as an alternative source of electricity
generation, because the raw material is plentiful and easy to manipulate. By means
of biodigester is possible to produce the biogas and use it to generate electricity.
Taking advantage of the growing demand for electricity in the country, we must use
alternative sources of electricity to complement the brazilian energetic matrix. It is a
clean and renewable energy source, therefore, it is a sustainable practice in which it
must be further explored. Also will be made studies of case on two situations about
two different raw materials for the biogas production.

Key words: biogas, biodigester, renewable energy


Lista de Figuras

Figura 1 – Ciclo de Brayton aberto ............................................................................ 20


Figura 2 – Ciclo de Brayton fechado ......................................................................... 20
Figura 3 – Diagrama P-v de ciclo de Brayton ............................................................ 21
Figura 4 – Diagrama T-s de ciclo de Brayton ............................................................ 21
Figura 5 – Diagrama P-v e T-s de ciclo Otto ............................................................. 22
Figura 6 – Corte de motor do tipo Otto ...................................................................... 22
Figura 7 – Etapas do motor Diesel ............................................................................ 23
Figura 8 – Diagrama P-v e T-s de ciclo Diesel .......................................................... 24
Figura 9 – Componentes de uma planta a vapor do ciclo rankine ideal .................... 25
Figura 10 – Diagrama T-s do ciclo rankine ideal ....................................................... 26
Figura 11 – Esquema simplificado do ciclo combinado ............................................. 27
Figura 12 – Diagrama T-s de um ciclo combinado .................................................... 27
Figura 13 – Tipos de máquinas elétricas ................................................................... 28
Figura 14 – Partes principais da máquina de corrente contínua ............................... 30
Figura 15 – (a) Vista em corte da máquina assíncrona. (b) Enrolamento do estator
conectado em Y. (c) Enrolamento do estator conectado em delta. ........................... 31
Figura 16 – Diagrama para o motor de indução monofásico ..................................... 31
Figura 17 – Máquina síncrona com rotor de pólos salientes ..................................... 32
Figura 18 – Máquina síncrona com rotor de pólos lisos ............................................ 32
Figura 19 – Esquema de um transformador monofásico ........................................... 34
Figura 20 – (a) Esquema do autotransformador abaixador e (b) elevador ................ 34
Figura 21 – Biodigestor tipo indiano .......................................................................... 38
Figura 22 – Biodigestor tipo chinês ........................................................................... 39
Figura 23 – Biodigestor modelo Marinha Brasileira ................................................... 40
Figura 24 – Esquema de biodigestor modelo Marinha Brasileira .............................. 41
Figura 25 – Corte frontal de um biodigestor modelo batelada ................................... 42
Figura 26 – Imagem aérea da usina .......................................................................... 44
Figura 27 – Vacas leiteiras na fazenda Iguaçu.......................................................... 45
Lista de Tabelas

Tabela 1 – Composição do biogás ............................................................................ 16


Tabela 2 – Características do biogás após o processo de refino e purificação ......... 17
Tabela 3 – Propriedades físicas e químicas do metano ............................................ 17
Tabela 4 – Características de alguns combustíveis .................................................. 18
Tabela 5 – Matérias primas ....................................................................................... 35
Tabela 6 – Comparação entre três modelos de biodigestores .................................. 42
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
1.1 OBJETIVOS GERAIS ...................................................................................... 13
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................ 13
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 14
1.4 RELEVÂNCIA .................................................................................................. 14
1.5 DELIMITAÇÃO DO TEMA ............................................................................... 15
1.6 METODOLOGIA DE PESQUISA ..................................................................... 15
2. REFERENCIAL TEÓRICO GERAL ...................................................................... 16
2.1 ORIGEM .......................................................................................................... 16
2.2 COMPOSIÇÃO ................................................................................................ 16
2.3 FILTRAGEM .................................................................................................... 16
2.4 PODER CALORÍFICO ..................................................................................... 17
2.5 CICLOS TERMODINÂMICOS ......................................................................... 18
2.5.1 CICLO DE BRAYTON ............................................................................... 19
2.5.2 CICLO OTTO ............................................................................................ 21
2.5.3 CICLO DE DIESEL.................................................................................... 23
2.5.4 CICLO DE RANKINE ................................................................................ 24
2.5.5 CICLO COMBINADO ................................................................................ 26
2.6 MÁQUINAS ELÉTRICAS ................................................................................. 27
2.6.1 MÁQUINAS ELÉTRICAS ROTATIVAS ..................................................... 28
2.6.1.1 MÁQUINAS DE CORRENTE CONTÍNUA .......................................... 29
2.6.1.2 MÁQUINAS ASSÍNCRONAS.............................................................. 30
2.6.1.3 MÁQUINAS SÍNCRONAS .................................................................. 31
2.6.2 MÁQUINAS ELÉTRICAS ESTACIONÁRIAS ............................................ 33
3. BIOGÁS ................................................................................................................ 35
3.1 PRODUÇÃO DE BIOGÁS ............................................................................... 35
3.2 UTILIZAÇÃO.................................................................................................... 35
3.3 VANTAGENS................................................................................................... 36
3.4 DESVANTAGENS ........................................................................................... 36
4. BIODIGESTORES ................................................................................................ 37
4.1 TIPOS DE BIODIGESTORES ......................................................................... 37
4.1.1 BIODIGESTOR CONTÍNUO ..................................................................... 37
4.1.1.1 BIODIGESTOR TIPO INDIANO.......................................................... 37
4.1.1.2 BIODIGESTOR TIPO CHINÊS ........................................................... 38
4.1.1.3 BIODIGESTOR MODELO MARINHA BRASILEIRA ........................... 39
4.1.2 BIODIGESTOR TIPO BATELADA ............................................................ 41
4.2 COMPARAÇÃO ............................................................................................... 42
5. ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 43
5.1 USINA DE BIOGÁS TERMOVERDE CAIEIRAS ............................................. 43
5.1.1 INFORMAÇÕES BÁSICAS ....................................................................... 43
5.1.2 INFORMAÇÕES TÉCNICAS .................................................................... 44
5.2 FAZENDA IGUAÇU ......................................................................................... 45
5.2.1 INFORMAÇÕES BÁSICAS ....................................................................... 45
5.2.2 INFORMAÇÕES TÉCNICAS .................................................................... 45
6. CONCLUSÃO E SUGESTÃO TRABALHOS FUTUROS ..................................... 47
6.1 CONCLUSÃO .................................................................................................. 47
6.2 SUGESTÃO DE TRABALHOS FUTUROS ...................................................... 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 48
13

1. INTRODUÇÃO

Desde sua descoberta, a eletricidade se desenvolveu de forma surpreendente


e desde então mudou a vida das pessoas completamente. Hoje em dia não
conseguimos imaginar a sociedade sem energia elétrica.
Praticamente tudo a nossa volta depende de eletricidade, pois estamos
rodeados de tecnologia, na qual, nos acostumamos a viver. Hoje temos
computadores, celulares e diversos dispositivos eletrônicos que sem eletricidade são
apenas um monte de sucata.
Com a descoberta da eletricidade tivemos uma verdadeira revolução, e após
séculos de desenvolvimento ainda existem milhões de brasileiros sem energia
elétrica (GLOBO.COM, 2017). Parte desse problema poderia ser solucionado com
biodigestores e uma pequena central de geração de energia.
Nos dias de hoje devemos nos preocupar com o tratamento de resíduos, seja
de lixo urbano ou de dejetos de animais. Sabemos que esses resíduos são grandes
causadores de poluição devido a emissão de gases causadores do efeito estufa e a
poluição do solo que pode atingir lençóis freáticos.
E devido a carência e energia elétrica do país, o uso de biogás para geração
de energia elétrica vem se mostrando uma excelente forma de complementar a
produção de energia elétrica no Brasil.

