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.introdu&>o ao
Sistema
..braille

Introdução ao sistema
BRAILLE

Professora: Elizabeth Canejo

bethcanejo@gmail.com

Apostila

Introdução ao Sistema Braille


Elaborada por Elizabeth Canejo
Mestra em Educação Especial
Professora da Secretária Estadual de Educação
Professora Elizabeth Canejo Sistema
Braille

Apresentação

A presente Apostila - Introdução ao Sistema


Braille - tem por finalidade abordar de maneira
prática e objetiva as técnicas e aplicabilidade na
adequação gráfica decorrente da nova grafia
braille para Língua Portuguesa, que traz algumas
alterações, novos símbolos e um conjunto de
normas para o conhecimento completo do
respectivo código e sua correta utilização, a serem
adotados em cursos de aprendizagem ao Sistema
Braille com vistas à especialização, treinamento e
reciclagem de professores e usuários deste
sistema.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................................... 4

I HISTÓRIA DO SISTEMA BRAILLE .............................................................................................4

II SISTEMA BRAILLE ....................................................................................................................5


. Alfabeto......................................................................................................................................6
. Letras com Diacríticos................................................................................................................6
. Definições/Identificação dos Pontos..........................................................................................6
. Referencial de Posição - Cela Braille.........................................................................................7

III GRAFIA BRAILLE PARA A LÍNGUA PORTUGUESA ........................................................... 7


. Ordem Braille........................................................................................................................... .7
. Escrita Braille............................................................................................................................ 7
. Reglete e Punção..................................................................................................................... 7
. Máquina Perkins...................................................................................................................... .8
. Sinais simples e Compostos.................................................................................................. ..9
. Pontuações e Sinais Acessórios...............................................................................................9
. Sinais Exclusivos da Escrita Braille...........................................................................................9
. Siglas.........................................................................................................................................9

IV NÚMEROS E SINAIS COM ELES USADOS.............................................................................9


. Representação (sinal de número) de Algarismos.....................................................................9
. Vírgula Decimal e Ponto Separador de Classe.......................................................................10
. Números Ordinais...................................................................................................................10
. Datas.......................................................................................................................................10
. Algarismos Romanos..............................................................................................................10

V SINAIS DE ITÁLICO E OUTRAS VARIANTES TIPOGRÁFICAS...........................................11


. Sinais de destaques...............................................................................................................11

Apêndice.......................................................................................................................................11

Referências Bibliográficas..........................................................................................................12

ANEXOS I - Grafia Braille para a Língua Portuguesa

ANEXO II - Código Braille Descritivo

ANEXO III - Relacionamento com Pessoas Cegas

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Braille
INTRODUÇÃO

Com a recente publicação e vigência a partir de 1º de janeiro de 2003, da GRAFIA


BRAILLE PARA A LÍNGUA PORTUGUESA, aprovada pela portaria nº 2.678 de 24/09/2002, o
Ministério da Educação, além de reafirmar o compromisso com a formação, profissional do
cidadão cego brasileiro, contribuirá significativamente para unificação da grafia braille nos países
de Língua Portuguesa, conforme recomendação da União Mundial de Cegos - UMC e a
UNESCO. (Grafia Braille para Língua Portuguesa). p.9

"O principal objetivo deste documento é permitir que o Sistema Braille continue
sendo o instrumento fundamental na educação, reabilitação e profissionalização
das pessoas cegas." - Grafia Braille para a Língua portuguesa/ Secretaria de
Educação Especial - Brasília: MEC; SEESP. 2002.

O conhecimento do respectivo código e sua correta utilização devem constituir um


objetivo permanente para todos, de forma a facilitar à assimilação de padrões propiciadores da
melhoria do nível e desempenho do Deficiente Visual, quer na escrita e/ou na leitura da nova
Grafia Braille para a Língua Portuguesa.

I – HISTÓRIA DO SISTEMA BRAILLE

O Sistema Braille utilizado universalmente na leitura e na escrita por pessoas cegas, foi
inventado na França por Louis Braille,1 um jovem cego, no ano de 1825. Antes desse histórico
invento, registram-se inúmeras tentativas em diferentes países, no sentido de se encontrarem
meios que proporcionassem às pessoas cegas condições de ler e escrever. Dentre essas
tentativas, destaca-se o processo de representação dos caracteres comuns com linhas em alto
relevo, adaptado pelo francês Valentin Hauy, fundador da primeira escola para cegos no mundo,
em 1784, na cidade de Paris, denominado Instituto Real dos Jovens Cegos.

Foi nesta escola, que estudou Louis Braille. Onde os estudantes cegos tinham acesso
apenas à leitura, através do processo de seu fundador. O ensino constituía em fazer os alunos
repetirem as explicações e os textos ouvidos. Alguns livros escritos no sistema de Valentin Haüy,
método oficial de leitura para cego da época, permitiam leitura suplementar. Esses poucos livros
eram os únicos existentes. Até então, não havia recursos que permitissem à pessoa cega
comunicar-se pela escrita individual.

