Você está na página 1de 90

1888: Por Que Essa Data é Tão

Importante?
Resposta a uma oração persistente
 
Muitos milhares de adventistas do sétimo dia em todo o mundo estão
desejosos de compreender o que está acontecendo nas providências de Deus.
Têm ouvido falar de algo misterioso conhecido como “1888”. Não sabem em
que consiste, porém trata-se de algo que volta vez ou outra.
Este material pode ajudá-lo a adquirir a informação sólida e consistente que
está precisando. O conteúdo desta obra tem ajudado muitos a resolverem a
confusão reinante. Fortalecendo sua confiança em como Deus dirige Sua
igreja. Aprenderão uma esperança mais significativa do triunfo final do
evangelho.
Sim, nesta geração.

O interesse por “1888” caracteriza o movimento de maior alcance de todos


que existem hoje na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Não consiste em olhar
para trás, mas para frente. Está plenamente vinculado com a futura
consumação da mensagem de Deus ao mundo.

A razão é que “1888” constitui um ponto de reflexão na história, apontando


para o grande clímax do plano da salvação. É um complemento ao ano 31 de
nossa era, momento em que o céu abriu suas janelas e derramou sobre os
discípulos o começo do grande dom do Espírito Santo de Deus, nunca antes
conhecido naquela profusão. Denominou-se “chuva temporã”, algo
ansiosamente anelado pelos profetas do Antigo Testamento, mas nunca antes
experimentado.

“1888” demanda nossa atenção por ser o momento em que o céu voltou a
abrir suas janelas e derramou sobre os dirigentes da Igreja Adventista do
Sétimo Dia o “começo” do dom final do mesmo Espírito Santo. De acordo com
as entusiastas declarações de E. White, foi como a repetição do pentecostes. 1 
Foram os “aguaceiros da chuva serôdia”, no mesmo sentido que Pentecostes
foi a “chuva temporã”. 2

A “chuva temporã” do Pentecostes marcou o começo da extensão do


evangelho. Durante todos os séculos desde então, um número indefinido de
pessoas em todo o mundo ouviram as boas novas do ministério de Jesus no
primeiro compartimento do santuário celestial. Aqueles que creram,
morreram na fé de Jesus e aguardam sua ressurreição na ocasião da segunda
vinda, quando Jesus chamá-los de seu sono “o povo da terra”.

“1888” assinala o acontecimento complementar ao Pentecostes: o movimento


mais significativo efetuado desde então pelo Espírito Santo. Segundo E.
White, Deus enviou uma mensagem especial com o objetivo de completar a
comissão evangélica que deu inicialmente no Pentecostes. Centralizava-se no
ministério de Cristo no segundo compartimento do santuário celestial. 3

Assim, a benção do Espírito Santo derramada em 1888 tinha por objetivo


preparar aquela geração para a transladação – sem ver a morte – na segunda
vinda de Cristo. Maravilhosas novas! A maior desde 1844; sim, desde Lutero no
século 16; e também, desde o Pentecostes.

Essa é a razão pela qual “1888” e o Pentecostes marcam dois gloriosos


“começos”: o primeiro, o começo da comissão de “ide por todo o mundo”; e o
segundo, o da consumação, segundo essa luz que “[há de iluminar] toda a
terra com sua glória” antes que termine o tempo da graça.

“1888” introduz essa benção final. Há nela duas partes: (1) Os “aguaceiros
celestiais da chuva serôdia” que prepara o povo de Deus para a segunda
parte. (2) Nosso primeiro vislumbre do que será a mensagem que penetrará no
Islã, no Budismo, no Catolicismo Romano, no Protestantismo, e todos os
“ismos” de nosso mundo atual. Será uma apresentação do evangelho que
possuirá tal poder de convicção, tal poder de conversão, que nada na história
passada poderá igualar.

Tudo isto é o que começou em “1888”

O Apocalipse descreve a dinâmica das cenas finais. Um poderoso quarto anjo


“descendo do céu com grande poder” (18:1). E. White explica
profeticamente:

“Esta mensagem parecia ser um complemento do terceiro anjo,


pois se unia com o clamor da meia noite iniciado em 1844 na
mensagem do segundo anjo. A glória de Deus repousava sobre os
pacientes e expectantes santos... A luz derramada sobre os fiéis
penetrava em todos lugares... vi que esta mensagem terminaria
com força e vigor muito superiores ao clamor da meia noite”
(Primeiros Escritos, pág. 277- 278).
“Então os raios de luz penetrarão por toda parte, a verdade
aparecerá em toda sua luminosidade, e os sinceros filhos de Deus
romperão as cadeias que os detinham. Os laços de família e as
relações da igreja serão impotentes para detê-los. A verdade
lhes será mais preciosa que qualquer outra coisa. Apesar dos
poderes coligados contra a verdade, inumeráveis pessoas se
alistarão nas fileiras do Senhor” (O conflito dos séculos, pág.
670).
Maravilhoso!
 
Deus continua vivo, e não tem voltado as costas à Igreja Adventista do Sétimo
Dia, nem tão pouco ao mundo necessitado, mas segue à frente. Apesar de nos
mantermos na expectativa de algo tão importante, o Espírito Santo toca os
corações ao redor da terra, exortando a ponderar o significado de “1888”.
Não é possível desvencilhar-se do tema. Desde do maior até o menor na
organização da igreja, faz-se um solene chamado para uma atenção
respeitosa. Muitos despertam como se tratando de um sono. Acham respostas
a questões que causaram perplexidade durante anos. Muitos membros da
igreja têm-se perguntado há muito tempo: ‘Porque não soubemos nada a
respeito destes portentosos acontecimentos de nossa história? Havia ouvido
falar sobre “1888”, mas nunca compreendi o que significava. Está o céu
descendo até tocar a terra? Não desejo que o Espírito Santo me passe por
alto’.
 
Entretanto, o melhor de tudo: “1888” é a resposta a numerosos movimentos
que pretendem seduzir ao separatismo. Esses “ventos de doutrina” estão
soprando com maior intensidade como nunca antes, confundindo a juventude
e a sinceros membros da igreja. A mensagem de 1888 renova a confiança no
triunfo da igreja organizada, ao oferecer evidência convincente de que o
arrependimento da igreja é algo real, um dom que o Senhor não vai reter, e
que não vai finalmente ser rejeitada. Como resultado a igreja será fortalecida
e purificada pelo poder renovador do Espírito Santo de Deus. “1888” é muito
maior que qualquer indivíduo ou grupo. Chama a linha telefônica do céu e
reanima os membros com a fresca evidência do contínuo ministério pessoal de
Jesus a favor dos dirigentes de Sua igreja.
 
O que aconteceu em “1888”?
 
Tem-se publicado muitos livros sobre “1888”, mas é difícil encontrar um
relato simples e verdadeiro de sua história. O único totalmente confiável é o
proporcionado pelas observações de E. White. Ela foi uma testemunha ocular,
e o Espírito Santo guiava sua mente. A não ser pela inspiração profética, seria
impossível compreender o que aconteceu. Ela discerniu em “1888” um
significado que nenhum de seus contemporâneos pode ver com clareza. Nos
diz uma centena de vezes que o ministério de Cristo sobrevoou nossas
cabeças, de uma forma paralela ao que aconteceu com os dirigentes judeus
quando Ele esteve na terra.4  Algumas poucas declarações em destaque:
 
(1) “Em Sua grande misericórdia o Senhor enviou uma preciosa mensagem a
Seu povo por meio dos pastores Waggoner e Jones”, dos quais ostentou algo
que a nenhum outro pastor havia dito que possuísse: “credenciais do céu”.
(Testemunhos para Ministros, p. 91, escrito em 1896).5  Nenhum outro
mensageiro em nossa história recebeu o impressionante registro de
declarações de apoio que eles dois possuem.
 
(2) Eram dois pastores jovens da costa Leste, delegados da Assembléia da
Associação Geral em Minneapolis, movidos pelo Espírito Santo para proclamar
“a mensagem do terceiro anjo” numa nova luz que nenhum de seus irmãos
haviam percebido anteriormente como boas novas de tal magnitude. Em
apresentações simples, os jovens “mensageiros” mostraram que o verdadeiro
coração ou essência da “mensagem do terceiro anjo” não é um legalismo
próprio do antigo concerto, motivado pelo temor, mas uma bendita mensagem
de graça superabundante. Incluía uma visão mais madura da justificação pela
fé, baseada no tipo de fé  que “opera” e produz uma vida santa, de justiça.
 
O que trouxe tal alegria ao coração de E. White ao ouvir pela primeira vez a
mensagem, é a
constatação de que estava acontecendo algo transcendente: a proclamação
de um tipo de fé como essa, convertia as pessoas  em obedientes a todos os
mandamentos de Deus.6  Viu algo pela primeira vez em 45 anos: essa
mensagem estava dando aos pecadores (a igreja está cheia deles!) o dom do
arrependimento; apagaria os pecados, e os prepararia para encontrar-se com
Jesus sem serem confundidos na Sua presença. 7
 
Depois que a mensagem tivesse feito a sua obra na igreja, haveria de
estender-se a todo o mundo. Estava a ponto de acontecer aquilo que os
profetas antigos e os apóstolos esperavam tão ansiosamente!
 
(3) Os mensageiros basearam-se especialmente em Romanos e Gálatas, mas
apresentaram a mensagem paulina em uma luz fresca que ia além da que os
Reformadores do século XVI puderam compreender em seus dias. Jones e
Waggoner de nenhuma forma diminuíram a importância da obediência à santa
lei de Deus; pelo contrário, a mensagem que levaram reconciliava os corações
com Deus, reconciliando assim suas vidas com a santa lei de Deus. É por ela
que a obediência brotava do interior, não sendo algo imposto por uma
motivação baseada no temor. Houve poder. Naquele curto período
subseqüente a Minneapolis onde as pessoas tiveram a oportunidade ouvir, a
mensagem operou milagres. E. White não cabia em si de alegria porque
finalmente a justificação pela fé, apresentada de forma adequada, motivaria
e convenceria as pessoas que santificassem o sábado separando-o dos demais
dias de trabalho comum.
 
A razão pela qual os mensageiros viram a justificação pela fé em uma
renovada luz é porque uniram essa verdade com a singular noção adventista
da purificação do santuário, noção que escapou da compreensão, tanto dos
reformadores então como dos guardadores do domingo de hoje. Trata-se da
justificação pela fé, assinalada no Dia cósmico da Expiação.
 
Ambas verdades confluíram como o fazem os canais de um rio antes de
desembocar no mar. Essas renovadas verdades que nem os reformadores do
século XVI nem os protestantes ou católicos contemporâneos puderam
alcançar, foram o que E. White denominou “grandes idéias”. (E. White afligiu-
se ao comprovar que, incluindo entre os adventistas presentes em 1888,
abundavam aqueles que careciam de uma compreensão do Dia da Expiação.
Hoje isto acontece em maior grau).
 
(4) A juventude ficou especialmente atraída pela “mensagem de 1888” (o
termo abrange, não somente aquilo que os “mensageiros especiais” ensinaram
em Minneapolis, mas também durante a década que seguiu, caracterizada
pelas contínuas declarações de apoio que E. White fez de seus ensinamentos).
A juventude nunca antes havia percebido “a mensagem do terceiro anjo”
como boas novas de tal magnitude. Impressionava seus corações.
 
(5) Longe de ser fria teologia, a mensagem foi percebida como verdade viva.
O testemunho histórico demonstra que o reavivamento-reforma entre
membros leigos e pastores, nos meses que se seguiram a Assembléia de 1888,
foi impressionante. E. White, junto com Jones e Waggoner, visitaram reuniões
campais, e onde estiveram, se seguiu o reavivamento. Houve sinais,
“especialmente claras” “manifestações” do Espírito Santo.8  Ela não poderia
se conter de alegria: Este poderoso anjo de Apocalipse 18 havia descido e
havia começado sua missão! A alegria transbordante que a preenchia, lhe
impedia de conciliar o sono à noite. As décadas de pesada obra efetuada pelos
pioneiros, desde 1844 até 1888, iriam agora ser compensadas com o triunfo da
obra da igreja. O mundo estava a ponto de ficar deslumbrado com a
resultante glória da mensagem. As profecias de Primeiros Escritos estavam em
processo de cumprimento. Se você estivesse em seu lugar, sem dúvida teria
ficado tão alegre como ela ficou.
 
 (6) Ao mesmo tempo, o Senado e o congresso dos Estados Unidos estavam
fervorosamente, clamando por uma lei dominical. Nunca sentimos a crise tão
de perto como naquela ocasião. Os mesmos mensageiros que trouxeram o
começo da chuva serôdia, ficaram providencialmente envolvidos no papel de
defender o princípio constitucional americano da liberdade religiosa. Jones foi
a Washington e impressionou o Senado com sua notória defesa pela lealdade à
constituição, e apesar de sua aparente inferioridade, derrotou o projeto de lei
dominical. Waggoner escreveu e publicou artigos a respeito. Se o povo
americano conhecesse esta parte de sua história, ergueria uma estátua a
Jones e Waggoner. Temos desfrutado nos Estados Unidos mais de um século
de liberdade religiosa, em grande parte fruto do trabalho deles, em uma
época em que o governo estava a ponto de repudiar a Primeira Emenda.
 
E. White, apoiando a Jones e Waggoner, escreveu artigos e numerosas cartas
aprovando sua mensagem. Os membros leigos observavam expectantes. Nunca
antes havia estado seus corações tão profundamente impressionados.
 
Mas uma tragédia imprevista surgiu em cena
 
(7) Aquele “dragão” de Apocalipse que “se encheu de ira contra a mulher”, se
infiltrou na Assembléia em Minneapolis, e nos anos seguintes. Pela primeira
vez em nossa história denominacional, os dirigentes “em alto grau”, “em
grande medida”, resistiram a mensagem que provinha de Deus. Lemos que
este “poder especial do Espírito Santo que Deus queria conceder-lhes” foi
mantido “longe do mundo” e dos “nossos irmãos”.9  Deus, de forma
misteriosa, havia passado por alto os de mais idade que ocupavam postos
elevados nos departamentos da Associação, para conceder Seu Espírito a dois
jovens. Tratava-se de algo sem precedentes no adventismo, em duplo sentido:
o da magnitude das bênçãos celestiais enviadas por Deus; e o da magnitude de
nossa incredulidade como resposta.
 
Os leigos e pastores jovens cujos corações responderam em princípio, se viram
tendo que enfrentar um problema: Por que surgia a oposição do quartel
general em Battle Creek, e da revista oficial Review & Herald? Os membros
sinceros estavam perplexos e não sabiam o que fazer. Seus corações haviam
sido impressionados, mas suas mentes estavam confusas devido a este
antagonismo com sede nas oficinas de Battle Creek. Em 1891, contra a
vontade do Senhor (segundo E. White declarou), a profetiza foi “exilada” para
a Austrália, devido a um chamado “missionário”. E o Senhor certamente
abençoou a Sua obra missionária desenvolvida ali por quase uma década, mas
o movimento que promovia o derramamento da chuva serôdia e o alto clamor,
ficou grandemente restrito em “casa”.10
 
No ano seguinte foi Waggoner que foi enviado para a Inglaterra, em um
momento em que tanto ele como Jones necessitavam da companhia e
conselho constantes que somente E. White poderia dar-lhes. Tratava-se de
uma crise de dimensões desconhecidas até então pela igreja.
 
O resultado final
 
Aproximadamente uma década depois da importante Assembléia da
Associação em Minneapolis, E. White teve que declarar:
 
“Suscitando esta oposição, Satanás teve êxito em impedir, em
grande medida, que fluísse para nossos irmãos o poder especial do
Espírito Santo que Deus anelava conceder-lhes. O inimigo lhes
impediu que obtivessem aquela eficiência que poderia ter tido em
levar a verdade ao mundo, tal como os apóstolos a proclamaram
após o dia de Pentecostes. A luz que deve iluminar a terra com sua
glória foi resistida, e pela ação de nossos próprios irmãos tem sido
em grande medida afastada do mundo” (Testemunho Seletos, vol.
I, pág. 276. Escrito em 1896).
 
Essa análise retrospectiva resume muito bem a história, depois que os
reavivamentos foram bloqueados e virtualmente anulados pela oposição
oficial.
 
O céu se viu obrigado a retirar o precioso dom da chuva serôdia e o alto
clamor. Desde então não se tem realizado nenhum esforço sério para
recuperar a proclamação da mensagem que E. White apoiou com tanta
firmeza. Muitos estão proclamando o que eles chamam “Justificação pela fé”,
enquanto assumem a postura de que não necessitamos daquilo que “o Senhor
em Sua grande misericórdia [nos] enviou”. Tomam em seu lugar conceitos
Evangélicos copiados das igrejas guardadoras do domingo. Dito de outro
modo: “Sou rico, e estou enriquecido”. A questão que muito se perguntam é:
‘Teremos que esperar a alguma futura geração?’  Sendo hoje o terrorismo a
principal preocupação do mundo próspero, deveríamos postergar para futuras
gerações àquilo que o Espírito Santo tanto anelou a dar-nos?
 
A história de 1888 tem sido esclarecida pelo trabalho de investigação de
numerosos historiadores e estudiosos na denominação. O registro do passado
está escrito em caracteres indeléveis. Não é possível mudá-lo. Hoje existe um
acordo geral no que diz respeito aos fatos históricos básicos.
 
Reconhecendo o crescente desejo por compreensão, os depositários do E.
White Estate publicaram em anos recentes tudo que foi escrito por E. White a
respeito do tema: sermões, visões, artigos e até cartas pessoais. Eles se
encontram na coleção de quatro volumes The Ellen G. White 1888 Materials:
1821 páginas publicadas por The Ellen G. White Estate. Portanto, não existe
mais desculpa  para duvidar quanto ao valor que ela concedeu à mensagem, à
veracidade de sua história, ou ao seu conteúdo.
 
Mas nos resta uma questão ainda mais importante:
 
EM QUE CONSISTE (OU CONSISTIU) A MENSAGEM DE 1888?
 
Felizmente a própria mensagem tem sido preservada em grande medida nos
arquivos, juntamente com a história de como foi recebida. Existem
investigadores que tem cavado fundo nesta busca.
 
A mensagem que Jones e Waggoner proclamaram se encontra em seus livros,
e seus muitos artigos e sermões feitos após as reuniões da Associação Geral, e
que foram transcritos. Seus contemporâneos nos proporcionam
ocasionalmente informações valiosas. Uma análise objetiva deste material nos
prove uma razoável compreensão da “mensagem de 1888”. Esta mensagem se
mostra ser marcadamente diferente daquilo que comumente se entende por
“justificação pela fé”. Segue aqui uma breve referência dos principais
elementos desta mensagem:
 
(1) A descoberta mais surpreendente da mensagem: o evangelho é uma
boa nova muito melhor do que aquilo que admite a compreensão popular.
 
Por exemplo, se bem que ambos “mensageiros especiais” mantiveram-se
firmes a favor da obediência a lei de Deus, declararam que é fácil ser salvo, e
difícil perder-se, se compreendermos e crermos no evangelho em sua pureza.
Isto significa uma mudança radical na forma de pensar adventista.
 
Viram os Dez Mandamentos numa perspectiva diferente: como dez promessas
(E. White afirmou que Deus havia dado a Waggoner uma compreensão singular
e clara a respeito dos concertos). Viram o preâmbulo de boas novas em Êxodo
20 como necessário, antes de poder compreender a própria lei. Despojada
deste preâmbulo, a lei é entendida de forma distorcida. Com ele, se
transforma em boas novas: “Eu sou Yahweh, teu Deus, que te tirei [no
passado] da terra do Egito, da casa da servidão” (verso 2). Antes de sequer
ouvir o primeiro dos mandamentos, estão as novas daquilo que Cristo já
realizou a nossa libertação do pecado.

·         O Salvador esta a nosso favor, e não contra nós.

·         Os obstáculos e tropeços estão pelo caminho que vai para o inferno,
e não no que vai para o céu.

·         Os que pensam ao contrário não tem compreendido “a mensagem


do terceiro anjo em verdade”.

O dragão que está em guerra com Cristo, tem começado frustrando suas boas
novas. Jesus disse: “Vinde a Mim todos os que estais cansados e
sobrecarregados, e Eu vos aliviarei... Meu jugo é suave e meu fardo é leve”
(Mat. 11:28-30). O salvador não permanece impassível, indiferente, se
escolhes o caminho mal. Toma-te pela mão e te diz: ‘Vem. Vamos para o
céu!’ “Não temas, porque estou contigo... sempre te ajudarei... Eu Yahweh
sou teu Deus, que te sustém pela tua mão direita” (Isa. 41:10, 13). “A seus
anjos dará ordem a teu respeito para te guardarem em todos os teus
caminhos” (Sal. 91:11). Ele não força nada, mas se perdes o caminho e tomas
a senda errada, fará por ti o que fez por Saulo de Tarso, cujo caminho
errôneo o estava levando para a perdição. O Senhor colocou obstáculos para
fazer com que o caminho errado se tornasse “duro”. Por ocasião da mudança
de seu coração, o apóstolo disse: “Ouvi uma voz que me falava em língua
hebraica: ‘Saulo, Saulo, por que Me persegues? Dura coisa é recalcitrares
contra os aguilhões’” (Atos 26:14). O Senhor não permite que nenhuma alma
se perca, sem confrontá-la a cada passo do caminho errado!
 
O amor do Salvador é forte demais para permitir que sequer um pereça sem
ser incomodado. O exposto apresenta uma cena totalmente diferente daquela
que muitos imaginam. Tem-se ensinado freqüentemente aos jovens que o
caminho para o céu é difícil, entretanto o caminho que conduz ao inferno é
fácil. Essa confusão proporciona uma visão distorcida do caráter de Deus.
 
A confusão produzida pela carência desta “preciosa mensagem” tem levado
também a muitos, jovens especialmente, a pensar que E. White é enfática ao
apresentar a comunhão com Cristo como algo difícil e chato.
 
Certo, se requer negação do eu a cada passo em nosso caminho, mas o que
Paulo denomina “a verdade do evangelho” converte a negação do eu em
escolha prazerosa para todo aquele que contempla a escolha de negar o eu
que Jesus fez para o nosso bem.
 
Ao nos identificarmos com Ele pela fé, a negação do eu se converte para nós
em um prazer, tal como foi para Ele, quando afirmou: “Deus meu, Minha
alegria consiste em fazer a Tua vontade”. Seu amor nos motiva a nos
aproximarmos com Ele no Getsêmani. Nos unimos a Ele em Sua oração: “Não
se faça a minha vontade, mas a Tua”. Imaginemos a surpresa dos jovens, ao
descobrir quão diferente é E. White daquilo que haviam imaginado.
Efetivamente, prestou apoio incondicional aos corajosos e reconfortantes
conceitos dos “mensageiros” de 1888:
“Não deduzamos, entretanto, que o caminho ascendente é difícil
e a rota descendente é fácil. Em todo caminho largo que conduz
a morte há penalidades e castigos, há pesares e
desapontamentos, há advertências para que não se prossiga. O
amor de Deus é tal que os desatentos e os obstinados não podem
destrui-se facilmente” (O maior discurso de Cristo, pág. 117 e
118).
(2) Em relação com estas boas novas vem uma compreensão mais clara
daquilo que o Filho de Deus realizou na cruz.
 
Provê uma nova motivação para seguí-lo.
 
Jones e Waggoner compreenderam os ensinamentos bíblicos segundo o qual, a
dádiva de Cristo significou muito mais que uma mera oferta de salvação a
“todos os homens”. Cristo concedeu o dom a cada um deles. Compreenderam
que a morte que Cristo morreu foi o equivalente a segunda morte, e que de
fato, experimentou “a [segunda] morte por todos” (Heb. 2:9). Pagou o preço
pelos pecados de todo o mundo. “Yahweh fez cair sobre Ele o pecado de
todos nós” (Isa. 53:6).
“O dom não é como a ofensa de um só que pecou [Adão]: O juízo
veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom
gratuito veio de muitas ofensas, para a justificação... Pois assim
como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens,
para a condenação, assim também por um só ato de justiça veio
a graça sobre todos os homens, para justificação e vida”
(Rom.5:16 e 18).
Comentando o texto, Waggoner escreveu:
“A fé de Cristo traz a justiça de Deus, porque a posse desta fé é
a posse do próprio Senhor. Essa fé é dada a todo homem, da
mesma forma em que Cristo se deu a Si mesmo a todo o homem. 
Você se pergunta: O que então pode impedir que todo homem
seja salvo? – Nada, exceto o fato de que nem todos os homens
guardarão a fé. Se cada um guardasse tudo o que Deus lhe dá,
todos seriam salvos” (Carta aos Romanos, pág. 36. Escrito em
1896).
“’Por um ato de justiça veio a graça a todos os homens para
justificação e vida’. Não existe aqui nenhuma exceção. Assim
como a condenação veio a todos os homens, também a
justificação. Cristo provou a morte por todos. Deu-se a Si mesmo
por todos, se deu por cada um. O dom gratuito veio sobre todos.
O fato de que seja um dom gratuito é a evidência de que não há
exceção alguma. Se houvesse vindo somente para aqueles que
tivessem uma qualificação especial, não poderia ser um dom
gratuito” (Id, p. 56).
Jones esteve de pleno acordo. Provavelmente não seria exagerado dizer que
ninguém, desde Lutero, o expressou com tamanha clareza: (a) Como nosso
“segundo Adão”, Cristo justificou legalmente a todos “em Seu sangue” (Rom.
5:9). Mas cada um é livre para desprezar, vender, recusar, aquilo que Cristo
já lhe deu (e essa é precisamente a razão pela qual se perderá os que
finalmente se perderem). Multidões fazem como Esaú, que “desprezou” e
“vendeu” a preciosa primogenitura que lhe havia sido dada. Cristo tem dado a
primogenitura a todo ser humano, em virtude de Seu sangue derramado. 11
 
Isto suscita imediatamente uma questão: Parece evidente que isto é
precisamente o que disse João 3:16, mas E. White esteve de acordo na
compreensão destas boas novas, na forma direta e simples como expuseram os
mensageiros de 1888?
 
Quando ela ouviu Jones e Waggoner, escutou e aprendeu. Em um livro que
escreveu pouco tempo depois de ouvi-los, declarou pela primeira vez:
“O pecador pode resistir a este amor, pode recusar ser atraído a
Cristo; mas se não resistir, será atraído a Jesus; o conhecimento
do plano de salvação lhe conduzirá ao pé da cruz, arrependido
de seus pecados que causaram os sofrimentos do amado Filho de
Deus” (O Caminho a Cristo, pág. 27).
(3) A compreensão comum é que o sacrifício de Cristo torna possível uma
mera “oferta” de salvação.
 
Essa concepção torna o crente o protagonista, quem toma o primeiro lugar em
sua iniciativa de crer. A conclusão lógica é que nossa salvação está baseada
inicialmente no que nós fazemos. É dizer, contribuímos para nossa salvação.
 
Em contraste, a “preciosa mensagem” afirma que nossa salvação é 100%
devida à iniciativa de Cristo, e nossa fé permite que Ele a efetue. Deixamos
de resistir-lhe. De forma inversa, a perdição de nossas almas é devida a nossa
iniciativa de não crer nas boas novas. Parece surpreendente, mas assim é o
evangelho. O único caminho para se perder é resistir e recusar o que Cristo já
fez por nós, e continua fazendo mediante Seu Espírito Santo. Nisto consiste a
incredulidade. Qual é nossa parte? É correspondentemente simples: crer, a fé.
A resposta do coração, a profunda apreciação daquilo que Ele fez por nós
mediante Seu sacrifício.
 
Lemos: “O amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por
todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem
não vivam mais para si, mas para aquele que por ele morreu e ressurgiu” (2
Cor. 5:14 e 15). Em outras palavras, tal fé torna impossível que sigamos
vivendo uma vida egoísta! O evangelho é infinitamente mais que bons
conselhos, é “poder de Deus para a salvação” (Rom. 1:16).
 
É bom demais para ser verdade?
 
Esta foi precisamente a objeção que nossos queridos irmãos fizeram a mais de
um século.
 
Espero que comece a entender por que E. White sentiu-se tão feliz ao ouvir
esta mensagem. Cumpriu-se, ou melhor dizendo, começou a cumprir-se as
visões de sua mocidade. Ali estava o começo do que haveria de tocar os
corações no Islam, no Budismo, no paganismo, no Catolicismo Romano, e sim,
iluminaria a terra com Sua glória!
 
Poderíamos continuar mais e mais...
 
A mensagem de 1888 fez brilhar com nova luz virtualmente qualquer página
da Bíblia:

·         A proximidade do salvador é o que necessita sentir o alcoólatra, o


drogado, todo pecador. Cristo tomou sobre Sua natureza impecável,
nossa natureza pecaminosa e caída, afim de que pudesse saber como
nos socorrer quando somos tentados. “Foi tentado em tudo como nós,
mas sem pecado” (Heb. 4:15). Podemos ser tentados igualmente, mas
não teremos o porque ceder ao pecado!

·         A igreja Católica Romana se opõe a cada um dos aspectos desta


“preciosa mensagem”, e possui uma falsificação para cada verdade. O
dogma da imaculada concepção (proclamado em 1854) sustém que a
virgem Maria, ao ser concebida, ficou “isenta” de receber
geneticamente a natureza humana caída de Adão, desta forma
transmitiu para seu Filho uma natureza impecável. Toda carne humana
é pecaminosa por natureza; por tanto, sua concepção sobre Cristo
afirma que Ele tomou somente a natureza impecável, não caída, que
possuía Adão antes de pecar. Isto torna pertinente a advertência do
apóstolo: “Todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em
carne, não é de Deus; este é o espírito do Anti-Cristo” (1 João 4:3).

·         A mensagem de 1888 recupera a mensagem do santuário da


confusão tão comum em nossos dias. Constituem vibrantes boas novas,
já que a purificação do santuário é vista, não em termos do que nós
fazemos, mas do que permitimos que o Sumo Sacerdote faça por nós.
Deixamos de resistir-lhe. Enquanto Jesus ministra no santuário
celestial, o Espírito Santo trabalha em todo coração humano que assim
permite. Antes que possa ser declarada completa a purificação do
santuário, os pecados têm que haver sido, não somente perdoados, mas
também apagados dos corações humanos que têm sido pecaminosos
desde o nascimento. Os pecadores serão purificados, o caráter mudado
ou transformados; um milagre da graça e uma demonstração nunca
vista antes do grande Dia cósmico da expiação (exceto em casos
específicos, como o de Enoque e Elias).

