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Manual de Emissão de Notas Fiscais: Retorno de mercadoria não entregue

Resumo:
Abordaremos no presente Roteiro de Procedimentos as regras fiscais a serem observadas pelos contribuintes para o recebimento de
mercadorias em retorno, quando essas por qualquer motivo não foram entregues ao destinatário constante no documento fiscal. Para
tanto, utilizaremos como base o artigo 453 do Regulamento do ICMS (RICMS/2000-SP), aprovado pelo Decreto nº 45.490/2000.

1) Introdução:
É comum ocorrer do contribuinte dar saída de uma mercadoria, mas ela retornar ao seu estabelecimento por não ter sido aceita pelo
destinatário constante no documento fiscal ou, até mesmo, pelo destinatário não ter sido encontrado. Podemos citar inúmeros exemplos
dessas situações, mas elencamos alguns apenas para situar nossos leitores, quais sejam: i) mudança de endereço; ii) dados incorretos na
Nota Fiscal; iii) prazo de entrega não agendado; iv) erro no envio da mercadoria (mercadoria trocada); v) mercadoria e/ou Nota Fiscal em
desacordo com o pedido; vi) mercadoria avariada; vii) indisponibilidade para recebimento; vii) entre outros exemplos onde a mercadoria
retorna ao estabelecimento sem ser entregue ao destinatário.

Essas situações se enquadram no conceito de "operação de retorno de mercadoria não entregue". Nessa operação, a mercadoria não
chega a entrar fisicamente e contabilmente no estabelecimento do destinatário (cliente), na prática, o recebedor apenas efetua, no ato da
entrega, a recusa no verso da 1ª (primeira) via da Nota Fiscal que acobertou a operação, isso quando o destinatário é encontrado. Caso o
destinatário não seja encontrado, a recusa é registrada no verso da Nota Fiscal pelo próprio transportador.

Por gerar reflexos na seara tributária, mais especificamente no âmbito ICMS, a legislação desse imposto veio a dispor sobre os
procedimentos que devem ser observados quando do retorno de mercadoria não entregue, no que se refere à emissão de documentos
fiscais e ao aproveitamento de créditos, procedimentos esses que deverão ser adotados pelo transportador, pelo fornecedor/recebedor de
mercadorias e demais responsáveis, quando necessário.

Assim, devido à importância do tema, abordaremos no presente Roteiro de Procedimentos as regras fiscais a serem observadas pelos
contribuintes para o recebimento de mercadorias em retorno, quando essas por qualquer motivo não foram entregues ao destinatário
constante no documento fiscal. Para tanto, utilizaremos como base o artigo 453 do Regulamento do ICMS (RICMS/2000-SP), aprovado
pelo Decreto nº 45.490/2000.

Base Legal: Art. 453 do RICMS/2000-SP (UC: 27/10/15).

2) Conceitos:
2.1) Mercadoria não entregue X Devolução de Mercadorias:
Para efeito de aplicação da legislação do ICMS, temos que as operações denominadas "mercadoria não entregue" e "devolução de
mercadorias" não se confundem. Isso porque a devolução pressupõe necessariamente que a mercadoria tenha sido entregue ao
destinatário (ocorrendo a tradição da mercadoria), com a consequente escrituração da Nota Fiscal que acobertou a operação em seus
Livros Fiscais (Entrada, Controle de Produção e Estoque, etc).

Ainda no que se refere a devolução, ela ocorre quando, por qualquer motivo, a mercadoria é devolvida para o fornecedor (Vendedor).
Neste caso, o destinatário (cliente) da mercadoria promove à sua devolução emitindo Nota Fiscal de Devolução (Possui, inclusive, CFOP
específica), anulando, assim, os efeitos da operação anterior (Venda), por isso mesmo, nessa operação deverá ser aplicada a mesma
tributação constante na operação original.

Já na operação de retorno de mercadoria não entregue, esta nem sequer é recebida pelo destinatário, pois pode ocorrer do transportador
não encontrá-lo, ou, quando a mercadoria chega no estabelecimento destinatário, mas ele não a recebe em virtude de alguma
irregularidade constatada no documento fiscal ou na operação em si.

No retorno deverão ser declarados, pelo transportador ou pelo próprio destinatário, o motivo da não entrega da mercadoria no verso da
1ª (primeira) via da Nota Fiscal (de Venda) que acobertou a saída promovida pelo fornecedor.

