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INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ

CAMPUS BELÉM
CURSO TÉCNICO EM MINERAÇÃO
DISCIPLINA: CARACTERIZAÇÃO TECNOLOGICA DE MINERIOS

TÉCNICAS DE QUARTEAMENTO

BELÉM
2019
INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ
CAMPUS BELÉM
CURSO TÉCNICO EM MINERAÇÃO
DISCIPLINA: CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINÉRIOS

DISCENTES:
CAMILA DE OLIVEIRA MOREIRA – 20181736984
DANIEL RODRIGO DAMASCENO SANTOS –
20181736974 JOAO VICTOR DE ARAUJO PANTOJA –
20181736985 LARISSA AQUINO RODRIGUES DA SILVA –
20181736976
LAURA DO SOCORRO RIBEIRO DO ROSÁRIO - 20181736973
ROSELLY LEAO E SILVA - 20181736982

TÉCNICAS DE QUARTEAMENTO

DOCENTE: PROF. DR. JAIME COSTA

BELÉM
2019
1. Introdução
O quarteamento é uma das etapas do método de amostragem e consiste em dividir a
massa primária ou global da amostra em alíquotas com massa menor, para a obtenção da
amostra final.
As operações de quarteamento podem ser manuais ou utilizando equipamentos de
concepção simples, mas de grande importância na obtenção de amostras finais.
O referente relatório aborda três tipos de quarteamento tais como: O Quarteamento em
Pilha Cônica; Pilha Alongada ou Longitudinal e Quarteador Jones, cujo ensaios foram
realizados em laboratório.

2. Objetivo
Conhecer e executar as técnicas de quarteamento em Pilhas Cônicas, Pilha Alongada e
Quarteador Jones.

3. Fundamentação teórica
Todas as etapas de preparação, devem ser feitas observando-se técnicas de
homogeneização e métodos de quarteamento. Para isso, utilizam-se pilhas e/ou equipamentos
auxiliares.

3.1 Homogeneização
A homogeneização da amostra primária tem por objetivo obter uma distribuição mais
uniforme dos constituintes, permitindo assim o quarteamento em frações de menor massa. Os
métodos de homogeneização mais utilizados são as pilhas, na forma de tronco de cone ou
longitudinais. Estas também são conhecidas como pilhas prismáticas de homogeneização.
Para construção de uma pilha tronco de cone, o material é colocado sobre uma lona
quadrada.
Os vértices do quadrado são levantados, alternadamente, de forma a fazer com que o
material da base da pilha de um dos lados seja alocado no topo da pilha, em cada passada. Na
Figura 01, tem-se uma representação esquemática da construção de uma pilha cônica. Depois
de algumas repetições desta atividade, a pilha é considerada homogênea. Este processo pode
também ser realizado utilizando duas espátulas triangulares, com as quais se toma a base da
pilha em lados opostos revolvendo-a para o centro.
A construção das pilhas longitudinais é realizada distribuindo-se o material,
longitudinalmente, em uma bancada, mediante sucessivas passagens. Construída a pilha, as
extremidades devem ser retomadas e novamente espalhadas sobre seu centro. A pilha formada
tem a seção em tronco de pirâmide (Figura 01).

Figura 01 - Representação esquemática da construção de pilhas cônica e longitudinal.

3.2 Quarteamento em pilha cônica


O quarteamento em pilha cônica é um dos métodos mais antigos de fracionamento de
amostra. Esse método consiste em homogeneizar o material cuidadosamente e formar uma
pilha cônica. O objetivo é obter uma pilha, na qual a segregação deve ser simétrica em
relação ao vértice do cone. Depois de feito o cone, o vértice é achatado para facilitar a
divisão, e divide- se o material em quatro porções, segundo dois planos verticais que se
cruzam no eixo geométrico do cone (Figura 02). Duas frações, em diagonal, são reunidas
e as outras duas rejeitadas. Se for preciso uma amostra menor, repete-se o processo. Esta
técnica é também chamada de quarteamento em lona ou bancada. É utilizada para pequenos
volumes de amostras.
Este método é o menos indicado para amostragem de minérios muito heterogêneos e de
granulometria grossa. Sua aplicação é generalizada devido a facilidade de sua execução.

Figura 02 – Representação esquemática do quarteamento em pilha cônica.