As dificuldades enfrentadas por Louis Braille em seus estudos o levaram desde cedo, a
preocupar-se com a possibilidade de criação de um sistema de escrita para cego. Para isso, ele
contou com a ajuda de outras pessoas como Charles Barbier de La Serre, oficial do exército
francês criador de um sistema de sinais em relevo denominado sonografia ou código militar. O
invento tinha como objetivo possibilitar a comunicação noturna entre oficiais nas campanhas de
guerra.

Barbier pensou na possibilidade de seu processo, servir para a comunicação entre


pessoas cegas, transformando-o num sistema de escrita com o nome de "grafia sonora".
Apresentou-o na escola onde Louis Braille estudou e foi professor, para a experimentação entre
as pessoas cegas do Instituto Real dos Jovens Cegos. O invento de Barbier não logrou êxito no
que se propunha, inicialmente, mas Louis Braille, jovem estudante, tomou conhecimento dessa
invenção, que se baseava em doze sinais, compreendendo linhas e pontos salientes,
representando sílabas na língua francesa.

Através deste sistema, qualquer frase podia ser escrita, mas como era um sistema
fonético as palavras não podiam ser soletradas. O número de pontos usados por símbolo sonoro
era grande, 12 pontos, tornando a decodificação tátil lenta e difícil. Louis Braille rapidamente
aprendeu a usar o sistema, que praticava sempre com um amigo, escrevendo como auxílio de

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Braille
uma régua guia e de um estilete. Adquirindo maior habilidade no uso do método, ele acabou
descobrindo que o sistema não permitia o conhecimento de ortografia, já que os sinais
representavam apenas sons; e não havia símbolos diferenciais: pontuação, números, símbolos
matemáticos e notação musical; e principalmente, a lentidão da leitura devido à complexidade
das combinações.

A significação tátil dos pontos em relevo do invento de Barbier foi à base para a criação
do Sistema Braille, que ficou pronto em 1824, quando tinha apenas 15 anos de idade, aplicável
tanto na leitura como na escrita por pessoas cegas e cuja estrutura diverge fundamentalmente
do processo que inspirou seu inventor.

O sistema Braille, onde 63 combinações representavam todas as letras do alfabeto, além


de acentuações, pontuações e sinais matemáticos. Constituindo assim um novo sistema que
leva o seu nome. A partir daí, em 1825, seu autor desenvolveu estudos que resultaram, em
1837, na proposta que definiu a estrutura básica do sistema, ainda hoje utilizada mundialmente.

Apesar dos esforços de Louis Braille para aperfeiçoar e desenvolver seu sistema, e de
sua aceitação pelos alunos da instituição, o método de ensino continuava sendo as letras em
relevo de Valentin Haüy, pois muitos professores conservadores relutavam em abandonar o
tradicional método.

O diretor da época era contrário a oficialização do sistema, pois julgava que o Sistema
Braille isolava os cegos. Em 1840, o Ministro Francês do Interior, a quem coube a decisão final,
opinou que os estudos em Braille deveriam ser encorajados, mas que eles não estavam prontos
para a mudança do sistema.

Só quando, em 1843, o Instituto Real para Jovens Cegos foi transferido para um novo
prédio, é que o diretor passou a aceitar o Sistema Braille. Na inauguração, seu método
finalmente foi demonstrado publicamente e aceito.

Comprovadamente, o Sistema Braille teve plena aceitação por parte das pessoas cegas,
tendo-se registrado, no entanto, algumas tentativas para a adoção de outras formas de leitura e
escrita, e ainda outras, sem resultado prático, para aperfeiçoamento da invenção de Louis
Braille.

A partir da invenção do Sistema Braille, em 1825, seu autor desenvolveu estudos que
resultaram, em 1837, na proposta que definiu a estrutura básica do sistema, ainda hoje utilizada
mundialmente Apesar de algumas resistências mais ou menos prolongadas em outros países da
Europa e nos Estados Unidos, o Sistema Braille, por sua eficiência e vasta aplicabilidade, se
impôs definitivamente como o melhor meio de leitura e de escrita para as pessoas cegas.

Em 1878, um congresso internacional realizado em Paris, com a participação de onze


países europeus e dos Estados Unidos, estabeleceu que o Sistema Braille deveria ser adotado
de forma padronizada, para uso na literatura, exatamente de acordo com a proposta da estrutura
do sistema, apresentada e concluído em 1837 por Louis Braille em 1837.

