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NAS EMPRESAS
Profª. Esp. JULIANA SPADOTO
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004 Aula 1: Comunicação e Socialização
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Introdução
Olá, estimado(a) aluno(a)!
Espero que você faça bom uso deste material. Aproveite o momento para refle-
tir sobre o jeito como você se comunica e para se conscientizar da importância
da leitura, além de sanar eventuais dúvidas acumuladas ao longo do tempo.
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Comunicação e
Socialização
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“Quem não se comunica se trumbica” - Chacrinha, comunicador
Ter uma boa comunicação escrita e falada certamente pode ampliar as oportunidades
no mercado de trabalho. O que se observa muitas vezes é que o pro ssional concentra
esforços em somente entender o que os recrutadores esperam nas entrevistas e como
eles devem se posicionar diante do gestor, mas se esquecem de que dominar o
português demonstra que ele tem um nível básico de educação e que está preparado
para se comunicar em situações diversas, sejam elas com seus colegas de trabalho,
clientes ou fornecedores.
Agora pense em sua casa, seu bairro, sua escola, sua turma. Esses certamente foram
os primeiros meios sociais em que você viveu, e a comunicação foi o canal pelo qual
sua cultura foi transmitida a você.
Foi usando a linguagem, falando e ouvindo, escrevendo e lendo, que você aprendeu a
ser membro de sociedade (DÍAZ BORDENAVE apud INFANTE, 1998), que adotou seu
modo de pensar e de agir, suas crenças e valores, seus hábitos e tabus. Não foram os
professores na escola que lhe ensinaram sua cultura: foi a comunicação diária com
pais, irmãos e amigos, na rua, no ônibus, no jogo, no bar e na igreja que lhe transmitiu,
ainda criança, as qualidades essenciais para viver em sociedade e ser cidadão.
Utilizar bem a linguagem e a interpretação vai muito além do que apenas falar ou
escrever: é fazer parte de grupos sociais, ascender pessoal e pro ssionalmente,
adquirir e compartilhar conhecimento. A comunicação confunde-se com nossa
própria vida. Temos tanta consciência de que comunicamos como de que respiramos
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ou andamos. Somente percebemos sua importância quando, por um acidente ou
doença, perdemos a capacidade de nos comunicar. Você sabia que pessoas que foram
impedidas de se comunicar durante longos períodos enlouqueceram ou caram perto
da loucura?
“Alguém fez, uma vez, uma lista dos atos de comunicação que um
homem qualquer realiza desde que se levanta pela manhã até a hora
de deitar-se, no m do dia. A quantidade de atos de comunicação é
simplesmente inacreditável, desde o ‘bom dia’ à sua mulher,
acompanhado ou não por um beijo, passando pela leitura do jornal,
a decodi cação de número e cores do ônibus que o leva ao trabalho,
o pagamento ao cobrador, a conversa com o companheiro de banco,
os cumprimentos aos colegas no escritório, o trabalho com
documentos, recibos, relatórios, as reuniões e entrevistas, a visita ao
banco e as conversas com seu chefe, os inúmeros telefonemas, o papo
durante o almoço, a escolha do prato do menu, a conversa com os
lhos no jantar, o programinha de televisão, o diálogo amoroso com
sua mulher antes de dormir, e o ato nal de comunicação num dia
cheio dela: ‘boa noite’.” (Díaz Bordenave, 1986)
Assim, vale ressaltar a importância de estar atento ao modo como nos comunicamos
em diferentes meios que convivemos. É fato que ninguém usa o mesmo linguajar, as
mesmas palavras, postura e tom de voz quando conversa com os amigos em uma
festa e quando trata com o patrão no ambiente de trabalho. São contextos
díspares que exigem uma percepção e uma fala para cada um deles. Misturá-los é
perigoso, causa uma impressão errada e pode até lhe retirar de algum meio de
convívio social.
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No lme “O Náufrago”, de Robert Zemeckis, Chuck Noland (Tom Hanks)
ca sozinho em uma ilha deserta depois de um desastre de avião. A
certa altura da trama, ele “faz amizade” com uma bola de vôlei, à qual
ele chama de Wilson – a marca da bola. À primeira impressão, o
espectador pode achar que Chuck cou louco por conversar e dedicar
sentimentos a uma bola, mas o que se percebe é o contrário: ele sabe
que cará louco se não socializar com alguém na ilha. Logo, conversa
com um objeto e a ele atribui características humanas para evitar ir à
loucura enquanto está sozinho. Leia um artigo sobre as teorias da
comunicação do lme:
Comunicação e Tecnologia
Após a revolução industrial, no início do século XIX, houve a invenção de máquinas
capazes de produzir, armazenar e difundir linguagens, tais como a fotogra a, o
cinema, os meios de impressão grá ca, o rádio, a TV, o computador e seus derivados,
tablet, iphone, celulares, etc. Com um simples apertar de botões ou por meio de uma
tela touch screen, as notícias nos chegam da mesma forma como nos chegam a água e
a eletricidade.
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industrial, e essa revolução está acontecendo devido à eliminação dos limites entre o
mundo digital, o mundo físico, que são as coisas, e o mundo biológico, que somos nós”
(IEASP, 2016).
JORNAL - o primeiro exemplar data de 59 a.C., em Roma, quando Julio César quis
informar o povo sobre os mais importantes acontecimentos sociais e políticos do
seu império. Até hoje, tem praticamente a mesma função.
RÁDIO - com sua primeira transmissão datada de 1900, foi um marco na história,
pois ao contrário do jornal, as ondas do rádio tinham um alcance de pessoas e
velocidade e informação muito superiores.
TELEVISÃO - em 1924, a TV trouxe a junção dos componentes grá cos (imagens e
guras) de um jornal com os componentes de áudio do rádio (a fala), o que
tornou possível ver imagens em movimento juntamente com o áudio.
INTERNET - desenvolvida em 1969 nos EUA para ns de comunicação militar,
tinha o nome de ArpaNet. Com o m da Guerra Fria, o sistema tornou-se
praticamente desnecessário para ns militares e o Exército decidiu levá-lo a
público.
Andando lado a lado com a evolução dos computadores, está a Internet, que nem
sempre foi da maneira que a conhecemos: na verdade, ela foi desenvolvida para ns
militares e não passava de um sistema de comunicação entre as bases militares dos
EUA. Em 1971, a até então chamada ArpaNet passou a ser usada por acadêmicos e
professores universitários, principalmente nos EUA, para trocarem ideias e
mensagens, e então recebeu o nome de Internet. A disseminação e a popularização da
rede no Brasil aconteceram no nal da década de 1990, e aos poucos foi se tornando
aquilo que conhecemos hoje: indispensável para a nossa vida, pois estar conectado à
rede mundial é uma fonte de conhecimento, interatividade, diversão e, acima de tudo,
de comunicação.
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Gírias, jargões e os Grupos
Sociais
Considerando o grupo social do qual o sujeito faz parte, ele passa a dominar
determinado tipo de vocabulário e expressões que não são compreendidos dentro de
outro grupo social. É o caso dos diferentes jargões utilizados em discursos jurídicos,
médicos, presidiários, cantores, jogadores de futebol, chefes de cozinha, etc. Cada
grupo especí co possui palavras que são frequentemente utilizadas em seu dia a dia,
mas que di cilmente são compreendidas dentro de outro grupo social.
GÍRIA x JARGÃO
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A gíria
Conceitualizando, Araújo e Sousa nos dizem que
Na prática, sabemos que a gíria é uma fala informal, que varia conforme o grupo e a
época. Você se lembra das gírias que falava quando criança? São as mesmas que os
jovens falam hoje? Certamente a resposta é não. Caso alguém leia este mesmo
material em 2030, por exemplo, as gírias atuais aqui expostas já serão ultrapassadas.
Gírias comuns nos anos 1980 Gírias comuns nos anos 2010
E quem cria as gírias? - Nós mesmos, os próprios falantes de uma língua. E elas podem
surgir nas mais diversas situações tais como contextos culturais, de entretenimento,
na internet, na rua, em um vídeo que viraliza... São expressões que normalmente não
fariam sentido nenhum, ou têm algum sentido completamente diferente daquele em
que são usadas, mas o fato é que as gírias enriquecem a linguagem de tal forma que,
em determinados casos, é impossível ser compreendido sem usar nenhuma.
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Veja mais alguns exemplos da evolução das gírias desde os anos 60:
O jargão
Imagine que você está em um hospital e ouve um médico conversando com outro. Um
deles diz:
É provável que você tenha levado algum tempo até entender o que o médico falou,
pois ele utilizou termos com os quais os dois colegas médicos estão acostumados.
Com a paciente, o médico deve falar de uma maneira mais simples, como: "Bem, dona
Maria, a senhora pode parar de tomar o remédio, sem problemas.”
Jargão é o modo de falar usando termos especí cos de um grupo, geralmente ligados
à pro ssão. Para Dino Preti, professor titular de língua portuguesa da PUC-SP, jargão é
a "linguagem cientí ca ou técnica banalizada". Por de nição, é uma forma de falar
inadequada à situação. “A pessoa quer se promover, mostrar que fala uma linguagem
que o outro desconhece”, segundo o professor. Mas muitos especialistas dizem que os
jargões são frases prontas que tiram a autenticidade do texto porque são
consideradas antiquadas.
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Você sabe o que signi ca brie ng, feedback e ranking? São termos do
chamado “corporativês”. Nessa linguagem, muitos jargões são
emprestados da língua inglesa e nem foram traduzidos para o
português. As pessoas que não sabem o signi cado desses termos
podem prejudicar a comunicação, assim como aquelas que os usam a
todo o momento, pois podem se expressar de maneira incorreta e
“forçada”. Se o pro ssional está em uma conversa entre amigos, não há
necessidade de usar esses termos, pois pode passar uma imagem de
arrogância. Quem não conhece bem o signi cado dos termos é melhor
não utilizá-los! Conheça uma lista desses jargões em inglês em:
Cada pessoa e grupo social possui uma maneira própria de falar e criar suas próprias
marcas linguísticas. Tais marcas produzem uma variedade não apenas no âmbito
geográ co, mas também no âmbito pro ssional. Em suma, a língua varia de acordo
com os elementos regionais, socioculturais e contextuais, conceitos que veremos
mais adiante neste curso.
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Você já ouviu falar em anglicismo? Trata-se do uso de termos da língua
inglesa mesmo quando existem as mesmas palavras na língua
portuguesa. Há quem diga que são termos indispensáveis para dar um
ar mais “chique”, pro ssional ou corporativo à situação, mas outros
defendem que é um exagero, já que os mesmos termos podem ser
encontrados em português. O que você acha? Exagero ou necessidade?
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Elementos da
Comunicação
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“Se você falar com um homem em uma linguagem que ele
compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua
própria linguagem, você atinge seu coração.” (Nelson Mandela)
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Elementos da
Comunicação
Um dos primeiros estudiosos a considerar quais elementos são necessários para que
uma comunicação e caz aconteça foi Roman Jakobson (1896-1982). Para esse linguista
russo, há basicamente seis funções determinadas de acordo com o elemento em que
a ênfase da mensagem recai.
Veja o esquema:
EMISSOR: é aquele que envia a mensagem. Pode ser uma pessoa, uma empresa,
uma equipe, etc. Nem sempre é uma única pessoa a responsável pela
transmissão de uma mensagem.
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MENSAGEM: é o conteúdo informativo enviado de um emissor para um receptor.