3.3 Pilhas Longitudinais


As pilhas longitudinais são formadas tomando-se o material e distribuindo-o ao longo
de uma linha sobre o chão ou lona. Para construção da pilha, a primeira fração do minério é
distribuída da esquerda para a direita, a segunda, da direita para a esquerda sobre a primeira e
assim sucessivamente. A quantidade de minério em cada fração, tomada no lote inicial, deve
ser suficiente para distribuí-la ao longo de toda a pilha, com velocidade constante. O material
constituinte das extremidades deve ser retomado, sendo distribuído novamente ao longo da
pilha.
A pilha formada deverá ser dividida em segmentos, utilizando-se a largura da pá como
medida, os quais devem ser numerados como mostrado na Figura 03. O quarteamento é feito
formando-se duas novas pilhas com as seções alternadas. A primeira tomando-se as porções
de índices pares e a outra, as de índices ímpares. Caso seja necessário, repete-se a operação
com uma das pilhas. Na Figura 03 estão ilustradas as etapas de formação da pilha
longitudinal.

Figura 03 - Representação esquemática do quarteamento e etapas de preparação da pilha de


homogeneização longitudinal.

3.4 Quarteador Tipo Jones


O quarteador tipo Jones é constituído por uma série de calhas inclinadas (inclinação >
45º) montadas, alternadamente, para um lado ou para outro. Abaixo do término dessas
canaletas, são colocadas as caixas para recolhimento do material, uma do lado esquerdo e
outra do lado direito. O número de calhas deve ser par e estas devem ter a mesma largura,
sendo, no mínimo, três vezes o tamanho da maior partícula do lote a ser quarteado. Quanto
maior o número de calhas, maior será a representatividade das amostras obtidas.
A quantidade de amostra a ser adicionada no quarteador deve ser suficiente para
cobrir o conjunto de calhas do mesmo. Além disso, a forma de distribuição da amostra sobre
as calhas deve ser uniforme, isto é, não deve ser concentrada em uma parte das calhas,
principalmente,
quando o quarteador não dispõe de um retentor da amostra no fundo do silo de alimentação,
como ilustrado na Figura 04.
O procedimento prático para a utilização do quarteador tipo Jones inclui a
homogeneização inicial do lote e a distribuição do minério na calha central do divisor. O
operador deverá colocar a amostra a ser quarteada, que deverá estar praticamente seca, na
posição central da grade, de maneira lenta e contínua, para evitar a obstrução das calhas. Isso
pode ser executado com uma pá ou com um terceiro recipiente coletor da amostra. Na Figura
04 observam-se as etapas de quarteamento em quarteador Jones.

Figura 04 – Ilustração sequencial do quarteamento de uma amostra em um Quarteador Jones.

4. Materiais e Métodos utilizados


Os materiais utilizados para os procedimentos são simples, porém possuem
importância significativa para a execução dos métodos. Na Figura 06 são representados os
materiais utilizados.

Figura 05 – Materiais utilizados em laboratório.


Pilha Cônica Pilha Longitudinal Quarteador Jones

Materiais Utilizados Materiais Utilizados Materiais Utilizados

 Amostra (brita);  Lona;  Amostra;


 Espátula;  Becker;  Quarteador Jones;
 Lona;  Pincel;  Espátula;
 Pá;  Espátula.  Lona;
 Pincel;  Pincel;
 Prato;  Prato;
 Escova;  Balança Líder.
 Balança Líder.
Tabela 01- com os nomes dos materiais.

4.1 Pilha Cônica


No método de pilha cônica, realizou-se o despejo do material inicial no recipiente
(prato) e pesou-se o mesmo posteriormente, para se obter a massa total no valor de 4.876g da
amostra.

Figura 06 - Pesagem na balança líder.

Logo em seguida, esse material foi colocado na lona para o processo de quarteamento.
Figura 07 – Despecho do material na lona.

Para tal procedimento, precisou-se de quatro integrantes da equipe posicionados em


cada extremidade da lona, e o material foi derramado no meio da lona para que pudesse ser
homogeneizado. O procedimento foi simples, cada integrante levantava a extremidade da lona
em que estava responsável de maneira alternada com o intuito de empilhar o material no
centro da lona.

Figura 08 – Executando a homogeneização. Figura 09 – Operação de quarteamento.


Para cada etapa de homogeneização, realizou-se também uma etapa de quarteamento,
onde dividiu-se a pilha do material em quatro porções.