Os símbolos fundamentais do Sistema Braille utilizados para as notações musicais foram,


também, apresentados pelo próprio Louis Braille na versão final dos estudos constantes da
proposta de estrutura do sistema concluída em 1837. Lemos, p.17.
_____________________________________________________________________________________
Louis Braille nasceu em quatro de janeiro de 1809/1852, na pequena cidade de Coupvray, pertencente
ao Distrito de Seine-Marne, situado à cerca de 45km de Paris. No ano de 1812, ao brincar como de
costume, na oficina de seu pai, feriu seu olho esquerdo ao tentar perfurar um pedaço de couro com um
objeto pontiagudo, causado grave hemorragia. O ferimento infeccionou e não havia auxílio médico eficaz
para eliminar o centro da infecção. Veio a conjuntivite e depois a oftalmia. Alguns meses mais tarde, a
infeção atingiu o outro olho e a cegueira total adveio quando Louis Braille estava com 5 anos.

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Braille
II SISTEMA BRAILLE

O sistema Braille foi adotado no Brasil a partir de 1854, com a criação do Imperial Instituto
dos Meninos Cegos, hoje Instituto Benjamin Constant. Esse sistema inventado por Louis, em
1825, foi utilizado em nosso país, na forma original, até a década de 40 do século XX.

A reforma ortográfica da Língua Portuguesa, ocorrido à época, impôs algumas


modificações no Braille de origem francesa, aqui utilizado. As alterações ocorridas
posteriormente se deram por professores, técnicos especializados e de instituições ligadas à
educação e à produção de livros em Braille que mantiveram o sistema acessível e atualizado até
o final do século.

O Sistema Braille na sua aplicação, quase todos os sinais conservam a sua significação
original. Apenas algumas vogais acentuadas e outros símbolos se representam por sinais que
lhes são exclusivos. Assim dentro desta estrutura, são obtidas as combinações diferentes que
constituem o Sistema pelo qual, em todo o mundo, as pessoas cegas têm acesso à leitura e à
escrita de suas respectivas línguas.

Os sinais que se empregam na escrita corrente de texto em Língua Portuguesa tem a


significação seguinte:

2.1 Alfabeto

abcdefghij
a b c d e f g h i j
klmnopqrst
k l m n o p q r s t
uvxyz w
u v x y z w
Alfabeto básico de 26 caracteres. Repare que as letras de a até j recebem a inclusão do
ponto para gerar as letras de k até t , e dos pontos 3 e 4 para gerar de u até z (a letra w não
segue esta regra de formação, pois ela não existia no alfabeto francês, na época em que Louis
Braille viveu.

Ver Anexo I - uma representação figurativa mais completa, com mais caracteres, números, letras
acentuadas e sinais de pontuações.

2.2 Letras com Diacríticos

Letras a a e e i i o o u u - -
Acento agudo á ( é = í / ó + ú ) - -
Acento grave à ( - - - - - - - - - -
A. circunflexo â * ê < - - ô ? - - - -
Til ã > - - - - õ [ - - - -
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Trema - - - - - - - - ü \ - -
Cedilha - - - - - - - - - - ç &
Diacríticos são sinais que modificam o som da letra (também chamados de notações
ortográficas): acentos: agudo, circunflexo, grave e os sinais: til, cedilha, trema e apóstrofo.
O “c” com a cedilha (ç) é específico da Língua Portuguesa, assim como o “n” com til (ñ), é
específico da Língua Espanhola.

2.3 Definições/Identificação dos Pontos

O Sistema Braille é uma escrita em relevo, constituído por 63 sinais codificados por
pontos, a partir do conjunto matricial formado por = 6 pontos, distribuídos entre duas colunas,
descritas pelos números de cima para baixo: à esquerda l(pontos 123) e: à direita _(pontos
456). Juntos, representam a cela braille, também, a vogal = é (e com acento agudo).

2.4 Referencial de Posição - Cela Braille


Esse espaço ocupado pelos pontos = (123456), que mede 3x4mm, aproximadamente,
ou por qualquer outro sinal, é chamado por cela ou (célula) Braille. mesmo quando vazio,
também, é considerado por alguns expert, como um sinal.
Aqueles em cuja constituição figuram os pontos 1 e/ou 4, mas em que não entram os
pontos 3 nem 6, chamam-se sinais superiores. E aqueles que formados sem os pontos 1 e 4
chamam-se sinais inferiores
Exemplos:
Sinais superiores (14) c(245)j
Sinais inferiores (356) 0 (25) 3

2.4.1 Quando na transcrição de código, tabelas, etc., um sinal inferior ou da coluna direita
aparece isolado (entre celas vazias), e há possibilidade de o confundir com outro sinal,
coloca-se junto dele o sinal fundamental (123456) que, neste caso, vale apenas como
referencial de posição.
Exemplos:
=19=3=9=`=.=,


III GRAFIA BRAILLE PARA A LÍNGUA PORTUGUESA

Com a aprovação e publicação da Grafia Braille para a Língua Portuguesa, Além de


símbolos já consagrados na escrita braille, a grafia em vigor, traz algumas alterações. Novos
símbolos e um conjunto de normas para a aplicação de toda essa simbologia, às informações
complementares e a adequação gráfica decorrente do novo Sistema. Exemplos variados são
demonstrados nesta Apostila que se destina especialmente para os professores e vários outros
profissionais, bem como, para o usuário do Sistema Braille.