RECEPTOR: é aquele que recebe a mensagem enviada pelo emissor.
CANAL DA COMUNICAÇÃO: é qualquer meio pelo qual a mensagem é enviada.
Pode ser a voz, celular, computador, livro, propaganda, gestos, outdoor, etc.
CÓDIGO: é a língua em que a mensagem é escrita ou falada.
Para ilustrar onde entra cada um desses elementos, imagine uma situação comum do
cotidiano:
Janaína quer lembrar o esposo, Roberto, de algo que ela disse a ele
no café da manhã, antes de saírem para trabalhar: “Amor, não se
esqueça de trazer um suco para o jantar, tá?”
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Continuando nossa historinha:
Assim, o processo de comunicação não foi totalmente satisfatório nesse caso porque
houve uma falha em um dos elementos - no canal, na hora de enviar a foto - e a
mensagem não foi recebida. A essa falha dá-se o nome de ruído.
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O QUE É RUÍDO NA COMUNICAÇÃO?
Em suma, comunicar-se bem não signi ca falar bonito, mas sim apresentar e ciência
na transmissão das mensagens, isto é, que elas alcancem os objetivos propostos pelo
emissor. Nesse sentido, comunicamos e cientemente quando o receptor compreende
a mensagem segundo os objetivos daquele que a produz.
Para tanto, é necessário ser o mais claro e objetivo dentro do processo comunicativo
para que o receptor compreenda e responda aos objetivos do emissor de modo
positivo.
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Erro de português x Falha de comunicação
A primeira expressão não apresenta erro nenhum, mas simplesmente não é comum
na nossa linguagem. O dentista não tem obrigação de escrever tudo sempre certo,
mas na hora de comunicar seu serviço ao público, ele o deve fazer de forma coerente.
Senão, criará uma imagem errada de sua competência pro ssional.
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Variações
Linguísticas
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“A linguagem existe para que nos sirvamos dela, não para que sirvamos a
ela” - Fernando Pessoa, poeta.
Nos espaços sociais em que vivemos, temos a oportunidade de encontrar diversas formas de
linguagem escolhidas dependendo da intenção do emissor. Vejamos algumas informações
sobre as características e os aspectos mais relevantes que demarcam as formas de
linguagem, sejam elas no plano verbal ou no plano não verbal.
No instante em que você põe os olhos em um texto, você o lê. Por que você o leu? Porque, a
partir do momento que você se alfabetizou, torna-se um ato instintivo, automático. Placas,
sinais, lmes, livros, bilhetes, posts, todas essas manifestações só existem porque existe a
linguagem aprendida.
Já vimos nas aulas anteriores que a linguagem está diretamente relacionada à prática social.
Ela é viva e dinâmica, e tanto modi ca a sociedade quanto é por ela modi cada. Nos estudos
sobre o assunto, a linguagem é abordada e entendida a partir de três vertentes, e a prática
social é uma delas:
Ela se faz na vida do ser humano a partir em que seu cérebro e corpo começam a car
su cientemente maduros para isso.
Ela surge da necessidade do homem de viver em grupos sociais e de realizar trocas com os
integrantes desses grupos.
Além do português padrão, há outras variedades que são usadas em situações informais
diversas e diferentes de acordo com o contexto e sujeitos do processo comunicativo. Fatores
tais como escolaridade, nível social, idade, região, etc. são responsáveis por determinado
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tipo de linguajar que pode ser discriminado inclusive dentro de situações informais.
Antigamente
É perceptível que nele existem expressões que já não usamos mais, tais como mademoiselles,
janotas, pé-de-alferes, balaio, botica, ceroulas, outrora. O texto de Drummond fala exatamente
disso: de como se falava antigamente.
Caso fôssemos adequá-las ao vocabulário atual, como caria? Os termos em destaque
seriam substituídos por “mina”, “gatinha”, “cantadas”, “da hora”, “os caras”, “a galera,”
“farmácia”, “cuecas” e assim por diante.
Perceberam que a língua é dinâmica? Ela sofre transformações com o passar do tempo em
virtude de vários fatores advindos da própria sociedade, que também é totalmente mutável.
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Ou seja: todo mundo tem seu jeito de falar, seja por história pessoal ou coletiva. O que vale
lembrar é que não existe certo ou um errado quando a questão é sotaque, por exemplo, ou
vocabulário diferente de uma geração ou região para outra.
Errado é o que não está de acordo com a gramática vigente. As diferentes formas de falar a
língua portuguesa são chamadas de variações linguísticas.
Variação Histórica
É aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Por exemplo, a palavra “você”, que no
tempo do Brasil colônia era “vossa mercê” e depois virou “vosmecê”. O mesmo acontece com
as palavras escritas com PH, como era o caso de pharmácia, agora, farmácia.
No século IX, seria comum encontrar uma placa em algum local público onde se lêsse:
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Veja como a gra a era diferente. Estava errado? Não, pois na época, era assim que se
escrevia.
É famoso nas redes sociais e por quem estuda variações linguísticas o “cartão da paquera”,
nome usado para identi car o bilhete do século XIX encontrado no acervo bibliográ co que
pertenceu ao gaúcho Othelo Rodrigues Rosa, jornalista, escritor, poeta e historiador que
morreu em 1956.
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Acredita-se que o galanteio seja obra de algum expert em fazer a corte às damas da época.
Ao que tudo indica, o dono do cartão de fato se deu bem, uma vez que é possível observar
no cartão original uma discreta marca no canto inferior direito do cartão.
Variação Regional
São as variações ocorridas de acordo com a cultura de uma determinada região como, por
exemplo, a palavra mandioca, que em certas regiões é tratada por macaxeira e aipim; e
abóbora, que também é conhecida como jerimum dependendo do estado brasileiro. O
sotaque também é uma variação regional, como em regiões que puxam o “r” ou ainda falam
“tu” mesmo que não conjugue o verbo corretamente (tu é, tu vai, etc.).
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Uso de “r” pelo “l” em nal de sílaba e nos grupos consonantais: dizem pranta,
broco ao invés de planta, bloco.
Variação Sociocultural
É aquela pertencente a um grupo especí co. Neste caso, podemos destacar as gírias, a
linguagem coloquial usada no dia a dia das pessoas e a linguagem formal, que é aquela
utilizada por pessoas com maior grau de instrução.
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Também fazem parte deste grupo os jargões, dos quais já falamos na Aula 2, que pertencem
a uma classe pro ssional mais especí ca, como é o caso dos médicos, pro ssionais da
informática e policias, dentre outros.
Linguagem Formal e
Informal
A linguagem formal é baseada na norma culta, que é o modelo de padrões linguísticos que
determinam seu uso correto. Em outras palavras, é aquela linguagem sem erros e gírias
utilizada em livros, revistas, documentos o ciais, etc. Como podemos ver, a linguagem
formal é voltada principalmente para a comunicação escrita e vai de acordo com a
gramática vigente.
Veja:
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Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
O primeiro verso foi escrito de acordo com a norma culta, logo, em uma linguagem formal,
pois o verbo (dar) vem antes do pronome (me). A gramática diz que o pronome (no caso
“me”) nunca deve vir antes do verbo em começo de frase. No último verso, já ocorre o
contrário: o pronome (me) vem antes do verbo (dar), representando assim a forma como
falamos e também a linguagem informal. Mas não podemos dizer que se trata de uma forma
errada: é somente inadequada em ocasiões e discursos formais.
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Existem diferentes situações de comunicação. Uma mesma pessoa pode escolher uma forma
de linguagem mais conservadora numa situação formal ou um linguajar mais informal, em
situação mais descontraída. Quantas vezes isso não acontece conosco no cotidiano? Na
família e com amigos falamos de uma forma, mas numa entrevista de emprego é muito
diferente.
Assista a uma sketch bem humorada do grupo Porta dos Fundos sobre um
inusitado candidato com diversos sotaques em uma entrevista de emprego.
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Coesão e
Coerência
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“Sou todo incoerências. Vivo desolado, abatido, parado de energia, e
admiro a vida, entanto como nunca ninguém a admirou!” - Mário de
Sá-Carneiro, poeta e contista português
a. portanto
b. entretanto
Se a sua escolha foi a alternativa a), você acertou, pois o conectivo “portanto”
indica uma conclusão. “Entretanto” é uma adversativa e quer dizer “mas, porém,
todavia”.
E se eu quisesse usar o conectivo “entretanto”, faria sentido? Não. Para isso, eu teria
que alterar a oração, assim:
Podemos então resumir que coesão tem a ver com a estrutura da oração e coerência
tem a ver com o sentido dela - e, claro, uma está ligada à outra.
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Os elementos conectivos
TEXTO 1: Sem conectivos TEXTO 2: Com conectivos
Relação de causalidade
É aquela que expressa uma causa para o fato apresentado. As conjunções aqui
utilizadas são: porque, pois, por isso, já que, visto que, uma vez que, etc.
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Relação de condicionalidade
Relação de temporalidade
Expressa uma relação de tempo por meio de conectivos tais como quando,
assim que, logo que, enquanto, cada vez que, etc.
Relação de finalidade
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Relação de oposição ou de adversidade
É quando um conteúdo expresso em um segmento se opõe ao conteúdo do outro
segmento. A relação de oposição está em frase que contenham conjunções
adversativas e concessivas, tais como mas, porém, no entanto, embora, apesar de,
etc.
Relação de adição
Relação de conclusão
Como o nome deixa claro, essa relação de coesão tem a ver com a conclusão de um
algo a partir das proposições presentes em um segmento anterior do texto. É o grupo
do “portanto”: logo, sendo assim, dessa forma, então, etc.
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O estudo dos conectivos é cobrado em praticamente todos os
concursos públicos. Nos editais, a matéria a ser estudada aparece com
o nome de “Relações Lógico-Discursivas”, e também é o que deve ser
estudo quando exigem o tópico “Coesão e Coerência”. Conectivos
podem aparecer tanto em questões de gramática quanto serem
cobrados na escrita das questões dissertativas - as temidas redações.
Quer um exemplo? Nunca se deve começar o último parágrafo da
redação com uma conjunção adversativa, por exemplo. Esse parágrafo
é chamado de “Conclusão”, logo, deve ser iniciado com uma conjunção
conclusiva. Do contrário, a argumentação perde a coerência por não ter
um elemento de coesão correto e o candidato perde pontos na prova.
Veja abaixo uma tabela com os principais conectivos e suas respectivas relações. A
maioria já foi explicada neste presente tópico; o restante, deixo com vocês, estimados!
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Tipo de relação Alguns conectivos
Casualidade porque, uma vez que, visto que, já que, desde que, como
se, caso, desde que, contanto que , a menos que, sem que, salvo que,
Condicionalidade
exceto que
quando, enquanto, apenas, mal, antes que, depois que , logo que,
Temporalidade assim que, sempre que, até que, desde que, todas as vezes que, cada
vez que
Alternância ou
Delimitação ou
pronomes relativos
restrição
Adição e, ainda, também, não só... mas também, além de, nem
Justi cativa ou
isto é, quer dizer, ou seja, pois
explicação
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O link nos leva ao texto “Coerência textual: um estudo com jovens e
adultos”, um artigo que examinou se o estabelecimento da coerência
textual está relacionado à aquisição da leitura e da escrita com jovens e
adultos, em processo de alfabetização, em uma situação de produção
de texto.
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Comunicação
Interpessoal
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As cinco essenciais habilidades empreendedoras para o sucesso são
concentração, discernimento, organização,inovação e comunicação.