Base Legal: Arts. 4º, IV e 453 do RICMS/2000-SP (UC: 27/10/15).

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3) Tratamento Fiscal:
O estabelecimento que receber em retorno mercadoria que, por qualquer motivo, não foi entregue ao destinatário, deverá:

a. emitir Nota Fiscal de Entrada pelo retorno da mercadoria ao seu estabelecimento;


b. manter arquivada a 1ª (primeira) via da Nota Fiscal ou Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (Danfe), conforme o caso,
emitida por ocasião da saída, que deverá conter a indicação tratada no subcapítulo 3.3 abaixo;
c. no caso de Nota Fiscal emitida em papel, mencionar a ocorrência na via presa ao bloco ou na 2º (segunda) via do formulário contínuo,
conforme o caso;
d. exibir ao Fisco paulista, quando exigido, todos os elementos, inclusive os contábeis, comprobatórios de que a importância
eventualmente debitada ao destinatário não foi recebida.

Nota Tax Contabilidade:

(1) O estabelecimento que receber mercadoria retornada por Microempresa (ME) ou Empresa de
Pequeno Porte (EPP) optantes pelo Simples Nacional deverá adotar os mesmos procedimentos tratados
neste capítulo.

Base Legal: Arts. 63, I, "b" e 453, caput do RICMS/2000-SP (UC: 27/10/15).

3.1) Transporte da mercadoria:


Considerando que não recebeu efetivamente a mercadoria, pois a recusou, o destinatário não fica obrigado a escriturar o documento
fiscal em seu Livro Registro de Entradas (LRE) e nem a emitir uma Nota Fiscal de Devolução. Assim, a mercadoria deverá retornar ao
estabelecimento originário acompanhado da mesma Nota Fiscal que acobertou o trânsito na saída original.

Base Legal: Art. 453, § único do RICMS/2000-SP (UC: 27/10/15).

3.2) Nota Fiscal de Entrada:


Conforme vimos, o estabelecimento que receber em retorno mercadoria que não foi entregue ao destinatário, deverá emitir Nota Fiscal
pela entrada da mercadoria em seu estabelecimento, que conterá, além dos demais requisitos exigidos pela legislação, no mínimo as
seguintes informações:

a. Natureza da Operação: Retorno de mercadoria não entregue ao destinatário;


b. CFOP: X.201/X.202/X.410/X.411, etc., sendo X: 1 para operações internas e 2 para operações interestaduais;
c. Destinatário/Remetente: os dados da empresa que não recebeu a mercadoria;
d. Informações Complementares: mencionar os dados identificativos da Nota Fiscal original, ou seja, da Nota Fiscal correspondente a
remessa;
e. o destaque do ICMS, se for o caso, para fins de apropriação do crédito fiscal do imposto.

Importante destacar que essa Nota Fiscal tem por objetivo anular todos os efeitos da operação anterior, inclusive os tributários, por esse
motivo, a tributação deve ser a mesma utilizada na Nota Fiscal que foi recusada.

A Nota Fiscal de Entrada emitida em virtude da recusa da mercadoria pelo destinatário deverá ser escriturada no LRE (2) do
estabelecimento emitente, consignando os respectivos valores nas colunas:

a. "ICMS - Valores Fiscais - Operações ou Prestações com Crédito do Imposto", quando a entrada gerar crédito do ICMS, hipótese em
que a saída original tenha sido tributada; ou
b. "ICMS - Valores Fiscais - Operações ou Prestações sem Crédito do Imposto", quando a entrada não permitir o crédito do ICMS.

Tratando-se de contribuinte obrigado à entrega da Escrituração Fiscal Digital (EFD), comumente chamada de Sped-Fiscal, a Nota Fiscal
deverá ser lançada nos Registros pertinentes dessa obrigação acessória. O lançamento deverá ser efetuado com crédito do ICMS, na
hipótese da saída original ter sido gravada por esse imposto Estadual.

Notas Tax Contabilidade:

(2) Na escrituração da Nota Fiscal no LRE deverão ser indicados, em lugar dos dados do emitente, os da
empresa que processou a recusa da mercadoria.