1.1 OBJETIVOS GERAIS

Este trabalho tem como objetivo mostrar uma fonte alternativa de energia
renovável que é pouco explorada e pode ser muito útil para complementar o
abastecimento de energia elétrica, principalmente em regiões rurais, na qual, pode-
se utilizar os dejetos dos animais para a produção do biogás. O mesmo também
pode ser obtido através da decomposição do lixo e tratamento de esgoto.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O intuito deste estudo é analisar e verificar sobre o biogás e o potencial de


geração de energia elétrica que ele tem.
14

Ao longo desse trabalho será abordado sobre o gás metano (biogás e gás
natural), usinas termoelétricas, geradores, biodigestores, ciclo de Brayton,
cogeração, sustentabilidade, entre outras coisas.
Ao final do estudo você entenderá melhor sobre geração de energia elétrica e
como o biogás pode ser útil parar gerar energia e ainda colaborar com
sustentabilidade devido ao aproveitamento de dejetos de animais e lixo. Fazendas e
pequenas regiões podem ser autossuficientes no consumo de energia elétrica com
essa fonte que temos disponível.

1.3 JUSTIFICATIVA

A justificativa para esse trabalho é devido ao fato de aproveitar o lixo e os


dejetos de animais, que seriam inteiramente descartados. O lixo muitas vezes
descartado de forma errada pode contaminar o solo e lençóis freáticos, assim como
os dejetos de animais que são grandes causadores de poluição do solo e de lençóis
freáticos. No caso de dejetos de animais, além do biogás produzido que pode ser
utilizado para geração de energia elétrica, pode-se também utilizar como adubo
após o processo e retirada do biodigestor. Em suma, pode ser reduzido o uso de
combustíveis fósseis, pois trata-se de energia limpa e renovável, assim, reduzindo
os impactos causados ao meio ambiente.

1.4 RELEVÂNCIA

Considera-se como relevante este estudo, pois investiga-se sobre um tema


crucial no cenário nacional que é o consumo de energia elétrica. O país está vivendo
um momento de alta demanda de energia elétrica e a tendência é continuar
aumentando devido ao constante aumento populacional (FRANCISCO, 2010).
Com base nisso, constata-se a necessidade de estudo e investimento neste
campo, sabendo que o Brasil tem chamado a atenção de países desenvolvidos
devido suas fontes de energia de biocombustíveis e geração de energia elétrica
(AVACI; et al, 2013).
15

1.5 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Este estudo abrangerá a parte técnica e teórica do tema em questão. Será


feito um estudo sobre equipamentos, processos, técnicas e materiais que estão
diretamente ligados à geração de energia elétrica através do biogás.
Neste estudo não será tratado sobre viabilidade econômico-financeira para
um projeto de geração.

1.6 METODOLOGIA DE PESQUISA

A metodologia de pesquisa empregada foi através de livros, artigos


científicos, monografias e vídeos da internet. Foi utilizado ferramentas de busca na
internet, principalmente o Google. Também foi utilizado o Scielo que apresenta
grande número de artigos científicos e pesquisas. Foi utilizado para a busca
palavras como biogás, produção de biogás, geração de energia elétrica, entre
outros. Para busca de imagens foi utilizado o Google Imagens na grande maioria.
16

2. REFERENCIAL TEÓRICO GERAL

2.1 ORIGEM

A origem do biogás se dá pela decomposição da matéria orgânica como resto


de alimentos, lixo urbano, dejetos de animais, esgoto, entre outros. Ocorre na
ausência de oxigênio em um processo chamado Decomposição Anaeróbica.

2.2 COMPOSIÇÃO

O biogás é um gás composto em sua maioria por metano, mas também


possui em menores quantidades gás carbônico (CO2), sulfeto de hidrogênio (H2S),
vapor de água (H2O), hidrogênio (H2), amoníaco (NH3), entre outros (PORTAL DO
BIOGÁS, 2016).

Tabela 1 – Composição do biogás


Descrição Fórmula Concentração
Metano CH4 50 – 75 Vol.-%
Dióxido de Carbônico CO2 25 – 45 Vol.-%
Vapor de Água H2O 2 – 7 Vol.-%
Oxigênio O2 < 2 Vol.-%
Nitrogênio N2 < 2 Vol.-&
Amoníaco NH3 < 1 Vol.-%
Gás de Hidrogênio H2 < 1 Vol.-%
Sulfeto de Hidrogênio H2S 20 – 20.000 ppm
Fonte: Portal do Biogás, 2016

2.3 FILTRAGEM

Para estar propício ao uso, o biogás deve passar por processos de filtragem e
refino, que tem por finalidade:

• Preservar a vida útil de equipamentos como geradores, motores, caldeiras e


tubulações.
• Melhorar a capacidade energética e poder calorífico do biogás, o
transformando em biometano.
• Valorizar economicamente o biogás.
17

Após esse processo o biogás estará pronto para uso em diversas aplicações
que será melhor explicada no capítulo 3 (GONZÁLEZ, 2015).

Tabela 2 – Características do biogás após o processo de refino e purificação


Parâmetros Concentração
Metano (CH4) 94%
Dióxido de Carbono (CO2) 5%
Oxigênio (O2) 0,70%
Sulfeto de Hidrogênio (H2S) 0 ppm
Hidrogênio (H2) 0 ppm
Eficiência na remoção de CO2 87%
Eficiência na remoção de H2S 100%
Fonte: Embrapa, 2015

2.4 PODER CALORÍFICO

O poder calorífico é uma das características mais importantes de um gás, é a


quantidade de energia liberada na combustão completa de uma unidade de massa
ou volume, também conhecido como poder de queima, calor de combustão ou
potência calorífica (PRATI, 2010).
Geralmente um combustível é composto por carbono, hidrogênio e oxigênio.
Quando há combustão do mesmo, há a formação de água como produto dessa
reação devido a presença de hidrogênio, essa água pode estar no estado líquido,
gasoso ou ambos. Se a água formada na combustão se condensar então é obtido o
poder calorífico superior do combustível (PCS), mas se a água estiver no estado
gasoso é obtido o poder calorífico inferior (PCI), devido a isso o biogás também terá
ambos os poderes caloríficos. De acordo com a concentração de metano no biogás
o poder calorífico pode variar entre 4.259 a 6.815 kcal/m³ para o poder calorífico
inferior e superior, respectivamente, após o devido tratamento o biogás pode atingir
um poder calorífico próximo a 10.000 kcal/m³ (PRATI, 2010).
Mais sobre características e propriedades de combustíveis nas tabelas 3 e 4.