Michael Faraday, cientista britânico.
Para começar, a comunicação deve ser entendida como parte inerente à natureza das
organizações, que são formadas por pessoas que se comunicam entre si e que, por
meio de processos de interação, viabilizam o sistema funcional para a realização dos
objetivos organizacionais. Portanto, sem comunicação as organizações não existiriam.
(KUNSCH, 2009).
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Se você passou pelo porteiro hoje, acenou para ele e ele retribuiu, automaticamente
vocês realizaram uma interação de comunicação interpessoal.
Uma comunicação interpessoal clara evita con itos, pois faz com que as mensagens
sejam passadas de uma maneira que os dois lados possam compreender, resultando
assim no sucesso da troca de informações.
041
Comunicação no ambiente
profissional
Comunicar-se não envolve apenas o que falamos, mas também a maneira que
levamos essas informações às outras pessoas. A linguagem corporal, o tom de voz e o
que você fala in uenciam na maneira como o outro recebe a sua mensagem. Por isso,
é preciso prestar atenção em como você se porta perto das pessoas com quem
interage, como fala com elas, qual o tom de voz que usa e como gesticula.
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Utilize a comunicação interpessoal para resolver con itos – as
práticas de comunicação interpessoal são poderosas aliadas na
resolução e na prevenção de con itos. Não são raros casos de
pro ssionais que criam situações con ituosas porque se negam a
dedicar dez minutos do dia para trocar ideias, desfazer equívocos e
chegar a um consenso. Por isso, procure estimular o diálogo entre seus
funcionários. Atue como mediador, ouça as partes envolvidas e procure
aproximá-las para que tudo se resolva com serenidade.
Procure trocar algo mais que palavras –. O ideal é que, quando você
inicie a troca de informações com alguém, procure exercer a empatia,
ou seja, a capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa. Assim,
você conseguirá conhecer fatos culturais que, talvez, você jamais chegue
a vivenciar.
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atento, a postura e o gestual demonstram todo tipo de sentimento:
alegria, contrariedade, etc., e isso pode causar falhas de comunicação e
desentendimentos.
Já ouviu falar que toda empresa tem um “rádio corredor”? Qual o limite
entre comunicação informal e fofoca? Neste artigo, Alessandra Becker,
sócia fundadora da FALE Consultoras, alerta para o perigo de boatos e
fofocas se tornarem a comunicação o cial de uma organização.
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Imagem pessoal no
ambiente laboral
No mundo dos negócios, há uma frase que diz: “Você é a sua melhor marca”. Mas
falam-se também outras coisas, do tipo: "Sua imagem pessoal é seu cartão de visita”
ou “Nos negócios, menos é mais.” Você concorda?
Mas como usar a imagem pessoal como estratégia de mercado? Para ser e ciente,
o marketing pessoal deve ser sutil e inteligente, a começar pela aparência. Exibir
roupas de marca, por exemplo, não faz de você um pro ssional respeitado. Pior: o
resultado pode até ser o contrário e revelar que, na falta do que falar, você exagera na
aparência.
O que não se pode negar, no entanto, é que o primeiro julgamento é o visual, a partir
do visual podemos perceber a que grupo uma pessoa pertence, se é cuidadosa ou não
pelo seu penteado, se é calma ou agitada pelo modo de andar, sentar e falar, ou seja,
fazemos logo um julgamento de alguém que nem conhecemos.
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“Um conhecido meu, quando quer contratar um pro ssional, além de
avaliar o currículo e realizar entrevistas, convida o candidato para
almoçar. Diz que, ao observar seu comportamento à mesa, ele é
capaz de vislumbrar características que podem ser de nitivas para
contratá-lo ou não. Se, por exemplo, a pessoa enterra a cabeça no
prato e só volta a erguê-la quando termina a refeição, meu amigo
entende que ali há uma di culdade e talvez uma falta de interesse no
outro e no ambiente ao seu redor. Outro empresário relatou que dá
muita importância ao fato de um candidato participar de um coral,
de uma orquestra ou ser voluntário em uma atividade de fundo
social, porque denota que a pessoa sabe trabalhar em equipe.”
(RIZZO, 2017).
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Boas práticas e imagem pessoal
COMUNICAÇÃO NÃO
BOA COMUNICAÇÃO BOA POSTURA
VERBAL
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CUIDADO COM A IMAGEM NAS REDES
CÓDIGO DE ÉTICA
APARÊNCIA SOCIAIS
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No início de 2016, um case corporativo cou famoso nas redes sociais
quando um estagiário da Cantareira Construtora e Imobiliária foi
demitido após fazer posts machistas em suas redes pessoais. Nas fotos
em que tirou ao visitar uma obra, escreveu na legenda algo como
"procurando uma feminista para ajudar a descarregar a carga de
cimento".
Talvez nem seja necessário pontuar, mas é sempre bom validar com dados: segundo
um estudo feito em 2014 pelo Sebrae, 60% dos problemas nas empresas causados se
devem à falta de comunicação entre os colaboradores. Veja algumas das falhas mais
recorrentes nesse âmbito:
1. Não pedir ajuda - quem tem vergonha de tirar alguma dúvida, em algum
momento vai fazer algo de errado. Lembre-se: pergunta boba é aquela que
nunca foi feita.
2. Não explicar quando necessário - às vezes deixamos de explicar qual nossa
expectativa ao designar uma tarefa ou simplesmente combinar algo com as
pessoas, acreditando que elas já compreenderam. Procure explicar sem receio o
que você deseja dos outros.
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3. Esconder-se atrás do e-mail - mensagens de texto como WhatsApp também são
válidas nesse caso. Com o advento tecnológico, preferimos enviar um e-mail ou
mensagem em que podemos resolver pessoalmente ou fazer uma ligação que
levaria menos tempo. Quando sentir que pode resolver mais rapidamente por
meio de uma ação, vá e faça.
4. Não ir direto ao ponto - existem pessoas que começam um assunto, vão fazer
alguma outra coisa no meio e não conseguem nalizá-lo. Re ita se você é essa
pessoa. Nunca se esqueça de que todo assunto que tem um início, tem um m!
5. Falar demais, escutar de menos - já ouviu falar que não é à toa termos dois
ouvidos e uma boca, certo? Procure ouvir mais e fala menos, e tenha menos
impulsividade no momento de defender alguma ideia. Esteja atento às
informações e sempre ouça mais!
6. Sempre concordar com tudo - nunca seja o tipo de pessoa que concorda com
tudo, até com opiniões e fatos que, na verdade, você não concorda. Procure
questionar aquilo que está sendo transmitido a você e não concordar de primeira
em tudo quanto é assunto.
7. Não revisar textos - em um e-mail o mensagem de texto, revise antes de enviar.
Veja se o que foi escrito está correto, se não tem problemas de gramática e se
tem coerência. Revisar informações é muito importante para amadurecer a
comunicação escrita e consequentemente a verbal.
Nós temos o poder de mudança positiva no local em que vivemos. Por meio da
comunicação, é possível consolidar essa positividade. Com esses passos com certeza
uma comunicação de sucesso acontecerá.
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06
Redação
Comercial
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“Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem
ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e
voltar a aprender.” – Alvin To er, escritor e futurista norte-americano,
maior nome dos escritos sobre a revolução digital e a revolução das
comunicações.
“A nível de, menas, questã, concerteza”? Quem nunca passou nervoso ao ver textos
com esses termos? Esses erros grosseiros e muitos outros são cometidos no cotidiano
das empresas em sua comunicação com clientes e parceiros. Contudo, é preciso saber
eliminá-los e ter uma boa redação empresarial, o que re ete até mesmo nos
resultados dos trabalhos.
Orientações de escrita
Vejamos seis orientaçõesiniciais para uma boa redação comercial:
052
de desleixo. Além disso, adapte a fonte ao texto do e-mail: algumas fontes são
mais infantis, outras é difícil de ler em smartphones, etc.
4. Apresente o objetivo da mensagem logo no início, deixando tudo claro e
facilitando o entendimento. Para isso, escreva o texto com frases curtas, elas são
mais fáceis de processar.
5. Procure usar palavras simples, que são facilmente compreendidas. Utilize
também uma diagramação arejada, ou seja, parágrafos curtos, o que faz com o
que o texto não se torne cansativo.
6. Antes de escrever, se tiver di culdade, pontue todos os temas que deseja
abordar, e se forem muito distantes um dos outros, estabeleça subtítulos. Por
m, leia tudo o que escreveu e revise em busca de possíveis erros e expressões
incorretas. Lembre-se: quanto mais você escreve, mais se aprimora!
Fonte: BARBOSA, R.M. Catho, 2018. Disponível em: CATHO . Acesso em 11 maio
2019.
Erros comuns
Erros gramaticais são os mais comuns na redação de qualquer e-mail ou outro tipo de
mensagem. Às vezes, pode se tratar de um erro de digitação, mas outras vezes, talvez
você apenas não conheça a gra a correta de alguma palavra. Pode parecer algo bobo,
mas em um mercado competitivo, até um erro como esse pode reduzir sua
credibilidade diante da concorrência.
E mais: todos nós sabemos que o português não é dos idiomas mais fáceis, mas com
as ferramentas de correção automática de texto disponíveis em softwares, não existe
desculpa para não dar aquela revisada antes de enviar o seu e-mail.
Repetir palavras
Quem trabalha com vendas, por exemplo, está acostumado a ter a rotina interrompida
inúmeras vezes ao longo do dia. Por isso, nem sempre é fácil sentar para escrever um
e-mail com calma sem receber uma ligação no meio do processo. Como consequência,
na hora de retomar a redação, você pode acabar repetindo palavras que já havia
escrito sem nem perceber. Nada que uma rápida releitura não resolva.
053
Errar a grafia do nome ou da empresa do cliente
É o tipo de erro que pode dar a entender que o emissor não está interessado no seu
próprio cliente. Enquanto algumas pessoas podem não ligar, outras podem até
mesmo se ofender. Mais uma vez, nada que uma rápida revisão não resolva.
Este é outro erro difícil de engolir, mas que acontece com bastante frequência.
Certamente é menos grave do que errar o nome da empresa do seu cliente, mas não
deixa de ser um problema facilmente evitável.
Vamos ser honestos: ninguém gosta de receber um e-mail com ofertas ou propostas
de produtos ou serviços. Você até pode acabar adquirindo aquilo que foi oferecido no
e-mail, mas a reação inicial não costuma ser tão positiva.
Talvez por isso que tantos vendedores pareçam ter receio de escrever um e-mail de
vendas. O pior é que, muitas vezes, isso acaba sendo percebido no próprio conteúdo.
É como se o vendedor estivesse com vergonha de demandar a atenção do seu possível
cliente. O resultado disso costuma ser frases excessivamente longas que podem
provocar ainda mais dúvidas no cliente. Ao invés de escrever “Você, por um acaso,
estaria interessado em agendar uma conversa para debatermos melhor a questão?”,
busque ser objetivo e honesto em relação às suas intenções, optando por algo como
“O que acha de agendarmos uma conversa de 15 minutos para eu te apresentar
melhor o produto?”. Vai utilizar e-mail para realizar o primeiro contato com um
possível cliente? Con ra algumas dicas:
054
Preste atenção na formatação: quando você copia algum texto de
uma página na internet e o cola no corpo de um e-mail que você está
escrevendo, é comum que a formatação original do trecho copiado seja
mantida no e-mail. Quando se fala em formatação, nos referimos a
detalhes como tamanho e tipo de fonte, por exemplo.