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(3) Considerando que a legislação não prevê expressamente a forma como a Nota Fiscal de Entrada deva
ser emitida, nossa Equipe Técnica entende que esse documento fiscal deverá ser preenchido com os
dados do destinatário originário da mercadoria (o que não a recebeu).

Base Legal: Arts. 136, I, "e", § 3º, item 1, 214, § 3º, item 2 e 453, I do RICMS/2000-SP (UC: 27/10/15) e; RC nº 4.690/2014 (UC: 27/10/15).

3.2.1) CFOP a utilizar:

Quanro a CFOP a ser utilizada na emissão da Nota Fiscal de Entrada de mercadoria não entregue, deve-se utilizada as mesmas previstas
para a de devolução de mercadorias, conforme se depreende da leitura da Resposta à Consulta nº4.690/2014 da Consultoria Tributária da
Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz/SP), a qual publicamos abaixo na íntegra:

RESPOSTA À CONSULTA TRIBUTÁRIA 4690/2014, de 05 de janeiro de 2015.

ICMS – Obrigações acessórias – Devolução de mercadorias não entregues ao destinatário – CFOP.

I – Na entrada de mercadoria não entregue ao adquirente e retornada ao estabelecimento do


remetente comerciante, devem ser utilizados os CFOPs 1.202/2.202 (Devolução de venda de
mercadoria adquirida ou recebida de terceiros) ou 1.411/2.411 (Devolução de venda de
mercadoria adquirida ou recebida de terceiros em operação com mercadoria sujeita ao regime de
substituição tributária), conforme o caso, no documento fiscal correspondente à operação de
devolução.

1. A Consulente, que "atua no ramo de comércio varejista e atacadista e possui uma filial que
presta serviço de transporte", transcreve a alínea "e" do inciso I do artigo 136 do RICMS/2000 e
formula a consulta nos seguintes termos:

"Nos retornos de mercadorias não entreguse ao destinatário devemos emitir a nota de entrada das
mercadorias; qual CFOP deve ser utilizado para emissão dessas notas? Podemos emitir as notas
de retorno utilizando CFOP de devolução de mercadoria por exemplo : 1202 – 1411 – 2202 –
2411?"

2. Inicialmente, observamos que a Consulente não apresenta detalhes a respeito da operação


relacionada à dúvida exposta na presente consulta, seja quanto à mercadoria envolvida ou ao
motivo da não entrega da mesma ao destinatário. Dessa forma, tendo em vista tanto a atividade
econômica exercida pela Consulente como os CFOPs indicados em seu relato, adotaremos as
premissas de que tais operações envolvem mercadorias adquiridas de terceiros, que podem ou
não estar sujeitas ao regime de substituição tributária, e que não foram recebidas (não entraram
no estabelecimento) pelo adquirente.

3. Transcrevemos, abaixo, o inciso IV do artigo 4º do RICMS/2000:

"Artigo 4º - Para efeito de aplicação da legislação do imposto, considera-se (Convênio SINIEF-


6/89, art. 17, § 6º, na redação do Convênio ICMS-125/89, cláusula primeira, I, e Convênio AE-
17/72, cláusula primeira, parágrafo único):

(...)

IV - devolução de mercadoria, a operação que tenha por objeto anular todos os efeitos de uma
operação anterior;"

4. Conforme relatado no item 2 desta resposta, entendemos que houve, de fato, o retorno imediato
das mercadorias pelo adquirente, sem que ele tenha aceito receber as mercadorias, e não uma
posterior devolução de mercadorias que o adquirente tenha dado entrada em seu estabelecimento
(que, caso houvesse ocorrido, ensejaria a emissão de outra Nota Fiscal pelo adquirente se este
fosse contribuinte do imposto). Dessa forma, a entrada da mercadoria que retornou ao
estabelecimento da Consulente caracteriza uma devolução, e terá como objeto a anulação da
operação de saída dessa mercadoria.

5. Portanto, os CFOPs a serem utilizados na emissão da Nota Fiscal prevista no inciso I do artigo

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453 do RICMS/2000 (que dispõe sobre o retorno de "mercadoria por qualquer motivo não
entregue ao destinatário"), nas situações relatadas pela Consulente, conforme o caso, serão:

1.202/2.202 – Devolução de venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros.

1.411/2.411 – Devolução de venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros em operação


com mercadoria sujeita ao regime de substituição tributária.