Não temos que esperar deixar de pecar antes de poder ir a Jesus; venha assim
como está. Ele lhe está atraindo sem cessar, responda-lhe! Seu ofício consiste
em aceitar pecadores e salva-los do pecado.
 
Não consiste na eliminação da natureza pecaminosa – o povo de Deus a reterá
até a glorificação, quando Cristo voltar – (a confusão neste ponto é uma causa
de freqüente desânimo). Seguiremos sendo tentados, como foi Jesus. Mas se
bem que possuindo uma natureza pecaminosa, não será uma natureza que
continua pecando. “A graça de Deus... nos ensina a abandonar a impiedade e
as paixões mundanas, para que vivamos  neste presente século sóbria, justa e
piedosamente” (Tito 2:11 e 12). É simples e funciona! Este professor
concederá a mais alta qualificação a todo aquele que está disposto a assistir
em Sua classe, permitindo-lhe que o instrua. Ninguém precisa temer o
fracasso.
 
Que maravilhosas boas novas! “As bodas do Cordeiro” estão em andamento.
“Em Sua grande misericórdia o Senhor enviou [esta] preciosa mensagem” em
1888, a fim de preparar “Sua esposa” para as bodas (Apoc. 19:1-9).
 
Conclusão
 
O propósito deste livreto não tem sido tanto te alimentar, como fazer com
que sintas fome. É possível que queiras saber mais. Existe um comitê
esperando tuas questões, que serão sempre bem recebidas. Consulte-nos
sobre aquilo que possa estar lhe deixando confuso ou perplexo, em relação à
“preciosa mensagem” de 1888 e sua história. Convidamos-te a entrar em
contato conosco.
 
 
1888 Message Study Committee
8784 Valley View Drive, Berrien Springs MI 49013 U.S.A.
Phone: (269) 473-1888 • Fax: (269) 473-5851
E-mail: 1888msc@netbox.com

Referências:
1. Testemunhos Seletos, vol. I, p. 276.
2. Special Testimonies, Series A, No. 6, p. 19 e 20; The Ellen G. White
1888 Materials, p. 1478.
3. Review & Herald, 21 janeiro, 28 janeiro, 4 fevereiro, 11 fevereiro,
25 fevereiro, 8 abril, 1890.
4. Uns poucos exemplos: The Ellen G. White 1888 Materials, p. 406,
512, 541, 911-913, 1478, 1479, 1651, 1656.
5. Encontramos a expressão "credenciais divinas" em: Review & Herald,
18 março 1890; The Ellen G. White 1888 Materials, p. 497, 543, 545,
575, 595, 722, 835, etc.
6. Testemunhos para Ministros, p. 91-93.
7. The Ellen G. White 1888 Materials, p. 1814.
8. Id., p. 1478.
9. Testemunhos Seletos, vol. I, p. 276.
10. “O Senhor não me enviou a este país [Austrália]" Cada dia com
Deus, p. 59; The Ellen G. White 1888 Materials, p. 1622 y 1623.
11. Ver história de Esaú em Gên. 25:27-34; Heb. 12:16 e 17.
Jones e Waggoner Merecem Crédito?

Prezado Robson,

Quero te agradecer por teres disponibilizado em teu site o livro BOAS NOVAS
de Waggoner, que trata sobre a verdadeira doutrina da JUSTIFICAÇÃO PELA
FÉ, doutrina que foi desprezada pela liderança da IASD em 1888. Os líderes da
IASD têm escondido dos ASDs e do mundo, os escritos de JONES & WAGGONER
sobre o assunto, especialmente dos que não lêem inglês.

Assim sendo, solicito tua gentileza de disponibilizar no site algumas


mensagens de JONES & WAGGONER, que paguei para o traduzir para o
português, e que tratam desse importantíssimo assunto. Diz a Sra. White:

"O SENHOR em Sua grande misericórdia enviou a mais preciosa mensagem ao


Seu povo através dos pastores Waggoner e Jones. Esta mensagem devia pôr de
maneira preeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício
pelos pecados de todo o mundo. Apresentava a justificação pela fé no Fiador;
convidava o povo para receber a justiça de CRISTO, que se manifesta na
obediência a todos os mandamentos de DEUS. Muitos perderam JESUS de
vista. Deviam ter tido o olhar fixo em Sua divina pessoa, em Seus méritos e
em Seu imutável amor pela família humana. Todo o poder foi entregue em
Suas mãos, para que Ele pudesse dar ricos dons aos homens, transmitindo o
inestimável dom de Sua justiça ao impotente ser humano. Esta é a mensagem
que DEUS manda proclamar ao mundo. É a terceira mensagem angélica que
deve ser proclamada com alto clamor e regada com o derramamento de Seu
ESPÍRITO SANTO em grande medida." E.G. White, Testemunho para Ministros,
p. 91,92.
A história de 1888 tem sido vastamente deturpada pelos teólogos, pastores e
líderes IASD, e sua atitude de oposição é preconceituosa contra a obra de
Jones e Waggoner, denegrindo o caráter deles e sua mensagem. Jones e
Waggoner não renunciaram a fé no DEUS de Israel. Eles nunca se tornaram
infiéis ou agnósticos ou ateus. Nunca renunciaram ao sábado ou a dedicação
de toda vida deles para CRISTO. Eles perderam a fé na corporação da IASD e
sua liderança, e com razão. Eles não confiaram no arrependimento
denominacional de ter recusado a mensagem da Justificação pela Fé dada por
JESUS, através deles na reunião de Mineápolis, em 1888.

"Em 1888 na Conferência Geral realizada em Mineápolis, Minnesota, o anjo de


Apocalipse 18 desceu para fazer sua obra, e foi ridicularizado, criticado e
rejeitado, e quando a mensagem que ele trouxer novamente, alargar-se num
alto clamor, será novamente ridicularizada, criticada e rejeitada pela
maioria." E.G.White in Taking Up a Reproach. Também encontrado em Some
History, Some Experience, Some Facts, p. 1, por A.T.Jones.

"A indisposição de ceder a opiniões preconcebidas, e de aceitar esta verdade,


está à base de grande parte da oposição manifestada em Mineápolis contra a
mensagem do SENHOR através dos irmãos E.J. Waggoner e A.T. Jones.
Excitando aquela oposição, Satanás teve êxito em afastar do povo, em grande
medida, o poder especial do ESPÍRITO SANTO que DEUS anelava comunicar-
lhes. O inimigo impediu-os de obter a eficiência que poderiam ter tido em
levar a mensagem ao mundo, como os apóstolos a proclamaram depois do dia
de Pentecostes. Sofreu resistência a luz que deve iluminar a terra com sua
glória, e pela ação de nossos próprios irmãos tem sido, em grande medida,
conservada afastada do mundo." Mensagens Escolhidas, Vol. 1, 234, 235.

"Tenho profunda tristeza de coração porque tenho visto quão prontamente


uma palavra ou ação dos pastores Jones ou Waggoner é criticada. Quão
prontamente muitas mentes passam por alto todo o bem feito por eles nos
poucos anos passados, e não vêem evidência de que DEUS está operando
através dessas instrumentalidades. Eles caçam algo para condenar, e a atitude
deles para com esses irmãos que estão zelosamente empenhados em realizar
uma boa obra mostra que sentimentos de inimizade e amargura estão no
coração." E. G. White (Carta O19, 1892).

"Vi que Jones e Waggoner tiveram sua contrapartida em Josué e Calebe. Como
os filhos de Israel apedrejaram os espias com pedras literais, vós apedrejastes
esses irmãos com pedras de sarcarmo e ridículo. Vi que vós voluntariamente
rejeitastes o que sabíeis ser a verdade. Apenas porque ela era por demais
humilhante para a vossa dignidade. Vi alguns de vós em vossas tendas
arremedando e fazendo toda a sorte de galhofas desses dois irmãos. Vi
também que se tivéssemos aceito a mensagem deles teríamos estado no reino
após dois anos daquela data, mas agora temos de retornar ao deserto e ficar
40 anos." E.G.White, Escrito de Melbourne, Austrália, 09.05.1892.

Em vez de ficar apenas 40 anos no deserto, a IASD já está há mais de 100


anos, e apostatou ainda mais. Vemos também nessa declaração da pena
inspirada, que JESUS teria vindo em 1890.
"Fui confirmada em tudo o que declarei em Mineápolis, que uma reforma deve
ocorrer nas igrejas. Reformas devem ser feitas, pois fraqueza e cegueira
espirituais estavam sobre o povo que tinha sido abençoado com grande luz e
preciosas oportunidades e privilégios. Como reformadores [os adventistas]
têm saído de outras igrejas denominacionais, mas agora agem em parte como
aquelas igrejas. Esperávamos que não houvesse a necessidade de outra saída."
E.G.W. 1888 Materials, p. 356, 357.

Naquela ocasião, em que foi recusada pela liderança e pelo povo a mensagem
de Jones e Waggoner sobre a Justificação pela Fé,  a Sra. White pensou que
deveriam sair da IASD apóstata e formar outra igreja, mas, logo a seguir, DEUS
lhe deu a mensagem de que deveriam "voltar para o deserto", e todos
morreram no deserto, sem ver o retorno de CRISTO, inclusive a Sra. White,
como ocorreu com o antigo povo de Israel no deserto e com Moisés, que não
entrou na Canaã terrestre.

"Relatarei o que me lembro da Conferência Geral de 1888 em Mineápolis,


Minnesota. Soa aos meus ouvidos ainda como a Irmã White apelou
energicamente para a conferência aceitar a mensagem da justificação pela
fé. Ela usou alguns termos fortes tal como o seguinte: Não penseis que a
sabedoria irá morrer convosco! O SENHOR tem homens todos preparados para
entrar certo e levar a mensagem ao sucesso. DEUS não está dependendo de
vós para terminar Sua obra na terra. Ela disse que tinha quase perdido a
confiança na humanidade e que o SENHOR parecia estar a ponto de tirar das
mãos de nosso povo as bênçãos de levar a mensagem ao mundo e levantar
outros para fazer a obra." Carta de F.H. Westphal a W.C.White, 1932.
Antecedentes e Contexto Histórico
da Mensagem de 1888
Ao considerarmos a histórica sessão da Conferência Geral em 1888,
descobrimos três pessoas-chaves que sobressaíram a todas as outras: Ellen G.
White, Ellet J. Waggoner e Alonzo T. Jones. Todos os assuntos em questão,
como há um século, giram em torno de quem foram e o que disseram elas.  O
problema foi que Jones e Waggoner foram apresentando idéias que eram
contrárias às opiniões então estabelecidas entre um grande contingente de
líderes da igreja. Dois assuntos que causaram não pouca agitação eram de
pequena relevância, não obstante, conseguiram distrair a atenção da igreja
das grandes mensagens que Deus estava enviando a Seu Povo naquele tempo.

Um desses temas polêmicos envolveu A. T. Jones e Urias Smith, e dizia


respeito a um dos 10 chifres de Daniel 7.  Smith ensinara durante anos que um
dos chifres representava os hunos, e Jones agora dizia que os alamanos, antes
que os hunos, eram o povo a que a profecia fazia menção.

O outro assunto contencioso envolveu E. J. Waggoner e George I. Butler,


presidente da Associação Geral, e disputava sobre a lei em Gálatas. Desde a
Conferência Geral de 1886 era esse o debate entre os dois, quando Waggoner
apresentou  a interpretação de que a lei mencionada em Gálatas era a lei
moral. Essa era uma posição contrária ao que a maioria dos adventistas cria,
porquanto entendiam eles tratar-se da lei cerimonial.

Durante a sessão da Conferência Geral de 1886, Ellen White, que estava na Europa
nessa ocasião, teve uma visão do que estava ocorrendo e escreveu posteriormente ao
Pr. Butler:

“Essa conferência foi-me mostrada em visão noturna. Meu guia disse-me: ‘Segue-me;
tenho algo para mostrar-lhe.’ Ele me fez uma espectadora das cenas que tiveram lugar
nesse encontro. Foi-me revelada a atitude de alguns ministros na reunião, a sua em
particular, e  posso dizer-lhe, meu irmão: Foi uma reunião terrível.”

E prosseguiu: “O Senhor não Se agradou com esse encontro. Seu espírito, meu irmão,
não foi conveniente. A maneira como você tratou o Dr. Waggoner  foi, quiçá, segundo
sua própria disposição e não conforme a disposição divina. O rumo que você tomou é
indesculpável, mesmo que  os pontos de vista dele pudessem parecer questionáveis.” 2

Em 10 de fevereiro de 1887 – três meses após o encontro de 1886 –,  o Pr. Waggoner
preparou uma brochura de 71 páginas em resposta ao livreto de 81 páginas escrito por
Butler sobre a lei em Gálatas, e que havia sido distribuído aos delegados à sessão de
1886. No entanto, Waggoner reteve-se de publicá-lo por cerca de dois anos,
provavelmente devido a uma carta escrita por Ellen White em 18 de fevereiro,
reprovando a ele e a Jones por levarem a público diferenças de crença:
“Não é algo de somenos importância para você ter feito publicações no Signs, como
aconteceu;  Deus revelou que tais coisas não deveriam ser assim. Precisamos manter
diante do mundo uma frente unida. Satanás triunfará ao ver diferenças entre os
adventistas do sétimo dia. Essas questões não são pontos vitais.”3

O Pr. Waggoner aceitou o conselho da mensageira do Senhor, mas é triste dizer que o
Pr. Butler não o fez. Assim, dentro de alguns meses, Ellen White enviou a seguinte
repreensão ao Pr. Butler e a Urias Smith:

“Enviei cópias das cartas que escrevi aos irmãos Waggoner e Jones ao Pr. Butler, com
referência a apresentar e manter em evidência assuntos sobre os quais haja
divergências de opinião... Fiquei aflita ao ler seu artigo na Review... E quando, então,
se seguiu um panfleto cujo teor expressava suas opiniões pessoais,  não achei   que
você agiu retamente nesse ponto, a menos que concedesse  a mesma liberdade ao Pr.
Waggoner. Creio que nada pode resultar disso senão discussão aberta. Você fez circular
seu panfleto; agora é justo que o Dr. Waggoner tenha a mesma chance que você.” 4

Esses foram os acontecimentos que levaram à realização do encontro de 1888.


E agora, com a profetiza retornando da Europa e os delegados reunidos,
tomaremos ciência de um dos mais tristes capítulos da história da igreja
remanescente.

Cenário Histórico

Um encontro ministerial de sete dias precedeu a sessão da Conferência em Minneapolis,


durante a qual Jones apresentou suas razões para a preferência dos alamanos em relação
aos hunos, e Waggoner desfilou seus argumentos sobre seus motivos para afirmar que a
lei apresentada em Gálatas era os Dez Mandamentos. O Pr. Butler não teve condições de
assistir aos encontros de Minneapolis devido a seu delicado estado de saúde, mas
manteve-se informado através da correspondência enviada por vários colaboradores.  A
certa altura, Ellen White endereçou-lhe uma mensagem: “O espírito prevalecente nesses
encontros não é o de Cristo.”5

Em 23 de outubro, o Pr. Kilgore, membro da comissão da Associação Geral e forte


apoio do Pr. Butler, solicitou que todas as discussões sobre justiça pela fé fossem
suspensas até que o Pr. Butler pudesse estar presente. Em resposta a essa moção, a
profetiza, que estava assentada à plataforma, imediatamente se ergueu e disse:
“Esta é a obra do Senhor. Quererá Ele que Sua obra aguarde o Pr. Butler? O Senhor
deseja que Seu trabalho prossiga e que não espere por nenhum homem.”

Na manhã seguinte, em sua apresentação aos delegados, Ellen White assim se


pronunciou: “Houvesse o irmão Kilgore andado intimamente com Deus, nunca teria
agido como o fez ontem e  feito aquela solicitação sobre a investigação que está
tendo lugar. Isto é, eles não devem trazer qualquer nova luz ou apresentar qualquer
novo argumento... porque um homem ali não se encontra.  Não temos todos nós
examinado esse assunto?

“Nunca estive tão alarmada como no presente... Desejo dizer-lhes, meus irmãos, que
não é correto vocês se firmarem sobre as idéias de qualquer homem...  Se os
ministros não acatarem a luz, eu gostaria de dar ao povo a oportunidade de recebê-
la. Deus não me enviou para falar-lhes e vocês questionarem Sua mensagem e discutirem
se a irmã White é a mesma que costumava ser em anos anteriores.” 6

Alguns dias depois, Ellen White escreveu:

“Temos tido a mais dura e inexplicável luta pela supremacia jamais havida entre
nosso povo... Estamos determinados a fazer tudo quando for possível no temor de
Deus para ajudar nosso povo nesta emergência.

“A mente doentia de um homem tem exercido poder controlador sobre a comissão da


Associação Geral, e os ministros têm sido a sombra e o eco do Pr. Butler sobre aquilo
que é útil e benéfico à causa... O Pr. Butler, está nos escritórios da Associação há três
longos anos e toda a sua humildade e modéstia já se desvaneceram. Ele acha que sua
posição lhe dá tal poder a ponto de tornar suas declarações infalíveis.” 7

O problema de hoje é o mesmo de então. As pessoas começaram a seguir os homens


em vez da Palavra de Deus; aos líderes da igreja em lugar de Cristo, a seus autores
favoritos em lugar do Autor e Consumador de nossa fé.  Quando saímos do trilho
comum e começamos a olhar a Jesus Cristo e Esse crucificado, o poder do Espírito
Santo ilumina nossas mentes, os olhos de nosso entendimento são abertos e somos
então capazes de saber se a doutrina é de Deus ou não. Foram  essas divisões e 
lealdades cegas entre os irmãos,  mais a indisposição de submeter suas opiniões
preconcebidas, que proporcionaram sucesso a Satanás, “em afastar de nosso povo, em
grande medida, o poder especial do Espírito Santo, que Deus ansiava lhes conceder.” 8

Por essa razão, ao darmos início ao nosso estudo, creio que seria proveitoso
considerarmos uma das primeiras mensagens dadas pela mensageira do Senhor na
Conferência Geral de 1888:

“As mensagens procedentes de seu presidente, em Battle Creek, são calculadas a


produzir decisões precipitadas e definidos posicionamentos; mas eu os advirto a não
fazerem isso. Vocês não estão serenos agora; há muitos que não sabem no que crêem.
É perigoso tomar decisões sobre qualquer ponto controvertido sem considerar
desapaixonadamente  todos os ângulos da questão...

“A verdade precisa ser apresentada tal qual é em Jesus; se há alguém entre nós que
ficou seduzido por causa das idéias contrárias ao que ele cria, concepções como as que
foram apresentadas nesse encontro, pare com suas críticas não-santificadas e
investigue calmamente o assunto, e ele santificará a alma.”   Não seria proveitoso
9

para o povo de Deus de hoje atender a esse conselho?

Joe W. Gresham

Para ler mais sobre este assunto, faça o download do livro: A Mensagem, o
Mistério e os Equívocos de 1888. Para isso, aponte para o link com o botão
direito do mouse pressionado e escolha "salvar destino como". O arquivo está
em formato Word 6.0/95.

Anotações de Ellen G. White sobre 1888,  vol. 1, págs. 92 e 93.


2
Idem, pág. 97.
3
Idem, págs. 22 e 23.
4
Idem, págs. 32,33 e 35.
5
Idem, pág. 94.
6
Idem, págs. 151-153.
7
Idem, págs. 182-183.
8
Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 235.
9
Anotações de Ellen G. White sobre 1888,  vol. 1, pág. 165.

Qual Foi Realmente a Mensagem de


1888?
 

Os sermões que Jones e Waggoner pregaram na assembléia e nas sessões da


Conferência da Associação Geral não foram registrados; nem tampouco alguns de Ellen
White. Mas podemos conhecer a essência das suas mensagens em seus escritos.
Waggoner foi o orador principal acerca de Cristo e Sua justiça no congresso. Um de
seus livros, publicado pouco depois da conferência, leva o título de Christ and His
Righteousness [Cristo e Sua Justiça]. Nele expõe o que desejou transmitir em suas
apresentações.

O Legislador Entrega-Se Pelo Pecador

O livro inteiro é uma radiante exaltação do amor de Deus e de Sua misericórdia segundo
manifestada por Jesus. Waggoner aconselha os seus leitores a “considerar a Cristo, de
forma contínua e inteligente”. “Cristo deve ser ‘elevado’ por todos os que crêem nEle
como o Redentor crucificado, cuja graça e glória são suficientes para satisfazer as
maiores necessidades do mundo; significa que deveria ser ‘elevado’ em Seu
extraordinário encanto e poder como ‘Deus conosco’, de modo que Seu atrativo divino
possa assim atrair a todos para junto dEle” [Cristo e Sua Justiça, págs. 5-6].

Nossa certeza de perdão por todos os nossos pecados “está no fato de que o próprio
Doador da lei, Aquele contra quem” nos rebelamos e a quem temos desafiado “é o que
Se deu a Si mesmo por nós”. Em Cristo, Deus Se deu e Si mesmo por nossa redenção,
porque “não devemos imaginar que o Pai e o Filho estavam separados nesta transação.
Eram um só nisto, bem como em tudo o mais” [Idem, pág. 45].
“Que maravilhosa manifestação de amor! O Inocente sofreu pelo culpado; o Justo pelo
injusto; o Criador pela criatura; o Autor da lei pelo transgressor da lei; o Rei por Seus
súditos rebeldes... O infinito Amor não poderia encontrar uma maior manifestação de Si
mesmo. Bem pode o Senhor dizer: ‘Que mais se podia fazer à Minha vinha, que Eu lhe
não tenha feito?’ (Isaías 5:4)” [Idem, págs. 45 e 46.]

O amor divino envolveu toda a criação. Por meio de Sua morte sobre a cruz Jesus
redimiu o mundo inteiro. “Ele não adquiriu uma certa classe, mas todo o mundo de
pecadores. ‘Porque Deus amor o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna’ (João 3:16).
Jesus disse: ‘O pão que Eu der é a Minha carne, que Eu darei pela vida do mundo’ (João
6:51). ‘Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a Seu tempo pelos ímpios’.
‘Mas Deus prova o Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós
ainda pecadores’ (Romanos 5:6, 8)” [Idem, pág. 71.]

Gratuito Livramento do Pecado

Havendo nos comprado com o Seu sangue, Jesus aceita a todo pecador arrependido tal
como é e o cobre com o manto de Sua própria justiça. Ao fazê-lo, “não fornece um
disfarce para o pecado, mas remove o pecado. E isto mostra que o perdão dos pecados é
mais que uma mera forma, algo mais que um mero registro nos livros do céu, ao ponto
de ser cancelado o pecado. O perdão dos pecados é uma realidade; é algo tangível, algo
que afeta vitalmente o indivíduo. Realmente liberta-o da culpa; e se está livre de culpa,
está justificado, foi tornado justo, e certamente sofreu uma mudança radical. É, na
verdade, uma outra pessoa” [Idem, pág. 66]. Waggoner mostrou que isto está de acordo
com o ensino do apóstolo Paulo quando escreveu: “Se alguém está em Cristo, nova
criatura é” (II Coríntios 5:17).

Cristo Identifica-Se Com o Pecador

Waggoner e Jones sustentavam que o Redentor vai mais além de perdoar os pecados. O
crente que aceita a Jesus como seu substituto e seu fiador de salvação aprende a
considerá- Lo como seu exemplo e Aquele que o capacita a obter vitória sobre o pecado,
o que se relaciona intimamente com a encarnação de Cristo.

“O Salvador estava profundamente ansioso por que Seus discípulos compreendessem


para que fim Sua divindade estava unida à humanidade. Ele veio ao mundo para
manifestar a glória de Deus, a fim de que o homem fosse erguido por Seu poder
restaurador. Deus Se revelou nEle, para que Se pudesse manifestar neles. Jesus não
revelou qualidades, nem exercer poderes que os homens não possam possuir mediante a
fé nEle. Sua perfeita humanidade é a que todos os Seus seguidores podem possuir, se
forem sujeitos a Deus como Ele o foi” (O Desejado de Todas Nações, pág. 664). “Nossa
suficiência se encontra unicamente na encarnação e morte do Filho de Deus”
(Mensagens Escolhidas, livro 1, pág. 355).
Ao tomar nossa carne ou natureza, Jesus uniu a humanidade com a divindade. “Em
Cristo havia uma sujeição do humano ao divino. Ele vestiu Sua divindade com
humanidade, e pôs Sua própria pessoa debaixo da obediência à divindade... Cristo
requer que a humanidade obedeça à divindade. Em Sua humanidade, Cristo foi
obediente a todos os mandamentos de Seu Pai” (Review and Herald, 9 de novembro de
1897).

Foi Sua divindade, não Sua humanidade, o que permitiu que Jesus vencesse a toda
traiçoeira tentação que Satanás Lhe apresentou. A encarnação de Cristo garante que
podemos ser “participantes da natureza divina” (II Pedro 1:4). Desta forma nós também
podemos sair vitoriosos sobre a tentação e o pecado, como fez Jesus durante a Sua
encarnação ou enquanto habitou na carne humana.

Por meio da encarnação, explicava Waggoner, “Cristo tomou sobre Si a igualdade com
o homem a fim de que pudesse redimir o homem”. Continua dizendo: “Deve ter sido ao
homem pecador que Ele Se assemelhou, porque é ao homem pecador que Ele veio
redimir. A morte não teria poder sobre um homem sem pecado, assim como Adão foi no
Éden; e não poderia ter poder sobre Cristo, se o Senhor não houvesse tomado sobre Si a
iniqüidade de todos nós. Mais ainda, o fato de que Cristo tomou sobre Si mesmo a
carne, não de um ser sem pecado, mas do homem pecador, ou seja, que a carne que
assumiu tinha as debilidades e tendências ao pecado às quais está sujeita a natureza
humana caída, se vê na declaração de que ‘nasceu da descendência de Davi segundo a
carne’. Davi tinha as paixões da natureza humana” [Cristo e Sua Justiça, págs. 26-27].

Depois de citar II Coríntios 5:21, que diz: “Àquele que não conheceu pecado, [Deus] O
fez pecado por nós, para que nEle fôssemos feitos justiça de Deus”, Waggoner
comentava: “Isto é muito mais forte que a declaração de que foi feito ‘em semelhança
da carne do pecado’ [Romanos 8:3]. Ele foi feito pecado... O imaculado Cordeiro de
Deus, que não conhecia pecado, foi feito pecado. Sem pecado, no entanto, foi não só
contado como pecador, mas tomou sobre Si a natureza pecaminosa. Ele foi feito pecado
para que nós fôssemos feitos ‘justiça’” [Idem, págs. 27-28].

A Impecável Vida de Cristo

Mas ainda que Waggoner apresentasse a Jesus como tendo tomado a nossa natureza
pecaminosa, cuidou para não considerá-Lo um pecador. Disse:

“Alguns podem ter pensado, lendo até aqui, que estamos depreciando o caráter de Jesus,
ao trazê-Lo ao nível do homem pecador. Pelo contrário, simplesmente estamos
exaltando o ‘poder divino’ de nosso bendito Salvador, que voluntariamente desceu ao
nível do homem pecador, para poder exaltar o homem a Sua própria imaculada pureza,
que reteve mesmo nas circunstâncias mais adversas. Sua humanidade somente velou a
Sua natureza divina... Durante toda a Sua vida houve uma luta. A carne, movida pelo
inimigo de toda justiça, tendia ao pecado, no entanto, Sua natureza divina, nunca, nem
por um momento abrigou um desejo mau, nem vacilou por um momento o Seu poder
divino” [Idem, págs. 28-29].

 
Como Podemos Vencer

Waggoner animava a seus ouvintes e a seus leitores com a declaração: “Você poderá ter
o mesmo poder que Ele teve se desejar. Ele foi capaz de ‘compadecer-Se ternamente’
das nossas fraquezas (Hebreus 5:2) mas ‘sem pecado’ (cap. 4:15), porque o poder
divino morava constantemente com Ele” [Idem, pág. 29].

Waggoner se referiu à promessa de Deus feita através do apóstolo Paulo em Efésios


3:14-19, de que cada crente pode ser fortalecido por Cristo ao morar em seu coração
pela fé mediante o Espírito Santo. Desta forma cada alma disposta pode ser cheia com a
plenitude de Deus, que é capaz e está ansioso de dar-nos força “mais abundantemente
além daquilo que pedimos ou pensamos”. Todo o poder que residia em Cristo pode
morar em nós pela graça divina, porque Ele nos concede gratuitamente.

Waggoner confiantemente afirmou que Alguém mais forte que Satanás pode morar
continuamente no coração do crente. E assim, o crente pode enfrentar os ataques de
Satanás e dizer: “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” (Filipenses 4:13)
[Idem, págs. 29-31].

A mensagem de justificação pela fé apresentada no congresso de 1888, foi


verdadeiramente uma mensagem de esperança e vigor. Oferecia perdão para todos os
pecados. Mais ainda, oferecia a vitória sobre o pecado. Waggoner desejava que os
cristãos, antes relutantes, decidissem viver confiantemente, amando a Deus.

No entanto, Waggoner advertiu que Satanás não estava disposto a deixar que seus
antigos escravos escapassem sem luta. Admoestou a cada seguidor de Cristo a lembrar-
se sempre que Cristo o havia libertado e que já não é mais escravo de Satanás. Mas a
vitória exige ceder continuamente á vontade de Deus. Afastado dela, não há vitória
[Idem, págs. 92-95].

Ao dar esta receita para vencer a tentação, Waggoner voltou à sua advertência inicial:
Mantenham seus olhos, seus pensamentos e seus afetos em Jesus. Em um de seus
sermões, registrado na revista Signs of the Times de 25 de março de 1889, Waggoner
utilizou ilustrações da história para mostrar como Jesus fortalecerá o pecador fraco mas
arrependido, em sua luta contra o pecado e contra Satanás.

“Os soldados de Alexandre [o Grande] –escreveu- eram conhecidos como os


invencíveis. Por quê? Era devido a serem naturalmente mais fortes e mais valentes que
todos os seus inimigos? Não; mas porque eram liderados por Alexandre. A sua força
estava em sua liderança. Debaixo de outro líder haveriam sido derrotados inúmeras
vezes. Quando o exército da União estava fugindo, aterrorizado diante do general
Winchester, a presença de Sheridan [general norte-americano durante a Guerra da
Secessão] tornou a sua derrota em vitória. Sem ele, os homens constituíam uma
multidão temerosa; com ele à frente, eram um exército invencível. Se vocês tivessem
escutado os comentários dos soldados que estavam a mando destes líderes e de outros
como eles depois da batalha teriam escutado louvores ao seu general em meio de todo
regozijo. Eram fortes porque ele o era; estavam inspirados pelo mesmo espírito que ele
tinha”.