“O principal objetivo deste documento é permitir que o Sistema Braille continue sendo o
instrumento fundamental na educação, reabilitação e profissionalização das pessoas cegas –
Comissão Brasileira de Braille” – Grafia Braille para a Língua portuguesa “, SEESP p.12”.

3.1 Ordem Braille


É a representação na sua forma original (criação), de uma seqüência de fileiras
denominada “Ordem Braille”, que se distribuem sistematicamente, por 7 séries; constituídas por
10 sinais em cada uma delas, exceto a 6ª e a 7ª.
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3.1.1 A 1ª série (base para construção das demais séries), é composta pelos sinais de
pontos todos superiores. Aqueles em cuja constituição, figuram os pontos 1 e/ou 2, 4 e 5, mas
que não entram o ponto 3 ou 6, em suas combinações. Esses dois últimos, isolados e/ou
combinados, servem para a construção das demais séries que se seguem.
3.1.2 A 2ª série obtém-se juntando a cada um dos sinais da 1ª o ponto 3.
3.1.3 A 3ª série resulta da adição dos pontos 3 e 6 aos sinais da série superior.
3.1.4 A 4ª série é formada pela junção do ponto 6 a cada um dos sinais da 1ª série.

3.2 Escrita Braille


O Braille se faz ponto a ponto na reglete fig.1 (da direita para esquerda), ou letra a letra
na máquina braile, igual como se escreve a tinta, ou seja, da esquerda para direita. É um
processo de escrita em relevo mais adotado em todo mundo e se aplica não só a representação
dos símbolos literais, mas também à dos matemáticos químicos, fonéticos, informáticos,
musicais, etc.

3.3 Reglete e Punção


A reglete é o instrumento utilizado para a pessoa cega produzir, a escrita braille.
Juntamente com o Punção: que é um pequeno estilete (furador) que forma o conjunto para a
impressão em papel (40kg) especial para a impressão dos caracteres em Braille. Também são
importantes na escrita do Sistema Braille a máquina Perkins (fig.2), e máquinas Impressoras de
braille de grande porte, geralmente instaladas em gráficas, Editoras de livros em Braille e as de
médio porte, em Colégios de referência em Educação Especial e de Educação Inclusiva.

Fig. 1: A reglete aberta com punção à direita

3.4. Máquina Perkins

A máquina Perkins, (básica de escrever em Braille), possui nove teclas, ao centro está a
barra de espaço e à esquerda, na ordem, as teclas para os pontos 1, 2 e 3 e na extremidade
esquerda, a tecla de espaçamento de linha. À direita da barra de espaço, estão as teclas para os
pontos 4, 5, e 6 nesta ordem e na extremidade direita, a tecla de retrocesso.
Nas laterais superiores estão dois botões, estes são as únicas projeções da máquina.
Movendo-se na direção do digitador, alimenta o papel para a máquina e movendo-se no sentido
inverso retira o papel. Para se teclar uma letra, deve-se pressionar as teclas correspondentes à
ordem dos pontos desta letra na cela Braille.

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Fig. 2: Máquina Perkins.

O Sistema Braille na sua aplicação à Língua Portuguesa, quase todos os sinais


conservam a sua significação original. Apenas algumas vogais acentuadas e outros símbolos
são representados por sinais que lhes são exclusivos.
Assim dentro desta estrutura são obtidas as combinações diferentes que constituem o
Sistema pelo qual, em todo o mundo, as pessoas cegas têm acesso à leitura e à escrita de suas
respectivas línguas, da Matemática, Física, Química, Música, mais recentemente da Informática.

3.5 Sinais Simples e Compostos.

Os sinais do Sistema Braille recebem designações diferentes de acordo com o espaço


que ocupa. Os que ocupam uma só cela denominam-se sinais simples.
Exemplos: letra m m
(134); e hífen -
(36)
Aqueles cuja constituição figuram duas ou mais celas são chamados de sinais
compostos.
Exemplos: (abre parênteses <' (126 3); fecha parênteses) ,> (6 345);
reticências ''' (3 3 3)
3.6 Pontuações e Sinais Acessórios

Os sinais de pontuações e acessórios seguem a mesma regra descrita anteriormente


(letras com Diacrítico), ou seja, existe para cada sinal de pontuação da escrita cursiva um sinal
representante na grafia braille. Não deixando de utilizar as normas e regras da gramática da
língua a qual está sendo aplicada a grafia braille. (Ver Apêndice - Grafia Braille para a Língua
Portuguesa).