Os avanços tecnológicos deixaram a troca de mensagens mais veloz com a ajuda dos
computadores e do espaço virtual – a web. Hoje, a comunicação entre empresas - ou
pessoas jurídicas, pro ssionais autônomos, etc. - ou dentro da própria empresa
acontece em segundos.
055
Por meio dos recursos da Intranet, os veículos online se ampliaram. Têm-se à
disposição e-mails, o Messenger (troca imediata de mensagens, impressas, via vídeo
ou voz), Skype (troca imediata de mensagem via voz, em tempo real), mensagens SMS
(troca de mensagens instantâneas por meio de aparelhos celulares e computadores),
WhatsApp, entre outros recursos que não cabe, neste momento, aprofundar.
Todavia, alguns cuidados necessitam ser tomados para que a comunicação ocorra sem
ruídos quando enviada por meio da web:
056
Como NÃO escrever um e-mail:
Escrevo para lembrar sobre o e-mail que passei no outro dia, assunto de seu
interesse. Espero que já tenha resolvido aquilo e já esteja resolvendo outro
sobre o qual conversamos pessoalmente.
057
Vícios na Comunicação Comercial
É denominado “chavão” (ou clichê) o vício de estilo incorporado como linguagem do
texto empresarial. Alguns chavões contêm erros gramaticais ou de signi cado, mas
outros são apenas expressões que, de tanto uso, se tornaram muletas que convêm
evitar, uma vez que não conferem ao texto a necessária autenticidade e atrapalham a
e cácia do texto. Assim, os chavões assumem papel negativo não só de concepção do
texto como antiquado, mas também de falha no poder de mobilização do leitor.
058
Você já deve ter ouvido e falado inúmeros chavões sem perceber. Quem
nunca falou que o fulano “dispensa apresentações”? Ou teve uma
atuação impecável, cometeu um erro gritante, teve uma calorosa
recepção, algo ou alguém teve uma importância vital num
acontecimento, o Beltrano é a bola da vez, tal coisa caiu como uma luva,
o Cicrano entrou em rota de colisão com o Fulano, outro fugiu da raia, e
tudo voltou à estaca zero, e depois de marcar um gol, a seleção só
administrou o resultado? Pois leia mais sobre chavões e clichês no texto
do jornalista Mouzar Benedito em:
Chavões de introduções
Ora, ninguém, a não ser o super-homem, consegue ver “através” de algo. A palavra
através signi ca atravessar, fazer travessia. Portanto, pode-se ver através da vidraça,
pode-se enriquecer através dos anos, mas não se pode, por exemplo, “aprovar o
aumento através de decreto-lei, pois o decreto-lei não é atravessado, para que o
aumento aconteça; pode-se somente “aprovar o aumento por meio do decreto”.
Portanto, não é correta e não deve ser usada a expressão “através desta carta”, mas
sim por meio, mas não nesta situação frasal, pois não há outra carta por onde vir, a
não ser só por meio da mesma.
Já que pela ausente não se solicita nada, a expressão pela presente torna-se,
obviamente dispensável. Só há uma carta: a presente, só se poderá vir por meio dela.
059
“Solicitamos a V. Sa. a inclusão de João Amaro”
No caso de colegas do mesmo nível hierárquico, esse pronome pode ser suprimido,
resultando em um texto com maior empatia e maior e cácia comunicativa.
Hoje em dia não se deve utiliza o verbo acusar nos textos empresariais, devido ao seu
signi cado na atualidade. Diga apenas “Recebemos/Recebi seu e-mail”.
A palavra “referenciado” nem existe! - e mesmo assim é tão usada por aí... Substitua-a
por uma das formas: mencionado, referido ou citado.
Chavões de desfechos
Além disso, falta coerência de sentido ao chavão citado, pois não se podem fazer
votos, isto é, desejos de estimar (sic) alguém; pode-se desejar prosperidade, saúde,
felicidades, mas a estima e a consideração se adquirem pela convivência e não por
desejo, concorda?
Quando se analisa o signi cado dessa frase, percebe-se que ela indica que não há
mais nada para acrescentar. Se o texto terminou, é lógico que é sem mais. Portanto, só
deve ser usada em comunicações em que não se pretenda encerrar de forma polida,
060
como em cartas de cobrança ou similares. O uso da expressão está condicionado à
continuidade da comunicação, em relação à mensagem veiculada.
Muita leitura e um dicionário sempre à mão na hora de escrever são as principais dicas
para quem deseja re nar o vocabulário. É importante ressaltar a diferença entre
“re nar” e “rebuscar”. O primeiro conceito está muito mais próximo de “lapidar”,
trabalhar para escolher as palavras que melhor exprimem a mensagem desejada. Já o
segundo signi ca “ orear, so sticar sem necessidade”.
Não faz sentido em um jantar familiar dizer “Por obséquio, passe-me o sal”. Note que
no exemplo de William Bonner, ele não usa nenhum rebuscamento. No entanto, ele
procura a palavra exata para exprimir sua mensagem. O re namento assemelha-se a
um trabalho mais artesanal.
Recursos vocabulares
061
Suas observações foram passadas para o gerente.
Suas observações foram encaminhadas ao gerente.
OBS: No mundo corporativo, tem-se notado o uso do verbo “experenciar”. Tal termo ainda
não consta do vocabulário o cial da língua portuguesa, por isso, cuidado em que local você
vai utilizá-lo! Pre ra “viver uma experiência” ou “passar por uma experiência”.
062
07
Comunicação no
Atendimento
063
“Os"Já não basta simplesmente satisfazer clientes. É preciso encantá-los".
Richard Whitely, jornalista e apresentador britânico
Habilidades de
Comunicação
Um bom administrador, gestor ou vendedor é sinônimo de um bom comunicador, e ser
um bom comunicador signi ca interagir de várias formas. Veja:
064
Acreditar no seu potencial e na sua capacidade de realizar aquilo que
deseja,
Comunicar- saber valorizar-se e reconhecer-se como uma pessoa capaz de lidar com
se bem situações e clientes difíceis e sentir-se um vencedor são jeitos de manter
consigo uma comunicação constante com você mesmo. Essa autoestima
mesmo certamente será percebida pelo cliente. Como outra pessoa vai valorizar e
reconhecer alguém
que não se dá o devido de valor?
É comum você ver atendentes com as mãos en adas nos bolsos, de braços
Use bem cruzados ou fazendo movimentos repetitivos sem sentido. Com esse tipo
a voz de comunicação, seu corpo está falando que não está a m de atender ou
que o está fazendo automaticamente. Cuidado.
065
Mesmo fora de seu setor, cumprimente a todos: colegas de trabalho e clientes
que circulam pelo local. A gentileza não precisa se restringir ao seu setor de
atuação, mas faz toda a diferença quando o cliente percebe o ambiente receptivo
da empresa mesmo entre aqueles que não vão atendê-lo. Isso fortalece a marca
da instituição.
Iniciar o contato com uma expressão do tipo “Em que posso ajudá-lo?” está de
bom tamanho: simples e neutro.
Exclua as palavras de conotação negativa do seu vocabulário. Se você não tiver
aquilo de que seu interlocutor precisa no momento, não fale "Infelizmente não
temos X agora", mas "Vou providenciar e nos falamos em uma semana".
Não diga que o produto ou serviço "custa $". Pre ra "O valor é de $”.
Ainda quanto ao valor, não diga o preço em parcelas primeiro. O cliente precisará
fazer contas para chegar ao preço nal, que muitas vezes é superior ao valor que
pagaria à vista.
Evite o uso de termos técnicos. O cliente pode car incomodado por não
entender e envergonhado de pedir esclarecimentos, frustrando assim suas
expectativas de compra. Abreviações e siglas também devem ser evitadas.
Evite termos íntimos ou no diminutivo ao falar com o cliente. Adjetivos como
"camarada", “querido(a)”, “ or” podem causar desconforto e uma proximidade
inexistente. Chame pelo apelido apenas se o cliente assim pedir ou se o
relacionamento já é de longa, longa data.
Cuidado com os "achismos". Tenha certeza daquilo que está falando. Se você
usar muito “eu acho”, “não tenho certeza”, “talvez” ou “provavelmente”, pode
parecer que você não tem domínio sobre os dados do produto/serviço.
O ambiente da loja também conta como canal de comunicação para um bom
atendimento. Se puder, contribua com a escolha cores claras e uma boa
iluminação.
Quando atendendo um casal, dê atenção primeiro à fala da mulher e em seguida
volte-se ao homem. A decisão da compra geralmente é DELA, e não DELE.
Nunca use frases que se confundem com uma ordem. Ninguém gosta de ouvir
algo como “O senhor tem que assinar aqui”. Uma expressão cordial (com o uso
de “por favor”) tem mais valor: “Por favor, pode assinar nesta linha?”
Diante de um interlocutor autoritário, tente usar de sua habilidade para
contornar qualquer mal entendido. Caso perceba que uma determinada situação
pode piorar, procure ajuda de seu supervisor ou gerente, mas nunca entre em
um embate direto.
066
Quer mais algumas dicas de especialistas sobre atendimento ao cliente
(ou sobre erros de atendimento)? Dr. Plínio Tomaz, consultor
empresarial, fala neste podcast sobre “Os 10 Piores Erros do
Atendimento ao Cliente”.
067
Ferramentas de
Multiatendimento
Existem vários tipos de atendimento que vão ajudar a empresa a se relacionar melhor
com os seus clientes. Investir em multiatendimento é essencial, mas tudo deve ser
feito com muito cuidado e sensibilidade. Algumas dessas estratégias são bem
conhecidas do público empresarial, como o telefone e o e-mail, entretanto, outras
formas têm conquistado cada vez mais espaço no mercado de contact center.
068
equipe responsável pelo funcionamento do ChatBot deve estar muito bem
preparada, caso contrário, o sistema será um fracasso.
Falta de ânimo
Não use o
não combina
Coloque-se no lugar mesmo Consistência no
com
do cliente e lembre-se discurso : discurso e na prática é
atendimento,
das atitudes aquela história o que leva uma
mas ser proativo
grosseiras que podem de que o empresa a ter
não signi ca
afastar o cliente. O produto é credibilidade no
despejar
primeiro contato é perfeito para mercado. Se um
infomações em
crucial, pois o você é um vendedor falta com a
cima do cliente.
vendedor está falando clichê que não verdade ou mente, isso
Foque em ajudar
em nome da empresa convence. O É catastró co. Caso o
o cliente a
e, por mais que o ideal é sugerir vendedor não tenha a
entender o que
cliente esteja em um até três informação que o
ele quer e o que
dia ruim, as boas opções que consumidor necessita,
vai comprar. Só
maneiras devem ser atendam à a sinceridade é o único
não vale tentar
mantidas. Todo necessidade caminho. “Quero me
empurrar coisas
mundo gosta de ser do cliente. certi car de que não
que não tem
bem tratado, aind Fuja do script, lhe darei uma
nada a ver com o
mais quando se está mas esteja informação errada” é
cliente para
solicitando um serviço atento à uma das frases que ele
terminar o
ou produto. realidade do gostaria de escutar.
atendimento
cliente.
logo.
