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A ESPECIAÇÃO

→ A Especiação

Formação de novas espécies a partir de uma outra espécie ancestral.

Sequência:

1 – Temos uma população original: todos da espécie A.

2 – Por algum motivo, 2 grupos da espécie A ficaram isolados (isolamento geográfico),


vivendo em locais diferentes.

3 – Em cada um desses lugares: ambientes diferentes; ocorrem seleções naturais


diferentes; ocorrem diferentes processos de variabilidade genética.

4 – Esses 2 grupos podem ficar diferentes ao longo do tempo.

5 – Se ficarem muito diferentes e se um grupo não mais conseguir se reproduzir com outro
grupo significa que ficaram de espécies diferentes (isolamento reprodutivo).

Espécie A

(original)

barreira física: rio, oceano, montanha, etc.


espécie (A) espécie (A)

isolamento geográfico

processos seletivos diferentes

isolamento geográfico rigoroso


* *
subespécie A’ subespécie A”

1
isolamento reprodutivo

**
espécie B
**
espécie C

(*): ainda podem se reproduzir entre si.

(**): não mais conseguem se reproduzir entre si.

→ Árvore Evolutiva (Cladograma)

espécie B espécie C

espécie A ancestral

muuuuito tempo muuuuuuuito tempo

isolamento geográfico rigoroso levou ao isolamento reprodutivo

→ Os conceitos de anagênese e cladogênese

Dois processos evolutivos fundamentais são a anagênese e a cladogênese.

Anagênese (do grego aná, movimento de baixo para cima, e génesis, origem)
consiste na transformação das características dentro de uma espécie, com mudanças
graduais que levam à adaptação evolutiva.

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Cladogênese é o processo pelo qual duas populações isoladas diferenciam-se no
decorrer do tempo evolutivo, originando novas espécies. Nesse caso, processos de
anagênese ocorrem de forma independente nas duas populações, o que as levam a se
tornarem progressivamente distintas.

A maioria dos evolucionistas admite que a cladogênese seja a base da diversidade


biológica existente no planeta. No entanto, o modo como as transformações evolutivas
dentro de uma espécie – chamadas em conjunto de microevolução – se relacionam com a
origem dos grupos taxonômicos mais abrangentes (gêneros, famílias, ordens etc.) – a
macroevolução – ainda é motivo de grandes discussões sobre os cientista, com muitas
questões a serem esclarecidas.

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→ O conceito de espécie biológica

A formação de novas espécies de seres vivos, denominada especiação, é uma


etapa fundamental do processo evolutivo.

Lineu (séc. XVIII): espécie → designa cada conjunto de seres vivos em que os indivíduos
têm grandes semelhanças físicas, com um padrão morfológico comum e típico do grupo.

Ernst Mayr (séc. XX): espécie → grupo de populações cujos indivíduos são capazes de se
cruzar e produzir descendentes férteis, em condições naturais, estando reprodutivamente
isolados de indivíduos de outras espécies.

Para Mayr, o critério fundamental da conceituação de espécie não é a morfologia,


mas a capacidade de cruzamento entre seres da mesma espécie e a sua incapacidade de
se cruzar com seres de outras espécies. Ainda que pertençam a populações
geograficamente isoladas, os membros de uma espécie serão capazes de se cruzar e
produzir descendência fértil se forem reunidos em condições naturais.

→ O significado biológico de espécie

A espécie biológica é uma...

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- Unidade reprodutiva: seus membros cruzam-se entre si, mas não se cruzam com
membros de outras espécies.

- Unidade ecológica: com características próprias e que mantém relações bem definidas
com o ambiente e com outras espécies.

- Unidade genética: possui um patrimônio gênico característico, que, em condições


naturais, não se mistura ao de outras espécies e evolui independentemente.

- Unidade evolutiva (nos seres com reprodução sexuada): com suas populações
adaptando-se ao ambiente e desenvolvendo sua estratégia única de sobrevivência.

→ O conceito de subespécie

Subespécies, ou raças, são populações de mesma espécie que diferem entre si


quanto a determinadas características. Por exemplo, na planície cortada pelo Rio Tana, no
Quênia, vivem duas subespécies de girafa (Giraffa camelopardalis rotschildi e Giraffa
camelopardalis reticulada) com várias características distintas; em seu hábitat natural, o
cruzamento entre elas é raro, mas em cativeiro ocorre com facilidade.

A distinção entre essas subespécies se mantém, em condições naturais, exatamente


porque elas não se cruzam ou o fazem em frequência muito baixa. Na natureza, a
dificuldade de cruzamento ocorre geralmente porque as subespécies estão geograficamente
isoladas. Se elas entrarem em contato e seus membros passarem a se cruzar livremente, as
diferenças raciais tendem a desaparecer devido à mistura de genes.

A formação das subespécies ocorre, geralmente, por um processo denominado


irradiação adaptativa. Esse consiste no isolamento geográfico de populações de uma
mesma espécie, que posteriormente vão se tornando geneticamente diferentes; isso ocorre
devido ao acúmulo de mutações novas e à seleção de diferentes combinações gênicas,
imposta pelas condições em cada uma das regiões.

Como estão relativamente isoladas e adaptadas a ambientes particulares, as


subespécies tendem a manter e a acentuar sua identidade. Acredita-se que a formação de
subespécies representa uma etapa de transição na origem de novas espécies.

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→ Processos de especiação

Os cientistas acreditam que, na história evolutiva da vida, as espécies surgem


normalmente por cladogênese, isto é por diversificação de uma espécie ancestral. Seguindo
essa linha, os biólogos distinguem dois tipos de processos de especiação: especiação
alopátrica e especiação simpátrica.

→ Especiação alopátrica

A especiação alopátrica (do grego állos, outro, diferente, e do latim patria, lugar de
nascimento) considera que o primeiro passo para a formação de duas novas espécies é a
separação geográfica entre populações de uma espécie ancestral.

Uma vez isoladas geograficamente, os cruzamentos entre os membros de duas


populações deixam de ocorrer. Mutações que ocorram em uma delas e sejam adaptativas
não serão compartilhadas com a outra. Em ambientes distintos e em condições de
isolamento, a seleção natural atua diferenciadamente sobre cada população, conduzindo
cada uma delas a uma adaptação particular. À medida que o tempo passa, a tendência é a
progressiva diversificação do conjunto gênico das populações isoladas.

Depois de um longo período de isolamento geográfico, as populações isoladas


podem ter-se tornado tão diferentes uma da outra no aspecto genético que a troca de genes
entre elas já não é mais possível. Diz-se, então, que elas apresentam isolamento
reprodutivo e, portanto, constituem duas espécies diferentes.

→ Especiação dicopátrica e especiação peripátrica

No modelo clássico de especiação alopátrica, conhecido como especiação


dicopátrica (do grego di, dois, e do latim patria, lugar de nascimento), propõe-se que duas
novas espécies surjam a partir da separação geográfica de uma espécie ancestral em duas
populações.

Essa separação, ou isolamento geográfico, pode ocorrer de diversas maneiras: o


aparecimento de um rio cortando uma planície, o deslizamento de uma geleira, um
derramamento de lava etc. O isolamento geográfico também poderia ocorrer, por exemplo,
se uma parcela significativa de uma população migrasse para outra região e deixasse de ter
contato com a população original.
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