3.7 Sinais Exclusivos da Escrita Braille

Como já foi dito anteriormente, o Sistema Braille tem um código específico para cada
sinal da escrita cursiva da Língua Portuguesa. Porém no Código Braille não existe "letra
maiúscula, caixa alta e nem números", como se conhece na escrita convencional á tinta. Daí os
sinais exclusivos para compor a Grafia Braille para a Língua Portuguesa.
Ver Anexo II - Alfabeto Braille (Descritivo). Cada símbolo é representado pelos números
que indicam a posição relativa à impressão na cela braille, dos pontos formadores de cada
caracter

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Braille
3.7.1 Sinal de Maiúscula

As letras maiúsculas representam-se pelas minúsculas precedidas imediatamente do


sinal  (46), com o qual formam um símbolo composto (sinal composto é formado por mais de
uma cela juntas para representar um símbolo).
Exemplos: A .a B .b C .c D .d E .e F .f
Paz .paz Brasil .brasil

3.7.2 Sinal de Caixa Alta

Para indicar que todas as letras de uma palavra são maiúsculas utiliza-se o sinal
composto .. (46 46) antes da primeira letra
Exemplos: PAZ ..paz BRASIL ..brasil
3.7.3 Sinal de Série Maiúsculas

Na transcrição de um título, onde se tem mais de três palavras todas em maiúsculas,


utiliza-se o sinal composto 3.. (25 46 46) no início da frase e o sinal composto de todas
maiúscula ..
(46 46) antes da última palavra da série.
Exemplo:

LER É A ARTE DE DESFAZER NÓS CEGOS. Goethe


3..ler = a arte de desfazer n+s ..cegos'

3.8 Siglas

As siglas são constituídas por iniciais maiúsculas antepondo-se o sinal composto (46
46)
Exemplos: IBC ..ibc
ONU ..onu

Quando, no original em tinta, as iniciais são seguidas de pontos abreviativo, antepõe-se a


.
cada uma delas o sinal simples (46)
Exemplo: S.O.S .s'.o'.s'
IV NÚMEROS E SINAIS COM ELES USADOS

4.1 Representação (Sinal de Número) de Algarismos

Os caracteres da 1ª série (ver ordem braile), precedidos do sinal de número, pontos #


(3456), representam os algarismos de um a zero. Quando um número é formado por dois ou
mais algarismos, só o primeiro é precedido deste sinal.

Exemplos:
um #a 1
dois #b 2
três #c 3
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quatro #d 4
zero #h 0
vinte #bj 20
cento e dez #aaj 110
quinhentos e um #eja 501
mil e cinqüenta #1jej 1050

4.2 Vírgula Decimal e Ponto Separador de Classe


O sinal 1(2) representa a vírgula decimal e o ' (3), ponto que na escrita cursiva
representa o ponto separador de classe.
Exemplos:
0,75 #j1ge 4,8 #d1h
4.2.1 O ponto separador de classe é corrente, contudo, só efetuar tal separação em números
constituídos por mais de quatro algarismos, na parte inteira ou parte decimal.
Exemplos:
10.000 #aj'jjj
4.000.000 #d'jjj'jjj
0,325 #j1cbe
35.087,125 #jc'jhg1abe
4.3 Números Ordinais

Os números ordinais são representados pelos caracteres da 1ª série, porém escritos na


parte inferior da cela braille  (2356), precedido pelo sinal de nº. (3456), seguido de uma das
terminações o, a, os, as.
Exemplos:
1º #1o 7ª #7a
18os #1hos 40as  #40as
4.4 Datas

A representação de datas sob a forma inteiramente numéricas deve obedecer às


seguintes regras:
Os elementos constitutivos da data devem ser, separados por barra ou hífen, e
colocados pela ordem dia-mês-ano, utilizando-se dois algarismos para o dia, dois para o mês
dois ou quatro para o ano.
A representação deve ser feita com algarismos arábicos. Na representação do ano não
se emprega o ponto separador de classe.
O sinal de número # (3456), deve ser repetido antes de cada elemento, ou seja dia,
mês e ano.
Exemplos:
Data com hífen #ja-#ji
01-09-05
com barra 25/12/99 #be,1#ab,1#ii
Ano com quatro algarismos: 16-06-1922 #af-#jf-#aibb
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4.5 Algarismos Romanos.

Para escrever a numeração romana empregam-se letras maiúsculas.


Exemplos:
5 .v 10.x 50 .l 100 .cjj 500 .d 1000 .m
4.5.1 Quando o número é constituído por duas ou mais letras emprega-se o sinal caixa alta 
(46 46) antes da primeira letra.