 
Vitória ao Olhar Para Cristo

Os pensamentos de um crente vitorioso não devem dirigir-se para as tentações e as


dificuldades. Waggoner disse que se os pensamentos de uma pessoa se detêm nas
tentações, inevitavelmente será vencido por elas. Ao contrário, os pensamentos de um
cristão vitorioso devem centralizar-se em Deus e em Seu poder. Como exemplo disto, se
referiu ao rei Josafá de Judá, cuja vitória sobre os moabitas e os amonitas está registrada
em II Crônicas 20.

Waggoner recordou a seus leitores que tão prontamente Josafá recebeu a notícia da
invasão inimiga, se aproximou de Deus. De pé, com seu povo no átrio do templo,
derramou sua alma a Deus em oração. Disse: “Na Tua mão há força e potência, e não há
quem Te possa resistir” (II Crônicas 20:6). Dirigiu-se a Deus em seu próprio nome e no
de seu povo, “os nossos olhos estão postos em Ti” (verso 12). Enquanto o rei e o povo
se humilhavam diante de Deus e mantinham os seus olhos fixos nEle, Deus lhes deu
uma grande vitória sobre seus inimigos. Waggoner disse: “Certamente, o homem que,
na hora da necessidade, começa sua oração com tal reconhecimento do poder de Deus,
já tem a vitória do seu lado. Mas notem que Josafá não somente declarou sua fé no
maravilhoso poder de Deus, mas também reivindicou a força de Deus apropriando-se
dela”.

Por suas próprias forças nenhuma pessoa pode derrotar a Satanás. Mas no momento da
tentação cada crente deveria recordar-se da promessa de Deus a Josafá, aconselhou
Waggoner. “Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão; pois a
peleja não é vossa, mas de Deus” (verso 15) [Idem, págs. 78-80]. Waggoner ansiava que
o indivíduo cheio do Espírito Santo e com os seus olhos em Jesus obtivesse a vitória
sobre o pecado: “Que maravilhosas possibilidades há para o cristão! Que alturas de
santidade pode alcançar! Não importa quanto Satanás possa lutar contra ele, atacando-o
em seu lado mais fraco, pode habitar debaixo da sombra do Onipotente, e estar cheio da
plenitudade da força de Deus. Aquele que é mais forte que Satanás pode habitar
continuamente em seu coração; e assim, observando os ataques de Satanás como se
estivesse firmado sobre uma imponente fortaleza, pode dizer: ‘Posso todas as coisas em
Cristo que me fortalece’ (Filipenses 4:13)” [Idem, págs. 30-31].

O Santuário e a Justiça Pela Fé

De acordo com Jones e Waggoner, a vitória sobre o pecado advém de uma correta
compreensão da verdade acerca do santuário. Ellen White compartilha desta idéia. Em
seu sermão de 20 de outubro de 1888, o primeiro sábado da conferência de Mineápolis,
disse: “Cristo está agora no santuário celestial. O que está fazendo? Está fazendo
expiação por nós, purificando o santuário dos pecados do povo. Portanto devemos
entrar pela fé no santuário com Ele, devemos começar a obra no santuário de nossa
alma. Devemos limpar-nos de toda contaminação. ‘Purifiquemo-nos de toda a imundícia
da carne e do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus’ (II Coríntios 7:1)”
[A. V. Olson, Thirteen Crisis Years, pág. 276.]

Para Ellen White a resposta pessoal em relação com a purificação do santuário celestial
envolvia a purificação do templo da alma de cada crente. Isto se reflete em seus escritos
posteriores. Em 1890 escreveu: “Cristo está purificando o templo celestial dos pecados
do povo, e devemos trabalhar em harmonia com Ele sobre a Terra, purificando o templo
da alma de sua contaminação moral” [Review and Herald, 11 de fevereiro de 1890].

Ellen White chamava a esta compreensão da justificação pela fé de “mensagem do


terceiro anjo, em verdade” [Review and Herald, 11 de abril de 1890.] Esta verdade
deveria reunir as pessoas que “guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus”
(Apocalipse 14:12), e prepará-los para encontrar-se com seu Senhor quando voltar em
alegre paz. Ela resumiu esta transformadora compreensão da justificação pela fé na
frase “os incomparáveis encantos de Cristo” [Olson, pág. 53].

Jones e Waggoner haviam captado pessoalmente a visão da inigualável glória de Cristo.


Tal conceito libertaria os crentes das garras do legalismo. Por isso desejavam
compartilhá-lo com os demais delegados da Conferência Geral de Mineápolis de 1888.

Fonte: Arnold Wallenkampf, O Que Todo Adventista Deveria Saber Sobre 1888, págs.
7-9 (versão on-line em PDF de Libros de 1888). O Pr. Wallenkampf, Doutor em
Teologia, dedicou a vida ao “ensino em colégios e universidades adventistas como
diretor associado do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral” (pág. 2).

 Por Arnold Wallenkampf, Doutor em Teologia  

Qual Foi Realmente a Mensagem de


1888?
 

Os sermões que Jones e Waggoner pregaram na assembléia e nas sessões da


Conferência da Associação Geral não foram registrados; nem tampouco alguns de Ellen
White. Mas podemos conhecer a essência das suas mensagens em seus escritos.
Waggoner foi o orador principal acerca de Cristo e Sua justiça no congresso. Um de
seus livros, publicado pouco depois da conferência, leva o título de Christ and His
Righteousness [Cristo e Sua Justiça]. Nele expõe o que desejou transmitir em suas
apresentações.

O Legislador Entrega-Se Pelo Pecador

O livro inteiro é uma radiante exaltação do amor de Deus e de Sua misericórdia segundo
manifestada por Jesus. Waggoner aconselha os seus leitores a “considerar a Cristo, de
forma contínua e inteligente”. “Cristo deve ser ‘elevado’ por todos os que crêem nEle
como o Redentor crucificado, cuja graça e glória são suficientes para satisfazer as
maiores necessidades do mundo; significa que deveria ser ‘elevado’ em Seu
extraordinário encanto e poder como ‘Deus conosco’, de modo que Seu atrativo divino
possa assim atrair a todos para junto dEle” [Cristo e Sua Justiça, págs. 5-6].

Nossa certeza de perdão por todos os nossos pecados “está no fato de que o próprio
Doador da lei, Aquele contra quem” nos rebelamos e a quem temos desafiado “é o que
Se deu a Si mesmo por nós”. Em Cristo, Deus Se deu e Si mesmo por nossa redenção,
porque “não devemos imaginar que o Pai e o Filho estavam separados nesta transação.
Eram um só nisto, bem como em tudo o mais” [Idem, pág. 45].

“Que maravilhosa manifestação de amor! O Inocente sofreu pelo culpado; o Justo pelo
injusto; o Criador pela criatura; o Autor da lei pelo transgressor da lei; o Rei por Seus
súditos rebeldes... O infinito Amor não poderia encontrar uma maior manifestação de Si
mesmo. Bem pode o Senhor dizer: ‘Que mais se podia fazer à Minha vinha, que Eu lhe
não tenha feito?’ (Isaías 5:4)” [Idem, págs. 45 e 46.]

O amor divino envolveu toda a criação. Por meio de Sua morte sobre a cruz Jesus
redimiu o mundo inteiro. “Ele não adquiriu uma certa classe, mas todo o mundo de
pecadores. ‘Porque Deus amor o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna’ (João 3:16).
Jesus disse: ‘O pão que Eu der é a Minha carne, que Eu darei pela vida do mundo’ (João
6:51). ‘Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a Seu tempo pelos ímpios’.
‘Mas Deus prova o Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós
ainda pecadores’ (Romanos 5:6, 8)” [Idem, pág. 71.]

Gratuito Livramento do Pecado

Havendo nos comprado com o Seu sangue, Jesus aceita a todo pecador arrependido tal
como é e o cobre com o manto de Sua própria justiça. Ao fazê-lo, “não fornece um
disfarce para o pecado, mas remove o pecado. E isto mostra que o perdão dos pecados é
mais que uma mera forma, algo mais que um mero registro nos livros do céu, ao ponto
de ser cancelado o pecado. O perdão dos pecados é uma realidade; é algo tangível, algo
que afeta vitalmente o indivíduo. Realmente liberta-o da culpa; e se está livre de culpa,
está justificado, foi tornado justo, e certamente sofreu uma mudança radical. É, na
verdade, uma outra pessoa” [Idem, pág. 66]. Waggoner mostrou que isto está de acordo
com o ensino do apóstolo Paulo quando escreveu: “Se alguém está em Cristo, nova
criatura é” (II Coríntios 5:17).

Cristo Identifica-Se Com o Pecador

Waggoner e Jones sustentavam que o Redentor vai mais além de perdoar os pecados. O
crente que aceita a Jesus como seu substituto e seu fiador de salvação aprende a
considerá- Lo como seu exemplo e Aquele que o capacita a obter vitória sobre o pecado,
o que se relaciona intimamente com a encarnação de Cristo.
“O Salvador estava profundamente ansioso por que Seus discípulos compreendessem
para que fim Sua divindade estava unida à humanidade. Ele veio ao mundo para
manifestar a glória de Deus, a fim de que o homem fosse erguido por Seu poder
restaurador. Deus Se revelou nEle, para que Se pudesse manifestar neles. Jesus não
revelou qualidades, nem exercer poderes que os homens não possam possuir mediante a
fé nEle. Sua perfeita humanidade é a que todos os Seus seguidores podem possuir, se
forem sujeitos a Deus como Ele o foi” (O Desejado de Todas Nações, pág. 664). “Nossa
suficiência se encontra unicamente na encarnação e morte do Filho de Deus”
(Mensagens Escolhidas, livro 1, pág. 355).

Ao tomar nossa carne ou natureza, Jesus uniu a humanidade com a divindade. “Em
Cristo havia uma sujeição do humano ao divino. Ele vestiu Sua divindade com
humanidade, e pôs Sua própria pessoa debaixo da obediência à divindade... Cristo
requer que a humanidade obedeça à divindade. Em Sua humanidade, Cristo foi
obediente a todos os mandamentos de Seu Pai” (Review and Herald, 9 de novembro de
1897).

Foi Sua divindade, não Sua humanidade, o que permitiu que Jesus vencesse a toda
traiçoeira tentação que Satanás Lhe apresentou. A encarnação de Cristo garante que
podemos ser “participantes da natureza divina” (II Pedro 1:4). Desta forma nós também
podemos sair vitoriosos sobre a tentação e o pecado, como fez Jesus durante a Sua
encarnação ou enquanto habitou na carne humana.

Por meio da encarnação, explicava Waggoner, “Cristo tomou sobre Si a igualdade com
o homem a fim de que pudesse redimir o homem”. Continua dizendo: “Deve ter sido ao
homem pecador que Ele Se assemelhou, porque é ao homem pecador que Ele veio
redimir. A morte não teria poder sobre um homem sem pecado, assim como Adão foi no
Éden; e não poderia ter poder sobre Cristo, se o Senhor não houvesse tomado sobre Si a
iniqüidade de todos nós. Mais ainda, o fato de que Cristo tomou sobre Si mesmo a
carne, não de um ser sem pecado, mas do homem pecador, ou seja, que a carne que
assumiu tinha as debilidades e tendências ao pecado às quais está sujeita a natureza
humana caída, se vê na declaração de que ‘nasceu da descendência de Davi segundo a
carne’. Davi tinha as paixões da natureza humana” [Cristo e Sua Justiça, págs. 26-27].

Depois de citar II Coríntios 5:21, que diz: “Àquele que não conheceu pecado, [Deus] O
fez pecado por nós, para que nEle fôssemos feitos justiça de Deus”, Waggoner
comentava: “Isto é muito mais forte que a declaração de que foi feito ‘em semelhança
da carne do pecado’ [Romanos 8:3]. Ele foi feito pecado... O imaculado Cordeiro de
Deus, que não conhecia pecado, foi feito pecado. Sem pecado, no entanto, foi não só
contado como pecador, mas tomou sobre Si a natureza pecaminosa. Ele foi feito pecado
para que nós fôssemos feitos ‘justiça’” [Idem, págs. 27-28].

A Impecável Vida de Cristo

Mas ainda que Waggoner apresentasse a Jesus como tendo tomado a nossa natureza
pecaminosa, cuidou para não considerá-Lo um pecador. Disse:
“Alguns podem ter pensado, lendo até aqui, que estamos depreciando o caráter de Jesus,
ao trazê-Lo ao nível do homem pecador. Pelo contrário, simplesmente estamos
exaltando o ‘poder divino’ de nosso bendito Salvador, que voluntariamente desceu ao
nível do homem pecador, para poder exaltar o homem a Sua própria imaculada pureza,
que reteve mesmo nas circunstâncias mais adversas. Sua humanidade somente velou a
Sua natureza divina... Durante toda a Sua vida houve uma luta. A carne, movida pelo
inimigo de toda justiça, tendia ao pecado, no entanto, Sua natureza divina, nunca, nem
por um momento abrigou um desejo mau, nem vacilou por um momento o Seu poder
divino” [Idem, págs. 28-29].

Como Podemos Vencer

Waggoner animava a seus ouvintes e a seus leitores com a declaração: “Você poderá ter
o mesmo poder que Ele teve se desejar. Ele foi capaz de ‘compadecer-Se ternamente’
das nossas fraquezas (Hebreus 5:2) mas ‘sem pecado’ (cap. 4:15), porque o poder
divino morava constantemente com Ele” [Idem, pág. 29].

Waggoner se referiu à promessa de Deus feita através do apóstolo Paulo em Efésios


3:14-19, de que cada crente pode ser fortalecido por Cristo ao morar em seu coração
pela fé mediante o Espírito Santo. Desta forma cada alma disposta pode ser cheia com a
plenitude de Deus, que é capaz e está ansioso de dar-nos força “mais abundantemente
além daquilo que pedimos ou pensamos”. Todo o poder que residia em Cristo pode
morar em nós pela graça divina, porque Ele nos concede gratuitamente.

Waggoner confiantemente afirmou que Alguém mais forte que Satanás pode morar
continuamente no coração do crente. E assim, o crente pode enfrentar os ataques de
Satanás e dizer: “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” (Filipenses 4:13)
[Idem, págs. 29-31].

A mensagem de justificação pela fé apresentada no congresso de 1888, foi


verdadeiramente uma mensagem de esperança e vigor. Oferecia perdão para todos os
pecados. Mais ainda, oferecia a vitória sobre o pecado. Waggoner desejava que os
cristãos, antes relutantes, decidissem viver confiantemente, amando a Deus.

No entanto, Waggoner advertiu que Satanás não estava disposto a deixar que seus
antigos escravos escapassem sem luta. Admoestou a cada seguidor de Cristo a lembrar-
se sempre que Cristo o havia libertado e que já não é mais escravo de Satanás. Mas a
vitória exige ceder continuamente á vontade de Deus. Afastado dela, não há vitória
[Idem, págs. 92-95].

Ao dar esta receita para vencer a tentação, Waggoner voltou à sua advertência inicial:
Mantenham seus olhos, seus pensamentos e seus afetos em Jesus. Em um de seus
sermões, registrado na revista Signs of the Times de 25 de março de 1889, Waggoner
utilizou ilustrações da história para mostrar como Jesus fortalecerá o pecador fraco mas
arrependido, em sua luta contra o pecado e contra Satanás.

“Os soldados de Alexandre [o Grande] –escreveu- eram conhecidos como os


invencíveis. Por quê? Era devido a serem naturalmente mais fortes e mais valentes que
todos os seus inimigos? Não; mas porque eram liderados por Alexandre. A sua força
estava em sua liderança. Debaixo de outro líder haveriam sido derrotados inúmeras
vezes. Quando o exército da União estava fugindo, aterrorizado diante do general
Winchester, a presença de Sheridan [general norte-americano durante a Guerra da
Secessão] tornou a sua derrota em vitória. Sem ele, os homens constituíam uma
multidão temerosa; com ele à frente, eram um exército invencível. Se vocês tivessem
escutado os comentários dos soldados que estavam a mando destes líderes e de outros
como eles depois da batalha teriam escutado louvores ao seu general em meio de todo
regozijo. Eram fortes porque ele o era; estavam inspirados pelo mesmo espírito que ele
tinha”.

Vitória ao Olhar Para Cristo

Os pensamentos de um crente vitorioso não devem dirigir-se para as tentações e as


dificuldades. Waggoner disse que se os pensamentos de uma pessoa se detêm nas
tentações, inevitavelmente será vencido por elas. Ao contrário, os pensamentos de um
cristão vitorioso devem centralizar-se em Deus e em Seu poder. Como exemplo disto, se
referiu ao rei Josafá de Judá, cuja vitória sobre os moabitas e os amonitas está registrada
em II Crônicas 20.

Waggoner recordou a seus leitores que tão prontamente Josafá recebeu a notícia da
invasão inimiga, se aproximou de Deus. De pé, com seu povo no átrio do templo,
derramou sua alma a Deus em oração. Disse: “Na Tua mão há força e potência, e não há
quem Te possa resistir” (II Crônicas 20:6). Dirigiu-se a Deus em seu próprio nome e no
de seu povo, “os nossos olhos estão postos em Ti” (verso 12). Enquanto o rei e o povo
se humilhavam diante de Deus e mantinham os seus olhos fixos nEle, Deus lhes deu
uma grande vitória sobre seus inimigos. Waggoner disse: “Certamente, o homem que,
na hora da necessidade, começa sua oração com tal reconhecimento do poder de Deus,
já tem a vitória do seu lado. Mas notem que Josafá não somente declarou sua fé no
maravilhoso poder de Deus, mas também reivindicou a força de Deus apropriando-se
dela”.

Por suas próprias forças nenhuma pessoa pode derrotar a Satanás. Mas no momento da
tentação cada crente deveria recordar-se da promessa de Deus a Josafá, aconselhou
Waggoner. “Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão; pois a
peleja não é vossa, mas de Deus” (verso 15) [Idem, págs. 78-80]. Waggoner ansiava que
o indivíduo cheio do Espírito Santo e com os seus olhos em Jesus obtivesse a vitória
sobre o pecado: “Que maravilhosas possibilidades há para o cristão! Que alturas de
santidade pode alcançar! Não importa quanto Satanás possa lutar contra ele, atacando-o
em seu lado mais fraco, pode habitar debaixo da sombra do Onipotente, e estar cheio da
plenitudade da força de Deus. Aquele que é mais forte que Satanás pode habitar
continuamente em seu coração; e assim, observando os ataques de Satanás como se
estivesse firmado sobre uma imponente fortaleza, pode dizer: ‘Posso todas as coisas em
Cristo que me fortalece’ (Filipenses 4:13)” [Idem, págs. 30-31].

O Santuário e a Justiça Pela Fé


De acordo com Jones e Waggoner, a vitória sobre o pecado advém de uma correta
compreensão da verdade acerca do santuário. Ellen White compartilha desta idéia. Em
seu sermão de 20 de outubro de 1888, o primeiro sábado da conferência de Mineápolis,
disse: “Cristo está agora no santuário celestial. O que está fazendo? Está fazendo
expiação por nós, purificando o santuário dos pecados do povo. Portanto devemos
entrar pela fé no santuário com Ele, devemos começar a obra no santuário de nossa
alma. Devemos limpar-nos de toda contaminação. ‘Purifiquemo-nos de toda a imundícia
da carne e do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus’ (II Coríntios 7:1)”
[A. V. Olson, Thirteen Crisis Years, pág. 276.]

Para Ellen White a resposta pessoal em relação com a purificação do santuário celestial
envolvia a purificação do templo da alma de cada crente. Isto se reflete em seus escritos
posteriores. Em 1890 escreveu: “Cristo está purificando o templo celestial dos pecados
do povo, e devemos trabalhar em harmonia com Ele sobre a Terra, purificando o templo
da alma de sua contaminação moral” [Review and Herald, 11 de fevereiro de 1890].

Ellen White chamava a esta compreensão da justificação pela fé de “mensagem do


terceiro anjo, em verdade” [Review and Herald, 11 de abril de 1890.] Esta verdade
deveria reunir as pessoas que “guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus”
(Apocalipse 14:12), e prepará-los para encontrar-se com seu Senhor quando voltar em
alegre paz. Ela resumiu esta transformadora compreensão da justificação pela fé na
frase “os incomparáveis encantos de Cristo” [Olson, pág. 53].

Jones e Waggoner haviam captado pessoalmente a visão da inigualável glória de Cristo.


Tal conceito libertaria os crentes das garras do legalismo. Por isso desejavam
compartilhá-lo com os demais delegados da Conferência Geral de Mineápolis de 1888.

Fonte: Arnold Wallenkampf, O Que Todo Adventista Deveria Saber Sobre 1888, págs.
7-9 (versão on-line em PDF de Libros de 1888). O Pr. Wallenkampf, Doutor em
Teologia, dedicou a vida ao “ensino em colégios e universidades adventistas como
diretor associado do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral” (pág. 2).

 Por Arnold Wallenkampf, Doutor em Teologia  


10 Grandes Verdades Sobre
1888 - 1 
Cristo efetuou já algo em favor de todo ser humano. Morreu a
segunda morte "por todos", e escolheu assim a todo homem
para que fosse salvo. Nesse sentido, é certo que "salvou o
mundo". A apreciação do que foi realizado por Cristo em seu
sacrifício, permitirá que Laodicéia assimile o significado da
verdadeira fé, e o sentido profundo de gloriar-se na cruz.

O ensino bíblico

(a) Quando Cristo "morreu por todos", quando experimentou "a


morte em benefício de todos", essa morte teve que ser a segunda,
posto que aquilo ao que ordinariamente nos referimos como morte (a
primeira morte), a Bíblia o denomina "sono", e é algo que todos
experimentam, com a exceção dos que tenham que ser transladados
vivos (João 1:11-13; 1 Lhes. 4:16 e 17). portanto, não há razão pela
qual ninguém deva morrer finalmente a segunda morte, a não ser
porque resistiu ou rejeitou a salvação "em Cristo" (a palavra
"descuidamos", de Heb. 2:3, contém a noção de desprezo. Ver seu
uso em Mat. 22:5).

(b) Quando Cristo foi batizado (Mat. 3:17), o Pai aceitou nele toda a
raça humana. Assim, Cristo é já "O Salvador do mundo" (João 4:42;
1 João 4:14). Ninguém precisa duvidar que o Senhor o aceitou nele.
Mas embora Cristo seja o "Salvador de todos os homens", é-o "em
especial aos que acreditam" (1 Tim. 4:10. A palavra grega do NT
malista, significa "em especial", "especialmente", "com plena
efetividade", etc. Ver Gál. 6:10). Nossa salvação não depende de que
iniciemos uma relação com Ele, mas sim de nossa resposta à relação
que Ele já iniciou conosco.

(c) Cristo "aboliu a morte" (a segunda, 2 Tim. 1:10). Posto que


ninguém tem por que perder-se no fim, a menos que escolha rejeitar
o que Cristo fez já por ele, a única coisa que pode determinar sua
perdição é a incredulidade (João 3:16-19). Cristo "trouxe à luz vida e
imortalidade por meio do evangelho" (2 Tim. 1:10). Para todos,
crentes e incrédulos, "trouxe à luz a vida"; e para aqueles que
acreditam, além disso, "a imortalidade".

(d) Em Romanos 5:15 ao 18, Paulo expõe o que Cristo efetuou na


cruz. A proclamação da emancipação dos escravos, em 1863 (por
Abraham Lincoln), é uma ilustração desse "veredicto de absolvição"
ou "justificação" para "todos os homens". Lincoln assegurou a todo
escravo pertencente aos territórios confederados a liberdade do ponto
de vista legal; mas ninguém pôde experimentá-la, a menos que: (1)
ouvisse as boas novas, (2) acreditasse, e (3) motivasse a viver em
liberdade.

Como o compreenderam Jones e Waggoner

"Cristo fez tudo isso gratuitamente. Em favor de quantos o fez? A


favor de toda alma? [Congregação: ‘Sim’]. Deu todas as bênçãos que
possui a cada alma que povoa o mundo; escolheu a cada uma delas;
escolheu-a em Cristo antes da fundação do mundo, predestinou-a à
adoção de filho, e a fez aceita no Amado (E. White aplica esta
expressão de F. 1:6 globalmente à raça humana. DTG 87).

Que você e eu o permitamos não é agora a questão. Comprou-me


desde antes da fundação do mundo. Portanto, de quem somos?
[Congregação: ‘do Senhor’].

Como pode ser que alguém duvide a respeito de se é ou não do


Senhor? “Quem não crê a Deus, o faz  mentiroso’. Pode não fazê-lo
em muitos outros aspectos, mas no momento em que admite a
dúvida a respeito de se é ou não do Senhor, permite que a
incredulidade o controle e dá crédito a Satanás, colocando tudo a
perder.

Não obstante, o Senhor não tomará sem nossa permissão aquilo que
comprou. Há uma linha que Deus mesmo marcou como terreno da
soberania de cada ser, e Ele se abstém escrupulosamente de
traspassá-la sem nosso consentimento, sejamos anjos ou pessoas.
Mas se lhe damos permissão, virá com tudo o que Ele significa".

O valor prático dessa verdade. "Suponha que te levantas pela


manhã com dor de cabeça, que tiveste uma má digestão e te
encontras doente. Como sabe que és do Senhor? [Congregação:
“Porque assim o diz Ele”]. Algumas vezes fazemos perguntas às
pessoas, e obtemos respostas como as que seguem:

–Foram-lhe perdoados os pecados?

“Sim, convenci-me de que me tinham perdoado, por um tempo”.

–O que o convenceu disso?

“Senti que me tinham perdoado”.


Sentiram, mas não souberam nada disso. Não apresentaram a menor
evidência de que seus pecados tivessem sido perdoados. A única
evidência que podemos ter de que isso é assim é porque assim o diz
Deus. Nunca confie nos sentimentos. São tão variáveis como o vento.

Não precisamos abrigar nenhuma dúvida mais a respeito de se somos


do Senhor. Mas muitos não se submeteram ao Senhor, e na prática
não são Dele. Ele os tem feito seus por sua compra. Como podem
agora saber que são Dele? Por sua palavra".

Essas boas novas, significam licença para pecar?


"Ocasionalmente ouvimos como alguns consideram que o referido
pudesse significar licença para o pecado. –Não; não significa isso.
Salvar-lhes-á de pecar. Quando o homem escolhe ser do Senhor,
então Deus opera nele tanto o querer como o fazer, por sua boa
vontade. Aí está o poder divino; nenhuma licenca para o pecado. Ao
contrário, é a única forma de que não o haja.

Quando nos comprou? [Congregação: “antes da fundação do


mundo”]. Que classe de pessoas fomos antes da fundação do mundo?
Pecadores, como o somos agora? Seres reprováveis, desejosos de
transitar em caminhos reprováveis? Não fazendo profissão de religião
e sem estar particularmente interessados nisso? É assim como nos
comprou? [Congregação: ‘Sim’]. E comprou nossos pecados. Isaías o
descreve assim: ‘Ferida, inchaço e chaga podre. Não estão curadas’.

Portanto, a mim cabe o decidir se prefiro ter meus pecados, ou o ter


a Ele. Acaso não depende de mim? [Congregação: ‘Sim’]. Quando se
destaca seu pecado, diga: ‘Prefiro ter a Cristo que a isso’ " (Jones,
General Conference Bulletin, 1893, sermão nº 17, seleção).

O que efetuou Cristo. "Deus trouxe a salvação a todos os homens,


e a deu a cada um deles; mas desgraçadamente, a maioria a
despreza e rejeita. O julgamento revelará o fato de que a cada ser
humano se lhe deu plena salvação, e também que tudo perdeu por
rejeitar deliberadamente o direito de primogenitura que lhe foi dado
como posse" (Waggoner, As Boas Novas. Gálatas versículo a
versículo, P. 27).

"Alguém dirá irrefletidamente: “Isso me tranqüiliza: no que respeita à


lei, posso fazer o que quiser, posto que todos fomos redimidos”. É
certo que todos fomos redimidos, mas não todos aceitaram a
redenção. Muitos dizem de Cristo: “não queremos que este homem
reine sobre nós”, e afastam deles a bênção de Deus. Mas a redenção
é para todos. Todos foram comprados com o precioso sangue –a
vida– de Cristo, e todos podem, se assim o quiserem, ser libertos do
pecado e da morte" (Id, P. 51).
 

Ilustrações do E. White

"Jesus conhece as circunstâncias particulares de cada alma. Quanto


mais grave é a culpa do pecador, mais necessita do Salvador. Seu
coração transbordante de simpatia e amor divino se sente atraído
acima de tudo para o que está mais desesperadamente enredado nos
laços do inimigo. Com seu sangue assinou Cristo os documentos de
emancipação da humanidade" (MC 59).

"[Cristo] apoderou-se do mundo sobre o qual Satanás pretendia


presidir como seu legítimo território. Na obra admirável de dar sua
vida, Cristo restaurou toda a raça humana ao favor de Deus (I MS
402).

"Por meio de sua obediência a todos os mandamentos de Deus, Cristo


efetuou a redenção dos homens. Isto não foi feito convertendo-se
[Cristo] em outro, e sim, tomando ele mesmo a humanidade. Assim
Cristo deu à humanidade a possibilidade de existir graças ao que ele
fez. A obra da redenção é pôr a humanidade em comunhão com
Cristo, efetuar a união da raça caída com a Divindade" (I MS 294).

"Pagou-se o preço da redenção para a raça humana" (RH 3 junho


1890).

"Cristo fez seu sacrifício pelo mundo" (PVGM 243).

"Cristo... Redimiu a desgraçada queda de Adão, e salvou o mundo"


(My Life Today, 323).
Perguntas e Respostas Sobre a
Mensagem de 1888
 

A história e o conteúdo da mensagem de 1888 possui um extraordinário interesse para


cada adventista no mundo inteiro. E. White disse em repetidas ocasiões que o fracasso
em compreender e aceitar esta mensagem atrasou grandemente o progresso da igreja, e
tem demorado o triunfo da mensagem do "evangelho eterno".

Em nossos dias, as deserções, a apostasia, o fanatismo, as interpretações proféticas


contrapostas e as incursões do que se conhece como "nova teologia" significam uma
praga para a igreja. Como resultado, a perda de leigos e pastores foi notável. Esses
problemas estão relacionados à confusão e desconhecimento da história e a mensagem
de 1888.