069
No lugar de: Escreva:
Acusamos o recebimento de Recebemos
Agradecemos a atenção dispensada Agradecemos
Acima citado/ supracitado Citado
Antecipadamente gratos Gratos
Aproveitamos o ensejo para comunicar Comunicamos
Através dessa missiva, informamos Informamos
De acordo com o supracitado Conforme exposto
Essa missiva tem por nalidadeLevamos Nosso objetivo é
ao conhecimento de Informamos
No que tange Em relação a /Quanto a
070
08
Oratória em
Reuniões
071
“Você nunca terá uma segunda chance de causar uma primeira
impressão”
Danuza Leão, jornalista e escritora brasilera
Uma reunião, no seu sentido mais amplo, ocorre em diferentes contextos sociais. Ela
pode acontecer em momentos familiares, encontros com amigos, eventos escolares,
rituais religiosos, festas populares e outras situações em que um grupo se junta com
um objetivo em comum.
No âmbito pro ssional, as reuniões em uma organização são voltadas para situações
especí cas, e aqui vamos pensar em reunião como qualquer evento em que seja
preciso se projetar ao público, falar a um grupo. E, segundo Dionísio et al. (2012) as
vantagens de falar em público, no que diz respeito a atividades pro ssionais (e até
acadêmicas), são muitas. Podemos citar algumas:
Creio que nem seja preciso enfatizar como é necessário que o comunicador saiba falar
em público e se posicione diante dos assuntos com os quais se envolve no cotidiano
de uma organização, certo? Mas esta aula será de grande valia para aqueles que ainda
não têm essa consciência ou querem melhorar suas habilidades oratórias.
072
Habilidades oratórias e
princípios gerais
Segundo Dionísio et.al.,
Assim, mostrar habilidades oratórias na atualidade é ser dotado de algumas das três
inteligências múltiplas desenvolvidas por Howard Gardner (1995), psicólogo da
Universidade de Harvard:
Inteligência linguística - é ter sensibilidade para os sons, ritmos e signi cados das
palavras. É a principal habilidade para usar a linguagem para convencer ou estimular o
público.
Vejamos:
073
Grande parte da insegurança de falar em público vem da dúvida do
emissor quanto ao seu conhecimento sobre o tema. Assim, é necessário
estudar o assunto, ainda mais quando houver a possibilidade de os
Domínio do receptores fazer perguntas. A credibilidade do orador depende disso, e o
tema ritmo da fala e a espontaneidade dos gestos e palavras resultam desse
domínio do assunto.
Cada público exige uma abordagem diferente: quem fala com os colegas
de trabalho procura ter uma postura diferente do que se sua
Conhecer o comunicação fosse dirigida a experientes pro ssionais da área. Essa
público diferenciação acontece basicamente no nível a linguagem.
Não con e na Memorizar palavra por palavra para uma apresentação é muito
memória arriscado, pois caso seja necessário falar de improviso, o orador não vai
saber contornar o problema. Fazer um roteiro da apresentação é o ideal.
074
Anote uma ideia, conceito, frase ou palavra-chave para que você
comente e os amplie, discuta e exponha até que essa parte da
mensagem se esgote.
075
Você já se sentiu como se, ao falar, ninguém ouvisse? Julian Treasure
está aqui para ajudar. Neste TED talk, palestra bastante útil, o
especialista em comunicação e empreendedor demonstra como falar
poderosamente; desde exercícios vocais até dicas de como falar com
empatia. Uma palestra que pode ajudar o mundo a soar mais bonito.
Vale a pena assistir!
Recursos didáticos
Borges (2013) oferece um guia prático de recursos didáticos bastante úteis para todos
que precisam lidar com apresentações - e isso é inevitável - no meio acadêmico,
pro ssional e outros.
076
Quadro negro
Vantagens Desvantagens
Indicações
Método espontâneo;
Dicas
Escreva legivelmente;
077
Flipchart
Vantagens Desvantagens
Indicações
Facilmente preparável;
Podemos ter acesso em qualquer ordem, embora seja usada uma sequência preparada.
078
Retroprojetor
Vantagens Desvantagens
Durável.
Indicações
Fácil de preparar;
Dicas
Lembre-se de usar cartão adequado para tampar a transparência toda vez que não esteja
em uso ou então desligue o projetor;
079
Mantenha-as em número reduzido;
Datashow
Vantagens Desvantagens
Movimentação;
Indicações
Dicas
080
Você é tímido? Fica nervoso quando precisa falar em público, mesmo
que sejam seus conhecidos? Leia na revista Pequenas Empresas,
Grandes Negócios “4 TRUQUES PARA PERDER A TIMIDEZ AO FALAR EM
PÚBLICO EM 5 MINUTOS”:
081
09
Linguagem Corporal
e Expressão Oral
082
Linguagem Corporal
“Eu gosto de olhos que sorriem, de gestos que se desculpam, de
toques que sabem conversar e de silêncios que se declaram.” -
Machado de Assis
Voltando à linguagem não verbal, devemos nos atentar para o fato de que assim como
acontece com a linguagem verbal, a compreensão da linguagem corporal nos ajuda a
entender melhor nosso semelhante e nos possibilita agir de maneira inteligente e
respeitosa, além de desenvolver um melhor relacionamento com as pessoas, seja no
âmbito familiar, pro ssional ou social. Também, como na linguagem verbal, o corpo
fornece pistas acerca da pessoa que você é - como pensa e vê o mundo.
Abertura
Mãos abertas
Tirar o casaco ou blazer
Aproximar-se
Inclinar-se para a frente
Descruzar as pernas
Braços cruzados suavemente sobre as pernas
083
Entusiasmo
Defesa
Corpo rígido
Braços/pernas cruzados fortemente
Contato visual reduzido
Lábios contraídos
Cabeça baixa, com queixo sobre o peito
Punhos cerrados
Dedos entrelaçados sobre braços cruzados
Jogar-se para trás na cadeira
Avaliação
Nervosismo
Limpar a garganta
Morder (lábios, unha, dedo, etc.)
Cobrir a boca quando fala
Puxar o lóbulo da orelha
Abrir os olhos
Caretas
Contorcer mãos ou lábios
Boca entreaberta
Brincar com objetos
Ficar trocando o peso de uma perna para a outra (quando em pé)
Tamborilar os dedos
084
Ficar mexendo o pé
Rejeição ou dúvida
Coçar o nariz
Coçar os olhos
Franzir o cenho
Pernas e braços cruzados
Corpo em posição de “fuga”
Limpar a garganta
Esfregar as mãos
Levantar as sobrancelhas
Suspeita
Confiança, autoridade
Frustração
085
Chateado, indiferente
Todo ser humano tem a capacidade de se comunicar, e saber ouvir é essencial. Mas
por que existem tantas falhas e desencontros quando nos comunicamos?
086
Prevenção de falhas ou ruídos
Toda situação de comunicação está sujeita a falhas devido à presença de ruído ou
interferência - todo e qualquer fator que inter ra no processo de comunicação, como
por exemplo, distrações físicas, erros gramaticais, diferenças culturais, etc. Cada um de
nós processa informações de maneiras distintas. Assim, falhas na comunicação geram
con itos, improdutividade, prejuízos e ressentimentos.
Os ruídos na comunicação interna das empresas são erros bastante comuns no dia a
dia pro ssional, porém, muito prejudiciais para a produtividade e bem-estar no
ambiente corporativo. As falhas comunicacionais entre equipe, clientes e gestores,
muitas vezes geradas por erros corriqueiros, podem resultar em retrabalho, atrasos
em prazos e desentendimentos.
Cada um tem uma maneira própria de se comunicar, mas algumas práticas simples
podem ser adotadas para reduzir ao máximo a possibilidade de ruídos:
087
Depois de analisar e estudar a organização, é mais fácil identi car quais
ferramentas e práticas serão mais e cientes. Comunicadores internos, mural, TV
corporativa, informativos impressos ou online: existem vários canais de
comunicação que podem ajudar a sua empresa a se comunicar melhor.
7. Estabeleça a cultura do diálogo - Comunicar de forma clara e ouvir com
atenção é a melhor maneira de evitar ou resolver problemas. Uma empresa
atenta aos ruídos da comunicação incentiva seus colaboradores a conversarem
entre si e com os diretores e gestores de forma clara e direta.
Expressão Oral
Segundo Vanoye (2017), existem dois tipos de comunicação oral:
Brainstorming
Você já deve ter ouvido o termo brainstorming que, em inglês, quer dizer “tempestade
mental”. Trata-se de uma expressão oral do tipo situação de intercâmbio, e é uma
técnica bastante difundida que tem por objetivo a produção intensiva, por um
pequeno grupo, de ideias novas e originais.
088
falas confusas e encorajar igualmente todos os participantes. Há também a gura do
observador da atividade que, em silêncio, anota as ideias e faz uma lista a partir da
qual serão selecionadas as mais originais, as mais viáveis e as mais e cazes.
Gostou? Consegue pensar em alguma situação prática da sua vida para aplicá-la? Pode
ser no seu trabalho, na faculdade, na família, na igreja...
PREPARAÇÃO
ROTEIRO
A parte oral de uma boa apresentação está relacionada com uma prévia elaboração e
estruturação realizada por meio de organização das ideias. Geralmente, essa
organização é realizada por meio da escrita. Para tanto, apresentaremos alguns
tópicos que devem ser abordados no roteiro:
089
Estrutura: introdução, corpo, resumo, conclusão;
Identi cação pessoal;
Introdução do assunto;
Síntese da estrutura da apresentação;
Especi cação dos recursos técnicos;
Referência ao tempo da apresentação;
Resumo e conclusão.
TÉCNICAS
A palavra NÃO é negativa por natureza. Seu uso pode causar uma má impressão.
Assumir que não sabe algo é ético e preciso. Mentir pode trazer consequências
desagradáveis e criar uma imagem ainda mais negativa. Sendo assim, a técnica do
“Não, mas...” é uma saída para escapar de situações em que não temos o
conhecimento necessário. Exemplo:
E se der branco, o que fazer? Repita a última frase. Dará impressão que você está
enfatizando. Muitas vezes, a repetição faz lembrar o que tinha sido esquecido. Caso
não se lembre, continue assim: “Assim, o que eu quero dizer é...” e explique a mesma
frase dita anteriormente com outras palavras. Depois segue a conversa.
EVITE!!
090
Ficar falando sobre a vida pessoal;
Apresentar exemplos que não estão relacionados diretamente com o tópico
abordado. Isso pode parecer que você está preenchendo o tempo por falta de
conteúdo e conhecimento;
Apresentar vídeos muito longos;
Expor alguém da plateia;
Responder algo de forma insegura e sem a certeza da resposta. Caso não saiba,
diga que vai pesquisar e tente relacionar alguma situação à questão perguntada;
Apontar o dedo pode parecer um pouco hostil, é bom evitar.
091
Você tem medo de falar em público? Isso geralmente acontece porque
temos receio de sofrer algum tipo de depreciação diante dos nossos
colegas de trabalho ou faculdade, mas também pode ser falta de
prática. Assita a algumas preciosas dicas de oratória do professor
Marcello Pepe:
092
10
Comunicação na
Era Digital
093
A Era Digital
“Na era da informação, a invisibilidade é equivalente à morte.” -
Zygmunt Bauman
Era Digital (ou Era da Informação) são os termos utilizados para designar os avanços
tecnológicos resultantes da Terceira Revolução Industrial e que acontecem em um
ciberespaço instrumentalizado pela informática e pela internet.
094
Mas será que apenas ler a informação que nos é apresentada na Internet é o
su ciente para adquirir conhecimento?