Tabela 3 – Propriedades físicas e químicas do metano


Peso molecular 16,04 u.m.a
Ponto de ebulição, a 1,00 atm -161,49 ºC
Ponto de congelamento, a 1,00 atm -182,48 ºC
Pressão Crítica 45,84 atm
Temperatura crítica -82,5 ºC
Peso específico (0º, 1,00 atm) 0,718 kg/m³
Poder calorífico superior (0º, 1,00 atm) 9.520,00 kcal/m³
Poder calorífico inferior (0º, 1,00 atm) 8.550,00 kcal/m³
Relação ar/combustível 9,53 litros/1 litro
18

Limites de inflamabilidade 5,00 a 15,00% em vol.


Número de octanos 130,00
Temperatura de ignição 650,00 ºC
Energia para ignição 300,00 µJ
Velocidade de chama 0,40 m/s
Fonte: Craveiro, 1982

Tabela 4 – Características de alguns combustíveis


Combustível Massa Específica - Poder Calorífico Poder Calorífico
kg/Nm³ Inferior – kcal/kg Superior – kcal/kg
Petróleo 867 10.200 10.900
Carvão Vapor n.d. 4.000 4.460
Carvão Metalúrgico n.d. 7.425 7.700
Lenha 390 2.530 3.300
Cana de Açucar n.d. 917 1.030
Óleo Diesel 851 10.180 10.750
Óleo Combustível 999 9.547 10.900
Gasolina 738 10.556 11.230
GLP 552(liq.) 2,29(gás) 11.026 11.750
Nafta 704 10.462 11.320
Querosene 787 10.396 11.090
Gás Canalizado n.d. 4.230 4.700
Gás de Coqueria n.d. 4.400 4.500
Coque de Carvão Mineral n.d. 6.900 7.300
Lixívia 2.100 n.d. 3.030
Carvão Vegetal 250 6.115 6.800
Álcool Anidro 791 6.400 7.090
Álcool Hidratado 809 5.950 6.750
Bagaço de Cana n.d. 1.777 2.257
Gás de Refinaria 0,78 8.272 8.800
Gás Natural n.d. 8.554 9.400
n.d. = não disponível
No caso de gases trata-se de Nm³, nas CNTP – Condições Normais de Temperatura e Pressão (1
atm, 0 ºC)
* A composição do biogás é função direta da quantidade e matéria orgânica presente nos resíduos.
Fonte: Alves, 2000

2.5 CICLOS TERMODINÂMICOS

Os ciclos termodinâmicos são processos que um sistema realiza a fim de se


obter trabalho do sistema ou de se realizar trabalho sobre o sistema. Existem
diferentes tipos de motores que tem um processo diferenciado para se obter trabalho
do sistema. Desta forma, o ciclo que rege o funcionamento do motor a diesel é
diferente do ciclo que rege o funcionamento do motor a gasolina ou álcool. Estes
dois ainda são diferentes de motores de ciclo a vapor, por exemplo, que estão longe
de ser um ciclo ideal (GASPAR, 2002).
Os ciclos termodinâmicos são:
19

• Ciclo de Carnot (ciclo ideal)


• Ciclo de Stirling (motor de fontes de diferentes temperaturas)
• Ciclo de Diesel (motor a diesel)
• Ciclo de Rankine (ciclo a vapor)
• Ciclo de Otto (motor a gasolina)
• Ciclo de Brayton (ciclo a gás)
• Ciclo Combinado

Nos próximos capítulos falaremos mais afundo sobre ciclo de Brayton, ciclo
de Otto, ciclo de Diesel, ciclo de Rankine e ciclo combinado.

2.5.1 CICLO DE BRAYTON

É um ciclo termodinâmico que opera através de turbinas a gás. Foi proposto


por George Brayton em 1870.
Ele é um ciclo ideal que ocorrem nas turbinas a gás, descreve variações de
estado (pressão e temperatura) dos gases (CONHECIMENTOGERAL, 2016).
O ciclo de Brayton é composto por 4 etapas:

• 1-2 compressão isentrópica (no compressor)


• 2-3 adição de calor com pressão constante (na câmara de combustão)
• 3-4 expansão isentrópica (na turbina)
• 4-1 rejeição de calor com pressão constante (exaustor)
20

Figura 1 – Ciclo de Brayton aberto

Fonte: Siklus, 2012

Figura 2 – Ciclo de Brayton fechado

Fonte: Siklus, 2012

Primeiro, o ar em condição ambiente passa pelo compressor com


compressão isentrópica e adiabática, com aumento de temperatura e entalpia (1-2).
Depois de comprimido o ar é direcionado às câmaras onde se mistura com
combustível onde ocorre queima e aquecimento a pressão constante (2-3). Ao sair
da câmara de combustão, os gases a alta pressão e temperatura, se expandem
conforme passam pela turbina, idealmente sem variação de entropia (3-4). Na
medida em que o fluído exerce trabalho sobre as palhetas, reduzem-se a pressão e
a temperatura dos gases, gerando potência mecânica. A potência extraída através
do eixo da turbina é usada para acionar o compressor e eventualmente acionar outra
máquina. A quarta etapa não ocorre fisicamente, se tratando de um ciclo aberto.
21

Conceitualmente, essa etapa representa a transferência de calor do fluído para o


ambiente (4-1) (CONHECIMENTOGERAL, 2016).

Figura 3 – Diagrama P-v de ciclo de Brayton

Fonte: MSPC, 2007

Figura 4 – Diagrama T-s de ciclo de Brayton

Fonte: MSPC, 2007

2.5.2 CICLO OTTO

O ciclo de Otto é um ciclo termodinâmico que opera em motores de pistão de


ignição por centelha. É o ciclo termodinâmico mais comum nos motores de
automóveis. Foi idealizado por Nikolaus Otto em 1876, um engenheiro alemão, que
trabalhou com seus dois irmãos e construíram os primeiros protótipos do seu motor.
Os primeiros modelos eram movidos a gás e somente depois de alguns anos
foram aperfeiçoados aos modelos de gasolina com admissão de ar (SCHULZ, 2009).
22

Figura 5 – Diagrama P-v e T-s de ciclo Otto

Fonte: Ingelibre, 2014

Basicamente é composto por quatro etapas: admissão, compressão,


expansão e exaustão. Conforme figura 6.

Figura 6 – Corte de motor do tipo Otto

Fonte: Lang, s.d.