Os que acreditam no Novo Testamento, compreendem que os judeus rejeitaram e


crucificaram ao seu Messias. Se a nação judaica deseja ficar em paz com Deus, não
seria uma excelente idéia que compreendessem a sua rejeição e se arrependessem dela?

Se queremos nos reconciliar com o Senhor, não seria acaso sábio que
compreendêssemos nossa história e aceitássemos o Seu dom do arrependimento? "Nada
temos a temer quanto ao futuro, exceto que nos esqueçamos da maneira pela qual o
Senhor nos conduziu, e Seu ensino em nossa história passada" (Life Sketches, p. 196).
Naturalmente, se deduz que temos tudo a temer, se esquecermos nosso passado e
ignoramos "Seu ensino em nossa história passada".

É animador recordar que Jesus prometeu: "conhecereis a verdade, e a verdade vos


libertará" [João 8:32]. À medida que nos aproximamos do fim do tempo, sairá à luz
mais e mais verdade, já que Jesus disse, "é-Me dado todo o poder no céu e na terra"
[Mat. 28:18]. Todo aquele que procura a verdade, pode achar consolo em Sua promessa
de que ao Lhe pedir pão, não nos dará uma pedra.

Em especial relação à comovedora mensagem de 1888, um número crescente de


milhares de adventistas do sétimo dia em muitos países, estão descobrindo hoje que o se
trata verdadeiramente do que E. White descreveu como uma "preciosa" mensagem.
Vibram com as boas novas que contém. Renovou sua confiança na condução do Senhor
e no triunfo final de Sua obra. Vêem a condução do Senhor na história de nossa igreja, e
se animam na confiança de que Ele levará a bom porto a embarcação do povo de Deus.
Muitos dão testemunho de que esta mensagem lhes livrou de abandonar a igreja em
completo desânimo.

A mensagem de 1888 é, sobretudo, gloriosas boas novas de salvação, somente por fé;
uma mensagem de libertação do poder controlador do pecado, uma mensagem de
esperança espiritual. É uma melhor compreensão do "evangelho eterno", em sua relação
com a purificação do santuário. Trata-se de uma verdade que foi confiada a nós
adventistas "Esta é a mensagem que Deus manda proclamar ao mundo. " (Testemunhos
para ministros, pág. 92).
Poderão os poderes das trevas impedir que essa mensagem chegue até o último da terra,
como o Senhor ordenou que acontecesse? A resposta é: 'Não'. Entretanto, há
interrogações, perplexidades e objeções que assaltam às almas sinceras. A eles
dedicamos este trabalho.

Por que o evangelho é tão importante?

Uma verdadeira compreensão do evangelho é precisamente o que necessita de forma


desesperada este mundo amaldiçoado pelo pecado. Depois da pretensão da cristandade
de ter proclamado o evangelho durante dois mil anos, a agonia e o mal no mundo
parecem ir de mal para pior. Milhões que deveriam acreditar em Deus, sentem-se
forçados a duvidar que Ele exista, ou que Se preocupe com eles. Poderia isso significar
que o evangelho não foi ainda pregado em sua pureza?

Por surpreendente que pareça, há mais de um evangelho: (a) a pura verdade que
pregaram Paulo e os apóstolos –"a graça de Cristo"–, e (b) a falsificação do evangelho,
a que Paulo chama "outro evangelho". "O qual não é outro", mas se trata na realidade de
uma perversão do "evangelho de Cristo". De acordo com as fortes palavras do Paulo,
qualquer outro evangelho diferente do de Cristo, tem que ser "anátema" - condenado
(Gál. 1:6-9).

A razão pela qual o inimigo de Cristo se especializa em perverter o evangelho, é porque


sabe que o verdadeiro evangelho "é o poder de Deus para salvação" da alma
(Rom. 1:16), da mesma forma que o bom alimento o é para a saúde do corpo. Mas uma
pequena dose de arsênico mesclada nele, resultaria letal. No juízo final todos verão que
a contínua agonia do mundo foi o resultado direto da perversão do evangelho que
"Babilônia" proporcionou aos homens (Apoc. 18:24).

Temos nós adventistas algo especial a fazer, na recuperação desse evangelho em sua
pureza?

Muitos de nós têm assumimos levianamente que as igrejas evangélicas populares estão
proclamando o evangelho ao mundo, e que nosso encargo especial é pregar a lei. A
hipótese implica que se nós acrescentarmos ao seu "evangelho" nossa singular
compreensão dos dez mandamentos –incluindo o sábado–, obtemos o "mensagem do
terceiro anjo". Em outras palavras, a Igreja Adventista não é mais que uma igreja entre
muitas outras, sem nenhuma contribuição especial a realizar,  senão fazer uma lista de
coisas que as pessoas devem aprender a fazer, se desejam ser salvas.

Mas a verdade é que o Senhor nos deu uma mensagem especial de Boas Novas em que
as pessoas têm que aprender a crer. O Senhor não suscitou jamais aos adventistas para
que pregassem ao mundo o legalismo. Nossa comissão específica é recuperar e
proclamar justamente as Boas Novas que já são "a salvação de Deus" [Luc. 3:6], e que
preparam um povo para a segunda vinda de Cristo. De fato, a mensagem dos três anjos
de Apocalipse 14:6-12 é em um sentido singular "o evangelho eterno" para os últimos
dias. Tem que tratar-se das melhores novas que o mundo já ouviu.

 
Como se encaixa a mensagem de 1888 em nossa obra especial?

" Em Sua grande misericórdia, enviou o Senhor " esta mensagem, "o começo" do alto
clamor descrito em Apocalipse 18:1-4 (Testemunhos para os ministros, pág. 91-93;
Review and Herald, 22 novembro 1892). E. White a reconheceu freqüentemente em sua
verdadeira identidade (ver Carta B2A, 1892; Ms. 15, 1888, etc). Ela nunca disse que
consistia em enfatizar o que os pioneiros haviam sustentado, nem tampouco o que
ensinam as igrejas protestantes evangélicas.

Identificou deste modo a mensagem de 1888 como "aguaceiros celestiais da chuva


serôdia" (Special Testemunhe, Serie A, Não 6, pág. 19). Anteriormente, tinha declarado
que a chuva serôdia viria, ou como uma preparação para o alto clamor, ou
simultaneamente com ele (Primeiros Escritos, p. 271; MS. 15, 1888). Jamais identificou
alguma outra mensagem, em qualquer outra ocasião, com a chuva serôdia. Não poderia
dizer que o alto clamor começou com a mensagem de 1888, a menos que a chuva
serôdia a tivesse acompanhado.

A chuva serôdia e o alto clamor representam hoje para a igreja o que o nascimento do
Messias em Belém representou para os judeus. Durante décadas estivemos orando ao
Senhor para que nos concedesse o dom da chuva serôdia, como oravam os judeus pela
chegada do Messias. Tinham que encontrar nEle o cumprimento de Seu destino.
Entretanto, "não O receberam" (João 1:11). Da mesma maneira, nossa igreja espera o
cumprimento de seu destino nessa chuva serôdia e no alto clamor que já começaram há
mais de cem anos.

O que se entende por "alto clamor" e "chuva serôdia"?

Os três anjos de Apocalipse 14:6-12 proclamam uma mensagem mundial, mas o


original grego dá a idéia de que seu "voar pelo meio do céu" consiste algo parecido ao
vôo de um helicóptero sobre as copas das árvores. Os 150 anos de história passada
indicam ao observador sincero que a mensagem desfrutou até aqui de uma difusão
mundial muito limitada.

Mas o quarto anjo de Apocalipse 18 desce do céu "grande poder; e a terra foi iluminada
com a sua glória". Esse anjo irrompe como uma grande espaçonave, cuja luz envolve
toda a Terra. Clama "com fortaleça em alta voz". Aqui temos, por fim, a difusão maciça
e final da mensagem.

Visto que Deus é amor, e visto que é imparcial, a mensagem das Suas Boas Novas deve
estender-se a todo os lugares antes que Cristo possa retornar. Um mensageiro inspirado
nos diz que " O sinal da besta será apresentado nalguma forma a toda instituição e a
todo indivíduo. …" (Mensagens Escolhidas, vol. III, p. 396). De acordo com o justo
caráter de Deus, todos devem ter igual oportunidade de ouvir a mensagem de
advertência.

A "chuva serôdia" é o derramamento final do Espírito Santo. Investirá de poder ao povo


de Deus, para que seja Sua testemunha no conflito final. Embora a "chuva temporã" do
Pentecostes tenha sido gloriosa, nos é assegurado que o derramamento final do Espírito
Santo terá proporções ainda maiores [O Desejado de Todas as Nações, pág. 827;
Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 211 etc.].

Qual é o tema mais importante da mensagem de 1888?

Consiste primariamente em revelação da justiça de Cristo, o Redentor que perdoa os


pecados" (Review and Herald, 22 novembro 1892; Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág.
363). " Apresentava a justificação pela fé no Fiador … a justiça de Cristo"
(Testemunhos para os ministros, págs. 91,92).

Ao ler as centenas de declarações de apoio de E. White à mensagem, desde 1888 até


1896 (ver Apêndice), uma pessoa se sente impressionada pela assustadora convicção de
que foi "o começo" da revelação final do evangelho da justiça pela fé. Tinha que ser
mais claro e poderoso do que o nosso povo (e o mundo) tivesse ouvido com
antecedência, pelo menos desde os dias de Paulo.

Em efeito, uma declaração vai tão longe a ponto de afirmar que foi o começo de uma
luz que não se compreendeu desde os dias do Paulo, ou melhor, desde o Pentecostes
(Review and Herald, 3 de junho de 1890). Em outras palavras, até o próprio Paulo teria
coisas a aprender da "mensagem do terceiro anjo, em verdade".

Houve outros aspectos que derivam da mensagem, tais como a reforma de saúde, a
reforma na educação e na organização, etc. Mas o que alegrou repetidamente o coração
de E. White foi a graça superabundante da justiça pela fé. É facilmente reconhecível o
entusiasmo que traduzem as centenas de declarações de apoio, relacionadas a esse
aspecto fundamental da mensagem.

Foi a mensagem de 1888 uma mera re-enfatização da pregação de Lutero, Calvino,


Wesley, e os evangelistas populares do século XIX, tais como Dwight L. Moody e
Charles Spurgeon?

O estudo do real conteúdo da mensagem revela diferenças marcantes com os


reformadores protestantes do século XVI, e dos evangélicos do XIX, ou dos nossos
dias.

E. White reconheceu tais diferenças. Disse que a mensagem da justificação pela fé


apresentado em 1888 era "a mensagem do terceiro anjo, em verdade" (Review and
Herald, 1 abril 1890; Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 372). Isso representa um
problema para alguns (dentre nós), visto que é uma idéia muito estendida que não há
mais que um tipo de justificação pela fé, que é a que ensinam os evangélicos.

Mas uma só pergunta desmascara o problema: Proclamaram Lutero, Calvino, Wesley e


os guardadores do domingo daqueles dias "a mensagem do terceiro anjo, em verdade"?
Se a resposta for afirmativa, então carecemos de fundamento denominacional e não há
razão para a existência de nossa igreja. De forma lógica, a postura generalizada da "re-
enfatização" assim o pretende, e propiciou a confusão que levou pastores e leigos a
abandonarem a igreja. Se os evangélicos pregarem o verdadeiro evangelho da justiça
pela fé, por que não unir-se a eles?

Até onde sabemos, E. White não descreveu jamais a mensagem como uma re-
enfatização do evangelho ensinado anteriormente. De fato, afirmou que era "a primeira
vez que ouvia de lábios humanos a apresentação clara desse tema" que ela jamais havia
escutado em uma pregação pública (Ms. 5, 1889).

Sem dúvida havia certos aspectos menores da mensagem que outros tinham proclamado
com antecedência; mas ela reconheceu uma perspectiva nova e distinta que nunca antes
se viu claramente. Como uma imagem que se enfoca com maior nitidez, "Grandes
verdades que não foram ouvidas e contempladas desde o dia de Pentecoste
resplandecerão da Palavra de Deus em sua pureza original" (Fundamentos da Educação
Cristã, p. 473). Essa é a razão pela qual identificou a mensagem como "o começo" da
chuva serôdia e do alto clamor, luz que não tinha iluminado até então a Terra com sua
glória.

Se aceitarmos a mensagem da justificação pela fé das igrejas populares guardadoras


do domingo ("cristianismo evangélico"), não bastará isso, como substituto da
mensagem de 1888?

Se a mensagem de 1888 é "a mensagem do terceiro anjo, em verdade", é evidente a


impossibilidade de que os conceitos evangélicos possam substituí-lo, já que as igrejas
populares guardadoras do domingo não estão proclamando a mensagem do selo de Deus
e da marca da besta, a não ser a falsificação da mesma. De fato, a mensagem da genuína
justificação pela fé de 1888, "se manifesta na obediência a todos os mandamentos de
Deus" (Testemunhos para  Ministros, pág. 92). Isso deve incluir a observância do
quarto mandamento! Entretanto, as igrejas evangélicas se têm oposto categoricamente
às verdades do sábado e do santuário, durante toda a existência da Igreja Adventista. Em
alguma parte há algo que não encaixa.

Há verdades fundamentais da expiação, a cruz, o significado do amor e da fé genuínos,


a motivação à obediência, que na "justificação pela fé" dos evangélicos estão, ou
ausentes, ou seriamente distorcidas. As mentes mais capazes e profundas entre os
evangélicos, estão atualmente ocupadas no estudo do real problema da expiação. Por
que aconteceram 2000 anos de história desde que teve lugar o grande acontecimento da
cruz, que segundo a compreensão deles era a vitória final? Fora do predeterminismo
calvinista, são incapazes de dar resposta àqueles que desejam uma razão para a
prolongada demora.

O antigo Israel foi tentado e seduzido continuamente pelas falsas doutrinas de seus
vizinhos. Aquelas idéias pagãs eram aparentemente similares. Uma delas consistia na
adoração de Baal. Se o Senhor tem confiado a mensagem do terceiro anjo aos
Adventistas do Sétimo Dia, temos que esperar que haja tentações similares para
confundir-nos com uma falsificação da mesma. De alguma forma, tem que emergir uma
verdade mais clara a partir da cruz de Cristo, do que apresentam as igrejas guardadoras
do domingo.
 

Estivemos ouvindo pregações sobre a justificação pela fé em nossas igrejas,


congressos e assembléias. No quê difere a mensagem de 1888 do que estivemos
ouvindo em todos estes anos passados?

Há nela muitas verdades maravilhosas e refrescantes que em geral não são hoje
compreendidas. Por exemplo:

(1) A revelação da proximidade do Salvador. É o que E. White se referiu como "a


mensagem da justiça de Cristo". "Justiça" não é o mesmo que "santidade". Em Lucas
1:35 lemos que Ele seria "o Santo, que de ti há de nascer". Mas à medida que cresceu
como homem e chegou finalmente até a cruz, desenvolveu um caráter "justo". A
santidade denota o caráter de alguém que é santo em uma natureza impecável. Assim,
lemos a respeito de "anjos santos". Nunca a respeito de "anjos justos". [Nota: Na
condição de sua natureza anterior à queda, não falamos tampouco de Adão e Eva como
"justos", mas sim como "santos".]

A justiça denota o caráter daquele que, tendo tomado a natureza humana pecaminosa,
resistiu e venceu o pecado. Assim, a frase "Cristo, nossa justiça", significa que Cristo
"venceu" e "condenou" ao pecado na mesma natureza caída e pecaminosa que nós
temos. Veio tão próximo de nós há 2000 anos, e para sempre a partir de então, que
"condenou ao pecado na carne" (Apoc. 3:21; Rom. 8:3). Sendo que o Pai e o Filho são
Um, e que o Pai estava em Cristo em Sua encarnação, apresenta-se também ao Pai como
"justo" (II Cor. 5:18,19; Rom. 3:26).

Cristo fez do pecado algo obsoleto. Não há já mais desculpa para ele. Fez-se na verdade
um de nós, 100% Deus, e entretanto, também 100% homem. "Tomou sobre Sua
natureza sem pecado a nossa pecaminosa natureza" (Medicina e Salvação, pág. 181), e
assim pode salvar a cada um de nós de nossos pecados, não neles. Ele conhece nossas
tentações, sendo que, "como nós, em tudo foi  tentado, mas sem pecado" (Heb. 4:15).

Essas Boas Novas comovem o coração humano. Aí está a raiz da verdade que explica os
2000 anos transcorridos sem que Cristo tenha vindo, algo que as igrejas populares não
podem explicar.

(2) O ministério de Cristo no santuário, na expiação final. Aqui é onde a verdade sobre
a natureza de Cristo brilha em seu esplendor, e transcende a estéril argumentação
teológica. O livro de Apocalipse nos mostra um povo que por fim constitui "primícias"
do sacrifício de Cristo, constituída por "irrepreensíveis" perante o Seu trono (14:4-12).
A chave de sua vitória está em vencer como Ele venceu (3:21).

Brilha aqui por si mesma a verdade da natureza de Cristo. O ministério sumo-sacerdotal


no lugar santíssimo do santuário celestial, desde 1844, é uma grande verdade que tem
ainda que iluminar a Terra com sua glória, e concentrar a atenção sobre os temas do fim
do grande conflito (Evangelismo, págs. 222 e 223). A identidade de nossa Igreja
Adventista depende do fundamento dessa verdade do santuário. Entretanto, é bem
conhecido o seu virtual desaparecimento das pregações em nossos dias. E nossos irmãos
evangélicos não ensinam nada que se pareça com esse ministério do Dia da Expiação.
(3) A mensagem de 1888 une a justificação pela fé com essa obra especial da expiação
final. É por isso que E. White viu nela de forma singular e única "a mensagem do
terceiro anjo, em verdade". Alegrou-se em reconhecer a tão longamente esperada
conexão entre ambos.

Nos primeiros meses de 1890, escreveu uma série de artigos na Review and Herald, que
demonstraram de que forma esta mensagem é a essência da verdade da purificação do
santuário (de 21 de janeiro até 3 de junho).

(4) A mensagem não consiste em uma ordem severa de "preparai-vos, do contrário…",


mas de gloriosas boas novas de como preparar-se. Transforma os imperativos
adventistas em habilitações evangélicas. Revela o Salvador como o divino Médico da
alma, que está "próximo, à mão", Aquele que cura toda ferida causada pelo pecado na
mente do homem. É o grande Originador de todo bálsamo que cura, o elaborador do
único programa eficaz para confrontar a desesperada necessidade dos viciados em
qualquer coisa, do alcoólico, até o comprador compulsivo. É também a única esperança
para o vício dos santos da Laodicéia de mornidão e mundanismo.

Era a intenção do céu que os viciados da classe que fosse, achassem salvação "entre os
sobreviventes" - ou "remanescentes" (Joel 2:32), mais do que nos programas do mundo.
Nós, adventistas do sétimo dia, fomos chamados para sermos os "primeiros" a exaltar o
autêntico Salvador que foi tentado em todas as coisas, como é tentado todo viciado
sobre a Terra, mas sem pecado. É assim que pode salvar até o pior dos que por Ele se
chegam a Deus.

(5) A segurança da salvação é algo que deriva da verdade da justificação pela fé


apresentada em 1888. O calvinismo afirma que Cristo morreu somente pelos eleitos. O
arminianismo protesta, e assinala que morreu por "todos os homens", mas por sua vez
especifica que fez somente algo "provisional", e assim, é possível que "todos os
homens" sejam justificados se tomarem a iniciativa de fazerem alguma coisa correta. Se
o pecador não aproveitar a oferta, então a morte de Cristo não significou nem significará
nenhum bem para ele. Tal é a idéia geral que o nosso povo vêm sustentando.

Os mensageiros de 1888 viram que a cruz significou muito mais que uma mera
provisão, na espera da iniciativa do pecador. Cristo fez algo por cada ser humano!
"Todos os homens" devem sua vida atual ao sacrifício de Cristo. A salvação do homem
depende da iniciativa de Deus, e a condenação depende da iniciativa do homem.
Quando o pecador ouve as boas novas e as crê, responde à iniciativa de Deus, e
experimenta assim a justificação pela fé.

Aqui é onde o conceito de 1888 da justificação pela fé põe em evidência um tipo sutil
de legalismo não reconhecido anteriormente. Na pura justificação pela fé que o Novo
Testamento apresenta, "a jactância… é excluída" (Rom. 3:27), mas segundo o ponto de
vista popular, o fator chave é a iniciativa do pecador. Pode dizer: [eu] aproveitei a
oferta, [eu] aceitei a provisão, [eu] fiz a decisão que me levará a céu. O sacrifício de
Cristo não me fez nenhum bem, até que [eu] tomei alguma determinação a respeito.
Assim, subjaz um pensamento egocêntrico, e um resíduo de legalismo subliminar.

Essa idéia suporta uma trágica carência. Cristo sofreu realmente da segunda morte "por
todos", e fez propiciação pelos pecados "de todo o mundo" (Heb. 2:9; I João 2:2). Os
pecados de "todos os homens" Lhe foram legalmente imputados em Sua morte, de
forma que ninguém até agora teve que suportar a plena carga de sua culpabilidade
(Rom. 5:16-18; II Cor. 5:19).

O resultado é que "todos os homens" vivem porque Ele morreu por eles, creia nisto ou
não (II Cor. 5:14,15). A cruz do Calvário acha-se "estampada" em cada pão. Isso
significa que tanto santos quanto pecadores comem seu alimento diário sendo nutridos
pelo sacrifício de Cristo (O Desejado, p. 660). Ele "trouxe à luz a vida e a incorrupção
pelo evangelho" (II Tim. 1:10). A vida a "todos os homens". A imortalidade, além disso,
aos que crêem.

Sendo que todos os homens vivem devido a que suas transgressões foram imputadas
Àquele que morreu em seu lugar, é correto dizer que teve lugar uma justificação de tipo
legal, em favor de todos os homens (alguns preferem chamar de "justificação
corporativa", ou "justificação temporária universal"; são términos que se referem à
mesma verdade). Sendo que "todos os homens" estão sob "condenação" legal "em
Adão", por nascimento, Cristo deve ser feito o "último Adão", em quem toda a raça
humana é legalmente absolvida (I Cor. 15:22; Rom. 5:16-18).  Tal é o conceito
neotestamentário que encerra a repetida expressão "em Cristo".

Isso não significa que todos os homens serão salvos contra a sua vontade. É possível
desprezar e rejeitar o dom que Cristo deu a "todos os homens". Ele não vai forçar a
ninguém. Mas os mensageiros de 1888 explicaram que quando o pecador ouve e crê
nessas boas novas, sua experiência da justificação pela fé lhe faz então "obediente a
todos os mandamentos de Deus", incluindo o sábado do quarto mandamento. Tal é o
único resultado possível, quando um pecador se aferra na justiça de Cristo mediante
uma fé inteligente, esclarecida. Não é maravilha que E. White se alegrasse tanto ao
ouvir a mensagem pela primeira vez.

Assim, a mensagem de 1888 reconhece a parcela da verdade que há no calvinismo e no


arminianismo, mas vai mais além de qualquer um deles. Como bem discerne o
calvinismo, a salvação do pecador se deve inteiramente à iniciativa de Deus. De acordo
com o arminianismo, todos os homens têm igual possibilidade de salvação. Mas o que
nenhum dos dois discerne é que Cristo levou os pecados de "todos os homens", e
morreu a segunda morte por "todos os homens". Tomou a iniciativa de salvar a todos os
homens. A única razão pela qual um pecador pode se perder é porque toma a iniciativa
de desprezar e rejeitar a justificação que já lhe foi dada, e que se tem posto em suas
mãos (ver João 3:16-19; 12:48).

Assim, a mensagem de 1888 vê o pecado em uma luz muito mais séria do que é comum
entre muitos adventistas. Não é um passivo "não fazer nada". O pecado é tão terrível
que significa a resistência e rejeição contínua da graça salvífica de Deus. [Nota: "Deus
fará a cada um a pergunta: O que tens feito com Meu Filho Unigênito?… Serão
obrigados a dizer: Aborrecemos a Jesus e O lançamos fora. Clamamos: Crucifica-O!
Crucifica-O! Em Seu lugar, escolhemos a Barrabás" (E. G. W. Comentário Bíblico
Adventista, vol. V, P. 1081,1082)] O pecador não se dá conta do que está fazendo, e
necessita que lhe façam tomar consciência disso. É nessa luz que pode apreciar o
arrependimento em suas verdadeiras dimensões.
(6) O Espírito Santo é muito mais poderoso do que havíamos imaginado. Quando uma
pessoa compreende e crê quão boas são as boas novas, se dá conta de que é fácil ser
salvo, e difícil se perder.

A salvação não depende de que procuremos e encontremos a Deus (que é o elemento


comum a toda religião pagã no mundo), mas sim de que creiamos que Ele está nos
procurando e nos encontrou. O Espírito Santo é mais forte que a carne (Gál. 5:16,17), e
a graça superabundou muito mais do que possa abundar o pecado (Rom. 5:20).

(7) Em outras palavras, a mensagem de 1888 eleva o amor de Deus como Salvador,
muito acima da categoria de algo meramente provisional. Não o apresenta perante o
pecador como uma oferta casual de "é pegar ou largar", "se não aproveitas a
oportunidade, pior para ti". Não. Cristo Se apresenta como o Bom Pastor que está
procurando ativamente a cada ovelha perdida "até que venha a achá-la" (Luc. 15:4). É
preciso fazer o pecador ouvir boas novas tão boas como essas.

O amor de Deus fica imensamente clarificado nos conceitos bíblicos da mensagem de


1888. O único resultado possível é a substituição das obras mortas por um fervoroso
serviço de fé, uma devoção que não conhece limites. A mornidão se torna impossível
para aquele que compreende e crê no evangelho em sua pureza.

(8) A verdade sobre os dois concertos, com seu poder para mudar os corações. Esse
conceito singular de 1888 não é bem compreendido hoje na igreja, nem entre os cristãos
evangélicos. Foi mostrado a E. White que o Senhor tinha dado aos mensageiros de 1888
a correta compreensão sobre os dois concertos. [Nota: "Desde que fiz a declaração, no
sábado passado, de que a posição sobre os concertos, tal como foi apresentada pelo
irmão Waggoner, era verdadeira, parece que muitas mentes têm se sentido aliviadas…
Levei tempo tomar esta posição, e estou alegre porque o Senhor me persuadiu a dar o
testemunho que dei" (Carta 30, 1890; The EGW 1888 Materiais, pág. 623). "A noite
retrasada me foi mostrado que a evidência em relação aos concertos era clara e
convincente. Tumesmo [Uriah Smith], o irmão Dan Jones, o irmão Porter e outros estão
desperdiçando seus poderes investigadores em vão, procurando defender uma posição
sobre os concertos que é diferente da que o irmão Waggoner apresentou " (Carta S59,
1890; Idem, pág. 604, também pág. 596,597).]

Novamente, não se trata de um quebra-cabeças teológico, mas sim de piedade prática.


Paulo diz que uma incorreta compreensão dos pactos, engendra "servidão" (Gál. 4:24).
Sem saber o que estávamos fazendo, instruímos no antigo concerto a nossos jovens e
meninos durante décadas. O resultado foi a perda espiritual de muitos deles. Ao
comparar a posição da mensagem de 1888 sobre os dois concertos, com a posição
geralmente sustentada entre nós, não deveria nos surpreender que 70% de nossos jovens
tenha uma compreensão deficiente do evangelho (conforme a pesquisa Valuegenesis), e
que percamos tantos deles.

Da mesma forma que acontece com uma compreensão errônea da justificação, a posição
sobre os dois concertos que se opõe à apresentada em 1888, abre a porta a um tipo de
motivação egocêntrica, que é a essência do legalismo. Não somos salvos fazendo
promessas a Deus, mas crendo nas promessas que Ele nos faz . (A redescoberta da idéia
de 1888 sobre os dois concertos foi a faísca que acendeu o reavivamento atual do
interesse por esta mensagem). [Nota: Para uma exposição dos dois pactos, ver As Boas
Novas, Estudos em Gálatas (Waggoner), cap. 3 e 4.]

(9) A motivação correta para servir a Cristo constitui a dinâmica da autêntica


justificação pela fé. A justificação legal foi efetuada na cruz por "todos os homens"; é
algo objetivo.  Motiva o crente a uma completa devoção a Cristo, experimentando assim
a justificação pela fé, que é algo subjetivo. [Nota: Por contraposição a subjetivo.
Objetivo significa que tem existência por si mesmo, à margem do pecador. É
independente dele, está afastado dele no tempo e o espaço. É incondicional e anterior à
fé, ao conhecimento, ou qualquer outra resposta do homem.] A motivação centrada no
eu implica o legalismo. Estar "debaixo da graça" é reconhecer a motivação superior
imposta por uma apreciação sincera e fervorosa da graça de Cristo. Isso livra da
motivação inferior que consiste no temor do castigo ou no desejo de recompensa
(Rom. 6:14,15; Heb. 2:15; O Desejado, p. 480).

Embora seja certo que a mensagem de 1888 constitui gloriosas boas novas para os que
apreciam a cruz de Cristo, abre a possibilidade de muito más novas para aqueles que
preferem seguir inconscientes de sua verdadeira condição espiritual. Estar "debaixo da
lei" é o oposto de estar "debaixo da graça". É por isso que o legalismo é a verdadeira
essência de toda motivação imposta pelo medo de perder-se ou pelo desejo de
recompensa. Mas há um remédio: "No amor [ágape] não há temor" (I João 4:18).

Por contraste, a preocupação superficial por nossa segurança de salvação, fica em


evidência como algo pueril. O conceito da graça de 1888 torna possível a libertação
dessa profunda raiz de egoísmo. Capacita o crente para que compartilhe uma estreita
proximidade com Cristo, para que deixe ser incorporado nele, estando seu ego "com
Cristo… crucificado". Paulo se refere freqüentemente aos crentes como estando em
Cristo. "Fomos plantados juntamente com Ele na semelhança da Sua morte" (Rom. 6:5).
[Nota: Ver II Cor. 5:17. Também João 15:4; I João 2:6, etc. Outras versões da Bíblia,
em lugar de "plantados", traduzem "enxertados", "unidos", "incorporados", etc.]

Tudo que deixe de alcançar esse ideal, constitui um tipo imaturo de justificação pela fé,
apropriado somente para essa menina que no casamento se encarrega de levar o buquê
de flores da noiva (enquanto pensa no bolo da festa). A verdadeira noiva tem uma
motivação superior: a honra e a vindicação de seu Marido, já que finalmente está se
"unido", ou incorporando a Ele.

