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Alveolados

Sinapomorfia dos alveolados: logo abaixo da membrana celular, apresenta uma camada de
alvéolos corticais, ou seja, uma série de sáculos membranosos que conferem maior resistência
mecânica a células

Os alveolados pertencem a uma das linhagens de unicelulares que derivam do processo de


endossimbiose secundária com algas vermelhas. Na origem do grupo dos alveolados houve
perda da ficobiliproteína, um pigmento fotossintetizante presente nas algas vermelhas.

As três principais linhagens de organismos alveolados são: dinoflagelados, apicomplexos e


ciliados. Na linhagem que levou aos dinoflagelados, houve o surgimento de um tipo especial de
pigmento, a peridinina. Nesses organismos então os pigmentos fotossintetizantes são a
clorofila a e c e as peridininas. Apesar de muitos dinoflagelados serem fotossintetizantes, há
inúmeras espécies heterótrofas, que perderam o cloroplasto.

 Dinoflagelados

Os dinoflagelados são organismos unicelulares que em alguns casos formam colônias. A


maioria são marinhos, embora existam representantes de água doce também. A maioria das
espécies é de vida livre, mas algumas são parasitas. Uma das ordens de dinoflagelados reúne
apenas espécies parasitas intracelulares. Mas dentre os dinoflagelados há também espécies
que vivem em mutualismo com eucariontes unicelulares, cnidários e moluscos. Nos casos de
mutualismo, os dinoflagelados são fotossintetizantes e muito modificados, sendo chamadas
coletivamente de zooxantelas. Os dinoflagelados fotossintetizantes representam grande parte
do fitoplâncton marinho, possuindo papel importante na produção primária do planeta.

 Importância econômica

Algumas espécies de dinoflagelados são causadoras da maré vermelha. A maré vermelha é


consequência de uma proliferação populacional de dinoflagelados, que produzem
neurotoxinas. Essa proliferação aumenta a concentração dessas toxinas, atingidos níveis letais
para organismos marinhos e até para o ser humano. Essas toxinas não são liberadas para o
meio, mas afetam os organismos pela ruptura das suas células, seja por ingestão ou morte
celular. O principal impacto econômico é a morte de milhares de peixes em locais explorados
pela indústria pesqueira e pela aquicultura. A cor vermelha não é causada pela toxina, mas sim
pelos próprios pigmentos dos dinoflagelados.

 Morfologia
O nome dinoflagelado vem do grego dineo (girar), dado o modo como muitas espécies se
movimentam na água, girando pela ação de dois flagelos: um longitudinal e outro transversal,
ambos alojados em sulcos (um longitudinal e um transversal), que recebem também o nome
de cíngulo. O flagelo transversal confere ao dinoflagelado um movimento circular, enquanto o
flagelo longitudinal o impulsiona para a frente. Combinados, proporcionam ao indivíduo um
movimento em espiral.
O conjunto dos alvéolos dos dinoflagelados formam a teca ou anfiesma. Na maioria dos
dinoflagelados os alvéolos são preenchido por depósitos de celulose, que pode ser bastante
espessos em alguns casos. Os que possuem celulose nos alvéolos são coletivamente chamados
de tecados e o que não possuem, de atecados. Cada alvéolo representa uma placa e forma, a
disposição e o n° dessas placas são características fundamentais para a taxonomia desse
grupo.

 Nutrição

Muitos dinoflagelados não possuem aparato fotossintetizante e obtém sua nutrição através da
ingestão de partículas sólidas ou pela absorção de compostos orgânicos dissolvidos. Mesmo
muitos organismos fotossintetizantes podem ser alimentar dessa maneira, esses organismos
que utilizam fontes orgânica e inorgânica de carbono são denominados mixotróficos. Alguns
dinoflagelados se alimentam projetando uma estrutura tubular, chamada pedúnculo, que
pode sugar a matéria orgânica para dentro da célula. O pedúnculo é recolhido para dentro da
célula quando a alimentação termina. Dinoflagelados apresentam clorofila a e c, que
geralmente são mascaradas por pigmentos carotenoides, como a peridinina. Outros
dinoflagelados possuem plastídeos verdes ou azul-esverdeados derivados de algas verdes
ingeridas ou criptomonas. A reserva alimentar de carboidratos nos dinoflagelados é o amido,
que é armazenado no citosol.

 Reprodução

Nos dinoflagelados a reprodução assexuada ocorre por bipartição ou fissão binária. Nesses
casos pode haver perda total das placas antes da divisão, sendo reconstruídas ao termino da
formação das duas células-filhas, ou pode ocorre separação das células juntos com as placas
correspondentes. A reprodução sexuada ocorre e pode envolver estágios bem complexos. No
geral, os dinoflagelados produzem gametas por mitose e, após a fecundação, o zigoto sofre
meiose. Cada célula haploide (n) resultante dá origem à célula adulta.

 Formação de cistos

Sob certas condições que não favorecem o crescimento contínuo da população os


dinoflagelados podem produzir cistos de resistência imóveis, que vão para o fundo de lagos e
oceanos, onde permanecem viáveis por vários anos. As correntes podem transportar esses
cistos bentônicos para outras localidades e quando as condições se tornam mais favoráveis, os
cistos podem germinar, originando novas populações móveis.

 Muitos dinoflagelados produzem compostos tóxicos ou bioluminescentes

Aproximadamente 20% das espécies de dinoflagelados produzem um ou mais compostos


extremamente tóxicos com repercussões econômicas e ecológicas, como as marés vermelhas.
Esses compostos tóxicos conferem proteção contra predadores. Os dinoflagelados marinhos
também são famosos por sua capacidade bioluminescente. São responsáveis pelo atrativo das
águas oceânicas que é observado a noite quando pessoas agitam a água. Quando as células
dos dinoflagelados são estimuladas mecanicamente, uma série de eventos bioquímicos resulta
em uma reação envolvendo luciferina e a enzima luciferase, que cria um breve flash de luz. Há
hipóteses que o flash dos dinoflagelados serve como proteção contra predadores como
copépodes, outra hipótese sugere que o flash inibe a predação, desorientando os predadores.

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