23

2.5.3 CICLO DE DIESEL

O ciclo de Diesel é um ciclo termodinâmico onde a combustão é causada pela


mistura ar e combustível. Foi patenteado por Rudolf Diesel em 1900, um motor
movido a óleo de amendoim, cuja tecnologia leva seu nome até hoje (SCHULZ,
2009).
O ciclo de Diesel é semelhante ao ciclo de Otto, tendo como principal
diferença o aspecto da combustão: nos motores a gasolina há um dispositivo
faiscador (vela) o que não há na maioria dos sistemas diesel. Além disso, no motor a
gasolina o combustível entra na câmara durante a admissão de ar, causando perdas
na taxa de compressão do motor. Já no sistema diesel somente o ar é aspirado na
admissão, e somente quando o motor atinge máxima compressão do ar o
combustível é injetado ocasionando a explosão da mistura (SCHULZ, 2009).

Figura 7 – Etapas do motor Diesel

Fonte: Coutinho, 2016

Existem outras características importantes em relação a gasolina, uma delas


é o tempo de evaporação. Por tem maior viscosidade que a gasolina ele apresenta
um maior tempo de evaporação. Outra característica importante é que o diesel tem
cadeias de carbono mais longas que a da gasolina, por isso o óleo diesel é mais
barato para se produzir, já que necessita de menor refino em relação a gasolina. A
24

densidade energética do diesel é maior. Para cada 3,785 litros de diesel pode-se
obter 155 milhões de joules, para a mesma quantidade de gasolina pode-se obter
132 milhões de joules. Por isso os motores a diesel tendem a ser mais econômicos
que os motores a gasolina quando empregados no mesmo veículo (SCHULZ, 2009).

Figura 8 – Diagrama P-v e T-s de ciclo Diesel

Fonte: UNET, s.d.

2.5.4 CICLO DE RANKINE

É um ciclo termodinâmico que utiliza vapor de água para realizar trabalho em


uma turbina. É utilizado em usinas termoelétricas para geração de energia. Foi
idealizado por William John Macquorn Rankine, um físico e engenheiro escocês,
tendo sido notável principalmente sobre seus trabalhos de termodinâmica.
Ele se baseia em quatro processos termodinâmicos:

• 1-2 compressão adiabática reversível (isentrópica) na bomba


• 2-3 aquecimento a pressão constante na caldeira
• 3-4 expansão adiabática reversível (isentrópica) na turbina
• 4-1 rejeição de calor a pressão constante no condensador (CICLOS..., s.d.)

Conforme figura 9.
25

Figura 9 – Componentes de uma planta a vapor do ciclo rankine ideal

Fonte: Gengel; Boles, 2006

Primeiro o fluído é bombeado de forma isentrópica (1-2). O fluído


pressurizado entra numa caldeira para ser aquecido em pressão constante até se
tornar vapor superaquecido (2-3). O vapor superaquecido se expande através de
uma turbina para gerar trabalho (3-4). O vapor então entra num condensador, onde
é resfriado até virar líquido saturado. O líquido então retorna à bomba e o ciclo se
repete (4-1) (CICLO..., s.d.).
26

Figura 10 – Diagrama T-s do ciclo rankine ideal

Fonte: Gengel; Boles, 2006

2.5.5 CICLO COMBINADO

A geração de energia elétrica através de ciclo combinado, funciona através da


combinação de dois ciclos termodinâmicos afim de aumentar a eficiência do seu
processo. Este ciclo combina o ciclo simples da turbina a gás (ciclo de Brayton), com
o ciclo simples da turbina a vapor (ciclo de Rankine), melhorando assim o
rendimento térmico do processo. A eficiência de um ciclo combinado pode atingir até
60%, enquanto que a operação isolada da turbina a gás e da turbina a vapor está
entre 30 e 40% (FERREIRA, 2015).
O funcionamento desde ciclo acontece através do reaproveitamento do calor
de exaustão resultante da combustão da turbina a gás que é usada para acionar um
gerador. Esse calor que seria descartado pela chaminé de exaustão é captado pelo
recuperador de calor (Heat Recovery Steam Generator - HRSG). O HRSG
transforma em vapor o líquido através do calor de escape da turbina a gás, e o
entrega à turbina a vapor. Assim como na turbina a gás, a turbina a vapor aciona um
gerador que converte esta energia em energia elétrica adicional (FERREIRA, 2015).
A figura 11 apresenta um esquema simplificado de uma central térmica que
opera em ciclo combinado gás-vapor.
27

Figura 11 – Esquema simplificado do ciclo combinado

Fonte: Ferreira, 2015

Figura 12 – Diagrama T-s de um ciclo combinado

Fonte: Reis, 2010

2.6 MÁQUINAS ELÉTRICAS

Máquinas elétricas são máquinas eletromecânicas cujo funcionamento


baseia-se no fenômeno da indução eletromagnética.
São máquinas elétricas os motores, geradores e transformadores. O que eles
têm em comum é que todos trabalham com a transformação de um tipo de energia
em outro e em todas elas, está presente a energia magnética (MATTEDE, s.d.).
28

Dentre os tipos de máquinas elétricas, podemos dividi-los em dois:

• Máquinas elétricas rotativas


• Máquinas elétricas estacionárias ou em repouso

Figura 13 – Tipos de máquinas elétricas

Fonte: Mattede, s.d.

2.6.1 MÁQUINAS ELÉTRICAS ROTATIVAS

Máquinas elétricas rotativas são máquinas eletromecânicas que fazem a


conversão de energia elétrica em mecânica (motores), ou de energia mecânica em
elétrica (geradores). Tal conversão é feita pela interação entre correntes elétricas e
campos magnéticos (FREITAS; et al, 2013).
29

O setor industrial, que é responsável por cerca de 40 a 50% de toda energia


elétrica consumida no país, para o acionamento de motores elétricos apresentam
um consumo na ordem de 70 a 80% do total, isto é, os motores são responsáveis
por cerca de 30 a 40% da energia elétrica consumida no país. Tal consumo mostra o
quanto essas máquinas são importantes para o país (FREITAS; et al, 2013).
Existem três tipos de máquinas elétricas, são elas:

• Máquinas de Corrente Contínua


• Máquinas Assíncronas
• Máquinas Síncronas

2.6.1.1 MÁQUINAS DE CORRENTE CONTÍNUA

As máquinas de corrente contínua são máquinas eletromecânicas que


convertem energia mecânica em elétrica (gerador), e energia elétrica em mecânica
(motor). Ambos têm funcionamento com corrente contínua, como o próprio nome
sugere.
Durante muito tempo, a máquina de corrente contínua foi a melhor opção em
casos em que era imprescindível o controle da velocidade durante o funcionamento,
devido a facilidade de variar a velocidade que este tipo de máquina apresenta, que
pode ser obtida variando a tensão de alimentação contínua ou variando a
intensidade do campo magnético. Isto justifica sua ampla utilização no passado.
Além disso, em situações em que só se dispunha de fonte de alimentação contínua,
era mais viável utilizar as máquinas de corrente contínua do que converter para
corrente alternada e usar uma máquina que funcione com corrente alternada
(MARQUES; et al, 2013).
30