(10) Portanto, a noção de 1888 da "perfeição", não consiste em um desejo de segurança


motivado pelo temor, mas em uma preocupação centralizada em Cristo, no sentido de
cooperar em que Ele receba Sua recompensa. A vitória [sobre o pecado] deixa então de
estar degradada ao nível da elucubração teológica, um campo suscetível para forçar as
palavras de E. White, até terminar na contradição.

A verdadeira motivação que deriva de estar "debaixo da graça", seria impossível para o
ser humano pecaminoso, a não ser pela revelação do sacrifício de Cristo. Mas o
"glorificar-se na cruz" é uma experiência ao alcance de todo pecador que a contemple e
aceite. Haverá um povo preparado para a vinda de Cristo!

 
Podemos reclamar para Jones e Waggoner a "inspiração verbal", ou pretender a
perfeita exatidão de cada uma de suas palavras?

Não, nem tampouco o podemos fazer com as palavras da Bíblia, ou dos escritos do
Espírito de Profecia.  O valor de uma mensagem se encontra na luz que contém, nos
conceitos que iluminam as verdades do evangelho eterno, que tanto se perdeu de vista.
Ninguém pretende reclamar para Jones ou Waggoner o que o mesmo E. White jamais
reclamou para si. Ela afirmou que eram "mensageiros delegados do Senhor", e que
tinham "credenciais do céu" (Ver Apêndice).

A mensagem dada por Jones e Waggoner, tal como encontramos em seus livros e
artigos, contém suas próprias credenciais. Comove hoje às almas, porque seus conceitos
básicos são tão diferentes e refrescantes, que continuam sendo "nova luz". E isso que
foram somente "o começo" do "alto clamor" que tem que estender-se finalmente a todos
os lugares.

Hoje necessitamos provisão fresca do "pão da vida". Precisamos recordar que quando
Jesus alimentou aos cinco mil, disse a Seus discípulos, "Recolhei os pedaços que
sobejaram, para que nada se perca" (João 6:12). Se o Senhor "enviou" a mensagem de
1888, devemos recolher cada "pedaço" que sua providência nos concedeu, "para que
nada se perca". Com certeza, já é tempo de que o povo de Deus em todo o mundo reflita
seriamente. Não constitui uma irreverência que peçamos ao Senhor nova luz, enquanto
que criticamos e rejeitemos a que Ele já nos enviou?

A mensagem de 1888 foi dirigida a uma cultura diferente da nossa hoje. Como pode
essa mensagem de um século atrás satisfazer as necessidades de um mundo
secularizado que deixou de acreditar em Deus e na Bíblia?

O homem moderno se confinou em um refúgio subterrâneo com muros seculares de


dois metros de espessura. Mas o Espírito Santo tem um míssil capaz de penetrar essas
paredes: a mensagem de amor ágape que emana da cruz de Cristo.

Isso não significa que outros aspectos da mensagem adventista tenham perdido a sua
validez. Continua certo que a reforma de saúde é "o braço direito da mensagem", e que
contribui para vencer os prejuízos. O calor da irmandade da igreja é necessário para
aliviar as necessidades sociais das pessoas. A educação que a igreja sustenta, provê (ao
menos em considerável medida) um refúgio para os meninos e adolescentes. Nossas 27
crenças fundamentais procuram coesão à nossa filosofia religiosa. Mas persuadir o
homem moderno secularizado a aderir ao nosso clube não é o mesmo que iluminar a
Terra com a glória do evangelho. É possível que em nosso "clube" prevaleça ainda a
mesma orientação para o ego, que fora dele.

O que faz falta são boas novas que iluminem um mundo entrevado por uma
compreensão equivocada de Deus, e reconciliar com Ele os corações inimizados e
secularizados.

Trata-se de uma compreensão do amor de Deus que transcende os conceitos da moderna


Babilônia. "A mensagem do terceiro anjo, em verdade" que nos deu em 1888 é o
"começo" dessa mensagem. Em essência, é a revelação de um amor que vai além da
compreensão habitual. Nada que seja menor que a revelação da plena "largura, e o
comprimento, e a altura, e a profundidade" desse amor, pode bastar. O "alto clamor" não
vai ser uma aterradora chamada que induza ao medo, mas "uma revelação de Seu
caráter de amor" (Parábolas de Jesus, p. 415).

Se esclarecermos a noção do ágape a um ateu evolucionista, por exemplo, e lhe


perguntamos de onde pôde surgir uma idéia tão radical, terá que reconhecer que
somente pode proceder de certa cruz em uma colina solitária conhecida como o
Calvário.

"O incomparável amor de Cristo, mediante a agência do Espírito Santo, trará convicção
e conversão ao coração endurecido" (Cristo Our Righteousness, p. 61). Afirma E.
White, em uma declaração desconhecida até poucos anos: "Durante anos vi que há um
elo quebrado que nos impediu de ganhar os corações, esse elo se restaura ao apresentar
o amor e a graça de Deus" (Remarks to Presidents, 3 março 1891; Arquivos da
Associação Geral).

Ninguém pode exaltar a cruz como nós, os adventistas, se humilharmos nossos corações
para receber a luz que o Senhor nos enviou. Isso é assim porque nenhum outro povo
pode compreender, tanto a natureza do homem como a de Cristo, segundo a
compreensão que o Senhor quis nos outorgar.

O homem secularizado que vive neste último período da era cristã, necessita da mesma
mensagem que o Senhor enviou aos pagãos no primeiro século: Cristo e Este
crucificado. Os apóstolos falavam a linguagem de seus dias, nós falaremos a dos nossos.
Mas a proclamação dessa mesma Cruz continua desafiando o pensamento do homem
moderno, e penetra as defesas nas quais blindou seu coração mundano.

O "adventismo histórico" gera temor quanto ao juízo investigativo. Provê a


mensagem de 1888 uma solução para esse problema?

É certo que um temor assim escureceu a igreja por décadas. Roger L. Dudley recolhe
essa idéia corrente entre jovens estudantes (Why Teenagers Reject Religion, Review and
Herald 1978, págs. 9-21). Marvin Mooore, em The Refiner’s Fire (Pacific Press, 1990)
reconhece o generalizado problema, e busca sinceramente uma solução.

O apóstolo João afirma que ali onde há temor, há uma ausência de ágape, já que "o
perfeito amor lança fora o temor" (I João 4:18). Teria sido impossível que esse temor
sobressaltasse a nossos jovens na década de noventa, se tivéssemos aceito o "preciosa
mensagem" na era de 1888, e a partir de então. Esse tipo especial de amor, o ágape, é a
idéia básica da mensagem.

A solução do problema do temor é revelar o verdadeiro Cristo que veio "em semelhança
da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne". A verdade libertadora é
apresentada nestes termos: "Visto como os filhos participam da carne e do sangue,
também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o
império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam
por toda a vida sujeitos à servidão" (Heb. 2:14,15).

Como a mensagem faz para libertar desse temor?

Em todas suas facetas, está enfocado à realidade do que aconteceu na cruz. Essa
"revelação" foi algo como os raios do sol através de uma lupa: o início de uma
combustão que teria que varrer dos corações humanos o temor.

Uma contribuição singular do adventismo à mensagem da cruz é que Cristo morreu o


equivalente à segunda morte, morte em que renunciou a toda esperança de ressurreição
(O Desejado, pág. 753). Quando os corações humanos envolvidos no temor vêem o
verdadeiro Cristo nessa "revelação" do ágape, identificam-se com Ele de tal maneira
que o eu fica "com Cristo… junto crucificado", e o crente é enxertado nele, como diz
Paulo. A união é tão estreita como a de um marido com sua esposa. "De sorte que haja
em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus" (Fil. 2:5). O crente se
faz um com o Senhor crucificado.

Ao compreender a realidade de Sua descida até as profundidades do inferno a fim de


salvar nossas almas, ao ver como Se debateu com essa completa aniquilação de toda
esperança, como escolheu cair nas trevas eternas, em separação perpétua do rosto de
Seu Pai, a fim de nos redimir, essa união com Ele começa a expandir nosso coração
encolhido, de forma que podemos começar a compreender o preço que Lhe custou nos
salvar. Nunca poderemos copiar o Seu sacrifício, mas podemos apreciá-lo.
Contemplamos a grandiosa cruz, onde morreu o Príncipe da glória, e isso afasta o temor
do nosso coração.

A razão é simples: Ficando claro que nenhum temor pode superar o temor do inferno
(perdição, destruição), se esse temor é vencido ao apreciar o Seu sacrifício, mediante a
identificação com Ele em Sua cruz, então, todo temor de ordem inferior tem que ser
afastado.

Por exemplo, como poderia o ladrão arrependido sobre a cruz ser atormentado
novamente pelo temor? Para qualquer outra pessoa que tenha sido crucificada com
Cristo se dará uma libertação similar. Não existe em todo o universo um temor que
possa sobreviver à união sincera com Cristo nessa hora de Sua cruz. Entretanto,
precisamos repetir uma vez mais que somente à luz do "mensagem do terceiro anjo, em
verdade" é possível compreender as plenas dimensões desse sacrifício.

Tal foi o impacto da mensagem de 1888. Recuperou a grande preocupação de Paulo: "O
amor [ágape] de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por
todos, logo todos morreram" (II Cor. 5:14). Como poderia alguém que sabe estar
"morto" voltar a ter medo de alguma coisa? Como poderia alguém que já pisou no
inferno (ao estar crucificado com Cristo) estar atemorizado com alguma outra coisa
menor que o inferno?

 
Mas não é acaso o medo adventista do juízo investigador precisamente isso, o medo
ao inferno?

Sim, desprovido da idéia de 1888, está dominado por esse temor. Mas o "eu"
crucificado com Cristo não significa o esforço humano por nos torturarmos a nós
mesmos em uma agonizante crucificação auto-infligida. Sempre é "com Cristo". A
mensagem da cruz constrange a uma vida de serviço livre de temor, "…para que os que
vivem não vivam mais para si, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou" (v.
15).

Quando Paulo diz "com Cristo estou junto crucificado", não se está gabando do bom
cristão que é, como se ele mesmo cravado na cruz, crucificando a si mesmo. O que está
dizendo em realidade é:

Ao contemplar a excelsa cruz

Onde o Rei da glória sucumbiu,

Tesouros mil que vêem à luz,

Com grande desdém contemplo eu (Isaac Watts, hino nº 91)

Diz virtualmente: "Meu 'eu' orgulhoso está crucificado com Cristo". O eu não pode
viver e reinar mais: Seu ágape aniquilou o amor ao eu. E sendo que o eu agora está
crucificado com Ele, o temor desapareceu, visto que todo temor tem sua origem no
amor ao eu.

A mensagem de 1888 colocou a doutrina do juízo investigativo em sua perspectiva


correta, introduzindo uma motivação cristocêntrica, em lugar da preocupação por nossa
própria salvação pessoal. É por isso que E. White uniu a mensagem da justificação pela
fé de 1888 à verdade do juízo investigativo nessa série especial de artigos da Review
and Herald, nos primeiros meses de 1890.

Mas há uma declaração de E. White que sempre me preocupou, em O Grande


Conflito, págs. 477,478. Por que E. White escreveu algo tão terrível?

Possivelmente não tenhamos compreendido bem a citação. Diz assim:

Diz o profeta: "Quem suportará o dia da Sua vinda? E quem subsistirá quando Ele
aparecer? Porque Ele será como o fogo dos ourives e como o sabão dos lavandeiros.
E assentar-Se-á, afinando e purificando a prata; e purificará os filhos de Levi, e os
afinará como ouro e como prata: então ao Senhor trarão ofertas em justiça." Mal. 3:2
e 3. Os que estiverem vivendo sobre a Terra quando a intercessão de Cristo cessar
no santuário celestial, deverão, sem mediador, estar em pé na presença do Deus
santo. Suas vestes devem estar imaculadas, o caráter liberto de pecado, pelo sangue
da aspersão. Mediante a graça de Deus e seu próprio esforço diligente, devem eles
ser vencedores na batalha contra o mal. Enquanto o juízo investigativo prosseguir no
Céu, enquanto os pecados dos crentes arrependidos estão sendo removidos do
santuário, deve haver uma obra especial de purificação, ou de afastamento de
pecado, entre o povo de Deus na Terra. Esta obra é mais claramente apresentada nas
mensagens do capítulo 14 de Apocalipse.

Este parágrafo possivelmente causou temor entre muitos adventistas, por não terem
discernido as boas novas que contém. Em um esforço para combater esse medo,
alguns instrutores e escritores tentaram evitar sua autêntica implicação, rebaixando a
norma do que significa estar "sem mancha", ou "desencardidos". Contradizem a
declaração, sugerindo que nosso caráter não tem motivo para alcançar essa norma.
Segundo eles, tudo que se precisa é a imputação legal de uma justiça externa.

Procura-se fugir do problema afirmando que o Cristo impecável tem que continuar em
Seu papel de substituição, nos cobrindo assim em nosso contínuo pecar. Segundo esta
idéia, tal mediação deve continuar depois que "afastamento a intercessão de Cristo no
santuário celestial". Mas isso não constitui certamente uma explicação válida do
parágrafo, mas uma negação do mesmo, que diz exatamente o oposto.

A mensagem de 1888 foi "o começo" da resposta a esse problema:

(a) O sacrifício de Cristo na cruz assegurou a justificação legal para "todos os homens".
É então que Se fez nosso substituto. Devido a que "o pecado de todos nós" foi imputado
a Ele, a "todos os homens" foram legalmente imputadas as vestimentas imaculadas [o
caráter sem mancha] de Cristo. Todos os homens receberam sua vida atual em virtude
da morte de Cristo no lugar deles. Assim, todos os homens foram "escolhidos" para a
salvação.

Todo medo de se perder é banido por uma apreciação profunda e sincera da obra de
Cristo na cruz. Nas horas últimas da história desta Terra, um povo compreenderá por
fim o que isso significa. Como Sumo Sacerdote, Cristo cumprirá tudo aquilo para o qual
morreu, a fim de que seja algo real, não somente por nós, mas também em nós, se não o
impedirmos.

(b) A declaração que consideramos especifica claramente que é Cristo quem


"desencardirá aos filhos do Leví, e os afinará como o ouro e a prata". É "pelo sangue da
aspersão" que serão purificados. A purificação do santuário não é a obra do homem,
mas a obra do Sumo Sacerdote. Deve-se a Sua divina iniciativa. Seu povo tem
certamente algo a fazer: cooperar com Ele, permitir que  Ele atue (Fil. 2:5; 3:15;
Col. 3:15, etc).

(c) A purificação do santuário é a "expiação final", o fruto de tudo o que Cristo cumpriu
em Sua cruz. Ele é o "Salvador do mundo" (João 4:42; I João 4:14). Não somos os
salvadores de ninguém, muito menos de nós mesmos.

 
Mas essa declaração diz que é por "seus próprios e diligentes esforços" com que
"deverão ser vencedores". Minha falta de "diligentes esforços" é o que me enche de
temor.

A frase diz: "Pela graça de Deus e seus próprios e diligentes esforços…" O que aparece
em primeiro lugar?

Está clara a idéia de que o Sumo Sacerdote fará essa obra, se não O impedimos. Nossos
"próprios e diligentes esforços" são o mesmo que "o amor [ágape] de Cristo nos
constrange" que motivava Paulo a viver para Cristo e não para si. "O amor de Cristo"
desperta uma nova motivação "debaixo da graça" que substitui à motivação "debaixo da
lei" imposta pelo temor. Nossos próprios e diligentes esforços não são nunca a obra de
nossa própria iniciativa, mas sempre uma resposta à iniciativa do Espírito Santo, o
Consolador que foi enviado para que estivesse conosco sempre.

O pensamento de nossas vestimentas "sem mancha" não deveria nos atemorizar mais do
que atemoriza a uma noiva o seu imaculado vestido de casamento, perante o olhar do
marido. O que a motiva é somente seu amor, avaliação e respeito a ele, não seu temor de
que a rejeite. A razão pela qual Cristo enviou a mensagem de 1888 foi despertar em Seu
povo uma preocupação por Cristo como a que caracteriza a uma noiva por seu futuro
cônjuge. É uma noção totalmente diferente da habitual preocupação pueril por nossa
própria segurança. Em uma união tal "com Cristo", o ego cai na insignificância que em
toda justiça lhe pertence.

Como é que uma "união" assim nos purifica do pecado?

A libertação da preocupação egocêntrica, mediante a união com Cristo, sempre


purifica do pecado. O fruto que a mensagem de 1888 teria produzido, no caso de
que não tivesse sido resistida, teria sido o que expõe Apocalipse 19:7,8:

Regozigemo-nos, e alegremo-nos, e demos-Lhe glória; porque vindas são as bodas


do Cordeiro, e já a Sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho
fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.

Aí encontramos os vestidos "sem mancha". É o "sangue" que realizou a purificação, já


que o Marido é o Cordeiro que foi imolado.

Nenhum dos redimidos jamais soube

Quão insondáveis foram as águas que atravessou

Nem quão tenebrosa foi a noite pela qual o Senhor passou

Até encontrar a Sua ovelha perdida

 
Mas finalmente há um povo que aprendeu a apreciar quão profundas foram essas águas
que Ele atravessou, e quão densas as trevas desse vale da sombra morte que o Cordeiro
conheceu. "O sangue da aspersão" é o elemento chave no –freqüentemente– temido
juízo investigativo. Quão trágico é que sua futura algema se esteve resistindo durante
mais de um século, opondo-se ao Senhor nessa "obra" descrita pelo E. White em seu
artigo de 21 de junho de 1892 (Review and Herald). [Nota: "Estamos no dia da
expiação, e devemos obrar em harmonia com a obra de Cristo de purificar o santuário
dos pecados do povo. Que ninguém que queira ser achado com as vestimentas de bodas
resista a nosso Senhor em Sua obra…"] E quão duplamente trágico que tenhamos estado
atemorizados perante o mais bendito ministério que já ocorreu em nosso favor!

Imaginemos um amante verdadeiro, em procura de ganhar o coração de sua ansiada


esposa. Mas esta, preocupada continuamente pelas manchas de seu vestido nupcial,
resiste e atrasa a cerimônia devido a sua incapacidade de compreender ou apreciar
quanto o seu futuro cônjuge a ama.

Isso significa que o pecado não tem importância? Quer dizer que não temos uma
grande obra a fazer a fim de vencer?

O pecado importa, e muito; e temos uma grande obra a fazer. A mensagem de 1888 diz
simplesmente que a verdadeira glória de Deus se revela na excelsa luz da Cruz. O
pecado não pode existir nessa luz. "A fé opera pelo amor e purifica a alma".

Não somos nós quem purificamos a alma; é a fé a que realiza esta obra. Uma vez após a
outra o Senhor tentou fazer o Seu povo compreender a verdade de que a justiça vem
pela fé, não pelas obras. Não é fazendo algo que lavamos nossas vestimentas, mas
crendo nesse sangue do Cordeiro.

E isso não é graça barata. É graça terrivelmente cara. Só no fim dos tempos o povo de
Deus de uma vez por todas aprenderá  a sentir quanto isto custou realmente. O pecado
será então vencido para sempre, porque o amor ao eu se já foi vencido, e o conflito dos
séculos finalmente.

Sim, temos uma grande obra a fazer: "A obra de Deus é esta: Que creiais nAquele que
Ele enviou" (João 6:29). Nossa "obra" suprema consiste em aprender a crer!

É impossível para a alma que crê, continuar na transgressão da lei de Deus, se tiver um
coração que, por mais endurecido e frio que tivesse estado anteriormente, foi
enternecido perante a visão deste "sangue" do Cordeiro.

Mas como pode alguém aprender a "deleitar-se" na lei de Deus, nos dez
mandamentos?

O que nos ensina a dizer "não!" aos desejos da carne, e a todos os vícios compulsivos e
perversões às quais o diabo tenta nos levar, não é o temor ao castigo nem a expectativa
de recompensa, mas o contemplar esta excelsa Cruz. A graça de Deus já trouxe salvação
a todos os homens, e nos ensina a pronunciar essa palavra: "Não" (ver Tito 2:11,12).

Como a feia larva que se transforma em uma bela mariposa, os dez mandamentos
deixam de ser dez proibições para converter-se em dez gloriosas promessas. De fato, o
Senhor nos diz que se apreciarmos o que Lhe custou realmente nos redimir, como nos
tirou da terra do Egito, da casa da escravidão, então nos promete que nunca furtaremos,
mentiremos, cometeremos adultério, etc.

Ah, Israel, se Me ouvires!

Não haverá entre ti deus alheio,

Nem te prostrarás ante um deus estranho.

Eu sou o Senhor teu Deus,

Que te tirei da terra do Egito

(Sal. 81:8-10)

(Ver E.G.W. Comentário Bíblico Adventista, vol. 1, pág. 1119).

Isso é assim porque o Espírito Santo Se torna ser uma motivação para crente, mais forte
que os impulsos de sua natureza pecaminosa (ver Gál. 5:16-18; Rom. 8:2).

Necessitamos, como igreja, das bênções da mensagem de 1888? "Em sua grande
misericórdia o Senhor [nos] enviou" essa mensagem. Não seria uma incrível arrogância
pretender que não necessitamos do que o Senhor nos envia? Como pode o céu avaliar
nossa negligência a respeito?

Como pode o conceito de 1888 da justificação pela fé resolver o problema de tantos


adventistas que carecem de "certeza da salvação"?

A verdade da justificação pela fé, segundo a mensagem de 1888, é o ingrediente


perdido, tanto no "adventismo histórico" como na "nova teologia". [Nota: "Adventismo
histórico" refere-se principalmente aos que se aferram aos valores tradicionais
adventistas históricos, caracterizando-se por defender as boas e antigas doutrinas,
segundo uma compreensão, em muitos aspectos, anterior à luz de 1888. "Nova teologia"
refere-se às correntes favoráveis à introdução de conceitos "importados" das igrejas
populares atuais, em oposição às verdades singularmente adventistas.] Ambos seguem
em geral conceitos arminianos, que fazem depender a salvação do pecador da sua
própria iniciativa.
Isto suscita a dúvida de que se o crente pode realmente ter alguma vez verdadeira
certeza da salvação. Pode chegar a estar totalmente seguro de que sua cooperação ou
resposta foi suficientemente completa?

Por contraste, tal segurança está implícita na mensagem de 1888. Nela se reconhece que
o sacrifício de Cristo comprou realmente a justificação por "todos os homens". O que a
raça humana perdeu "em Adão", ficou recuperado no dom à raça humana "em Cristo".
"Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho Unigênito" (João 3:16). Ele
sofreu a morte por todos os homens (Heb. 2:9). Ele é a propiciação pelos pecados dos
que crêem, mas "não somente pelos nossos, mas sim pelos de todo o mundo"
(I João 2:2). Ninguém está excluído!

Ele é "o Salvador de todos os homens, principalmente dos fiéis" (I Tim. 4:10).


Carregou, e carrega ainda a verdadeira culpa de todos os homens, já que Cristo "morreu
por todos" (II Cor. 5:14,15). Se não tivesse sido assim, todos teriam morrido. Trata-se
de uma justificação legal ou judicial, efetuada –não meramente oferecida como algo
provisório– em favor de "todos os homens".

Assim, é um dom porque se dá "gratuitamente pela Sua graça" (Rom. 3:23,24). Só cabe


chamar dom a aquilo que foi efetivamente dado. A vida física de "todos os homens",
sua própria respiração, tudo o que têm, desfrutam somente em virtude da graça de
Cristo. E isso apesar de que possivelmente não tenham nunca reconheceram a Origem
da "graça da vida" que foi dada (I Ped. 3:7). Cristo é tão generoso e magnânimo que faz
com que o sol brilhe sobre bons e maus, e envia a chuva a justos e injustos. Da mesma
maneira, no incomparável dom de Seu Filho, Deus rodeou o mundo inteiro com uma
atmosfera de graça tão real como o ar que respiramos (Caminho a Cristo, p. 68).

Creia nessas boas novas, e sua inimizade com Deus será solucionada. Paulo esclarece
que não podemos estar preocupados com a segurança de nossa própria salvação ao
olharmos para a cruz: "Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o
entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?"
(Rom. 8:32).

Têm-me dito que desconfie destas boas novas, por que nelas existe o perigo do
universalismo.

Longe disso. Os perdidos o serão, não porque Deus os tenha destinado a se perder, mas
sim porque escolheram resistir, rejeitar e desprezar a Sua graça; negaram-se a respirá-
la. O conceito calvinista da "graça irresistível" não é bíblico. "O pecador pode resistir a
este amor, pode recusar ser atraído a Cristo; mas se não resiste, será atraído ao Jesus"
(O Caminho a Cristo, p. 27). Agora bem, se resistir, toma finalmente sobre si mesmo a
plena condenação da qual Cristo já lhe havia farelo de cereais (João 3:16-18). Portanto,
definitivamente a sua condenação se deve somente a sua própria iniciativa (O Conflito,
p. 597,598?).

 
O que responder aos que objetam que essa mensagem debilita a obediência e a
adesão a uma norma elevada?

Essa é precisamente a objeção mediante a qual muitos de nossos irmãos se opuseram em


1888. Rejeitaram inicialmente este "preciosa mensagem" devido a seu temor de que se o
nosso povo apreciasse plenamente a forma em que "superabundou a graça", se
menosprezasse a observância da lei.

Mas Paulo poderia ter dissipado os seus temores: "Anulamos, pois, a lei pela fé? De
maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei" (Rom. 3:31). De fato, não há outra forma
de obedecer verdadeiramente, a não ser mediante essa fé genuína. O superficial "crê
somente", ou "graça de saldo" do cristianismo popular, não é a fé genuína. Carece
absolutamente da poderosa dinamite espiritual contida na verdadeira justificação pela
fé.

A razão é que o cristianismo popular crê, em geral, na imortalidade natural da alma. Se


tal doutrina for verdadeira, Cristo não pôde ter morrido realmente na cruz do Calvário.
Assim, muitos são incapazes de apreciar as magnas dimensões do ágape revelado ali.
Como uma fileira de peças de dominó em que cai uma peça e desencadeia a queda
sucessiva de todas as demais, há certos resultados que se tornam inevitáveis. Em
conseqüência, o seu conceito sobre a fé fica "coxo"; e por sua vez, sua fé desvitalizada
resulta ser incapaz de "operar" produzindo plena obediência a todos os mandamentos de
Deus. O resultado é mundanismo, orgulho, auto-suficiência, e contínuo desprezo da lei
de Deus.

Tal é a razão pela qual muitos declinaram à obediência do quarto mandamento. Isto
implica em levar uma cruz, e eles não sabem como aceitar sua própria cruz, visto que
não entendem ou apreciam verdadeiramente a Cruz de Cristo.

Na prova final da "marca da besta", toda obediência que for motivada pelo temor de se
perder, ou pela expectativa de recompensa pessoal, demonstrará estar centralizada no
eu, carecendo de Cristo. "Pelo fogo será descoberta" como "madeira, feno, palha…"
(I Cor. 3:12,13). Mudando a metáfora, será como a palha levada pelo vento tempestuoso
dos últimos dias. A autêntica "mensagem do terceiro anjo, em verdade" prepara um
povo para essa prova de fogo e para essa tormenta.

Mas há muitas pessoas sinceras e honestas em todas as religiões, esperando somente


para ouvir a mensagem do terceiro anjo. Quando ouvirem essa mensagem "em
verdade", responderão contentes.

Alguns me disseram que a mensagem de 1888 ensina que a raça humana pecador foi
feita justa sem participação de sua vontade, que até os pagãos e adoradores de
Satanás, assassinos e ladrões, todos foram feitos justos. Isto é verdade?

Naturalmente, é uma distorção da mensagem. Não existe algo assim, nem nada
parecido. Paulo também teve que se enfrentar com aqueles que distorciam a sua
mensagem. A exposição da mensagem feita pelos mensageiros de 1888, e que E.
White apoiou, é a seguinte:
Assim como a condenação veio a todos os homens [Rom. 5:18], também a
justificação. Cristo sofreu a morte por todos. Deu-Se a Si mesmo por todos, deu-
Se a cada um. O dom gratuito veio sobre todos. O fato de que é um dom gratuito
é evidência de que não há exceção alguma. Se tivesse vindo somente sobre
aqueles que tivessem tido alguma qualificação especial, não teria sido um dom
gratuito. Portanto, é um fato claramente estabelecido na Bíblia que o dom da
justiça [justificação] e da vida em Cristo, veio sobre todo homem no mundo
(E.J. Waggoner, Signs of the Times, 12 março 1896; Carta aos Romanos, p. 101
[56]).

Isso harmoniza com João 3:16,17; Rom. 3:23,24; 5:12-18; I Tim. 2:6; 4:10; II Tim.
1:10; Heb. 2:9; I João 2:2.

Não se trata ainda da justificação pela fé. É uma justificação puramente "legal",
"temporária" ou "corporativa". Até que homem não crer e aceitá-la pela fé, não
experimenta a justiça. Não torna ninguém em justo, antes de Ter acreditado nela. Esta é
a base e o fundamento sobre o qual repousa a justificação pela fé. [Nota: No vocabulário
teológico, a primeira é chamada justificação objetiva: O que Deus fez pelo homem. A
segunda é a justificação subjetiva (pela fé): o resultado, ou efeito, no que crie, da
justificação objetiva exercida já em seu favor.]

Está claro que a Bíblia ensina essa maravilhosa verdade, mas está E. White de
acordo com ela?

Não podia ser de outra maneira, visto que E. White nunca discordou da Bíblia. Mas
algumas vezes lemos seus escritos com um véu de incredulidade sobre nossos olhos,
similar ao que levavam os judeus ao ler o Antigo Testamento, e que lhes impediu de
discernir ali a justificação pela fé.

E. White reconheceu repetidamente esta verdade. Por exemplo, vejamos em


Mensagens Seletas, vol. III, p. 194: "A obra mediadora de Cristo começou com
o início da culpa, do sofrimento e da infelicidade humana, logo que o homem se
tornou um transgressor". "O homem" significa aqui o mesmo que "todo
homem", e a obra de Cristo em nosso favor "começou" antes de que nos
arrependêssemos. Consideremos também O Desejado, p. 660:

"Mesmo esta vida terrestre devemos à morte de Cristo. O pão que comemos 
[quem, senão "todos os homens"?], é o preço de Seu corpo quebrantado. A água
que bebemos é comprada com Seu derramado sangue. Nunca alguém, seja santo
ou pecador, toma seu alimento diário, que não seja nutrido pelo corpo e o sangue
de Cristo. A cruz do Calvário acha-se estampada em cada pão. Reflete-se em
toda fonte de água."