Convém registrar que a Resposta à Consulta Tributária aproveita ao consulente nos termos da legislação vigente. Assim, nosso leitor
deve-se atentar para eventuais alterações da legislação tributária.

Base Legal: RC nº 4.690/2014 (UC: 27/10/15).

3.3) Indicações que devem constar na Nota Fiscal por ocasião do seu retorno:
O transporte da mercadoria em retorno ao estabelecimento originário deverá estar acompanhado da Nota Fiscal ou do respectivo Danfe
emitido pelo remetente por ocasião da saída, devendo conter, no verso da 1ª (primeira) via, a indicação do motivo de não ter sido
entregue a mercadoria ao destinatário.

O próprio destinatário ou o transportador são as pessoas habilitadas a efetuar a indicação dos motivos da não entrega da mercadoria na
respectiva Nota Fiscal ou Danfe.

Base Legal: Art. 453, § único do RICMS/2000-SP (UC: 27/10/15).

3.4) Crédito do ICMS:


O estabelecimento que receber mercadoria em retorno, por não ter sido entregue ao destinatário, poderá creditar-se do ICMS, uma vez
que sofreu a tributação no momento da saída original da mercadoria, ou seja, teve débito do imposto.

A possibilidade do crédito se dá em virtude do contribuinte ter se debitado do imposto pela saída e que a mercadoria será reintegrada aos
seus estoques, e, por consequência, terá nova saída tributada, atendendo assim o princípio da não cumulatividade, previsto no artigo 59
do RICMS/2000-SP.

Vale a pena lembrar que, se por qualquer motivo as mercadorias não tenham condições de serem reintegradas aos estoques, o
contribuinte não poderá creditar-se do valor do ICMS, pelo fato de não existir, nessa hipótese, saída subsequente tributada pelo imposto
Estadual.

Base Legal: Arts. 59 e 63, I, "b" do RICMS/2000-SP (UC: 27/10/15).

4) Conhecimento de Transporte:
Na hipótese do transporte da mercadoria ter sido realizado pelo próprio remetente (ou vendedor), ou seja, sem a contratação de
transportador, o retorno da mercadoria não entregue será acompanhado apenas da Nota Fiscal que deu origem à saída.

Caso o transporte seja realizado por terceiros (transportador, por exemplo), além da Nota Fiscal originária, o retorno da carga por
qualquer motivo não entregue ao destinatário deverá ser acobertado pelo Conhecimento de Transporte (CTRC - Modelo 8, por exemplo)
emitido originalmente para a remessa, desde que o motivo da recusa seja consignado no verso desse documento (4).

Nota Tax Contabilidade:

(4) Apesar da legislação paulista não dispor expressamente sobre o assunto, quando o transportador
estiver obrigado à emissão do Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), é do entendimento de
nossa Equipe Técnica que essas informações deverão ser consignadas no verso do Documento Auxiliar
do Conhecimento de Transporte Eletrônico (Dacte).

Base Legal: Art. 207 do RICMS/2000-SP (UC: 27/10/15).

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5) Mercadoria sujeita a Substituição Tributária do ICMS:
Na hipótese de mercadoria sujeita a Substituição Tributária do ICMS (ICMS-ST) que retorne ao estabelecimento por não ter sido
entregue ao destinatário originário, deverá ser observado as regras tratadas nos subcapítulos seguintes, além, é claro, das regras gerais
aplicáveis à operação de "mercadoria não entregue" tratados neste Roteiro de Procedimentos.

Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 27/10/15).

5.1) Pelo contribuinte substituto:


O contribuinte substituto quando receber, em retorno, mercadoria não entregue ao destinatário, deverá emitir Nota Fiscal de Entrada
para logo em seguida escriturá-la em seu LRE, lançando o valor do imposto relativo à operação própria na coluna "ICMS - Valores Fiscais
- Operações ou Prestações com Crédito do Imposto", quando a operação for tributada.

Já o valor do ICMS-ST, bem como sua Base de Cálculo (BC) deverá ser informado na coluna "Observações" do referido LRE, na mesma
linha do lançamento do ICMS-Operação Própria, para que seja deduzido do total do imposto retido apurado no período.

Base Legal: Art. 276 do RICMS/2000-SP (UC: 27/10/15). Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 27/10/15).