Figura 14 – Partes principais da máquina de corrente contínua

Fonte: Marques; et al, 2013

2.6.1.2 MÁQUINAS ASSÍNCRONAS

A máquina assíncrona, é dentre as máquinas elétricas girantes a mais


utilizada no setor industrial. Tanto o rotor quanto o estator conduzem corrente
alternada. No rotor, circula uma corrente induzida, devido a um campo magnético
variável em relação ao enrolamento do rotor.
Este campo magnético variável é devido à diferença de velocidade de rotação
do motor e do campo magnético girante. Por isso a nomenclatura máquina de
indução. Seu funcionamento pode ser tanto como motor ou quanto como gerador,
entretanto, as características da máquina funcionando como gerador não são
satisfatórias e a máquina é extensivamente utilizada como motor.
Ao contrário da máquina de corrente contínua, a máquina de indução possui
um entreferro uniforme. O rotor pode possuir dois tipos de construção, o tipo gaiola
de esquilo e o tipo bobinado. Para melhor aproveitamento do material
ferromagnético, as bobinas do estator estão distribuídas ao longo do entreferro, e
assim melhorando a distribuição de força magneto motriz, suavizando o torque
desenvolvido pela máquina (MARQUES; et al, 2013).
A figura 15(a) mostra uma representação dos enrolamentos trifásicos
distribuídos representados por três enrolamentos concentrados. A figura 15(b)
mostra os enrolamentos conectados em estrela (Y). A figura 15(c) mostra os
enrolamentos conectados em triângulo (Δ).
31

Figura 15 – (a) Vista em corte da máquina assíncrona. (b) Enrolamento do estator conectado em Y.
(c) Enrolamento do estator conectado em delta.

Fonte: Marques; et al, 2013

A figura 16 mostra a representação esquemática para um motor de indução


monofásico.

Figura 16 – Diagrama para o motor de indução monofásico

Fonte: Marques; et al, 2013

2.6.1.3 MÁQUINAS SÍNCRONAS

O enrolamento de campo da máquina síncrona encontra-se no rotor, parte


rotacionária da máquina. No estator se encontra o enrolamento de armadura, parte
estacionária. O rotor nas máquinas síncronas pode ser do tipo saliente ou liso.
O rotor da máquina síncrona gira a uma velocidade constante em regime
permanente, esta é a principal característica para estas máquinas. O campo
magnético girante, gira à mesma velocidade do rotor. A velocidade de rotação do
campo magnético girante e do rotor é denominado velocidade síncrona.
São utilizadas principalmente como unidades geradoras em usinas, motores
síncronos de grande porte são utilizados como bombas, e como motor podem ser
utilizados para correção de fator de potência fazendo o papel de capacitores
(MARQUES; et al, 2013).
32

A figura 17 mostra uma representação de uma máquina síncrona com rotor de


pólos salientes, e a figura 18 mostra uma representação com rotor de pólos lisos ou
cilíndrico.

Figura 17 – Máquina síncrona com rotor de pólos salientes

Fonte: Augusto, 2009

Figura 18 – Máquina síncrona com rotor de pólos lisos

Fonte: Augusto, 2009


33

2.6.2 MÁQUINAS ELÉTRICAS ESTACIONÁRIAS

São equipamentos utilizados na transformação de valores de tensão e


corrente, além de serem usados na modificação de impedâncias em circuitos
elétricos.
Um transformador tem seu princípio de funcionamento baseado nas leis de
Faraday e Lenz, as leis do eletromagnetismo e da indução eletromagnética,
respectivamente (BRUM, s.d.).
Na maioria dos casos, apresentam dois enrolamentos, chamadas de primário
e secundário. Em alguns casos possuem três enrolamentos, este chamado de
terciário.
Dentre os tipos de transformadores, temos: os monofásicos, que operam em
duas fases (127-220); os trifásicos (ou de potência), que operam em três fases (220-
380-440) e são utilizados na transformação de tensão em corrente, onde eleva-se a
tensão e diminui-se a corrente (como é feito nas linhas de transmissão) afim de
reduzir as perdas por efeito Joule; os autotransformadores são os que tem os dois
lados ligados eletricamente e os de baixa potência usados para reduzir impedâncias
de circuitos eletrônicos e para casar impedâncias, a utilização deste tipo de
transformador se dá a partir da acoplagem deste à entrada do primário de outro
transformador (BRUM, s.d.).
A figura 19 mostra a representação de um transformador monofásico e a
figura 20 mostra a representação de um autotransformador abaixador (a) e elevador
(b).
34

Figura 19 – Esquema de um transformador monofásico

Fonte: Explicatorium, s.d.

Figura 20 – (a) Esquema do autotransformador abaixador e (b) elevador

Fonte: Eduardo, 2015


35

3. BIOGÁS

3.1 PRODUÇÃO DE BIOGÁS

O biogás é um subproduto da biodigestão, que é resultado da digestão


anaeróbica, fermentação de materiais orgânicos na ausência de oxigênio. Materiais
tais como: dejetos de animais, resíduos vegetais, lixos orgânicos residenciais,
efluentes ou lixo industrial como vinhaça, restos de abatedouros e frigoríficos,
cortumes e fábricas de alimentos, lodo de esgoto em condições adequadas de
umidade, temperatura, agitação da massa, alcalinidade e pH do composto.
Como possui alta concentração de metano, o biogás é um ótimo gás para
geração de energia térmica e para utilização em motores de explosão (OLIVEIRA,
2009).

Na tabela 5, algumas matérias primas capazes de gerar biogás.

Tabela 5 – Matérias primas


Matérias Primas/Fontes de Resíduos
Fezes de suínos
Papel e jornais
Sobras de comida
Fezes de aves
Soro de queijo
Resíduos de grãos
Capins
Resíduos de cervejaria
Fezes de bovinos
Resíduos de abatedouro
Fezes de coelho
Lixo urbano, esgoto
Fonte: Oliveira, 2009

Cada matéria prima terá um potencial de geração de biogás. Para aumentar o


poder calorífico, rendimento térmico e eliminar a característica corrosiva devido a
presença de gás sulfídrico e água, é necessário tratar e purificar o biogás
(OLIVEIRA, 2009).

3.2 UTILIZAÇÃO

O biogás é utilizado principalmente para geração de energia elétrica, sendo


mais utilizado em meios rurais. Porém, também é utilizado como combustível de
36

motores e para gerar calor em fornos e fogões, neste último, como alternativa ao gás
de cozinha.

3.3 VANTAGENS

Como vantagem temos principalmente o fator sustentabilidade ambiental, pois


se trata de uma fonte de energia renovável e, portanto, inesgotável, além de ser
mais limpa que o gás natural.
Além disso, é uma alternativa barata, prática e sustentável para reaproveitar e
reduzir o lixo mundial, que é causador de diversas doenças e poluição do solo, ar e
água (TODA MATÉRIA, 2017).

3.4 DESVANTAGENS

Apesar de ser uma fonte de energia renovável e de reduzir os impactos


ambientais em comparação a outros combustíveis, o biogás tem elevado teor de
metano e dióxido de carbono (CO2), o que colabora com o aumento do efeito estufa.
Portanto, embora seja poluente, é bem menos se comparando aos
combustíveis fósseis (TODA MATÉRIA, 2017).
37

4. BIODIGESTORES

4.1 TIPOS DE BIODIGESTORES

Existem diversos modelos de biodigestores atualmente, e eles estão divididos


em dois tipos de biodigestores: os contínuos e os em batelada ou descontínuos.