Figura 10 – Operação de quarteamento

Duas frações, em diagonal, foram recolhidas e as demais descartadas.

Figura 11 – Retirada em diagonais.

Este processo de quarteamento repetiu-se três vezes até a obtenção de uma amostra
menor de massa reduzida.
Figura 12 – Amostra final do quarteamento.

Após isto, a amostra final obtida foi novamente pesada apresentando um total de 562
gramas.

Figura 13 – Pesagem da amostra final do quarteamento.


4.2 Quarteador Jones
O procedimento para a realização desse método consistiu-se em colocar a amostra
contida no prato dentro do quarteador Jones,

Figura 14 – Quarteador Jones de laboratório.

esta amostra caia sobre as calhas e as mesmas levavam o material para caixas situadas
nos lados do equipamento, fazendo assim a homogeneização do mesmo.

Figura 15 – Executando o quarteamento.

O quarteamento, nesse caso, atribuiu-se na retirada das caixas com uma amostra menor,
o material contido em uma dessas caixas era descartado, o outro contido na caixa que
permaneceu, foi-se usado para um novo quarteamento. Para a obtenção de amostras de menor
massa, repetiu-se a operação com o material contido em um dos recipientes coletores.
Realizou- se esta etapa três vezes para se obter uma amostra final de 606 gramas.

Figura 16 – Amostra final. Figura 17 – Pesagem da amostra final.

4.3 Pilha Longitudinal ou alongada


Este foi o último procedimento realizado no laboratório. O processo iniciou com a
massa total despejada na bacia, essa quantidade foi utilizada para a criação da pilha.
O método consistia em distribuir o material da direita para a esquerda e posteriormente
o inverso, de modo que o material ficasse sobreposto ao que estava por baixo, formando assim
a pilha alongada.
Figura 18 – Construindo a Pilha Alongada. Figura 19 – Construindo a Pilha Alongada.

Prosseguiu-se com esta etapa cinco vezes até a conclusão da pilha. A quantidade do
material foi distribuída ao longo da pilha com velocidade constante.

Figura 20 – Montando a Pilha Alongada. Figura 21 – Pilha Alongada.

Usou-se uma caneta e um lápis como escala para mostrar as dimensões da pilha. Este
método é utilizado quando se tem uma grande quantidade de material.
Figura 22 – Pilha Alongada.

5. Resultados e Discussões
Com a realização dos procedimentos, constatou-se os seguintes resultados:

Calculada Pesada
Técnica
Mi (g) Mf (g) Mi (g) Mf (g)
Pilha cônica 4496,00 39008,00 4876,00 562,00
Quarteador Jones 4848,00 39008,00 4876,00 606,00

Tabela 02 – Dados da pesagem.

Constatou-se que, tanto no quarteador Jones quanto no quarteamento de pilha cônica


houveram resultados abaixo do esperado. Isso pode ter ocorrido devido a alguns fatores,
dentre eles: erro do operador na execução da tarefa, fazendo com que o resultado final fosse
abaixo do esperado; perda de material ao longo do processo e a granulometria do material, já
que os grãos possuem tamanhos diferentes logo a massa desses materiais também são
diferentes, implicando diretamente nos valores da massa final dessa amostra.
6. Conclusão
Os métodos de homogeneização e quarteamento são indispensáveis no processo de
amostragem, visto que tornam os resultados com bom nível de confiabilidade e com baixo
custo. Essas técnicas permitem uma análise rápida e eficaz, apresentando resultados de forma
simples e objetiva.
Na prática realizada, constatou-se alguns erros que são bem comuns na execução
desses procedimentos, pois podem ocorrer erros do operador, perda de material no processo e
outros, como ocorreram na atividade realizada, o que contribuiu para que os resultados fossem
abaixo do esperado. Apesar disso, os objetivos impostos foram alcançados. Os conhecimentos
obtidos e a execução dos métodos foram satisfatórias, pois os mesmos não estão isentos de
erros, mas podem ser evitados e isso pode garantir resultados mais precisos.
Contudo, os conhecimentos obtidos na prática foram de suma importância,
contribuindo para o desenvolvimento pessoal e profissional dos envolvidos.

7. Referências Bibliográficas

SAMPAIO, J. Alves; FRANÇA, S. C. Alves; BRAGA, P. F. Almeida. Tratamentos


de Minérios. Práticas Laboratoriais, Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2007.

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