Exemplos:
..ii CDXIX ..cdxix
II
XL ..xl MCMXXXV ..mcmxxxv

V SINAIS DE ITÁLICO E OUTRAS VARIANTES TIPOGRÁFICAS

5.1 Sinal de Destaque

O sinal 9(35) , além de asterisco, é o correspondente braille do itálico, sublinhado,


negrito e da impressão em outros tipos (cursivo, normando, etc.). Antepõe-se e pospõe-se
imediatamente a texto, fragmento de texto, palavra ou elemento de palavra a destacar.

Exemplo:
A formação intelectual só é possível através da polêmica. Humbold

9.a forma&>o intelectual s+ =


poss/vel atrav=s da pol<mica'9
.humbold
5.1.1 Se o texto a destacar é constituído por mais de um parágrafo, o sinal 9 (3.5)
antepõe-se a cada um deles e pospõe-se apenas ao último.
5.1.2O sinal [o (246 135) representa um círculo e serve para destacar certas formas de
enumeração.

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Apêndice

A GRAFIA BRAILLE DA LÍNGUA PORTUGUESA consiste no conjunto do material


signográfico e das instruções/recomendações orientadoras da sua utilização na escrita corrente
de textos em Língua Portuguesa. A matéria desta Grafia está exposta em três capítulos, 56
parágrafos e quatro apêndices. Apresenta e define a Ordem do Sistema Braille, assim como, se
procede às recomendações para a sua aplicação. Portaria nº. 2.678 de 24 de setembro de 2002,
p.13

Pontuação e Sinais Acessório p22


virgula (2)
ponto e virgula (23)
dois pontos (25)
Ponto; apóstrofo (3)
Interrogação (26)
exclamação (235)
reticência (3 3 3)
hífen ou traço de união (36)
travessão (3636)
círculo (246 135)
abre parênteses (126 3)
fecha parênteses (6 345)
abre e fecha colchete (12356 3)
fecha colchete (6 23456)
abre e fecha aspas, virgulas altas ou coma (236)
abre e fecha aspas angulares (6 236)
abre e fecha outras variantes de aspas ( aspas simples por exemplo) (56 236)
asterisco (35) o mesmo que sinal de destaque, ex: itálico, negrito, sublinhado (...).
é comercial (12346) ( o mesmo que ç )
barra (6 2)
barra vertical (456)
seta para direita (25 135 p51)
seta para esquerda (246 25)
seta de duplo sentido (245 25 135)

Sinais Usados com Números p23

Euro (4 15)
cifrão (56)
por cento (456 356)
por mil (456 356 356)
parágrafo(s) jurídico(s) (234 234)
mais (235)
menos (36)
multiplicado por (236)
dividido por, traço de fração (256)
igual a (2356)
traço de fração (5 256)
maior que (135)
menor que (246)
grau (356)
minuto(s) (1256)
segundo(s) (1256 1256)

Sinais Exclusivos da Escrita Braille p23

sinal de maiúscula (46)

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sinal de maiúscula todas letras da palavra (46 46)
sinal de série de palavras com todas as letras maiúsculas (25 46 46)
sinal de minúscula latina; sinal especial de translineação de expressões matemáticas ( 5 )
sinal restituidor do significado original de um símbolo braille (56)
sinal de número (3456)
sinal de expoente ou índice superior (16)
sinal de índice inferior (34)
sinal de itálico, negrito ou sublinhado (35)
sinal de transpaginação (5 25)
arroba (345) apêndice 1 p65
sinal delimitador de contexto informático apêndice 1p66

Símbolos Usados em Contextos Informáticos p66 (errata 11-12-02)

til autônomo (2346)


barra oblíqua (256)
arroba (156)
barra vertical (456 123)
sinal de translineação (5)
sinal delimitador de contexto informático (5 2)
barra invertida ou "raiz" (5 3)
indicador de início de sublinhado (456 36)
indicador de fim de sublinhado (456 25)
cardinal ou "cerquinha" (3456 13)
caracteres sublinhados autônomos (46 36)
apóstrofo (6)
maior que (5 135)
menor que (5 246)
abre parênteses (5 126)
fecha parênteses (5 345)
abre colchete (5 12356)
fecha colchete (5 23356)

Referências Bibliográficas

GRAFIA BBRAILLE PARA A LÍNGUA PORTUGUESA/Secretaria de Educação Especial


- Brasília: MEC; SEESP, 2002. 93 p.