4.1.1 BIODIGESTOR CONTÍNUO

São biodigestores contínuos, aqueles que quando corretamente operados


fornecem biogás continuamente. Dentre os biodigestores contínuos os mais usados
são o tipo indiano, o tipo chinês e o modelo marinha brasileira (OLIVEIRA, 2009).

4.1.1.1 BIODIGESTOR TIPO INDIANO

Consiste em uma câmara de digestão, geralmente abaixo do nível do solo, na


parte superior tem o acoplamento de uma campânula móvel de material
impermeável e rígido que serve de tanque para o biogás (gasômetro).
O gasômetro pode ser construído em chapas de ferro ou fibra de vidro,
porém, em fibra de vidro não há o risco de corrosão como no caso do ferro, que
sofreria com agentes corrosivos como o gás sulfídrico presente na mistura gasosa.
Caso o gasômetro seja construído em fibra de vidro, deve-se adicionar peso sobre o
mesmo para dar mais pressão ao biogás (OLIVEIRA, 2009).
A pressão de operação do modelo indiano é constante, já que, à medida que
o biogás não está sendo consumido, o gasômetro se desloca verticalmente para
cima, aumentando o volume de armazenamento do gás e mantendo a pressão
constante.
A câmara de digestão pode ser construída em alvenaria, concreto ou aço,
abaixo do nível do solo ou até mesmo ao nível do solo. Neste caso o processo de
digestão pode ser mais facilmente afetado pela variação de temperatura. Assim
como o gasômetro, se construída em aço, a câmara de digestão deverá receber
cuidados especiais devido os efeitos de substâncias corrosivas (OLIVEIRA, 2009).
A figura 21 mostra um esquema de um biodigestor do tipo indiano.
38

Figura 21 – Biodigestor tipo indiano

Fonte: Researchgate.net, s.d.

No biodigestor tipo indiano, a alimentação deve ser diária. O resíduo que


alimenta o biodigestor tipo indiano, deve conter no máximo 8% de concentração em
volume de sólidos totais. Isso deve ser feito para facilitar a circulação do resíduo
pela câmara de fermentação e evitar o entupimento dos canos de carga dos
afluentes e descarga dos efluentes (OLIVEIRA, 2009).

4.1.1.2 BIODIGESTOR TIPO CHINÊS

O biodigestor modelo chinês é construído em alvenaria e é formado por uma


câmara cilíndrica de fermentação, possui teto impermeável destinado ao
armazenamento do biogás. Este biodigestor tem seu funcionamento baseado no
princípio de prensa hidráulica, assim, aumentos de pressão em seu interior, devido
ao acumulo de biogás, ocasionarão deslocamentos do efluente da câmara de
fermentação para a caixa de saída, e em sentido contrário quando ocorre
descompressão (PRATI, 2010).
O modelo chinês, por ser constituído quase todo em alvenaria, dispensa o uso
de gasômetro em chapa de aço, reduzindo os custos, porém pode ocorrer
vazamentos de biogás caso a estrutura não esteja bem vedada e impermeabilizada.
Neste tipo de biodigestor, uma parcela do biogás é liberada na atmosfera, reduzindo
parcialmente a pressão interna do gás. Por esse motivo o modelo chinês não é
utilizado para instalações de grande porte (PRATI, 2010).
39

Assim como no modelo indiano, o substrato deve ser fornecido


continuamente, com a concentração de ST (sólidos totais) em torno de 8%, a fim de
evitar entupimentos do sistema de entrada e facilitar a circulação do material
(PRATI, 2010).
A figura 22 mostra um esquema de um biodigestor do tipo chinês.

Figura 22 – Biodigestor tipo chinês

Fonte: Researchgate.net, s.d.

4.1.1.3 BIODIGESTOR MODELO MARINHA BRASILEIRA

O biodigestor que foi idealizado pela Marinha Brasileira, tem base


quadrangular, com paredes revestidas por lona impermeável e uma cúpula de lona
preta também impermeável. Por ser mais raso e longo, garante maior produtividade
de gás por massa fermentada. Um ponto negativo na sua utilização é o fato de
necessitar de maior espaço físico para sua instalação, por ter profundidade pequena
necessita de mais espaço para armazenar maior quantidade de resíduos (PRATI,
2010).
Atualmente este é o modelo mais difundido no Brasil devido ao
aperfeiçoamento feito na manta impermeável que passou a ser fabricada em
Policloreto de Vinila (PVC), o que o tornou mais viável economicamente e por ter
maior facilidade de instalação se comparado a outros modelos antigos, como o
indiano e o chinês, além de apresentar maior resistência à corrosão causada pela
40

água e pelo ácido sulfídrico presente na mistura gasosa. Outro ponto positivo é que
o mesmo pode ser utilizado em pequenos e grandes projetos (PRATI, 2010).
Na figura 23, uma imagem real de um biodigestor modelo Marinha Brasileira.

Figura 23 – Biodigestor modelo Marinha Brasileira

Fonte: segs.com.br, 2018.

O biogás só apresenta risco de explosão se misturar-se com oxigênio dentro


do biodigestor. Essa situação só acontece no início da operação quando o
biodigestor recebe as primeiras cargas de dejetos. Esse problema pode ser evitado
liberando a primeira produção de biogás, evitando assim sua queima e
consequentemente uma possível explosão. Na operação os registros de saída do
biogás devem estar fechados até a manta que retém o biogás estiver
completamente inflada. Após isso, libera-se o biogás até que a manta retorne ao seu
estado inicial, em seguida fecha-se os registros de saída para que a manta se infle
novamente, a partir desse momento o biodigestor pode ser usado normalmente
(PRATI, 2010).
Na figura 24 um esquema de um biodigestor modelo Marinha Brasileira.
41

Figura 24 – Esquema de biodigestor modelo Marinha Brasileira

Fonte: UFRRJ, s.d.

4.1.2 BIODIGESTOR TIPO BATELADA

É um biodigestor do tipo descontínuo, pois fornece biogás por um certo


período, sendo interrompido para descarga do material fermentado e receber nova
carga de material orgânico para ser digerido. Este tipo de biodigestor pode ser
construído em alvenaria, concreto ou aço (OLIVEIRA, 2009).
Após o encerramento da produção de biogás é feito a descarga para limpeza
da câmara, em seguida um novo carregamento de material orgânico é inserido e
uma nova produção de biogás é iniciado.
Dependendo da quantidade e qualidade dos resíduos utilizados na
biodigestão, a produção de gás pode durar de três a seis meses (OLIVEIRA, 2009).
Na figura 25, um corte frontal de um biodigestor modelo batelada.
42

Figura 25 – Corte frontal de um biodigestor modelo batelada

Fonte: Deganutti; et al, 2002.