5.2) Pelo contribuinte substituído:


O contribuinte substituído quando receber, em retorno, mercadoria não entregue ao destinatário, deverá emitir Nota Fiscal de Entrada
para logo em seguida escriturá-la em seu LRE, no quadro "Operações ou Prestações sem Crédito do Imposto".

Importante registrar que, o contribuinte substituído adquire mercadoria com o imposto retido, portanto, não se credita do ICMS pelas
entradas e nem se debita pelas saídas que promover. Assim, se houver o retorno de mercadoria não entregue, o procedimento será o
mesmo de quando adquiriu a mercadoria, ou seja, deverá registrar a operação no LRE, na coluna "Outras", no quadro "Operações ou
Prestações sem Crédito do Imposto".

Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 27/10/15).

6) Repasse da mercadoria recusada a terceiros:


Ocorrendo da mercadoria recusada pelo destinatário originário ser remetida a outro interessado sem que retorne fisicamente ao
estabelecimento de origem, o contribuinte do ICMS deverá observar as regras trazidas pela Resposta à Consulta nº 549/1990 da
Consultoria Tributária da Sefaz/SP, por falta de legislação específica sobre os procedimentos a serem observados.

Assim, referida Resposta à Consulta prevê a adoção dos seguintes procedimentos:

a. o destinatário originário deverá indicar no verso da Nota Fiscal o motivo da recusa;


b. o novo adquirente deverá emitir Nota Fiscal para acobertar a entrada da mercadoria em seu estabelecimento, citando e anexando as
vias da Nota Fiscal original e creditando-se do ICMS, se for o caso;
c. o remetente e o novo adquirente deverão comunicar a ocorrência ao Posto Fiscal de sua jurisdição, instruindo-a com todos os
elementos relativos à operação.

Nota Tax Contabilidade:

(5) A Resposta à Consulta é dirigida ao contribuinte que efetivamente ingressou com a consulta e por se
tratar de uma orientação, não prevista em norma legal, é passível de ser modificada a qualquer tempo.
Por isso mesmo, o contribuinte que não é parte na consulta deve ter cautela na adoção desses
procedimentos.

Base Legal: Resposta à Consulta nº 549/1990 (UC: 27/10/15).

7) Exemplo Prático:
Como exemplo, suponhemos que a empresa Vivax Indústria e Comércio de Eletrônicos Ltda., tenha vendido em 20/01/20X1 5 (cinco)
monitores de computador de sua fabricação para a empresa Magazine Maria Ltda. a um preço unitário de R$ 550,00 (quinhentos e
cinquenta reais). Referida operação foi tributada à alíquota de 18% (dezoito por cento) a título de ICMS, pois ambas as empresas estão
localizadas no Estado de São Paulo.

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Suponhemos também que, o destinatário (Magazine Maria) tenha recusado os monitores por estar em desacordo com o pedido. Assim, a
empresa Vivax deverá emitir a seguinte Nota Fiscal de Entrada quando da entrada das mercadorias em retorno ao seu estabelecimento:

No que se refere a escrituração fiscal no LRE da empresa Vivax, ela deve ser feita da seguinte forma:

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Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 27/10/15).

7.1) Escrituração da NF-e no Sped-Fiscal:


A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) relativa à entrada da mercadoria não entregue deverá ser lançada no Sped-Fiscal do estabelecimento
emitente. O lançamento deverá ser feito mediante o preenchimento dos vários Registros do Bloco C, constantes do Guia Prático da EFD-
ICMS/IPI, principalmente:

a. o Registro C100;
b. o Registro C110;
c. o Registro C113; e
d. o Registro C190.

Dando continuidade ao caso hipotético visto no capítulo 7 acima, a Vivax deverá escriturar os referidos Registros da forma tratada nos
próximos subcapítulos.

Base Legal: Guia Prático da EFD-ICMS/IPI (UC: 27/10/15).