Pouco tempo depois de ter escrito estas célebres palavras, comentou de uma
forma possivelmente ainda mais enérgica a realidade da justificação legal
universal:
Toda bênção tem que vir através de um Mediador. Todo membro da família
humana é colocado inteiramente nas mãos de Cristo, e tudo que possuímos –seja
o dom do dinheiro, casas, terras, o poder da razão ou a fortaleza física, os
talentos intelectuais– nesta vida e as bênções da vida futura, nos são dados como
posse como tesouros de Deus para ser fielmente dedicados em benefício do
homem. Todo dom está estampado com a cruz, e leva a imagem e a assinatura
de Jesus Cristo. Todas as coisas vêm de Deus. Das mais insignificantes bênçãos
até as maiores delas, fluem todas por um Canal: uma mediação sobre-humana
aspergida pelo sangue de um valor que não pode ser medido, que foi a vida de
Deus em Seu Filho (MS. 36, 1890; The Ellen G. White 1888 Materiais, p. 814).

Vejamos agora Mensagens Seletas, vol. I, p. 402: "Tomou em Sua mão o mundo sobre o
qual Satanás pretendia presidir como seu legítimo território, e por Sua maravilhosa obra
de dar a vida, restaurou toda a raça humana ao favor de Deus".

Há mais: "Jesus, o Redentor do mundo, interpõe-se entre Satanás e toda alma… Os


pecados de cada um que tenha vivido sobre a terra foram postos sobre Cristo, atestando
do fato de que ninguém tem por que ser vencido no conflito com Satanás" (Review and
Herald, 23 maio 1899). "O sangue propiciatório de Cristo tem livrado o pecador de os
receber na medida completa de sua culpa" (O Conflito, p. 629). E. White disse que os
que vieram de Jerusalém para Antioquia para opor-se a Paulo, recusavam acreditar que
Cristo morreu pelo "mundo inteiro", justificando assim legalmente a "todos os homens"
(Sketches From the Life of Paul, p. 121).

"Todos os homens" morreriam em um instante se tivessem que levar a verdadeira culpa


de seus pecados. Esta teria sido a sorte de Adão e Eva no jardim do Éden, se não
existisse um "Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo" (Apoc. 13:8). Isso é
o que Paulo quer dizer ao declarar que "veio a graça sobre todos os homens para
justificação de vida" (Rom. 5:18). E. White acreditava assim.

Pode ser alguém justificado sem obediência?

Nenhum pecador pode ser justificado pela fé sem arrependimento, e conseqüente


obediência; nem pode tampouco reter a experiência da justificação pela fé sem a
constante cooperação com o Espírito Santo, o que significa obediência.

Se o incrédulo escolhe rejeitar o que Cristo já fez por ele e O afasta de si, pede que a
plena carga de culpa seja colocada novamente sobre ele; portanto tem que sofrer a
segunda morte. Mas isto é totalmente desnecessário, exceto por sua obstinada
incredulidade.

Essa é a idéia de 1888 da justificação pela fé. Exalta a lei de Deus como
nenhuma outra coisa poderia fazer. Escrevendo sobre a bênção da mensagem de
1888, a serva do Senhor esclareceu o problema das "condições":

Se suscitará a pergunta: "Como acontece isso? É mediante condições que


recebemos a salvação?" Jamais vamos a Cristo mediante condições. E se
viermos a Cristo, então, qual é a condição? A condição é que mediante uma fé
viva nos aferremos inteiramente nos méritos do sangue de um Salvador
crucificado e ressuscitado. Quando fazemos isto, realizamos as obras de justiça.
Mas quando Deus chama e convida o pecador em nosso mundo, aí não há
condição alguma. É atraído pelo convite de Cristo e não consiste em "responder
a fim de vir a Deus". O pecador vem, e ao vir e ver Cristo levantado sobre a cruz
do Calvário, que Deus impressiona em sua mente, há um amor que vai além de
tudo o que já imaginou. E então, o que acontece? Ao contemplar esse amor,
Deus lhe diz que o homem é um pecador. Mas então, o que é o pecado? A
pessoa tem que chegar finalmente a este ponto, para compreendê-lo. Não há
outra definição dada em nosso mundo, exceto que pecado é a transgressão da lei;
portanto, o homem descobre o que é o pecado. E há arrependimento para Deus.
E o que sucede então? Fé em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é o que pode
pronunciar perdão sobre o transgressor. Cristo está atraindo a todo aquele que
não ultrapassou os limites. O está atraindo hoje a Si mesmo (MS. 9, 1890).

Há conflito entre o apóstolo Tiago e Paulo, a respeito da justificação pela fé? Tiago
debilita a apresentação do evangelho feita por Paulo?

Certamente, Tiago (cap. 2:17-25) não tem a menor intenção de contradizer a Paulo. Seu
ensino consiste em que existem dois tipos de "fé": a fé viva, e a morta. Há igualmente
dois tipos de pessoas: os vivos, e os mortos. Estes últimos não realizam nada, assim
como tampouco a fé morta.

O tipo de fé que os demônios têm quando "acreditam e tremem", é a fé morta


que não aprecia o ágape de Cristo, e que não produz obras de justiça. Paulo fala
da fé viva que aprecia a Cruz, e nos motiva à obediência voluntária e alegre
(Rom. 13:10; Gál. 5:5,6; II Cor. 5:14-6:1).

Os judeus disseram a Jesus, "O que devemos fazer para pôr em prática as obras
de Deus? Respondeu Jesus e lhes disse: Esta é a obra de Deus, que creiais
nAquele que Ele enviou" (João 6:28,29). Estas palavras deveriam ser escritas em
letras de ouro, e mantidas constantemente perante a vista de todo cristão que
batalha. Está resolvida a aparente paradoxo. As obras são necessárias; entretanto
a fé é totalmente suficiente, já que a fé realiza as obras…

O problema é que muitas pessoas têm em geral uma falsa concepção da fé… A
fé e a desobediência são incompatíveis. Não importa quão grande fé professe o
transgressor da lei, o fato de que desobedece a lei demonstra que não tem fé…
Que ninguém despreze a fé como algo de pouca importância (E. J. Waggoner,
Bible Echo, 1 agosto, 1890).

Mas Tiago não diz  que a fé só não pode salvar a homem algum, e que a fé sem obras
é morta?

[Waggoner responde]
Examinemos suas palavras. Muitos as perverteram em um legalismo mortal…
Se a fé sem as obras é morta, [é porque] a ausência de obras revela a ausência de
fé; aquele que está morto não possui existência. Se um homem tiver fé, as obras
aparecerão necessariamente… (Idem)

Então, o que quer dizer Tiago 2:14, ao afirmar: "Que aproveita se alguém disser que
tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?"

[Waggoner responde]

A resposta é, obviamente, que não poderá salvar. Por que não? Porque o homem
não possui fé. De que aproveita se um homem diz que tem fé, mas seu mau
curso de ação demonstra que não possui nenhuma? Desprezaremos o poder da fé
pelo fato de que não faz nada por aquele que faz uma falsa profissão dela?… A
fé não tem poder para salvar a um homem que carece dela. (Idem)

Embora Tiago não contradiga Paulo, alguns acham que o faz. Mas a perspectiva, em
cada epístola, é diferente. Tiago não centraliza a discussão na Cruz, nem no sangue de
Cristo. Necessitamos de toda a Revelação, mas de alguma forma, o Espírito Santo
considerou oportuno nos proporcionar 14 cartas de Paulo no Novo Testamento, e
somente uma de Tiago.

 Robert J. Wieland
(Extraído do livro Iluminados por Sua Glória.)  

Objeções Comuns à Mensagem


e História de 1888
O Testemunho de E. White

1) Objeção: ‘Não é necessário conhecer a mensagem de Waggoner e Jones


tal como eles apresentaram, uma vez que temos os escritos de E. White’

1. E. White não identificou sua própria obra como o começo do


alto clamor, do  derramamento da chuva serôdia. Entretanto, o
fez com a preciosa mensagem que "em Sua grande misericórdia o
Senhor enviou... para Seu povo por intermédio dos pastores
Waggoner e Jones... a mensagem do terceiro anjo, que será
proclamada em alta voz e acompanhada por um abundante
derramamento de Seu Espírito" (TM 91, 92). É inevitável
reconhecer que tem que haver algo único, especial, na
mensagem que o Senhor comissionou a Jones e Waggoner e que
foi dada à igreja e ao mundo. É impossível apreciar o dom
profético manifestado em E. White se ao mesmo tempo
recusamos seus conselhos e afirmações. Existem mais de 1.800
páginas escritas por E. White sobre o assunto de "1888". Para
nenhum outro evento ela dedicou tanta extensão.

2. E. White não disse ser ela que trouxe essa "mensagem


especial". Sempre foi categórica e insistente na identificacão dos
mensageiros:

"Quando Cristo veio aos judeus com todo o poder de Sua


majestade, manifestando toda Sua graça em prodigiosas curas e
no poderoso derramamento de Seu Espírito, não estiveram
dispostos a reconhecê-lo. Por que? Porque dominavam ali os
mesmos preconceitos que haviam abrigado em seus corações, e
os mais poderosos milagres que fizera não teriam efeito algum
sobre eles.

Se nos situarmos em uma posição em que não vamos reconhecer


a luz que Deus envia, a Sua mensagem para nós, estamos em
perigo de pecar contra o Espírito Santo. Procuraremos encontrar
alguma pequena coisa que se tenha feito, que nos permita
pendurar ali nossas dúvidas, e começar a questionar! O assunto
é, enviou Deus a verdade? Deus suscitou estes homens para
proclamar a verdade? Digo: -Sim. Deus tem enviado homens para
proclamar a verdade que não teríamos caso Ele não as tivesse
dado para que nos trouxessem. Deus me permitiu ver luz nas
coisas provenientes de Seu Espírito Santo, portanto, aceito, e
não me atreverei a levantar minha mão contra essas pessoas,
posto que seria contra o próprio Jesus Cristo, que deve ser
reconhecido em seus mensageiros.

Peço-lhes que sejais cuidadosos na posição que tomais cada um


de vós, não os rodeando de nuvens de incredulidade pelo fato de
verem imperfeições; verem uma palavra ou um pequeno assunto,
que possa surgir, e julgá-los de acordo com isso. Deveis ver a
obra que Deus está fazendo com eles. Ver se Deus esta agindo
através deles, e então tereis que reconhecer o Espírito de Deus
se revelando neles. Se escolherem resistir, estareis agindo
exatamente como fizeram os judeus." (Manuscrito 2, 1890; The
Ellen G. White 1888 Materials, p. 608, 609)

"O Senhor tem designado os irmãos Jones e Waggoner para


proclamarem uma mensagem ao mundo a fim de preparar um
povo para que resistam em pé no dia de Deus. O mundo está
sofrendo pela necessidade de luz adicional sobre as escrituras,
-proclamação adicional dos princípios de pureza, humildade, fé e
da justiça de Cristo. Este é o poder para a salvação de todo
aquele que crê" (The Ellen G. White 1888 Materials, 1814, 1815)

"Satanás controla toda mente em que não está decididamente


debaixo do governo do Espírito de Deus. Alguns estão cultivando
ódio contra os homens a quem Deus comissionou para apresentar
uma mensagem especial ao mundo" (TM 79, 80).

Deus comissionou a Waggoner e a Jones para que apresentem


"uma mensagem especial ao mundo", não para apresentarem
‘uma mensagem especial à irmã White, de forma que ela
pudesse depois apresenta-la ao mundo, ou ao seu povo’. Quando
Deus comissionava a E. White alguma mensagem, comunicava-se
com ela segundo a norma profética, mediante sonhos, visões,
etc. Não através de Jones e Waggoner. Não faz sentido a
suposição de que Deus comissionou a Jones e Waggoner com essa
mensagem, com o único propósito de que eles a transmitissem a
E. White, e ela aos outros.

"Esta mensagem, tal como foi apresentada, deve ir a toda igreja


que pretenda crer na verdade... Queremos ver quem tem
apresentado ao mundo as credenciais divinas" (RH 18 março
1890)

E. White não disse: ‘Esta mensagem, tal como eu a apresentarei


depois que Waggoner e Jones terem desaparecido de cena...’,
mas "tal como foi apresentada". E deve ir "a toda igreja". Ela já
foi dada à sua?

"Em Sua grande misericórdia o Senhor enviou uma preciosa


mensagem a seu povo por intermédio dos pastores Waggoner e
Jones... esta é a mensagem que Deus ordenou que fosse dada ao
mundo" (TM 91, 92)

Apoiaste este meio ordenado por Deus para fazer chegar a


preciosa mensagem ao "seu povo" e "ao mundo"?

2) Objeção: ‘A mensagem apresentada por Jones e Waggoner é a mesma


apresentada por E. White, portanto não necessitamos recebê-la através
deles’ 

Se o Senhor houvesse suscitado os mensageiros antes da época


de E. White, ou depois dela, caberia pensar que se tratava de
enfatizar a mesma coisa. Mas estando viva a profetiza do Senhor,
em pleno exercício de seu dom profético, "em Sua grande
misericórdia o Senhor enviou... a Seu povo por intermédio dos
pastores Waggoner e Jones... a mensagem do terceiro anjo, que
deverá ser proclamada em alta voz e acompanhada pelo
abundante derramamento de Seu Espírito" (TM 91, 92), portanto,
está claro que o Senhor designou-lhes uma tarefa especial,
diferente da que havia designado a ela.
[O anjo do Senhor disse] "O povo está agindo como na rebelião
de Coré, Datã e Abirão … Não é a ti [E. White] que estão
depreciando, mas aos mensageiros e a mensagem que enviei ao
meu povo. Mostraram seu desdém feito à palavra do Senhor"
(The Ellen G. White 1888 Materials, p. 1067-1068)

[Nota do tradutor: Alguns podem questionar: Por que o Senhor não


designou tão importante mensagem e tarefa de proclamá-la à Ellen G.
White, uma vez que seu ministério profético já era reconhecido e
respeitado por toda a igreja? Por que transmiti-la através de dois
jovens pastores? O Senhor precisava provar os corações quanto à
sinceridade na aceitação desta preciosa mensagem. Se ela fosse dada
através do ministério profético de Ellen G. White, muitos se sentiriam
forçados a aceitá-la, não pelo peso da verdade em si, não por amor à
verdade, mas força da autoridade profética. Muitos secretamente em
seu coração alimentariam descrença pelo fato da mensagem não ser
precisamente aquilo que eles aprovavam, mas hipócrita e
interessadamente, perante os outros, mostrariam aceitação pelo temor
de recusá-la. O Senhor não impede o coração que não quer crer de
rejeitar a verdade. Quando Jesus não veio como os orgulhosos líderes
religiosos judeus esperavam, foi recusado com base em inúmeros
motivos. Jesus poderia ter vindo de tal maneira que não tivessem em
nada em que basear sua rejeição. Poderia ter vindo assim como eles o
imaginavam, mas não o fez. Os corações deveriam ser provados quanto
à sinceridade da aceitação de Sua pessoa, ensinamentos e missão.
Assim foi em 1888! Os mensageiros escolhidos pelo Senhor despertaram
a maior crise já vista em nossa igreja, todavia é na crise que o
verdadeiro caráter de cada um se manifesta.]

3) Objeção: ‘O Caminho a Cristo, O Desejado, O Maior discurso de Cristo e


Parábolas de Jesus contém a mensagem da justiça de Cristo, portanto não
precisamos dos escritos de Jones e Waggoner’ 

Se pelo motivo destes quatro livros conterem tudo o que


necessitamos saber sobre o evangelho, não temos necessidade
dar ouvidos aos "mensageiros celestiais", significa que, com
muito maior motivo, podemos abster-nos de qualquer outra
leitura e pregação. Basta ficar em casa, lendo estes quatro
livros! Mesmo que isto nos fizesse um grande bem, tal idéia nos
parece um tanto estranha. Mas observem o que disse E. White
sobre seus próprios escritos (dela): "Não estais familiarizados
com as Escrituras. Se houvessem se dedicado a estudar a Palavra
de Deus, com um desejo de alcançar a norma da Bíblia e a
perfeição cristã, não haveria necessidade dos Testemunhos" (2
JT, 280). Sendo assim, que pensaríamos de alguém que
sustentasse a idéia de que não temos nenhuma necessidade dos
Testemunhos, pois "tudo" está na Bíblia? Acaso não revelaria isto
a pior incredulidade no dom profético que se possa imaginar?
 

4) Objeção: ‘E. White disse que a mensagem apresentada por Waggoner e


Jones não era nova luz; portanto, nada há de especial ali, que nos seja
necessário’

Observem isto: "Os Testemunhos escritos não são dados para


proporcionar nova luz, senão para impressionar vividamente o
coração com as verdades já reveladas" (2 JT 280). Desfaremo-nos
por isso também dos Testemunhos?

A revelação é ou não nova, em relação a quem a recebe. Jesus


disse: "Um novo mandamento vos dou: que vos amei uns aos
outros" (João 13:34). Realmente novo? (Lev. 19:18) Certamente
era para aqueles ouvintes de Jesus.

"O Dr. Waggoner tem aberto diante de vós uma luz preciosa; não
luz nova, senão antiga luz que muitas mentes haviam perdido de
vista, e que brilha agora em nítidos raios" (The Ellen G. White
1888 Materials, p. 175)

[Nota do tradutor: A mensagem que os discípulos pregaram no


Pentecostes era uma nova luz? Eles não pregaram com base naquilo que
os profetas já haviam anunciado sobre o Messias? Imaginem o absurdo
se alguém surgisse com a idéia de que, como aquilo que eles estavam
pregando não era uma nova luz, pois já havia sido revelado
anteriormente pelos profetas, não deveriam estar tão entusiasmados ou
que nada de especial existia na pregação deles. Tal como foi no
Pentecostes assim foi em 1888. A mensagem em si talvez não fosse uma
nova luz ou inédita, mas com certeza devido aos erros e cegueira
acumulados ao longo de anos, a ênfase dos seus ensinamentos era uma
novidade para aqueles que a ouviam, bem como possuíam uma
ampliação e significância nunca vista antes.]

5) Objeção: ‘É preciso rejeitar toda nova luz, já que todo o novo é


necessariamente errôneo e contrário a verdade. Em todo caso, já
recebemos toda a verdade de que necessitamos’ 

O Espírito de profecia sempre nos tem indicado que nosso


crescimento no conhecimento da verdade será contínuo e
ininterrupto.

"Se me perguntam: ‘Irmã White, acreditas que o Senhor tem


nova luz para nós como povo?’ Respondo: ‘Com toda certeza.
Não é só o que acredito, senão aquilo que posso afirmar
abertamente. Sei que há preciosa luz que será desenrolada
diante de nós, se somos o povo que terá que resistir no dia da
preparação de Deus" (The Ellen G. White 1888 Materials, p. 219)
"Há aqueles que se tem jactado de sua grande cautela em
receber ‘nova luz’, como eles a chamam; mas estão cegados
pelo inimigo, e não podem discernir as obras e caminhos de
Deus. Luz, preciosa luz; vem do céu, e eles se dispõem contra
ela. Que virá depois? Esses mesmos aceitarão mensagens que
Deus não tem enviado,e virão assim inclusões perigosas para a
causa de Deus, devido às falsas normas que estabelecem" (The
Ellen G. White 1888 Materials, p. 722)

"Nossos jovens olham aos de maior idade, que seguem em sua


posição rígida, e que por nada se moverão a fim de aceitar a
alguma nova luz que surja; escarnecem e ridicularizam aquilo
que esses homens dizem e fazem como se fosse algo
insignificante. Pergunto-lhes: Quem é responsável por este
engano, por esta depreciação? Quem a protagoniza? Os que se
têm interposto na luz que Deus tem dado, fazendo que não
chegue ao povo são os mesmos que deveriam recebe-la" (The
Ellen G. White 1888 Materials, p. 540-541)

"Grandes verdades que ficaram sem ser vistas ou ouvidas desde o


dia de Pentecostes, irão brilhar em sua pureza primitiva a partir
da Palavra de Deus. Para aqueles que verdadeiramente amam a
Deus, o Espírito Santo lhes revelará verdades que foram
esquecidas, e revelará também verdades que são inteiramente
novas" (Fundamentals of Christian Education, p. 473)

"Quando o Senhor envia homens precisamente com a mensagem


para este tempo, a fim de a transmitam ao povo –uma mensagem
que não é uma nova verdade, mas a mesma que Paulo ensinou,
que Cristo mesmo ensinou-, resulta para eles uma doutrina
estranha. Começam induzir o povo que tenha cuidado... Os
homens que possuem um espírito farisaico pensam que se
aferrarem-se ao que consideram as boas teorias antigas, não
tomando parte na mensagem enviada por Deus a Seu povo,
estarão em uma posição segura e boa. Assim pensavam os
fariseus de antigamente" (III MS, 211)

"A verdade de Deus é progressiva; vai aumentando sempre, de


força em força crescente, até uma luz maior. Temos todas as
razões para crer que o Senhor nos enviará maior verdade, já que
uma grande obra ainda está por ser feita. Em nosso
conhecimento da verdade, primeiramente há uma compreensão
inicial, logo progredindo rumo a uma plenitude; primeiro a
planta, depois a espiga, e depois o grão em sua plenitude. Tem
havido uma grande perda, devido aos nossos pastores e nosso
povo terem chegado à conclusão de já recebemos toda a
verdade que nos é essencial como povo; mas tal conclusão é
errônea, e se harmoniza com os enganos de Satanás, uma vez
que a verdade estará se desenrolando constantemente".
"A luz virá ao povo de Deus, e aqueles que tem procurado fechar
a porta terão que se arrepender, ou serão tirados do caminho.
Chegou o momento de dar um novo impulso à obra. Cenas
terríveis estão por vir diante de nós, e Satanás se esforça para
ocultar de nosso entendimento precisamente aquilo que Deus
quer que conheçamos.. Deus tem mensageiros e mensagens para
seu povo. Se apresentarem idéias que diferem em certos pontos
nossas doutrinas anteriores, não devemos condena-las sem
estudo diligente da Bíblia, para ver se são verdadeiras" (Signs of
the Times, 26 maio 1890)

6) Objeção: ‘O derramamento do Espírito Santo não será uma mensagem,


mas um poder acompanhado de manifestações tangíveis e irrefutáveis,
portanto é um erro relaciona-lo com a mensagem trazida por Jones e
Waggoner’

É o Espírito de Profecia que estabelece tal relação, nós somente


a destacamos. É possível que as manifestações tangíveis e
irrefutáveis sejam em um sentido que não imaginamos, já que:

"A menos que estejamos avançando diariamente na


exemplificação das virtudes cristãs ativas, não reconheceremos
as manifestações do Espírito Santo na chuva serôdia. Poderá
estar sendo derramada nos corações ao nosso redor, porém não
a perceberemos nem a receberemos" (TM 507)

Sejam quais forem essas manifestações, elas serão do tipo que


podem passar desapercebidas para nós, apesar de estar sendo
derramado o Espírito Santo nos corações de pessoas que podem
ocupar o mesmo banco em nossa igreja. Interesante?

[Nota do tradutor: O derramamento do Espírito Santo acompanhará a


mensagem do terceiro anjo que é a justificação pela fé tal como foi
apresentada pelos discípulos no Pentecostes, e que o Senhor em Sua
grande misericórdia apresentou em 1888 através de seus mensageiros
especiais, transformando-a num alto clamor que iluminará a terra com
sua glória]

7) Objeção: ‘A justificação pela fé é uma doutrina que temos em comum


com os evangélicos, de forma que não há nada de singular nem especial na
mensagem que apresentaram Jones e Waggoner’

 1. A preciosa mensagem que em Sua grande misericórdia o


Senhor enviou ao Seu povo através dos pastores Waggoner e
Jones "convidava as pessoas a receberem a justiça de Cristo, que
se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus"
(TM, p. 91 e 92). Porém os evangélicos crêem que o
mandamento sobre o sábado foi especificamente abolido na
cruz. Waggoner afirmou: "O sábado é o ponto de apoio na
alavanca da fé ". A "alavanca da fé", tal como é compreendida e
apresentada pelas igrejas caídas, se apóia sobre... nada!

2. A mensagem apresentada em 1888 estava em estreita relação


com a compreensão única adventista da purificação do
santuário; é o evangelho eterno no contexto da hora da hora de
Seu juízo (Apoc. 14:7). Isto é amplamente ignorado, quando não
energicamente repudiado, pelos evangélicos.

3. Sua singularidade: Constituiu o começo do alto clamor, do


derramamento do Espírito Santo, acontecimentos que possuem
na escatologia adventista um significado único, não
compartilhado pelos evangélicos.

"O alto clamor do terceiro anjo já começou na revelação da


justiça de Cristo, o redentor que perdoa os pecados. Este é o
começo da luz do anjo cuja glória encherá a toda terra" (1 MS,
425 –escrito em 1892–)

"Alguns se sentiram incomodados com este derramamento, e se


puseram a manifestar suas próprias explicações naturais.
Disseram: 'não passa de excitação; não é o Espírito Santo, não
são os aguaceiros celestiais da chuva serôdia'. Ouve corações
cheios de incredulidade, que não beberam do Espírito Santo, mas
colocaram para fora a amargura de sua alma…
Os que resistiram ao Espírito de Deus em  Minneapolis estiveram
esperando uma oportunidade para percorrer o mesmo caminho
outra vez…
Disseram com seu coração, sua alma e com suas palavras, que
essa manifestação do Espírito Santo era fanatismo e engano.
Uma rocha por onde fluíam por todos os lados as ondas da
misericórdia, foi colocada sobre eles, mas seus endurecidos e
ímpios corações a recusaram, resistindo a obra do Espírito
Santo... todo o universo celestial foi testemunha do trato
afrontoso que se deu a Jesus Cristo... representado pelo Espírito
Santo. Se Cristo tivesse estado diante deles, o haveriam tratado
tal como os judeus o fizeram " (The Ellen G. White 1888
Materials, p. 1478-1479)

"Alguns tem tratado o Espírito como um hóspede indesejado,


recusando receber o rico dom, recusando reconhece-lo, dando-
lhe as costas, e condenando-o como fanatismo … Resistiram a
luz que há de iluminar a terra com sua glória, e pela ação de
nossos próprios irmãos ela tem sido em grande medida mantida
longe do mundo" (The Ellen G. White 1888 Materials, p. 1575)

 
8) Objeção: 'Waggoner e Jones escreveram muito pouco, e o que
pregaram... foi levado pelo vento'

Você acredita que o Senhor permitiria que se perdesse "a


mensagem para Laodicéia" que deveria preparar o seu povo para
a transladação? Depois de E. White, dentre todos os autores
adventistas, provavelmente ninguém escreveu tanto como Jones
e Waggoner. Veja uma lista (parcial) de suas obras escritas:

Alonzo T. JONES: 1850-1923

The Abiding Sabbath 1888


Christian Patriotism 1900
Civil Government and Religion 1889
The Consecrated Way 1890
Ecclesiastical Empire 1901
The Empires of the Bible 1904
The Great Empires of Prophecy 1898
The Great Nations of Today 1901
Lessons from the Reformation 1913
The National Sunday Law 1888
The Place of the Bible in Education 1903
The Two Republics 1892
May, 1889, Kansas Campmeeting Sermons (.5 sermons) 1889
1893 General Conference Series (24 sermons) 1893
1895 General Conference Series (26 sermons) 1895

Folhetos diversos:

Bible Questions Concerning Man. (Bible Student's Library 1890)


Church Organization (General Conference Bulletin, 1903)
Consecration (General Conference Sermons, 1901)
Dead Formalism (Present Truth, 1893)
The Faith of Jesus; the Nature of Christ
God and Caesar (General Conference Lectures, 1888)
God's Confidence in You (Review and Herald, 1898)
The Image to the Beast (Battle Creek Sermon, 1893)
The Immaculate Conception (Religious Liberty Library, 1894)
Members One of Another (Present Truth, 1892)
The One Example (Present Truth, 1892)
Our God a Consuming Fire (Review and Herald, 1899)
Sabbath Rest (Great Nations of Today, 1901)
The Spirit of Christ as Manifested in His Work for the Salvation of
Man (PT, 1892)
That Prayer of Yours (Review and Herald, 1898)
What Does it Mean to be a Church Member (General Conference
Bulletin, 1903)
Where the Spirit Rules (Lessons on Faith, 1900)
Working Miracles
A seleção seguinte foi tirada do livro ‘Lições sobre fé’, onde consta os
sermões de A.T. Jones e E.J. Waggoner publicados em 1977 por John 0. Ford
(Pacific Union College Press):

The Power of the Word- I (Review and Herald, 10/20/1896)


The Power of the Word-2 (Review and Herald, 10/27/1896)
Ministers of God (Review and Herald, 9/26/1896)
Living by the Word (Review and Herald, 11/10/1896)
Kept by the Word (Review and Herald, 10/13/1896)
Receive not the Grace of God in Vain (Review and Herald,
9/22/1896)
Boundless Grace Free to All (Review and Herald, 4/17/1894)
Creation or Evolution, Which? (Review and Herald, 2/21/1894)
Christian Perfection (Review and Herald, 7/18/1899)
Studies in Galatians-1 (Review and Herald, 8//29/1899)
Studies in Galatians-2 (Review and Herald, 9/1/1899)
Shall It Be Grace or Sin? (Review and Herald, 9/1/1896)
Lessons on Faith (Review and Herald, 11/29/1898 to 3/14/1899)
Deliverance (Review and Herald, 3/14/1899)
Sinful Flesh (Review and Herald, 4/18/1899)
A Dead Formalism I & 2 (Bible Echo, 1/28 & 2/4/1895)

Ellet J. WAGGONER: 1855-1916

Christ and His Righteousness 1890


The Everlasting Covenant 1900
Fathers of the Catholic Church 1888
The Glad Tidings (original version) 1900
The Glad Tidings (reprinted by PPPA, edited by R.J. Wieland)
1972
The Gospel in Creation 1894
Prophetic Lights 1894
Studies in Romans (1891 General Conferenace Sermons) 1891
Sunday: The Origin of Its Observance in the Christian Church
1891
Waggoner on Romans 1896

Folhetos diversos:

Baptism: Its Significance (Signs of the Times)


The Blotting Out of Sin (Review and Herald, 1902)
Church Authority (Present Truth, 1893)
Faith (1896)
Foreknowledge (Apples of Gold Library, 1897)
The Free Gift (Signs of the Times, 1896)
God Manifest in the Flesh (Signs of the Times, 1899)
Good Works (Present Truth, 1892)
How Righteousness is Obtained (Present Truth, 1892)
How the Word Came (Present Truth, 1892)
How to Get Knowledge
The Inspired Word (Present Truth, 1892)
Letter and Spirit
Life in Christ (Present Truth, 1892)
The Literal Week
Living by Faith (1890)
Miracles of Jesus (Present Truth, 1892)
Perpetuity of the Law (Present Truth, 1892)
Power of Christ (Present Truth, 1892)
Power of Forgiveness (Apples of Gold Library, 1894)
The Rest That Remains for the People of God (Heb. 4:9) (1893)
Salvation in Jesus Christ
The Three Sabbaths (Apples of Gold Library)
The Unconquerable Life (Present Truth, 1892)

As seções seguintes de E.J. Waggoner fazem parte do livro 'Lições de fé':

Saving Faith (Bible Echo. 8/l/1890)


The Unconquerable Life (Bible Echo, 10/15/1892)
Christ the End of the Law (Bible Echo, 2/15/1892)
Faith (Bible Echo, 8/17/1896) 1896
Living by Faith (Signs of the Times, 3/25/1889)
For Our Sake Also (Signs of the Times, 10/13/1890)

[É fato conhecido que os sermões que Jones e Waggoner pregaram na


Assembléia de Minneapolis em 1888 não foram anotados e hoje não
temos exatamente aquilo que falaram durante a Assembléia. Seus
escritos e sermões antes e depois da Assembléia de 1888, bem como as
citações de E. White, é a base que possuímos para poder compreender
o teor de suas mensagens durante a Assembléia de 1888]

9) Objeção: ‘Sendo que não somos peritos em línguas antigas nem em


inglês, e tampouco nos são acessíveis as fontes primárias, faremos bem em
limitar-nos a aceitar as decisões de nossos dirigentes quanto ao que é
verdade’

1. Que conhecimento da verdade haveria obtido alguém que


tivesse essa mentalidade, na época de Elias, de João Batista
(Lucas 7:28-30), de Jesus em seus dias nesta terra (João 7:47-
49), de Lutero e os reformadores, ou de nossos pioneiros no
surgimento da igreja adventista?