4.2 COMPARAÇÃO

Tabela 6 – Comparação entre três modelos de biodigestores


Chinês Indiano Marinha Brasileira
Materiais Tijolo, cimento, pedra e Tijolo, cimento, pedra, Tijolo, cimento, pedra,
areia. areia, ferro ou areia e plástico.
alumínio.
Isolamento térmico Feito dentro da terra: Tem perdas de calor Não tem problema de
bom isolamento pela câmara de gás perda de calor.
natural, a temperatura metálica, difícil de
constante. isolar. Menos indicado
para climas frios.
Perdas de gás A parte superior deve Sem problemas. Sem problemas.
ser protegida com
materiais
impermeáveis e não
porosos; difícil obter
construção estanque.
Manutenção Deve ser limpo uma ou A câmara de gás deve Deve ser limpo uma
duas vezes ao ano. ser pintada uma vez ao vez ao ano.
ano.
Fonte: Oliveira, 2009.
43

5. ESTUDO DE CASO

5.1 USINA DE BIOGÁS TERMOVERDE CAIEIRAS

5.1.1 INFORMAÇÕES BÁSICAS

A usina Termoverde construída em Caieiras – SP, é a maior termelétrica


movida a biogás de resíduos sólidos urbanos do Brasil.
Foi inaugurada em 16 de setembro de 2016 e teve um investimento de mais
de R$ 100 milhões de reais. A usina Termoverde Caieiras foi construída numa área
de 15.000m2 e utiliza o biogás de aterro sanitário da Essencis.
Cada habitante de São Paulo gera em média 1,4 kg de resíduo por dia, e são
coletados somente no estado de São Paulo cerca de 62.000 t/dia.
A unidade de Valorização Sustentável Caieiras (UVS Caieiras) tem ampla
capacidade para recebimento de resíduos urbanos e industriais, e 60% dos resíduos
urbanos da cidade de São Paulo é destinada a UVS Caieiras.
Possui um parque integrado de tecnologias e soluções ambientais que dispõe
de:

• Aterros Classe I para resíduos industriais


• Aterros Classe II para resíduos não perigosos
• Unidade de dessorção térmica para recuperação de solos contaminados
• Logística reversa e reciclagem de eletroeletrônicos
• Laboratório para controles ambientais
• Captação e tratamento de biogás
• Usina térmica para geração de energia através de biogás
44

Figura 26 – Imagem aérea da usina

Fonte: Revista Meio Ambiente, 2016

5.1.2 INFORMAÇÕES TÉCNICAS

A usina Termoverde Caieiras tem uma potência instalada de 29,5 MW, gera
energia limpa a partir dos resíduos urbanos depositados no aterro. A geração de
energia é de 250.000 MWh ao ano, capaz de atender uma cidade de 300.000
habitantes com energia elétrica sustentável.
Ao todo, a usina é equipada com 21 módulos motogeradores de 1,4 MW
cada, com previsão para ampliação nos próximos anos.
A central termelétrica está conectada a uma nova subestação que eleva a
tensão gerada de 13,8 kV para 138 kV, que é conectada ao SIN (Sistema Interligado
Nacional).
Basicamente o processo é dividido em três seguimentos. O primeiro é uma
unidade de tratamento de biogás, onde o biogás é resfriado e é retirado a umidade e
impurezas. Depois o biogás já tratado é direcionado aos geradores. Após a geração
de energia, essa energia é elevada e ligada ao sistema de transmissão de energia
elétrica.
Por conta da utilização do biogás deixa-se de emitir cerca de 300.000 t/ano de
CO2 na atmosfera.
45

5.2 FAZENDA IGUAÇU

5.2.1 INFORMAÇÕES BÁSICAS

A fazenda Iguaçu, fica na região oeste do paraná, em Céu Azul, e consegue


economizar R$ 20.000 reais por mês com a utilização do esterco dos animais para a
produção de biogás, que é usado para gerar energia elétrica. De toda energia
consumida na fazenda, 80% são de origem própria graças a utilização do biogás na
geração de energia elétrica.
A fazendo é uma das maiores produtoras de leite da região, possui 500 vacas
leiteiras e 19 mil litros de leite por mês.
Dos 399 municípios do Paraná, 130 tem potencial para gerar energia através
do biogás, segundo dados da Itaipu Binacional.

Figura 27 – Vacas leiteiras na fazenda Iguaçu

Fonte: cibiogas.org, s.d.

5.2.2 INFORMAÇÕES TÉCNICAS

Uma fazenda desse porte tem uma grande demanda de energia. Dentre
bombas, sistema de ordenhas e máquinas que molham o pasto, a fazenda possui
303 motores elétricos.
46

A fazenda Iguaçu produz diariamente 150 toneladas de dejetos de bovinos


leiteiros, todo esse volume é direcionado para dois biodigestores que produzem 720
m3/dia de biogás. O biogás produzido abastece um gerador de 330 kVA de potência.
Tem uma produção de energia elétrica de 1500 kWh/dia. Um efluente de 210
m3 produzido diariamente.
Na produção de biogás é liberado um líquido que é levado através de canos
até represas e passa por um processo de decantação. São oito represas, e na última
a água sai bem mais limpa, porém imprópria para consumo.
Essa água só é usada para irrigar o pasto e na limpeza dos estábulos. Desse
jeito a propriedade faz uma economia de 80 mil litros de água por mês.
47

6. CONCLUSÃO E SUGESTÃO TRABALHOS FUTUROS

6.1 CONCLUSÃO

Com este trabalho é possível concluir que, o biogás é uma excelente fonte
alternativa de energia elétrica que deve ser mais explorada em todo país. Tendo em
vista que a matéria prima utilizada nos biodigestores é extremamente abundante,
pois humanos e animais de fazenda e criadouro geram toneladas de resíduos todos
os dias.
Também foi constatado que é possível projetar usinas movidas a biogás e
abastecer uma cidade, o que seria uma solução para o aumento da demanda de
energia elétrica no país.
Quanto aos benefícios ambientais conclui-se que, biodigestores são uma
excelente alternativa para tratar os resíduos, dessa forma deixa-se de lançar
toneladas de CO2 na atmosfera. Pode-se aproveitar o efluente dos biodigestores
como biofertilizante, assim como tratar o líquido produzido nos biodigestores
gerando uma grande economia.

6.2 SUGESTÃO DE TRABALHOS FUTUROS

Para sugestão de trabalhos futuros, pode-se abordar também a viabilidade


econômica, além de fazer uma comparação com outras fontes de energia renovável,
como a fotovoltaica e a eólica.
48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GLOBO.COM. Milhões de brasileiros ainda não têm energia em casa, diz Aneel,
2017. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2017/04/milhoes-de-
brasileiros-ainda-nao-tem-energia-em-casa-diz-aneel.html>. Acesso em: 14 de
dezembro de 2017

FRANCISCO, Wagner de Cerqueria e. Crescimento da população brasileira,


2010; Brasil Escola. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/brasil/o-
crescimento-da-populacao-brasileira.htm>. Acesso em: 15 de dezembro de 2017.