É fato que a Internet criou novos hábitos de comunicação entre as pessoas. Nós
nos adaptamos às facilidades da nova tecnologia, e isso vale tanto para a leitura, em
vista da enorme quantidade de textos veiculados na rede, quanto para a escrita,
principal meio de expressão do internauta - bem, apesar de até as conversas “via
áudio” já estão se tornando mais corriqueiras... logo, as gerações vindouras nem mais
saberão como é sua caligra a!
Podemos concluir então que cada vez mais o acesso às redes sociais é irrestrito,
porém, as pessoas não sabem separar as informações mais valiosas para a
aquisição do conhecimento daquelas meramente de entretenimento,
super ciais ou falsas.
095
Mas viver na Era Digital é tão ruim assim para a nossa formação como cidadão? De
jeito nenhum. Pelo contrário: deveríamos nos sentir privilegiados por, ao alcance de
um clique, no tempo que leva acessar um link, ter à disposição uma profusão de
textos, vídeos e áudios sobre todos os assuntos, de todas as épocas, sob todos os
pontos de vista - e ainda poder debater com gente do mundo todo por um custo
mínimo. Nossa re exão deve ser justamente acerca de como fazer do nosso notebook
ou smartphone um ltro de tanta informação, que nos ajudará a ler mais e
compreender melhor.
Alguns tópicos que merecem re exão sobre leitura e interpretação na Era Digital:
096
Somam-se a isso a falta de leitura fora dos meios digitais (livro, jornal, revista, etc.) e o
próprio caráter de leitura rápida (o “passar os olhos”) inerente às tecnologias e temos
o resultado: a falta de prática em leitura longa e desinteresse do usuário em dispor de
um tempo maior para ler um enunciado mesmo que consideravelmente curto.
Quando ele se depara com textos e enunciados grandes em provas e testes, a primeira
sensação é de estar perdido quanto ao que fazer e por onde começar a ler (dica: pelo
começo!).
Mais de 90% das desavenças que acontecem nas redes sociais são
causadas pela má interpretação de texto. O dado é do Anonymous
Br4sil, e você deve ter cado impressionado com o número - ou se
lembrou de alguma ocasião em que brigou com alguém porque um não
entendeu o que o outro quis dizer em vias digitais. A escrita virtual não
tem tom de voz, linguagem não-verbal corporal ou expressões faciais
(embora tenhamos os emojis...) e isso pode causar uma falha de
comunicação se a pessoa não souber dominar o uso de pontos de
exclamação, interrogação ou vírgulas. Um “oi” pode soar mais seco que
um ‘“oi!!<3”, mas como con rmar se o remetente do primeiro oi estava
realmente bravo ou desinteressado em conversar? - Só pessoalmente, e
até então, namoros já foram desfeitos e amizades foram parar na corda
bamba.
Para nos preparar para o próximo tópico, vale ouvir o podcast do Jornal da USP sobre
como o analfabetismo funcional é uma das causas da disseminação de notícias falsas,
as fake news:
https://jornal.usp.br/atualidades/analfabetismo-funcional-pavimenta-o-caminho-para-
as-fake-news/
097
As fake news
A grande acessibilidade aos meios de comunicação permite que qualquer pessoa
produza conteúdo e o divulgue nas redes sociais. Assim, muito do que consumimos de
informação não corresponde totalmente à verdade - tanto é que jornalistas estão
fazendo o impossível para conseguir apurar essas informações “duvidosas”. A situação
é tão séria que surgiram agências especializadas em checar fatos – as chamadas fact-
checking agencies.
No ano anterior, 2016, o termo eleito pelo Dicionário Oxford como a palavra do ano foi
pós-verdade, conceito da Sociologia que já abria caminho para o que viria a ser o
fenômeno das fake news: “circunstâncias em que fatos objetivos são menos in uentes
na formação da opinião pública do que emoções e crenças pessoais" (ENGLISH
OXFORD LIVING DICTIONARIES, 2016). A pós-verdade encaixa-se perfeitamente em um
mundo em que mentiras e fofocas se espalham rapidamente em redes cujas pessoas
acreditam mais uma nas outras do que em qualquer órgão tradicional da imprensa,
nas instituições de pesquisa e até mesmo na ciência.
Não há como abordar pós-verdade, Era Digital e fake news sem falar de Zygmunt
Bauman, sociólogo polonês que desenvolveu o conceito de modernidade líquida. Sua
frase mais famosa para resumir o conceito é: “Vivemos em tempos líquidos. Nada
foi feito para durar”. Na modernidade líquida, os vínculos pessoais podem ser
rompidos a qualquer momento e levar o indivíduo ao isolamento social, e isso
enfraquece a solidariedade e estimula a insensibilidade em relação ao sofrimento do
outro (BAUMAN, 2001).
Para o sociólogo, as redes sociais são uma nova forma de estabelecer contatos e
formar vínculos, mas não proporcionam um diálogo real, pois é muito fácil se fechar
em círculos de pessoas pensam igual a você e não entrar em contato com
controvérsias. Esse afastamento, mais a uidez das relações e a rapidez das
informações, são o terreno propício para plantar a semente da desinformação e das
fake news.
098
Assista a uma entrevista com Zygmunt Bauman ao Programa Milênio
sobre o conceito da modernidade líquida, em que não se valoriza o
permanente, mas o temporário.
As fake news são uma ferramenta para a pós-verdade, pois divulgar uma informação
falsa porque se sabe que um grupo de pessoas vai acreditar e se envolver com o
assunto mesmo que não seja verdadeiro, é uma forma de manipulação - e é aí que
mora o perigo, não é? E isso pode acontecer tanto no mundo dos esportes e das
celebridades quanto em assuntos bem mais sérios, como política, religião e relações
externas.
099
A primeira agência brasileira de fact-checking é a Agência Lupa.
100
Notícias reais sobre notícias falsas
A agência de
Segundo o Por que as fake news
fact-checking. No Brasil, o Senado tem
laboratório viralizam? Porque
Aos Fatos se mobilizado em torno
de segurança segundo o conceito da
divulgou uma do assunto: em 21 de
PSafe,os pós-verdade, uma
pesquisaque março de 2018 o
brasileiros pessoa está
a rma que 43% Plenário foi
acessaram condicionada a
dos transformado em
cerca de 2.9 acreditar em algo
entrevistados sessão temática para
milhões de alinhado com as suas
descon a das tratar de notícias falsas,
Fake News crenças. Quando
informações por iniciativa de
entre janeiro recebemos o link de
que recebe em Telmário Mota (PTB-RR).
a março de uma matéria sobre algo
aplicativos de O senador sugeriu a
2018, e o com a qual nos
mensagem. Por criação de delegacias
principal simpatizamos por
outro lado, especializadas para dar
meio de questões ideológicas,
metade dos celeridade na
disseminação políticas ou morais,
entrevistados investigação das notícias
dessas temos mais chances de
a rmou que já falsas propagadas na
informações ignorar evidências de
tomou alguma internet tanto sobre o
é o aplicativo que essa notícia seja
decisão errada autor como sobre quem
de falsa - e aí acreditamos
baseada em reproduz o conteúdo.
Whatsapp. cegamente.
Fake News.
101
Para ilustrar o conceito de pós-verdade, os exemplos geralmente
utilizados são das eleições presidenciais americanas de 2016. Trata-se
de um exemplo clássico por ter tido impacto global, mas o fenômeno da
pós-verdade ocorre cotidianamente, em menor escala, nas nossas
vidas.
102
Outro perigo é a disseminação de notícias que incitam revolta em algum grupo. “O
serralheiro carioca Carlos Luiz Batista, de 39 anos, viu sua vida virar de cabeça para baixo
em poucos dias em razão de um boato compartilhado nas redes sociais. Uma mensagem,
acompanhada de sua foto, dizia que o serralheiro era “estuprador e sequestrador de
crianças”. (...) em 2014, uma mulher foi espancada até a morte no Guarujá, litoral paulista,
depois de ser acusada, em boatos em redes sociais, de que estuprava e sequestrava
crianças. No entanto, nem sequer existiam denúncias do tipo na região. Esses casos
demonstram o que acontece a indivíduos, em casos extremos, quando o compartilhamento
de informações mentirosas sai do controle.”
Link para matéria
completa: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/10/11/Como-identi car-a-
veracidade-de-uma-informa%C3%A7%C3%A3o-e-n%C3%A3o-espalhar-boatos
103
11
O Novo Acordo
Ortográfico
104
"En m consegui familiarizar-me com as letras quase todas. Aí me
exibiram outras vinte e cinco, diferentes das primeiras e com os
mesmos nomes delas. Atordoamento, preguiça, desespero, vontade de
acabar-me. Veio terceiro alfabeto, veio quarto, e a confusão se
estabeleceu, um horror de quiproquós.” - Graciliano Ramos.
Nossa aula de hoje trata de um tópico que tem causado polêmica e dor de cabeça em
alunos e professores: o acordo ortográ co da Língua Portuguesa, ou simplesmente a
nova ortogra a.
Polêmica porque muitos não veem sentido prático para as alterações e simplesmente
as ignoram, preferindo escrever ainda da forma como aprenderam tempos atrás; e
dor de cabeça porque, no geral, a população reclama que em muitos casos nem sabia
a forma correta de usar o hífen, por exemplo, e agora precisam estudar regras que as
confundem ainda mais.
Mas não há motivo para preocupação! Basta ter a consciência de que o acordo tem
caráter o cial e deve ser respeitado. Assim, não podemos ignorá-lo ou achar que são
mudanças pequenas; que só um hífen ou um acento agudo não faz diferença na
escrita. Pois faz, e são essas diferenças que podem excluir ou aprovar um candidato
em um processo seletivo ou concurso.
105
Em resumo, o Acordo Ortográ co está em vigor no Brasil desde 1º de
janeiro de 2009, mas foi proposto inicialmente em 1990, quando
assinado em Lisboa (Portugal) e só aprovado em 1995. A rati cação de
Portugal ocorreu em 2008 e no ano seguinte o acordo foi decretado no
Brasil. A princípio, havia sido determinado um prazo até 2013 para que
as editoras e os brasileiros em geral absorvessem todas as mudanças
que, en m, tornar-se-iam normas obrigatórias. Mas esse prazo foi
estendido pelo governo brasileiro até 2016, o que não nos desobriga de
estudá-lo e usá-lo.
Para facilitar nossos estudos e principalmente para que você tenha um material de
consulta, vamos separar as mudanças quanto aos acentos e outros sinais (trema e
hífen).
106
Como preparatório para o material que aqui estudaremos, deixo um
vídeo em que o Profº Sérgio Nogueira faz um “resumão” e relembra as
regras de acentuação (monossílabos, oxítonas, paroxítonas e
proparoxítonas). Isso vai nos ajudar imensamente a entender a nova
ortogra a:
ACENTO AGUDO
107
jóia colmeia
odisséia Coreia
paranóia debiloide
paranóico epopeia
platéia estoico
tramóia estreia
estreio
Como ca geleia
alcaloide heroico
alcateia ideia
androide jiboia
apoia (verbo apoiar) joia
apoio (verbo apoiar) odisseia
asteroide paranoia
boia paranoico
celuloide plateia
claraboia tramoia
2. Nas palavras paroxítonas com hiatos formados com i e u, sendo que a vogal
anterior a estas faz parte de um ditongo, ou seja, quando são precedidas de
ditongo. Dessa forma, feiúra passa a ser feiura, baiúca passa a ser baiuca.
ACENTO CIRCUNFLEXO
1. Não existe mais circun exo nos pares dobrado de “e” e “o”. Assim, antes era:
crêem, dêem, lêem, vêem, relêem, prevêem e agora ca: creem, deem, leem,
veem, releem, preveem.
