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PLANTAS QUE INDICAM CONDIÇÕES QUÍMICAS

1. Amendoim-bravo ou leiteirinha (​Euphorbia heterophylla​): aparece


especialmente em campos de soja e anuncia o esgotamento de molibdênio
(Mo).

2. Ançarinha-branca (​Chenopodium album​): aparece frequentemente em campos


de batatinhas com elevadas doses de nitrogênio, mas também em hortas
adubadas com muito composto. Pelo excesso de nitrogênio se induz a
deficiência aguda de cobre (Cu).
3. Artemísia ou losna-brava (​Artemisia absinthium​): por exemplo, ela cobria as
pradarias norte-americanas superpastejadas. Também está tomando conta,
após uma agricultura intensiva com enormes quantidades de NPK, da ​puszta​,
das pastagens húngaras, onde criavam seus famosos cavalos, indicando a
salinização e um pH elevado, entre 7,5 a 8,5.

4. Azedinho ou oxalis (​Oxalis oxyptera​): trevinho de folhas azedas que facilmente


aparece nos gramados em São Paulo, indicando uma falta aguda de cálcio (Ca).
5. Babaçu (​Orbignya speciosa​): a frequência dessa palmeira indica o grau da
formação de cerrado. Por exemplo, atualmente, aparece com frequência na
região de Altamira onde, há 30 anos, ainda havia mata fechada.

6. Bacuri (​Platonia insignis​): indica um solo de cerrado fértil.


7. Beldroega (​Portulaca oleracea​): é uma planta que indica solos férteis, mas de
baixa “capacidade de campo” (capacidade máxima do solo em reter água).

8. Capim-caninha ou capim-colorado (por causa de seus colmos alternadamente


verdes e vermelhos – ​Andropogon incanus​): indica solos encharcados durante a
época de chuvas e deficientes em fósforo (P). Neste estado, encana logo após a
brotação e é considerado um capim inútil e indesejável. Porém, quando recebe
fósforo, permanece tenro durante muito tempo e é boa forrageira.
9. Capim-colchão (​Digitaria sanguinalis ​e ​D. horizontalis​): sempre indica a
deficiência de potássio (K).

10. Capim Sporobulo (​Sporobolus poiretii​): capim muito pobre, aparece em


pastagens deficientes em molibdênio (Mo).
11. Carrapicho-de-carneiro (​Acanthospermum hispidum​): aparece facilmente em
lavouras de feijão, e indica a deficiência em cálcio (Ca). Feijão deficiente em
cálcio resiste menos a períodos secos e é facilmente atacado por antracnose.

12. Picão-branco ou fazendeiro (​Galinsoga parviflora​): aparece especialmente em


hortas bem providas de composto e indica a deficiência em cobre (Cu).
13. Dente-de-leão (​Taraxacum officinale​): somente aparece em solos férteis, bem
providos em boro (B).
14. Erva-lanceta ou mãe-de-sapé (​Solidago microglossa​): tem esse nome porque
indica um pH 4,5, e que é 0,5 ponto maior do que o do solo onde aparece o
capim-sapé.

15. Língua-de-vaca (​Rumex obtusifolius​): somente ocorre em solos férteis com


excesso de nitrogênio orgânico e, portanto, com deficiência em cobre (Cu).
16. Mio-mio (​Baccharis coridifolia​): invade os solos da fronteira do Rio Grande do
Sul. É tomado como sinal de solos rasos e pedregosos, e é usado pelos
caçadores como guia no meio das pastagens encharcadas. Indica deficiência de
molibdênio (Mo).

17. Nabisco ou nabo-bravo (​Raphanus raphanistrum​): aparece com facilidade em


lavouras de trigo e, muitas vezes, é tomado como índice de campo sujo. Na
verdade, é o indicador da deficiência de boro (B) e de manganês (Mn)
esgotados pelo trigo.

18. Rubim (​Leonurus sibiricus)​: indica a deficiência de manganês (Mn), mas como é
um ótimo remédio para o estômago e raramente aparece em grandes
quantidades, quase ninguém se incomoda com sua presença.