AVACI, Angelica et al. Avaliação econômico-financeira da microgeração de


energia elétrica proveniente de biogás da suinocultura, 2013; REVISTA
BRASILEIRA DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-
43662013000400015>. Acesso em: 09 de novembro de 2017.

MACHADO, Gleysson. Biogás, 2016; Portal do Biogás. Disponível em:


<http://www.portaldobiogas.com/biogas/>. Acesso em: 15 de dezembro de 2017.

GONZÁLEZ, Thiago. PURIFICAÇÃO DE BIOGÁS E IDENTIFICAÇÃO DE


EQUIPAMENTOS PARA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, TÉRMICA E
VEICULAR, 2015; Embrapa. Disponível em:
<https://www.embrapa.br/documents/1355242/1529323/Biog%C3%A1sFert+6.pdf/43
83a60c-6ac8-4496-99e8-998326c0aa62>. Acesso em: 15 de dezembro de 2017.

PRATI, L. Geração de Energia Elétrica a partir do Biogás Gerado por


Biodigestores. Tese (Bacharelado Engenharia Elétrica) – Departamento de
Engenharia Elétrica, Universidade Federal do Paraná, p. 83. 2010. Disponível em:
<http://www.eletrica.ufpr.br/ufpr2/tccs/148.pdf>. Acesso em: 15 de dezembro de
2017.

Craveiro, A. M. Considerações sobre projetos de plantas de biodigestão –


Digestão anaeróbica e aspectos teóricos e práticos. I Simpósio Latino-Americano
sobre Produção de Biogás a partir de Resíduos Orgânicos, São Paulo, dezembro de
1982.

ALVES, J.W.S. Diagnóstico Técnico Institucional da Recuperação e Uso


Energético do Biogás Gerado pela Digestão Anaeróbica de Resíduos. 2000. 147
f. Dissertação de Mestrado – Engenharia Elétrica, PIPGE/USP, São Paulo, 2000.
Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/86/86131/tde-09032012-
090952/pt-br.php>. Acesso em: 15 de dezembro de 2017.
49

GASPAR, A. Física. São Paulo, v.2, Ática, 2002.

CONHECIMENTO GERAL. Ciclo Brayton, 2016. Disponível em:


<https://www.conhecimentogeral.inf.br/ciclo_brayton/>. Acesso em: 20 de dezembro
de 2017.

SCHULZ, D. Ciclo de Otto. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS,


2009. Disponível em: <https://www.if.ufrgs.br/~dschulz/web/ciclo_otto.htm>. Acesso
em: 20 de dezembro de 2017.

SCHULZ, D. Ciclo de Diesel. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS,


2009. Disponível em: <https://www.if.ufrgs.br/~dschulz/web/ciclo_diesel.htm>.
Acesso em: 18 de janeiro de 2018.

CICLOS de Potência a Vapor, s.d. Disponível em:


<http://www.fem.unicamp.br/~franklin/EM524/aula_em524_pdf/aula-16.pdf>. Acesso
em: 20 de dezembro de 2017.

CICLO Rankine, s.d. Disponível em: <http://pt-


br.mecawiki.wikia.com/wiki/Ciclo_Rankine>. Acesso em: 20 de dezembro de 2017.

FERREIRA, B.M. Modelagem de Plantas de Ciclo Combinado para Simulação


Integrada de Transitórios Eletromecânicos e Termodinâmicos. Dissertação de
Mestrado. UFRJ/COPPE, Rio de Janeiro, 2015. Disponível em:
<http://www.pee.ufrj.br/index.php/pt/producao-academica/dissertacoes-de-
mestrado/2015-1/2015061501-2015061501/file>. Acesso em: 21 de dezembro de
2017.

MATTEDE, H. O que são Máquinas Elétricas?, s.d. Disponível em:


<https://www.mundodaeletrica.com.br/o-que-sao-maquinas-eletricas/>. Acesso em:
21 de dezembro de 2017.

FREITAS, Ewerton et al. Máquinas Elétricas Rotativas, 2013. Disponível em:


<https://prezi.com/9wb3ui3wlb_j/maquinas-eletricas-rotativas/>. Acesso em: 21 de
dezembro de 2017.
50

MARQUES, L.S.B; et al. Apostila de Máquinas Elétricas, 2013. Instituto Federal de


Santa Catarina, Joinville, 2013. Disponível em:
<http://www.joinville.ifsc.edu.br/~janderson.duarte/Apostila.pdf>. Acesso em: 22 de
dezembro de 2017.

BRUM, Bruno. Transformadores, s.d. Info Escola. Disponível em:


<https://www.infoescola.com/eletricidade/transformadores/>. Acesso em: 22 de
dezembro de 2017.

OLIVEIRA, Rafael. Geração de Energia Elétrica a Partir do Biogás Produzido


Pela Fermentação Anaeróbia de Dejetos em Abatedouro e as Possibilidades no
Mercado de Carbono. 2009. 98 f. Tese de Conclusão de Curso – Escola de
Engenharia de São Carlos, USP, São Paulo, 2009. Disponível em:
<http://www.tcc.sc.usp.br/tce/disponiveis/18/180500/tce-26042010-
091847/publico/Oliveira_Rafael_Deleo_e.pdf>. Acesso em: 06 de abril de 2018.

REVISTA MEIO AMBIENTE. Usina Termoverde Caieiras foi inaugurada em São


Paulo, 2016. Disponível em: <http://rmai.com.br/usina-termoverde-caieiras-foi-
inaugurada-em-sao-paulo/>. Acesso em: 11 de maio de 2018.

SOLVÍ. Termoverde Caieiras, s.d. Disponível em:


<http://www.solvi.com/valorizacao-energetica/termoverde-caieiras/>. Acesso em: 11
de maio de 2018.

UVS CAIEIRAS SOLUÇÃO ESTRATÉGICA PARA SÃO PAULO. SSI Solví Soluções
Industriais. YouTube. 14 de junho de 2017. 3:34. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=fXGYBWxIBKc>. Acesso em: 11 de maio de
2018.

BRAZIL: A 29.5MW LANDFILL BIOGAS PLANT, ONE OF THE BIGGEST IN THE


WORLD - ENGLISH SUBTITLES. Biogas Channel. YouTube. 22 de dezembro de
2016. 3:50. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=oRCOw6UqO74>.
Acesso em: 11 de maio de 2018.

GLOBO.COM. Fazendo do Paraná aproveita esterco para produzir energia


elétrica, 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/pr/oeste-
sudoeste/noticia/2015/06/fazenda-do-parana-aproveita-esterco-para-produzir-
energia-eletrica.html>. Acesso em: 19 de maio de 2018.

CIBIOGÁS. Fazenda Iguaçu – Starmilk, S.d. Disponível em: <


https://cibiogas.org/fazenda_iguacu_starmilk>. Acesso em: 19 de maio de 2018.
51

STARMILK. A Starmilk. S.d. Disponível em:


<http://www.starmilk.com.br/institucional#bio>. Acesso em: 19 de maio de 2018.

Você também pode gostar