LUCY, J. - Louis Braille: sua vida e seu sistema . 2ª ed., Fundação para o Livro do
Cego no Brasil - São Paulo, 1978

LEMOS, E.R, e CERQUEIRA, J. B. Revista Benjamim Constant, nº 2, pg. 13, 1996

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Professora Elizabeth Canejo Sistema
Braille

ANEXO I

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Professora Elizabeth Canejo Sistema
Braille
ANEXO II

CÓDIGO BRAILLE NA GRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA


Descrição dos pontos em braille, que se empregam na escrita corrente de textos em Língua Portuguesa

Alfabeto Braille Circunflexo


a a (1) â * (16)
b b (12) ê < (126)
c c (14) ô ? (1456)
d d (145) Til
e e (15) ã > (345)
f f (124) õ [ (246)
g g (1245) Crase e Cedilha
h H (125) à ( (1246)
i u (24) ç & (12346)
j j (245) Pontuação e Sinais Acessórios
k k (13) Virgula 1 (2)
l l (123) Ponto e virgula 2 (23)
m m (134) Dois pontos 3 (25)
n n (1345) Ponto; apóstrofo ' (3)
o o (135) Interrogação 5 (26)
p p (1234) Exclamação 6 (235)
q q (12345) Abre parênteses <' (126 3)
r r (1235) Fecha parênteses ,> (6 345)
s S (234) Abre e fecha aspas 8 (236)
t T (2345) Asterisco 9 (35)
u U (136) Reticências ''' (3 3 3)
v V (1236) Círculo [o (246 135)
w W (2456) Hífen - (36)
x X (1346) Travessão -- (36 36)
y Y (13456) Sinais Exclusivos da Escrita Braille
z \ (1356) Maiúscula . (46)
Todos os Diacríticos Todas maiúsculas .. (46 46)
Acento Agudo e Trema Série maiúsculas 3.. (25 46 46)
á ( (12356) Sinal de número # (3456)
é = (123456) Símbolos Usados em Contexto Informático
í / (34) Til autônomo ! (2346)
ó + (346) Barra oblíqua 4 (256)
ú ) (23456) Arroba : (156)
ü \ (1256) Sinal translineação " (5)

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Professora Elizabeth Canejo Sistema
Braille
ANEXO III