19. Samambaia-de-tapera (​Pteridium aquilinum​): é muito comum nos pastos,


especialmente na região do cerrado. Indica um excesso de alumínio (Al),
porém, quando grande e viçoso, indica solo rico em outros nutrientes e,
quando pequeno, o solo é pobre. Em pastagens é nefasto, porque seus brotos
têm um veneno cumulativo que causa sangramentos até a morte do gado.
Cafeicultores gostavam dele, usando-o como ​mulch ​(cobertura morta), porque
diziam que evita nematóides.
20. Sapé (​Imperata brasiliensis​): é um capim muito ácido com excesso de alumínio
(Al), indicando um pH 4,0. Embora as éguas o comam sem problema,
apresentando-se bem nutridas e reluzentes, ele causa uma desmineralização
total dos potros, que leva à poliartrite e à morte.
PLANTAS QUE INDICAM CONDIÇÕES FÍSICAS

1. Assa-peixe (​Vernonia ​spp.): presente onde há queimadas frequentes e solo


duro e adensado a partir de 3 a 4 centímetros de profundidade (raízes
superficiais).
2. Babaçu (​Orbignya speciosa​): indicador da formação progressiva de cerrado.
Dizem: quanto mais pés de babaçu, mais avançada a “cerradificação”.
3. Cabelo-de-porco (​Carex ​spp.): aparece em áreas queimadas com muita
frequência e que não deixam plantas estoloníferas permanecerem. Solo
ácido.
4. Capim-amargoso (​Digitaria insularis​): surge onde existe uma camada
impermeável em mais ou menos 60 a 80 centímetros de profundidade,
causando erosão subterrânea ou estagnação de água.
5. Capim-arroz (​Echinochloa crusgalli​): aparece onde existe uma camada
“reduzida” no solo, na qual os nutrientes perdem seu oxigênio e se juntam
ao hidrogênio, podendo tornar-se tóxicos.
6. Capim-cabeludo (​Trachypogon ​spp.): comum em Roraima e Guianas,
indicando solo pobre e queimado várias vezes ao ano.
7. Capim-canarana (​Echinochloa polystachya ​e ​E. pyramidalis​): presente em
baixadas amazônicas temporariamente inundadas.
8. Capim-carrapicho, capim-amoroso ou olho-do-diabo (​Cenchrus echinatus​):
quando aparece em grande quantidade, o solo é muito compactado,
extremamente duro.
9. Capim-marmelada (​Brachiaria plantaginea​): presente em solo arado,
deficiente em zinco.
10. Capim-natal, capim-favorito ou capim-gafanhoto (​Rhynchelytrum repens​):
aparece em solo muito seco ou pedregoso. Em campos onde ele
predomina, criam-se os gafanhotos-praga.
11. Capim pé-de-galinha (​Eleusine indica​): cresce geralmente na beira de
caminhos, indicando um solo fértil, mas muito compactado.
12. Grama-missioneira (​Axonopus compressus​): indica solo muito ácido e
pobre, mas pode estar sombreado.
13. Grama-seda ou grama-paulista (​Cynodon dactylon​): presente em solo muito
pisoteado, por isso também é usado em campos de futebol.

14. Guanxuma (​Sida rhombifolia​): indica uma laje muito dura em pouca
profundidade, como aquela causada pela irrigação ou chuvas em solos
mantidos limpos (por capina ou herbicidas). É comum em plantações de
batatinhas.

15. Inajá (​Maximiliana maripa​): palmeira que aparece em lavouras decaídas.

16. Jurubeba (​Solanum paniculatum​): é típica para a rebrota na Amazônia. Lá


vale a regra: solo uma vez desnudado e exposto à chuva, a laje cresce até 7
centímetros abaixo da superfície. Em solo três vezes desnudado e exposto à
chuva, a laje desce até 3 centímetros abaixo da superfície.
17. Capim-quicuio (​Pennisetum clandestinum​): indica solo fresco.
18. Maria-mole ou berneira (​Senecio brasiliensis​): indica solo fresco a úmido na
primavera.
19. Capim-rabo-de-burro ou cola-de-zorro (​Andropogon ​spp.): indica camada
impermeável em 80 a 100 centímetros de profundidade.

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