2. Caso possua acesso a estes escritos, poderá comprovar por


você mesmo que EXISTE abundante material acessível, tanto em
inglês como em espanhol. Outro assunto é se este material esta
acessível pelo conduto que alguém quer ou considera
adequado... (porém isto não é nada novo: recorde por qual
conduto chegou a verdade na época de João Batista, na de
Jesus, ou na de 1888, e o papel que tiveram os preconceitos
referentes ao mensageiro na recusa da mensagem, em cada um
dos casos citados).

"Na manifestação deste poder que ilumina a terra com a glória


de Deus, não verão mais que algo que em sua cegueira lhes
parecerá perigoso, algo que despertará seus temores, e tomarão
posição para resistir-lhe. Pelo fato do Senhor não trabalhar de
acordo com suas idéias e expectativas, se oporão à obra. Eles
dizem: ‘Acaso não reconheceremos o Espírito de Deus, após
termos estado tantos anos na obra?’" (RH 23 dezembro 1890)

Observe-se o contraste: O que E. White definiu como "preciosa",


alguns reputam como "perigoso". A simpatia ou aversão que
manifestamos diante da mensagem e dos mensageiros demonstra
qual é a nossa posição a respeito.

“Como examinaremos as Escrituras, para compreender o que elas


ensinam? Devemos estudar a Palavra de Deus com coração contrito, um
espírito suscetível de ser ensinado e pleno de oração. Não devemos
pensar, como os judeus, que nossas próprias idéias e opiniões são
infalíveis, nem como os católicos, que certos indivíduos são os únicos
guardiões da verdade e do conhecimento, que os homens não têm o
direito de examinar as Escrituras por si mesmos, mas devem aceitar as
explanações dadas pelos Pais da igreja. Não devemos estudar a Bíblia
com o propósito de manter nossas opiniões preconcebidas, mas com o
único objetivo de aprender o que Deus disse.

Temem alguns que se reconhecerem estar em erro, ainda que seja num
simples ponto, outros espíritos serão levados a duvidar de toda a teoria
da verdade. Têm, portanto, achado que não se deve permitir a
pesquisa; que ela tenderia para a dissensão e a desunião. Mas se tal é o
resultado da pesquisa, quanto mais depressa vier, melhor. Se há
aqueles cuja fé na Palavra de Deus não suportará a prova de uma
pesquisa das Escrituras, quanto mais depressa forem revelados melhor;
pois então estará aberto o caminho para lhes mostrar seu erro. Não
podemos manter a opinião de que uma posição uma vez assumida, uma
vez advogada a idéia, não deve, sob qualquer circunstância ser
abandonada. Há apenas Um que é infalível: Aquele que é o Caminho, a
Verdade e a Vida.

Os que permitem que o preconceito ponha na mente uma barreira


contra a recepção da verdade, não podem receber a iluminação divina.
No entanto, ao ser apresentado um ponto de vista das Escrituras,
muitos não perguntam: Isto é verdade - está em harmonia com a
Palavra de Deus? mas: Por quem é defendido? e a menos que venha
pelo instrumento que lhes agrada, não o aceitam. Tão plenamente
satisfeitos estão com suas próprias idéias que não examinarão a
evidência escriturística com o desejo de aprender, antes recusam ser
interessados, meramente devido aos seus preconceitos.

Freqüentemente o Senhor trabalha onde menos O esperamos;


surpreende-nos pela revelação de Seu poder em instrumento de Sua
própria escolha, ao mesmo tempo que passa por alto os homens a
quem temos olhado como sendo aqueles por cujo intermédio deve vir a
luz. Deus deseja que recebamos a verdade em seus próprios méritos -
porque é a verdade.

Não deve a Bíblia ser interpretada para agradar às idéias dos homens,
por mais longo que seja o tempo em que têm considerado verdadeiras
essas idéias. Não devemos aceitar a opinião de comentaristas como
sendo a voz de Deus; eles eram mortais, sujeitos ao erro como nós
mesmos. Deus nos tem dado a faculdade do raciocínio tanto como a
eles. Devemos tornar a Bíblia o seu expositor.

Devem todos ser cuidados os quanto à apresentação de novos pontos de


vista sobre as Escrituras, antes de terem dado a esses pontos completo
estudo, e estarem plenamente preparados para sustentá-los com a
Bíblia. Não introduzais coisa alguma que cause dissensão, sem a clara
evidência de que nisto Deus está dando uma mensagem especial para
este tempo.

Mas acautelai-vos de rejeitar o que é verdade. O grande perigo de


nosso povo tem sido o de confiar nos homens e tornar a carne o seu
braço. Os que não têm o hábito de examinar a Bíblia por si mesmos ou
de pesar as evidências, confiam nos dirigentes, e aceitam as decisões
que estes fazem, e assim rejeitarão muitos as próprias mensagens que
Deus envia a Seu povo, se esses irmãos dirigentes não as aceitarem.

Ninguém deve pretender ter toda a luz que há para os filhos de Deus. O
Senhor não tolerará isso. Ele disse: "Eis que diante de ti pus uma porta
aberta, e ninguém a pode fechar." Apoc. 3:8. Mesmo que todos os
nossos dirigentes recusem a luz e a verdade, essa porta ainda
continuará aberta. O Senhor suscitará homens que darão ao povo a
mensagem para este tempo.

A verdade é eterna e o conflito com o erro somente tornará manifesto


o seu poder. Nunca devemos recusar examinar as Escrituras com os que
temos razões para crer, desejam saber o que é a verdade. Suponde que
um irmão conserve um ponto de vista que difere do vosso, e venha a
vós propondo que vos assenteis com ele e façais um estudo desse ponto
das Escrituras; levantar-vos-íeis, cheios de preconceito e condenaríeis
suas idéias, ao mesmo tempo que recusais dar-lhe sincera atenção? A
única atitude certa seria assentar-vos como cristãos e pesquisar a
posição apresentada, à luz da Palavra de Deus, que revelará a verdade
e desmascarará o erro. Ridicularizar-lhe as idéias não lhe enfraqueceria
no mínimo a posição, se esta fosse falsa, nem vos fortaleceria a
posição, se esta fosse verdadeira. Se as colunas de nossa fé não
suportarem a prova da pesquisa, já é tempo de o sabermos. Entre nós
não deve ser alimentado o espírito de farisaísmo.

Devemos estudar a Bíblia com reverência, sentindo que estamos na


presença de Deus. Toda leviandade e frivolidade, devem ser postas de
lado. Embora algumas porções da Palavra sejam facilmente
compreendidas, a verdadeira significação de outras partes não é
discernida com tanta prontidão. Deve haver estudo e meditação
pacientes, e oração fervorosa. Ao abrir as Escrituras deve cada
estudante pedir a iluminação do Espírito Santo; e certa é a promessa de
que esta será dada.

O espírito com que vindes à pesquisa das Escrituras, determinará o


caráter do assistente ao vosso lado. Anjos do mundo da luz, estarão
com aqueles que com humildade de coração buscam a direção divina.
Mas se a Bíblia for aberta com irreverência, com sentimento de
presunção, se o coração está cheio de preconceitos, Satanás se acha ao
vosso lado, e apresentará as declarações simples da Palavra de Deus
numa luz pervertida.

Alguns há que condescendem com a leviandade, o sarcasmo, e até


mesmo a zombaria para com os que deles divergem. Outros apresentam
um mundo de objeções a qualquer novo ponto de vista; e quando essas
objeções são claramente respondidas pelas palavras das Escrituras, não
reconhecem as evidências apresentadas, nem permitem serem
convencidos. Sua inquirição não tem o propósito de chegar à verdade,
mas tenciona meramente confundir a mente dos outros.

Alguns julgam ser evidência de agudeza e superioridade intelectual,


confundir as mentes quanto ao que é verdade. Recorrem à sutileza dos
argumentos, a jogos de palavras; tiram vantagem injusta em fazer
perguntas. Quando suas perguntas têm sido razoavelmente
respondidas, mudam de assunto trazendo novo ponto, para evitar o
reconhecimento da verdade. Devemos acautelar-nos para não
condescendermos com o espírito que dominava os judeus. Não queriam
aprender de Cristo, porque Sua explicação das Escrituras não estava de
acordo com as idéias deles; portanto tornaram-se espias nas Suas
pegadas, "armando-Lhe ciladas, a fim de apanharem da Sua boca
alguma coisa para O acusarem". Luc. 11:54. Não tragamos sobre nós
mesmos a temível denúncia das palavras do Salvador: "Ai de vós,
doutores da lei, que tirastes a chave da ciência! Vós mesmos não
entrastes e impedistes os que entravam". Luc. 11:52...

“Devem os jovens examinar as Escrituras por si mesmos. Não devem


julgar ser suficiente os mais velhos na experiência descobrirem a
verdade; que os mais novos podem aceitá-la deles como sendo
autoridade. Os judeus pereceram, como uma nação, porque foram
afastados da verdade bíblica pelos seus governantes, sacerdotes e
anciãos. Tivessem dado ouvidos às lições de Jesus, e examinado as
Escrituras por si mesmos, e não teriam perecido.”
“Devemos estudar a verdade nós mesmos. Não se deve esperar que
qualquer homem pense por nós. Não importa quem seja, ou em que
posição esteja colocado, não devemos esperar que qualquer homem
seja critério para nós.”

“Deus deseja que confiemos nEle e não no homem.” (TM,


extratos do capítulo "Como investigaremos as Santas Escrituras?"
p. 105-111)

10) Objeção: ‘A compreensão da justificação pela fé de Jones e Waggoner


é diferente da mantida pela igreja atualmente, o que é motivo de
dissensão’

Lamentavelmente, não existe uma posição em nossa igreja atual


sobre a justificação pela fé, mas muitas e conflitantes. E isso é o
triste fruto de haver recusado a genuína verdade que o Senhor
enviou em 1888, mediante seus "mensageiros escolhidos".

Este é o testemunho de E. White, que parece ainda hoje


extremamente pertinente:

"As muitas e confusas idéias com relação a justiça de Cristo e a


justificação pela fé são resultado da posição que você tem
tomado diante dos homens e diante da mensagem enviada por
Deus..." (Carta 24 –a Uriah Smith–, 1892; The Ellen G. White
1888 Materials, p. 1053)

11) Objeção: ‘Uma vez que a mensagem foi aceita, e que toda alusão a
Minneapolis ou 1888 produz mal estar, não deveria evitar-se falar desse
lugar ou desta data, e dos fatos relacionados com "tudo isto"?’

O fato que produza mal estar, que desperte animosidade e que


se procure esconder, é precisamente a evidência irrefutável de
que não foi aceita. Aqueles que se apegam ao mito da aceitação
sustentam que foi aceita poucos anos depois de Minneapolis
(para muitos, uns dois anos depois). Veja qual é o testemunho do
pastor Daniells, ex-presidente da Associação Geral, em seu livro
"Cristo Nossa Justiça", escrito em 1924 (38 anos depois de
Minneapolis): "A mensagem nunca foi aceita nem anunciada, nem
lhe foi dada livre curso em sua devida forma para trazer sobre a
igreja as bênçãos sem limite que estavam contidas nela" (p. 33).

Veja o testemunho de E. White a respeito dos sermões pregados


por A.T. Jones na Assembléia de 1893, que contém uma solene e
clara exposição da recusa de que foi objeto a mensagem em
1888, assim como um chamado para recuperar aquilo que se
perdeu cinco anos atrás:

"Foi me dada instrução para que utilize seus discursos impressos


nos Boletins da Associação Geral de 1893 e 1897, que contém
poderosos argumentos relacionados com a validade dos
Testemunhos, e que sustentam o dom de profecia entre nós. Foi
me mostrado que esses artigos seriam de ajuda para muitos, e
especialmente para aqueles recém chegados à fé e que não
estão familiarizados com nossa história como povo. Será para
você uma benção ler novamente esses argumentos da maneira
como o Espírito Santo lhes deu forma." (Carta 230, 1908)

Observemos o testemunho de O.A. Olsen (presidente da


Associação), ao ouvir um destes sermões:

"Alguns podem sentir-se atribulados pela alusão a Minneapolis.


Sei que alguns têm se sentido incomodados e afligidos em razão
de se fazer menção a este encontro, e seus acontecimentos. Mas
tenho comigo que a única razão para que alguém se sinta assim é
um espírito obstinado de sua parte... O fato de alguém se sentir
incomodado, denuncia no mesmo instante a semente de rebelião
no coração" (General Conference Bulletin, p. 188)

12) Objeção: ‘Podemos estar seguros de que Deus nunca enviará luz, a não
ser através dos dirigentes de Sua igreja, sendo que basta nos atermos
àquilo que eles aprovam’

Podemos estar seguros de que Deus nunca deixará sem luz os


dirigentes de Sua igreja, mas afirmar que eles sempre a
aceitarão equivale a aderir ao dogma papal de infabilidade da
igreja. Em nenhuma época de crise foi suficiente ater-se àquilo
que aprovaram os dirigentes do povo de Deus. Não bastou nos
dias de Elias, de Jeremias, de João Batista, do próprio Jesus, nos
dias da reforma, do início do movimento adventista, nem em
Minneapolis. É possível estarmos vivendo hoje uma época de
crise.

"Aqueles que tem desempenhado um papel de destaque na obra,


devem ter grande cuidado em pensar que é impossível que a luz
venha ao povo de Deus, se não for por intermédio deles" (Signs
of the Times, 26 maio 1890)

"Deus escolhe a quem Ele quer, para que leve a mensagem" (The
Ellen G. White 1888 Materials, p. 1032, Carta 19d, 1892)

"Deus pode escolher instrumentos que nós não aceitemos, devido


não coincidirem exatamente com nossas idéias... Então começa
a dissecação do caráter" (The Ellen G. White 1888 Materials, p.
1091)

"Os mestres do povo no tempo de Cristo estavam plenamente


satisfeitos com eles mesmos. Mantinham conselhos e animavam-
se uns aos outro em suas idéias e opiniões, e Satanás estava em
suas assembléias controlando suas decisões. Procuravam fazer
com que o povo temesse escutar as palavras de Cristo.
Ameaçavam expulsar da sinagoga aqueles que davam ouvidos a
Sua doutrina, coisa que era considerada pelo povo como a maior
maldição que poderia cair sobre eles" (Signs of the Times, 26
maio 1890)

"No temor e no amor de Deus digo àqueles que estão hoje diante
de mim, que há luz crescente para nós, e que com a aceitação
desta luz vem grandes bênçãos. E quando vejo aos meus irmãos
inflamados de ira contra a mensagem e os mensageiros de Deus,
penso nas cenas similares na vida de Cristo e da Reforma. A
recepção dada aos servos de Deus em épocas passadas, é a
mesma que se dá hoje aos portadores a quem Deus está
enviando preciosos raios de luz. Os dirigentes do povo seguem
hoje o mesmo curso de ação que seguiram os Judeus. Criticam e
questionam vez após vez, e recusam admitir a evidência,
tratando a luz que lhes é enviada da mesma maneira que os
Judeus trataram a luz que Jesus lhes trouxe" (The Ellen G. White
1888 Materials, p. 911)

"Seja cuidadoso quanto ao tomar posição contra o pastor


Waggoner. Não tem acaso a maior evidência possível de que o
Senhor tem estado comunicando luz por intermédio dele? Sim,
eu a tenho" (The Ellen G. White 1888 Materials, p. 977)

"Em tais casos a mente de um homem governa a mente de outro


homem, e o instrumento humano é separado de Deus e exposto a
tentação. Os métodos de Satanás têm um só fim: fazer com que
os homens sejam escravos dos homens" (TM 361)

Jeremías 17:5 nos adverte: "Maldito o homem que confia no


homem, e faz da carne o seu braço". Por que? (vers. 6): "não
verá quando vier o bem". Aqui encontramos resumida, em poucas
palavras, nossa história em Minneapolis. Nós a repetiremos?

"Sempre tem sido o firme propósito de Satanás eclipsar a visão


de Jesus e induzir os homens a olhar o homem, a confiar no
homem, e a esperar ajuda do homem. Durante anos a igreja tem
estado olhando o homem, e esperando muito do homem em
lugar de olhar para Jesus em quem se concentram nossas
esperanças de vida eterna. Por isso Deus entregou a seus servos
um testemunho que se apresentava em contornos claros e
distintos a verdade como é em Jesus, que é a mensagem do
terceiro anjo" (TM, 93)

13) Objeção: ‘A autoridade eclesiástica está acima de uma interpretação


não "oficial" da Escritura’

Esta foi sem dúvida a ideologia que permitiu que se levasse a


termo a Inquisição, único fruto possível da mentalidade papal.
Nossa igreja, desde sua origem, surgiu baseada no princípio
protestante da primazia da Palavra. Não existe outra forma de
nosso povo seguir avançando na luz.

"Permita que seja Deus quem fale em Sua Palavra. Se pensais


que vosso irmão crê no erro, deveis trata-lo com consideração,
manifestando bondade, paciência e cortesia. Deveis raciocinar
com ele a partir da palavra de Deus, comparando escritura com
escritura, considerando cuidadosamente cada partícula de
evidência" (Signs of the Times, 26 maio 1890).

14) Objeção: ‘Tem sido uma desgraça equiparar Jones e Waggoner com E.
White, em termos de inspiração profética’

Teria sido uma desgraça se tal coisa tivesse acontecido. Mas não
sabemos de ninguém que sustente tal equiparação.

Os fatos são estes, e não nos privamos de mostrá-lo:

E. White os qualificou como "mensageiros delegados de Cristo",


"agentes escolhidos" como sendo possuidores de "credenciais
celestiais". Disse que recusar a mensagem que traziam era
recusar a Cristo "quem deve ser reconhecido em Seus
mensageiros".

"Sei positivamente que Deus tem dado preciosa verdade em


tempo oportuno, aos irmãos Jones e Waggoner. Significa que os
considero infalíveis? Quero dizer com isso que é impossível que
façam uma declaração, ou tenham uma idéia que não possa ser
questionada, ou que seja errônea? Não, não existe tal coisa. Não
diria isto de nenhum homem no mundo. Entretanto, Deus
afirmou que tem enviado luz, e devem ser cuidadosos no
tratamento que lhe dão" (The Ellen G. White 1888 Materials, p.
566)

"Por quanto tempo odiareis e depreciareis os mensageiros da


justiça de Deus? Deus lhes têm dado Sua mensagem. Levam a
Palavra do Senhor" (The Ellen G. White 1888 Materials, p. 1341)
 

15) Objeção: ‘A insistência no tema "Cristo, justiça nossa" é uma forma de


desequilibro, de ir a extremos. Está em perigo de transformar-se em uma
obsessão, em um monotema’

"O grande pecado dos que professam ser cristãos é o de não


abrirem o coração para receber o Espírito Santo. Quando as
almas têm fervente desejo de Cristo, e procuram fazer-se um
com Ele, os que se conformam com uma forma de piedade
exclamam: ‘sede cuidadosos, não vá a extremos’" (The Ellen G.
White 1888 Materials, p. 1.250)

"...A reunião de Minneapolis... a justificação pela fé, Cristo


nossa justiça... o pastor Jones falou acerca do tema... esta
mensagem de luz e verdade que tem vindo a nosso povo é
precisamente a verdade para este tempo... Todo outro tema
mergulha em insignificância" (I MS, p. 424)

"Se mediante a graça de Cristo seu povo transforma-se em vasos


novos, Ele os encherá com vinho novo. Deus concederá luz
adicional e se recuperarão algumas verdades antigas, que serão
repostas na prateleira da verdade, e onde quer que vão seus
obreiros, triunfarão. Como embaixadores de Cristo, examinarão
as escrituras para investigar as verdades que se acham ocultas
debaixo dos escombros do erro. E comunicarão a outros cada
raio de luz que receberão. Haverá um só interesse prevalecente,
um só propósito que absorverá todos os demais: Cristo, justiça
nossa" (Filhos e Filhas de Deus, p. 261)

"Nada me propus a saber entre vós, a não ser Jesus Cristo, e este
crucificado" (1 Cor. 2:2)

16) Objeção: ‘Não vejo importância na mensagem trazida por Jones e


Waggoner: eu sempre compreendi e aceitei a justificação pela fé’

Para quem deve estar escrito Apocalipse 3:17? E 1º Corintios 8:2?


"Se alguém pensa saber alguma coisa, ainda não sabe como
convém saber".

Um ano depois das apresentações de Minneapolis, E. White


escreveu: "A mensagem presente, a justificação pela fé... Não
há um em cem que entenda por si mesmo a verdade bíblica
sobre este tema que é tão necessário" (I MS 422)

Quase todos estamos certos de fazer parte deste menos que "um
em cem" que a entende (e que a aceita). Não dizemos que seja
impossível... Mas reconheçamos que é improvável! Você gostaria
de saber qual era a posição dos grandes campeões da rejeição da
mensagem da justificação pela fé, tal como a apresentaram
Jones e Waggoner em 1888? (U. Smith e G. Butler): Mantinham
que sempre haviam crido e aceitado a justificação pela fé...

17) Objeção: ‘Deve haver algum motivo para esta verdade só ser causa de
controvérsia...’

Efetivamente. A causa existiu desde que foi dada em


Minneapolis, e continuará existindo enquanto o Senhor continuar
enviando-a, e enquanto continuar sendo resistida. Esta é a
razão:

"Que é justificação pela fé? É a obra de Deus de lançar no pó a


glória do homem, e fazer pelo homem aquilo que ele não pode
fazer por si mesmo" (TM, p. 456).

18) Objeção: ‘Não vejo necessidade alguma da mensagem dada em


Minneapolis no ano de 1888, já que encontro toda a verdade na Bíblia’ 

Efetivamente, está na Bíblia. Quem dera pudesse simplesmente


dar-lhe os parabéns por haver encontrado ali. Entretanto, não
estou certo de poder dar-te os parabéns antes de perguntar-te
se felicitaria a alguém que te dissesse que não precisa do Novo
Testamento, já que toda a verdade que contém esta de fato no
Antigo. Ou que não necessita dos escritos do Espírito de Profecia
por idêntico motivo.

Também gostaria de perguntar-te: A mensagem que


apresentaram Jones e Waggoner, de onde era? Do céu ou dos
homens? Não poderá fugir indefinidamente desta questão. Se for
de Deus, te sentiria tranqüilo quando te perguntasse o que
fizeste com essa luz que Ele enviou “em Sua grande
misericórdia”?

 “O homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca
do Senhor” (Deut. 8:3)

19) Objeção: ‘É melhor continuar ocultando nossa história. É preferível


que nossos membros, desconheçam estes fatos’ 

É pertinente lembrarmos aqui que Estevão foi apedrejado ao


recordar para o povo de Israel a sua história.
Poderias mostrar um só lugar em que o registro sagrado tem
preferido ocultar alguma parte da história do povo de Deus? A
religião cristã é uma religião revelada. Deus a tem revelado na
história. Os grandes ditos têm sempre estado relacionados com
momentos, com lugares e com pessoas. Não é possível captar a
justiça pela fé e esquecer a Abraão. Não é possível tentar
conhecer a Deus e desconsiderar a história sagrada, a forma
como conduziu o povo de Israel. Não é possível compreender o
sacrifício infinito e ocultar o calvário... Qual é a virtude de
ocultar Minneapolis, 1888, e tentar seguir como se nada tivesse
acontecido, sendo que estamos cada vez mais necessitados
daquilo que ali se perdeu? Estamos hoje iluminando a terra com
o conhecimento da glória de Deus?

Repetimos aqui esta declaração de E. White:

"Foi me dada instrução para que utilize seus discursos impressos


nos Boletins da Associação Geral de 1893 e 1897, que contém
poderosos argumentos relacionados com a validade dos
Testemunhos, e que sustentam o dom de profecia entre nós. Foi
me mostrado que esses artigos seriam de ajuda para muitos, e
especialmente para aqueles recém chegados à fé e que não
estão familiarizados com nossa história como povo. Será para
você uma benção ler novamente esses argumentos da maneira
como o Espírito Santo lhes deu forma." (Carta 230, 1908)

20) Objeção: ‘Essa mensagem produz divisão; portanto perturba a unidade


e deve ser silenciada’ 

A introdução da verdade sempre foi acompanhada de divisão;


porém não porque a verdade produza a divisão, mas devido a uns
que a rejeitavam e outros que aceitavam. Não necessitamos da
paz do cemitério. Segundo a descrição que faz a Testemunha fiel
e verdadeira de Apocalipse a respeito de Laodicéia, nosso grande
problema é a mornidão. A verdade é a única coisa que pode
dissipar essa falsa paz na qual os falsos profetas sempre têm se
apegado, e que mantêm a igreja espiritualmente dormindo.

“A verdadeira paz virá ao povo de Deus quando por meio do


fervor unido e oração fervente, resulte perturbada a falsa paz
que em grande medida existe... Os que estão debaixo da
influência do Espírito de Deus não serão fanáticos, mas serenos,
firmes, livres de extravagância. Porém todos aqueles que tem
tido a luz da verdade brilhando com contornos claros em seu
caminho, que sejam  cuidadosos em clamar: Paz e segurança.
Que sejam cuidadosos em dar o primeiro passo para suprimir a
mensagem da verdade. Sede cuidadosos com a influência que
exerceis neste tempo. Os que professam as verdades especiais
necessitam estar convertidos e santificados pela verdade. Como
cristãos somos feitos depositários da verdade sagrada, e não
temos de manter a verdade no átrio exterior, mas traze-la ao
santuário da alma. Então a igreja possuirá vitalidade divina em
todos lugares. O fraco será como Davi, e Davi como o anjo do
Senhor” (Carta a U. Smith; The Ellen G. White 1888 Materials, p.
1014) 

Jesus disse: “Pensais vós que vim trazer a paz à terra? Não, vos
digo, mas antes dissensão” (Luc. 12:51). 

Se bem que devemos procurar a unidade, não a temos que


procurar a qualquer preço. Especialmente ao preço de sacrificar
a verdade, porque Cristo é a verdade. Queremos estar unidos na
verdade, em Cristo. Estar unidos contra Ele não tem virtude
nenhuma. Isso se tem produzido em demasiadas ocasiões, uma
delas nas cenas da crucifixão: a opção da unidade foi ali a
eleição de Barrabás. Também se deu ao pé do Sinai, quando
Arão fundiu o bezerro de ouro para que fosse adorado com deus
de Israel.

A acusação de produzir divisão tem sido o argumento universal


do fanatismo religioso contra os que tem sido fiéis a Deus. Acabe
assim acusou Elias: “És tu o perturbador de Israel?” (1 Reis
18:17). De uma outra forma, é a acusação que têm tido de
enfrentar todos os servos fiéis de Deus. “Então disseram os
sacerdotes e os profetas aos príncipes e a todo o povo: Este
homem é réu de morte, porque profetizou contra esta cidade,
como ouvistes com os vossos ouvidos” (Jer. 26:11). Qual foi a
acusação do papado contra os reformadores?

A falsa paz, a mornidão, que é o problema mais grave de


Laodicéia, é a mais forte tentação que temos que enfrentar
como povo. O desejo de buscar aquilo que “nos convém” está
em nossa própria carne. Não nos faria mal olhar para além de
cada um de nós. Pensar em termos humanos naquilo que nos
convém como povo, pode levar-nos a um erro lamentável:

“Vós não percebeis que convém que um só homem morra pelo


povo, e que não pereça toda a nação” (João 11:50). Quando
pensamos em salvar a nação de acordo com nossa sabedoria
humana, estamos em perigo de fazer a vontade do inimigo.

Eis aqui a autêntica causa das divisões:

“Estes são murmuradores, queixosos, andando segundo as suas


concupiscências, cuja boca diz coisas muito arrogantes,
bajulando as pessoas por motivos interesseiros. Mas vós amados,
lembrai-vos das palavras que foram preditas pelos apóstolos de
nosso Senhor Jesus Cristo, os quais vos diziam: No último tempo
haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias
concupiscências. São estes os que causam divisões; são sensuais,
e não têm o Espírito” (Judas 16-19).

21) Objeção: ‘Não existe um interesse “oficial” por esta mensagem. Ela
não tem despertado a atenção do corpo ministerial e docente, fracassando
neste sentido, e reservando-se apenas como uma opção para excêntricos e
fanáticos’ 

A igreja tem sido grandemente abençoada por um melhor


conhecimento da mensagem, e também de sua história. Há 50
anos, afirmar que a mensagem foi recusada em Minneapolis, foi
causa de escândalo. Hoje é um fato amplamente aceito e
reconhecido. Também se aceita hoje o fato de que Cristo morreu
o equivalente a segunda morte de cada pecador, que
“experimentou” a morte que é o salário do pecado; não
meramente o “sono” ou descanso da primeira morte. Isto abre
tremendos horizontes e permite ampliar nossa visão sobre as
dimensões dos incomparáveis encantos de Cristo, demonstradas
em Seu sacrifício expiatório.