2. De igual modo, o acento circun exo deixa de existir na vogal tônica “o” de
palavras paroxítonas, assim como: enjoo, voo, abençoo, perdoo.
Como era magôo (verbo magoar)
abençôo perdôo (verbo perdoar)
crêem (verbo crer) povôo (verbo povoar)
dêem (verbo dar) vêem (verbo ver)
dôo (verbo doar) vôos
enjôo zôo
lêem (verbo ler)
108
Como ca magoo
abençoo perdoo
creem povoo
deem veem
doo voos
enjoo zoo
leem
Veja : Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.
109
Será que eles vêm de carro ou de ônibus?
As caixas contêm dez unidades cada.
TREMA
Assim sendo, palavras que normalmente eram grafadas com o trema, como lingüiça,
tranqüilo, lingüística, bilíngüe, freqüentar, cinqüenta, agüenta, etc., não possuem mais
o trema.
Essa nova regra justi cou-se no fato de que há ditongos na língua que não precisam
do trema para indicar a quem lê o fato do “u” ter que ser pronunciado ou não, como
em: língua e quente. No primeiro caso, sabe-se que o “u” deve ser pronunciado e no
segundo não. Este fato não tem a ver com gra a e sim com fonética, ou seja, com o
modo de dizer e não com o de escrever, tornando o trema desnecessário.
110
HÍFEN
Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos
de ligação. Exemplos: reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-taque, cri-cri, glu-
glu, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-esconde, pega-pega, corre-corre. Esses
substantivos também continuam iguais, ou seja, não perderam o hífen.
O acordo também se refere a palavras formadas por pre xos (anti, super, ultra, sub,
etc.) ou por elementos que podem funcionar como pre xos (aero, agro, auto, eletro,
geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo, etc.).
CASOS GERAIS
anti-higiênico
anti-histamínico
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano
Usa-se o hífen se o pre xo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra
palavra. Exemplos:
111
micro-ondas
anti-in amatório
sub-bibliotecário
micro-ônibus
inter-racial
Não se usa o hífen se o pre xo terminar com letra diferente daquela com que se inicia
a outra palavra. Exemplos:
autoescola
antiaéreo
intermunicipal
supersônico
geopolítica
anticoncepcional
autoestima
superinteressante
agroindustrial
aeroespacial
semicírculo
Atenção: segundo a nova ortogra a, se o pre xo terminar por vogal e a outra palavra
começar por r ou s, essas letras dobram:
Usa-se o hífen com os pre xos ex, sem, além aquém, recém, pós, pré, pró, vice.
Exemplos:
além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-presidente
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
112
recém-nascido
sem-terra
vice-reitor
MUDANÇAS NO ALFABETO
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
113
12
Inadequações entre
Fala e Escrita
114
“Pense antes de falar. Leia antes de pensar.” - Anônimo.
Figura Ilustrativa.
Muitos podem achar que é exagero corrigir quem confunde “um simples ‘há’, ou ‘a’, ou
ainda ‘à’... é tudo igual!”. Mas certamente deixam de achar besteira quando esse tipo
de problema cai em concursos, processos seletivos ou avaliações das quais você
115
depende para dar um passo importante na vida. Pense nisso!
Aliás, o correto da placa seria “HOMENS TRABALHANDO A 300m”. “A” indica avanço
para frente no tempo ou no espaço. Por exemplo: “Moro a dois quarteirões daqui”,
“Vamos nos ver daqui a dois dias”. O “há” refere-se ao passado: “Nos vimos HÁ duas
semanas”
Vejamos algumas dessas confusões geralmente causadas porque são parecidas na fala
ou na forma de escrever.
PERDA é um substantivo: a perda, as perdas, uma perda, sua perda, minha perda...
Falar desse assunto é perda de tempo.
Sinto muito pela sua perda.
116
A internet também pode ser uma grande aliada quando o assunto é
sanar erros comuns de português. Os chamados “quiz”, aqueles jogos
de perguntas que você clica e confere sua pontuação, é um jeito bacana
de aprender. Desa o você a fazer um teste de português antes e depois
de ler o material destas duas aulas. Você vai notar a diferença.
Fala x Escrita
COMO É FALADO O CORRETO É...
Ele vive às custas do irmão. Ele vive à custa do irmão.
É a melhor escola a nível estadual. É a melhor escola em nível estadual.
Joana estava ao par de tudo. Joana estava a par de tudo.
Faça uma rúbrica no contrato. Faça uma rubrica no contato
(sem acento, sílaba tônica“bri”)
A instituição atua em todo país. A instituição atua em todo o país.
*A frase quer dizer que a instituição atua no país inteiro. Assim, o artigo depois de todo,
toda (Ele comeu toda a comida), todos (Preciso de todos os relatórios), todas (Todas as
alunas estão convidadas) é obrigatório. Sem o artigo, todo passa a ser sinônimo de
"qualquer", como na frase "todo homem é igual perante à Lei.”
117
*Inverta a forma para conferir: de toda sas que menos falaram, ela foi uma.
*QUITE é adjetivo e, portanto, deve concordar com a palavra a que serefere: Ele está quite
com o irmão. Eles estão quites.
*A casa não germina como planta. “Geminado” vem de gêmeas, unidas, iguais.
Aonde x Onde
118
AS FORMAS DE PORQUÊ
Já que estamos analisando palavras e expressões fáceis de confundir, vamos fechar o
conteúdo de hoje com as quatro formas de porquê.
Na língua portuguesa, existem quatro formas de usar o porquê. Disso todos sabem,
mas parece que o descaso é maior que a preocupação em aprender ou relembrar.
PORQUE (junto e sem acento): É uma conjunção explicativa. Usamos, por exemplo,
para responder perguntas e explicar qualquer assunto mesmo quando não foi feita
pergunta nenhuma (o famoso “no meio da frase”). Essa forma pode ser substituída por
"POIS."
PORQUÊ (junto e com acento): É um substantivo que pode ser substituído pela palavra
“motivo”. Vem junto de artigo (O/UM PORQUÊ = O/UM MOTIVO), de um pronome
possessivo (MEU PORQUÊ = MEU MOTIVO) e tem plural (OS PORQUÊS).
POR QUE (separado e sem acento): Usa-se quando for "o motivo pelo qual"
(geralmente usado junto dos verbos do tipo “saber, entender, descon ar, imaginar,
supor”) e no começo ou meio de perguntas.
Agora eu sei por que você sempre vai embora mais cedo.
119
POR QUÊ (separado e com acento no "que"): Quando o "que" estiver em nal de
sentença ou interrogação, ou seja, ao lado da pontuação (seja ponto nal ou vírgula),
precisa sempre ter o acento, em todos os casos.
O livro acima era uma famosa enciclopédia de perguntas e respostas dos anos de 1960
e 70; uma espécie de minigoogle da era pré-internet. Mas talvez não fosse bom fazer a
esse oráculo perguntas sobre gramática ou uso dos porquês – a própria capa estampa
o uso errado. Qual seria a gra a certa? É “por quê” separado, por se tratar de uma
interrogativa isolada, sozinha e sem complemento (no nal da pergunta).
120
A cantada pode até ser boa (será?), mas o “por que” deveria ser separado: mesmo
estando no meio da frase, trata-se de uma interrogativa.
121
13
Homônimos e
Parônimos
122
“A leitura torna o homem completo, a conversação o torna ágil e o
escrever dá-lhe precisão.” - Francis Bacon, político, lósofo e cientista
inglês (1561 – 1626).
Homônimos
Homônimos são palavras que têm a mesma pronúncia - às vezes, a mesma gra a - ,
mas que possuem signi cados diferentes.
123
a. este (pronome), este (ponto cardeal)
b. governo (substantivo), governo (verbo)
124
acender (colocar fogo) ascender (subir)
125
esotérico (secreto) exotérico (que se expõe em público)
espectador (aquele que assiste) expectador (aquele que tem esperança, que espera)
Fonte: Só Português
126
Você já deve ter ouvido essa expressão, certo? Mas o correto é que
alguém foi o bode ESPIATÓRIO ou o bode EXPIATÓRIO?
Parônimos
Parônimos são palavras com gra as ou pronúncias parecidas, mas com signi cados
diferentes e por isso facilmente confundidas. Exemplos:
127
absolver (perdoar, inocentar) absorver (aspirar, sorver)
128
agrante (evidente) fragrante (perfumado)
Fonte: Só Português
129
Ao encontro de tem sentido
De encontro a tem sentido negativo, signi ca “em
positivo, signi ca “em busca de”,
oposição a”, “para chocar-se com”: O motorista foi de
“em direção a”, “para junto de”:
encontro ao muro.
Ele foi ao encontro do sucesso.
130
possível a realização da obra.
In ação: ato ou efeito de in ar; Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma
emissão exagerada de moeda, norma.
aumento persistente de preços.
Traz: do verbo “trazer”. Todo dia Trás: atrás, na parte posterior, detrás. Falar por trás
ele traz um livro novo para casa. das costas é fácil. Tente cara a cara!
Ambiguidade e
Redundância
132
Eu gosto de ambiguidade. Não gosto da arte fechada em si mesma.
Detesto verdades absolutas.- Lygia Pape, professora e artista
multimídia brasileira
Ambiguidade
A transcrição a seguir é da embalagem de um produto e ilustra bem o que é
ambiguidade: quando uma mensagem está escrita de tal maneira que causa certa
estranheza quanto ao signi cado, geralmente relacionado à ordem das palavras.
Nesse caso, a expressão “em pó” está no lugar errado na frase, causando a sensação
imediata de que os atletas são em pó. Obviamente, sabemos que tal coisa não existe,
mas demonstra um despreparo linguístico e leva a um problema de coesão e coerência.
O adequado seria “suplemento energético em pó para atletas”.
133
O garoto está sentado perto do banco.
(banco, aqui, é um assento ou uma agência bancária?)
Uma construção como "O garoto está sentado perto do banco da praça" não deixaria
esta dúvida.
A ambiguidade também pode acontecer por uso incorreto dos pronomes possessivos.
Hoje, estabeleceu-se na mídia (jornalismo, legendagem, etc.) que é melhor utilizar o os
pronomes dele e dela no lugar de “seu” quando se refere a uma terceira pessoa. Veja:
O enunciado diz “seu cão”, ou seja, do dono do cão (ou tutor, como as associações de
proteção a animais sugerem), o que está correto. Mas o erro foi usar “suas fezes” no
lugar de “as fezes dele”, ou simplesmente “recolha as fezes” – obviamente as fezes do
cachorro.
Bom, se é para cumprir a lei, então ninguém mais anda no parque Trianon em São
Paulo, onde se encontra a placa de onde a transcrição acima foi tirada.
134
Pleonasmo (ou
Redundância)
Redundância (ou pleonasmo) são expressões repetidas desnecessariamente que
geralmente falamos e não percebemos. Fugindo um pouco do “subir pra cima”, “descer
pra baixo”, “sair pra fora” e “entrar pra dentro”, note que as pessoas falam coisas do tipo
“encarar os fatos de frente” (tem como encarar de lado ou de costas?), “dar ré para trás”
(tente dar ré para o lado!), ter “hemorragia de sangue” – sem comentário – e “repetir de
novo” (seriam três vezes então?).