Noções Práticas para o Relacionamento com Pessoas Cegas

A falta de orientação constitui um dos principais fatores responsáveis por erros , embora
baseados na boa intenção, cometidos por aqueles que convivem direta ou indiretamente com
cegos e amblíopes1. Estas noções foram atualizadas por professores do Instituto Benjamim
Constant, a partir de daquelas formuladas por Robert Atkinson, Diretor do Braille Institute of
America — California, dedicado à reabilitação de deficientes visuais.
1. Não trate as pessoas cegas como seres diferentes somente porque não podem ver. Saiba
que elas estão sempre interessadas no que você gosta de ler, ouvir e falar.
2. Não generalize aspectos positivos ou negativos de uma pessoa cega que você conheça,
estendendo-os a outros cegos. Não se esqueça que a natureza dotou a todos os seres de
diferenças individuais mais ou menos acentuadas.
3. Procure não limitar a pessoa cega mais do que a própria cegueira faz, impedindo-a de
realizar o que ela sabe, pode e deve fazer sozinha.
4. Não se dirija a uma pessoa cega chamando-a de “cega” ou “ceguinho”; é falta elementar de
educação, podendo mesmo constituir ofensa chamar alguém pela palavra designativa de
sua deficiência física, moral ou intelectual.
5. Não fale com a pessoa cega como se ela fosse surda; o fato de não enxergar não significa
que não ouça bem.
6. Não se refira à cegueira como desgraça. Ela pode ser assim encarada logo após a perda
da visão, mas a orientação adequada consegue reduzi-la a defeito físico suportável, como
acontece em muitos casos.
7. Não diga que tem pene da pessoa cega, nem lhe mostre exagerada solidariedade. Ela não
necessita de piedade e sim de compreensão.
8. Não exclame “maravilhoso”, “extraordinário”, ao ver o cego consultar o relógio, discar o
telefone ou assinar o nome.
9. Não fale de “sexto sentido”, nem de “compensação da natureza” — isso perpetua conceitos
errôneos. O que há na pessoa cega é o simples desenvolvimento de recursos mentais
latentes em todos os seres humanos.
10. Não modifique a linguagem para evitar a palavra “ver”, substituindo-a por “ouvir”.
Conversando sobre a cegueira com quem não vê, use a palavra “cego” sem rodeios.
11. Não deixe de oferecer auxílio à pessoa cega que esteja querendo atravessar a rua ou
tomar condução, ainda que seu oferecimento seja recusado ou mesmo mal recebido por
alguma delas; esteja certo que a maioria lhe agradecerá o gesto.
12. Não suponha que a pessoa cega possa localizar a porta onde deseja entrar ou o lugar
onde queira ir, contando os passos.
13. Não tenha constrangimento em receber ajuda, admitir colaboração ou aceitar gentilezas
por parte de alguma pessoa cega. Tenha sempre em mente que a solidariedade humana
deve ser praticada por todos e ninguém é tão incapaz que não tenha algo para dar.
14. Não se dirija a pessoa cega através de seu guia ou companheiro, admitindo assim que ela
não tenha condição de compreendê-lo.
15. Não guie a pessoa cega empurrando-a ou puxando-a pelo braço; basta deixá-la segurar
seu braço, que o movimento de seu corpo lhe dará a orientação de que ela precisa. Nas
passagens estreitas, tome a frente e deixe-a seguí-lo, com a mão em seu ombro.
16. Quando passear com pessoa cega que já estiver acompanhada, não a pegue pelo outro
braço, nem lhe fique dando avisos. Deixe-a ser orientada somente pela pessoa que a
estiver guiando.
17. Não carregue o cego ao ajudá-lo a atravessar a rua, tomar condução subir ou descer
escadas. Para guiá-lo basta pôr-lhe a mão no balaústre ou no corrimão.
18. Não pegue a pessoa cega pelos braços rodando com ela para pô-la na posição de sentar-
se, empurrando-a depois para a cadeira. Basta pôr-lhe a mão no espaldar ou no braço da
cadeira, que isto lhe indicará a posição.
19. Não guie a pessoa cega em diagonal ao atravessar um cruzamento. Isso pode fazê-la
perder a orientação.
1
- Possuidor de visão subnormal.
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Professora Elizabeth Canejo Sistema
Braille
20. Não diga apenas “à direita” ou “à esquerda”, ao procurar orientar uma pessoa cega à
distância. Muitos se enganam ao tomarem a referência sua própria posição e não a do
cego que caminha em sentido contrário ao seu.
21. Não deixe portas meio abertas onde haja pessoas cegas. Conserve-as sempre fechadas
ou bem encostadas à parede, quando abertas. A porta meio aberta é um obstáculo muito
perigoso para o cego.
22. Não deixe nada no caminho por onde uma pessoa cega costume passar.
23. Não bata a porta do automóvel onde esteja uma pessoa cega sem ter a certeza de que
não irá lhe prender os dedos. Estes são a sua maior riqueza.
24. Não deixe de falar ao entrar no recinto onde haja uma pessoa cega; isso anuncia a sua
presença e auxilia a identificá-la.
25. Não saia de repente quando estiver conversando com uma pessoa cega, principalmente
se houver barulho que a impeça de perceber seu afastamento. Ela pode dirigir-lhe a
palavra e ver-se na desagradável situação de falar sozinha, chamando a atenção dos
outros para si.
26. Não deixe de apertar a mão da pessoa cega ao encontrá-la ou despedir-se dela. O aperto
de mão cordial substitui, para ela, o sorriso amável.
27. Não desperdice seu tempo nem o da pessoa cega perguntando-lhe: “Sabe quem sou
eu?”, “Veja se adivinha que está aqui...”, “Não vá dizer que não me conhece...”. Só o faça
se tiver realmente muita intimidade com ela. Se houver muito barulho em volta, o melhor é
dizer: “É o fulano, como vai?”
28. Não deixe de apresentar seu visitante cego a todas as pessoas presentes; assim
procedendo você facilitará a integração dele ao grupo.
29. Mostre ao seu hóspede cego as principais dependências da sua casa, a fim de que ele
aprenda detalhes significativos e a posição relativa dos cômodos, podendo assim
locomover-se sozinho.
30. Não pense que seu hóspede cego é criatura diferente, precisando de alguém que o vista,
ponha-lhe o guardanapo ou lhe dê de comer.
31. Não se constranja em advertir a pessoa cega quanto a qualquer incorreção no seu
vestuário, para que ela não se veja na situação desagradável de suscitar a piedade alheia.
32. Não estranhe quando a pessoa cega perguntar pelo interruptor de luz, em casa ou no
escritório. Isto lhe permite acender a luz para outros e, não raro, ela própria prefere
trabalhar com luz.
33. Não fique preocupado em orientar a colher ou o garfo da pessoa cega para apanhar a
comida no prato. Ela pode falhar algumas vezes, mas acabará por comer tudo. Ser-lhe-á
penoso ter você a lhe dizer constantemente onde está o alimento.
34. Não procure saber se o café da pessoa cega está bom de açúcar interrogando o seu
acompanhante. Ninguém melhor que o próprio cego terá condições de lhe dar a resposta.
35. Não encha a xícara da pessoa cega até a borda. Ela tem dificuldade em mantê-la
equilibrada, sem entornar.
36. O pedestre cego é muito mais observador que os outros. Ele tem meios e modos de saber
onde está e para onde vai, sem precisar estar contando os passos. Antes de sair de casa,
ele faz o que todas as pessoas fazem: procura saber bem o caminho a seguir para chegar
ao seu destino. Na primeira caminhada poderá errar um pouco, mas depois raramente se
enganará. Saliências, depressões, quaisquer ruídos e odores característicos, tudo ele
observa para sua melhor orientação.

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