Não nos parece justo falar de desinteresse oficial por esta


mensagem. Por exemplo, o livro 'Introdução a mensagem de 1888'
(R.J. Wieland) tem sido publicado até hoje pelas três casas
publicadoras há mais de 17 anos (Southern Publishing, Review &
Herald, e Pacific Press). Publicou-se 'The Ellen G. White 1888
Materials': mais de 1.800 páginas escritas por E. White a respeito
da preciosa mensagem, de seus mensageiros, ou de sua história.
O suposto “fracasso” é mais que discutível. Por outro lado,
recebemos pessoalmente inumeráveis manifestações de apreço,
da parte de consagrados dirigentes de nossa igreja, que se
congratulam por ver facilitado o conhecimento desta mensagem
muito “preciosa”. Deus está no Timão de Sua igreja. Mas não
podemos ignorar os tempos perigosos que nos esperam, nem
podemos esquecer cenários similares aos evocados por esta
rejeição, na vinda de Jesus a esta terra:

“Replicaram os fariseus: Também fostes enganados? Creu nele


algum dos chefes ou dos fariseus? Mas esta plebe, que nada sabe
a respeito da lei, é maldita” (João 7: 47-49).

“Vivemos em tempos de perigo. Nossa única segurança está em


caminhar nas pegadas de Cristo e levar Seu jugo. Tempos
turbulentos estão diante de nós. Em muitos casos os amigos se
tornarão em inimigos. Sem nenhum motivo, os homens chegarão
a ser nossos inimigos. Os motivos do povo de Deus serão
distorcidos não somente pelo mundo, mas também por seus
próprios irmãos. Os servos de Deus serão colocados em situações
difíceis. A fim de justificar a conduta egoísta e injusta dos
homens, farão de algo insignificante, uma montanha.

A obra que os homens têm feito fielmente será desacreditada e


desprezada, em razão de seus esforços não serem acompanhados
de uma aparente prosperidade. Por meio de distorções estes
homens serão vestidos com as escuras roupas da desonestidade
em função de circunstâncias que estão além de seu controle,
confundindo seu trabalho. Serão assinalados como homens em
quem não se pode confiar. E isto lhes farão os membros da
igreja. Os servos de Deus devem armar-se com a mente de
Cristo. Não devem esperar que escaparão do insulto e da
deturpação. Serão tidos como excêntricos e fanáticos” (Levanta
teus olhos, p. 175 – Em espanhol: Alza tus ojos)

 
 

 Compilação e comentários: L.B.


Tradução e comentários entre colchetes: C.H

Guia Simplificado da Mensagem de


1888
 

Importância de sua compreensão

Uma crescente inquietude assalta a muitos: ‘A mensagem de 1888 é tão


importantes para que eu lhe dedique meu tempo?’

Sim. Ela é. Esta mensagem é aquilo por que clama o sedento coração de todo
aquele que espera a segunda vinda, no mundo inteiro. Qual seria a razão dela
impressionar a semelhança do resplendor de um relâmpago? Esta mensagem
foi “o princípio” de uma explosão transbordante do Espírito, sem
precedentes desde os dias do Pentecostes. Foi o começo “do derramamento
da chuva serôdia proveniente do céu”. Era o refrigério das boas novas
desejadas pelos corações enfermos de sede.

“A terra” iria ser “iluminada com Sua glória”. Verdadeiramente, uma luz deve
iluminar o Islamismo, o Hinduísmo, o catolicismo, o protestantismo e o
paganismo. “Outra voz do céu” deve abrir caminho até a alma humana: “Sai
dela [Babilônia], povo meu”, dando cumprimento a tão esperada profecia de
Apocalipse 18. Nosso emblema deveria incluir um “poderoso” quarto anjo,
junto aos três habituais nas fachadas das igrejas e escolas.

[Nota do tradutor: Infelizmente, no tempo em que estamos traduzindo este


material, nossa logomarca já não é mais os três anjos, mas mudou-se para um
emblema de significado bem ecumênico e de acordo com uma visão popular
do evangelho]

Esta mensagem é tão importante? Desde que os apóstolos revolucionaram


“todo o mundo” (Atos 17:6), nenhuma outra mensagem realizou uma obra
semelhante, se bem que o “Clamor da Meia Noite” de 1844 esteve próximo. O
Senhor havia determinado preparar um povo ali mesmo, para enfrentar os
últimos acontecimentos da história. A ordem do dia não era “prepare-se para
a morte”, mas “prepare-se para a trasladação”.

Por menos que se fale, ela se mostra inquietante.

Porém, a mensagem do Senhor não consistia em uma aterrorizante exigência:


“Faça o impossível !” Não era uma viagem ao “Faça você mesmo” debaixo da
pressão do temor, mas era uma experiência de fé. Como o orvalho ao descer
sobre os campos sedentos, a mensagem foi uma refrescante chuva de graça
que “superabundou” muito mais que todo o abundante pecado que o diabo
pode inventar. Ela cativava o coração. Começou propagar-se o resplendor de
uma prazerosa esperança, pois possibilitava ver o caráter de Deus de uma
forma distinta. E. White a descreveu como se ao dobrar uma esquina uma
pessoa se encontrasse cara a cara com Jesus lhe sorrindo, e não franzindo o
semblante, “um Salvador próximo, a mão; não distante” que nos pegasse pela
mão e dissesse: “Venha!, Vamos para o céu!” As boas novas da Bíblia
incendiaram como num sonho os corações desanimados. Foi surpreendente! Os
adolescentes eram ganhos para o evangelho. Deus não estava procurando
impedi-lo de entrar no céu, mas estava preparando-o para estar lá. Cada
página da Bíblia envolta em trevas começou ser iluminada com a luz das boas
novas.

Não deveríamos ter recebido tal mensagem de conteúdo tão transbordante?


Certamente, assim como as novas dos pastores sobre o nascimento do Messias
em Belém deveria ter trazido os sacerdotes em massa de Jerusalém, para
darem-lhe as boas vindas. Mas nos aconteceu algo tão estranho quanto
aconteceu com eles. Exceção feita a uma pequena minoria de ouvintes, a
mensagem teve a mesma acolhida de “nossa” parte há cem anos atrás, como
foi a que teve Jesus pelos judeus há milênios. A pena inspirada disse que se
Cristo tivesse se achado fisicamente em pessoa, “haveríamos” de tratá-lo
como o fizeram os judeus.

Em que constituiu a mensagem propriamente dita?

Foi simplesmente um ensino Evangélico habitual como o que temos ouvido


durante toda a vida? “Jesus me ama, eu sei. Devemos procurar melhorar.
Pecamos, e Jesus nos perdoa, por que reinventar a roda?” Alguns de nossos
próprios teólogos tem pensado sinceramente que a mensagem de 1888 não era
senão uma renovada ênfase dos ensinamentos da Reforma do século XVI, ou
dos grupos evangélicos de nossos dias.

Todavia por baixo da superfície se esconde algo diferente. E. White


compreendeu que a mensagem de 1888 ia muito mais além do que a
mensagem das igrejas populares guardadoras do domingo. Era
“verdadeiramente a mensagem do terceiro anjo”, “nova luz”, “uma
mensagem que é a verdade presente para este tempo”, “luz do céu”, “a luz
que deve iluminar a terra com sua glória”. Não era somente que Jesus perdoa
o pecado; além disso, Ele nos salva do poder e da escravidão do pecado,
agora mesmo. Existe esperança até para os viciados. Era a mais abrangente
mensagem do evangelho que o mundo moderno já ouviu, uma vez que estava
baseada na verdade da purificação do santuário. Eis aqui alguns pontos de
destaque que recuperam a mensagem de 1888:

1.                 Um refrigerante enfoque da justificação pela fé. A idéia


predominante há cem anos (e também agora) era que a justificação pela fé é
somente o perdão dos pecados passados, uma manobra legal da parte de
Deus, que remove a culpa de uma pessoa, contudo deixando o pecador que
crê “pronto para morrer”. Não existe progresso real quanto a vencer o
pecado, até a santificação. Porém a mensagem de 1888 vai muito mais longe.
O que encheu de alegria o coração de E. White ao ouvir a mensagem, é que a
justificação faz o crente obediente a todos os mandamentos de Deus. Obra
que muitos acreditam ser exclusiva da santificação. Não é necessário esperar
a santificação para saber o que significa guardar os mandamentos! Na genuína
justificação pela fé, o coração é reconciliado com Deus; não é meramente um
ato judicial que declara a absolvição dos pecados passados. Esta melhor
compreensão significa que a pessoa pode desfrutar agora da vitória sobre o
pecado, já que é impossível que o coração ser reconciliado com Deus sem ao
mesmo tempo o ser com Sua santa lei. Esta poderosa verdade de piedade
prática descansa sobre o firme fundamento de outra verdade não menos
refrigerante:

2. Uma nova perspectiva da cruz de Cristo. Começou em 1882, na


experiência onde o jovem E.J. Waggoner teve um vislumbre da cruz, como o
centro e substância da mensagem do terceiro anjo. Quando Cristo deu seu
sangue pelos pecados do mundo, redimiu a raça perdida. Ninguém é deixado
de fora, uma vez que já estava certo “que pela graça de Deus provasse a
morte por todos” (Heb. 2:9). Em outras palavras, Cristo morreu a segunda
morte, o castigo final pelo pecado, por todas pessoas.

E realizou tudo isto antes que tivéssemos a mínima oportunidade de dizer sim
ou não. Jesus se vinculou à alma de todo homem, indo até o nível mais
profundo dela, até a fonte oculta de seu medo íntimo e pessoal da morte
eterna. O sacrifício de Cristo livra o homem deste temor, que o mantinha
escravizado “por toda a vida” (vers. 14 e 15). O pecador pode resisti-lo e
recusa-lo para sua própria perdição, pois Cristo não força ninguém a ser salvo.
Isaías disse: “O Senhor fez cair sobre Ele o pecado de nós todos”. Paulo
declara que “é o Salvador de todos os homens, principalmente daqueles que
crêem”. E João afirma que “Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não
somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (Isa. 53:6; 1 Tim.
4:10; 1 João 2:2).

Por acaso Cristo não faz nada por nós até que iniciemos o processo e o
elejamos como nosso Salvador? É somente um Salvador possível, com um
grande SE... condicional? É o pecador que primeiramente precisa fazer algo,
como crer, e obedecer aos mandamentos, a fim de que Cristo se transforme
em seu Salvador? Funcionamos, por acaso, como co-salvadores, ajudando a
salvar-nos a nós mesmos? A mensagem de 1888 diz: Não, o sacrifício de Cristo
é mais do que algo simplesmente provisional. Ele efetivamente  comprou
nossa vida atual e tudo quanto possuímos e somos; comprou a salvação eterna
em nosso favor e a entregou-nos na dádiva de Si mesmo (se bem que podemos
recusá-la, apesar de Cristo ter cumprido tudo o que era necessário).

A paralisia espiritual da mornidão se origina no mais profundo de nós mesmos,


na consideração de Cristo a semelhança de um banco que não faz nada, até
que ingressemos com o depósito. Convertemos a Cristo em alguém impessoal,
distante. Compete a nós dar o primeiro passo. Em outras palavras, fazemos
que a nossa salvação dependa de nossa própria iniciativa. Mas a realidade é
que Cristo já efetuou o depósito da vida eterna com todas as suas bênçãos,
creditando-a imerecidamente em nossa conta bancária. Já é nossa “nEle”.
Agora, tornamos efetivo o cheque e reconhecemos a benção, pela fé. Tal
“obra de amor” produz por si mesma obediência interna e externa a Aquele
que tudo entregou por nós. Tudo mais está incluído na experiência da
justificação pela fé.

A conseqüência é que a única razão pela qual alguém pode finalmente perder-
se é por haver resistido e recusado aquilo que Cristo já realizou em seu favor.
Pela incredulidade, pode frustrar deliberadamente o dom que Deus colocou
em suas mãos. Essa incredulidade é o pecado dos pecados, e é o pecado
universal do mundo. Em outras palavras: se alguém finalmente for salvo, será
devido à iniciativa de Deus ; e caso se perca será por sua própria iniciativa.
Trata-se de deixar de resistir a Sua graça!

Por que é tão importante compreender isso? Porque o temor, como


motivação, carece do poder necessário para preparar um povo para a volta de
Cristo. Pode despertar temporariamente a alguns, mas nada mais. Existe uma
motivação superior que E. White descreveu:

  “É nos mostrada a brevidade do tempo para nos estimular a buscar a


justiça e fazer de Cristo o nosso amigo. Mas este não é o grande motivo.
Tem sabor de egoísmo. É necessário que nos mostrem os terrores do dia de
Deus para compelir-nos pelo medo a agir corretamente? Isto não deveria
ser assim. Jesus é atrativo. Ele está cheio de amor, misericórdia e
compaixão.”
  “Não é o medo do castigo, ou a esperança da recompensa eterna, que
induz os discípulos de Cristo a segui-lo. Contemplam o incomparável amor
do Salvador, revelado em Sua peregrinação na terra, desde o presépio de
Belém até a cruz do Calvário, e a visão do Salvador atrai, enternece e
subjuga a alma.”

3. Mais boas novas. O sacrifício de Cristo reverteu a “condenação” que


pesava sobre todos nós “em Adão”. Literalmente, salvou o mundo de um
suicídio prematuro que o pecado fez com que deparássemos. A cruz do
Calvário está estampada em cada pão. “Ninguém, santo ou pecador, come seu
alimento diário sem ser nutrido pelo corpo e sangue de Cristo.” Quando esta
verdade se torna clara, aparece em todos os lugares da Bíblia:

  Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo... Este
pão é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo (João 6:33, 51)

  Mas a ofensa de Adão não pode ser comparada com o dom que temos
recebido de Deus... O pecado de um só homem não pode comparar-se com o
dom de Deus, pois por um só pecado veio a condenação, mas pelo dom de
Deus os homens são declarados livres de seus muitos pecados... E assim
como pela ofensa de Adão veio a condenação para todos os homens, o justo
ato de Jesus Cristo tem trazido para todos os homens uma vida livre de
condenação (Rom. 5:15-18. V. Dios habla hoy)

Uma poderosa motivação!

O resultado prático de crer nessas boas novas é que ao experimentarmos a


justificação pela fé, é produzida em nós uma mudança de coração. Estávamos
afastados de Deus, em inimizade com Ele; e agora O vemos como a um Amigo.
Em outras palavras, “recebemos a reconciliação” (Rom. 5:7-11), “passamos a
ter paz com Deus” (Id., V. Dios habla hoy), somos reconciliados com Ele,
recebemos a expiação. Fomos redimidos da morte eterna! É como que alguém
estando em um pelotão de fuzilamento, fosse libertado no último instante.
Como falou Paulo, “Apresentai-vos a Deus como vivos dentre os mortos”. O
cansado coração se vê livre da carga, quando flui esta “paz com Deus”. De
agora em diante, nenhum sacrifício será demasiado difícil por Aquele que
sabemos ter-nos livrado de tamanha destruição.

Semelhante amor nos constrange a viver para Ele, tornando em realidade fácil
ser salvo, e difícil se perder. Este conhecimento impregnado de boas novas,
constitui uma parte essencial da mensagem de 1888 da justiça de Cristo
(Mat. 11:28-30; Atos 26:14).

Parece bom demais para ser verdade? E. White amava profundamente essas
boas novas. Sua ilustração predileta era a proclamação da libertação dos
escravos na qual, sob as ordens de Abraham Lincoln – em 1º de janeiro de
1863 – declarou-se legalmente livres todos os escravos dos territórios
confederados.  No entanto, nenhum deles experimentou a liberdade até que
ouviu as boas novas, creu nelas, e agiu como conseqüência. E. White
compreendeu que essa mensagem do evangelho significaria o fim da
onipresente mornidão. A alegria que sentiu a impedia de conciliar o sono à
noite.

4. Uma benção adicional. Observando-se mais detidamente, a justificação


pela fé é muito mais do que uma declaração legal de absolvição. Sendo que
faz obediente a todos os mandamentos de Deus o pecador que crê, a benção
inclui o quarto mandamento (o sábado). O selo de Deus é o segredo para
vencer as inumeráveis imperfeições com as quais a raça humana está
contaminada. Para todo aquele que verdadeiramente crê no evangelho, será
impossível continuar vivendo em pecado, que é a transgressão da lei de Deus.
Muitos sinceros guardadores do domingo começarão com alegria a guardar o
sábado do sétimo dia quando o virem em sua relação com a justificação pela
fé, e a purificação do santuário que começou em 1844. Podemos ver que a
verdade do sábado deixa de trazer convicção aos corações, a menos que seja
apresentada relacionada com a purificação do santuário.

5. Mas existe um problema. Tudo o que foi dito deixa, entretanto, um cabide
onde podemos pendurar as dúvidas, até que possamos compreender o que é fé
realmente. É um desejo egoísta de recompensa celestial, combinado com o
desejo de escapar do inferno? Todos nós admitimos que o desejo de possuir
uma magnífica mansão nesta terra pressupõe uma motivação egocêntrica.
Porém, quando alguém se torna um cristão, não está simplesmente
transferindo seu desejo de viver na opulência e bem estar, para a expectativa
de ocupar um melhor lugar no céu? Se assim for, a motivação se mostrará
baseada no interesse próprio. O interesse próprio não é capaz de despertar
nada mais do que uma devoção limitada, cuja melhor expressão é definida
pela palavra: mornidão.

A mensagem de 1888 traz a luz uma nova e superior motivação: o vivo desejo
de honrar e vindicar a Cristo, como é ilustrado no sentimento de uma noiva
para com seu noivo. Vai muito além de seus próprios desejos egoístas. A fé
passa a ser uma profunda e sincera apreciação do grande amor revelado na
cruz, independente de nosso anelo por recompensa ou medo do inferno.
Transcende a qualquer motivação centrada no eu.

Tal “fé... opera por amor”. Não há limite para as boas obras, ao longo de toda
a vida e pela eternidade.

6. Contudo mais boas novas. Todos nós estamos espiritualmente enfermos, e


necessitamos de um médico para a nossa alma. Jesus teve que se submeter a
uma disciplina especial, a fim de qualificar-se para ser nosso grande sumo
sacerdote (ou psiquiatra divino):

  Portanto, visto que os filhos participam da carne e do sangue, também


Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que
tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse a todos os que , com
medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à escravidão... Pelo que
convinha que em tudo fosse semelhante a seus irmãos, para ser
misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, a fim de fazer
propiciação pelos pecados do povo. Porque naquilo que Ele mesmo, sendo
tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados... Pois não temos um
sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, porém
um que como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. (Heb. 2:14-18;
4:15)

O termo traduzido por “aniquilasse”, significa “paralisar”. Certo, Satanás não


está morto, porém quando cremos nestas boas novas , ele fica paralisado.

7. Cristo como sumo sacerdote, veio tão perto de nós, ao tomar nossa
natureza humana, que conhece plenamente a força de todas as nossas
tentações. Resistiu “até o sangue, combatendo contra o pecado”. Seja qual
for a tentação, não importa quão baixo tenhamos caído no pecado, por mais
terrível que pareça nosso desespero, por mais dominados que estejamos pelo
sentimento de culpa, “pode também salvar perfeitamente os que por ele se
chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.” Ele está ocupado
no lugar santíssimo do santuário celestial 24 horas por dia, e jamais dorme
(Heb. 12:4; 7:25).

É como você fosse o único paciente deste médico, recebendo atenção plena
durante todo o tempo. Imaginemos ser o único paciente de um hospital,
contando com toda a equipe de médicos e enfermeiras a nossa disposição! É
isto que nos acontece na unidade de terapia intensiva de Cristo. Creiamos em
quão maravilhosas são as boas novas, e nossa vida será transformada desde o
aspecto mais profundo.

Este capítulo é somente uma breve antecipação das refrigerantes boas novas
contidas nesta “preciosa mensagem”. Sugerimos começar com o livro
‘Introdução à Mensagem de 1888’(1), para um exame mais profundo do tema.

R.J.W.

(1) Disponível no site www.libros1888.com (em espanhol)


Descarga  'Libros 1888'
HISTÓRICOS:
Cristo y su justicia E.J. Waggoner ZIP, PDF
Las Buenas Nuevas en Gálatas E.J. Waggoner ZIP, PDF
Lecciones sobre la fe E.J. Waggoner, A.T. Jones ZIP, PDF, PDF (diseño:
Marcelo Colina)
El Camino consagrado A.T. Jones ZIP, PDF
Carta a los Romanos E.J. Waggoner ZIP, PDF
Aprendiendo de nuestra historia E. White ZIP, PDF
El pacto eterno E.J. Waggoner ZIP, PDF
Mensaje del tercer ángel General Conference Bulletin A.T. Jones Serie
1893
Mensaje del tercer ángel General Conference Bulletin A.T. Jones Serie
1895
Mensaje del tercer ángel General Conference Bulletin A.T. Jones Serie
1897
El Verbo se hizo carne W.W. Prescott ZIP, PDF
El reino de Dios; controversia entre el bien y el mal W.W. Prescott ZIP, PDF
La autoridad en la iglesia E.J. Waggoner ZIP, PDF
La verdadera fuente de autoridad A.T. Jones ZIP, PDF
El Sinaí y el Calvario E.J. Waggoner ZIP, PDF
Testimonio del pastor Washburn, presente en Minneapolis ZIP, PDF
El Santuario O.R.L. Crosier ZIP, PDF
Significado del bautismo E.J. Waggoner ZIP, PDF

ACTUALES:
Introducción al mensaje de 1888 R.J. Wieland ZIP, PDF
He aquí yo estoy a la puerta y llamo R.J. Wieland ZIP, PDF
Sé pues celoso y arrepiéntete, pueblo mío R.J. Wieland  ZIP, PDF
Alumbrada por su gloria R.J. Wieland ZIP, PDF
El mensaje en diez puntos R.J. Wieland ZIP, PDF
La Cruz de Cristo J. Sequeira ZIP, PDF
Descubriendo la cruz R.J. Wieland ZIP, PDF
Desencallando R.J. Wieland ZIP, PDF
Ser justificados A.V. Wallenkampf  ZIP, PDF
Lo que todo adventista debería saber sobre 1888 A.V. Wallenkampf  ZIP,
PDF
40 años en el desierto, en tipo y anti-tipo Taylor G. Bunch ZIP, PDF
¿Cuál es el "mensaje de 1888"? Comité estudio mensaje 1888 ZIP, PDF
El Calvario en el Sinaí; los pactos P. Penno ZIP, PDF
Este es el Hombre Taylor G. Bunch ZIP, PDF
Naturaleza humana de Cristo en SDA, desde 1950 Bruno W. Steinweg ZIP,
PDF
Lo básico de la postura de Wieland y Short C. Mervyn Maxwell ZIP, PDF
El mito de Laodicea José Mulero Vico PDF
1888 Rexaminado R.J. Wieland y D.K. Short ZIP, PDF
Bifurcación: Preguntas sobre doctrina H. Douglass ZIP, PDF
El retorno de la lluvia tardía Ron Duffield ZIP, PDF, comprar en Amazon.es,
comprar en Amazon.com
Herido en casa de sus amigos Ron Duffield ZIP, PDF, comprar en Amazon.es,
comprar en Amazon.com
Oro afinado en fuego R.J. Wieland PDF

ARTÍCULOS:
Bienvenidos, Priscila y Aquila LB ZIP, PDF
Vuélvete a mí, porque yo te redimí LB ZIP, PDF
Reposo en Cristo: ¿Sábado, o domingo? LB ZIP, PDF
Guía mensaje 1888 R.J. Wieland ZIP, PDF
Cómo afrontar la oposición R.J. Wieland ZIP, PDF
Oseas y Gomer R.J. Wieland ZIP, PDF
Jones, mensajero delegado de Cristo R.J. Wieland ZIP, PDF
Respuesta a Angry Saints D. K. Short; R.J. Wieland ZIP, PDF
Respuesta personal Comisión Primacía Evangelio R.J. Wieland ZIP, English
Respuesta Comité 1888 Comisión Primacía Evangelio ZIP, English
Observaciones al Informe Comisión Primacía Evangelio Fred Bischoff  ZIP,
PDF
En viaje desde África (antecedentes Comisión Primacía) Dennis Hokama ZIP,
PDF
Dossier Primacía del Evangelio (incluye los cuatro anteriores) ZIP, PDF
El sábado y la justicia por la fe J. Sequiera ZIP, PDF
¿Quién es el buen samaritano? G.L. Finneman ZIP, PDF
Justicia de Cristo, clarificada en Minneapolis LB ZIP, PDF
Santidad de Cristo y justicia de Cristo LB ZIP, PDF
Temperancia y 1888 LB ZIP, PDF
Hijo nos es dado R.J. Wieland ZIP, PDF
FAQ (preguntas frecuentes) ZIP, PDF
Pecado: ¿relación rota? LB ZIP, PDF  
Interpretación futurista Daniel 12  LB ZIP, PDF
Prensa religiosa sobre sábado y domingo HTM, ZIP
¿Podemos adelantar la segunda venida? E.G. White Estate ZIP, PDF
El mensaje oculto en El Deseado ZIP, PDF
Historia del mensaje de Minneapolis  J. Gresham ZIP, PDF
Objeciones al mensaje de 1888. Testimonio de E. White LB ZIP, PDF
Dossier sobre los dos pactos ZIP, PDF
Buenas nuevas en el juicio LB ZIP, PDF
Defensa bíblica del santuario A. Leroy Moore HTM
Salid de Babilonia LB  ZIP, PDF
Muerte de Cristo: ¿Planeada por Dios? LB ZIP, PDF
Amor que constriñe Danilo D. Gómez ZIP
Igual que los judíos A. Walper ZIP, PDF
Clarificando un misterio histórico R.J. Wieland ZIP, PDF
Arrepentimiento corporativo LB ZIP, PDF
El Pacto Eterno LB, ZIP, PDF
¿Suavizar el mensaje? LB ZIP, PDF
La naturaleza humana de Cristo, una re-evaluación D. Priebe ZIP, PDF
El Adventismo y Walter Martin D. Fiedler ZIP, PDF
Cartas a las iglesias (1ª sección) M.L. Andreasen ZIP, PDF
Sobre 'Questions on Doctrine' D. Priebe ZIP, PDF
Última generación M.L. Andreasen ZIP, PDF
El evangelio y el juicio Paul Penno ZIP, PDF
El significado del juicio, hoy Robert. J. Wieland ZIP, PDF
Equilibrio Mark Dunkan ZIP, PDF
Los días de Noé, y los nuestros Arlene Hill ZIP, PDF
El hombre Abram Paul Penno ZIP, PDF
El precio del engaño Mark Duncan ZIP, PDF
2ª de Pedro 3:12, o el desafío del remanente Jónatan Dolcet ZIP, PDF
Derramamiento del Espíritu Santo en la lluvia tardía LB ZIP, PDF
Respuesta a preguntas sobre la muerte redentora de Cristo LB ZIP, PDF
En qué consiste ser adventista del séptimo día ZIP PDF
Evangelio de Cristo LB ZIP PDF
¿Protestante, o católico? Dennis Priebe ZIP PDF
Redención en Cristo Pilar Laguardia ZIP PDF
Parábola de las diez vírgenes LB ZIP, PDF
El joven rico LB ZIP, PDF
Sed, pues, vosotros perfectos ZIP, PDF
El zarandeo LB ZIP, PDF
Lecciones de Jeremías LB ZIP, PDF
Crisis en el Edén LB ZIP, PDF
Doctrina agustiniana del pecado original Ralph Larson ZIP, PDF
Carta a Baker Ralph Larson ZIP, PDF
Análisis de carta a Baker Ralph Larson ZIP, PDF
Respuesta a preguntas sobre naturaleza humana de Cristo LB ZIP, PDF
Reposo de Cristo Daniel Peters ZIP, PDF
Judíos y gentiles LB ZIP, PDF
¿Hay fecha para el retorno de Cristo? Rebeca Ruiz Laguardia ZIP, PDF
Judaísmo mesiánico LB ZIP, PDF
En mi nombre echarán fuera demonios LB ZIP, PDF
1888 y fiestas judías LB ZIP, PDF
Castigo retributivo LB ZIP, PDF
El carácter de Job LB ZIP, PDF
El Espíritu Santo y la espiritualidad Paul E. Penno ZIP, PDF
Salvador perfecto: restauración perfecta LB ZIP, PDF
RE: naturaleza humana de Cristo y mensaje de 1888 LB ZIP, PDF
Oración y "silencio" LB ZIP, PDF
La fe de Abraham (Escuela sabática 4 nov 2017) LB ZIP, PDF
Engaños del tiempo del fin (Escuela sabática 2 junio 2018) LB ZIP, PDF
Entrevista sobre salud y salvación Dr. Jorge D. Pamplona ZIP, PDF
Las dos fuerzas en la naturaleza humana Kevin D. Paulson ZIP, PDF
¿Quién marca la agenda en el conflicto de los siglos? LB ZIP, PDF
Escuela sabática 13 abril 2019 "Decisiones" LB ZIP, PDF
Escuela sabática 6 julio 2019 "Creó Dios" LB ZIP, PDF
Dos minutos de aclaración sobre el pecado LB ZIP, PDF
Escuela sabática 9 noviembre 2019 LB ZIP, PDF
Escuela sabática 16 noviembre 2019 Paul E. Penno ZIP, PDF
Escuela sabática 23 noviembre 2019 Ann Walper - LB ZIP, PDF
Escuela sabática 30 noviembre 2019 Paul E. Penno ZIP, PDF
Escuela sabática 14 diciembre 2019 Paul E. Penno ZIP, PDF
Escuela sabática 21 diciembre 2019 Ann Walper ZIP, PDF
Escuela sabática 4 enero 2020 Introducción a Daniel LB ZIP, PDF
¿Se ha aceptado el mensaje de 1888? LB ZIP, PDF
Notas sobre Daniel 10 JR, TG, LB ZIP, PDF
Notas sobre Daniel 11 JR, TG, LB ZIP, PDF
Daniel 11:40-45 Stephen Bohr ZIP, PDF
La pandemia y la gracia LB ZIP, PDF

Você também pode gostar