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E QUÍMICA DE ARGILAS
SÃO LUÍS
2019
1. INTRODUÇÃO
A identificação das fases presentes nas argilas foram feitas por Difração de
Raios-X (DRX). A composição química foi obtida por Fluorescência de Raios-X
(FRX). A quantificação das fases encontradas foi alcançada por análise racional.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Percebe-se pelos gráficos que apenas uma ou duas fases estão presentes, Quartzo
(SiO2) e Caulinita (Al2O3.2.SiO2.2H2O). Devido a predominância dessas fases em
argilas vermelhas, é natural que os resultados de DRX tenham identificado apenas elas,
uma vez que é uma técnica que raramente detecta fases abaixo de 10% em peso num
material, o que inviabiliza qualquer tipo de comparação e discussão de resultados
Devido a isso, fez se necessário a realização da análise química nos materiais
para observar a presença de outros elementos, e as possíveis fases que eles formam. A
tabela 1 discrimina os principais óxidos presentes nas argilas.
Tabela 1. Análise Química das Argilas
Argila A (%) Argila B (%) Argila C (%)
SiO2 70,59 64,75 58,24
Al2O3 19,14 22,34 25,18
Fe2O3 6,64 7,68 9,66
TiO2 2,05 3,12 2,93
K2O 0,47 0,86 1,54
CaO 0,35 0,11 -
ZrO2 0,28 0,1 0,14
SO2 0,24 0,24 0,33
MgO - 0,63 0,75
BaCO3 - - 1,04
Outros 0,24 0,17 0,19
A análise química mostrou que a Argila A é mais rica em sílica e mais pobre em
alumina, o que significa uma alta relação SiO2/Al2O3 (3,68). Além do mais há uma
baixa presença de álcalis (K2O) e uma porcentagem de matéria orgânica (CaO) superior
as das outras duas argilas. Esses resultados mostram que essa argila é do tipo magra,
portanto sendo inapropriada para seu uso como tijolos, que exige uma elevada
plasticidade da argila. Argilas magras são comumente utilizadas na fabricação de telhas
e blocos, pois exigem maior dureza e tenacidade.
A composição química da Argila C confere a sua elevada plasticidade em
relação às outras duas. Por causa da baixa relação SiO2/Al2O3 (2,31), alta presença de
álcalis (1,54%) e baixa porcentagem de matéria orgânica, essa argila é a mais
apropriada para sua aplicação como tijolos em cerâmica estrutural. Ademais, a presença
de carbonato de bário deve-se a uma possível falha durante a análise do material, uma
vez que é incomum a presença desse carbonato em argilas da região.
As análises por difração de raios X e fluorescência de raios X fornecem como
resultados as fases presentes na argila e a relação dos elementos constituintes da argila
com a sua proporção na forma de óxidos, respectivamente. Por meio da combinação da
análise mineralógica qualitativa e da análise química quantitativa, onde os elementos
são todos considerados existindo na forma de óxidos, têm-se informações suficientes
para determinar a composição mineralógica das fases presentes na argila. Essa técnica é
conhecida como análise racional, e tem como fundamento básico a resolução simultânea
de equações lineares montadas para cada fase detectada por difração de raios X [4].
Os cálculos realizados para a análise racional não serão descritos neste relatório,
pois o mesmo ficaria muito extenso, além do que, fugiria do seu objetivo principal, Com
isso, a tabela 2, mostra a composição das fases mineralógicas calculadas pela técnica de
análise racional.
Tabela 2. Composição das fases presentes nas argilas, obtidas por análise racional.
Muscovita
(K2O.3Al2O3.6SiO2.2H2O) 4,03 7,34 13,04
Esse relatório teve como objetivo comparar amostras de três argilas (A, B e C) a
partir de caracterização mineralógica por DRX, análise química por FRX, e análise
racional a partir dos resultados de DRX e FRX.
A análise de DRX mostrou apenas a presença de fases majoritárias como
caulinita e quartzo. Os resultados de FRX mostraram a presença de óxidos comuns às
argilas e que não foram observados por DRX. A análise racional quantificou fases como
caulinita, hematita, quartzo e muscovita.
Ao comparar os resultados das argilas, conclui-se que a argila C, é a mais ideal
para aplicações em tijolos maciços ou vazados devido ser mais plástica e resistente pela
maior presença de caulinita e muscovita. A argila A, por ser rica em quartzo livre e
pobre em caulinita, é recomendado seu uso em tijolos e blocos.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] SOUSA SANTOS, P. Ciência e tecnologia das argilas. São Paulo: Editora Edgar
Blucher, 1989.