7.1.1) Registro C100:

O Registro C100 destina-se ao lançamento dos totais de valores apresentados na Nota Fiscal. No caso da Nota Fiscal relativa à entrada de
mercadoria não entregue, a mesma deverá ser registrada da seguinte forma:

Registro C100
Nº Campo Valor
01 REG C100
02 IND_OPER 0
03 IND_EMIT 0
04 COD_PART Código interno do declarante
05 COD_MOD 55
06 COD_SIT 00
07 SER 1
08 NUM_DOC 000010058
09 CHV_NFE XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
10 DT_DOC 200120X1
11 DT_E_S 200120X1
12 VL_DOC 2750,00
13 IND_PGTO 2
14 VL_DESC
15 VL_ABAT_NT
16 VL_MERC 2750,00
17 IND_FRT 9
18 VL_FRT
19 VL_SEG

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Registro C100
Nº Campo Valor
20 VL_OUT_DA
21 VL_BC_ICMS 2750,00
22 VL_ICMS 495,00
23 VL_BC_ICMS_ST
24 VL_ICMS_ST
25 VL_IPI
26 VL_PIS
27 VL_COFINS
28 VL_PIS_ST
29 VL_COFINS_ST

Nota Tax Contabilidade:

(6) Considerando que o PIS/Pasep e a Cofins dependem do tipo de apuração adotado pelo contribuinte,
nossa Equipe Técnica optou pelo não lançamento desses valores no Sped-Fiscal.

Base Legal: Registro C100 do Guia Prático da EFD-ICMS/IPI (UC: 16/03/15).

7.1.2) Registro C110:

O Registro C110 tem por objetivo identificar os dados contidos no campo Informações Complementares da Nota Fiscal, que sejam de
interesse do Fisco, conforme dispõe a legislação. No caso da Nota Fiscal relativa à entrada de mercadoria não entregue, a mesma deverá
ser registrada da seguinte forma:

Registro C110
Nº Campo Valor
01 REG C110
02 COD_INF Código interno do declarante
Mercadoria remetida por meio da NF-e 010.031 , de 19/01/20X1, recusada pelo destinatário por estar em desacordo
03 TXT_COMPL
com o pedido.

Base Legal: Registro C110 do Guia Prático da EFD-ICMS/IPI (UC: 16/03/15).

7.1.3) Registro C113:

O Registro C113 tem por objetivo informar, detalhadamente, outros documentos fiscais que tenham sido mencionados nas informações
complementares do documento que está sendo escriturado no Registro C100, exceto Cupons Fiscais, que devem ser informados no
Registro C114. No caso da Nota Fiscal relativa à entrada de mercadoria não entregue, a mesma deverá ser registrada da seguinte forma:

Registro C113
Nº Campo Valor
01 REG C113
02 IND_OPER 0
03 IND_EMIT 0
04 COD_PART Código interno do declarante
05 COD_MOD 55
06 SER 1
07 SUB 0
08 NUM_DOC 10031
09 DT_DOC 190120X1

Base Legal: Registro C113 do Guia Prático da EFD-ICMS/IPI (UC: 16/03/15).

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7.1.4) Registro C190:

O Registro C190 tem por objetivo representar a escrituração dos documentos fiscais totalizados por Código da Situação Tributária (CST),
Código Fiscal de Operação e Prestação (CFOP) e Alíquota de ICMS. No caso da Nota Fiscal relativa à entrada de mercadoria não
entregue, a mesma deverá ser registrada da seguinte forma:

Registro C190
Nº Campo Valor
01 REG C190
02 CST_ICMS 000
03 CFOP 1201
04 ALIQ_ICMS 18
05 VL_OPR 2750,00
06 VL_BC_ICMS 2750,00
07 VL_ICMS 495,00
08 VL_BC_ICMS_ST 0,00
09 VL_ICMS_ST 0,00
10 VL_RED_BC 0,00
11 VL_IPI 0,00
12 COD_OBS

Base Legal: Registro C190 do Guia Prático da EFD-ICMS/IPI (UC: 16/03/15).

8) Penalidades:
O desrespeito das formalidades previstas na legislação do ICMS implica ao contribuinte infrator, quando estas forem apuradas através de
ação fiscal regular, as penalidades previstas no artigo 527 do RICMS/2000-SP, cuja capitulação é feita pelo agente fiscal.

Base Legal: Art. 527 do RICMS/2000-SP (UC: 27/10/15).

Informações Adicionais:
Este material foi escrito em 03/04/2013 pela Equipe Técnica da Tax Contabilidade, sendo que o mesmo foi atualizado em 12/11/2015,
conforme legislação vigente nesta mesma data. Todos os direitos reservados.

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