Redundâncias
135
Vale lembrar que a redundância não acontece apenas em nível de sentido, mas também
de estrutura. Veja:
Fonte: https://www.placassp.com.br
Ah: e se você tem idade para lembrar do extinto Orkut, você talvez se lembre de que lá
havia uma comunidade chamada “Eu tenho medo do mesmo” satirizando esse aviso do
elevador.
136
15
Concordância
Verbo-Nominal
137
“ Seu nome não é um nome, Osmar. É um erro de concordância!” -
Ziraldo, cartunista brasileiro, em uma de suas tiras.
A regra geral de concordância verbal estabelece que o verbo concorda com o sujeito
da oração em número e pessoa. No entanto, algumas situações merecem comentários
especí cos.
Para ilustrar o conceito, vamos pensar na palavra “anexo”. “Anexo” é adjetivo, logo,
deve concordar em gênero e número com os substantivos:
138
Vamos a outros casos problemáticos?
ERRADO CERTO
ERRADO CERTO
Fizeram três dias que a conta venceu. Fez três dias que a conta venceu.
Fazem meses que não nos vemos. Faz meses que não nos vemos.
Faziam horas que estávamos esperando. Fazia horas que estávamos esperando.
139
Com os verbos faltar,
bastar, restar, sobrar e
ficar (no sentido de restar,
sobrar)
Esses verbos concordam normalmente com o sujeito. Portanto:
Carreira
Ministro da educação tropeça feio no português durante entrevista
“Haverão mudanças”, disse o ministro da Educação, Mendonça Filho.
com o pronome“-se”
Com o pronome -se, também chamado de partícula apassivadora, SEM PREPOSIÇÃO,
o verbo concorda com o sujeito e ca no plural:
ERRADO
Consertam-se sapatos.
Conserta-se sapatos. Veem-se os primeiros resultados.
Vê-se os primeiro resultados. Contratam-se mecânicos.
Contrata-se mecânicos.
CERTO
140
Quando o “-se” TEM PREPOSIÇÃO, o verbo ca no singular.
ERRADO CERTO
Con am-se em pro ssionais graduados. Con a-se em pro ssionais graduados.
Tratam-se de questões sérias. Trata-se de questões sérias.
Casos gerais
“É bom, é necessário, é proibido”
Mas a expressão “a sós” é usada somente no plural: O rapaz gosta de car a sós.
141
Com A MAIORIA, PARTE GRANDE PARTE, BOA PARTE, UM GRANDE
NÚMERO, etc.
É muito comum na escrita diária cometer erros deconcordância quando a frase é mais
longae o verbo está longe do sujeito.
Veja o exemplo:
142
O encontro marcado na sexta passada pelos acionistas foram con rmados.
“Fui eu que z” ou “Fui eu quem z”? Quem nunca teve essa dúvida de
concordância, não é? Qualquer que seja o verbo, são duas as formas
corretas, mas a diferença está no uso dos pronomes QUE e QUEM. Veja:
143
16
Erros Comuns e
Vícios de Linguagem
144
“Um bom professor de português quer formar bons usuários da
língua escrita e falada, e não prováveis candidatos ao Prêmio Nobel
de literatura!” - Marcos Bagno, professor, sociolinguista e lólogo
brasileiro.
Não é novidade nenhuma que o nosso idioma é complexo por natureza, e que é
exatamente a essa complexidade que devemos prestar atenção e começar a nos
corrigir, a nos acostumar com o correto. É o que chamamos de “pegadinhas” nas
avaliações, mas que na verdade é um ponto que os avaliadores têm para medir o grau
de contato do candidato com o idioma.
Ninguém, nem mesmo pro ssionais da área de Letras, é obrigado a saber de tudo –
para isso existe o auxílio de livros, dicionários e gramáticas. Mas o que se espera é que
o aluno, em algum momento da sua vida, estude português em um nível tal que seja
capaz de se destacar de outros que nunca buscaram saber como falar e escrever
corretamente. Uma pequena informação a mais que o concorrente e você já está um
passo à frente dele.
145
Erros Gerais
A comparação abaixo é uma coletânea de erros comumente encontrados em escritos
de diferentes gêneros: pro ssionais, acadêmicos, empresariais e pessoais. Con ra e
corrija-se!
146
Aquela loja vende tudo a partir de Fazemos entrega em domicílio. Para
R$1,99. mais informações, ligue xxx-xxxx
As crianças falaram a verdade ontem. Você quer que eu compre pra você?
Quando eu falei que era um privilégio Se você quiser viajar, eu estou a m.
trabalhar com ele, ele e disse: “Nada a A moça disse ao Sr. Tavares: “Obrigada!”
ver...” Quando você a vir, mande meus
O ladrão com certeza é menor. cumprimentos.
Essa foi uma grande perda para todos.
MENAS E MEIA
Porém, tem feminino quando quer dizer metade: “Comi apenas MEIA
MAÇÔ, “Agora são meio dia e MEIA (hora)”.
147
Verbos problemáticos:
TER, PÔR, VIR E VER (e
derivados)
A maior di culdade em relação aos verbos ter, pôr, vir e ver é a conjugação deles em
certos tempos e modos. O certo é "quando eu pôr" ou "quando eu puser"? "Se eu vir
ao colégio" ou "Se eu vier ao colégio?"
Agora analisemos os verbos apresentados como problemáticos - ter, pôr, vir e ver e
derivados:
148
ver – prever, antever, rever, prover
ERRADO unidades
Se mantermos contato, será muito legal. Quando ela vir, peça que traga um
casaco.
Eu esperava que você se oponhasse ao CERTO
cargo. Se mantivermos contato...
Se a empresa o mantesse, seria um
desastre. Quando pormos dinheiro na ...que você se opusesse ao cargo.
conta, nós avisamos. Se a empresa o mantivesse...
Quando pusermos dinheiro....
Se o IR reter minha declaração, terei que
refazê-la. Se você ver a professora, Se o IR retiver minha declaração...
mande um abraço. Se você vir a professora...
Sim, eu sei que estudar verbos é um exercício chato... por isso, minha
indicação é um quiz on-line sobre os 100 verbos mais comuns da língua
portuguesa. Teste seus conhecimentos e compartilhe sua pontuação no
nosso fórum!
Fonte: rachacuca
149
O Particípio
O particípio, juntamente com o in nitivo e o gerúndio, é uma das chamadas formas
nominais do verbo. É chamado assim por não apresentar modo e tempo ou número e
pessoa, assemelhando-se mais com um adjetivo do que com uma forma verbal.
Nas suas formas regulares, o particípio termina em -ADO ou –IDO, e é usado junto com
os verbos TER e HAVER em qualquer tempo, modo ou pessoa, formando uma locução:
Verbos abundantes são aqueles que apresentam mais de uma forma para expressar
a mesma exão. Há muitos verbos que possuem duas formas de particípio: a
REGULAR, terminada em -ADO ou-IDO, e a IRREGULAR, que é uma forma reduzida.
Veja:
150
Frigir morrido morto
Imergir prendido salvo
Imprimir suspendido solto
Tingir emergido aceso
exprimido bento
REGULAR extinguido eleito
frigido morto
aceitado imergido preso
entregado imprimido suspenso
expressado tingido emerso
expulsado expresso
matado IRREGULAR extinto
salvado frito
soltado aceito imerso
acendido entregue impresso
benzido expresso tinto
elegido expulso
Abrir – aberto
Cobrir – coberto
Dizer – dito
Escrever – escrito
Fazer – feito
Pôr – posto
Ver – visto
Vir – vindo
Voltando à regra, com os verbos TER e HAVER usa-se os regulares (primeira coluna), e
com os verbos SER e ESTAR, os irregulares (segunda coluna).
151
A professora havia chego fazia muito tempo.
O 13º foi empregue na reforma da casa.
Ela podia ter trago o bolo.
Você podia ter impresso a matéria antes!
O correto é:
pagado pago
entregado entregue
gastado gasto
aceitado aceito
salvado salvo
prendido preso
morrido morto
matado morto
fritado frito
elegido eleito
152
Há uma grande discussão sobre algumas formas, principalmente
GANHADO/GANHO, PAGADO/PAGO e PEGAR/PEGO com ter e haver. Já
se nota nas ruas, na tevê e na imprensa em geral o uso de estruturas
tais como: “Ela devia ter pego o ônibus” e “Eu tinha ganho um
dinheiro”, o que pode vir, no futuro, a se tornar regra. Porém, algumas
referências consagradas como o Manual de Redação e Estilo do Estado de
São Paulo e obras de gramáticos in uentes garantem que na norma
culta, aquela que nos é exigida em provas e concursos, ainda vale as
formas “ter pagado”, “ter pegado”, etc. “Chego” não existe como
particípio! O correto é “tinha chegado”.
Gerundismo
Quando se fala em gerundismo - e se fala bastante! -, é comum as pessoas
apresentarem muitas dúvidas sobre esse conceito gramatical. Há até quem pergunte
se a forma verbal do gerúndio não é mais usada ou se é errado usá-la. Mas é muito
importante salientar que gerúndio e gerundismo são coisas distintas! Então, antes
que se comece a tomar o certo pelo duvidoso e o errado pelo certo, vamos nos
lembrar de algumas regras:
153
O problema, contudo, é que o gerúndio passou a ser utilizado para conferir ao verbo
uma ideia de progressividade no futuro e, conforme a norma culta, isso caracteriza
erro ou vício de linguagem:
154
Material Complementar
LIVRO
LIVRO
155
Material Complementar
LIVRO
FILME
156
Material Complementar
FILME
Título: A Chegada
Ano: 2016
Em A Chegada, Amy Adams interpreta Louise Banks, uma linguista
brilhante convocada pelo governo americano para se comunicar com
os alienígenas que estacionaram suas naves em diversos pontos do
mundo. A Dra. Banks lidera a equipe que tenta desvendar o que eles
querem. “Seria maravilhoso ter uma língua universal. Mas estamos bem
longe disso”, diz Adams. “O que temos em comum são as emoções e
nossa experiência humana. Somos todos iguais. Todos temos medos,
compaixão, amor, raiva. Mas não sabemos nos comunicar.”
WEB
Você gosta de filmes e séries? Veja aqui 14 filmes que o Guia de Estu-
dantes listou para quem gosta ou quer entender um pouco mais dos
mecanismos de comunicação nas áreas sociais, políticas, empresariais,
virtuais e jornalísticas.
https://guiadoestudante.abril.com.br/orientacao-profissional/14-fil-
mes-e-series-para-quem-gosta-da-area-de-comunicacao/
WEB
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Conclusão
Chegamos ao final da disciplina, e espero que você tenha aproveitado o
máximo. Ao longo dela, estudamos assuntos que ampliaram o seu conhe-
cimento e sua formação no terceiro grau, e certamente lhe serão úteis em
várias etapas do seu crescimento pessoal e profissional. Todo conhecimento
é válido; nada que se aprende é em vão.
Mais do que corrigir erros de português e saber as regras do novo acordo
ortográfico, é preciso ter consciência de que se comunicar de forma simples
e direta, tanto na escrita quanto na fala, garante seu sucesso no caminho
que você pretende percorrer. Uma comunicação mal apresentada significa
muito mais do que a falha em si. Ela pode ser um fator que altera a per-
cepção do cliente sobre sua empresa, o cuidado que você toma ao divulgar
informações, a sua atenção aos detalhes... Escrever um email mal redigido
ou falar um erro grosseiro de português, por exemplo, pode levantar todas
essas questões na mente de quem vai receber sua mensagem.
Assim, fica aqui meu desejo de contínuo estudo e crescimento pessoal - e
sucesso sempre!
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Referências
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